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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSACENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLGICAS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA E DE PRODUOPROJETO DE MONOGRAFIA

    DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIDAS EMTEMPO REAL DE TENSO, CORRENTE, POTNCIA EENERGIA CONECTADO PORTA PARALELA DO

    COMPUTADOR

    MARCELO ANTNIO ALVES LIMA

    VIOSA MGJANEIRO/2007

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    DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIDAS EMTEMPO REAL DE TENSO, CORRENTE, POTNCIA EENERGIA CONECTADO PORTA PARALELA DO

    COMPUTADOR

    Trabalho de Concluso de Cursosubmetido Universidade Federal deViosa para a obteno dos crditosreferentes disciplina Monografia eSeminrio do curso de EngenhariaEltrica.

    VIOSA MGJANEIRO/2007

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    DEDICATRIA

    Aos meus pais, minha irm, meus amigos e minha namorada Tatiana.

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus por ter me dado o milagre da vida. Aos meus pais pela

    tima educao que me deram, o que com certeza me possibilitou de hoje estar escrevendo

    este trabalho. Aos meus avs Raimundo e Maria, a Tio Geraldo e Marina, por sempre terem

    acreditado no meu sucesso. Tatiana, pelo imenso carinho, conforto e apoio. A Augusto de

    Caux Henriques Damasceno, pela amizade, pelas inmeras ajudas nos estudos (inclusive neste

    trabalho) e pelas discusses produtivas. A Janison Rodrigues de Carvalho, pela amizade, pelas

    ajudas nos estudos, por agentar meus desabafos e pelas companhias nas baladas. A

    Alexandre Tadeu Gomes de Carvalho, por ter depositado confiana em mim e permitido que

    eu ampliasse meus conhecimentos em seu laboratrio. Ao meu orientador de monografia

    Andr Gomes Torres, por ter me sugerido este trabalho e me ajudado a dar os primeiros

    passos nos novos conhecimentos adquiridos.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Tenso e corrente em um circuitoN...........................................................14

    Figura 2 Potncia instantnea peridica e potncia mdia .......................................15

    Figura 3 - Representao dos 3 tipos de potncias atravs do tringulo de potncias.

    (a) tringulo de potncias, (b) tringulo de potncias com as equaes das 3

    potncias, (c) tringulo de potncias para uma cargaRL, (d) tringulo de potncias

    para uma cargaRC.......................................................................................................20

    Figura 4 - Sinal de corrente de uma carga no-linear alimentada pela rede eltrica e o

    seu espectro..................................................................................................................21

    Figura 5 - Diagrama de blocos das etapas do processamento digital de sinais no

    tempo contnuo ............................................................................................................23

    Figura 6 - Representao de um sinal no tempo discreto ............................................23

    Figura 7 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) sinal no tempo discreto, )(nx ; (c)

    sinal amostrado em T, )(txi .........................................................................................25

    Figura 8 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) espectro de )(txa ; (c) trem de

    impulsos )(tp ; (d) espectro de )(tp ; (e) sinal amostrado em T, )(txi ; (f) espectro

    ideal de )(txi ................................................................................................................26

    Figura 9 - (a) Espectro do sinal no tempo contnuo. Espectros de )(txi para: (b)

    cs = 2 ; (c) cs 2 ......................................................................27

    Figura 10 - Um sinal falso devido a subamostragem ..................................................28

    Figura 11 - Circuito bsicosample and hold...............................................................29

    Figura 12 - Sinais de entrada e sada de um circuito sample and hold........................30

    Figura 13 - Representao em diagrama de blocos de um comparador analgico .....31

    Figura 14 - Diagrama geral de uma classe de ADCs .................................................32

    Figura 15 - Filtro digital de primeira ordem................................................................33

    Figura 16 - Filtro digital tipo FIR forma direta ...........................................................36

    Figura 17 - Filtro digital tipo IIR forma direta ............................................................36

    Figura 18 - Diagrama de blocos da parte experimental ...............................................37Figura 19 - Circuito integrado ACS754-050 e seu diagrama de blocos......................39

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    Figura 20 - Tenso de sada versus corrente primria .................................................40

    Figura 21 - Sinal de tenso original e depois condicionado para a faixa de 0 a 5V....41

    Figura 22 - Circuito condicionador de sinal ................................................................42

    Figura 23 - Circuito do filtro passa-baixas de 2 ordem ..............................................43

    Figura 24 - Circuitos dos filtros anti-aliasing utilizados .............................................44

    Figura 25 - Resposta em freqncia dos filtros ...........................................................45

    Figura 26 - Diagrama de blocos do ADS7816.............................................................46

    Figura 27 - Circuito de converso A/D........................................................................46

    Figura 28 - Interconexo dos blocos............................................................................48

    Figura 29 - Fluxograma ...............................................................................................50Figura 30 - Especificao das caractersticas de transmisso do filtro passa-baixas ..52

    Figura 31 Fotos das placas confeccionadas e da apresentao dos resultados na tela

    do computador .............................................................................................................55

    Figura 32 Freqncia de amostragem e sadas do circuito condicionador e sensor

    de corrente....................................................................................................................56

    Figura 33 Um pequeno sinal coletado e sua DFT ....................................................57

