19 - HISTÓRIA DOS HEBREUS - EDC

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IBS INTERNATIONAL BIBLICAL SEMINARY, INC. Diretor: Dr. Pedro Quezada HISTÓRIA DOS HEBREUS Kl wrmayw Kynqz Kdgyw Kyba las rwdw-rwd twns wnyb Mlwe twmy rkz “Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos de gerações e gerações; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão”, Dt 32.7. CLAUDIMAR EVANGELISTA SOARES

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IBS

INTERNATIONAL BIBLICAL SEMINARY,

INC.

Diretor: Dr. Pedro Quezada

HISTÓRIA DOS HEBREUS

Kl wrmayw Kynqz Kdgyw Kyba las rwdw-rwd twns wnyb Mlwe twmy rkz

“Lembra-te dos dias da antiguidade,

atenta para os anos de gerações e gerações;

pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão”, Dt 32.7.

CLAUDIMAR EVANGELISTA SOARES

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HISTÓRIA DOS HEBREUS

“Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos de gerações e gerações”, Dt 32.7.

CLAUDIMAR EVANGELISTA SOARES Lagoa da Prata - MG, Março de 2002

1. Unidade 1 – Primórdios da História ....................................................................................................... 04

Eva Unidade 1 .................................................................................................................................... 08

2. Unidade 2 – A Chamada de Moisés e o Êxodo .......................................................................................08

Eva Unidade 2 .................................................................................................................................... 11

3. Unidade 3 – A Conquista da Terra e os Juízes ...................................................................................... 12

Eva Unidade 3 .................................................................................................................................. 15

4. Unidade 4 – A Monarquia em Isarel .......................................................................................................16

Eva Unidade 4 ................................................................................................................................... 21

5. Unidade 5 – Os Opressores de Isarel (1) ................................................................................................. 22

Eva Unidade 5 ................................................................................................................................... 26

6. Unidade 6 – Os opressores de Israel (2) .................................................................................................. 27

Eva Unidade 6 .................................................................................................................................. 32

7. Unidade 7 – O Estado de Israel ................................................................................................................ 33

Eva Unidade 7 ................................................................................................................................... 36

8. Unidade 8 – Novos Desafios ..................................................................................................................... 37

Eva Unidade 8 .................................................................................................................................. 40

Obras Consultadas .......................................................................................................................................... 02

OBRAS CONSULTADAS

História dos Hebreus - Flávio Josefo

5a Edição - 2001 - Casa Publicadora das Assembleias de Deus.

Atlas Bíblico -Aharoni, Yohanan et ai.

1a Edição - 1999 - Casa Publicadora das Assembleias de Deus.

Pequena Enciclopédia Bíblica - O. S. Boyer

25a Edição - Editora Vida

Bíblia de Estudo Pentecostal

1995 - Casa Publicadora das Assembleias de Deus

Bíblia de Referência Thompson

1993-Editora Vida

Bíblia Sagrada

Tradução Mediante Versão Monges Maredsous (Bélgica)

Centro Bíblico Católico - 108a Edição - Editora Ave Maria

(Nos livros de l e II Macabeus )

Realidades de Israel - Caderno Comemorativo aos 50 anos do Estado de Israel.

Almanaque Abril 97 - Editora Abril

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INTRODUÇÃO

Israel é um milagre da história! Israel é um milagre da fé! Israel é um milagre de Deus! Assim

define um dos maiores teólogos nesta matéria.

Outro depoimento sobre este povo vem do mesmo teólogo que chega a afirmar que Israel é um

pouco do coração de Deus.

Estudar a história desse povo é se emocionar, pois é um povo escolhido por Deus e protegido

por ele. Castigado várias vezes, mas sempre restaurado pelo Senhor.

Este povo tem sofrido como nenhum outro ao longo de sua história, conseguiu sobreviver

durante milênios, mantendo seu ritualismo, suas tradições e idiomas, são compelidos pelo próprio

estatuto que os rege, a lembrança de Jerusalém; "Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,... apegue-se a

minha língua ao meu paladar." S1137:5-6.

O mundo cristão jamais poderia dissociar a Palestina da sua própria história, posto que foi o

lugar escolhido por Deus para que seu Filho ministrasse aos homens a mensagem do bem e do perdão.

Esperamos que os fatos e acontecimentos que vamos estudar nesta matéria venham contagia-

lo, impelindo-o a crer mais em Deus e nos seus milagres.

Bandeira de Israel

O Hino de Israel

Kol od balevav penima

Nefesh Iehudi omia

Ulfaatei mizrach kadima

Ain letz

ion tzofia

Od lo avda tikvatenu

Hatikva bat shnot alpaim

Lihiot am chofshi beartzeinu

Eretz Tzion v'Yirushalaim

Enquanto dentro do coração

De cada alma judia palpitar

E na direção do oriente

Os olhos se dirigirem

Ainda não passou nossa esperança

Esperança que tem dois mil anos

De ser um povo livre em nossa terra

A Terra de Tzion e Jerusalém

Mapa de Israel

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UNIDADE 1 - PRIMÓRDIOS DA HISTORIA

Segundo a Bíblia, depois do dilúvio Noé e sua família se estabeleceram-na Arménia, pois a

viagem descrita em Gn 11.2, indica o rumo do ocidente, para a terra de Sinear, ou seja, a terra de

Sumer, das antigas narrativas. Estabelecidos aqui, fundaram diversas cidades mencionadas em

Génesis, muitas das quais estão agora identificadas como Acade, Babel, Ereque, Ur e outras (Gn

10:10), espalhando-se depois por terras mais distantes. Os povos mais notáveis desta dispersão foram

os acádios, os sumérios, os mitanios e os hiteus. Em torno destas três ou quatro raças gira toda a vida

social e política dos primeiros séculos após o dilúvio.

Sem qualquer dúvida, o culto dos caldeus era monoteísta. O que causa surpresa é como esse

culto puro foi convertido na mais torpe idolatria, que vem daqueles tempos. Começaram a adorar as

forças da natureza (Chuva, trovão, sol, lua, etc.). Os templos e as divindades planetárias começaram a

surgir por toda à parte. ANU era o deus dos céus, BEL, era o senhor do mundo invisível e HEA, a deusa

dos infernos. Estas divindades principais tinham sido geradas por uma divindade superior dos Hebreus,

que sempre apareceu com o nome de IL ou EL, o nome do Deus supremo. Desses três primeiros

deuses vieram muitos outros, multiplicando-se à medida que o povo se afastava de Deus.

Após a chegada dos amorreus à Babibônia aumentou ainda mais a mistura de costumes,

aumentando então a quantidade de deuses, o que levou Deus a criar uma nova raça, os hebreus.

A FAMÍLIA DE ABRAÃO

A família de Abraão proviera dos amorreus(Ez 16:3, 45), um povo mais ou menos monoteísta.

Com esta família, seria iniciado o terceiro capítulo da história humana. Ur dos caldeus, ou Orfah,

também chamada Edessa, foi à terra de Abraão. Não se sabe nada sobre a infância de Abraão, senão

que nasceu no meio de um povo idólatra, visto que na sua cidade havia um grande templo construído a

uma deusa notável. Alguns têm admitido que Terá, pai de Abraão, seria também idólatra, mas parece

que apenas adorava a deuses domésticos (Gn 31:19). Contudo, é certo que no meio do politeísmo

reinante, havia profundas marcas de monoteísmo. Da sua cultura também pouco se sabe, senão que

seria um rude pastor. A cultura de Ur tinha atingido proporções consideráveis no tempo de Abraão. Ele

nasceu em 2.160 a.C., mais ou menos, depois que a civilização camita e semita dera ao mundo

algumas das suas mais renomadas concepções.

Ao contrário do que muitos estudiosos do Antigo Testamento pensam, Abraão não era um

beduíno com um cajado na mão e um saco nos ombros, vagando de um lado para outro, sua cultura era

muito avançada, principalmente no idioma, Abraão era um diplomata, viajante, capitalista, pois era

homem de grandes recursos, mantendo relações com reis e imperadores, indo à guerra contra quatro

grandes monarcas, os venceu com 318 soldados (Gn 12), é o herói que os estudantes do V.T. devem

aprender a conhecer.

A CHAMADA DE ABRAÃO

"Ora, disse o Senhor a Abrão: sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, e vai à terra que te

mostrarei...” (Gn 12:1).

A historia judaica começou há mais ou menos 4.000 anos com o patriarca Abraão, seu filho

Isaac e seu neto Jacó. Documentos encontrados na mesopotâmia, que datam de 2.000 - 1.500 a.C.,

confirmam aspectos de sua vida nómade, tal como a Bíblia descreve. O Livro de Génesis relata como

Abraão foi conclamado a abandonar Ur, na Caidéia, e ir para Canaã, para iniciar a formação do povo

com a fé no Deus Único.

No capítulo 11.31 se conta como Terá saiu de Ur dos Caldeus, levando a família rumo a Ara,

pelo que se pode inferir que narrativa do capítulo 12 é uma repetição do ato anterior. De qualquer forma

o chamado veio a Abraão, como nos informa outra escritura em Atos 7. 1,2.

"Era homem muito sensato, muito prudente e de muito grande espírito e tão eloquente que podia

persuadir tudo o que queria. Como nenhum outro o igualava em capacidade e em virtude, ele deu aos

homens conhecimento da grandeza de Deus muito mais perfeito do que tinham antes. Foi ele primeiro

que ousou dizer que existe um só Deus; que o Universo é obra de suas mãos e que é unicamente à sua

bondade e não às nossas próprias forças que devemos atribuir toda a nossa fidelidade. O que o levava

a falar desta maneira, era, depois de ter atentamente considerado o que passa sobre a terra e sobre o

mar, o curso do sol, da lua e das estrelas, que ele tinha facilmente deduzido que há um poder superior

que regula seus movimentos, e sem o qual todas as coisas cairiam na confusão e na desordem; porque

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elas por si mesmas não tem poder algum para nos proporcionares benefícios que delas haurimos, mas

elas o recebem dessa potência superior, à qual estão absolutamente sujeitas, o que nos obriga a

honrar somente a Ele e a reconhecer o que lhe devemos por contínuas ações de graças. Os Caldeus e

os outros povos da Mesopotâmia, não podendo tolerar estas palavras de Abraão, levantaram-se contra

ele. Assim por ordem de Deus e por seu auxilio, ele saiu do pais para ir morar na ferra de Canaã."

Como Terá era o chefe da família, é natural que ele seja envolvido na vocação de Abraão.

Arrumada as coisas, teria a família demandada à terra prometida, que ficava do outro lado do deserto

da Arábia. Subindo o Eufrates, vieram a Ara, também designada, noutros passos, por Padã-Arã ou

ainda Garram. É uma região ampla, com boas pastagens para os gados. Ou porque Terá fosse velho, e

não pudesse aguentar a viagem, ou por outros motivos que a Bíblia não conta, pararam ali, até que

Terá morreu. Peia narrativa bíblica, tudo parece ter corrido como se tratasse de uma família de

imigrantes em demanda de outro país, coisa que seria muito natural, especialmente naqueles dias.

Entretanto, as descobertas arqueológicas nos abrem um mundo novo. De modo geral, Ara era uma

terra desconhecida até poucos tempos atrás. Uma terra apenas de beduínos mal situados, e nada mais.

Era simplesmente a terra "entre rios".

A cidade de Naor, irmão de Abraão (Gn 24.24), onde Isaque encontrou a esposa, era uma das

cidades do reino de Mari, um reino pacífico, e de onde, depois, nos veio, igualmente, o profeta o Balaão.

Até que ponto a família de Abraão teria influído nos destinos do reino de Mari, não sabemos, mas

somos levados admitir que teria exercido grande influência, especialmente em matéria religiosa, pois

era teísta, enquanto Mari era um reino politeísta. As coisas eram de tal modo em Ara, que Abraão

parece até ter se descuidado do chamado para ir à terra de Canaã. Tudo indica que a região gozava de

paz e prosperidade e que viver entre o povo de Mari era viver em Paz.

Com a morte de Terá tinham cessado os motivos que detiveram Abraão de continuar a viagem

para o ocidente. Deus então lhe ordena que vá à terra do seu destino. O capítulo 12 de Génesis deixa-

nos meio incertos do ocorrido, mas o final do capítulo 11 é que nos esclarece o assunto. Saíram todos

de Ur e vieram a Ara. No capítulo 12.4 é relembrada a chamada: "Partiu, pois, Abraão, como lhe

ordenara o Senhor, e Ló foi com ele", ficando, portanto, em Ara todo o resto da família.

Ao entrar na Palestina e passar pelas cidades muradas, pelas fortalezas que mais tarde o

conquistador Josué teve de vencer, teria ficado impressionado. O que nós atualmente conhecemos de

Laquís, para mencionar apenas uma fortaleza, basta para nos convencer de que ele teria ficado

impressionado. Não teria sido sem motivo que Deus lhe aparecera no carvalhal de Manre (Gn 12.6-8) e

lhe repetira a promessa, como dizer: "Não te espantes com as cidades muradas, com as fortalezas,

porque tudo isto será posto abaixo no devido tempo." Notamos que Constantemente Deus reafirma,

tanto a ele como a seus descendentes, que a terra prometida lhe seria entregue. Nós sabemos que, mais de

600 anos depois, ainda se julgava impossível conquistar uma terra de tal modo guarnecida de fortes exércitos

e grandes muralhas. Para Deus nada é impossível.

Depois do grande concerto celebrado no capitulo 15 de Génesis, em que ficou estabelecido o

contrato oficial de que Deus cumpriria as promessas anteriormente feitas, veio a mudança do nome

herói, de Abrão para Abraão, como pai de muitas gentes. Igualmente, foi mudado o nome de Sarai

"minha princesa" para Sara, pois ela seria a geratriz da família eleita. Concomitantemente, é

estabelecido o rito da circuncisão , por meio do qual a raça escolhida seria distinta de todas as outras.

Este rito tem prevalecido até por nossos dias e é por ele que se identifica o verdadeiro Hebreu.

Abraão já estava velho e também a sua mulher, e a garantia da promessa não tinha sido dada.

Sem filho, como iria Abraão herdar a terra prometida? Finalmente tendo Abraão 100 anos de idade,

nasce Isaque, o herdeiro. Ismael já era grande a este tempo, e agora estava fora de dúvida que ele não

seria mesmo o herdeiro das promessas, embora lhe coubesse uma grande tarefa, conforme a história

nos ensina. Os ismaelitas, ramo árabe, são numerosíssimos, ocupando uma área muito maior do que a

Palestina mesma. Do Paquistão à Arábia, encontram-se eles de permeio com muitos outros povos.

Na vida do patriarca, poucos incidentes teriam deixado maior impressão do que o quase

sacrifício de Isaque. Abraão deixou, para as gerações, o seu grande amor a Deus e sua inquebrantável

obediência e fé. O Monte Moriá ficava bem no cume da montanha de Judá. Vindo de Berseba, onde

morava, nas terras de Abimeleque, recebe a ordem, e parte sem discutir. No terceiro dia de viagem

levantou os olhos e viu a montanha. Mil anos mais tarde, Salomão edificaria ali mesmo, suntuoso

templo a Jeová, de modo que assim nós podemos entender que o sacrifício prototípico de Isaque

encontrava agora sua plena realização com os sacrifícios de bezerros e cabras, numa permanente

demonstração de fé, até que chegasse o verdadeiro sacrifício, que tira o pecado do mundo.

