1º Congresso Nacional de Emergência Médica, 30 Setembro a 2 … CNEM BSA... · 2009-11-04 · NO...

1
BLOQUEIO SUBARACNOIDEU NO PRÉ-HOSPITALAR: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO BLOQUEIO SUBARACNOIDEU BLOQUEIO SUBARACNOIDEU NO PR NO PRÉ- HOSPITALAR: HOSPITALAR: A PROP A PROPÓSITO DE UM CASO CL SITO DE UM CASO CLÍ NICO NICO INTRODU INTRODUÇÃO: ÃO: No actual estado da arte, a actua No actual estado da arte, a actuação dos profissionais de sa ão dos profissionais de saúde na abordagem do de na abordagem do politraumatizado consiste na avalia politraumatizado consiste na avaliação sistem ão sistemática da Via A tica da Via Aérea ( rea ( Airway Airway), Ventila ), Ventilação ão ( Breathing Breathing), Circula ), Circulação ( ão ( Circulation Circulation), estado neurol ), estado neurológico ( gico ( Disability Disability) e exposi ) e exposição ão ( Exposition Exposition), bem como na realiza ), bem como na realização das medidas de ressuscita ão das medidas de ressuscitação necess ão necessárias ao rias ao doente. doente. Existem situa Existem situações particulares em que a interven ões particulares em que a intervenção do m ão do médico consiste dico consiste essencialmente no controlo da dor para que, com seguran essencialmente no controlo da dor para que, com segurança e com o m a e com o mí nimo stress nimo stress fisiol fisiológico para o doente, seja poss gico para o doente, seja possí vel estabilizar e transportar a v vel estabilizar e transportar a ví tima ao hospital. tima ao hospital. CASO CL CASO CLÍ NICO: NICO: Accionamento da Viatura M Accionamento da Viatura Médica Emergência e Reanima dica Emergência e Reanimação (VMER) para ão (VMER) para prestar assistência a um indiv prestar assistência a um indiví duo do sexo duo do sexo , de 71 anos, com antecedentes , de 71 anos, com antecedentes pessoais de Hipertensão Arterial, v pessoais de Hipertensão Arterial, ví tima de acidente agr tima de acidente agrí cola com um arado cola com um arado motorizado, no concelho de Cascais. motorizado, no concelho de Cascais. CONCLUSÃO: CONCLUSÃO: Na abordagem do politraumatizado, o controle emergente da dor, a Na abordagem do politraumatizado, o controle emergente da dor, a analgesia analgesia e a seda e a sedação constituem reais desafios na emergência pr ão constituem reais desafios na emergência pré- hospitalar. A hospitalar. A escolha da t escolha da técnica analg cnica analgésica depende do estado f sica depende do estado fí sico do doente, da sico do doente, da localiza localização e tipo de lesões apresentadas e em particular da experiência ão e tipo de lesões apresentadas e em particular da experiência do do dico no local. Os bloqueios perif dico no local. Os bloqueios periféricos ricos (plexos ou de nervos) (plexos ou de nervos) e do neuroeixo e do neuroeixo são alternativas exequ são alternativas exequí veis em determinadas situa veis em determinadas situações especiais, desde que ões especiais, desde que sejam garantidos os indispens sejam garantidos os indispensáveis cuidados na realiza veis cuidados na realização destas t ão destas técnicas cnicas. . Em situa Em situações muito particulares, e ap ões muito particulares, e após cuidadosa avalia s cuidadosa avaliação dos pr ão dos prós e s e contras, o recurso a estas t contras, o recurso a estas técnicas pode constituir uma solu cnicas pode constituir uma solução muito eficaz ão muito eficaz no controlo da dor. no controlo da dor. 1º Congresso Nacional de Emergência Médica, 30 Setembro a 2 Outubro 2009, Centro Congressos do Estoril Lufinha, A Lufinha, A * ; Duarte, C ; Duarte, C ** ** VMER do Hospital