196
-
Upload
felipe-torres-silva -
Category
Documents
-
view
20 -
download
0
Transcript of 196
-
5/24/2018 196
1/64
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSACENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLGICAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA E DE PRODUOPROJETO DE MONOGRAFIA
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIDAS EMTEMPO REAL DE TENSO, CORRENTE, POTNCIA EENERGIA CONECTADO PORTA PARALELA DO
COMPUTADOR
MARCELO ANTNIO ALVES LIMA
VIOSA MGJANEIRO/2007
-
5/24/2018 196
2/64
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIDAS EMTEMPO REAL DE TENSO, CORRENTE, POTNCIA EENERGIA CONECTADO PORTA PARALELA DO
COMPUTADOR
Trabalho de Concluso de Cursosubmetido Universidade Federal deViosa para a obteno dos crditosreferentes disciplina Monografia eSeminrio do curso de EngenhariaEltrica.
VIOSA MGJANEIRO/2007
-
5/24/2018 196
3/64
i
DEDICATRIA
Aos meus pais, minha irm, meus amigos e minha namorada Tatiana.
-
5/24/2018 196
4/64
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeo a Deus por ter me dado o milagre da vida. Aos meus pais pela
tima educao que me deram, o que com certeza me possibilitou de hoje estar escrevendo
este trabalho. Aos meus avs Raimundo e Maria, a Tio Geraldo e Marina, por sempre terem
acreditado no meu sucesso. Tatiana, pelo imenso carinho, conforto e apoio. A Augusto de
Caux Henriques Damasceno, pela amizade, pelas inmeras ajudas nos estudos (inclusive neste
trabalho) e pelas discusses produtivas. A Janison Rodrigues de Carvalho, pela amizade, pelas
ajudas nos estudos, por agentar meus desabafos e pelas companhias nas baladas. A
Alexandre Tadeu Gomes de Carvalho, por ter depositado confiana em mim e permitido que
eu ampliasse meus conhecimentos em seu laboratrio. Ao meu orientador de monografia
Andr Gomes Torres, por ter me sugerido este trabalho e me ajudado a dar os primeiros
passos nos novos conhecimentos adquiridos.
-
5/24/2018 196
5/64
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Tenso e corrente em um circuitoN...........................................................14
Figura 2 Potncia instantnea peridica e potncia mdia .......................................15
Figura 3 - Representao dos 3 tipos de potncias atravs do tringulo de potncias.
(a) tringulo de potncias, (b) tringulo de potncias com as equaes das 3
potncias, (c) tringulo de potncias para uma cargaRL, (d) tringulo de potncias
para uma cargaRC.......................................................................................................20
Figura 4 - Sinal de corrente de uma carga no-linear alimentada pela rede eltrica e o
seu espectro..................................................................................................................21
Figura 5 - Diagrama de blocos das etapas do processamento digital de sinais no
tempo contnuo ............................................................................................................23
Figura 6 - Representao de um sinal no tempo discreto ............................................23
Figura 7 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) sinal no tempo discreto, )(nx ; (c)
sinal amostrado em T, )(txi .........................................................................................25
Figura 8 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) espectro de )(txa ; (c) trem de
impulsos )(tp ; (d) espectro de )(tp ; (e) sinal amostrado em T, )(txi ; (f) espectro
ideal de )(txi ................................................................................................................26
Figura 9 - (a) Espectro do sinal no tempo contnuo. Espectros de )(txi para: (b)
cs = 2 ; (c) cs 2 ......................................................................27
Figura 10 - Um sinal falso devido a subamostragem ..................................................28
Figura 11 - Circuito bsicosample and hold...............................................................29
Figura 12 - Sinais de entrada e sada de um circuito sample and hold........................30
Figura 13 - Representao em diagrama de blocos de um comparador analgico .....31
Figura 14 - Diagrama geral de uma classe de ADCs .................................................32
Figura 15 - Filtro digital de primeira ordem................................................................33
Figura 16 - Filtro digital tipo FIR forma direta ...........................................................36
Figura 17 - Filtro digital tipo IIR forma direta ............................................................36
Figura 18 - Diagrama de blocos da parte experimental ...............................................37Figura 19 - Circuito integrado ACS754-050 e seu diagrama de blocos......................39
-
5/24/2018 196
6/64
iv
Figura 20 - Tenso de sada versus corrente primria .................................................40
Figura 21 - Sinal de tenso original e depois condicionado para a faixa de 0 a 5V....41
Figura 22 - Circuito condicionador de sinal ................................................................42
Figura 23 - Circuito do filtro passa-baixas de 2 ordem ..............................................43
Figura 24 - Circuitos dos filtros anti-aliasing utilizados .............................................44
Figura 25 - Resposta em freqncia dos filtros ...........................................................45
Figura 26 - Diagrama de blocos do ADS7816.............................................................46
Figura 27 - Circuito de converso A/D........................................................................46
Figura 28 - Interconexo dos blocos............................................................................48
Figura 29 - Fluxograma ...............................................................................................50Figura 30 - Especificao das caractersticas de transmisso do filtro passa-baixas ..52
Figura 31 Fotos das placas confeccionadas e da apresentao dos resultados na tela
do computador .............................................................................................................55
Figura 32 Freqncia de amostragem e sadas do circuito condicionador e sensor
de corrente....................................................................................................................56
Figura 33 Um pequeno sinal coletado e sua DFT ....................................................57
Figura 34 Resultados das medidas de um ferro de passar ........................................59
Figura 35 Resultados das medidas de um micro-computador PC............................60
-
5/24/2018 196
7/64
v
LISTA DE TABELA
Tabela 1 Principais especificaes do ACS754-050 ................................................40
Tabela 2 Descrio dos pinos do ADS7816 .............................................................47
Tabela 3 Algumas especificaes do ADS7816.......................................................47