    Figura 34 Resultados das medidas de um ferro de passar ........................................59

    Figura 35 Resultados das medidas de um micro-computador PC............................60

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    LISTA DE TABELA

    Tabela 1 Principais especificaes do ACS754-050 ................................................40

    Tabela 2 Descrio dos pinos do ADS7816 .............................................................47

    Tabela 3 Algumas especificaes do ADS7816.......................................................47

    Tabela 4 Coeficientes obtidos...................................................................................54

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    SIMBOLOGIA

    A/D Analgico/Digital

    ADC Conversor Analgico/DigitalCS Seleciona chip

    D/A Digital/Analgico

    DAC Conversor Digital/Analgico

    DFT Transformada Discreta de Fourier

    EOC Fim de converso

    FIR Resposta ao impulso de durao finita

    IIR Resposta ao impulso de durao infinitaIRQ0 Sinalizao de um pedido de interrupo de hardware pelo relgio do sistema

    RMS Raiz quadrada da mdia do valor ao quadrado

    S/H Amostrador/Segurador

    TTL Lgica transistor-transistor

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    SUMRIO

    DEDICATRIA........................................................................................................... I

    AGRADECIMENTOS ...............................................................................................II

    LISTA DE FIGURAS...............................................................................................III

    LISTA DE TABELA ..................................................................................................V

    SIMBOLOGIA..........................................................................................................VI

    SUMRIO ................................................................................................................VII

    RESUMO................................................................................................................... IX

    ABSTRACT............................................................................................................... IX

    1 INTRODUO....................................................................................................10

    1.1 Objetivos ...........................................................................................................11

    1.2 Organizao do Texto .......................................................................................11

    2 REVISO DE LITERATURA...........................................................................13

    2.1 Potncia em Regime Permanente C.A. .............................................................13

    2.1.1 Introduo................................................................................................13

    2.1.2 Potncia no Domnio do Tempo e Potncia Mdia.................................132.1.3 Valores Eficazes ......................................................................................16

    2.1.4 Fator de Potncia .....................................................................................18

    2.1.5 Potncia Reativa ......................................................................................19

    2.1.6 Sinais Peridicos No-Senoidais.............................................................20

    2.2 Processamento Digital de Sinais no Tempo Contnuo......................................22

    2.2.1 Introduo................................................................................................22

    2.2.2 Amostragem de Sinais no Tempo Contnuo ...........................................23

    2.2.2.1 Teorema da Amostragem ...........................................................24

    2.2.3 Circuito Sample-and-Hold ......................................................................29

    2.2.4 Conversor Analgico-Digital ..................................................................30

    2.3 Filtros Digitais ..................................................................................................33

    3 DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE MEDIO DE TENSO E

    CORRENTE...............................................................................................................373.1 Sensor de Corrente ............................................................................................38

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    3.2 Placa de Condicionamento de Sinal..................................................................41

    3.3 Filtros Passa-Baixas ..........................................................................................42

    3.3.1 Freqncia de Amostragem e Projeto dos Filtros Anti-Aliasing ............44

    3.4 Conversores A/D...............................................................................................45

    3.5 Interconexo dos Blocos ...................................................................................48

    3.6 Software C/C++ .............................................................................................48

    3.7 Projeto dos Filtros Digitais ...............................................................................52

    4 RESULTADOS E DISCUSSES.......................................................................55

    4.1 Freqncia de Amostragem ..............................................................................56

    4.2 Quantizao.......................................................................................................574.3 Respostas dos Filtros Digitais ...........................................................................58

    5 CONCLUSES....................................................................................................61

    5.1 Trabalhos Futuros .............................................................................................61

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.....................................................................62

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    RESUMO

    Este trabalho descreve a implementao de um sistema de aquisio de dados para

    sinais de tenso e corrente de equipamentos residenciais e industriais. O Sistema constitudopor um circuito eletrnico conectado porta paralela de um computador e por um software

    que controla o circuito e realiza o processamento digital. O C/C++ foi a linguagem de

    programao utilizada. Os sinais discretos de tenso e corrente obtidos possuem informaes

    teis que podem ser extradas pelo processamento digital. O software calcula em tempo real

    valores de tenso e corrente RMS, potncia mdia, fator de potncia e energia consumida

    atravs de filtros digitais. Este trabalho explora uma importante tcnica do processamento

    digital de sinais: filtragem digital. Como aplicao do sistema, so apresentados e discutidosresultados de medidas em equipamentos eltricos comuns.

    Palavras-Chave: aquisio de dados, processamento digital de sinais, filtros digitais,

    qualidade de energia.

    ABSTRACT

    This work describes the development of an acquisition data system for voltage and

    current signals of residencial and industrial loads. The system is composed by the electronic

    circuit conected to the parallel port of a personal computer and the software who controls the

    circuit and does the digital processing. The C/C++ was the programing language used here.

    The discrete signals of voltage and current obtained possess some usefull information who

    can be extracted by digital processing. The software produces in real-time values of RMS

    voltage and current, average power, power factor and consumed energy by the use of Digital

    Filters. It can be seem that this work explore an important technique of Digital Signal

    Processing: digital filtering. Results of measurements in usual electrical equipments are

    shown.

    Keywords:data acquisition, digital signal processing, digital filtering, power quality.

