1º PROVÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

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KELLE CATIANE 1 PROVÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA “As folhas caem para que outras nasçam.” FCC Atenção : As questões de números 1 a 9 referem-se ao texto seguinte. [Da impunidade] O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos. Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher dos próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser

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PROVÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

“As folhas caem para que outras nasçam.”

FCC

Atenção: As questões de números 1 a 9 referem-se ao texto seguinte.

[Da impunidade]

O homem ainda não encontrou uma forma de organização social

que dispense regras de conduta, princípios de valor, discriminação

objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em

qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos

implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional

das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso,

como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais,

relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo

sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de

controle dos impulsos primitivos.

Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem

para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem,

aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas:

podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como

valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez

mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a

religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de

princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é

o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher dos próximo”

etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida

para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser

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permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas

ações.

Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os

regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas

permanece como sustentação delas a ideia de que os direitos e os

deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para

garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para

quem as ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a

garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a

impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de

equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um

exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito

pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder,

corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição

exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada.

Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a

proliferação desses casos. Se o ideal de civilização é permitir que todos

os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos

acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da

humanidade.

(Inácio Leal Pontes)

1. Regras de convívio e parâmetros normativos das atividades

humanas são considerados, no texto,

A. valores inerentes aos sistemas políticos cuja autoridade se

manifesta pelo emprego indiscriminado da força.

B. elementos indispensáveis à conduta civilizada e a toda

organização social orientada pelo princípio do bem comum.

C. qualidades naturais de todo indivíduo que se preocupa em

conviver com os demais segundo sua própria índole.

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D. elementos definidores de toda e qualquer forma de organização

social comandada pelo princípio da repressão.

E. valores prioritários das relações sociais cuja base ética se

manifesta consoante os impulsos da ordem social.

2. São contraditórios entre si as duas situações representadas em:

A. obediência aos ditames da lei mosaica / acatamento do princípio

da interdição;

B. elaboração de textos constitucionais / instituição de sanções

inibitórias para os delitos;

C. estabilização das relações entre os homens / aplicação de

princípios éticos comuns;

D. valorização de princípios socialmente acordados / exaltação dos

impulsos individuais;

E. manifestações da vontade divina / eleição de valores acolhidos

como eternos.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de

uma expressão do texto em:

A. discriminação objetiva (1º parágrafo) = especificação tendenciosa;

B. implica o estado de barbárie (1º parágrafo) = provém de uma

constituição anômala;

C. toma para si a tarefa de orientar (2º parágrafo) = investe-se da

missão de nortear;

D. instituem-se as sanções (2º parágrafo) = prescrevem-se as

prerrogativas;

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E. seguidos de punição exemplar (3º parágrafo) = advindos de

exemplificações punitivas.

4. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas

simplesmente como humanas (...).

O elemento sublinhado na frase acima poderá permanecer o

mesmo, caso substituamos Não decorrem por

A. Não advêm.

B. Não implicam.

C. Não têm origem.

D. Não se devem.

E. Não se atribuem.

5. Considerando-se o contexto, deve-se entender que o sentido do

elemento sublinhado em

A. (...) mas o homo sapiens afirmou-se como tal (1º parágrafo) é

equivalente ao de do mesmo modo.

B. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas

simplesmente como humanas (2º parágrafo) é equivalente ao

de por conseguinte.

C. (...) a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a

relação de equilíbrio (3º parágrafo) é equivalente ao de

quando.

D. (...) um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito

pode tirar proveito pessoal (3º parágrafo) é equivalente ao de

aonde.

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E. (...) a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal

da humanidade (3º parágrafo) é equivalente ao de idêntica.

6. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma

do singular para preencher corretamente a lacuna da frase.

A. Nunca _________ (haver) de prosperar as sociedades cujos

princípios sejam frágeis.

B. _________ (caber) aos animais viver segundo os impulsos de

seus instintos primários.

C. _________-se (estipular) na lei mosaica, como se sabe,

princípios de interdição.

D. Pela lei mosaica, _________ (cuidar) os homens de observar

rígidos ditames.

E. A nenhum de nós _________ (deixar) de afetar os rigores das

sanções previstas.

7. No caso das leis mosaicas, um desses princípios é o da interdição

“Não matarás”.

O pronome sublinhado na frase acima reaparece, conservando a

mesma função sintática que nela exerce, nesta outra frase

A. Para se garantir o cumprimento de um princípio, institui-se

uma sanção para quem a ignore.

B. Quanto ao abuso de poder, só rigorosas diligências e isenta

apuração o evitam.

C. Dos desafios da nossa sociedade, talvez o maior seja o de

não se permitir a impunidade.

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D. O homo sapiens, que tem o dom da racionalidade criativa,

nem sempre o aproveita em seu benefício.

E. Se o indivíduo responsável pela aplicação da justiça

transgride um princípio, que ninguém o acoberte.

8. Não é preciso amar os princípios de convivência, como também

não se deve ignorar esses princípios, pois quem não dá fé a esses

princípios impede que os contraventores levem a sério esses

princípios.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os

segmentos sublinhados por, respectivamente,

A. ignorá-los – lhes dá fé – os levem a sério

B. ignorar-lhes – dá-lhes fé – levem-lhes a sério

C. lhes ignorar – lhes dá fé – os levem a sério

D. ignorá-los – dar fé a eles – levem-lhes a sério

E. os ignorar – os dá fé – levem-nos a sério

9. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase:

A. Conquanto seja impossível a adesão de todos em que se

cumpra os princípios de convívio social, ainda assim há

aqueles que relutam em aceitar tais esforços.

