195 anos aniversário de Palmeira
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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira
Fundado em 13 de fevereiro de 1955
Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos CNPJ 07.217.980/0001-28
Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.
PALMEIRA “ CIDADE CLIMA DO BRASIL” MAIS DE 195 ANOS DA NOSSA HISTÓRIA
Vera Lúcia de Oliveira Mayer1
No início do século XVIII, quando nestas terras ainda habitavam os índios
Kaingangues, começaram a ser distribuídas as cartas de sesmarias a
portugueses e luso-brasileiros de Paranaguá, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. As fazendas rapidamente se espalham pelos campos, tendo início um
regionalizado ciclo do gado. Temos aí nosso primeiro ciclo econômico.
O nome da cidade de Palmeira teve a sua origem na denominação da
fazenda que pertencia ao Tenente Manoel José de Araújo, “Fazenda Palmeira”,
que por sua vez recebeu o nome de um capão de palmeiras que nela existia.
No ano de 1732, Cristóvão Pereira de Abreu, passou com a primeira
tropa por nossa região com a primeira tropa vinda do Sul, iniciando-se então o
ciclo do TROPEIRISMO, e Palmeira estava inserida no importante “Caminho do
Viamão RS/ Sorocaba- SP.
O histórico Caminho do Viamão, pelo qual os tropeiros conduziam gado do
Rio Grande do Sul para as feiras de animais em Sorocaba (SP), fez surgir o
povoado.
Solenemente no dia 7 de abril de 1819, o Tenente Manoel José de Araújo
fez a doação de uma pequena parte de suas terras ao Padre Antonio Duarte de
Passos para a construção de uma Igreja, que seria dedicada a Nossa Senhora
da Conceição, atendendo um desejo que ainda em vida, sua esposa dona Anna
Maria da Conceição já havia almejado. O termo foi lavrado e assinado no livro
tombo nº 1 da Matriz.2 Com este ato, a nossa história ganha um marco
1 Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira e Diretora do Museu Histórico
2 Termo de Doação das terras para a Nova Freguesia
2
importante. A mobilização de muitos foi necessária para a edificação e
manutenção da Igreja, que hoje é símbolo e referência da história e da
religiosidade de nosso povo. Anos mais tarde a data de 7 de abril fora escolhida
como o dia do aniversário do município como marco fundador.
No entanto outras datas poderiam servir, como a data da passagem da
primeira tropa, a transferência da freguesia, como a data de elevação a categoria
da cidade entre outras. No entanto optou pela data da doação das terras para a
construção da Matriz. Como “O dia de Palmeira”, pois não se tem como negar que
foi a partir daí que Palmeira prosperou.
Em 15 de fevereiro de 1870 a Freguesia é levada à condição de Vila de
Nossa Senhora da Conceição da Palmeira e por fim então a Cidade de Palmeira,
em 9 de novembro de 1897.
A partir da elevação de Palmeira à condição de Cidade, instituíram-se os
poderes executivos e legislativos municipais. O primeiro presidente da Câmara de
vereadores foi o Pe. José Antônio Camargo e Araújo e o primeiro Prefeito foi o
Capitão João Padilha de Oliveira.
Em 1878 chegam os primeiros imigrantes: Russo-Alemães (1878),
Poloneses (1888), Italianos Anarquistas (1890), Alemães Menonitas (1951),
Russos Brancos (1958), Sírio-Libaneses e Japoneses (1978), que juntos
construíram este pujante município.
Palmeira, alicerçada na atividade agropecuária presencia nas últimas
décadas do século XX o desaparecimento da atividade madeireira. Atualmente
predominam as pequenas propriedades rurais, onde se desenvolve a
agropecuária familiar, as culturas do fumo, soja, milho, batata e outros
hortifrutigranjeiros.
Também no meio urbano, empresas e indústrias geram empregos e
serviços que garantem a qualidade de vida aos palmeirenses.
“Aos sete dias de abril de mil oitocentos e dezenove, o Tenente Manoel José de Araújo fez a doação a
Nossa Senhora da Conceição, nossa Padroeira, sem pensão alguma, de um campo onde se está fabricando a Matriz, e suas divisas são: do passo do Lajeado da estrada de baixo até a forquilha do arroio do monjolo e por estar acima até a barra de um arroio que nasce abaixo da casa do mesmo que lhe chamam bica do mato e cortando em rumo da dita barra há um marco de pedra e do dito marco a um arroio que faz vertente par o Lajeado e por este arroio do lajeado abaixo até o Passo da estrada onde principiou a demarcação, cujo terreno deu de sua livre vontade, com a condição de no caso de se mover a Freguesia para outra parte ficarem sendo seus o dito terreno; outrossim, que sua família terá preferência em todo lugar que escolher pra fabricarem suas casas. E, para constar, lancei este termo. Dia, era ut supra. O Vig.Manoel José de Araújo. Como testemunhas: Domingos Inácio de Araújo, José Caetano de Oliveira, José Joaquim dos Santos e Francisco Martins “ Transcrição do livro Tombo nº 01 – Paróquia de Palmeira
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Com seus mais de 195 anos de surgimento, Palmeira não se tornou uma
cidade velha, nas suas ruas, praças e recantos, nos defrontamos com a história
de um povo que tem suas raízes na imigração européia e tantos outros povos,
mantendo seus costumes e tradições.
Por seu clima Histórico e Cultural, Rural e Natural, Étnico e Religioso,
Palmeira a “Cidade Clima do Brasil” que tem este slogan por ter sido considerada
no passado como “Sanatório Natural” conta com a hospitalidade de seus mais de
32 mil munícipes, trabalhando para o progresso desta terra, mantendo até os
dias de hoje o clima favorável, seu povo ainda desfruta da paz e da natureza, e o
viver tranqüilo de sua gente, que mesmo com as marcas do progresso continua
acolhedora, e, para muitos “um recanto de felicidade”
Fazendo e construindo a nossa história, com trabalho e dedicação é tempo
de continuarmos a nossa caminhada, onde não nos cansaremos de viver com
dignidade, e que as nossas ações sejam um missal com exemplos do evangelho.
Façamos juntos da nossa Palmeira, uma terra acolhedora, pois somos
capazes de gerar a disciplina e a prosperidade, e assim viveremos sempre a era
da paz, de amor e de alegria. Seremos os filhos desta terra sempre unidos e
teremos um altar vivo e florido em nossos corações.
Salve Palmeira e o Povo Palmeirense. – abril de 2014