O casamento de Isaque não podia deixar de constituir um problema doméstico. Casar com uma

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filha da terra seria um perigo para a realização da promessa. Então mandou seu fiel mordomo Eliezer a

Ara, a terra dos seus familiares, em busca de Rebeca. Feito o casamento, Abraão devia sentir-se

realizado. Foi em Ara que tanto Isaque, como mais tarde Jacó, encontraram suas companheiras.

Com 175 anos de vida, farta e produtiva, Abraão terminou a sua carreira, deixando a promessa de

Deus entregue a seu filho Isaque.

A DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO

Com a morte de Abraão Deus abençoou a Isaque. Este habitava junto ao poço Laai-Roi (que

significa "aquele que vive e me vê), onde nasceram seus filhos Esaú e Jacó".

Génesis 25 - 26 - Rebeca estava grávida e de maneira tão esquisita, e que Isaque, temendo por ela,

consultou a Deus, para saber qual seria o fim daquela estranha gravidez. Deus respondeu-lhe que ela

teria dois filhos, dos quais dois povos, que teriam seus nomes, teriam também sua origem, mas o mais

novo seria mais poderoso que seu irmão. Viu-se pouco tempo depois o efeito desta predição. O pais de

Canaã era nesse mesmo tempo flagelado por uma carestia extraordinária e no Egito, ao contrário,

reinava a abundância. Isaque resolveu ir até lá, mas Deus ordenou-lhe que parasse em Gerar. (Gn.

26.2). Como havia grande amizade entre o rei Abimeleque e Abraão, este príncipe mostrou-lhe a

principio muito boa vontade. Mas quando ele viu que Deus o favorecia em todas as coisas começou a

sentir inveja e obrigou-o a se retirar.

O CONCERTO DE DEUS COM ISAQUE

(1) Deus procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração seguinte, a partir de Isaque, filho de

Abraão (17.21). Noutras palavras, não bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; ele, também, precisava

aceitar pela fé as promessas de Deus. Somente então é que Deus diria: "Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e

multiplicarei a tua semente" (26.24). (2) Durante os vinte primeiros anos do seu casamento, Isaque e Rebeca

não tiveram filhos (25.20,26). Rebeca permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que sua

esposa concebesse (25.21). Esse fato demonstra que o cumprimento do concerto não se dá por meios

naturais, mas somente pela ação graciosa de Deus, em resposta à oração e busca da sua face. (3) Isaque

também tinha de ser obediente para continuar a receber as bênçãos do concerto. Quando uma fome

assolou a terra de Canaã, por exemplo, Deus proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde

estava. Se obedecesse a Deus, teria a promessa divina: "...confirmarei o juramento que tenho jurado a

Abraão, teu pai"

Bíblia de Estudo Pentecostal

Em Berseba, já bem avançado em idade, Isaque é enganado por seu filho Jacó e lhe dá a

benção patriarcal que pertencia a Esaú. Comparando os dois irmãos: Esaú gostava do campo, da vida

livre, das iguarias; pois sua vida era dominada pelos apetites e paixões sensuais. Com essa índole, era-

lhe impossível avaliar devidamente as bênçãos e as promessas espirituais concedidas a Abraão e a

Isaque. Por outro lado Jacó, apesar da ambição desmedida, era perseverante e tinha compreensão

espiritual comprovada pelas experiências em Betei (Gn. 28. 10-22) e em Peniel (Gn. 32. 22-32).

Por causa dos planos humanos Jacó fugiu para o lar de seu tio Labão, que o tratou com astúcia

igual à sua própria. Entretanto, no serviço para Labão, Jacó tornou-se rico e Leia e Raquel, filhas de

Labão, tornaram-se suas esposas. Na sua volta de Padã-Arã para Canaã, depois da luta misteriosa na

escuridão da noite, à beira do Jaboque, mudou-lhe o nome para Israel (Gn. 32.28),nome este,

expressivo do novo homem, pois ninguém pode passar a noite com Deus sem experimentar uma

transformação espiritual. Depois se reconciliou com seu irmão Esaú. E Jacó veio a seu pai Isaque, a

Manre, a Quiriate-Arba (que é Hebrom), onde peregrinaram Abrão e Isaque. E Isaque expirou e morreu,

e foi recolhido aos seus povos, velho e farto de dias, com 180 anos; e Esaú e Jacó, seus filhos, o

sepultaram.

Por causa dos malefícios de seus filhos, a velhice de Jacó foi pesarosa até que, finalmente, se

refugiou no Egito, com José, seu filho predileto. No Egito, com 147 anos, Jacó expirou e foi congregado

ao seu povo.

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A IDA PARA EGITO

Gênesis 37. - José, que Jacó tivera de Raquel, era o mais querido de todos os seus filhos, quer

por causa das melhores qualidades de espirito e de corpo, que ele tinha sobre os outros, quer por sua

grande sabedoria. Este afeto que seu pai não podia esconder excitou contra ele a inveja e o ódio de

seus irmãos. Estes aumentaram ainda mais por causa de alguns sonhos que lhes contou na presença

de seu pai e que lhe pressagiavam uma felicidade extraordinária e era mesmo capaz de suscitar a

inveja entre pessoas mais próximas. Inveja e ódio estes que fizeram que seus irmãos intentassem sua

morte, mas Ruben o mais velho, não aprovando tamanha crueldade, fez-lhes ver a enormidade do

crime que queriam cometer e convenceu-os pelo que o colocaram em uma cisterna, passando por

aquele local uma caravana de Ismaelitas que desciam ao Egito, vendo Judá não haver proveito em tirar-

lhe a vida propôs a sua venda como escravo.

José vendido para o Egito por seus irmãos, foi preso por causa de falsa acusação da mulher de seu

senhor. Entretanto, a sua habilidade de interpretar sonhos fez com que ele conquistasse favor de Faraó

e o primeiro lugar depois do trono. Génesis 42 a 47 relata como, durante a fome na terra, o pai e irmãos

de José desceram de Canaã para permanecer em Gósen. Jacó viaja então para o Egito, e mais uma vez ouve a

voz de Deus (Gn. 46.2) encorajando-o,

"E falou Deus a Israel em visões, de noite, disse: Jacó! Jacó! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Eu sou

Deus, o Deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação. E

descerei contigo ao Egito e certamente te farei tomar a subir; de José porá a sua mão sobre os teus

olhos. Então, levantou-se Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram Jacó, seu pai, e seus meninos,

e as suas mulheres, e nos carros que Faraó enviara para o levar. E tomaram o seu gado e a sua

fazenda que tinham adquirido na terra de Canaã e vieram ao Egito, Jacó e toda a sua semente com ele.

Os seus filhos, e os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas, e as filhas de seus filhos, e toda a sua

semente levou consigo ao Egito". (Gn 46:2-7)

Segundo diz alguns, quando Abraão desceu ao Egito, e mais tarde a sua família, o país era

governado pelos odiados Hicsos, ou "Reis Pastores", que tinham vencido os governadores egípcios.

Pelo espaço de mais de 500 anos (ou 259 anos, segundo Treasury) dominaram aqueles reis o Egito.

Compreende-se, pois, a cordial recepção de Abraão e depois de Jacó na corte dos Faraós, bem como

a cessão da terra de Gósen para os israelitas habitarem, sendo os pastores uma abominação para os

egípcios, por cujo motivo convinha haver alguma separação entre os israelitas, pastores de profissão, e

o povo egípcio, que odiava os pastores.

Em Êxodo 1.8 diz que: "se levantou um rei que não conhecia a José", e esta declaração lacónica

tem sido interpretada como indicativa do período quando os Hicsos foram expulsos.

Ao fato liga-se, sem maiores dificuldades, a extensão do cativeiro, a que não somente os

hebreus foram submetidos, mas todos os outros povos asiáticos que gozavam a vida nas fartas terras

egípcias. Este acontecimento deve relacionar-se também com a sorte de Moisés. Por algum tempc

julgou-se improvável estabelecer o fato do cativeiro hebreu no Egito e também os fatos relacionados

com a Salvação de Moisés. Alegava-se que não era costume dos monarcas egípcios associarem nc

governo qualquer parente, fosse filho ou esposa. Entretanto, a história melhor interpretada revela que

isso era comum, pelo menos em algumas dinastias. Dessa interpretação resultou não somente o

estabelecimento dos fatos relacionados com os hebreus no Egito, como também a data presumível em

que eles se deram. Já não padece dúvida que a cidade de Jericó foi tomada pelos hebreus no ano de

1.400 a.C. Assentada esta data, é fácil reconstituir o restante da história. Se em 1.440 a.C. Justamente

nesta época reinava no Egito Amenotep II, sucessor do grande Tutmés III, o monarca em cujo reinado

Moisés matou o egípcio e teve de fugir, e que morreu meses antes de Moisés ser comissionado por

Deus para voltar ao Egito e tirar dali o Seu povo. O Cativeiro teria começado 120 anos antes, ou seja,

no tempo de Amósis l, quando os hicsos foram expulsos.

A história foi escrita pelo dedo de Deus, para servir a seus altos e beneficentes propósitos. Foi

providencial a tomada do Egito pelos Hicsos, para que os filhos de Israel pudessem estabelecer-se ali;

foi providencial a sua expulsão, para que os hebreus, submetidos ao duro labor forçado, desejassem

sair; foi providencial a subida ao poder de um rei casado com uma asiática, a princesa Iti, possivelmente

uma hebréia, para que não só fosse possível a saída, mas não houvesse maiores complicações.

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EVA UNIDADE 1 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - ONDE NOÉ E SUA FAMÍLIA SE ESTABELECERAM APÓS O DILÚVIO? a) __ Na região da Arménia

b) __ Na região da Palestina

c) __ Na região do Egito

2 - DE QUE POVO SURGIU A FAMÍLIA DE ABRAÃO? a) __ Dos Edumeus

b) __ Dos Amorreus

c) __ Dos Babibônicos

3 - QUAL A TERRA NATAL DE ABRAÃO? a) __ Sinear

b) __ Sumer

c) __ Ur dos Caldeus

4 - QUANDO COMEÇA A HISTÓRIA JUDAICA? a) __ Há 4.000 anos com o patriarca Abraão

b) __ Há 6.000 anos com Adão e Eva

c) __ Há 5.000 anos com Noé

5 - QUAL O DESTNO DE ABRAÃO COM SUA FAMÍLIA, LOGO APÓS SUA CHAMADA? a) __ 0 Egito

b) __ A Arábia

c) __ Ara ou Padã-Arã

6 - QUAL PARENTE FOI LEVADO POR ABRÃO NA CONTINUAÇÃO DA JORNADA? a)__ Seu pai Terá

b)__ Seu irmão Naor

c)__ Seu sobrinho Ló

7 - QUE INCIDENTE MARCA PROFUNDAMENTE A FÉ DE ABRAÃO? a)__ O sacrifício de Isaque

b)__ O nascimento de Ismael

c)__ A morte de Sara

8 - NO CASAMENTO DE ISAQUE E REBECA, QUEM FOI O INTERMEDIÁRIO? a)__Labão

b).__Eliezer

c)__Ismael

9 - QUAIS AS DIFERENÇAS EXISTENTES ENTE ESAU E JACÓ? a) __ Um era negro o outro era branco

b) __ Um era baixo outro era alto

c) __ Esaú gostava da vida no campo, Jacó gostava da vida doméstica.

10 - COMO FOI O ESTADO FINAL DO POVO DE ISRAEL NO EGITO? a)__ Após a morte de José, estes foram feitos escravos.

b)__ Se multiplicaram e tomaram o poder político

c)__ Desistiram do Egito e voltaram ás suas terras

UNIDADE 2 - A CHAMADA DE MOISÉS E O ÊXODO

Quatrocentos e trinta anos se passaram desde que os filhos de Israel desceram ao Egito. Tendo

o tempo apagado a memória das obrigações que todo o Egito devia a José e tendo o reino passado a

outra família (Ex. 1.8). Temendo a numerosa multidão que se tornara os descendentes de José, eles

começaram a maltratar os israelitas e oprimi-los com trabalhos. Os empregaram em cavar vários diques

para deter as águas do Nilo e diversos canais para leva-las. Os faziam a trabalhar na construção de

muralhas para cercar as cidades, levantar pirâmides de altura prodigiosa.

"Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se

enfadavam por causa dos filhos de Israel." (Ex 1:12)

"Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio,

mas a todas as filhas guardareis com vida" (Ex 1:22)

Esta foi a medida encontrada por faraó para inibir o crescimento da população israelita e outros

povos no Egito. Em Êxodo no capitulo 2 a partir do versículo primeiro, vemos o relato de como uma

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família teve que se portar para livrar da morte uma criança que haviam guardado durante três meses.

Criança esta que por um livramento de Deus, e por Ele conduzido se tornaria aquele que livraria

Israel do cativeiro egípcio.

"E foi-se a um varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. E a mulher concebeu, e teve um

filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. Não podendo, porém, mais escondê-lo,

tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à

borda do rio. E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer. E a filha

de Faraó desceu a lavar-se no no, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no

meio dos juncos, e enviou a sua chada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino

chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este. Então, disse sua

irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? E a filha de

Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino

de cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o. E, sendo o

menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das

águas o tenho tirado." (Ex 2:1-10)

MOISÉS. O ministério de Moisés prenuncia, de certa maneira, o ministério de Jesus Cristo. Tanto

Moisés como Jesus foram alvos de tentativa de morte, quando nenés (1.16; Mt 2.13). Tanto Moisés como

Cristo ministraram como profetas (Dt 18.15,18, At 3.22; 7.37), sacerdotes (SI 99.6; Hb 7.24), reis (Dt 33.4,5)

e pastores (Êx 3.1; Jo 10.11-14). Ambos sofreram com o povo de Deus (1Pe 2.2.4; Hb 11.25,26), livraram o

povo da escravidão (At 7.35; Gl 5.1) e instauraram um concerto (19.5; Hb 8.5-13). Êxodo 2.

Bíblia de Estudo Pentecostal

Já não resta mais dúvida de que a princesa que salvou Moisés das águas foi Hat Shepsut ou

Hatshput, que também usava o titulo real de "Makara" princesa esta, filha de Tutmés e co-regente com

o pai, e depois, com Totés II e III, a mesma princesa reinante durante várias conquistas na Ásia. Podia,

portanto, dispor da sua vontade e adotar como seu filho um menino hebreu.

A era de Moisés está perfeitamente caracterizada, tanto nos documentos egípcios, como na

história geral. Moisés nasceu justamente no período da restauração da monarquia egípcia, depois da

expulsão dos hicsos em 1.580 a.C. como medida preventiva contra qualquer tentativa de conquistar o

poder, o governo egípcio submeteu todos os povos ao regime de trabalho forçado. Conforme Êxodo, os

meninos deveriam ser afogados no Nilo, pois só os homens faziam o estado correr perigo. Foi nesta

triste conjuntura que nasceu Moisés em 1520 a.C., que a princesa Hatshepsut salvou das águas e

adotou como filho, pois não tinha qualquer filho ao tempo e nem mesmo depois que casou com os

irmãos Tutmés II e III.

Naturalmente, sendo filho da rainha e não tendo ela outros filhos, Moisés seria o seu herdeiro.

Para tanto, foi educado em todas as ciências do tempo, tais como matemática, astronomia, geografia e

ciências ocultas. Aos 40 anos teria terminado seu curso e pensado o que fazer então. Sabia da situação

do seu povo e conhecia, com segurança, o que havia na sua história. Julgando com que seu prestígio

poderia fazer alguma coisa por seu povo, foi fazer-lhe uma visita, quando viu um feitor maltratar um

hebreu, e, da intervenção, tornou-se assassino. O que isto representaria na corte é difícil de dizer. Com

a morte do egípcio, o moço decidiu fugir, deixando sua velha mãe.