B. À medida em que desceu Moisés com os mandamentos do

Monte Sinai, seus seguidores deram-se conta de que alguns

deles paltavam-se pelo princípio da interdição.

C. Para que se mantenha um mínimo equilíbrio nas relações

sociais, desde que não se pode permitir casos de

impunidade, onde os infratores ainda pousam de vitoriosos.

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D. Não é mau auferir benefícios pessoais quando estes não

acarretam, de forma alguma, qualquer tipo de prejuízo ou

restrição ao pleno exercício dos direitos alheios.

E. Embora nem sempre seja de fácil aceitação, nem sempre as

sanções deixam de ser necessárias, já que sem as mesmas

correria-se o risco de se voltar ao estado da barbárie.

10. As guerras são sempre atrozes, cabe evitar as guerras a qualquer

custo, pois uma vez que alguém desencadeia as guerras, não como

deter as guerras.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os

elementos sublinhados, respectivamente, por:

A. evitá-las – lhes desencadeia – deter-lhes

B. evitá-las – as desencadeia – as deter

C. evitar-lhes – as desencadeia – deter a elas

D. as evitar – desencadeia-as – lhes deter

E. evitar a elas – a elas desencadeia – detê-las

11. ... que não há provas conclusivas para de fato defender a tese de

que a Terra está aquecendo...

A frase cuja lacuna está corretamente preenchida pela mesma

expressão grifada acima é:

A. Especialistas afirmam .........., de fato, está ocorrendo aquecimento

global nas últimas décadas.

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B. Sabe-se ............ o desmatamento acelerado de grandes florestas

tem alterado o ciclo de chuvas nessas áreas.

C. Amplia-se a certeza ........ a atividade humana é a responsável

imediata pela ocorrência de catástrofes climáticas.

D. Em todo o mundo surgem medidas ...... buscam o controle da

emissão de poluentes na atmosfera, no solo e nos rios e mares.

E. Acredita-se ........ a conscientização da necessária preservação do

meio ambiente provoque mudanças de comportamento em todo o

mundo.

12. A expressão de que preenche corretamente a lacuna da seguinte

frase:

A. Nenhuma paixão __________ se pode imaginar é, para ele,

comparável à que lhe desperta uma Copa do Mundo.

B. A expectativa __________ nós alimentávamos em relação a esta

Copa resultou em franca decepção.

C. As paixões __________ trata o texto talvez pareçam

incompreensíveis para outros povos.

D. A expressão “família brasileira padrão”, __________ se refere o

autor, nem mesmo para ele parece fazer muito sentido.

E. As emoções __________ os torcedores se deixam arrastar, numa

Copa do Mundo são exacerbadas e incontroláveis.

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13. Estão corretamente flexionadas as formas verbais da frase.

A. Mesmo quem não tenha querido ou podido acompanhar a última

Copa do Mundo certamente não ficou indiferente às irritações que

ela suscitou entre nós.

B. Quem não se dispor a torcer numa Copa terá dificuldade em se

isolar num canto aonde não cheguem as ressonâncias da

competição.

C. Se os policiais não detessem os torcedores mais exagerados,

certamente não se veriam tantas famílias nos estádios alemães.

D. Os torcedores brasileiros ainda retêem, como glória máxima, a

imagem do nosso capitão erguendo a taça da penúltima Copa.

E. É comum que os meninos menores não se detenhem diante da

televisão, quando se trata de um jogo da Copa do Mundo.

14. Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da

frase

A. Para que sobrevissem maiores violências, seria preciso

interferir nesse processo de acumulação, que a tantos

destitue das mínimas condições de sobrevivência.

B. O autor do texto e seu colega Elio Gaspari conviram em que

os “cidadãos descartáveis” constituíssem o efeito vivo do

funcionamento da máquina neoliberal.

C. Para que se extingua essa expropriação histórica, fazer-se-ia

necessário que haja pleno controle do processo de

acumulação.

D. Os sonhos que advirem da contínua sedução que sobre nós

exerce a máquina neoliberal estariam condenados à

insatisfação.

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E. Por não terem podido resistir à expropriação de seus

pedacinhos de terra, os servos feudais não contiveram um

processo que só fez crescer ao longo dos séculos.

15. A substituição do termo destacado pelo pronome está incorreta

em:

A. Viram a moça. / Viram-na.

B. Pedi a elas o material. / Pedi-lhes o material.

C. Tocou o hino completo. / Tocou-o completo.

D. Parti em pedaços o bolo. / Parti-lo em pedaços.

E. Deixou para o filho a herança. / Deixou-a para o filho.

16. Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das

pessoas e do País, a educação é apresentada como prioridade...

Iniciando-se o período acima por A educação é apresentada como

prioridade o segmento grifado terá o mesmo sentido original, com

outras palavras, em

A. devido à sua reconhecida importância estratégica para a vida

das pessoas e do País.

B. conquanto seja reconhecida importância estratégica para a vida

das pessoas e do País.

C. embora seja reconhecida importância estratégica para a vida

das pessoas e do País.

D. para que fosse reconhecida importância estratégica para a vida

das pessoas e do País.

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E. caso seja reconhecida importância estratégica para a vida das

pessoas e do País.

17. Não importam os fatos. Estes comprometem a decisão final.

O mesmo tipo de exigência quanto ao complemento do verbo grifado

acima está na frase:

A. Os fatos parecem significativos...

B. Acredita-se na inocência dos rapazes diante do

acontecimento...

C. Discutiram as diretrizes de base...

D. Eles são incapazes...

E. Todos estão bem agora...

18. Indique o item em que todas as palavras estão corretamente

empregadas e grafadas.

A. A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder

de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer

excesso e violência.

B. Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser

exatamente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem

suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso,

num modo de intervenção específico.