Tabela 4 Coeficientes obtidos...................................................................................54
-
5/24/2018 196
8/64
vi
SIMBOLOGIA
A/D Analgico/Digital
ADC Conversor Analgico/DigitalCS Seleciona chip
D/A Digital/Analgico
DAC Conversor Digital/Analgico
DFT Transformada Discreta de Fourier
EOC Fim de converso
FIR Resposta ao impulso de durao finita
IIR Resposta ao impulso de durao infinitaIRQ0 Sinalizao de um pedido de interrupo de hardware pelo relgio do sistema
RMS Raiz quadrada da mdia do valor ao quadrado
S/H Amostrador/Segurador
TTL Lgica transistor-transistor
-
5/24/2018 196
9/64
vii
SUMRIO
DEDICATRIA........................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................II
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................III
LISTA DE TABELA ..................................................................................................V
SIMBOLOGIA..........................................................................................................VI
SUMRIO ................................................................................................................VII
RESUMO................................................................................................................... IX
ABSTRACT............................................................................................................... IX
1 INTRODUO....................................................................................................10
1.1 Objetivos ...........................................................................................................11
1.2 Organizao do Texto .......................................................................................11
2 REVISO DE LITERATURA...........................................................................13
2.1 Potncia em Regime Permanente C.A. .............................................................13
2.1.1 Introduo................................................................................................13
2.1.2 Potncia no Domnio do Tempo e Potncia Mdia.................................132.1.3 Valores Eficazes ......................................................................................16
2.1.4 Fator de Potncia .....................................................................................18
2.1.5 Potncia Reativa ......................................................................................19
2.1.6 Sinais Peridicos No-Senoidais.............................................................20
2.2 Processamento Digital de Sinais no Tempo Contnuo......................................22
2.2.1 Introduo................................................................................................22
2.2.2 Amostragem de Sinais no Tempo Contnuo ...........................................23
2.2.2.1 Teorema da Amostragem ...........................................................24
2.2.3 Circuito Sample-and-Hold ......................................................................29
2.2.4 Conversor Analgico-Digital ..................................................................30
2.3 Filtros Digitais ..................................................................................................33
3 DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE MEDIO DE TENSO E
CORRENTE...............................................................................................................373.1 Sensor de Corrente ............................................................................................38
-
5/24/2018 196
10/64
viii
3.2 Placa de Condicionamento de Sinal..................................................................41
3.3 Filtros Passa-Baixas ..........................................................................................42
3.3.1 Freqncia de Amostragem e Projeto dos Filtros Anti-Aliasing ............44
3.4 Conversores A/D...............................................................................................45
3.5 Interconexo dos Blocos ...................................................................................48
3.6 Software C/C++ .............................................................................................48
3.7 Projeto dos Filtros Digitais ...............................................................................52
4 RESULTADOS E DISCUSSES.......................................................................55
4.1 Freqncia de Amostragem ..............................................................................56
4.2 Quantizao.......................................................................................................574.3 Respostas dos Filtros Digitais ...........................................................................58
5 CONCLUSES....................................................................................................61
5.1 Trabalhos Futuros .............................................................................................61
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.....................................................................62
-
5/24/2018 196
11/64
ix
RESUMO
Este trabalho descreve a implementao de um sistema de aquisio de dados para
sinais de tenso e corrente de equipamentos residenciais e industriais. O Sistema constitudopor um circuito eletrnico conectado porta paralela de um computador e por um software
que controla o circuito e realiza o processamento digital. O C/C++ foi a linguagem de
programao utilizada. Os sinais discretos de tenso e corrente obtidos possuem informaes
teis que podem ser extradas pelo processamento digital. O software calcula em tempo real
valores de tenso e corrente RMS, potncia mdia, fator de potncia e energia consumida
atravs de filtros digitais. Este trabalho explora uma importante tcnica do processamento
digital de sinais: filtragem digital. Como aplicao do sistema, so apresentados e discutidosresultados de medidas em equipamentos eltricos comuns.
Palavras-Chave: aquisio de dados, processamento digital de sinais, filtros digitais,
qualidade de energia.
ABSTRACT
This work describes the development of an acquisition data system for voltage and
current signals of residencial and industrial loads. The system is composed by the electronic
circuit conected to the parallel port of a personal computer and the software who controls the
circuit and does the digital processing. The C/C++ was the programing language used here.
The discrete signals of voltage and current obtained possess some usefull information who
can be extracted by digital processing. The software produces in real-time values of RMS
voltage and current, average power, power factor and consumed energy by the use of Digital
Filters. It can be seem that this work explore an important technique of Digital Signal
Processing: digital filtering. Results of measurements in usual electrical equipments are
shown.