Chegando em Edom familiarizou-se com Jetro, de quem se tornou empregado e genro. Por quarenta

anos pastoreou os rebanhos do sogro.

"E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Mídia; e levou o rebanho atrás do deserto e

veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de

fogo, no meio de uma sarça; be olhou, e e/s que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E

Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima. E,

vendo o SENHOR que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse; Moisés!

Moisés! E ele disse: Eis-me aqui." (Ex 3:1-4)

Deus chamou Moisés para enviá-lo ao Egito e tirar de lá o seu povo Israel. Moisés recusou a

honra do convite de Deus, alegando diversas razões muito plausíveis, como não sendo a pessoa

indicada, não sabendo falar, não tendo credenciais junto ao povo e etc. Deus, como, sempre,

complacente, contornou as dificuldades, e Moisés foi ao Egito. Depois de 40 anos, já bastante velho,

Page 10: 19 - HISTÓRIA DOS HEBREUS - EDC

10

voltava à sua terra.Tudo ali estava mudado. O fausto, a arrogância própria dos monarcas antigos, em

nada favorecia as pretensões do embaixador de Deus. Ao se apresentar no palácio, de cajado na mão,

acompanhado de seu irmão Arão, não podia apresentar quaisquer credenciais que o autorizassem a

pleitear a causa do seu povo e a levar o Egito a perder tão grande número de braços escravos.

Podemos, pois, imaginar a situação embaraçosa para Moisés ao pleitear a saída do povo. Com certeza,

Moisés sabia antecipadamente que a saída não seria pacífica. Não estava inocente da situação, e

Deus mesmo havia prevenido do que ocorreria. O que se desenrolou daí em diante, o descreve um

quadro tétrico, pavoroso, inconcebível, de que nos falam todas as crónicas antigas, de muitos povos. As

dez pragas não tinham por fim amedrontar o coração do monarca, mesmo que isto estivesse implícito.

Havia outra coisa, mais importante: demonstrar a futilidade da religião oficial desacreditá-la e criar nova

situação, como efetivamente se criou. Estava-se, pois, frente a frente com um duplo problema: criar

condições para que o povo pudesse sair, e ao mesmo tempo, destruir a idolatria. Este particular não foi

concebido de imediato, mas pouco depois o Egito era uma terra onde Deus, o Único Deus, era adorado,

mediante o Disco solar. As dez pragas do Egito (as águas tornaram-se sangue, as rãs; os piolhos; as

moscas; a peste dos animais; as úlceras; a saraiva; os gafanhotos; as trevas; e a morte dos

primogênitos) é assunto bem conhecido. Segundo alguns autores, as pragas foram o fim de um ciclo na

história do mundo. Os rabinos nos dão muita informações, em seus Targuns (tradução das Escrituras

do Antigo Testamento para o Aramaico) , a respeito destas calamidades universais. No Egito nada

escapou a esta manifestação divina. Assim concluímos que o Egito (e quem sabe o mundo?) foi

terrivelmente visitado por uma calamidade de que jamais se pôde esquecer. A Bíblia, de um modo

geral, não esconde este acontecimento que marcou as mentes dos homens, e até dos videntes, com a

marca de destruição. O salmo 18. 7-15 relata o fato em cores bem sinistras. Mesmo que se admita o

lado poético da narrativa, o fundo parece ser real. Igualmente o salmo 29.8, narrando um possível fato

local, bem pode ser um reflexo do acontecimento geral. O salmo 114 é todo ele de uma ode ao

tremendo cataclismo que visitou o Egito e todo o mundo.

TODO PRIMOGÉNITO... MORRERÁ. Deus ia levar a efeito o julgamento final contra os egípcios; o

filho primogénito de cada família ia morrer. Esse seria um golpe terrível sobre os egípcios, uma vez

que o primogénito normalmente concretizava as esperanças, ambições e alvos da família. O

julgamento divino foi a justa retribuição da parte de Deus pelo pecado e iniquidade deles. A crueldade

com que eles tinham tratado os hebreus e o afogamento dos nenés masculinos era, na realidade, uma

perseguição ao primogénito de Deus (4.22). Estavam ceifando o que tinham semeado.

Bíblia de Estudo Pentecostal.

O ÊXODO

"Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus que estava mais perto; porque Deus disse:

para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito". (Êx 13.17)

Com a última praga e a morte de todos os primogénitos do Egito, não era possível ao governo

retardar por mais tempo a saída do povo. Ou Moisés era atendido ou o Egito desapareceria do mapa

como nação líder do antigo testamento. Assim, determinada a saída, Deus deu ordens para que o

evento passasse a constituir um ponto de partida, uma data nacional, na futura nacionalidade. Antes da

última praga, Deus determinou que o sangue do animal sacrificado na páscoa fosse colocado nos

umbrais das portas da casa de cada israelita. Assim, serviu este sangue de elemento de remissão e

simbolizou a redenção do povo da servidão egípcia, e, ao mesmo tempo, foi o símbolo da saída. Por

isso que a palavra "páscoa", no hebraico, significa "passagem", isto é, a passagem do anjo destruidor,

que poupou a vida dos primogénitos israelitas. Então a redenção pelo sangue tornou-se a viga-mestra

de todo o cerimonialismo hebraico pelos anos a fora.

Eram cerca de 600.000 homens de guerra, sem contar as mulheres, os meninos e os velhos. Era

a multidão que abandonava a terra da servidão de 430 anos, exatamente quatrocentos e trinta anos,

(Ex. 12.40). Estas cifras conferem com Gaiatas 3.17 e Atos, mesmo contrariando Génesis 15.13 onde

os algarismos são dados em termos redondos.

Assim relata o historiador Judeu Flávio Josefo, sobre a travessia do povo israelita ao Mar

Vermelho, sob o comando de Moisés.

"Levou os israelitas pelo mar, à vista dos egípcios, que, por estarem cansados da viagem, tinham

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11

adiado o combate para o dia seguinte. Quando chegou à beira do mar, tendo na mão a vara com a qual

fizera tantos milagres, implorou o socorro de Deus e fez esta ardentíssima oração: "Vós vedes, Senhor,

que é humanamente impossível, quer pela força, quer pela astúcia, sair deste perigo, tão grande, como

o que nos encontramos agora. Somente vós podeis salvar este povo, que só saiu do Egito para vos

obedecer. Nossa única esperança está em vosso auxílio; somente vós sois o nosso refúgio em tão

extrema conjuntura; vós podeis, se quiserdes, nos defender contra o furor dos egípcios, apressai-vos,

pois, Deus todo poderoso, em estender o vosso braço em nosso favor e erguei o ânimo e a esperança

do vosso povo, em seu desalento e desespero. Este maré estes rochedos que nos cercam e se opõem

à nossa passagem são obras de vossas mãos. Ordenai, somente, Senhor, e obedecerão à vossa ordem

e podeis, mesmo, se quiserdes, fazer-nos voar pelos ares". Este admirável guia do povo de Deus,

depois de ter acabado a sua oração, tocou o mar com sua vara maravilhosa e no mesmo instante ele

se dividiu, para deixares hebreu passar livremente, atravessando-o á pé enxuto, como se estivessem

andando em terra firme. Moisés vendo esta manifestação do auxílio de Deus entrou por prímeiro no

espaço aberto e ordenou aos israelitas que o seguissem por aquele caminho que o Todo Poderoso lhes

havia feito contra a ordem da natureza e lhe desses graças, tanto mais fervorosas, quanto o meio de

que se servia para tirá-los de tal perigo podia passar por incrível. Os hebreus não podendo mais, no

momento, não duvidar da assistência tão visível de Deus, apressaram-se em seguira Moisés."

O plano lógico era o povo sair em direção à Palestina, entrando pelo oeste, assim rumando pela

terra dos filisteus, povo guerreiro e temível, como se vê depois. Então os guiou pelo sul, rumo ao Sinai,

lugar que, a nosso ver, era mesmo para onde deveriam ir. Não se esqueceram de levar consigo a

múmia de José, que, antes de morrer, sabendo que Deus um dia visitaria o seu povo, ordenou que

fossem os seus ossos enterrados na terra prometida.

Depois de catorze meses e vinte dias no Sinai, partiu o povo, em demanda da Palestina, e tudo

indica que eles pretendiam, como era natural, entrar em Palestina pelo sul, atravessando o País do sul.

Dali mandou Moisés os doze espias, para verificarem as condições da terra e a segurança das cidades.

O relatório foi que a terra era boa e farta, e, como prova, traziam um cacho de uvas carregado por dois

homens, mas as cidades eram muradas e os habitantes eram gigantes, de modo que os espias eram

como gafanhotos diante deles. Assim, não havia outro recurso senão voltar para o Egito. Portanto a

conquista estava fora de qualquer cogitação. Tudo que os espias disseram era verdade. As cidades

eram fortificadas, muitos dos cananeus sendo de grande estatura; todavia, não consideraram um ponto

capital: a presença de Deus e a vitória assegurada por Ele.

Como castigo, todos os maiores de vinte anos cairiam no deserto, e uma geração nova entraria

na terra prometida. Que anos intermináveis e que monotonia insuportável seriam aqueles dias! Nada se

sabe por onde o povo andou naqueles anos. Foi um período de vida perdido, durante o qual nem a

Bíblia se ocupa do povo. Alguns tristes incidentes, entretanto, ficaram registrados como exemplo para

os crentes. 1. A rebelião de Core, que queria usurpar os direitos conferidos divinamente a Arão; 2. O

ciúme de Miriã e a sua morte; 3. A morte de Arão, por causa de sua transgressão; 4. A rocha que

Moisés feriu, zangado, motivo por que, como punição, não entrou em Canaã.

Muitas foram as batalhas dos israelitas, em sua jornada, contra os habitantes da terra, sendo, no

lado oriental do Jordão, a última dessas contra os midianitas. Com a derrota dos midianitas estava

terminada a campanha oriental do Jordão. Alguns dos mais perigosos adversários estavam destruídos e

então era preciso preparar o ânimo do povo para a travessia jordânica e para tomar posse da terra do

outro lado. E sucedeu que no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, estava

Israel, conforme a tudo o que o Senhor lhe mandara acerca deles. Moisés terminou aí a sua carreira,

com 120 anos de idade, deixando parte da promessa divina cumprida, e cumpriu uma missão histórica

de excepcional significação para toda a humanidade (Dt 34).

EVA UNIDADE 2 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1- QUE MEDIDAS FARAÓ TOMOU PARA IMPEDIR O CRESCIMENTO DOS HEBREUS? a)__ Mandou matar os meninos

b)__ Os expulsou do Egito

c)__ Separou os casais de hebreus

2-0 QUE SIGNIFICA O NOME MOISÉS? a)__ Colocado nas águas

b)__ Tirado das águas

c)__ Surgido das águas

3 - EM QUE O MINISTÉRIO DE MOISÉS SE PARECE COM O DE JESUS? a)__ Ambos eram da mesma tribo

b)__ Ambos foram colocados nas águas quando criança

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12

c)__ Ambos foram alvos de tentativa de morte

4 - O QUE OBRIGOU MOISÉS A FUGIR PARA MÍDIA? a)__ O assassinato de um egípcio

b)__ A crise financeira no Egito

c)__ A descoberta que ele não era egípcio

5 - QUAL A 1ª REAÇÃO DE MOISÉS ANTE A ORDEM DE DEUS PARA LIBERTAR O POVO?

a)__ Aceitou naturalmente

b)__ Alegou ter algumas dificuldades para realizar a tarefa

c)__ Aceitou mas impôs suas condições

6 - QUE MEIOS DEUS USOU PARA FORÇAR FARAÓ LIBERTAR O POVO? a)__ Enviou um exército para dar cobertura ao povo hebreu

b)__ Orientou o povo a não produzir mais nada para o Egito

c)__ Enviou dez pragas na terra do Egito

7 -QUAL FOI A ÚLTIMA PRAGA ENVIADA POR DEUS CONTRA O EGITO?

a)__ A morte de todo primogénito não-hebreu

b)__ A transformação das águas em sangue

c)__ A praga das trevas

8 - COMO FOI A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO PELOS HEBREUS? a)__ Foi sem nenhum contra-tempo, visto que os egípcios estavam ocupados com seus mortos

b)__ Foi feita de forma milagrosa, o mar se abriu e Israel passou

c)__ Foi uma travessia cheia de dificuldades, pois Faraó alcançou o povo

9 - QUE DETALHE PARTICULAR PODE SE OBSERVAR NA SAÍDA DO POVO DO EGITO? a)__ Levaram consigo alguns egípcios

b)__ Deixaram alguns parentes no Egito

c)__ Levaram consigo os ossos de José

10-0 QUE ACONTECEU AO EXÉRCITO DE FARAÓ NO MAR VERMELHO? a)__ Foram mortos após o mar se fechar sobre eles

b)__ Voltaram ao Egito pois não alcançaram o povo

c)__ Se reagruparam para fazer uma nova investida contra os hebreus

UNIDADE 3 - A CONQUISTA DA TERRA E OS JUIZES

JOSUÉ E A CONQUISTA DA TERRA

Os fatos relatados a seguir tem a sua fonte no livro de Josué, escrito no século XIV a.C.; o

primeiro dos livros históricos do AT, a descrever a história de Israel como nação na Palestina.

Apresenta aspectos admiráveis na vida Josué, escolhido por Deus como sucessor de Moisés, para

guiar o povo e estabelece-los na terra prometida, bem como os grandes milagres operados por Deus

em favor de seu povo, provendo livramentos e vitórias que lhes permitiram tomar posse da terra; destacando-

se entre eles a queda de Jericó no capitulo 6; e o prolongamento das horas da luz do dia,

na batalha em Gibeão no capitulei 0. Estes acontecimentos se dão desde a morte de Moisés até a

morte de Josué, abrangendo um período aproximado de 25 a 30 anos. A invasão de Israel a Canaã se

deu aproximadamente em 1.404 anos a.C.

Josué filho de Num, da tribo de Benjamim, também chamado Oséias (Nm 13.8, Ex. 33.11, 1Cr

7.27) quer dizer "Jeová é Salvação". O nome Josué (hb. Yehoshua' ou Yeshua') é o equivalente

hebraico do nome "Jesus" no NT, em grego Josué, no seu encargo de introduzir Israel na terra

prometida, é um tipo ou prefiguração no AT, de Jesus, cuja obra foi levar "muitos filhos à glória" (Hb

2.10; 4.1-13; 2 Co 2.14). Além disso, assim como o primeiro Josué usou a espada do terrível juízo

divino na conquista, assjm também o segundo Josué a usará na conquista das nações no fim da história (Ap

19.11-16).

A morte de Moisés levou Josué, o seu fiel companheiro, ao supremo posto de comando. Coube-lhe

uma tarefa não inferior à de Moisés, visto como a conquista não era um problema insignificante, apesar do

muito que já havia sido feito no Oriente. Assim, recomposto o povo, após a morte do seu grande líder,

desfeita a desconfiança que esse fato poderia ter sobre as futuras operações guerreiras, apresta-se a situação

para o outro grande capítulo da sua história. Deus aparece a Josué e mostra-lhe que em sentido algum ele

seria inferior à Moisés na suprema direção do povo. E tudo caminha para a travessia jordânica, ao encontro

dos cananeus, do outro lado do rio. Os homens das tribos, já estabelecidas, comprometeram-se a seguir seus

irmãos até a vitória final, e assim fizeram.