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    1 Introduo

    Diversos equipamentos eletro-eletrnicos absorvem corrente eltrica da rede de

    alimentao com caractersticas de forma de onda distorcidas, isto , a corrente absorvida

    no senoidal como deveria ser. Desta forma, so provocados vrios danos rede de

    fornecimento de energia eltrica, principalmente perda de energia no sistema de

    transmisso e distribuio. Atualmente, estes e outros problemas da qualidade da energia

    eltrica so muito prejudiciais, e no sero resolvidos em curto prazo, o que indica ser este

    um campo de pesquisa necessrio para o momento e para o futuro.

    Portanto, necessrio investir no desenvolvimento de equipamentos de medio

    para verificao e fiscalizao dos consumidores. Neste sentido, se faz justo investigar

    formas de medio e anlise do consumo de energia eltrica mais adequadas que as

    convencionais. Este trabalho tem por objetivo apresentar um equipamento de baixo custo e

    verstil que realize a aquisio de sinais eltricos, e um programa que controla a interface e

    analisa os dados obtidos.

    O equipamento adquire os sinais de tenso e corrente de alimentao dos

    equipamentos ligados rede eltrica atravs de dois conversores A/D e depois envia osdados para o computador, atravs da porta paralela (porta de impressora). Um circuito

    condicionador ajusta o sinal de tenso medido dentro da faixa permitida pela entrada de seu

    conversor A/D. O sensor de corrente baseado em efeito Hall, o sinal de corrente

    convertido em tenso e devidamente condicionado, e aplicado entrada de outro

    conversor A/D. Segundo o teorema da amostragem, a mxima freqncia dos sinais

    amostrados no deve ultrapassar a metade da taxa de amostragem dos conversores A/D.

    Para que o teorema seja respeitado, so utilizados filtros analgicos passa-baixas anti-

    aliasing para cada um dos sinais.

    Um programa escrito em linguagem C++ executado em modo real. Este programa

    responsvel por controlar e receber dados dos conversores A/D, e determina o intervalo

    de aquisio dos dados dos seus circuitos de amostragem e reteno. importante que as

    amostras sejam feitas a intervalos bem regulares para que a anlise fornea resultados

    corretos. A fim de manter a freqncia de amostragem constante, so explorados recursos

    de interrupo IRQ0 em modo real. O programa tambm manipula os dados obtidos, e a

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    partir deles, calcula outros dados importantes, tais como tenso e corrente eficazes,

    potncia mdia, fator de potncia e consumo de energia. Estes dados so obtidos em tempo

    real, ou seja, to logo realizada uma nova aquisio, j so calculados novos valores. Para

    que isto seja realizado, so utilizados filtros digitais, que permitem que a cada novo dado de

    entrada, uma nova sada seja obtida. O programa mostra os resultados na tela do

    computador e tambm salva em arquivo de texto para posterior anlise.

    1.1 Objetivos

    Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento de um prottipo queadquira sinais de tenso e corrente de cargas alimentadas pela rede eltrica, os converta

    para a forma digital e propicie a sua transferncia para a memria do computador

    utilizando-se como interface a porta paralela. Alm disso, o trabalho tem outros objetivos,

    quais sejam:

    Estudo de potncia eltrica em regime C.A., alm de tenses e correnteseficazes e de fator de potncia;

    Estudo das tcnicas de processamento digital de sinais de tempo contnuo,tais como teorema da amostragem, circuitos de amostragem e reteno e

    converso analgico-digital;

    Estudo de filtros digitais e discretizao de sistemas, e de suas aplicaes naanlise de qualidade de energia eltrica;

    Desenvolvimento do sistema de medidas de tenso, corrente, potncia eenergia e verificao de seu funcionamento.

    1.2 Organizao do Texto

    O texto apresentado est organizado nos seguintes captulos:

    No captulo 2 so apresentadas a teoria de potncia eltrica em regime C.A., as

    tcnicas de processamento digital de sinais no tempo contnuo e a teoria de filtros digitais,

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    conceitos tericos necessrios para a compreenso do desenvolvimento do sistema de

    medio proposto.

    No captulo 3 so estudados detalhadamente todos os blocos constituintes do

    prottipo, tais como sensor de corrente, circuito condicionador de sinal, filtros anti-aliasing,

    conversores A/D, o software de controle da interface e de anlise dos dados obtidos e a

    implementao dos filtros digitais.

    No captulo 4 so apresentados resultados experimentais ilustrando o desempenho

    do prottipo e discusses sobre seu funcionamento.

    No captulo 5 so apresentadas as concluses do trabalho, em conjunto com

    propostas de continuidade.

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    2 Reviso de Literatura

    Na reviso de literatura so apresentados todos os conceitos fundamentais, os quais

    devem ser enfatizados e conhecidos para o desenvolvimento e implementao do sistema

    de medio proposto.