Keywords:data acquisition, digital signal processing, digital filtering, power quality.
-
5/24/2018 196
12/64
10
1 Introduo
Diversos equipamentos eletro-eletrnicos absorvem corrente eltrica da rede de
alimentao com caractersticas de forma de onda distorcidas, isto , a corrente absorvida
no senoidal como deveria ser. Desta forma, so provocados vrios danos rede de
fornecimento de energia eltrica, principalmente perda de energia no sistema de
transmisso e distribuio. Atualmente, estes e outros problemas da qualidade da energia
eltrica so muito prejudiciais, e no sero resolvidos em curto prazo, o que indica ser este
um campo de pesquisa necessrio para o momento e para o futuro.
Portanto, necessrio investir no desenvolvimento de equipamentos de medio
para verificao e fiscalizao dos consumidores. Neste sentido, se faz justo investigar
formas de medio e anlise do consumo de energia eltrica mais adequadas que as
convencionais. Este trabalho tem por objetivo apresentar um equipamento de baixo custo e
verstil que realize a aquisio de sinais eltricos, e um programa que controla a interface e
analisa os dados obtidos.
O equipamento adquire os sinais de tenso e corrente de alimentao dos
equipamentos ligados rede eltrica atravs de dois conversores A/D e depois envia osdados para o computador, atravs da porta paralela (porta de impressora). Um circuito
condicionador ajusta o sinal de tenso medido dentro da faixa permitida pela entrada de seu
conversor A/D. O sensor de corrente baseado em efeito Hall, o sinal de corrente
convertido em tenso e devidamente condicionado, e aplicado entrada de outro
conversor A/D. Segundo o teorema da amostragem, a mxima freqncia dos sinais
amostrados no deve ultrapassar a metade da taxa de amostragem dos conversores A/D.
Para que o teorema seja respeitado, so utilizados filtros analgicos passa-baixas anti-
aliasing para cada um dos sinais.
Um programa escrito em linguagem C++ executado em modo real. Este programa
responsvel por controlar e receber dados dos conversores A/D, e determina o intervalo
de aquisio dos dados dos seus circuitos de amostragem e reteno. importante que as
amostras sejam feitas a intervalos bem regulares para que a anlise fornea resultados
corretos. A fim de manter a freqncia de amostragem constante, so explorados recursos
de interrupo IRQ0 em modo real. O programa tambm manipula os dados obtidos, e a
-
5/24/2018 196
13/64
11
partir deles, calcula outros dados importantes, tais como tenso e corrente eficazes,
potncia mdia, fator de potncia e consumo de energia. Estes dados so obtidos em tempo
real, ou seja, to logo realizada uma nova aquisio, j so calculados novos valores. Para
que isto seja realizado, so utilizados filtros digitais, que permitem que a cada novo dado de
entrada, uma nova sada seja obtida. O programa mostra os resultados na tela do
computador e tambm salva em arquivo de texto para posterior anlise.
1.1 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de um prottipo queadquira sinais de tenso e corrente de cargas alimentadas pela rede eltrica, os converta
para a forma digital e propicie a sua transferncia para a memria do computador
utilizando-se como interface a porta paralela. Alm disso, o trabalho tem outros objetivos,
quais sejam:
Estudo de potncia eltrica em regime C.A., alm de tenses e correnteseficazes e de fator de potncia;
Estudo das tcnicas de processamento digital de sinais de tempo contnuo,tais como teorema da amostragem, circuitos de amostragem e reteno e
converso analgico-digital;
Estudo de filtros digitais e discretizao de sistemas, e de suas aplicaes naanlise de qualidade de energia eltrica;
Desenvolvimento do sistema de medidas de tenso, corrente, potncia eenergia e verificao de seu funcionamento.
1.2 Organizao do Texto
O texto apresentado est organizado nos seguintes captulos:
No captulo 2 so apresentadas a teoria de potncia eltrica em regime C.A., as
tcnicas de processamento digital de sinais no tempo contnuo e a teoria de filtros digitais,
-
5/24/2018 196
14/64
12
conceitos tericos necessrios para a compreenso do desenvolvimento do sistema de
medio proposto.
No captulo 3 so estudados detalhadamente todos os blocos constituintes do
prottipo, tais como sensor de corrente, circuito condicionador de sinal, filtros anti-aliasing,
conversores A/D, o software de controle da interface e de anlise dos dados obtidos e a
implementao dos filtros digitais.
No captulo 4 so apresentados resultados experimentais ilustrando o desempenho
do prottipo e discusses sobre seu funcionamento.
No captulo 5 so apresentadas as concluses do trabalho, em conjunto com
propostas de continuidade.
-
5/24/2018 196
15/64
13
2 Reviso de Literatura
Na reviso de literatura so apresentados todos os conceitos fundamentais, os quais
devem ser enfatizados e conhecidos para o desenvolvimento e implementao do sistema
de medio proposto.