de São Francisco Xavier VMER do Hospital de São Francisco Xavier Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, EPE Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, EPE * Assistente Hospitalar de Anestesiologia * Assistente Hospitalar de Anestesiologia ** Tripulante Ambulância Socorro da VMER ** Tripulante Ambulância Socorro da VMER À chegada da VMER, o doente encontrava chegada da VMER, o doente encontrava- se sentado sobre o arado agr se sentado sobre o arado agrí cola, apresentando o membro inferior direito cola, apresentando o membro inferior direito (MID) esfacelado, polifracturado, enrolado e preso nas lâminas d (MID) esfacelado, polifracturado, enrolado e preso nas lâminas do arado, o que lhe provocava dores insuport o arado, o que lhe provocava dores insuportáveis. O veis. O doente encontrava doente encontrava- se consciente (GCS 15) e hemodinamicamente est se consciente (GCS 15) e hemodinamicamente estável. Procedeu vel. Procedeu- se se à avalia avaliação inicial e ão inicial e monitoriza monitorização do doente. De seguida, efectuou ão do doente. De seguida, efectuou- se um Bloqueio Subaracnoideu (BSA) com Lidoca se um Bloqueio Subaracnoideu (BSA) com Lidocaí na (50 mg) e Sufentanil na (50 mg) e Sufentanil (2,5 (2,5 μ g), ao n g), ao ní vel L4 vel L4 – L5, por abordagem mediana, utilizando L5, por abordagem mediana, utilizando- se o mandril de um cateter endovenoso perif se o mandril de um cateter endovenoso periférico G20. rico G20. Obteve Obteve- se um r se um rápido e eficaz bloqueio motor e sensitivo, com n pido e eficaz bloqueio motor e sensitivo, com ní vel em T11, o que permitiu a extrac vel em T11, o que permitiu a extracção delicada do ão delicada do membro, sua posterior desinfec membro, sua posterior desinfecção e imobiliza ão e imobilização, sem a ocorrência de qualquer tipo de complica ão, sem a ocorrência de qualquer tipo de complicação. O doente manteve ão. O doente manteve- se sempre consciente, hemodinamicamente est se sempre consciente, hemodinamicamente estável e sem dores at vel e sem dores até à unidade hospitalar. Foi operado de imediato, com unidade hospitalar. Foi operado de imediato, com recurso a uma Anestesia Geral Combinada (BSA + AGB), resultando recurso a uma Anestesia Geral Combinada (BSA + AGB), resultando na amputa na amputação do MID pelo ão do MID pelo dio da coxa. P dio da coxa. Pós s – operat operatório imediato e tardio decorreu sem qualquer tipo de evento digno rio imediato e tardio decorreu sem qualquer tipo de evento digno de registo. de registo. Bibliografia Bibliografia: 1) “Anaesthesia, Pain, Intensive Care and Emergency Medicine - A.P.I.C.E”, de A.Gullo 2) “Prehospital and emergency room pain management for the adult trauma patient”, de Caroline Telion e Pierre Carli. OBJECTIVO: OBJECTIVO: Na emergência pr Na emergência pré- hospitalar, o conhecimento de t hospitalar, o conhecimento de técnicas de anestesia regional cnicas de anestesia regional pode pode- se revelar primordial no controlo da dor. A realiza se revelar primordial no controlo da dor. A realização de bloqueios ão de bloqueios perif periféricos encontra ricos encontra- se bastante documentada na bibliografia, enquanto que os se bastante documentada na bibliografia, enquanto que os bloqueios centrais são muito pouco utilizados no pr bloqueios centrais são muito pouco utilizados no pré- hospitalar devido hospitalar devido às s particularidades singulares da t particularidades singulares da técnica, cnica, à necessidade de assepsia e de uma necessidade de assepsia e de uma correcta monitoriza correcta monitorização hemodinâmica. ão hemodinâmica.