    2.1 Potncia em Regime Permanente C.A.

    2.1.1 Introduo

    Nesta seo sero estudadas as relaes de potncia para uma rede que excitada

    por tenses ou correntes peridicas. Sero feitas anlises para tenses e correntes senoidais,

    visto que quase toda a energia eltrica gerada nessa forma. A potncia instantnea a

    velocidade na qual a energia absorvida por um elemento, e varia em funo do tempo. A

    mais importante medida de potncia, particularmente para tenses e correntes peridicas,

    apotncia mdia. A potncia mdia igual taxa mdia na qual a energia absorvida por

    um elemento, e independente do tempo. Potncias mdias so encontradas na faixa entre

    poucos picowatts, em aplicaes como em satlites de comunicao, at milhes de watts,em aplicaes tais como o suprimento de eletricidade para uma grande cidade. Ser vista

    tambm uma regra matemtica para caracterizar as tenses e correntes peridicas,

    conhecida como valor eficaz ou rms, alm do conceito de fator de potncia associado a

    uma carga.

    2.1.2 Potncia no Domnio do Tempo e Potncia Mdia

    A potncia instantnea que entra em um circuito Nde dois terminais (Figura 1)

    definida por [01]:

    )()()( titvtp = (2.1)

    onde v(t)e i(t)so a tenso e a corrente instantneas nos terminais, respectivamente. Sep

    positivo, a energia entregue ao circuito. Sep negativo, a energia devolvida do circuito

    para a fonte.

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    Sendo que a capacidade de armazenamento de energia de um indutor ou de um

    capacitor finita, estes elementos passivos no podem continuar recebendo energia sem

    devolv-la. Portanto, no estado permanente e durante cada ciclo, toda a energia recebida

    por um indutor ou um capacitor devolvida. A energia recebida por um resistor, entretanto,

    utilizada na realizao de trabalho.

    Figura 1 Tenso e corrente em um circuitoN

    Para exemplificar, considera-se o caso de tenso e corrente senoidais. Uma tenso

    senoidal )cos( tVvm

    = aplicada nos terminais de uma impedncia =

    ||ZZ estabelece

    uma corrente )cos( = tIi m , em que o ngulo de defasagem entre a tenso e a

    corrente. A potncia entregue impedncia no tempo t:

    (2.2)

    A potncia instantnea na Eq. (2.2) consiste de uma componente senoidal

    )2cos(21 tIV

    mm mais uma componente independente do tempo cos21

    mmIV , que a

    potncia mdiaP[01]. A potncia mdia tambm chamada depotncia ativa oupotncia

    tile tem como unidade o Watt (W). A componente senoidal, por sua vez, varia no tempo e

    tem freqncia duas vezes maior que a freqncia da tenso e da corrente.

    )2cos(2

    1cos

    2

    1

    )]2cos([cos2

    1

    )cos(cos)(

    +=

    +=

    ==

    tIVIV

    tIV

    ttIVvitp

    mmmm

    mm

    mm

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    Matematicamente, o valor mdio de qualquer funo peridica definido como a

    integral no tempo da funo durante um perodo completo, dividida pelo perodo. Portanto,

    a potncia mdiaPpara uma potncia instantnea peridicap dada por [02]:

    +

    =Tt

    t

    pdtT

    P1

    1

    1 (2.3)

    onde t1 arbitrrio, e Tum perodo completo do sinal.

    A potncia mdia para tenso e corrente puramente senoidais ilustrada na Figura

    2. Durante parte de um ciclo, a potncia instantnea positiva, o que indica que o fluxo de

    potncia est entrando na carga. Durante o restante do ciclo, a potncia instantnea

    negativa, o que indica que o fluxo de potncia se dirige da carga para a fonte. O fluxoresultante de potncia durante um ciclo , entretanto, no-negativo e chamado de potncia

    mdia.

    Figura 2 Potncia instantnea peridica e potncia mdia

    Sendo o valor mdio de )2cos( t em um perodo igual a zero. Da Eq. 2.2

    observa-se que [01]:

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    cos2

    mmIVP= (2.4)

    Logo, a potncia mdia absorvida pelo bipolo representado na Figura 1, considerandotenso e corrente senoidais, determinada pelas amplitudes Vm e Im e pelo cosseno do

    ngulo de defasagem.

    Se o bipolo um resistor R, ento 0= , e mm RIV = , de forma que a Eq. (2.4)

    torna-se

    2

    2

    1mR RIP = (2.5)

    No caso de um indutor, = 90 , e no caso de um capacitor, = 90 , logo paraqualquer dos dois, pela Eq. (2.4), 0=P . Portanto, um indutor ou um capacitor, ou para o

    caso de uma rede constituda somente por indutores e capacitores ideais, em qualquer

    combinao, a potncia mdia dissipada zero. Fisicamente, indutores e capacitores ideais

    armazenam energia durante uma parte do perodo e a devolvem durante a outra parte, de

    forma que a potncia mdia entregue zero.

    Se 0= , o dispositivo equivalente a um resistor, e se 2/= (ou 2/ ), o

    dispositivo equivalente a uma indutncia (ou a uma capacitncia). Para 02/

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    O valor eficaz de qualquer corrente (tenso) peridica uma constante que igual

    corrente (tenso) c.c., que iria entregar a mesma potncia mdia para uma resistncia R

    [02]. Desta forma, seIef o valor eficazde i, pode-se escrever:

    ==T

    ef dtRiT

    RIP0

    22 1

    da qual a corrente eficaz :

    =T

    ef dtiT

    I0

    21 (2.6)

    De forma similar:

    =T

    ef dtvT

    V0

    21 (2.7)

    O termo eficaz traduo da abreviatura de rms. Analisando a Eq. (2.6), observa-se

    que na verdade, toma-se a raiz (root) quadrada da mdia (mean) do valor ao quadrado

    (square) da corrente.