C. O carcerário ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder

técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um

e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que

ambos possam suscitar.

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D. No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do

soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo

dos supliciados.

E. A existência de uma proibição legal cria em torno dela um

campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer

controle e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por

sua organização em delinquência.

(Itens adaptados de Michel Foucault)

19. Assinale a opção em que a concordância está de acordo com a

norma padrão.

A. Os milhares de pessoas que cometeram delitos, após

cumprirem suas penas, ficam quites com a sociedade.

B. Nenhum dos colegas da seção afirmaram ter presenciado

qualquer ato delituoso, apenas relataram o que ouviram do

funcionário punido.

C. A maioria dos casos examinados indicava ser necessário a

instauração de sindicância, ainda que alguns de nós

relutássemos em acatar a auditoria realizada.

D. Dadas as circunstâncias em que ocorreu um grande número de

exonerações, foi publicado, na mídia, uma nota que justificava

tal procedimento administrativo.

E. Seguia anexo ao processo administrativo a cópia dos contratos

de serviços especializados que haviam sido prestados na

gestão anterior.

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Atenção: As questões de números 20 a 28 baseiam-se no texto

apresentado abaixo.

O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil, 28 de abril de

2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas está 96% abaixo do que

seria normal neste período. A taxa de umidade despencou para menos de

20%, enquanto o saudável é praticamente o dobro. Tudo é seca e

insolação. Brasil, 28 de abril de 2009. No Piauí os moradores enfrentam as

piores cheias dos últimos 25 anos. Chove sem parar. Cidades estão

ilhadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas.

"O tempo anda louco", eis a frase leiga e padrão que mais se fala e

mais se ouve nas queixas em relação às radicais discrepâncias

climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país, vale para a região Sul

também. A mais nova e polêmica explicação para tais fenômenos é uma

revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada "bomba biótica", e pode

mudar os conceitos da meteorologia tradicional.

Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do tempo em um

único país, mas sim para a "loucura a dois". Por que chove tanto em

algumas regiões distantes da costa, como no interior da Amazônia,

enquanto países como a Austrália se transformam em deserto? Dois

cientistas russos sustentam, embasados na metodologia da bomba

biótica, que as florestas são responsáveis pela criação dos ventos e a

distribuição da chuva ao redor do planeta – como uma espécie de

coração que bombeia a umidade. Esse modelo questiona a meteorologia

convencional, que explica a movimentação do ar sobretudo pela diferença

de temperatura entre os oceanos e a terra. Ao falarem de chuva aqui e de

seca acolá, eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados

temas: a devastação das matas.

Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia e principal proponente da linha da bomba biótica

no Brasil, somente ela é que explica com clareza a contradição entre a

seca e a aridez que estão minguando as lavouras na região Sul e as

chuvas intensas que transbordam o Norte e o Nordeste.

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De acordo, porém, com o professor americano David Adams, da

Universidade do Estado do Amazonas, os físicos russos estão

supervalorizando a força da bomba biótica.

(Adaptado de Maíra Magro. Istoé, 6/5/2009, p. 98-99)

20. A frase que sintetiza corretamente o assunto do texto é:

A. Nova teoria científica busca explicações para os contrastes do

clima em diferentes regiões do planeta.

B. Meteorologia tradicional explica as recentes discrepâncias

climáticas que ocorrem no Brasil.

C. Diferenças regionais acentuadas nas regiões brasileiras podem

explicar alternância entre aridez e inundações.

D. Cientistas se perdem em meio às novas teorias que tentam explicar

fenômenos climáticos extremos.

E. A direção dos ventos na Amazônia justifica todos os excessos dos

fenômenos climáticos no Brasil.

21. A expressão "loucura a dois" refere-se, no 3º parágrafo,

A. à situação climática tanto nas regiões Norte e Nordeste quanto na

região Sul do país.

B. a países em situação geográfica e climática bem diversificada.

C. às chuvas torrenciais e às secas destruidoras das lavouras.

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D. a cientistas que divergem em suas explicações sobre as variações

climáticas.

E. à divergência entre metodologias de análise das condições

climáticas.

22. Em relação ao 1º parágrafo do texto, está correto o que se afirma

em:

A. Considerando-se o assunto central do texto, não se justificam as

informações referentes ao clima que aparecem nesse parágrafo.

B. As informações nele constantes tentam comprovar a afirmativa

dos cientistas russos de que as florestas são determinantes para o

clima.

C. As referências ao clima nas regiões brasileiras servem para

demonstrar que pode haver um certo equívoco na teoria dos

cientistas russos.

D. A descrição das catástrofes que ocorrem no Brasil vai justificar a

imagem da bomba, criada pela nova teoria científica.

E. Desenha-se nele um quadro de contrastes causados pelas

condições climáticas, para justificar todo o desenvolvimento

posterior.

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23. ... eis a frase leiga e padrão que mais se fala e mais se ouve nas

queixas ... (2º parágrafo)

O segmento grifado acima pode ser corretamente substituído, sem

alteração do sentido original, por:

A. mais é falada e mais é ouvida.

B. mais tinham falado e mais tinham ouvido.

C. mais se falaram e mais se ouviram.

D. mais foram falados e mais foram ouvidos.

E. mais vem sendo falado e mais vem sendo ouvido.

24. Olhemos, agora, por exemplo... (3º parágrafo)

O verbo flexionado de forma idêntica à do grifado acima está

também grifado na frase:

A. Chegamos, sem dúvida, a uma situação crítica em relação às

condições climáticas no país.

B. Vemos, no momento, situações extremas de seca ou de excesso

de chuvas.

C. Devemos ser solidários com os desabrigados pelas inundações.

D. Façamos nossa parte, agindo como cidadãos conscientes da

necessária preservação das florestas.

