1como nos tornamos professores2
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Essa é uma história que eu conheço apenas o começo, assim dizia Kasper Hauser ao tentar elaborar uma narrativa.E ele mesmo justificava que para continuar era preciso conhecer mais.Assim, ao tecer uma história, ele se enredava, tecendo a história, tecia a si mesmo.
O Princípio...o sonho...
“A certeza na frente a história na mão”
Um medo: Será que dou conta? A eterna pergunta que me persegue ...que provoca sempre o eterno retorno.
Duas escolas – mesma cidade – Realidades diferentes
Escola da Comunidade São Benedito
O susto veio na forma de conselho:
O conselho ( professora de história) diante de meu entusiasmo: “ Não se preocupe esses alunos daqui não aprendem nada...não vale a pena”
Da observação do conteúdo:
•Troca de surdas e sonoras desde a 5a. Até os 1os. Anos• Problemas na organização do texto desde a diferenciação De gêneros até a própria lógica organizacional Todos os problemas possíveis e imagináveis de ortografia e concordância.• A biblioteca não existia.(existir existia ...mas...)
O que fazer ? E a matéria? Como resolver o problema das trocas de surdas e sonoras? O que elas significavam?
“É preciso estar atento e forte...”
Olhando para os estudantes: Quem eram? Quem são?
Movimentos sociais:
Jornal do Bairro: O Estopim
Associação de Bairro dirigida por mulheres
Padres Franciscanos Xaverianos
Comunidade Kolpping
Invasão das Terras da Caixa Econômica
Surdas e Sonoras –produção de material alternativo
Nesse momento acreditava que se trouxesse à consciência o que acontecia e organizasse de tal forma que elaborassem hipóteses sobre o “erro” conseguiriam superar.
Sem deixar de trabalhar o conteúdo, optei por trabalhar muito a produção de texto;
•Conflito do conceito de arte
•Debates com convidados: Deus dá o frio conforme o cobertor?
A 2a. Escola –
Estudantes de classe média – Bairro Padre Eustáquio.
O Susto – o poder
Primeiro dia de aula
A sala e eu
Paulo Leminski
Atrás da Porta...
Alunos que vigiavam o professor fazendo relatórios
Textos censurados pela supervisão
Livros questionados pelos pais
Um manual didático....horroroso
Um estudante desprezado pelas matérias exatas,
Um grande comentário: “Então o que nos dizem na televisão sobre a reforma agrária é mentira?”
Produção de texto : lugar de escuta•Correção comentada•Produção coletiva•Correção coletiva•Reescrita•“ ah fia... Cê tá achando que eu vou escrever tudo de novo?”É ruim heim!
•Literatura : desafinando o coro dos contentes
•Firewell, Coleção Vagalume!
•Leitura de Jornais
•Análises de propagandas
• Aberturas de novelas
•Seminários , debates, convidados
Conflitos e confrontos•Supervisão e orientaçãoE a gramática? Entenda-se : “ e o ensino tecnicista- repetitivo, decoreba, aquilo que é concreto?”Com os estudantes apenas o estranhamento inicial, depois “ agora entendemos o que a senhora está fazendo com a gente...”Com colegas – competição do afeto –outras competições. Um rasgo de interdisciplinariedade
POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estãoAtravancando o meu caminho,Eles passarão.Eu passarinho! Mário Quintana
Democracia que não se confunde com democratite.Da Escuta verdadeira que provoca busca de respostas,e principalmente da ideia de que o estudante é um indivíduo e um sujeito surgiram os trabalhos.Além disso, o estudo, como busca desesperada, das habilidades cognitivas que podemos despertar.
“ Que importa o nome da rosa, senão o perfume que dela exala? W.Sheakespeare – Romeu e Julieta
•Redação, Produção de texto : Qual o objetivo?•Lugar de Prazer – de construção de subjetividade de encontro consigo mesmo, de identidade, de organização dos conflitos internos/externos , de busca de sentido ,de diálogo.... Dialógica e dialeticamente•A importância do feedback ...•Assim nasceram os livros, revistinhas em quadrinhos, a homenagem a Machado de Assis, os Poemas, as Revistas, as Propagandas,e a ousadia de um documentário.•Na verdade leitura e redação sempre andaram juntas
Às Terças Hoje, escrevo sem compromisso sem obrigação de escrever em busca de pontuação.Escrevo, por não mais conseguir passar uma terça-feira sem fazê-lo.Não tenho culpa pois, se tenho ao redor de mim um ambiente tão agradável, estou sé em casa, e tenho como sempre as mesmas figuras.Olho pela janela e como sempre vejo os pequenos pinheiros sendo levados de um lado para o outro pelo vento, na minha frente belas pinturas.Tudo tão rotineiro, menos esta incrível necessidade de estar com a lapiseira em punho para escrever. Vontade tão grande que mesmo não tendo afazeres da disciplina de Redação, resolvi inventá-los em busca de prazer. E estas linhas podem não ser tão importantes para quem estiver lendo, mas digo que para mim são.E se isto já foi dito, gostaria de saber o que nunca foi.
Mais diretamente...Se eu tiver realmente a coragem e a vontade de lhe entregar estas linhas, não espero que a senhora compreenda a minha pura intenção, mas sim a boa imagem que tenho de seus atos que provocam em mim tão bom sentimento. Fico imaginando, quando lê várias redações que lhe são entregues, como se sente.Pois para mim basta ler as escritas de colegas (quando estes transmitem a mim a confiança de poder lê-las), para que desça sobre mim um sentimento diferente do normal, que não tenho até com outros autores consagrados o de estar por alguns momentos vendo e lendo apenas as partes boas das pessoas.Pois ao escreverem não buscam somente os atos do dia-a dia e sim uma mistura com seus sentimentos.Logo então, digo que esta redação tem esta mistura, e espero que como outras seja proveitosa.
Alexandre Martins – 17/09/96
Pra se combinar comigo
Tem que ter opinião
Cacaso – Face a Face
Questionamento de correção
.Miguel
•A prova que ninguém respondeu
Você roubou um ponto meu!
Você tá copiando meu trabalho?Não copia não que aquela demônia lê até as nossas vírgulas!
•Importância da correção com indicações de melhoras, bem como da reescrita.•Importância da problematização de tudo.•Nada é banal.(rock e censura)•A importância de ler a indiferença e lutar contra ela, problematizando-a.•O outro existe e leva perigo à meta!
Anos 2000- Novo susto -
Mudei eu, ou mudou o rio?
•Violência nas escolas /Violência verbal
•Invisibilidade social /Indiferença
•Aspectos que não são locais, mas antes manifestações da própria organização social ( o mal estar da pós modernidade)
•Desqualificação profissional
•Reflexos do sentido do conhecimento em nossa sociedade
•Novas leituras... Novos estudos para novas intervenções
O que se perde na escola, muitas vezes, é a chance de discutir os projetos, de fazer com que tenham sentido, dar condições para que de informação,se transformem em conhecimento, mas somos nós, professores, que, individualmente, decidimos em sala de aula.