    Da definio, o valor eficaz de uma constante (c.c.) simplesmente a prpria

    constante. O caso c.c. um caso especial )0( = da mais importante tipo de forma de

    onda, a tenso ou a corrente senoidal.Considera-se uma corrente senoidal )cos( += tIi

    m, onde o ngulo de fase

    inicial da corrente. Ento, da Eq. (2.6) encontra-se que [02]:

    +=w

    m

    ef dttI

    I/2

    0

    22

    )(cos2

    resolvendo-se a integral acima:

    2

    m

    ef

    II = (2.8)

    Desta forma, uma corrente senoidal tendo uma amplitude Im, entrega a mesma potncia

    mdia a uma resistnciaRque uma corrente c.c. de valor igual a 2/mI . Tambm se pode

    ver que a corrente eficaz independente da freqncia ou da fase inicial da corrente.

    Do mesmo modo, no caso da tenso senoidal, encontra-se que:

    2m

    ef

    VV = (2.9)

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    Substituindo-se esses valores na Eq. (2.4), para um bipolo alimentado por tenso e corrente

    senoidais, chega-se a:

    cosefefIVP= (2.10)

    Na prtica, valores eficazes so empregados normalmente nas reas de gerao e

    distribuio de energia. Por exemplo, a tenso que chega nas casas de 127V ou 220V.

    Esses valores so eficazes, sendo que as amplitudes dessas tenses so, respectivamente,

    V1802127 = e V3112220 = .

    2.1.4 Fator de Potncia

    O produto VefIef chamado de potncia aparente [02]. A unidade de potncia

    aparente o voltampere (VA), de forma a se evitar engano e confuso com a unidade de

    potncia mdia, o watt (W). A potncia aparente o valor constante mximo que a potncia

    mdia pode assumir. Quando nesse caso, diz-se que h mxima transferncia da potncia.

    A relao da potncia mdia com a potncia aparente definida como fator de

    potncia[02]. Essa relao vlida para quaisquer formas de ondas da tenso e da corrente,

    desde que sejam peridicas. Portanto, definindo-se o fator de potncia comofp, tem-se que:

    efefIV

    Pfp= (2.11)

    Para o caso de tenso e corrente senoidais, a potncia mdia como descrito pela

    Eq. (2.10). Sendo assim:

    coscos

    ==efef

    efef

    IV

    IVfp (2.12)

    O fator de potncia, como pode ser visto, adimensional. Para o caso de cargaspuramente resistivas, a tenso est em fase com a corrente, sendo = 0, e, portanto fp = 1.

    Nesse caso, a potncia mdia ser igual potncia aparente. Este um caso de fator de

    potncia unitrio. Um fator de potncia unitrio tambm pode existir para cargas que

    contenham indutores e capacitores, desde que suas reatncias se cancelem. Ajustar as

    reatncias das cargas para que se aproximem dessa condio muito importante em

    sistemas eltricos de potncia [02].

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    Em uma carga puramente reativa, 90= ,fp= 0 e a potncia mdia zero. Neste

    caso, a carga equivalente a uma indutncia ou a uma capacitncia, e a corrente e a tenso

    diferem em fase de 90.

    Uma carga para a qual 090

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    2.1.6 Sinais Peridicos No-Senoidais

    O aumento do nmero de equipamentos eletrnicos na indstria, edifcioscomerciais e mesmo nas residncias, dentre diversos outros equipamentos, tem provocado

    um aumento crescente dos problemas nas redes eltricas devido insero de cargas no-

    lineares no sistema. Os sinais de corrente e conseqentemente de potncia nesses casos so

    peridicos, mas no senoidais. Em razo disso, constata-se a gerao de tenses no

    senoidais, transitrios e outros distrbios. Estes e muitos outros problemas so casos de

    estudos da rea de qualidade de energia.

    (a) (b)

    (c)

    (d)

    Figura 3 - Representao dos 3 tipos de potncias atravs do tringulo de potncias. (a)tringulo de potncias, (b) tringulo de potncias com as equaes das 3 potncias, (c)

    tringulo de potncias para uma cargaRL, (d) tringulo de potncias para uma cargaRC

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    A definio de potncia mdia apresentada na Eq. (2.3) tambm se aplica a sinais

    peridicos no-senoidais. Um sinal peridico qualquer pode ser decomposto em uma srie

    de senides com valores de freqncias sendo mltiplos inteiros da freqncia fundamental

    do sinal [02]. Essas senides so chamadas de harmnicos. A Figura 4 mostra um sinal de

    corrente com forte distoro harmnica e o seu espectro. Em geral, equipamentos

    alimentados por fontes chaveadas apresentam esse formato de onda de corrente. Pode-se

    observar a presena de freqncias mltiplas mpares da fundamental (60Hz), em especial

    as primeiras (180Hz, 300Hz e 420Hz).

    Figura 4 -Sinal de corrente de uma carga no-linear alimentada pela rede eltrica e o seuespectro

    As definies de corrente eficaz e de tenso eficaz apresentadas na Eq. (2.6) e na

    Eq. (2.7), respectivamente, tambm se aplicam a quaisquer formas de onda peridicas.

