1ª coríntios

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I Carta de Paulo aos Coríntios

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I Carta de Paulo aos Coríntios

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AUTOR

 Paulo, o apóstolo. Clemente de Roma (por volta de 96 d.C.) escreveu a Corinto, citando as admoestações de Paulo desta carta. Inácio (que faleceu por volta de 107 d.C.) e Justino Mártir (que faleceu por volta de 165 d.C.) conheciam bem as palavras de Paulo encontradas nesta carta. Ela foi incluída no cânon de Marcião, e o Fragmento Muratoriano tem-na como a primeira das cartas de Paulo. Esta carta ocupa o lugar mais seguro entre todas as cartas atribuídas a Paulo.

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OCASIÃO

 Foi afirmado acima que Paulo havia escrito pelo menos uma carta anterior à igreja em Corinto, a "carta anterior" referida em I Cor. 5:9, da qual pode ser descoberto um possível problema na igreja. Aparente mente, entre talvez outras razões, Paulo havia escrito uma admoestação acerca do não disciplinamento de um caso de imoralidade na família da igreja.

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OCASIÃO

Os irmãos acharam a admoestação de Paulo ambígua, e escreve ram em resposta a ele, assinalando a ambigüidade alegada. Pelo menos três representantes levaram a carta, juntamente com a comunicação pessoal particular acerca dos negócios da igreja (16:17). Entrementes, Apolo havia retornado a Éfeso (16:12), Sóstenes chegado (1:1), e alguns da casa de Cloé (1:11) haviam informado Paulo sobre a situação da igreja. 

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Destas fontes, Paulo soube acerca das divisões na igreja (1:10-12), um caso de gritante imoralidade (5:1) e o levar disputas perante tribunais pagãos (6:1). Era necessário dar respostas à igreja acerca de sua com preensão da "carta anterior" (5:9-13), casamento e celibato (7:1), o comer carnes sacrificadas às deidades pagãs (8:1), a adoração pública (11:2; 12:1), a ressurreição (15:1), a coleta para os crentes pobres de Jerusalém (16:1) e sobre Apolo (16:12). 

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Com todas as interrogações e problemas, teria sido melhor, natural mente, ir até Corinto, mas Paulo sentiu que não podia deixar Éfeso no momento (16:8,9). O melhor que ele pôde fazer, naquelas circunstân cias, foi escrever e enviar um emissário pessoal, Timóteo (4:14-21), que chegaria a Corinto depois desta carta (16:10). Como resultado, os crentes de todas as épocas têm esta notável carta. Nenhuma carta de Paulo responde a tantas questões práticas ou apresenta tão vigorosamente as implicações éticas colocadas sobre a vida cristã em uma sociedade pagã imoral. 

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DATA

 Aproximadamente 54-55 d.C. 

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ESTRUTURA E CONTEÚDO

 Depois da saudação normal paulina e o dar graças pela igreja em Corinto (1:1-9), Paulo escreve acerca das divisões na igreja (1:10-4:21). Esta informação havia sido dada por membros da família de Cloé (1:11). Paulo demonstra que o "espírito de partidos" dentro da comunidade cristã é incompatível com o espírito de amor (1:12-16), não está de acordo com os princípios básicos do evangelho (1:17-3:4), tampouco está baseado no propósito de Deus de prover ministros para a igreja (3:5-4:21).

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O material de 5:1-6:20 aparentemente fora mencionado na "carta anterior", mas havia sido compreendido erroneamente. Isto é em especial verdadeiro quanto à imoralidade gritante (5:1-8). Tal pecado flagrante deveria ter sido tratado e condenado através de ação disciplinar adequa da, para prevenir tal propagação de pecado por toda a igreja e a destruição do poder do evangelho na comunidade (5:6-8). A imoralidade simplesmente não pode ser tolerada dentro do corpo da igreja (5:9-13), e o litígio entre cristãos perante tribunais pagãos é inconcebível (6:1-11). O pecado do orgulho e insistência sobre o direito de alguém é tão imoral para o cristão quanto o é a fornicação (6:12-20). O cristão individualmen te e os cristãos coletivamente formam um templo para o uso exclusivo do Espírito Santo (6:19,20).

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O capítulo 7 foi escrito em resposta a uma pergunta da igreja (7:1). Cláudio havia estabelecido uma lei que exigia que as pessoas se casassem; todos os solteiros teriam que pagar um imposto. O governo romano estava tentando dominar as condições imorais do Império, e pensou que uma maneira de fazer isto era estabilizar a situação da família. Também os judeus achavam uma desgraça uma mocinha de quinze anos ou um jovem acima de vinte não serem casados.