2.1 Potncia em Regime Permanente C.A.
2.1.1 Introduo
Nesta seo sero estudadas as relaes de potncia para uma rede que excitada
por tenses ou correntes peridicas. Sero feitas anlises para tenses e correntes senoidais,
visto que quase toda a energia eltrica gerada nessa forma. A potncia instantnea a
velocidade na qual a energia absorvida por um elemento, e varia em funo do tempo. A
mais importante medida de potncia, particularmente para tenses e correntes peridicas,
apotncia mdia. A potncia mdia igual taxa mdia na qual a energia absorvida por
um elemento, e independente do tempo. Potncias mdias so encontradas na faixa entre
poucos picowatts, em aplicaes como em satlites de comunicao, at milhes de watts,em aplicaes tais como o suprimento de eletricidade para uma grande cidade. Ser vista
tambm uma regra matemtica para caracterizar as tenses e correntes peridicas,
conhecida como valor eficaz ou rms, alm do conceito de fator de potncia associado a
uma carga.
2.1.2 Potncia no Domnio do Tempo e Potncia Mdia
A potncia instantnea que entra em um circuito Nde dois terminais (Figura 1)
definida por [01]:
)()()( titvtp = (2.1)
onde v(t)e i(t)so a tenso e a corrente instantneas nos terminais, respectivamente. Sep
positivo, a energia entregue ao circuito. Sep negativo, a energia devolvida do circuito
para a fonte.
-
5/24/2018 196
16/64
14
Sendo que a capacidade de armazenamento de energia de um indutor ou de um
capacitor finita, estes elementos passivos no podem continuar recebendo energia sem
devolv-la. Portanto, no estado permanente e durante cada ciclo, toda a energia recebida
por um indutor ou um capacitor devolvida. A energia recebida por um resistor, entretanto,
utilizada na realizao de trabalho.
Figura 1 Tenso e corrente em um circuitoN
Para exemplificar, considera-se o caso de tenso e corrente senoidais. Uma tenso
senoidal )cos( tVvm
= aplicada nos terminais de uma impedncia =
||ZZ estabelece
uma corrente )cos( = tIi m , em que o ngulo de defasagem entre a tenso e a
corrente. A potncia entregue impedncia no tempo t:
(2.2)
A potncia instantnea na Eq. (2.2) consiste de uma componente senoidal
)2cos(21 tIV
mm mais uma componente independente do tempo cos21
mmIV , que a
potncia mdiaP[01]. A potncia mdia tambm chamada depotncia ativa oupotncia
tile tem como unidade o Watt (W). A componente senoidal, por sua vez, varia no tempo e
tem freqncia duas vezes maior que a freqncia da tenso e da corrente.
)2cos(2
1cos
2
1
)]2cos([cos2
1
)cos(cos)(
+=
+=
==
tIVIV
tIV
ttIVvitp
mmmm
mm
mm
-
5/24/2018 196
17/64
15
Matematicamente, o valor mdio de qualquer funo peridica definido como a
integral no tempo da funo durante um perodo completo, dividida pelo perodo. Portanto,
a potncia mdiaPpara uma potncia instantnea peridicap dada por [02]:
+
=Tt
t
pdtT
P1
1
1 (2.3)
onde t1 arbitrrio, e Tum perodo completo do sinal.
A potncia mdia para tenso e corrente puramente senoidais ilustrada na Figura
2. Durante parte de um ciclo, a potncia instantnea positiva, o que indica que o fluxo de
potncia est entrando na carga. Durante o restante do ciclo, a potncia instantnea
negativa, o que indica que o fluxo de potncia se dirige da carga para a fonte. O fluxoresultante de potncia durante um ciclo , entretanto, no-negativo e chamado de potncia
mdia.
Figura 2 Potncia instantnea peridica e potncia mdia
Sendo o valor mdio de )2cos( t em um perodo igual a zero. Da Eq. 2.2
observa-se que [01]:
-
5/24/2018 196
18/64
16
cos2
mmIVP= (2.4)
Logo, a potncia mdia absorvida pelo bipolo representado na Figura 1, considerandotenso e corrente senoidais, determinada pelas amplitudes Vm e Im e pelo cosseno do
ngulo de defasagem.
Se o bipolo um resistor R, ento 0= , e mm RIV = , de forma que a Eq. (2.4)
torna-se
2
2
1mR RIP = (2.5)
No caso de um indutor, = 90 , e no caso de um capacitor, = 90 , logo paraqualquer dos dois, pela Eq. (2.4), 0=P . Portanto, um indutor ou um capacitor, ou para o
caso de uma rede constituda somente por indutores e capacitores ideais, em qualquer
combinao, a potncia mdia dissipada zero. Fisicamente, indutores e capacitores ideais
armazenam energia durante uma parte do perodo e a devolvem durante a outra parte, de
forma que a potncia mdia entregue zero.
Se 0= , o dispositivo equivalente a um resistor, e se 2/= (ou 2/ ), o
dispositivo equivalente a uma indutncia (ou a uma capacitncia). Para 02/
-
5/24/2018 196
19/64
17
O valor eficaz de qualquer corrente (tenso) peridica uma constante que igual
corrente (tenso) c.c., que iria entregar a mesma potncia mdia para uma resistncia R
[02]. Desta forma, seIef o valor eficazde i, pode-se escrever:
==T
ef dtRiT
RIP0
22 1
da qual a corrente eficaz :
=T
ef dtiT
I0
21 (2.6)
De forma similar:
=T
ef dtvT
V0
21 (2.7)
O termo eficaz traduo da abreviatura de rms. Analisando a Eq. (2.6), observa-se
que na verdade, toma-se a raiz (root) quadrada da mdia (mean) do valor ao quadrado
(square) da corrente.