E. Observamos sinais evidentes de que o clima no planeta deriva de

um sistema bastante desregulado.

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25. A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:

A. A existência de florestas em várias regiões é garantia de melhor

distribuição de chuvas, por conta da umidade que gera as nuvens.

B. Vale para todo mundo as explicações para os fenômenos

climáticos extremos que está ocorrendo em diversos países.

C. A água nas regiões quentes de florestas evaporam mais do que

nos oceanos, e o fluxo de ar úmido se dirige para o continente.

D. Sempre haverão pesquisadores dispostos a questionar as bases

de novas teorias, até que elas os convença de sua validade.

E. É somente acima de 20% que as taxas de umidade do ar se torna

saudável para que as pessoas respirem normalmente.

26. A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é:

A. Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações,

considerando se o papel da bomba biótica é realmente crucial na

circulação do ar.

B. Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das

florestas torna-se essencial para garantir a qualidade de vida em

todo o planeta.

C. O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas

e altera o ciclo das águas, pode transformar um continente em um

estenso e inabitável deserto.

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D. Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da

evaporação da água do oceano é puxado para o continente,

distribuindo a chuva ao redor do planeta.

E. A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste

brasileiro aparece agora, para assombro de todos, na região Sul,

comprometendo as safras de grãos.

27. Na indústria da saúde destacamos uma extensa e diversificada

cadeia de fornecedores ...

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o

grifado acima é:

A. ... são também importantes os estímulos ...

B. Todas essas palavras de ordem remetem a uma ideia central ...

C. ... a influir sobre as decisões de compra.

D. ... a despertar o interesse de pesquisadores ...

E. ... melhor atender a suas especificidades ...

28. O segmento grifado abaixo que está substituído de modo

INCORRETO pelo pronome correspondente é:

A. minimizar esses impactos = minimizá-los.

B. destacamos uma extensa e diversificada cadeia de fornecedores=

destacamo-la.

C. favorecendo um desenvolvimento mais sustentável = favorecendo-

o.

D. passou a despertar o interesse de pesquisadores = despertar-lhes.

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E. que suprem produtos = que os suprem.

29. Lê-se no Manual de Redação da Presidência da República

onde

Como pronome relativo significa „em que (lugar)‟: A cidade onde nasceu.

Com base nessa definição e nas demais funções morfossintáticas que o

termo onde pode desempenhar, aponte a frase na qual o emprego de tal

termo está incorreto.

A. (...) o método utilizado pode afastar os auditores, pela falta de

estrutura, da descoberta dos grandes esquemas de corrupção.

Porque ele está muito voltado a atender à grande novidade

inventada por Waldir Pires, os sorteios dos municípios. Ali, faz-se

uma auditoria por amostragem, onde pegar um grande esquema

dependerá, como tudo num sorteio, da sorte.

B. O Portal de Transparência é até onde a CGU conseguiu tornar

possível a sua ideia de tornar público o Sistema Integrado de

Administração Financeira (...).

C. “Cultura” é um termo quase infinitamente maleável. (...). Sua

origem ou, pelo menos, até onde se possa saber, seu sentido

primitivo parece se relacionar com a criação, descoberta ou

invenção da agricultura (...).

D. Passada a euforia da libertação, muitos ex-escravos regressaram a

suas fazendas, ou a fazendas vizinhas; para retomar o trabalho por

baixo salário. Dezenas de anos após a abolição, os descendentes

de escravos ainda viviam, nas fazendas, uma vida pouco melhor do

que a de seus antepassados escravos. Outros se dirigiram às

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cidades, como o Rio de Janeiro, onde foram engrossar a grande

parcela da população sem emprego fixo.

E. Onde havia dinamismo econômico provocado pela expansão do

café, como em São Paulo, os novos empregos, tanto na agricultura

como na indústria, foram ocupados por milhares de imigrantes

italianos que o governo atraía para o país. Lá, os ex-escravos foram

expulsos ou relegados aos trabalhos mais brutos e mais mal

pagos.

(Fontes: Rudolfo Lago, Correio Braziliense, 24/10/2005; Nelson

Archer, Relativismo cultural e multiculturalimo, FSP,

31/10/2005; José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil: o

longo caminho, p.52)

Leia o texto abaixo para, em seguida, responder à questão 30.

O ser humano não pode ser definido em relação a ele mesmo,

porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas,

com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar.

Esta presença não é somente observável como também um fato

vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser a

cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu, e às

vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder

cuidar se si mesmo e, de outra, poder cuidar dos demais. Através

dessa construção coletiva, os homens fazem e criam sua história e,

nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não

apenas um ato. Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais

o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a

vida com qualidade e com liberdade.

(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a responsabilidade: reflexão

sobre a ética estabelecida no mundo desmedido)

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30. Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência,

ou seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a

interpretação de substantivação do verbo quanto a interpretação de

substantivo concreto.

A. “ser” (ℓ. 1)

B. “pensar” (ℓ. 3)

C. “ser” (ℓ. 5)

D. “cuidar” (ℓ. 8)

E. “cuidar” (ℓ. 11)

31. Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase:

A. O marido enciumado conviu, por fim, em depor a arma e libertar a

esposa, a quem vinha ameaçando diante das câmeras.

B. Seria preciso que se revissem os parâmetros éticos de alguns

violentos noticiários que vêm assolando a programação da TV.

C. Serão bem-vindas todas as iniciativas que se proporem a melhorar

a qualidade dos noticiários de TV.

D. A independência que os habitantes do Timor Leste obteram foi

reconhecida pela ONU; espera-se que venha a consolidar-se.

E. Se um otimista não se conter, sua expectativa de êxtase cresce

tanto que ele acaba por se juntar aos pessimistas.