Na tomada de Jericó, Josué deu ordens a seus homens que executassem movimentos

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13

contornando a cidade, seguida pelos sacerdotes conduzindo a Arca da Aliança e tocando trombetas,

uma vez por dia, durante seis dias. No sétimo dia, ao amanhecer contornaram a cidade por sete vezes.

Na última vez Josué em altas vozes, deu o grito de invasão e os guerreiros em linha, frente para a

muralha, explodiram num só grito. Misteriosamente, largas brechas se abriram em toda muralha

confrontante á linha de combates. A cidade foi invadida e todos os habitantes caíram mortos sob a fúria

dos invasores, inclusive animais que lá se encontravam. Salvaram-se apenas Raab, a mulher que havia

dado abrigo aos dois espiões, e os membros da sua família. Arrecadaram todos os objetos de ouro,

prata, vasos de metal e ferro que foram dedicados ao tesouro do Senhor. E por fim incendiaram a

cidade. (Js. 6)

É notável a fidelidade do Senhor, com aqueles que se dispõem ao seu serviço e se mantém

submissos à sua vontade. Vemos Deus contrariar até mesmo as leis da natureza para dar vitória ao seu

povo, como aconteceu na batalha em Gibeão, prolongando ainda mais o dia para que as trevas da noite

não viessem lhes roubar a vitória.

Além de Jericó, outras cidades foram conquistadas. Completada a primeira série de conquistas,

Josué já não estava em condição de prosseguir. Achava-se cansado pela idade e tratou então de fazer

a distribuição da terra, conforme os planos de Moisés. Algumas ficaram servidas de territórios bons,

com ricas pastagens e campos; outras ficaram encravadas em deserto, como a de Simeão. Algumas

ficaram tão comprometidas com a vizinhança de povos cananeus que nunca puderam estabelecer um

género de vida próprio. Disso resultou uma profunda miscigenação entre hebreus e cananeus, bem

como uma civilização mista, de elementos étnicos provindos dos ensinos de Moisés e de elementos

amorais provindo dos cananeus. Inevitavelmente os invasores deram de mão a seus hábitos, em

grande parte, e adotaram os costumes agrícolas, as instituições civis, os lugares sagrados e muitos ritos

religiosos dos cananeus.

Josué encerrou definitivamente sua missão, erguendo em Siquém um monumento e, em breve

solenidade conclamou a todo o povo a assumir um compromisso solene de obediência a Deus. Morreu

aos 110 anos de idade e foi sepultado no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte

de Efraim, para o norte de Gáas.

Nota. Podemos observar que desde os primórdios tempos, Deus desejou em seu coração criar para

si um povo separado. Com a desobediência do homem, veio a entrada do pecado no mundo e com isso

sua inevitável queda. Por causa de sua natureza pecaminosa o homem se desviou caca vez mais de

Deus, pelo que chamou a Abraão para dele fazer uma nação santa para Ele. Manifestar sua Glória no

meio do seu povo, sempre foi o desejo de seu coração; e viver para sua Glória era o motivo pelo qual

Deus criara uma nação. Deus sempre estaria com seu povo, mas era importante que este se

mantivesse separado. Santos. A destruição de todo aqueles povos conquistados era uma determinação

de Deus; em seu justo juízo contra a iniquidade manifestada em seu grau máximo (Gn 15.16; Dt 9.4,5).

Bem como salvaguardar Israel da destruidora influência do pecado e idolatria. A destruição destes

povos prenuncia o juízo final de Deus sobre os ímpios, no fim dos tempos. Como relatado acima, o

comprometimento de algumas tribos com aquele povo resultou, em uma influência, que trouxe muitas

consequências. Os israelitas não obedeceram ao Senhor e não expulsaram completamente todos os

habitantes de Canaã, seguindo seus caminhos detestáveis, praticando a idolatria. Como resposta a

esta apostasia vemos o que fez o Senhor no livro de Juizes.

O PERÍODO DOS JUÍZES DE ISRAEL

Para começarmos o comentário sobre o período dos Juizes em Israel, vale refletirmos e fazemos

uma pergunta. O que levaria um povo, que presenciara grandes livramentos e milagres operados por seu

Deus, a entrar por um caminho que os conduzisse à apostasia e consequente queda e opressão? A

resposta para a indagação é a seguinte: desobediência as determinações, as ordens do Senhor, isto os

conduziram à apostasia, tendo como consequência sua queda e opressão. É interessante notarmos

que, o período dos Juizes, compreende uma época escura na história de Israel; e que a narração de

cada período de decadência é iniciada da seguinte forma: "Então, fizeram os filhos de Israel o que

parecia mal aos olhos do Senhor" (2.11; 3.7).

Notamos no estudo desta época em Israel, algumas profundas verdades, que devem ser

observadas, por todo aquele que anseia viver uma vida integra na presença de Deus; a saber: Aquele

que pertence a Deus deve vê-lo e reconhece-lo como seu Senhor e Rei; conviver com o pecado sempre

irá destruí-lo; mas se houver humildade, reconhecendo o erro e abandonando-o, orando e buscando o

perdão, Deus sempre virá ao encontro deste e o livrará. (2 Cr 7.14).

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14

Josué morreu, deixando a terra meio conquistada. Foi feita a divisão, cabendo a cada tribo

acabar de submeter os povos vencidos. Entretanto, muitos problemas surgiram, ao ser tentada a

empreitada, e o que se pensa podia ter sido feito em meses levou séculos. Os israelitas vinham de uma

terra de sábios e de grandes tradições, mas eles mesmos, constituindo uma mistura de povos asiáticos,

poucas tradições tinham, legadas pelo tronco abraâmico. Alem disto, o estabelecimento de um povo

forasteiro numa terra há muito ocupada, com costumes e tradições antigos, não era coisa a ser

resolvida em pouco tempo. Assim, passando o ímpeto de conquista, a onda quebrou-se de encontro ao

rochedo, para voltar cada vez mais branda, até perder de todo a fúria inicial. Os israelitas foram, aos

poucos, se acomodando à nova situação, e o que antes tinha sido uma impraticável foi cedendo

lentamente, até tornar um imperativo de ordem social. Começaram a realizar-se os casamentos mistos,

a celebrar-se festas religiosas em comum, e não tardou que vencedores e vencidos se irmanassem

num só e fundamental problema - viver. A religião e os costumes cananeus passaram a perder os

aspectos repugnantes ao gosto Israelita e, como o tempo é o maior demolidor de preconceitos, em

pouco, uns e outros passaram a adorar osmesmos deuses ea celebraras mesmas festas. A vida era

pacífica, de modo geral. Destarte, cananeus e israelitas deram-se as mãos e passaram a viver uma vida

comum.

Os Juizes que são apresentados no livro que traz este nome chegaram á sua posição por feitos

de bravura em guerra contra os vizinhos. Morria o juiz, morria o juizado até que outra circunstância

criasse um novo. Era assim em Israel. O povo de Israel, na sua vida em comum com os cananeus, provocou a

ira do Senhor, porquanto o deixaram e serviram a Baal e a Astarote. Assim, o Senhor os deu na mão dos

roubadores, e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor, e não puderam mais estar em pé diante dos

seus inimigos.

BAAL, hb. Senhor: l O supremo deus dos cananeus, correspondendo a Bei, senhor, dos Babibônicos.

O título por extenso, do Baal cananeu, era Baal-Semain, isto é, Senhor do Céu. Baalins (Jz 2.11) é a

forma plural; cada lugar tinha seu próprio Baal, senhor divino. Assim havia Baal-Hazor, Baal-Hermom,

Baal-Peor, etc. Baal era o deus do sol, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o

aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Em tempos de seca e peste, sacrificavam-lhe

vitimas humanas para apaziguar a sua ira, 2 Rs. 16.3; 21.6; Jr. 19.5. Nesses holocaustos, a família

geralmente oferecia o primogénito, a vítima sendo queimada viva. Baal era a divindade masculina, e

Astarote a feminina entre os fenícios e os cananeus. A adoração a Baal, no tempo de Moisés, passara

para os amonitas e os moabitas, Nm 22.41. Os cultos não exigiam a santidade e o povo de Deus se

deixou seduzir, especialmente, pela licenciosidade dos seus ritos, entre os moabitas. Nm 25. 3-18; Dt

4.3. No tempo de Acabe e Jesabel, o culto a Baal permeou a maior parte da nação, 1 Rs 18.22; Rm

11.4. Os altares de Baal foram derribados, Jz 6.28; 2Rs 10.28; 23.4. Mencionam-se templos de Baal

em Israel, 1Rs 16.32; 1Rs 11.18. Os 450 profetas de Baal, mortos por Elias, 1 Rs 18.19,40. Jeú

exterminou de Israel, o culto a Baal matando os seus adoradores reunidos no seu templo, 2 Rs 10. 18-

28. Mas depois de Acabe e Jesabel introduzirem o culto a Baal, esse costume se tornou desonroso entre os israelitas, Os

2.16. Levantaram altares a Baal nos terraços das casas, nas ruas de Jerusalém e em todas as cidades de Judá, Jr 7.9;

11.13; 32.29. A resposta divina a Elias, quando parecia que todo Israel servia a Baal, foi: Reservei para mim 7000

homens, que não dobraram joelhos diante de Baal, Rm 11.4.

Nessas circunstâncias, eles clamavam ao Senhor, e o Senhor levantava aos filhos de Israel

libertadores, que iam adiante deles na batalha e os libertava do jugo inimigo. Era assim que o povo vivia

e foi assim que atravessou três séculos e meio de vida.

Relação dos Juizes em Israel

OPRESSOR O JUIZ REFERÊNCIA

Mesopotâmia

Otniel

Jz3.7-11

Moabe

Eúde

Jz 3.12-30

Filistia

Sangar

Jz3.31

Jabim

Débora - Baraque

Jz caps.4 e 5

Midiã

Gideão

Jz 6.1 -8.32

Contenda Internas

Abimeleque

Jz 9

Paz?

Tola

Jz10. 1,2

Paz?

Jair

Jz10. 3,5

Amom

Jefté

Jz 10.6-12.7

Paz?

Ibsãn

Jz12.8-10

Page 15: 19 - HISTÓRIA DOS HEBREUS - EDC

15

Paz?

EIom

Jz 12.11,12

Paz?

Abdom

Jz12.13- 15

Filistia

Sansão

Jz13 a 16

Filistia

Eli

1 Sm 1 a 4

Filistia

Samuel

1 Sm 7 a 12

Tem havido certa discrepância quanto ao tempo compreendido pelo livro de Juizes. Mas que

parece não haver controvérsia. Segundo 1 Reis 6.1, o período que medeou entre a saída dos israelitas

do Egito e o inicio da construção do templo, no ano quarto do reinado de Salomão, foi de 480 anos.

Temos, pois, um ponto de partida, que foi a saída do Egito ou o Êxodo. Este se deu, sem qualquer

sombra de dúvida, em 1.444 a.C. Alguns historiadores desprezam a fração de 4, para darem o fato em

algarismos redondos. Digamos, então, que o êxodo ocorreu em 1.440 a.C. A peregrinação pelo deserto

levou 40 anos, pois a entrada em Canaã deu-se em 1.404 ou 1.400 a.C. com esta data concordam os

melhores arqueólogos, tais como Sir Charles Marston, Garstang e outros. Sabemos que Saul foi

proclamado rei em 1044 e Davi em 1004 e Salomão em 964. De 1440 a 960, ano 4° do reinado de

Salomão, vão justamente 480 anos. Entre o período da conquista terminado em 1394, até a

proclamação de Saul como rei, decorreram 350 anos. Este foi o tempo em que os filhos de Israel

ficaram sob o governo dos Juizes.

Se tivéssemos de buscar um elemento, no meio de tantos, que teriam servido para aglutinar o

povo e prepará-lo para a sua grande missão, destacaríamos a religião. Foram os elementos contidos na

lei de Moisés que salvaram a nação, pois não havia elemento humano que pudesse ser capaz e que

nós julgássemos digno de merecer as honras do salvador da nacionalidade em embrião. Samuel, o

último Juiz, encontrou doze tribos desorganizadas, sem rei e sem lei, e conseguiu levá-las ao ponto de

pedirem um rei. Foi, pois, a religião de Moisés que salvou o povo e o preservou através de dias escuros,

como foram os dias dos juizes. Os sociólogos e os economistas têm, nesta história, elementos

bastantes para elaborarem uma obra que realce o poder da religião sobre o meio.

O livro de Juizes termina com a declaração de que "naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada

qual fazia o que parecia reto aos seus olhos". Vale dizer que havia um sentimento moral e religioso

dominante entre o povo, que o salvou da desintegração e do aniquilamento.

EVA UNIDADE 3 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - QUEM FOI O SUCESSOR DE MOISÉS? a) __ Josué, seu fiel companheiro.

b) __ Arão, seu amado irmão.

c) __ Seu sogro Jetro

2 - QUAL A PRIMEIRA CIDADE CONQUISTADO PELO POVO SOB O COMANDO DE JOSUÉ? a)__ A cidade de Ai

b)__ A cidade de Jecicó

c)__ A cidade de Jerusalém

3 - COMO FOI A VITÓRIA DE JOSUÉ SOBRE JERICÓ? a)__Foi parcial, devido a resistência oferecida por eles

b)__Foi demorada pois ouve um contra-ataque inesperado

c)__Foi total pois Deus agiu sobrenaturalmente

4 - QUAL FOI UM DOS ÚLTIMOS ATOS DE JOSUÉ COMO CONQUISTADOR? a)__ Dividiu a terra entre as tribos

b)__ Fez alianças com todos os povos da vizinhança

c)__ Ergueu um monumento para homenagear Moisés

5 - O QUE CONDUZIU ISRAEL À APOSTASIA? a) __ A fraca liderança dos Juizes

b) __ Desobediências às determinações do Senhor

c) __ A interferência de políticos externos

6 - COM O PASSAR DO TEMPO, O QUE ACONTECEU COM ISRAEL NA TERRA PROMETIDA? a)__ Se impôs veementemente subjugando todos os povos

b)__ Desistiu de conquistar a terra e se espalhou mundo afora

c) __ Se misturou aos povos pagãos e seus costumes

7 - UMA MISTURA QUE ACONTECEU ENTRE ISRAEL E OS POVOS VIZINHOS FOI: a)__ Casamentos mistos

b)__ Adaptação ao cardápio da região

c)__ Adaptação a maneira deles se vestirem

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8 - QUE DIVINDADE PAGÃ ERA MUITO PROCURADA POR ISRAEL NO TEMPO DOS JUIZES? a)__ Dagon

b)__ Baal

c)__ Diana

9 - SEGUNDO SE ESTUDA, QUEM ERA BAAL? a)__Um deus pagão que ganhava as guerras para o povo

b)__ Um deus pagão que cuidava da saúde física do povo

c)__ Um deus pagão que cuidava da lavoura, aumento dos rebanhos e fecundidade das familias

10 - QUEM FOI O ÚLTIMO JUIZ DE ISRAEL? a)__ Samuel

b)__ Gideão

c)__ Sansão

UNIDADE 4 - A MONARQUIA EM ISRAEL

Israel atravessara um período de 380 anos sob a direção dos Juizes, um período escuro em sua

história, mas um período em que compadecendo se Deus puderam experimentar grande livramento e

providencia Divina. Grandes foram os sinais contemplados, e que se tivessem mantido constantes e

fiéis a Deus, não se veriam novamente a murmurar e a pedir um rei, trocando assim a Teocracia pela

Monarquia. Nota-se com muita clareza a importância do papel de Samuel, neste momento de transição

na história de Israel. Sendo o último juiz de Israel, e o primeiro a exercer o ofício de profeta, um homem

de grande espiritualidade que com grande sabedoria conduz Israel a um avivamento espiritual no culto

a Deus, lançando assim os alicerces que definiriam o lugar e o importante papel dos profetas na história

de Israel junto aos reis e o estabelecimento da monarquia de uma forma muito clara. 1Sm. 8:11-18.