Transcript of 1º Congresso Nacional de Emergência Médica, 30 Setembro a 2 … CNEM BSA... · 2009-11-04 · NO...

BLOQUEIO SUBARACNOIDEU NO PRÉ-HOSPITALAR:

A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

BLOQUEIO SUBARACNOIDEU BLOQUEIO SUBARACNOIDEU NO PRNO PRÉÉ--HOSPITALAR: HOSPITALAR:

A PROPA PROPÓÓSITO DE UM CASO CLSITO DE UM CASO CLÍÍNICONICO

INTRODUINTRODUÇÇÃO:ÃO:

No actual estado da arte, a actuaNo actual estado da arte, a actuaçção dos profissionais de saão dos profissionais de saúúde na abordagem do de na abordagem do

politraumatizado consiste na avaliapolitraumatizado consiste na avaliaçção sistemão sistemáática da Via Atica da Via Aéérea (rea (AirwayAirway), Ventila), Ventilaçção ão

((BreathingBreathing), Circula), Circulaçção (ão (CirculationCirculation), estado neurol), estado neurolóógico (gico (DisabilityDisability) e exposi) e exposiçção ão

((ExpositionExposition), bem como na realiza), bem como na realizaçção das medidas de ressuscitaão das medidas de ressuscitaçção necessão necessáárias ao rias ao

doente. doente. Existem situaExistem situaçções particulares em que a intervenões particulares em que a intervençção do mão do méédico consiste dico consiste

essencialmente no controlo da dor para que, com seguranessencialmente no controlo da dor para que, com segurançça e com o ma e com o míínimo stress nimo stress

fisiolfisiolóógico para o doente, seja possgico para o doente, seja possíível estabilizar e transportar a vvel estabilizar e transportar a víítima ao hospital. tima ao hospital.

CASO CLCASO CLÍÍNICO:NICO:

Accionamento da Viatura MAccionamento da Viatura Méédica Emergência e Reanimadica Emergência e Reanimaçção (VMER) para ão (VMER) para

prestar assistência a um indivprestar assistência a um indivííduo do sexo duo do sexo ♂♂, de 71 anos, com antecedentes , de 71 anos, com antecedentes

pessoais de Hipertensão Arterial, vpessoais de Hipertensão Arterial, víítima de acidente agrtima de acidente agríícola com um arado cola com um arado

motorizado, no concelho de Cascais. motorizado, no concelho de Cascais.

CONCLUSÃO:CONCLUSÃO:

Na abordagem do politraumatizado, o controle emergente da dor, aNa abordagem do politraumatizado, o controle emergente da dor, a analgesia analgesia

e a sedae a sedaçção constituem reais desafios na emergência prão constituem reais desafios na emergência préé--hospitalar. A hospitalar. A

escolha da tescolha da téécnica analgcnica analgéésica depende do estado fsica depende do estado fíísico do doente, da sico do doente, da

localizalocalizaçção e tipo de lesões apresentadas e em particular da experiência ão e tipo de lesões apresentadas e em particular da experiência do do

mméédico no local. Os bloqueios perifdico no local. Os bloqueios perifééricos ricos (plexos ou de nervos) (plexos ou de nervos) e do neuroeixo e do neuroeixo

são alternativas exequsão alternativas exequííveis em determinadas situaveis em determinadas situaçções especiais, desde que ões especiais, desde que

sejam garantidos os indispenssejam garantidos os indispensááveis cuidados na realizaveis cuidados na realizaçção destas tão destas téécnicascnicas. .

Em situaEm situaçções muito particulares, e apões muito particulares, e apóós cuidadosa avalias cuidadosa avaliaçção dos prão dos próós e s e

contras, o recurso a estas tcontras, o recurso a estas téécnicas pode constituir uma solucnicas pode constituir uma soluçção muito eficaz ão muito eficaz

no controlo da dor.no controlo da dor.