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32. Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase:

A. Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela

tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê?

B. A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo

violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar?

C. “Por que sim”: eis como respondem os mais impacientes, quando

lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas.

D. Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros

olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade

na religião.

E. Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me

explica?

33. Observe as propostas a seguir:

I. Eu não podia dar senão minha solidariedade.

II. Ele saiu há muito tempo.

III. Ela não olhava para mim, tão pouco me dirigia a palavra.

IV. Recusou-se a nos esclarecer o por quê da sua decisão.

V. Por ventura, eles entregaram há pouco o trabalho.

VI. Eles residem no interior há cerca de oito anos.

VII. A princípio, cremos que todos têm argumentos diante do caso.

Qual a quantidade de itens corretos?

A. 2

B. 3

C. 4

D. 5

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E. 6

34. Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase:

A. Ela não crê em rixa, mas em complementaridade entre o

pessimismo e o otimismo, admitindo, assim, flexibilização das

sensações humanas.

B. As sensações espectantes produzem, entre os mais pessimistas,

muito temor, e entre os otimistas, uma gososa, deleitosa

ansiedade.

C. Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando

nos inquirem: você se arroula entre os pessimistas ou entre os

otimistas?

D. Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo;

esses humores não reinvindicam, por si mesmos, nenhuma

hegemonia.

E. O autor do texto se apoia na tese segundo a qual não se deve

descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo.

35. A expressão concentração de gosto e explosão de aromas pode ser

substituída, sem alteração de significação, por:

A. medida justa de paladar e denotação de essência odorífera

B. conjunto unívoco de paladar e estouro de cheiros

C. reunião dispersa de sabor e comoção de olor

D. reunião de sabor e manifestação viva e súbita de odores

E. conjunto de paladar e comoção de perfumes

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Atenção: Assinale a letra que corresponde à melhor redação,

considerando correção, clareza e concisão.

36. Analise:

A. Ainda que disposto a trabalhar, não lhe restou outra solução

senão esperar pelo chamado do sócio.

B. Teve que esperar pelo chamado do sócio, pois não lhe restou

outra solução, haja visto estar disposto com o trabalho.

C. Não lhe restou outra solução senão, esperando pelo sócio,

trabalhar para aquilo de que estava disposto.

D. Esperar pelo chamado do sócio para trabalhar foi a solução

que restou-lhe, não obstante sua disposição ao mesmo

trabalho.

E. Embora houvessem disposição e ânimo para trabalhar, ele

teve que esperar pelo chamado de sócio, o que lhe restou

como solução.

37. Analise:

A. Quando o eleitor vota em uma determinada pessoa é a

manifestação que o modo de pensar dela concorda com as

ideias que pretende defender no cargo que aspira.

B. O assentimento do eleitor no cargo que aspira determinada

pessoa é o voto, que é a expressão do seu modo de pensar, e

que pretende defender.

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C. O voto é a expressão do modo de pensar do eleitor, pois,

quando ele vota em determinada pessoa, manifesta seu

assentimento às ideias que ela pretende defender no cargo a

que aspira.

D. Voto – quer dizer – modo de pensar do eleitor que quando

vota em uma pessoa determinada, diz que concorda com as

ideias que vai defender no cargo a ser eleito.

E. O modo de pensar do eleitor – que se diz o voto – é o

manifesto de seu assentimento à maneira de pensar da

pessoa que vai ser eleita e defender no cargo.

38. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas

na frase:

A. Todo aquele que se previne, quaisquer que sejam os problemas a

enfrentar, têm mais aptidão para solucioná-los.

B. A reação a manifestações localizadas de extrema violência não

implicam o emprego de uma violência proporcional e

indiscriminada.

C. É preciso que se valorize na justa medida os laços de confiança

que devem haver entre os policiais e a população.

D. Que aos nossos olhos não represente o outro uma permanente

ameaça, mas um desejável aliado.

E. Os resultados que se obtém com a prevenção são,

comprovadamente, os mais eficazes.

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39. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma

do singular para preencher corretamente a lacuna da frase:

A. É preciso que se .......... (reconhecer) as vantagens de se ter o outro

como nosso aliado.

B. Os direitos humanos sempre .......... (haver) de constituir uma

prioridade nos regimes democráticos.

C. (Caber) .......... a cada um de nós as iniciativas para que se alcance

eficácia no combate à criminalidade.

D. Aos países ricos não ........... (competir) tomar decisões que afetem

a soberania dos países em desenvolvimento.

E. Há muito não se ........... (tolerar) atitudes arrogantes como a do

editorial da revista britânica.

40. O uso do sinal da crase é injustificável em:

A. Lembrem-se às autoridades de terem sempre em mente o

valor da prevenção.

B. Não cabe às pessoas de boa fé repudiar medidas de

prevenção ao crime.

C. É penoso assistir às cenas de violência que se multiplicam

nas metrópoles.

D. Atribui-se às medidas preventivas uma eficácia maior que a

da repressão.

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E. À inteligência da prevenção opõem-se aqueles que preferem

a força da repressão.

41. Na frase além de obter resultados mais eficazes, ela afirma a

racionalidade do homem, o segmento sublinhado tem o sentido de

A. muito embora obtenha.

B. ainda que obtenha.

C. a fim de obter.

D. à medida que obtém.

E. afora obter.

42. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase:

A. Assim como um fruto parece sair de sua casca, à medida que a

aranha tece sua teia, que em suas malhas acabam aprisionando

o inseto desprevenido.

B. Sempre houveram os que não se lembram que a morte se verifica

tão somente no reino animal, ao passo que os vegetais não.

C. Não adianta de nada salvar-se um inseto, conquanto algum outro

virá a cair igualmente em cuja armadilha o primeiro foi salvo.