"E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti." Gn 17.6.

Entende-se que a monarquia fazia parte das promessas do concerto entre Deus e Abraão, mas

este não era o momento de Deus para que sobre eles fosse constituído, tal pedido foi considerado por

Deus, como eles o rejeitando como rei. Vemos a seguir alguns argumentos usados pelos israelitas em

sua reivindicação por um governo humano.

Os israelitas cansaram-se das incertezas e dúvidas, resultantes de um sistema descentralizador

e desagregador. Um rei seria reconhecido como necessidade nacional, devido a tantas batalhas

perdidas, por causa de chefes improvisados, por causa das rivalidades, cada vez mais acentuadas

entre as tribos, ou porque a presença de um rei daria forma ao Estado, com a sua pompa à moda

oriental. No longo período de suas lutas, por mais de três séculos, teriam visto como era impressionante

um exército tendo à frente um rei. O alvo era que o povo vivesse dirigido por um rei ideal, que, de

acordo com a Teocracia, era Jeová; mas a situação era demasiadamente material para tanto idealismo.

Depois, somou-se o triste fato de que os filhos de Samuel não ofereciam qualquer garantia de os dias

calmos do velho profeta serem continuados. Assim, convinha assegurar a estabilidade nacional antes

que o profeta morresse.

Deveres e leis para os Reis. Dt. 17. 14-20

A MONARQUIA UNIDA

A monarquia na história de Israel começou com a constituição de Saul sobre o trono de Israel e

tendo o seu fim com a queda de Jerusalém. Esta clara a data deste último acontecimento, testificada

com muitos testemunhos decorridos como sendo entre 588 e 586 a. C., o décimo nono ano do reinado

de Nabucodonozor. Para estabelecer desse período uma cronologia coerente, lembremos aqui que no

hebraico frequentemente se conta só uma parte como um ano inteiro.

Saul, o primeiro governante, tinha pela frente um caminho difícil a percorrer. E muitas surpresas

o aguardavam. Depois de organizar o governo, criar planos de administração e reorganizar a defesa

dos territórios, teria de partir para expulsão do inimigo das áreas invadidas e consolidar as posições de

defesa. Esse objetivo o rei alcançou em grande parte, com as vitórias sobre os Amonitas e sobre os

Filisteus (l Sm. 11,8-11 e 14.6-23). Mas enquanto Saul batia contra o inimigo e obtinha grandes vitórias,

no plano interno havia descontentamento. Samuel já não se entendia com Saul. O poder espiritual e a

monarquia entravam em choque, em consequência de erros cometidos pelo rei, que merecem a

reprovação por parte de Samuel. Este retirou seu apoio ao rei e afastou-se para sua morada em Rama

(1Sm. 15.34). Saul terminou suicidando-se em consequência de derrota sofrida em combate contra

tropas inimigas.

Após sua morte Davi tornou-se rei de Judá e Israel. Ao assumir o trono Davi elaborou um plano

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de governo de largas realizações e primeira preocupação foi marchar sobre Jerusalém, de onde poderia

melhor conceber e elaborar seus planos com vistas á formação de um governo forte para construir uma

pátria soberana e livre. Preparou seu exército, marchou disposto a combater os Jebuseus e expulsá-los

de Jerusalém. Ocupou a cidade e instituiu Jerusalém como capital do reino de Israel (2 Sm. 5.5-9).

O reino de Israel chegou ao apogeu do seu poder militar e político sob o governo de Davi. Os

reinos mais poderosos do Antigo Oriente estavam no seu ocaso, deixando um vácuo na parte ocidental

do "Crescente Fértil". Em Davi, Israel encontrou um líder militar brilhante e perspicaz, com capacidade

para explorar a situação predominante. Depois do encontro com Arâ-Zobá, Israel tornou-se o poder

máximo na Síria e Palestina. A Extensão do império israelita sob Davi e Salomão é revelada pela

passagem relativa a Salomão: "Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio Tifsâ

até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio [a oeste do Eufrates]" (1Rs. 4.24). Em hebraico a

oeste do rio Eufrates significa do outro lado do rio. Este era um império de administração complexa e

três elementos principais podem ser discernidos nele: a população israelita, os reinos conquistados e os

reis-vassalos. No centro do império ficavam as tribos de Israel e Judá, às quais estavam ligadas as

regiões cananita-amorita sob o domínio de Davi. Ao redor delas ficavam os reinos conquistados e

tributários: Edom, Moabe, Amom, Arã-Damasco e Arã-Zobá. Governadores israelitas foram nomeados

sobre alguns desses territórios. (2 Sm. 8.6,14).

Grandes foram as vitórias de Davi, e o seu sucesso político e administrativo é comprovado pela

extensão de seu império. Davi passou fases difíceis na sua vida, tanto particular como política. Foi o

responsável pela morte de um de seus oficiais, chamado Urias, no campo de batalha, com o propósito

de tomar por esposa sua mulher, condenado pelo profeta Nata, que fez previsões sombrias contra a

casa real ( 2Sm. 11). As previsões se confirmaram com a morte do filho Amnon, assassinado pelo

irmão, Absalão, bem como a rebelião deste contra Davi, seu pai.

A Revolta De Absalão (2 Sm 15)

O desenvolvimento administrativo parece ter sido considerado como uma ameaça pela liderança

tribal mais idosa. Deste modo, o filho de Davi, Absalão, pôde manipular a simpatia dos anciãos,

especialmente os de Judá, e faze-los se revoltarem contra seu pai. Os guarda-costas estrangeiros de

Davi e suas unidades guerreiras de elite felizmente se mantiveram leais.

Davi encontrou refúgio no centro administrativo levita em Maanaim. Os transjordanianos podem

ter sentido mais fortemente a necessidade de uma liderança monárquica centralizada devido à sua

posição delicada na fronteira orienta! e ao longo da principal rota das caravanas (a estrada real) que vai

da Arábia a Damasco. A localização de Maanain, na garganta profunda do Jaboque, serve para explicar

como Aimaás, filho de Zadoque, passou à frente do cusita: Cusi tomou o caminho mais direto,

atravessando o terreno acidentado da "floresta de Efraim". Aimás correu por uma trilha mais longa mas

muito mais fácil, pela planície do Jordão e subindo o curso do Jaboque.

Os termos favoráveis concedidos por Davi aos judaítas que haviam apoiado Absalão levaram a

uma certa inquietação no norte. Como resultado, Seba, filho de Bicri, fez uma infeliz tentativa de revolta.

Os esforços de Davi para unir os diversos elementos tribais e urbanos em seu reino incipiente estavam

dando fruto. As instituições por ele formadas, inclusive a administração levítica e o estabelecimento

militar, certamente sentiram necessidade de apoiar a monarquia.

A soma dos anos pesando sobre Davi e uma rebelde e incurável doença retinham-lhe os passos,

obrigando-o a se manter no leito de sofrimento. Para sua sucessão tinha preferência por Salomão, mas

manteve em segredo seu desejo até certo dia, o filho Adonias, sentindo o agravamento da saúde do pai,

resolveu proclamar-se como legítimo sucessor, pois era o primogénito da família.

Davi recebeu de Deus a promessa de que a sua descendência ocuparia o trono de Israel para

sempre. Nos seus últimos dias chamou a Salomão, deu-lhe o trono e fez suas últimas recomendações,

chamando-o à atenção especialmente para o cumprimento da lei de Moisés. Depois de dar os últimos

conselhos ao jovem rei, dormiu com seus pais, tendo reinado em Jerusalém 33 anos e 7 em Hebrom.

O REINADO DE SALOMÃO

Tão logo serenaram os ânimos palacianos, Salomão considerou o sonho supremo de seu pai

Davi, a construção do templo ao Senhor. O local não podia ser melhor. O monte Moriá, numa sublime

elevação, separado do monte Sião pelo vale Tiropeon, uma ponte unindo os dois montes. A construção

do templo é narrada em 1Rs 6 e 1Cr 22. A sua magnificência só pode ser comparada com o esplendor

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das edificações antigas de que o Egito e Babibônia nos falam.

Salomão estendeu os limites de Jerusalém, fortificando-a e embelezando-a como cabia á capital

de um estado poderoso. O templo, que levou 7 anos para ser construindo, foi eclipsado pelo palácio

real, que levou 13. Os dois prédios representavam as duas principais instituições do reino, a

organização religiosa arônica/levítica e a monarquia. Cada uma dependia da outra para governar a

nação; cada uma tinha grandes propriedades de terra e recursos em todo o país. A eira comprada por

Davi e a colina onde se situavam foram convertidos numa cidadela, expandindo a área real da cidade

para o norte. Os melhoramentos técnicos incluíam muros de arrimo maciços.

Nos montes adjacentes, a sudeste, havia missões diplomáticas dos aliados políticos de Salomão

(como exemplificado por seus casamentos reais, 1Rs. 1.11). cada complexo diplomático tinha seu

próprio santuário de adoração das divindades nacionais (1Rs 11.4-8, 2 Rs. 23.13). As esposas dos

muitos casamentos políticos de Salomão podiam fazer ofertas no santuário da sua divindade familiar.

Em seus últimos anos, Salomão também participou da adoração delas. (1Rs 11.5-9)

MONOPÓLIO COMERCIAL

Bem na época em que não havia poder, no Egito ou na Mesopotâmia, forte o bastante para

dominar a ponte de terra que ia da Ásia à África, a recém-unida nação de Israel obteve supremacia

militar e política sobre os principais corredores de comércio entre o Eufrates e o delta do Egito (1 Rs

4.21 [Hb.5,1], 2Cr. 9.26). As pequenas nações vizinhas a Israel eram politicamente subordinadas,

inclusive os edomitas, moabitas, sidônios (fenícios) e heteus (arameus do norte da Síria); seus laços

com o governo de Salomão eram simbolizados pelas suas alianças de casamento (1 Rs. 11.1). A base

populacional do novo reino se estendera até um ponto jamais alcançado no país. As terras boas para o

cultivo de cereais e vinhas eram intensamente cultivadas. Israel pôde assim suprir as necessidades da

população marítima da Fenícia e também as das numerosas caravanas que cruzavam o seu território.

Em troca de forragem e mantimentos, assim como de água e proteção militar, os israelitas recebiam

pagamento na formas de metais preciosos e mercadorias manufaturadas. Parte desta renda era

investida em fortificações, especialmente das cidades-chave ao longo das principais rotas comerciais.

Salomão chegou a inaugurar suas próprias expedições marítimas, com a ajuda de marinheiros fenícios,

e levou os produtos exóticos da Somália e sul da Arábia para serem negociados nos portos marítimos

da Filístia e Fenícia. A principal artéria de comércio no Levante, a rota que ia do Egito para a

Mesopotâmia, via JezreeI e do vale Bega, ou através dos vaus do Jordão perto de Bete-Seã para Golã

e Damasco, era dominada pelos centros fortificados de Salomão. A "Estrada Real" no planalto

transjordaniano era supervisionada pelas forças salomônicas em Basã. Gileade e planalto de Moabe.

As Caravanas de Eziom-Geber a Gaza tinham de atravessar as rotas controladas pelas fortalezas de

Salomão no deserto e no Neguebe.

Não é de admirar que Hirão de Tiro estivesse tão disposto a fazer um tratado de aliança com os

reis de Jerusalém. O reinado de Salomão marca o apogeu e declínio da monarquia israelita. Seguiu-se um

período de grande prosperidade no qual se destacam intensas relações comerciais com a Fenícia,

particularmente com Hirão, rei de Tiro. Ao Sul, no Golfo de Acaba, o porto de Ezion-Geber transformou-se

no grande centro comercial do Mar Vermelho. A política fiscal e tributária de Salomão acabou por gerar um

descontentamento entre as doze tribos e provocar o declínio de Israel. Salomão fez o que parecia mal

aos olhos do Senhor, e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi seu pai. Assim, o Senhor

rasgou o reino de sua mão. Reinou Salomão em Jerusalém 40 anos, e morreu. Após a sua morte, a

monarquia cinde-se em dois reinos: Israel e o de Judá.

A MONARQUIA DIVIDIDA

A Divisão do Reino

O pesado fardo da Corvéia (trabalho gratuito e obrigatório realizado durante 03 dias por semana)

afligia o povo do norte, especialmente aos da casa de José. O filho de Salomão, Roboão deixou de

compreender a gravidade da insatisfação deles. Sua ascensão ao trono em Jerusalém foi reconhecida

sem aparente dissensão, mas ele teve de ir a Siquém para ratificação de sua soberania pelas tribos do norte.

Estas últimas haviam escolhido como porta-voz o exilado político que voltara recentemente,

Jeroboão (que era anteriormente encarregado do trabalho em sistema de corvéia prestado pela casa de

José).

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A crise econômica provocada pelos problemas externos durante os últimos anos do reinado de

Salomão haviam tornado ainda mais difícil a vida dos cidadãos de Israel. Quando Roboão altivamente

recusou suas exigências para aliviar os encargos deles, ele insensatamente enviou um burocrata pouco

popular, Adorão, para intimidá-los. Adorão era superintendente do odiado tributo, o trabalho forçado

imposto sobre os antigos enclaves não-israelitas. Não é de admirar que os israelitas tenham

manifestado seu desgosto apedrejando-o até a morte! (2Cr. 10.18). Roboão apressou-se a voltar para

Jerusalém, mas dissuadido pelo profeta Semaías de tentar usar a força armada contra os rebeldes do

norte.

Jeroboão, que estava presente á concentração, aproveitou-se da situação tensa e irreconciliável

para influenciar o povo, sensibilizando-o com argumentos que atingiram em suas raízes nacionalistas e

terminou organizando o reino do Norte com a reunião de dez tribos, ficando as duas restantes tribos do

sul com Reoboão. (1 Rs. 11.26- 12.33; 2Cr 10.)

O Reino do Norte (924 a 722 a.C)

Jeroboão havia recebido de Deus a promessa de governar o reino de Israel, mas logo que se

deu a divisão do reino unificado das doze tribos, e foi proclamado rei do novo Estado do Norte, afastou-

se completamente do Templo de Jerusalém e adotou a idolatria, instituindo a religião que lhe convinha.

Assim, o reino iniciado por Jeroboão nunca ficou firme diante de Deus.

O reino do Norte teve, em sua existência, 19 reis (Jeroboão, Nadabe, Baasa, Ela, Zinri, Onri,

Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias, Saium, Menaém, Pecaías, Peca e

Oséias). Foi um reino que se desenvolveu num clima de instabilidade pelas divergências constantes

entre os políticos, resultando, como consequência, a descontinuidade no seio da monarquia, que se

caracterizou pelas mudanças sucessivas na linha sucessória com dinastias diferentes.

Nunca o pais chegou a se consolidar numa estrutura de governo capaz de oferecer segurança e

paz aos governantes, de modo a conduzir os problemas nacionais livres de injunçôes prejudiciais ao

progresso da nação. E se não havia estabilidade na política interna também não era possível uma

conexão segura, desembaraçada e firme para resolver os intrincados problemas da política externa.

Devido à falta de entendimento entre os políticos, as crises se repetiam minando o organismo nacional,

as bases de segurança da nação. O problema religioso, que deveria ser um dos suportes de

sustentação do regime monárquico do povo de Israel, descia a ponto zero.