Da definio, o valor eficaz de uma constante (c.c.) simplesmente a prpria
constante. O caso c.c. um caso especial )0( = da mais importante tipo de forma de
onda, a tenso ou a corrente senoidal.Considera-se uma corrente senoidal )cos( += tIi
m, onde o ngulo de fase
inicial da corrente. Ento, da Eq. (2.6) encontra-se que [02]:
+=w
m
ef dttI
I/2
0
22
)(cos2
resolvendo-se a integral acima:
2
m
ef
II = (2.8)
Desta forma, uma corrente senoidal tendo uma amplitude Im, entrega a mesma potncia
mdia a uma resistnciaRque uma corrente c.c. de valor igual a 2/mI . Tambm se pode
ver que a corrente eficaz independente da freqncia ou da fase inicial da corrente.
Do mesmo modo, no caso da tenso senoidal, encontra-se que:
2m
ef
VV = (2.9)
-
5/24/2018 196
20/64
18
Substituindo-se esses valores na Eq. (2.4), para um bipolo alimentado por tenso e corrente
senoidais, chega-se a:
cosefefIVP= (2.10)
Na prtica, valores eficazes so empregados normalmente nas reas de gerao e
distribuio de energia. Por exemplo, a tenso que chega nas casas de 127V ou 220V.
Esses valores so eficazes, sendo que as amplitudes dessas tenses so, respectivamente,
V1802127 = e V3112220 = .
2.1.4 Fator de Potncia
O produto VefIef chamado de potncia aparente [02]. A unidade de potncia
aparente o voltampere (VA), de forma a se evitar engano e confuso com a unidade de
potncia mdia, o watt (W). A potncia aparente o valor constante mximo que a potncia
mdia pode assumir. Quando nesse caso, diz-se que h mxima transferncia da potncia.
A relao da potncia mdia com a potncia aparente definida como fator de
potncia[02]. Essa relao vlida para quaisquer formas de ondas da tenso e da corrente,
desde que sejam peridicas. Portanto, definindo-se o fator de potncia comofp, tem-se que:
efefIV
Pfp= (2.11)
Para o caso de tenso e corrente senoidais, a potncia mdia como descrito pela
Eq. (2.10). Sendo assim:
coscos
==efef
efef
IV
IVfp (2.12)
O fator de potncia, como pode ser visto, adimensional. Para o caso de cargaspuramente resistivas, a tenso est em fase com a corrente, sendo = 0, e, portanto fp = 1.
Nesse caso, a potncia mdia ser igual potncia aparente. Este um caso de fator de
potncia unitrio. Um fator de potncia unitrio tambm pode existir para cargas que
contenham indutores e capacitores, desde que suas reatncias se cancelem. Ajustar as
reatncias das cargas para que se aproximem dessa condio muito importante em
sistemas eltricos de potncia [02].
-
5/24/2018 196
21/64
19
Em uma carga puramente reativa, 90= ,fp= 0 e a potncia mdia zero. Neste
caso, a carga equivalente a uma indutncia ou a uma capacitncia, e a corrente e a tenso
diferem em fase de 90.
Uma carga para a qual 090
-
5/24/2018 196
22/64
20
2.1.6 Sinais Peridicos No-Senoidais
O aumento do nmero de equipamentos eletrnicos na indstria, edifcioscomerciais e mesmo nas residncias, dentre diversos outros equipamentos, tem provocado
um aumento crescente dos problemas nas redes eltricas devido insero de cargas no-
lineares no sistema. Os sinais de corrente e conseqentemente de potncia nesses casos so
peridicos, mas no senoidais. Em razo disso, constata-se a gerao de tenses no
senoidais, transitrios e outros distrbios. Estes e muitos outros problemas so casos de
estudos da rea de qualidade de energia.
(a) (b)
(c)
(d)
Figura 3 - Representao dos 3 tipos de potncias atravs do tringulo de potncias. (a)tringulo de potncias, (b) tringulo de potncias com as equaes das 3 potncias, (c)
tringulo de potncias para uma cargaRL, (d) tringulo de potncias para uma cargaRC
-
5/24/2018 196
23/64
21
A definio de potncia mdia apresentada na Eq. (2.3) tambm se aplica a sinais
peridicos no-senoidais. Um sinal peridico qualquer pode ser decomposto em uma srie
de senides com valores de freqncias sendo mltiplos inteiros da freqncia fundamental
do sinal [02]. Essas senides so chamadas de harmnicos. A Figura 4 mostra um sinal de
corrente com forte distoro harmnica e o seu espectro. Em geral, equipamentos
alimentados por fontes chaveadas apresentam esse formato de onda de corrente. Pode-se
observar a presena de freqncias mltiplas mpares da fundamental (60Hz), em especial
as primeiras (180Hz, 300Hz e 420Hz).