D. Não imagine o homem que, por ser um animal racional, esteja

imune às mais cruas leis da natureza.

E. Todo escritor almeja de que compor um texto tão belo e eficaz

assim como uma teia da aranha, é uma tarefa de cuja tem muita

necessidade.

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43. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie.

Na frase acima, a sequência das ações sai de cena e dar lugar

estabelece uma relação

A. de justaposição de fatos independentes.

B. entre uma hipótese e um fato que a confirma.

C. de simultaneidade entre duas ocorrências interdependentes.

D. de causalidade entre valores antagônicos.

E. de alternância entre duas situações semelhantes.

44. Considere a seguinte frase:

A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz

consigo um dilema (...).

O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do plural caso se

substitua o elemento sublinhado por

A. O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal

(...)

B. A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações (...)

C. Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações,

(...)

D. Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos

indivíduos, (...)

E. As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal

(...)

45. Nessa compulsória liberdade, de que fala o filósofo (...).

Numa nova redação da frase acima, mantém-se corretamente a

expressão sublinhada caso se substitua fala o filósofo por

A. se refere o filósofo

B. cuida o filósofo

C. investiga o filósofo

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D. aflige o filósofo

E. disserta o filósofo

46. ...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua

sendo uma metáfora...

No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a

frase que deve ser preenchida com forma idêntica à destacada acima

é:

A. Alguém poderá perguntar: - O autor citou Braudel, ___________?

B. Gostaria de saber ___________ ele se interessou especificamente

por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo.

C. Quem sabe o ___________ da citação da obra de Braudel?

D. Referências são sempre interessantes, ___________ despertam

curiosidade acerca da obra.

E. ___________ foi a obra que mais o teria impressionado sobre o

assunto, respondeu alguém quando indagado sobre o motivo da

citação.

47. O verbo indicado entre parênteses deverá ser obrigatoriamente

flexionado numa forma do plural para preencher de modo correto a

lacuna da frase:

A. Qualquer súbita alteração nos hábitos familiares _________ (poder)

afrouxar os vínculos entre as pessoas de uma casa.

B. Não _________ (costumar) afetar a quem não gosta de futebol as

vibrações dos torcedores durante uma Copa do Mundo.

C. As emoções que _________ (demonstrar) a mulher da casa

costumam ser menos intensas que as do homem.

D. Diante das televisões, em todas as casas, _________-se (aglomerar)

uma imensa torcida nacional.

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E. Sempre _________ (faltar), aos torcedores mais fanáticos, a

convicção de que os jogadores deram o melhor de si.

48. No entanto, o conceito de cidadania não se esgota no direito de

eleger e de ser eleito para compor os órgãos estatais incumbidos

de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis.

A frase que reproduz corretamente, em outras palavras, o sentido

original do segmento transcrito acima é

A. Entretanto, como no conceito de cidadania, ele se esgota no direito

de eleger e de ser eleito para os órgãos do Estado que vão

elaborar, executar as leis ou fazer que se cumpra.

B. O conceito de cidadania restringe-se ao direito de votar, no

entanto, e de ser eleito aos órgãos que se incumbiu de elaborar,

executar ou cumprir as leis como se deve.

C. No entanto, porém, o conceito de cidadania deve esgotar-se não no

direito dos órgãos estatais de eleger e de ser eleito para compô-las,

incumbidos de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis.

D. Cidadania é um conceito que se limita, no entanto, ao direito de

eleger e de ser eleito para ser incumbido não só de elaborar,

executar ou fazer cumprir as leis, em órgãos estatais.

E. O conceito de cidadania, porém, abrange mais do que o direito de

votar e de fazer parte dos órgãos do Estado aos quais compete

criar, executar ou fiscalizar o cumprimento das leis.

49. A pronúncia correta das seguintes palavras apresenta o grafema x

com o mesmo fonema apenas na opção:

A. enxame – enxurrada – exangue

B. exaustão – exame – experiência

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C. exaltar – máximo – enxerido

D. exarar – exigência – inexorável

E. léxico – enxamear – expectativa

Atenção: As questões de números 50 a 53 referem-se ao texto que segue. Certos candidatos a deputado ornam com um retrato o seu

prospecto eleitoral. Isto equivale a supor que a fotografia possui um

poder de conversão. Para começar, a efígie do candidato estabelece um

elo pessoal entre ele e seus eleitores; o candidato não propõe apenas um

programa, mas também um clima físico, um conjunto de opções

cotidianas expressas numa morfologia, num modo de vestir, numa pose.

O que é exposto, através da fotografia do candidato, não são

seus projetos, são suas motivações, todas as circunstâncias familiares,

mentais, e até eróticas, todo um estilo de vida de que ele é,

simultaneamente, o produto, o exemplo e a isca. É óbvio que aquilo que a

maior parte dos nossos candidatos propõe através de sua efígie é uma

posição social, o conforto especular das normas familiares, jurídicas,

religiosas, ou seja, aquilo a que se chama “uma ideologia”. Naturalmente,

o uso da fotografia eleitoral supõe uma cumplicidade: a foto é espelho,

ela oferece o familiar, o conhecido, propõe ao eleitor a sua própria efígie,

clarificada, magnificada, imponentemente elevada à condição de tipo. É,

aliás, esta ampliação valorativa que define exatamente a fotogenia: ela

exprime o eleitor e, simultaneamente, transforma-o num herói; ele é

convidado a eleger-se a si mesmo, incumbindo o mandato que vai

conceder de uma verdadeira transferência física: delega de algum modo a

sua “raça”.

(Adaptado de BARTHES, Roland. Fotogenia eleitoral.