A consciência do povo minada por falsas ideias religiosas, ao sabor de uma minoria influenciada

por tradições estranhas, acrescidas ainda de muitos fatores negativos, envolvendo problemas de ordem

moral, enriquecimento ilícito em detrimento dos direitos do povo, assistência social deficiente, tudo isto

acumulado, apressava o desmoronamento da nação.

As pressões externas atuavam sempre mais violentas, ameaçando a soberania nacional. E sob

constante ameaça de invasão pelos assírios, para os quais dependia pesados tributos, o governo

procurou ajuda com os Egípcios. Salmanazar V, porém, rei da Assíria, não era monarca para se

amedrontar com alianças ocidentais. Marchou contra Samaria e cercou-a durante três anos, para cair

em 722 nas mãos de Sargão II. O que passou, então, dentro dos muros da cidade de Onri está além de

qualquer descrição. Vencidos pela fome e pela peste, com os exércitos assírios em redor, entregaram-

se, e os que não morreram foram levados em cativeiro para as regiões da Assíria e Babibônia.

O ano 722 marca o fim do Reino do Norte, o começo do cativeiro Israelita e também o auge do

Império Assírio, que a este tempo dominava todas as cidades assírias, bem como grande parte do

antigo Império Hiteu, estendendo os seus domínios para o sul, ameaçando a existência de Jerusalém,

que ainda resistiu mais tarde nas mãos dos Babibônicos.

A destruição do reino de Israel foi a grande lição que Deus deu ao mundo. Enquanto o povo se mantém

fiel, há prosperidade e paz; quando o povo se esquece de Deus, tudo desaparece. Esta tem sido a lição

que a maioria os povos não têm querido aprender.

O Reino do Sul

A dinastia davídica continuou com a instituição do Reino de Judá em 924 a.C. terminando com a

queda de Jerusalém, sob a Babilônia, entre 588 e 586 a.C. Eis a dinastia de Davi: Davi, Salomão Reoboão,

Abião, Asa, Jeosafá, Jeorão, Acazias, Atalia, Joás, Amazias, Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés, amom,

Josias, Jeioacaz, Jeoiaquim, Joaquim (Jeconias) e Zedequias.

Judá ficava enclausurada entre as suas altas montanhas, sem contato com a vida grandiosa que ao

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longe se desenvolvia, especialmente nas costas mediterrâneas e pelos confins da Síria e Assíria. Por isso,

particularmente, é que a sua sobrevivência ao Reino do Norte deve ser vista. O reino do Norte servia de

barreira contra o espírito avassalador dos sírios, e depois, dos assírios, situação esta que gerou não pequenas

crises em Judá e nos seus profetas. Jerusalém, devido ao seu prestígio de centro de culto e da nacionalidade,

dominava as outras cidades e contribuiu para que as influências desintegradoras que minavam outras cidades

do norte não atingissem o sul.

Enquanto Jeroboão era puramente um grande político, pouco se dando à religião, isto é, apenas se

servisse a fins políticos, Reoboão era religioso e a isso se deve uma parte do seu esforço. Ante a ameaça

constante que afetava diretamente a segurança dos dois reinos de Israel e Judá, seus governantes recorriam

ora a um ora a outro, firmando aliança para garantir a defesa dos seus territórios, e por esse meio, havia uma

penetração de idéias pagãs, que não só se propagavam no meio do povo, mas até mesmo entre sacerdotes e

governantes.

Nos dias de Acaz, houve uma aliança entre Israel e a Síria e estes atacaram Judá, fazendo com que

Acaz pedisse socorro ao rei da Assíria e foi atendido, tendo o rei Tiglate-Pileser atacado e ocupado a cidade

de Damasco. Rezim, rei da Síria, foi morto e toda a população deportada para Quir. Judá, entretanto, teve de

suportar pesado ônus em conseqüência da ajuda recebida, ficando subordinado ao pagamento de tributo ao

rei da Assíria.

Nos dias de Ezequias, filho de Acaz, Senaqueribe ocupou o trono da Assíria. Judá estava na mira do

novo soberano que mobilizou seu exército e o enviou contra as forças de defesa do rei Ezequias. O país foi

invadido e ocupadas todas as cidades fortificadas. Objetivando conter o ímpeto do invasor, Ezequias enviou

emissário relatando sua intenção de submeter-se aos tributos que fossem impostos. Mas a submissão

tributária não satisfez o invasor. A pressão continuou com o envio de tropas até as proximidades de

Jerusalém, exigindo a rendição do país e blasfemando do Deus de Israel. Jerusalém ficou isolada com as

comunicações cortadas com o exterior, parecendo que estava por pouco tempo a queda da cidade. Ezequias

envia seus servos a Isaías, o profeta, e Deus através desse envia resposta consoladora ao rei Ezequias, que

orando a Deus foi atendido. Deus enviou o seu anjo e numa só noite foi destruído o exército assírico

composto de 185.000 soldados. Em Nínive pouco tempo depois, Senaqueribe foi assassinado.

O pesadelo passou, caiu o cerco e Jerusalém voltou a normalidade.

Com Manassés e Amom o reino de Judá experimentou um período de declínio espiritual, o qual

terminou com a ascensão de Josias ao trono, o qual implantou uma reforma religiosa fazendo o que era mau

aos olhos do Senhor.

Com parte de seu plano de governo, Josias ampliou as fronteiras do país ocupando parte do território

do antigo reino de Israel. O reino de Judá passava por uma fase de tranqüilidade. Esta fase foi interrompida

pela movimentação de tropas do Egito forçando passagem na direção de Carquêmis, marchando contra o

império assirico. Opondo-se à passagem dessas tropas pelo território de Judá, Josias mobilizou seu exército e

marchou em defesa da soberania nacional. Travou combate com tropas do Faraó Neco e encontrou a morte

no campo de batalha, na planície de Megido.

Morre Josias e o povo israelita sofre tremendo golpe. A grande reforma empreendida por ele sofreu

um impasse, porque viu-se estancada por uma série de mudanças incompatíveis com o objetivo da reforma.

Jeoacaz, filho de Josias, assume o governo sob a tutela do Egito. Porém Faraó Neco o mandou prender em

Ribla, em terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém, e estabeleceu a Jeoiaquim, também filho de

Josias. Dominado o Egito pela Babilônia, passa Judá ao seu domínio. Jeoiaquim tentou resistir, mas morre

em combate e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. Poucos meses depois é preso e exilado em Babilônia,

juntamente com a sua mãe, suas mulheres, seus eunucos, os poderosos da terra, os valentes até sete mil, os

carpinteiros e ferreiros até mil, e todos os varões destros na guerra.

E o rei de Babilônia estabeleceu a Zedequias em lugar de Joaquim, e este reinou 11 anos em

Jerusalém, sendo o último rei do período dos reis de Israel.

No ano de seu reinado, no mês décimo, aos dez do mês, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio

contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acampou contra ela, e levantaram contra ela tranqueiras em

redor. E a cidade foi sitiada até ao undécimo ano do rei Zedequias, aos nove do quarto mês, quando a cidade

se via apertada da fome, nem havia pão para o povo da terra. Os sofrimentos do povo foram indescritíveis.

As lamentações de Jeremias nos dão do que ocorreu dentro dos muros da cidade Santa durante o cerco.

Quando os muros foram arrombados e os soldados caldeus invadiram a cidade, os famintos foram passados à

espada, as mulheres foram presas da licenciosidade, os nobres passados à espada ou amarrados e levados

para Babilônia. Alguns conseguiram fugir pelos montes, mas foram caçados como animais selvagens e,

depois de torturados, mortos ou conduzidos amarrados para as planícies da Mesopotâmia. Os cadáveres

amontoavam-se pelas ruas; e os nobres eram amarrados, mão a mão, e conduzidos ao suplicio.

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Nunca na história do mundo, o pecado produziu tão amargos resultados. Além da destruição da

Cidade Santa, da ruína das famílias e da juventude, justamente os mais afetados, a vergonha e a humilhação

sem igual puseram esta infeliz gente ao ridículo, diante dos antigos inimigos edomitas, amonitas e todos os

povos seus vizinhos. O templo foi queimado e a cidade arrasada, carregando-se todas as riquezas para os

tesouros da Babilônia.

Para que a terra não se despovoasse, Nabucodonosor deu ordem para que um chefe nacional lá

ficasse para tomar conta dos cativos. Esta escolha caiu em Gedalias. Jeremias, o profeta, foi tratado com

brandura, devido ao papel conciliador que tinha tomado nas disputas entre o Egito e a Babilônia sobre Judá,

e teve à escolha de ir para babilônia ou ficar na terra, escolhendo a segunda opção. Juntamente com

Gedalias, procurou aproveitar qualquer vantagem que ainda pudesse restar, reunindo e encorajando o povo.

O terror que havia caído sobre o povo era aliviado por algumas vagas esperanças de salvação vindas do Egito

e por isso prepararam uma traição, sendo Gedalias morto, após o que os revoltosos carregaram Jeremias e

fugiram para o Egito.

EVA UNIDADE 4 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - COMO ERA CONHECIDA A FORMA DE GOVERNO NO TEMPO DOS JUIZES a)__Teocracia

b)__Democracia

c)__Monarquia

2 - QUEM FEZ A TRANSIÇÃO DO PERÍODO DOS JUÍZES PARA A MONARQUIA? a)__ Saul

b)__ Samuel

c)__ O Sacerdote Eli

3 - UM DOS MOTIVOS QUE LEVOU ISRAEL A PEDIR UM REI FOI: a)__ Para que a promessa de Deus se cumprisse logo

b)__ Não havia mais ninguém que quisesse se candidatar a Juiz

c)__ Eles pensaram que um rei daria forma ao Estado

4 - QUEM FOI O PRIMEIRO REI DE ISRAEL? a)__ Saul

b)__ Samuel

c)__ Davi

5 - UMA DAS PRIMEIRAS ATITUDES DE DAVI COMO REI FOI: a)__ Exterminar qualquer coisa que lembrasse Saul

b)__ Marchar sobre Jerusalém para conquistá-la

c)__ Marchar contra os filisteus

6 - UMA DAS QUALIDADES DE DAVI COMO REI ERA: a)__ A boa aparência

b)__ As amizades com os países vizinhos

c)__ A liderança militar brilhante

7 - UM DOS FATOS NEGATIVOS NO REINADO DE DAVI FOI: a)__ A revolta de seu filho Absalão

b)__ A revolta de seu filho Salomão

c)__ A revolta de seu filho Amon

8 - QUE FEITO MARCOU POSITIVAMENTE O REINADO DE SALOMÃO? a)__ A retomada dos territórios das mãos dos filisteus

b)__ A construção do templo em Jerusalém

c)__ Os diversos acordos políticos com países vizinhos

9 - COMO FICOU DIVIDIDO POLITICAMENTE ISRAEL APÓS A MORTE DE SALOMÃO? a)__ Reino unido e reino dividido

b)__ Reino grande e reino pequeno

c)__ Reino do Norte e reino do Sul

10 - QUAL CIDADE FICOU SENDO A CAPITAL DO REINO DO SUL? a)__ Jerusalém

b)__ Samaria

c)__ Silo

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UNIDADE 5 - OS OPRESSORES DE ISRAEL (1)

A PREPARAÇÃO PARA O CATIVEIRO

Não só os profetas Isaías e Jeremias, mas outros merecem entrar no rol dos que alertaram o

povo quanto ao juízo de Deus em forma de cativeiro. Jeremias foi, sem dúvida, o que teve a sorte de

profetizar contra o seu povo e contra a nação, visto como tanto os reis como o povo eram rebeldes a

Deus. Diante da situação internacional daqueles dias, só um poder podia livrar- o de Jeová. Os lideres,

porém, entendiam que mais valia um forte rei, que um grande Deus, e por essa causa selaram a sorte

da nação e da religião para aqueles dias. Habacuque profetizou nos últimos dias de Jerusalém. Pouco

se sabe de suas atividades, senão que seria companheiro de Jeremias, com ele partilharia as

amarguras que a próxima queda da cidade Santa iria sofrer. Obadias teria trabalhado também nos

últimos dias de Jerusalém, e sua profecia breve dirige-se aos edomitas, para mostrar que, se o.povo

eleito ia sofrer por seus pecados, eles não seriam poupados, mesmo que morassem nas cabeças das

rochas. Naum, bem como Miquéias, contemporâneos de Isaias, tiveram o seu papel de conselheiros

dos reis e do povo. Não foi por falta de conselho e ajuda que a nação foi destruída. Deus não

descansava, mandando os seus profetas admoestar uns e outros; a rebeldia, porém, podia mais que os

conselhos dos sábios.

O CATIVEIRO BABILÔNICO

O cativeiro foi uma calamidade nacional e religiosa. A julgar pelo sentimento dos povos daqueles

dias, um povo assim arruinado dava prova de que o seu deus tinha sido impotente para o preservar.

Jeová, pois, teria sido julgado pelos observadores, e mesmo historiadores, como um Deus igual aos dos

outros povos. Do ponto de vista nacional, a calamidade não foi menor, porque arruinou toda a estrutura

maravilhosa, construída á custa de tantos esforços e duros labores. Os dias dos juizes de Israel, as

experiências de vida de Saul e Davi, o apogeu de Salomão, tudo foi reduzido a nada. As maravilhosas

promessas feitas, de que nenhum povo seria tão glorioso quanto este, de pouco valeram. Entretanto,

nem tudo foi perdido. Os judeus perderam a sua cidade, a sua terra e importância como Nação, mas

ganharam o que não tinham podido obter nos dias pacíficos. Os seus profetas foram cuidadosamente

estudados, os conselhos do pastor do cativeiro, Ezequias, foram ouvidos, a religião entrou num estágio

espiritual, com a fundação de escolas, sinagogas e tantos outros meios de que se valeram os

desterrados, nos dias de suas tristezas junto ao rio Quebar. Quando pois, voltaram para sua terra,

vinham curados para sempre da idolatria e da apostasia. Os judeus destes últimos vinte e cinco séculos

podem ser acusados de muitas falhas, mas, de idolatria e apostasia, não. Hoje, ainda espalhados pelo

mundo por causa do pecado da rejeição do Messias aguardam fielmente o cumprimento das promessas

de Deus.

Passados 70 anos de cativeiro, veio a queda do Império Babibônico sob os Medos e os Persas. E no

primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de Jeremias,

despertou o Senhor o espírito de Ciro, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por

escrito, dizendo: " O Senhor, Deus dos Céus, me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe

edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor seu

Deus seja com ele, e suba." II Cr. 36.22,23. Assim foi concedida a libertação aos Judeus e término do

cativeiro.

A ORIGEM DOS SAMARITANOS (2RS 17.24-41)

Quando as dez tribos foram transportadas para o cativeiro na Assíria, milhares dos pobres

ficaram. Sargon II rei da Assíria trouxe cativos estrangeiros de Babibônia, Cuta, Ava, Hamate, Sefarvaim

para habitarem "nas cidades da Samaria", a totalidade do Reino do Norte, a fim de destruir qualquer

sentimento nacionalista que ainda restasse. Isto resultou numa raça mestiça. Casamentos mistos entre

os israelitas deixados e os estrangeiros trazidos á terra de Israel, resultaram no povo samaritano. O

resultado foi uma mistura de tradições religiosas e culturais estrangeiras com os costumes e a fé dos

hebreus (2Rs 17.29-33). Já nos tempos do NT, no entanto, muitos samaritanos tinham deixado seus

modos pagãos e tinham nutrido uma fé baseada exclusivamente no Pentateuco. Jesus testemunhou a

uma mulher samaritana (Jo 4.4-26). Posteriormente muitos samaritanos tornaram-se crentes em Cristo

através do ministério de Filipe (At. 8.5-25)

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PERÍODO INTERBÍBLICO OU DO SEGUNDO TEMPLO

A volta a Israel, a reconstrução de Jerusalém e o templo marca o início de um novo período na

história de Israel. Este período chamado e interbiblico ou período do segundo templo. Ele põe fim ao

período monárquico da história de Israel.