    Como conseqncia, a Eq. (2.11) para clculo do fator de potncia tambm se aplica a

    quaisquer sinais de tenso e corrente peridicos de mesma freqncia fundamental.

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    2.2 Processamento Digital de Sinais no Tempo Contnuo

    2.2.1 Introduo

    A maioria dos sinais que se encontram na natureza so contnuos no tempo, tais

    como a temperatura, a fala e as imagens. Cada vez mais, algoritmos de processamento de

    sinais de tempo discreto esto sendo usados para processar tais sinais, e so implementados

    empregando sistemas de tempo discreto analgicos ou digitais. Para o processamento por

    sistemas digitais, os sinais de tempo discreto so representados na forma digital em que

    cada amostra uma palavra binria. Portanto, necessita-se de circuitos de interface

    analgica para digital e digital para analgica para converter os sinais de tempo contnuo

    para a forma de tempo discreto digital, e vice-versa. Como resultado, necessrio

    desenvolver as relaes entre os sinais de tempo contnuo e os sinais de tempo discreto

    equivalentes no domnio do tempo e no domnio da freqncia.

    O circuito de interface que realiza a converso de um sinal de tempo contnuo para a

    forma digital chamado de conversor analgico-digital (A/D). A operao reversa de

    converso de um sinal digital em um sinal de tempo contnuo implementada pelo circuito

    de interface chamado conversor digital-analgico (D/A). Em adio a esses dispositivos,

    necessita-se de alguns circuitos. Sendo que a converso analgico-digital, freqentemente,

    leva uma quantidade de tempo para ser realizada, necessrio assegurar que o sinal

    analgico na entrada do conversor A/D permanea constante em amplitude at que a

    converso se complete, a fim de minimizar o erro na sua representao. Isto realizado por

    um dispositivo chamado de circuito sample-and-hold (S/H), que tem dois propsitos: ele

    no apenas amostra o sinal de tempo contnuo de entrada, mas tambm segura o valor

    analgico amostrado constante em sua sada por tempo suficiente para permitir umaconverso precisa pelo conversor A/D. A sada do conversor D/A possui uma onda na

    forma de escada. Portanto necessrio suavizar o sinal de sada utilizando-se um filtro

    analgico de reconstruo (suavizador). Finalmente, na maioria das aplicaes, os sinais de

    tempo contnuo a serem processados tm uma largura de banda (bandwidth) maior que a

    largura de banda dos processadores de tempo discreto disponveis. Para prevenir um efeito

    prejudicial chamado aliasing, um filtro analgico anti-aliasing colocado antes do circuito

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    S/H. O diagrama de blocos ilustrando os requerimentos funcionais para o processamento de

    tempo discreto digital de um sinal no tempo contnuo indicado na Figura 5.

    Figura 5 - Diagrama de blocos das etapas do processamento digital de sinais no tempocontnuo

    2.2.2 Amostragem de Sinais no Tempo Contnuo

    Na maioria dos casos, um sinal x(n)no tempo discreto consiste em uma seqncia

    de amostras de um sinal )(txa , isto [03]:

    )()( nTxnx a= . ,...2,1,0=n (2.15)

    onde cada nmerox(n)corresponde a uma amplitude do sinal em cada instante nT. Como n

    inteiro, T representa o intervalo entre dois pontos consecutivos nos quais o sinal

    definido. Um exemplo de representao de um sinal no tempo discreto mostrado naFigura 6.

    Figura 6 - Representao de um sinal no tempo discreto

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    Caso deseja-se processar o sinal no tempo contnuo )(txa usando um sistema no

    tempo discreto, preciso primeiramente convert-lo, conforme a Eq. (2.15), processar

    digitalmente a entrada no tempo discreto e ento converter a sada no tempo discreto de

    volta ao domnio do tempo contnuo. Portanto, para que essa operao seja efetiva,

    essencial que se tenha a capacidade de restaurar um sinal no tempo contnuo a partir de suas

    amostras. Nesta seo, sero mostradas as condies para que um sinal no tempo contnuo

    possa ser recuperado a partir de suas amostras.

    2.2.2.1 Teorema da AmostragemDado um sinal x(n) no tempo discreto derivado de um sinal )(txa no tempo

    contnuo conforme a Eq. (2.15), define-se um sinal )(txi no tempo contnuo consistindo de

    um trem de impulsos em nTt= , cada um deles com rea igual a )()( nTxnx a= [03].

    Exemplos dos sinais )(txa , )(nx e )(tx i so representados na Figura 7.

    O sinal )(tx i pode ser expresso como:

    =

    =n

    i nTtnxtx )()()( (2.16)

    A Eq. (2.16) tambm pode ser escrita como:

    )()()( tptxtx ai = (2.17)

    indicando que )(txi tambm pode ser obtido pela multiplicao do sinal )(txa no tempo

    contnuo por um trem de impulsos definido como:

    =

    =n

    nTttp )()( . (2.18)

    Pode-se provar que a transformada de Fourier do sinal )(tx i dada por [03]:

    =

    =

    k

    ai kT

    jjXT

    jX 21

    )( (2.19)

    A Eq. (2.19) mostra que o espectro de )(txi composto de infinitas cpias deslocadas do

    espectro de )(txa , sendo os deslocamentos na freqncia mltiplos inteiros da freqncia

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    de amostragem Ts /2= . A Figura 8 mostra exemplos dos sinais )(txa , )(tp e )(txi e

    suas respectivas transformadas de Fourier.