Figura 4 -Sinal de corrente de uma carga no-linear alimentada pela rede eltrica e o seuespectro
As definies de corrente eficaz e de tenso eficaz apresentadas na Eq. (2.6) e na
Eq. (2.7), respectivamente, tambm se aplicam a quaisquer formas de onda peridicas.
Como conseqncia, a Eq. (2.11) para clculo do fator de potncia tambm se aplica a
quaisquer sinais de tenso e corrente peridicos de mesma freqncia fundamental.
-
5/24/2018 196
24/64
22
2.2 Processamento Digital de Sinais no Tempo Contnuo
2.2.1 Introduo
A maioria dos sinais que se encontram na natureza so contnuos no tempo, tais
como a temperatura, a fala e as imagens. Cada vez mais, algoritmos de processamento de
sinais de tempo discreto esto sendo usados para processar tais sinais, e so implementados
empregando sistemas de tempo discreto analgicos ou digitais. Para o processamento por
sistemas digitais, os sinais de tempo discreto so representados na forma digital em que
cada amostra uma palavra binria. Portanto, necessita-se de circuitos de interface
analgica para digital e digital para analgica para converter os sinais de tempo contnuo
para a forma de tempo discreto digital, e vice-versa. Como resultado, necessrio
desenvolver as relaes entre os sinais de tempo contnuo e os sinais de tempo discreto
equivalentes no domnio do tempo e no domnio da freqncia.
O circuito de interface que realiza a converso de um sinal de tempo contnuo para a
forma digital chamado de conversor analgico-digital (A/D). A operao reversa de
converso de um sinal digital em um sinal de tempo contnuo implementada pelo circuito
de interface chamado conversor digital-analgico (D/A). Em adio a esses dispositivos,
necessita-se de alguns circuitos. Sendo que a converso analgico-digital, freqentemente,
leva uma quantidade de tempo para ser realizada, necessrio assegurar que o sinal
analgico na entrada do conversor A/D permanea constante em amplitude at que a
converso se complete, a fim de minimizar o erro na sua representao. Isto realizado por
um dispositivo chamado de circuito sample-and-hold (S/H), que tem dois propsitos: ele
no apenas amostra o sinal de tempo contnuo de entrada, mas tambm segura o valor
analgico amostrado constante em sua sada por tempo suficiente para permitir umaconverso precisa pelo conversor A/D. A sada do conversor D/A possui uma onda na
forma de escada. Portanto necessrio suavizar o sinal de sada utilizando-se um filtro
analgico de reconstruo (suavizador). Finalmente, na maioria das aplicaes, os sinais de
tempo contnuo a serem processados tm uma largura de banda (bandwidth) maior que a
largura de banda dos processadores de tempo discreto disponveis. Para prevenir um efeito
prejudicial chamado aliasing, um filtro analgico anti-aliasing colocado antes do circuito
-
5/24/2018 196
25/64
23
S/H. O diagrama de blocos ilustrando os requerimentos funcionais para o processamento de
tempo discreto digital de um sinal no tempo contnuo indicado na Figura 5.
Figura 5 - Diagrama de blocos das etapas do processamento digital de sinais no tempocontnuo
2.2.2 Amostragem de Sinais no Tempo Contnuo
Na maioria dos casos, um sinal x(n)no tempo discreto consiste em uma seqncia
de amostras de um sinal )(txa , isto [03]:
)()( nTxnx a= . ,...2,1,0=n (2.15)
onde cada nmerox(n)corresponde a uma amplitude do sinal em cada instante nT. Como n
inteiro, T representa o intervalo entre dois pontos consecutivos nos quais o sinal
definido. Um exemplo de representao de um sinal no tempo discreto mostrado naFigura 6.
Figura 6 - Representao de um sinal no tempo discreto
-
5/24/2018 196
26/64
24
Caso deseja-se processar o sinal no tempo contnuo )(txa usando um sistema no
tempo discreto, preciso primeiramente convert-lo, conforme a Eq. (2.15), processar
digitalmente a entrada no tempo discreto e ento converter a sada no tempo discreto de
volta ao domnio do tempo contnuo. Portanto, para que essa operao seja efetiva,
essencial que se tenha a capacidade de restaurar um sinal no tempo contnuo a partir de suas
amostras. Nesta seo, sero mostradas as condies para que um sinal no tempo contnuo
possa ser recuperado a partir de suas amostras.
2.2.2.1 Teorema da AmostragemDado um sinal x(n) no tempo discreto derivado de um sinal )(txa no tempo
contnuo conforme a Eq. (2.15), define-se um sinal )(txi no tempo contnuo consistindo de
um trem de impulsos em nTt= , cada um deles com rea igual a )()( nTxnx a= [03].
Exemplos dos sinais )(txa , )(nx e )(tx i so representados na Figura 7.
O sinal )(tx i pode ser expresso como:
=
=n
i nTtnxtx )()()( (2.16)
A Eq. (2.16) tambm pode ser escrita como:
)()()( tptxtx ai = (2.17)
indicando que )(txi tambm pode ser obtido pela multiplicao do sinal )(txa no tempo
contnuo por um trem de impulsos definido como:
=
=n
nTttp )()( . (2.18)
Pode-se provar que a transformada de Fourier do sinal )(tx i dada por [03]:
=
=
k
ai kT
jjXT
jX 21
)( (2.19)
A Eq. (2.19) mostra que o espectro de )(txi composto de infinitas cpias deslocadas do
espectro de )(txa , sendo os deslocamentos na freqncia mltiplos inteiros da freqncia
-
5/24/2018 196
27/64
25
de amostragem Ts /2= . A Figura 8 mostra exemplos dos sinais )(txa , )(tp e )(txi e
suas respectivas transformadas de Fourier.