O período inteiro consiste de quatro épocas, sendo:

- Período Pérsico - 537 a 330 a.C

- Período Grego-330 a 167 a.C

- Período Macabeu ou Asmoneano - 167 a 63 a.C

- Período Romano - 63 a C. a 313 d.C

PERÍODO PÉRSICO (537 A 330 A.C)

Na Bíblia Sagrada, principalmente nos Livros de Esdras e Neemias, vemos um perfeito relato do

que ocorrera neste período da história de Israel.

Cumpriu Deus sua promessa profética através de Jeremias (Jr 29.10-14), no sentindo de

restaurar o povo judeu depois de setenta anos de exílio, trazendo-o de volta à sua própria terra. (Ed

1.1,2). O colapso de Judá como nação e sua deportação para Babilônia ocorrera em três levas

separadas. Semelhantemente, a restauração do remanescente exílico, ocorreu em três levas. Na

primeira (538 a.C) 50.000 exilados voltaram, liderados por Zorobabel e Jesua; na Segunda (457 a.C),

mais de 17.000 voltaram conduzidos por Esdras, e na terceira leva (444 a.C), Neemias e seus homens

levaram de volta o restante do povo.

A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do Segundo Templo

no Sítio onde se erguera o Primeiro, a fortificação das muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da

Knesset Haguedolá (a Grande Assembleia) Ne 7.73—8.1), o supremo órgão religioso e judicial do povo

judeu, marcaram o início do segundo estado judeu (período do Segundo Templo). Dentro do âmbito do

Império Persa, a Judéia era uma nação cujo centro era Jerusalém, sendo a liderança confiada ao sumo

sacerdote e ao conselho dos anciãos.

O PERÍODO GREGO (330 A 167 A.C)

"Período Grego", chamado o tempo da dominação Macedônica no mundo. Compreendendo as

primeiras conquistas de Filipe, até as guerras Macabéias.

Alexandre Magno, sucessor de seu pai Filipe, derrotou os Persas apossando-se do vasto

Império que formaram.

Alexandre, além de conceder a Jerusalém privilégios especiais, distinguiu com provas de

amizade os judeus que por ele se estabeleceram na cidade de Alexandria, onde o judaísmo assumiu as

suas relações mais íntimas com o helenismo quanto à sua filosofia e à sua literatura. Ao morrer

Alexandre, as suas conquistas passaram para as mãos de seus generais; e, durante as pelejas que

desde então sucederam, a Palestina compartilhava da confusão, até que a batalha de Ipso (301 a.C) fez

dos reis do Egito (os Ptolomeus) os dominadores dela durante um século inteiro, a despeito de diversos

atentados por parte dos seus antagonistas, os reis da Síria (os Selêucidas) para vencê-los. O novo

poder soberano era tanto mais forte como mais justo que o pérsico, e a sua administração o governo de

Jerusalém nas mãos da dinastia sumo-sacerdotal auxiliada por uma espécie de senado, incluindo as

ordens superiores do sacerdócio, cresceu e se consolidou.

Fora da Palestina também os judeus tornavam-se influentes, não somente em Alexandria, mas

também na Líbia, em Cirene, na Ásia Menor e em toda parte da Síria onde se estabeleciam pela coação

ou pelo favor dos Ptolomeus e Selêucidas. Do outro lado também o intercâmbio estrangeiro nutria-se

pelas colónias gregas da Palestina setentrional, especialmente as da zona que cercava o Mar da

Galiléia.

O resultado mais importante de tudo isso foi a versão grega das Escrituras hebraicas, chamada

de Septuaginta, obra esta que fez desaparecer o isolamento dos judeus e determinou a forma de

linguagem em que havia de ser escrito o Novo Testamento. Durante a supremacia ptolemaica, a

influência da cultura helénica se fazia sentir na vida e na literatura dos judeus; porém os seus efeitos

tornaram se mais evidentes depois de 198 a.C., quando Antíoco, o Grande (Seleucida), subjugou a

Judéia. Ao passo que o helenismo avançava, a nobreza sacerdotal tornava-se mais mundana. O cargo

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de sumo sacerdote veio a ser objeto de baixas intrigas. No tempo de Antíoco Epifânio, entre as classes

superiores, ficou moda verter o nome em forma grega (por exemplo, Menelau em Menaém) e de outras

maneiras menos inocentes, obscurecer a sua origem judaica. Afinal a loucura de Antíoco e de seus

partidários sumo sacerdotais produziu uma crise seguida por uma revolta violenta.

O PERÍODO MACABEU OU ASMONEANO - (167 A 63 A.C)

Antíoco e seus conselheiros, dando ouvidos aos mais extremos dentre os judeus helenizados,

acreditaram que a maioria da nação judaica estava pronta para aceitar a cultura grega. Impaciente com

lento progresso da helenizaçâo, Antíoco decidiu transformar a casa de Deus num templo grego de Zeus

ou Dionízio, a quem ele equiparava ao Deus de Israel. A forte resistência do povo levou à primeira

perseguição religiosa conhecida na história: a adoração a Deus foi proibida e os judeus forçados a

sacrificar a outros deuses.

A perseguição deu origem a uma revolta que não explodiu em Jerusalém, mas no vilarejo judeu

de Modim, no distrito de Lida. Alguns dos chefes pertenciam a povoados vizinhos, judeus piedosos que

se reuniram para defender a Lei. Matatias , sacerdote da família dos asmoneus, e seus filhos, se

recusaram a ordem real de sacrificar a Zeus. Matatias matou um judeu que estava prestes a obedecê-

la, assim como ao representante do rei, e destruiu o altar do povoado. Modim estava situada perto de

Lida, capital do distrito, e ficou então exposta a represálias. Matatias e seus filhos fugiram,

provavelmente para as montanhas "próximas a Samaria" (Gofna). Os hasideanos se juntaram ali a eles.

Do seu refúgio, Matatias e seus homens avançaram, derrubaram os altares dos deuses estrangeiros e

incitaram os povoados judeus contra os helenistas que viviam em Jerusalém sob a proteção do exército

Seleucida. Apolônio comandante das tropas de Samaria e governador da região nas vizinhanças de

Gofna marchou para esmagar a rebelião. Judas Macabeu que assumira o comando com a morte do pai,

Matatias, atacou as tropas reais, e as dizimou. Apolônio foi morto em combate e Judas tomou sua

espada e "desde então a usava sempre nos combates". Em resposta, as autoridades Selêucidas

retiraram as regiões de Lida e Gofna da Judéia e as anexaram a Samaria.

Judas Macabeu, o terceiro dos cinco filhos de Matatias, que do falecimento de seu pai em 166

a.C até sua própria morte na batalha de Elasa em 161 a.C., comandou em uma das mais heróicas

campanhas da história, os defensores da sua terra e da sua fé. Seu trabalho foi terminado por seus

irmãos que fundaram a dinastia asmoneana. Das suas fileiras levantara-se o partido chamado

Chasidim, que se distinguiu pela piedade e que se aderiu ao movimento macabeu, o qual serviu de

estímulo para reunir a nação toda, em volta da fé dos patriarcas.

Por meio das guerras a favor da libertação do jugo sírio, o fim religioso se alcançou. O templo foi

restaurado e de novo solenemente consagrado (165 a.C); e o líder macabeu foi reconhecido como o

Governador e Sumo Sacerdote para sempre, até que se levantasse um profeta fiel.

Entretanto, nessa época, a maior parte da nação estava possuída do espírito da agressão

estrangeira; e contra só mesmos sucessores do sossegado Chasidim, cuja esperança estava em Deus

e não na intervenção humana, Constantemente levantavam os seus protestos. Aos olhos dessa

crescente oposição religiosa, que nos últimos dias de Hircano (135-106 a.C) veio a ser conhecida como

fariseus (heb., perushim, isto é, separatistas), a ideia do Judaísmo estava em perigo. Esses homens,

cuja fortaleza estava nos escribas ou estudantes professos da Lei, pouco a pouco ganharam a atenção

do povo. Sofreram grande revés sob Alexandre Janeu (105 - 78 a.C), a favor de quem se deu uma

reação popular. Mas o terreno perdido foi mais do que recuperado sob sua viúva Alexandra (78 a 69

a.C), que separou a liderança secular da sagrada (seu filho Hircano II ficando como Sumo Sacerdote).

Cerca dessa época, o Sinédrio, mais do que nunca, ficou dominado pelos escribas e assim continuou

daí por diante. Ao morrer Alexandra, dissenções internas, concentrando-se ao redor de Hircano e de

seu irmão Aristóbulo, deram aos romanos o seu ensejo: sob Pompeu ocuparam Jerusalém, aboliram a

monarquia, restituíram a Hircano o título de Sumo Sacerdote.

Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou 80 anos, as fronteiras do reino eram muito

semelhantes ás do tempo do Rei Salomão; o regime atingiu consolidação política e a vida judaica

floresceu.

O PERÍODO ROMANO

Enquanto os fariseus lucraram com a mudança que roubou aos saduceus (casta exclusivista

composta de homens ricos e de posição; tinham sua sede no templo em Jerusalém e eram sujeitos a

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toda espécie de influências mundanas, incluindo a cultura grega e política romana.) a sua influência

política, ela realçou o contraste entre o ideal farisaico e a esperança popular da restauração do reino. A

dureza do seu jugo se sentiu, especialmente, quando Antípater, da odiada raça iduméia, sob mandado

de Roma, ficou até a sua morte em 43 a.C. ocupando o verdadeiro poder de estado, e quando, em 37

a.C seu filho Herodes o Grande, com o apoio de Roma, tornou-se rei da Judéia.

Por nascimento, indumeu; por profissão, judeu; por necessidade, romano; por cultura e por

escolha, grego; esse monarca sem escrúpulo, por inspirar temor, conservava-se no poder. Preencheu

os principais cargos do governo com homens desconhecidos e de descendência sacerdotal da

Babibônia e de Alexandria, e aboliu a posição de Sumo Sacerdote vitalício. Por interessar os judeus no

grande empreendimento nacional - Herodes lançou-se a um audacioso programa de construções, que

incluía as cidades de Cesaréia de Sebástia e as fortalezas em Heródio e Massada. Ele também

reformou o Templo, transformando-o num dos mais magníficos edifícios da época. Ele procurou desviar

de si a apatia do povo. Por ocasião de sua morte em 4 a.C., foi feita uma tentativa de insurreição que os

romanos, no entanto, reprimiram severamente, entregando o país ao três filhos de Herodes.

Filipe ficou com a região ao leste do Jordão; Antipas com a Galiléia e Peréia; Arquelau com a

Judéia e Samaria. Depois de 6 d.C., passou o reino de Arquelau para o governo direto de Roma, Pondo

Pilatos sendo procurador de 26 a 36 d.C.

O NASCIMENTO DE JESUS

Deus preparou o mundo para receber o Seu Filho Unigênito.

A Grécia, deu ao mundo a cultura, a língua; Alexandre o Grande instituiu o Koiné (grego popular)

como língua obrigatória em todo o império grego, por isso, o Novo Testamento foi escrito nesta língua;

Roma, pelas armas fechou as portas das guerras, havia paz no mundo, chamada de PAX

ROMANA.

A Judéia contribuiu com seu tradicionalismo religioso e nacional, sua fidelidade ao Senhor,

somada aos 400 anos de silencio profético, gerou uma grande expectativa e o mundo estava

plenamente preparado para receber o Messias.

Jesus não veio nessa época por obra do acaso, seu nascimento em Belém ligava-se ao passado

multissecular da intensa atividade de Deus em preparar todas as coisas para aquele glorioso momento,

que a Bíblia o chama de "Plenitude dos tempos" (Gl 4:4).

Quando tudo estava preparado, o mundo estava em condições de recebê-lo, então o "Sol da

Justiça” da profecia de Malaquias, despontou no horizonte da humanidade.

"A seu tempo" é o que Paulo diz (Rm 5.6), Cristo se manifestou. O mundo em que Jesus nasceu,

era o melhor de toda a sua história, para assistir o evento de tamanha significação e repercussão. Por

outro lado, olhamos e vemos um mundo desiludido, vivendo em constantes lutas, em meio a

imoralidades; um mundo escravo de opressores, de ambiciosos; um mundo de filosofias, ciências, artes,

literatura; um mundo de religião, deuses, templos, sacerdotes; um mundo de conquistadores; um mundo

de crimes, divórcios, infanticídios, horrores. Por outro lado, olhamos e vemos a mão de Deus ultimando

tudo, dando os derradeiros toques e, sobre as ruínas de um passado inglório, construir um mundo

cristão e, por meio da cruz de seu filho, salvar a humanidade errante e perdida. Foi em tal tempo que

nasceu nosso Senhor Jesus Cristo.

Após a morte de Herodes, a Judéia caiu sob a administração romana direta. À proporção que

aumentava a opressão romana à vida judaica, crescia a insatisfação, que se manifestava por violência

esporádica, até que rompeu uma revolta total no ano 66. As forças romanas, lideradas por Tito,

superiores em número e armamento, arrasaram finalmente. Jerusalém (ano 70), conforme profetizado

por Jesus no seu sermão (Mt 24 e 25) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em Massada

(ano 73).

MASSADA

Aproximadamente 1.000 judeus - homens, mulheres e crianças - sobreviventes da destruição de

Jerusalém, ocuparam e fortificaram o palácio do Rei Herodes, situado no alto do monte Massada, às

margens do Mar Morto. Durante três anos, eles resistiram às repetidas tentativas romanas de desalojá-

los. Quando os romanos finalmente escalaram o monte e irromperam na fortaleza, descobriram que os

defensores e suas famílias haviam preferido morrer por suas próprias mãos a serem escravizados.

A destruição total de Jerusalém e do Templo foi uma catástrofe para o povo judeu. De acordo

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com o historiador da época, Flávio Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a

Jerusalém e em outros pontos do país, e outros milhares foram vendidos como escravos.

Um último breve período de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu à revolta de

Shimon Bar Kochbá (132), quando Jerusalém e a Judéia foram reconquistadas. No entanto, dado o

poder massivo dos romanos, o resultado era inevitável. Três anos depois, segundo o costume romano,

Jerusalém foi "sulcada por uma junta de bois"; a Judéia foi rebatizada de Palestina e a Jerusalém foi

dado o novo nome de Aelia Capitolina.

Embora o Templo tivesse sido destruído e Jerusalém completamente queimada, os judeus e o

judaísmo sobreviveram a seu fatídico encontro com Roma. O organismo legislativo e judiciário supremo,

o Sanhedrin (sucessor da Knesset Haguedolá) reuniu-se em lavne (ano 70) e, mais tarde, em

Tiberíades. Sem a estrutura unificadora do estado e do Templo, a pequena comunidade judaica

remanescente recuperou-se gradualmente, reforçada de vez em quando pela volta de exilados. A vida

institucional e comunal se renovou, os sacerdotes foram substituídos por rabinos e a sinagoga tornou-se

o centro das comunidades judaicas, conforme se evidencia pelos remanescentes de sinagogas

encontradas em Cafarnaum, Korazin, Baram, Gamia e outros locais. A Halachá (lei religiosa judaica)

tornou-se o elo comum entre os judeus e foi transmitida de geração a geração.