Mitologias. 3.ed. São Paulo: DIFEL, 1978, p. 102-103.)

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50. Compreende-se corretamente do texto que

A. as fotos dos candidatos nos folhetos de propaganda eleitoral

desempenham papel significativo no convencimento do eleitor

quanto a quem dar o seu voto.

B. um candidato precisa estabelecer elo pessoal com seus eleitores e

o faz não só pela garantia de atendimento às necessidades

específicas de cada um, mas, também, por meio de uma foto, que

evita possíveis enganos na hora do voto.

C. poucos candidatos a cargos eletivos colocam suas fotos nos

santinhos que veiculam suas propostas, e o fazem com mero

ornamento, visto que a imagem nada traduz de seus projetos.

D. imagens de seu cotidiano familiar distribuídas entre o eleitorado

constituem o primeiro passo que um político deve dar para

estabelecer sólido vínculo pessoal com o eleitor.

E. a associação entre projetos sociais e imagens do candidato que os

elaborou é arma de que os políticos se valem quando desejam

converter para si os votos já prometidos a outros.

Naturalmente, o uso da fotografia eleitoral supõe uma

cumplicidade: a foto é espelho, ela oferece o familiar, o conhecido,

propõe ao eleitor a sua própria efígie, clarificada, magnificada,

imponentemente elevada à condição de tipo. É, aliás, esta ampliação

valorativa que define exatamente a fotogenia: ela exprime o eleitor e,

simultaneamente, transforma-o num herói; ele é convidado a eleger-se

a si mesmo, incumbindo o mandato que vai conceder de uma

verdadeira transferência física: delega de algum modo a sua “raça”.

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51. No fragmento acima, o autor, ao

A. empregar o advérbio Naturalmente, manifesta sua concordância

com a prática corriqueira do uso eleitoreiro da fotografia do

candidato.

B. fazer menção ao espelho, deixa entrever que o eleitor é levado a se

identificar com o retrato do candidato, vendo a si próprio de

maneira engrandecida.

C. referir-se a cumplicidade, deixa claro que, em épocas de eleição,

os conchavos entre candidatos e eleitores são conscientemente

aceitos por estes últimos.

D. usar a construção imponentemente elevada à condição de tipo,

denuncia que a imponência da foto mascara a desconsideração que

o candidato tem pelo eleitor comum.

E. aludir a herói, afirma sua convicção de que esse termo só pode ser

aplicado àqueles que se elegem por si mesmos, sem transferir para

uma foto traços que não lhe são próprios.

52. Considerado sempre o contexto, é correto afirmar:

A. (linhas 5 e 6) Em o candidato não propõe apenas um programa,

mas também um clima físico..., uma ideia de adição é expressa por

meio da correlação entre não apenas e mas também.

B. (linha 10) Em não são seus projetos, são suas motivações, o

segmento grifado expressa ideia de finalidade.

C. (linhas 11 a 13) Uma redação equivalente a todo um estilo de vida

de que ele é, simultaneamente, o produto, o exemplo e a isca está

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correta assim: “todo um estilo de vida cujo o produto é ele, como

exemplo e isca”.

D. (linha 16) A locução ou seja introduz uma retificação, constituída

por ideia oposta ao pensamento desenvolvido no período.

E. (linhas 16, 17 e 26) Tanto em “uma ideologia” quanto em “raça”, as

aspas indicam que as palavras devem ser entendidas

rigorosamente em seu sentido próprio.

53. Consideradas as ocorrências citadas e o contexto, é correto

afirmar:

A. (linhas 18 e 22) Os dois-pontos, nas duas passagens, servem para

anunciar uma citação, palavras de outro autor.

B. (linhas 11 e 12) Em todo um estilo de vida de que ele é,

simultaneamente, o produto..., o segmento grifado pode ser

substituído, sem prejuízo do sentido original, por “da qual”.

C. (linhas 18 e 19) Se a ideia expressa em a foto (...) propõe ao eleitor

a sua própria efígie fosse considerada uma hipótese, a forma verbal

a ser usada de modo adequado seria “proposse”.

D. (linha 24) A forma eleger-se a si mesmo indica que aquele que faz a

ação é o mesmo que a recebe, e a si mesmo repete a informação

dada pelo pronome se.

E. (linhas 24 e 25) A locução vai conceder foi empregada para

expressar ideia hipotética, pouco provável de se realizar.

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Atenção: As questões de números 54 a 60 referem-se ao texto seguinte.

A rotina de uma família costuma ser duramente atingida numa Copa

do Mundo de futebol. O homem da casa passa a ter novos hábitos,

prolonga seu tempo diante da televisão, disputa-a com as crianças; a

mulher passa a olhar melancolicamente para o vazio de uma janela ou de

um espelho. E se, coisa rara, nem o homem nem a mulher se deixam tocar

pela sucessão interminável de jogos, as bandeiras, os rojões e os

alaridos da vizinhança não os deixarão esquecer de que a honra da pátria

está em jogo nos gramados estrangeiros.

É preciso também reconhecer que são muito distintas as atuações

dos membros da família, nessa época de gols. Cabe aos homens

personificar em grau máximo as paixões envolvidas: comemorar o alto

prazer de uma vitória, recolher o drama de uma derrota, exaltar a glória

máxima da conquista da Copa, amargar em luto a tragédia de perdê-la.

Quando solidárias, as mulheres resignam-se a espelhar, com intensidade

muito menor, essas alegrias ou dores dos homens. Entre as crianças

menores, a modificação de comportamento é mínima, ou nenhuma:

continuam a se interessar por seus próprios jogos e brinquedos. Já os

meninos e as meninas maiores tendem a reproduzir, respectivamente,

algo da atuação do pai ou da mãe.