Figura 7 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) sinal no tempo discreto, )(nx ; (c) sinal
amostrado em T, )(tx i
Da Eq. (2.19) e da Figura 8f, observa-se que, a fim de se evitar que as cpias
repetidas do espectro de )(txa interfiram umas com as outras, este sinal deve ter largura de
faixa limitada. Sua largura de faixa c deve ser tal que a extremidade superior do espectro
centrado na origem se situe abaixo da extremidade inferior do espectro centrado ems ,
isto , csc 2 (2.20)
-
5/24/2018 196
28/64
26
ou seja, que a freqncia de amostragem tem que ser maior que o dobro da largura da faixa
unilateral do sinal no tempo contnuo. A freqncia c= 2 chamada defreqncia de
Nyquist do sinal no tempo contnuo )(txa . Se a condio imposta pela Eq. (2.20) for
satisfeita, o sinal )(txa pode ser recuperado isolando-se a parcela do espectro de )(txi que
corresponde ao espectro de )(txa . Isto pode ser feito filtrando-se o sinal )(txi com um
filtro passa-baixas ideal com largura de faixa de s /2 [03].
Figura 8 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) espectro de )(txa ; (c) trem de impulsos
)(tp ; (d) espectro de )(tp ; (e) sinal amostrado em T, )(txi ; (f) espectro ideal de )(txi
Caso a condio imposta pela Eq. (2.20) no seja satisfeita, as repeties do
espectro interferem uma com a outra, e o sinal de tempo contnuo no pode ser recuperado
a partir de suas amostras. Essa sobreposio das repeties do espectro de )(txa em )(txi ,
-
5/24/2018 196
29/64
27
que ocorre quando a freqncia de amostragem menor que c2 chamada de aliasing
[03]. As Figuras 9b-d mostram os espectros de )(tx i para s igual a, menor que e maior
que c2 , respectivamente.
Figura 9 - (a) Espectro do sinal no tempo contnuo. Espectros de )(tx i para: (b)cs = 2 ; (c) cs 2
O resultado de toda esta abordagem realizada sobre recuperao de sinais de tempo
contnuo a partir de seus sinais em tempo discreto o Teorema da Amostragem de Nyquist,
enunciado a seguir.
TEOREMA DA AMOSTRAGEM:
Se um sinal )(txa no tempo contnuo tem largura de faixa limitada, isto , sua
transformada de Fourier tal que 0)( =jXa para c> || , ento )(txa pode ser
completamente recuperado a partir do sinal no tempo discreto )()( nTxnx a= se e somente
se a freqncia de amostragem s satisfaz cs > 2 . [03].
Para exemplificar a teoria sobre amostragem de sinais, apresentada anteriormente de
maneira formal, considera-se a seguinte situao. Imagina-se seguramente que a maior
-
5/24/2018 196
30/64
28
freqncia em um sistema de udio seja menor do que 10KHz. Sendo assim, deve-se
amostrar o sinal a 20000 amostras por segundo para que seja possvel reconstruir o sinal. Se
por algum motivo, um tom de 12KHz estivesse presente na entrada do sinal, infelizmente o
sistema no iria ignor-lo simplesmente por ele ser muito alto! Em vez disso, aconteceria o
fenmeno de aliasing (falseamento ou sobreposio). Um sinal falso seria gerado pela
amostragem do sinal a uma taxa menor do que a taxa mnima de duas vezes a maior
freqncia de entrada. Nesse caso, qualquer freqncia acima de 10KHz produziria uma
freqncia falsa. A freqncia falsa sempre a diferena entre qualquer mltiplo inteiro da
freqncia de amostragemFs(20KHz) e a freqncia de entrada que est sendo digitalizada
(12KHz) [04]. Em vez de escutar um tom de 12KHz no sinal reconstrudo, escutaria-se umtom de 8KHz que no o sinal original.
Ainda um outro exemplo de como o aliasing ocorre. Considera-se a onda senoidal
mostrada na Figura 10. Sua freqncia 1,9KHz. Os pontos mostram onde a forma de onda
amostrada, a cada 500s (Fs= 2KHz). Se os pontos que formam a onda amostrada forem
interconectados, descobre-se que eles formam uma onda cosenoidal que tem um perodo de
100ms e uma freqncia de 100Hz. Isso demonstra que a freqncia falsa igual a
diferena entre a freqncia de amostragem e a freqncia de entrada. Se pudesse escutar a
sada resultante dessa aquisio de dados, ela no soaria como 1,9KHz; ela soaria como
100Hz.
Figura 10 - Um sinal falso devido a subamostragem
-
5/24/2018 196
31/64
29
Num processo real de amostragem recorre-se ao projeto e a utilizao de Filtros
Passa-Baixas, passivos ou ativos, para remoo de sinais de alta freqncia do sinal a ser
amostrado, garantindo a relao cs > 2 e evitando-se assim o fenmeno de aliasing.