1º Congresso Nacional de Emergência Médica, 30 Setembro a 2 Outubro 2009, Centro Congressos do Estoril

Lufinha, ALufinha, A**; Duarte, C; Duarte, C****

VMER do Hospital de São Francisco XavierVMER do Hospital de São Francisco Xavier

Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, EPECentro Hospitalar Lisboa Ocidental, EPE

* Assistente Hospitalar de Anestesiologia* Assistente Hospitalar de Anestesiologia

** Tripulante Ambulância Socorro da VMER** Tripulante Ambulância Socorro da VMER

ÀÀ chegada da VMER, o doente encontravachegada da VMER, o doente encontrava--se sentado sobre o arado agrse sentado sobre o arado agríícola, apresentando o membro inferior direito cola, apresentando o membro inferior direito

(MID) esfacelado, polifracturado, enrolado e preso nas lâminas d(MID) esfacelado, polifracturado, enrolado e preso nas lâminas do arado, o que lhe provocava dores insuporto arado, o que lhe provocava dores insuportááveis. O veis. O

doente encontravadoente encontrava--se consciente (GCS 15) e hemodinamicamente estse consciente (GCS 15) e hemodinamicamente estáável. Procedeuvel. Procedeu--se se àà avaliaavaliaçção inicial e ão inicial e

monitorizamonitorizaçção do doente. De seguida, efectuouão do doente. De seguida, efectuou--se um Bloqueio Subaracnoideu (BSA) com Lidocase um Bloqueio Subaracnoideu (BSA) com Lidocaíína (50 mg) e Sufentanil na (50 mg) e Sufentanil

(2,5 (2,5 µµg), ao ng), ao níível L4 vel L4 –– L5, por abordagem mediana, utilizandoL5, por abordagem mediana, utilizando--se o mandril de um cateter endovenoso perifse o mandril de um cateter endovenoso periféérico G20. rico G20.

ObteveObteve--se um rse um ráápido e eficaz bloqueio motor e sensitivo, com npido e eficaz bloqueio motor e sensitivo, com níível em T11, o que permitiu a extracvel em T11, o que permitiu a extracçção delicada do ão delicada do

membro, sua posterior desinfecmembro, sua posterior desinfecçção e imobilizaão e imobilizaçção, sem a ocorrência de qualquer tipo de complicaão, sem a ocorrência de qualquer tipo de complicaçção. O doente manteveão. O doente manteve--

se sempre consciente, hemodinamicamente estse sempre consciente, hemodinamicamente estáável e sem dores atvel e sem dores atéé àà unidade hospitalar. Foi operado de imediato, com unidade hospitalar. Foi operado de imediato, com

recurso a uma Anestesia Geral Combinada (BSA + AGB), resultando recurso a uma Anestesia Geral Combinada (BSA + AGB), resultando na amputana amputaçção do MID pelo ão do MID pelo ⅓⅓ mméédio da coxa. Pdio da coxa. Póós s ––

operatoperatóório imediato e tardio decorreu sem qualquer tipo de evento dignorio imediato e tardio decorreu sem qualquer tipo de evento digno de registo.de registo.

BibliografiaBibliografia:

1) “Anaesthesia, Pain, Intensive Care and Emergency Medicine - A.P.I.C.E”, de A.Gullo

2) “Prehospital and emergency room pain management for the adult trauma patient”, de Caroline Telion e Pierre Carli.

OBJECTIVO:OBJECTIVO:

Na emergência prNa emergência préé--hospitalar, o conhecimento de thospitalar, o conhecimento de téécnicas de anestesia regional cnicas de anestesia regional

podepode--se revelar primordial no controlo da dor. A realizase revelar primordial no controlo da dor. A realizaçção de bloqueios ão de bloqueios

perifperifééricos encontraricos encontra--se bastante documentada na bibliografia, enquanto que os se bastante documentada na bibliografia, enquanto que os

bloqueios centrais são muito pouco utilizados no prbloqueios centrais são muito pouco utilizados no préé--hospitalar devido hospitalar devido ààs s

particularidades singulares da tparticularidades singulares da téécnica, cnica, àà necessidade de assepsia e de uma necessidade de assepsia e de uma

correcta monitorizacorrecta monitorizaçção hemodinâmica.ão hemodinâmica.