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A pergunta da igreja em Corinto foi: "É certo um cristão (especialmente um homem) não se casar?" Ao respon der, Paulo escreve que é certo permanecer solteiro (7:1). Deve-se observar que Paulo não usa o comparativo aqui. Também em 7:6, vê-se que esta é a opinião de Paulo, e não uma ordem expressa do Senhor. Devido à prevalência da fornicação por toda parte em Corinto, seria melhor, diz Paulo, pelo testemunho da igreja, que os homens se casassem. Casar ou não casar, contudo, deve ser determinado, procurando-se a vontade de Deus em cada caso (7:7).

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Em se tratando de casamentos mistos, aqueles em que um dos cônjuges se torna um crente depois de ter casado, o peso de dissolver-se o casamento cai sobre o cônjuge não-crente (7:8-24). É logicamente admitido no Novo Testamento que um cristão jamais deve entrar numa relação tal com um não-crente que possa levar ao casa mento; um cristão simplesmente não pode casar-se com um não-cristão. Cada coisa relacionada com o casamento e a vida familiar deverá ser tratada à luz da vontade de Deus para cada situação (7:25-40).

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Outra pergunta dirigida a Paulo tinha a ver com o comer carne (8:1). Para se entender a resposta de Paulo, é necessário conhecer-se o costume que havia em Corinto acerca de vender-se carne. Normalmente, qualquer pessoa que tinha um animal para vender, primeiramente o levaria a um dos templos pagãos e o ofereceria como um sacrifício ao ídolo pagão. Os trabalhadores do templo ficariam com uma parte e o proprietário, então, pegaria as partes restantes e as venderia no mercado. Freqüentemente os trabalhadores do templo também vendiam o que haviam recebido.

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Qualquer pessoa que comprasse carne nos açougues (10:25) não poderia saber se a carne havia ou não sido primeiramente dedicada a um ídolo. Nesta passagem, Paulo acentua os princípios da liberdade cristã e da responsabilidade cristã. Ele primeiro estabelece o princípio da liberdade cristã quanto ao temor dos ídolos (deuses pagãos que não são deuses), lembrando que há, na realidade, um só Deus (8:3-6). Contudo, este conhecimento da liberdade cristã impõe certas responsabilidades. O princípio, em toda parte, é que a liberdade de um cristão forte na fé deve ser voluntariamente cedida para ajudar o irmão que tem uma fraca consciência (8:7-13).

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Como exemplo desta entrega de direitos, Paulo diz que ele não insistia em ter os direitos de um apóstolo quando ele trabalhou entre eles (9:1-27). Não existe, escreve Paulo, nenhum lugar, na vida de um seguidor de Cristo, para o orgulho ou insistência sobre os direitos de liberdade próprios (9:23-27), por causa de possíveis conseqüências trágicas, conforme vistas no exemplo de Israel (10:1-13).

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O princípio geral a seguir é que um cristão não deve tomar parte em nenhuma atividade em honra de um deus pagão. Na sua própria casa, a pessoa pode comer, dando graças, qualquer carne comprada nos mercados (10:25,26). Se for feita uma pergunta acerca da origem da carne, é melhor não comer (10:28-31). A liberdade que a pessoa tem em Cristo deve ser limitada pelo princípio de amor e preocupação pelo desenvolvimento espiritual de seu irmão.

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Paulo teve sua atenção chamada para desordens na adoração comum da igreja, e ele escreve sobre isto em 11:2-14:40. Primeiro ele escreve sobre o papel das mulheres na adoração pública (11:2-16). Esta passagem deve ser lida e entendida à luz da situação histórica de Corinto. Por causa do papel das mulheres na adoração licenciosa no templo de Afrodite, como "prostitutas sagradas" e sacerdotisas, qualquer ajuntamento no qual as mulheres tomassem uma parte importante era suspeita.

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O cabelo curto era indicação de que a mulher era ou havia sido uma das adoradoras daquela deusa. Seu papel como sacerdotisa permitia-lhe ser voz ativa nos ajuntamentos públicos. Paulo diz que, a fim de evitar qualquer confusão da adoração de Afrodite com a de Jesus Cristo, uma mulher cristã não deveria nem cortar seu cabelo curto nem falar numa assembléia cristã. O princípio é que não deveria haver absolutamente nenhuma confusão da adoração de Deus com a de qualquer deidade pagã, na mente de nenhuma pessoa que visitasse uma adoração cristã pública.