    Figura 7 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) sinal no tempo discreto, )(nx ; (c) sinal

    amostrado em T, )(tx i

    Da Eq. (2.19) e da Figura 8f, observa-se que, a fim de se evitar que as cpias

    repetidas do espectro de )(txa interfiram umas com as outras, este sinal deve ter largura de

    faixa limitada. Sua largura de faixa c deve ser tal que a extremidade superior do espectro

    centrado na origem se situe abaixo da extremidade inferior do espectro centrado ems ,

    isto , csc 2 (2.20)

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    ou seja, que a freqncia de amostragem tem que ser maior que o dobro da largura da faixa

    unilateral do sinal no tempo contnuo. A freqncia c= 2 chamada defreqncia de

    Nyquist do sinal no tempo contnuo )(txa . Se a condio imposta pela Eq. (2.20) for

    satisfeita, o sinal )(txa pode ser recuperado isolando-se a parcela do espectro de )(txi que

    corresponde ao espectro de )(txa . Isto pode ser feito filtrando-se o sinal )(txi com um

    filtro passa-baixas ideal com largura de faixa de s /2 [03].

    Figura 8 - (a) Sinal no tempo contnuo, )(txa ; (b) espectro de )(txa ; (c) trem de impulsos

    )(tp ; (d) espectro de )(tp ; (e) sinal amostrado em T, )(txi ; (f) espectro ideal de )(txi

    Caso a condio imposta pela Eq. (2.20) no seja satisfeita, as repeties do

    espectro interferem uma com a outra, e o sinal de tempo contnuo no pode ser recuperado

    a partir de suas amostras. Essa sobreposio das repeties do espectro de )(txa em )(txi ,

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    que ocorre quando a freqncia de amostragem menor que c2 chamada de aliasing

    [03]. As Figuras 9b-d mostram os espectros de )(tx i para s igual a, menor que e maior

    que c2 , respectivamente.

    Figura 9 - (a) Espectro do sinal no tempo contnuo. Espectros de )(tx i para: (b)cs = 2 ; (c) cs 2

    O resultado de toda esta abordagem realizada sobre recuperao de sinais de tempo

    contnuo a partir de seus sinais em tempo discreto o Teorema da Amostragem de Nyquist,

    enunciado a seguir.

    TEOREMA DA AMOSTRAGEM:

    Se um sinal )(txa no tempo contnuo tem largura de faixa limitada, isto , sua

    transformada de Fourier tal que 0)( =jXa para c> || , ento )(txa pode ser

    completamente recuperado a partir do sinal no tempo discreto )()( nTxnx a= se e somente

    se a freqncia de amostragem s satisfaz cs > 2 . [03].

    Para exemplificar a teoria sobre amostragem de sinais, apresentada anteriormente de

    maneira formal, considera-se a seguinte situao. Imagina-se seguramente que a maior

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    freqncia em um sistema de udio seja menor do que 10KHz. Sendo assim, deve-se

    amostrar o sinal a 20000 amostras por segundo para que seja possvel reconstruir o sinal. Se

    por algum motivo, um tom de 12KHz estivesse presente na entrada do sinal, infelizmente o

    sistema no iria ignor-lo simplesmente por ele ser muito alto! Em vez disso, aconteceria o

    fenmeno de aliasing (falseamento ou sobreposio). Um sinal falso seria gerado pela

    amostragem do sinal a uma taxa menor do que a taxa mnima de duas vezes a maior

    freqncia de entrada. Nesse caso, qualquer freqncia acima de 10KHz produziria uma

    freqncia falsa. A freqncia falsa sempre a diferena entre qualquer mltiplo inteiro da

    freqncia de amostragemFs(20KHz) e a freqncia de entrada que est sendo digitalizada

    (12KHz) [04]. Em vez de escutar um tom de 12KHz no sinal reconstrudo, escutaria-se umtom de 8KHz que no o sinal original.

    Ainda um outro exemplo de como o aliasing ocorre. Considera-se a onda senoidal

    mostrada na Figura 10. Sua freqncia 1,9KHz. Os pontos mostram onde a forma de onda

    amostrada, a cada 500s (Fs= 2KHz). Se os pontos que formam a onda amostrada forem

    interconectados, descobre-se que eles formam uma onda cosenoidal que tem um perodo de

    100ms e uma freqncia de 100Hz. Isso demonstra que a freqncia falsa igual a

    diferena entre a freqncia de amostragem e a freqncia de entrada. Se pudesse escutar a

    sada resultante dessa aquisio de dados, ela no soaria como 1,9KHz; ela soaria como

    100Hz.

    Figura 10 - Um sinal falso devido a subamostragem

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    Num processo real de amostragem recorre-se ao projeto e a utilizao de Filtros

    Passa-Baixas, passivos ou ativos, para remoo de sinais de alta freqncia do sinal a ser

    amostrado, garantindo a relao cs > 2 e evitando-se assim o fenmeno de aliasing.