Tais filtros so chamados de filtros anti-aliasing [05]. O objetivo do filtro Passa-Baixas
anti-aliasing , portanto, tornar o sinal em um sinal de largura de faixa limitada.
2.2.3 Circuito Sample-and-Hold
A sada em largura limitada do filtro analgico anti-aliasing ligada na entrada de
um circuito sample-and-hold (amostragem e reteno), que o segundo circuito na
interface entre os domnios de tempo contnuo e de tempo discreto. O circuito sample-and-
hold (S/H) amostra o sinal analgico em intervalos uniformes e retm o valor amostrado,
depois de cada operao de amostragem, por tempo suficiente para se ter uma converso
precisa pelo conversor A/D.
O circuito S/H bsico, mostrado na Figura 11, funciona do seguinte modo: Durante
a etapa de amostragem, a chave analgica S, que opera periodicamente, permanece fechada,
permitindo a ligao do sinal )(txa ao capacitor C e a sua carga at o valor dessa tenso.Durante o perodo de reteno, a chave permanece aberta, permitindo o capacitor carregado
segurar a tenso entre seus terminais at que a prxima etapa de amostragem se inicie. A
operao da chave controlada por um sinal digital de clock. O seguidor de tenso na sada
do circuito S/H age como um buffer entre o capacitor C e o estgio de entrada do conversor
A/D.
Figura 11 - Circuito bsicosample and hold
-
5/24/2018 196
32/64
30
As formas de ondas de entrada-sada do circuito S/H so mostradas na Figura 12,
onde a linha pontilhada representa o sinal de entrada )(txa e a linha slida representa o
sinal de sada )(txd , assumindo mudana instantnea do modo de amostragem para o modo
de reteno, e vice-versa.
Figura 12 - Sinais de entrada e sada de um circuitosample and hold
necessria a utilizao de um circuito S/H devido ao fato de os conversores A/D
levarem um certo tempo para a leitura do valor de tenso.
2.2.4 Conversor Analgico-Digital
A prxima etapa no processamento digital de um sinal analgico, a converso do
sinal de sada do circuito S/H para a forma digital, atravs de um conversor analgico-
digital (A/D). Sendo assim, o conversor A/D usado para converter o sinal de tempo
contnuo numa seqncia )(nx de nmeros. Um conversor analgico-digital recebe uma
tenso analgica de entrada, e aps um certo tempo, produz um cdigo digital de sada querepresenta a entrada analgica. Os sinais digitais so formados por conjuntos de bits, onde
cada bit pode assumir dois possveis nveis lgicos: 0 e 1.
Por exemplo, existem 256 possveis valores para um sinal digital de 8 bits. O
nmero de bits da sada do conversor A/D limita sua resoluo na representao do sinal
analgico de entrada, no qual existe um nmero infinito de valores de representao. A
principal caracterstica de um conversor A/D a sua resoluo, que determinada pelo
nmero de nveis discretos que podem ser assumidos pela sua sada. Para uma sada
-
5/24/2018 196
33/64
31
codificada na forma binria (0s e 1s) com um comprimento de N bits, o nmero de nveis
discretos disponveis N2 , e como resultado, a resoluo ou preciso 1 parte em N2
[05].
H uma variedade de conversores A/D que so usados em aplicaes de
processamento de sinais. Em todos esses conversores, o comparador analgico um
importante componente do circuito [05]. O comparador analgico um dispositivo que
compara duas tenses analgicas em sua entrada e fornece uma sada binria indicando
qual tenso de entrada maior. Com relao ao seu smbolo indicado na Figura 13, a
relao de entrada-sada do comparador analgico ser:
= +
,,
0V
VV
21
21
VV
VV
(2.21)
onde + >VV . Normalmente esses circuitos so projetados para que os nveis de tenso de
sua sada sejam compatveis com os nveis lgicos dos circuitos digitais convencionais.
Para a lgica TTL [04] +V compreende de 2V a 5V, e corresponde ao nvel lgico 1; e V
compreende de 0 a 0,8V, correspondente a nvel lgico 0.
Figura 13 - Representao em diagrama de blocos de um comparador analgico
Alguns tipos importantes de ADCs usam um DAC (conversor digital-analgico)
como parte de seus circuitos [04]. A Figura 14 mostra um diagrama em blocos geral para
essa classe de ADC. A temporizao para a operao fornecida pelo sinal de clock de
entrada. A unidade de controle contm o circuito lgico que comanda a seqncia de
operaes em resposta ao comando START, que inicia o processo de converso. O
amplificador operacional comparador tem duas entradas analgicas e uma sada digital que
muda de estado, dependendo de qual entrada analgica for maior.
-
5/24/2018 196
34/64
32
A operao bsica de ADCs desse tipo consiste nos seguintes passos:
1. O pulso START inicia a operao.2. Em uma freqncia determinada pelo clock, a unidade de controle modifica
continuamente o nmero binrio que armazenado no registrador.
3. O nmero binrio no registrador convertido para uma tenso analgicaVAXpelo conversor D/A.
4. O comparador compara VAX com a entrada analgica VA. Enquanto VAX