Claro, está-se falando aqui de uma “família brasileira padrão”, seja

lá o que isso signifique. O que indiscutivelmente ocorre é que, sobretudo

nos centros urbanos, uma Copa do Mundo põe à prova a solidez dos

laços familiares. Algumas pessoas não resistem à alteração dos horários

de refeição, à alternância entre ruas congestionadas e ruas desertas, às

tensas expectativas, às súbitas mudanças de humor coletivo – e

disseminam pela casa uma insatisfação, um rancor, uma vingança que

afetam o companheiro, a companheira ou os filhos. Como toda exaltação

de paixões, uma Copa do Mundo pode abrir feridas que demoram a

fechar. Sim, costumam cicatrizar esses ressentimentos que por vezes se

abrem, por força dos diferentes papéis que os familiares desempenham

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durante os jogos. Cicatrizam, volta a rotina, retornam os papéis

tradicionais – até que chegue uma outra Copa.

(Itamar Rodrigo de Valença)

54. Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo do texto, mostra-se como a vida rotineira dos

homens, ao contrário do que ocorre com a das mulheres, sofre

alterações durante uma Copa do Mundo;

II. No segundo parágrafo do texto, mencionam-se as diferentes

alterações que a Copa do Mundo provoca nas atitudes de alguns

membros da família;

III. No terceiro parágrafo do texto, desenvolve-se a ideia de que o

equilíbrio da vida familiar fica ameaçado pelas mudanças de

hábito e pelas paixões provocadas por uma Copa do Mundo.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

A. I, II e III.

B. I e II, apenas.

C. I e III, apenas.

D. II e III, apenas.

E. III, apenas.

55. O texto sugere que, durante uma Copa do Mundo, a cadeia de

alterações no comportamento de uma família costuma

A. atingir simultaneamente a todos os membros da casa, do mesmo

modo.

B. começar pelo homem da casa e propagar-se pelos outros membros

da família.

C. começar por influência dos alardes da vizinhança.

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D. atingir tão-somente a rotina de grupos familiares mal constituídos.

E. atingir tão-somente as pessoas da casa que se interessam por

futebol.

56. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido da

frase Cabe aos homens personificar em grau máximo as paixões

envolvidas nesta outra redação:

A. É intenção dos homens envolver outras pessoas nas intensas

paixões que ele vive.

B. É um direito masculino fazer de outras pessoas o centro de suas

paixões.

C. É nos homens que as mais intensas paixões despertadas

costumam corporificar-se.

D. Atribui-se aos homens o dever de partilhar com os outros as mais

violentas emoções.

E. Atribui-se à personalidade masculina a obrigação de conter ao

máximo suas emoções.

57. Há uma relação de causa ( I ) e efeito ( II ) entre os segmentos da

seguinte formulação:

A. A rotina de uma família ( I ) / costuma ser duramente atingida numa

Copa do Mundo ( II ).

B. (...) retornam os papéis tradicionais ( I ) / até que chegue uma outra

Copa ( II ).

C. É preciso também reconhecer ( I ) / que são muito distintas as

atuações dos membros da família ( II ).

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D. (...) são muito distintas as atuações dos membros da família ( I ) /

nessa época de gols ( II ).

E. Como toda exaltação de paixões ( I ) / uma Copa pode abrir feridas

que demoram a fechar ( II ).

58. Transpondo-se para a voz passiva a frase uma Copa do Mundo põe

à prova a solidez dos laços familiares, a forma verbal deverá ser

substituída por

(A) é posta

(B) são postos

(C) era posta

(D) tem posto

(E) tem sido posto

59. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o

texto:

A. Se nós revêssemos nosso comportamento durante uma Copa,

pode ser que fôssemos corrigir alguns excessos deles.

B. Não é muito fácil encontrar alguma família em cuja não exista

algum torcedor mais fanático, no qual se deixe levar a quase

histeria.

C. É incrível como as crianças muito pequenas não se incomodam, ao

passo que uma Copa seja assistida pelos adultos com mais

emoção.

D. É apenas por solidariedade a seus maridos que muitas mulheres

buscam se abrir às emoções de uma Copa do Mundo.

E. Talvez seja um exagero do autor do texto achar que os próprios

laços familiares se ameacem devido as frustações do futebol.

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60. As normas de pontuação estão plenamente atendidas na frase

A. Os jogos de uma Copa do Mundo, quase sempre costumam

provocar altas emoções não apenas, nos fãs do futebol, mas

também nos que não costumam se animar com esse esporte.

B. Ainda que com menor ânimo, do que seus maridos, as mulheres

também costumam torcer pela seleção no caso de esta revelar

alguma qualidade de jogo.

C. Não há dúvida, de que a mídia tornou-se responsável, por um

crescente interesse internacional no acompanhamento dos jogos

da Copa do Mundo.

D. Nos grandes centros urbanos, o trânsito em dias de jogos do

Brasil, costuma sofrer nervosas oscilações, entre o máximo de

movimento, e o total esvaziamento das ruas.

E. O autor do texto nota, com razão, as variações do humor público

que, durante a Copa, traduzem as distintas emoções que os jogos

nos despertam.

GABARITO

1. B 9. D 17. E 25. A 33. B 41. E 49. D 57. E

2. D 10. B 18. B 26. C 34. A 42. D 50. A 58. A

3. C 11. C 19. A 27. D 35. D 43. D 51. B 59. D

4. A 12. C 20. A 28. D 36. A 44. E 52. A 60. E

5. C 13. A 21. B 29. A 37. C 45. B 53. D

6. B 14. E 22. E 30. C 38. D 46. B 54. D

7. C 15. D 23. A 31. B 39. D 47. B 55. B

8. A 16. A 24. D 32. A 40. A 48. E 56. C