    Tais filtros so chamados de filtros anti-aliasing [05]. O objetivo do filtro Passa-Baixas

    anti-aliasing , portanto, tornar o sinal em um sinal de largura de faixa limitada.

    2.2.3 Circuito Sample-and-Hold

    A sada em largura limitada do filtro analgico anti-aliasing ligada na entrada de

    um circuito sample-and-hold (amostragem e reteno), que o segundo circuito na

    interface entre os domnios de tempo contnuo e de tempo discreto. O circuito sample-and-

    hold (S/H) amostra o sinal analgico em intervalos uniformes e retm o valor amostrado,

    depois de cada operao de amostragem, por tempo suficiente para se ter uma converso

    precisa pelo conversor A/D.

    O circuito S/H bsico, mostrado na Figura 11, funciona do seguinte modo: Durante

    a etapa de amostragem, a chave analgica S, que opera periodicamente, permanece fechada,

    permitindo a ligao do sinal )(txa ao capacitor C e a sua carga at o valor dessa tenso.Durante o perodo de reteno, a chave permanece aberta, permitindo o capacitor carregado

    segurar a tenso entre seus terminais at que a prxima etapa de amostragem se inicie. A

    operao da chave controlada por um sinal digital de clock. O seguidor de tenso na sada

    do circuito S/H age como um buffer entre o capacitor C e o estgio de entrada do conversor

    A/D.

    Figura 11 - Circuito bsicosample and hold

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    As formas de ondas de entrada-sada do circuito S/H so mostradas na Figura 12,

    onde a linha pontilhada representa o sinal de entrada )(txa e a linha slida representa o

    sinal de sada )(txd , assumindo mudana instantnea do modo de amostragem para o modo

    de reteno, e vice-versa.

    Figura 12 - Sinais de entrada e sada de um circuitosample and hold

    necessria a utilizao de um circuito S/H devido ao fato de os conversores A/D

    levarem um certo tempo para a leitura do valor de tenso.

    2.2.4 Conversor Analgico-Digital

    A prxima etapa no processamento digital de um sinal analgico, a converso do

    sinal de sada do circuito S/H para a forma digital, atravs de um conversor analgico-

    digital (A/D). Sendo assim, o conversor A/D usado para converter o sinal de tempo

    contnuo numa seqncia )(nx de nmeros. Um conversor analgico-digital recebe uma

    tenso analgica de entrada, e aps um certo tempo, produz um cdigo digital de sada querepresenta a entrada analgica. Os sinais digitais so formados por conjuntos de bits, onde

    cada bit pode assumir dois possveis nveis lgicos: 0 e 1.

    Por exemplo, existem 256 possveis valores para um sinal digital de 8 bits. O

    nmero de bits da sada do conversor A/D limita sua resoluo na representao do sinal

    analgico de entrada, no qual existe um nmero infinito de valores de representao. A

    principal caracterstica de um conversor A/D a sua resoluo, que determinada pelo

    nmero de nveis discretos que podem ser assumidos pela sua sada. Para uma sada

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    codificada na forma binria (0s e 1s) com um comprimento de N bits, o nmero de nveis

    discretos disponveis N2 , e como resultado, a resoluo ou preciso 1 parte em N2

    [05].

    H uma variedade de conversores A/D que so usados em aplicaes de

    processamento de sinais. Em todos esses conversores, o comparador analgico um

    importante componente do circuito [05]. O comparador analgico um dispositivo que

    compara duas tenses analgicas em sua entrada e fornece uma sada binria indicando

    qual tenso de entrada maior. Com relao ao seu smbolo indicado na Figura 13, a

    relao de entrada-sada do comparador analgico ser:

    = +

    ,,

    0V

    VV

    21

    21

    VV

    VV

    (2.21)

    onde + >VV . Normalmente esses circuitos so projetados para que os nveis de tenso de

    sua sada sejam compatveis com os nveis lgicos dos circuitos digitais convencionais.

    Para a lgica TTL [04] +V compreende de 2V a 5V, e corresponde ao nvel lgico 1; e V

    compreende de 0 a 0,8V, correspondente a nvel lgico 0.

    Figura 13 - Representao em diagrama de blocos de um comparador analgico

    Alguns tipos importantes de ADCs usam um DAC (conversor digital-analgico)

    como parte de seus circuitos [04]. A Figura 14 mostra um diagrama em blocos geral para

    essa classe de ADC. A temporizao para a operao fornecida pelo sinal de clock de

    entrada. A unidade de controle contm o circuito lgico que comanda a seqncia de

    operaes em resposta ao comando START, que inicia o processo de converso. O

    amplificador operacional comparador tem duas entradas analgicas e uma sada digital que

    muda de estado, dependendo de qual entrada analgica for maior.

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    A operao bsica de ADCs desse tipo consiste nos seguintes passos:

    1. O pulso START inicia a operao.2. Em uma freqncia determinada pelo clock, a unidade de controle modifica

    continuamente o nmero binrio que armazenado no registrador.

    3. O nmero binrio no registrador convertido para uma tenso analgicaVAXpelo conversor D/A.

    4. O comparador compara VAX com a entrada analgica VA. Enquanto VAX