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Outra desordem tinha a ver com a maneira pela qual os Coríntios celebravam a Ceia do Senhor (11:17-34). A igreja em Corinto era composta de ricos e de pobres igualmente. Era o costume da igreja primitiva ter um jantar que seria seguido pela Ceia do Senhor. Durante o jantar, os membros abastados comeriam até encher, enquanto os membros mais pobres eram solicitados a ficar de lado (11:20-22). Depois da refeição, os membros pobres então seriam convidados a participar com os membros ricos na Ceia do Senhor. Paulo escreve que isto é incompatível com o significado real da Ceia do Senhor (11:20-34).

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Participar com tais divisões é celebrar de uma maneira indigna, e isto é pecado, porque o corpo de Cristo (a Igreja) não é discernido (11:27-30). Se não puder ser fornecida comida para todos os presentes, então a "festa de amor" deve ser dispensada e somente a Ceia do Senhor celebrada, em demonstração da unidade e unicidade do Corpo de Cristo (11:34). 

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Outro caso de desordem na adoração pública é tratado nos capítulos 12 a 14. Infelizmente, a palavra "dons" encontrou seu caminho em várias traduções de 12:1. Esta palavra não se encontra em nenhum manuscrito grego existente. O problema parece ser mais com membros "espirituais" do que acerca dos "dons" (12:1-3; 14:37-40).

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Aqueles que afirmavam ter alcançado um nível superior de "espiritualidade" desejavam demonstrar seu crescimento avançado através de uma mostra pública de seus "dons espirituais". Paulo escreve que os dons de Deus para a igreja, através de membros individuais, são para a igreja inteira, e não para a glória pessoal de algum único membro (12:4-30).

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A espiritualidade não se vê nas consecuções de uma pessoa, mas, antes, na utilidade de uma pessoa em despreender-se para ajudar o corpo da igreja inteira, através do amor auto-sacrificial (12:31-13:13). De fato, o mais observável e mais evidente dos dons (falar em línguas) é o menos proveitoso de todos para a adoração pública (14:19,23). A adoração cristã pública deverá ser feita com decência, com tão pouca confusão quanto possível e com entendimento, a fim de que todos possam glorificar a Deus através do Senhor Jesus Cristo (14:26-40)

 

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A importância e natureza da ressurreição é tratada no capítulo 15. Paulo dá ênfase à importância da ressurreição como sendo central na mensagem cristã (15:1-12). Fora da ressurreição real de Jesus, não pode haver um lar para o cristão (15:13-19). A dúvida acerca da ressurreição do corpo vem da idéia grega sobre a inerente natureza má da carne.

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A filosofia grega, numa tentativa de explicar a origem do mal e por que os homens sofrem, afirmava que a alma, sendo imortal, torna-se presa na prisão de carne, o corpo. O universo físico, e, portanto, a carne, é criação de espíritos maus. A salvação só pode ocorrer quando a alma, tendo obtido conhecimento suficiente acerca dos mistérios do universo, é liberta do ciclo interminável de reencarnações e é absorvida finalmente no remoto Deus, o Primeiro-Movedor.

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Paulo insiste que Deus é o Criador do universo e que o corpo é bom, não mau em si. Na ressurreição, este corpo carnal (adaptado agora para esta esfera) deve ser transformado em um corpo adaptado para a esfera do céu (15:20-50). A certeza da mensagem cristã é que, exatamente como Jesus ressuscitou do túmulo (15:20-28), da mesma forma o corpo do crente será transformado, para ser igual ao do Senhor ressurreto (15:51-54).

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Esta salvação não depende do conhecimento de uma pessoa, mas se apóia na relação da pessoa para com o Senhor Jesus Cristo, através de quem se tem a vitória sobre o pecado, a morte e a sepultura (15:54-58).

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É feita menção em 16:1-4 acerca da oferta a ser coletada e mandada para os cristãos pobres de Jerusalém. Após escrever acerca de seus planos pessoais de viagem para visitar Corinto e Macedônia (16:5-9), Paulo indica seu envio de Timóteo para chegar a Corinto após esta carta (16:10-13). Paulo então conclui a carta com saudações pessoais, uma advertência final e uma bênção (16:14-24).