A HALACHÁ

A Halachá é o corpo de leis que tem guiado a vida judaica em todo o mundo desde os tempos pós-

bíblicos. Ela trata das obrigações religiosas dos judeus, tanto em suas relações interpessoais quanto em suas

observâncias rituais, abrangendo praticamente todos os aspectos do comportamento humano - nascimento e

casamento, alegria e tristeza, agricultura e comércio, ética e teologia.

Enraizada na Bíblia, a autoridade da Halachá é baseada no Talmud, o corpo de leis e saber

judaicos (completado no ano 400), que compreende a Mishná, primeira compilação escrita da Lei Oral

(codificada em 210) e a Guemará, uma elaboração da Mishná. A fim de oferecer orientação na

observância da Halachá, compilações concisas e sistematicamente ordenadas foram redigidas por

eruditos religiosos, a partir dos séculos l e II. Uma das mais autorizadas destas codificações é o

Shulchan Aruch, escrito por Joseph Caro em Safed {Tzfaf) no século XVI.

DIÁSPORA JUDAICA

Diáspora é o processo de dispersão dos judeus pelo mundo e conseqüente formação de

comunidades judaicas fora da Palestina.

A primeira diáspora inicia-se em 586 a.C., quando o imperador Babibônico Nabucodonozor II (605

a.C.-562 a.C.) invade Jerusalém e deporta os judeus para a Babibônia. Apesar da libertação de

Jerusalém pelo imperador persa Ciro II (559 a.C.-529 a.C.), em 539 a.C., apenas uma parte dos judeus

retorna a Jerusalém. A maioria opta por permanecer na Babibônia, e alguns migram para vários países

do Oriente.

O segundo momento da diáspora acontece no ano 70, com a destruição de Jerusalém pelos

romanos. A partir desse momento, os judeus dirigem-se para diversos países da Ásia Menor e do sul da

Europa, formando comunidades que mantêm a religião e os hábitos culturais judaicos. As que se

estabelecem mais tarde nos países do Leste Europeu ficam conhecidas como ashkenazi. Empurrados

pelo islamismo, os judeus do norte da África (sefaradins) migram para a Península Ibérica. Expulsos de

lá pela cristandade no século XV, migram para Holanda, Bálcãs , Turquia, Palestina e, estimulados pela

colonização europeia, chegam ao continente americano.

As visões judaicas a respeito da diáspora (tefutzah, em hebraico) divergem. Enquanto a maioria

dos judeus ortodoxos apoia o sionismo (retorno a Israel), outros se opõem ao conceito de moderna

nação como um Estado secular e acreditam que esta só poderá existir após a chegada do Messias.

EVA UNIDADE 5 - MARQUE COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 -COMO É CHAMADO O CATIVEIRO EFETUADO POR NABUCODONOZOR? a)__ Cativeiro Babibônico

b)__ Cativeiro sírio

c)__ Cativeiro grego

2 - QUANTO TEMPO DUROU O CATIVEIRO BABIBÔNICO a)__ 430 anos

b)__ 70 anos

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c)__ 49 anos

3 - PORQUÊ FOI TRAZIDO OUTRO POVO PARA HABITAR A REGIÃO DE SAMARIA? a)__ Para reconstruírem as cidades destruídas

b)__ Porque esse outro povo não tinha pátria

c) __ Para destruir o sentimento nacionalista dos judeus

4 - QUEM LIDEROU A REPATRIAÇÃO DOS JUDEUS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO? a)__Esdras

b)__Neemias

c)__Ciro

5 - COMO FOI A DOMINAÇÃO DE ALEXANDRE EM RELAÇÃO A ISRAEL a)__Foi de intensa perseguição

b)__Foi de intensa amizade e privilégios aos judeus

c)__Foi sufocante, impedindo Israel de reerguer-se

6 - QUE FAMÍLIA LUTOU ARDUAMENTE CONTRA OS OPRESSORES DE ISRAEL? a)__ A família dos Herodes

b)__ A família de Esdras

c)__ A família dos Macabeus

7 - EM QUE PERÍODO (dominante) ACONTECEU O NASCIMENTO DE JESUS? a)__ No período romano

b)__ No período grego

c)__ No período macabeu

8 - DE ACORDO COM O APÓSTOLO PAULO, QUEM ÉPOCA NASCEU JESUS? a)__ A chegada do tempo

b)__ A plenitude dos tempos

c)__ A realidade do tempo

9 - COMO FICOU CONHECIDA A ÚLTIMA RESISTÊNCIA JUDAICA AO IMPÉRIO ROMANO? a)__ Halachá

b)__ Diáspora

c) __ Massada

10 - O QUE É DIÁSPORA? a)__ É um processo de dispersão de judeus pelo mundo

b)__ É um movimento de conversão e reconhecimento de Jesus como o Messias

c)__ É um movimento armado de resistência ao inimigo

UNIDADE 6 - OPRESSORES DE ISRAEL (2)

Domínios sob os quais viveu Israel após a sua dispersão e acontecimentos que culminaram com

a Criação do Estado de Israel - Cumprimento da Profecia - o Brotar da Figueira.

DOMINAÇÃO ESTRANGEIRA

O Domínio Bizantino - (313-636) No final do século IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo (313) e a

fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão. Foram

construídas igrejas nos lugares santos cristãos de Jerusalém, Belém e da Galiléia, e fundaram-se

mosteiros em várias partes do país. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior,

assim como do direito de ocupar postos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém,

com exceçâo de um dia por ano (Tishá beAv - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do

Templo.

A invasão persa de 614 contou com o auxílio dos judeus, animados pela esperança messiânica

da libertação. Em gratidão por sua ajuda, eles receberam o governo de Jerusalém; esse interiúdio,

porém, durou apenas três anos. Subsequentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da cidade

(629), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.

O Domínio Árabe - (636-1099)

A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte do profeta Maomé (632) e

durou mais de quatro séculos, sob o governo de califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em

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Bagdá e no Egito. No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em

Jerusalém, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos não-

muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e a liberdade de culto, em

troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais.

Contudo, a introdução subsequente de restrições contra os não-muçulmanos (717) afetou a vida

pública dos judeus, assim como sua observância religiosa e seu status legal. A imposição de pesados

impostos sobre as terras agrícolas levou muitos judeus a mudar-se das áreas rurais para as cidades,

onde sua situação pouco melhorou; as crescentes discriminações sociais e econômicas forçaram

muitos outros a abandonar o país. Pelo final do século XI, a comunidade judaica da Terra de Israel

havia diminuído consideravelmente, tendo perdido também parte de sua coesão organizacional e

religiosa.

Os Cruzados - (1099-1291)

Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos cruzados que, atendendo a um apelo do

Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mãos dos "infiéis". Em julho de

1099, após um cerco de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus

capturaram Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes nâo-cristâos. Entrincheirados em

suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como

escravos. Nas poucas décadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante

do país, em parte através de tratados e acordos, mas, sobretudo em consequência de sangrentas

conquistas militares. O Reino Latino dos Cruzados constituía-se de uma minoria conquistadora,

confinada em cidades e castelos fortificados.

Quando os cruzados abriram as rotas de transporte da Europa, a peregrinação à Terra Santa

tornou-se popular; ao mesmo tempo, um crescente número de judeus procurava retornar à sua pátria.

Documentos da época revelam que um grupo de 300 rabinos da França e Inglaterra chegou ao país,

instalando-se em Acre (Aço) e em Jerusalém.

Após a derrota dos cruzados pelo exército muçulmano de Saladino (1187), os judeus passaram

a gozar novamente de uma certa dose de liberdade, inclusive o direito de viver em Jerusalém. Embora

os cruzados conseguissem ainda manter sua presença no país após a morte de Saladino (1193), ela se

limitava a uma rede de castelos fortificados. O domínio cruzado sobre o pais chegou ao fim com a

derrota final frente aos mamelucos (1291), uma casta militar muçulmana que conquistara o poder no

Egito.

O Domínio Mameluco - (1291-1516)

Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede de governo era

em Damasco. Acre, Jafa (lafo) e outros portos foram destruídos por temor a novas cruzadas, e o

comércio, tanto marítimo quanto terrestre, foi interrompido. No final da Idade Média, os centros urbanos

do pais estavam virtualmente em ruínas, a maior parte de Jerusalém estava abandonada e a pequena

comunidade judaica vivia à míngua. O período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda

por revoltas políticas e econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.

O Domínio Otomano - (1517-1917)

Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos, ligados

administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em Istambul. No começo da era

otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nabius (Sichem),

Hebron, Gaza, Safed (Tzfaf) e algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de

judeus que nunca haviam deixado o país, e de imigrantes da África do Norte e da

Europa.

Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o Magnífico (1566), trouxe melhorias e

estimulou a imigração judaica. Alguns dos recém-chegados se estabeleceram em Jerusalém, mas a

maioria se dirigiu a Safed onde, nos meados do século XVI, a população judaica chegava a 10.000

pessoas; a cidade se tornara um próspero centro têxtil, e foco de intensa atividade intelectual. O estudo

da Cabala (o misticismo judaico) floresceu durante este período, e novos esclarecimentos da lei judaica,

codificados no Shulchan Aruch, espalharam-se por toda a Diáspora, desde as casas de estudo de

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Safed.

À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o país foi caindo de novo

em estado de abandono geral. No final do século XVIII, a maior parte das terras pertencia a

proprietários ausentes, que as arrendavam a agricultores empobrecidos pelos impostos, elevados e

arbitrários. As grandes florestas da Galiléia e do monte Carmel estavam desnudas; pântanos e desertos

invadiam as terras produtivas.

O século XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao

progresso. Várias potências ocidentais procuravam alcançar posições na região, frequentemente

através de atividades missionárias. Eruditos ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de

arqueologia bíblica; a Inglaterra, a França, a Rússia, a Áustria e os Estados Unidos abriram consulados

em Jerusalém. Foram inauguradas rotas marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa,

instalada conexões postais e telegráficas e construída a primeira estrada, entre Jerusalém e lafo. O

renascimento do país como a encruzilhada comercial de três continentes acelerou-se com a abertura do

Canal de Suez.

Conseqüentemente, a situação dos judeus do pais foi melhorando, e a população Judaica

aumentou consideravelmente. Em meados do século, a superpopulação dentro das muralhas de

Jerusalém levou os judeus a construir o primeiro bairro fora dos muros (1860) e, durante os vinte e

cinco anos seguintes, mais outros sete, formando o núcleo da Cidade Nova. Por volta de 1880, os

judeus já constituíam a maioria da população de Jerusalém. Terras agrícolas eram compradas em todo

o país; novas colónias rurais se estabeleciam; e o hebraico, durante muitos séculos restritos à liturgia e

à literatura, era revivido. O cenário estava pronto para a criação do movimento sionista.

Sionismo

O movimento de libertação nacional do povo judeu - é uma palavra derivada de 'Sion', o

sinónimo tradicional de Jerusalém e da Terra de Israel. O ideal do sionismo - a redenção do povo judeu

em sua pátria ancestral - está enraizado na contínua espera pelo retorno e na profunda ligação à Terra

de Israel, que foi sempre parte inerente da existência judaica na Diáspora através dos séculos.

O sionismo político surgiu em consequência da contínua opressão e perseguição dos judeus na

Europa Oriental e da desilusão com a emancipação na Europa Ocidental, que não pusera fim à

discriminação nem levara à integração dos judeus nas sociedades locais. Sua expressão formal foi o

estabelecimento da Organização Sionista (1897), durante o Primeiro Congresso Sionista, reunido por

Teodoro HerzI em Basileia, na Suíça. O programa do movimento sionista continha elementos

ideológicos e práticos para a promoção do retorno dos judeus à sua terra, do renascimento social,

cultural, econômico e político da vida nacional judaica, procurando também alcançar o reconhecimento

internacional para o lar nacional do povo judeu em sua pátria histórica, onde os judeus não fossem

perseguidos e pudessem desenvolver suas vidas e identidade.

O Domínio Britânico - (1918-1948)

Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o Mandato sobre a Palestina

(nome pelo qual o país era designado na época). Reconhecendo "a ligação histórica do povo judeu com

a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico

na Palestina-Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da

Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que as estipulações destinadas ao estabelecimento deste

lar nacional judaico não seriam aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os

três quartos do território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordânia.

Imigração

Motivadas pelo sionismo e encorajadas pela "simpatia para com as aspirações sionistas dos

judeus", expressas pela Inglaterra, através do Ministro de Relações Exteriores Lord Balfour (1917),

chegaram ao país, entre 1919 e 1939, sucessivas levas de imigrantes, cada uma das quais trouxe sua

contribuição específica ao desenvolvimento da comunidade judaica. Cerca de 35.000 judeus chegaram

entre 1919 e 1923, sobretudo da Rússia, e tiveram influência marcante sobre o carátere a organização

da sociedade nos anos seguintes. Estes pioneiros lançaram os fundamentos de uma infra-estrutura

social e econômica abrangente, desenvolveram a agricultura, estabeleceram formas de assentamento

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rural comunal singulares - o kibutz e o moshav - e forneceram a mâo-de-obra para a construção de

moradias e estradas. A onda seguinte, entre 1924 e 1932, trouxe uns 60.000 judeus, sobretudo da

Polónia, e contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento da vida urbana.

Estes imigrantes se estabeleceram principalmente em Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, onde criaram

pequenos negócios, firmas de construção e indústrias leves. A última grande onda imigratória anterior à

2a Guerra Mundial ocorreu na década de 30, após a ascenção de Hitier ao poder, e compôs-se de cerca

de 165.000 pessoas. Estes recém-chegados muitos dos quais eram profissionais e académicos,

representaram o primeiro grande influxo proveniente da Europa Central e Ocidental. Por sua educação,

habilidades e experiência, eles elevaram os padrões comerciais, refinaram as condições urbanas e

rurais e ampliaram a vida cultural da comunidade.

Administração

As autoridades mandatórias britânicas concederam às comunidades judaica e árabe o direito de

gerirem seus próprios assuntos internos. Utilizando-se deste direito, a comunidade judaica, conhecida

como o ishuv, elegeu em 1920 um órgão governamental autónomo, baseado em representação

partidária, que se reunia anualmente para avaliação das atividades e a eleição do Conselho Nacional

(Vaad Leumi), responsável pela implementação de sua política e programas. Este conselho

desenvolveu e manteve uma rede nacional de serviços educacionais, religiosos, sociais e de saúde,

financiada por recursos locais e por fundos angariados pelo judaísmo mundial. Em 1922, conforme

estipulado pelo Mandato, foi constituída a "Agência Judaica", para representar o povo judeu diante das

autoridades britânicas, governos estrangeiros e organizações internacionais.

Desenvolvimento Econômico

Durante as três décadas do mandato, a agricultura expandiu-se, foram criadas fábricas e

construíram-se estradas; as águas do Rio Jordão foram represadas para a produção de energia elétrica; e o

potencial mineral do Mar Morto passou a ser explorado. Em 1920 foi fundada a Histadrut (Federação Geral

de Trabalhadores), para promover o bem-estar dos trabalhadores e criar empregos, através do

estabelecimento de empresas de propriedade cooperativa no setor industrial, assim como de serviços de

comercialização para as colónias agrícolas comunais.

Cultura - Aos poucos, ia surgindo uma vida cultural específica da comunidade judaica na Terra

de Israel. A arte, a música e a dança desenvolveram-se gradualmente, com o estabelecimento de

escolas profissionais e estúdios. Criaram-se galerias e salas de espetáculos onde se apresentavam

exposições e espetáculos frequentados por um público exigente. A estreia de uma nova peça, o

lançamento de um novo livro ou a retrospectiva de um pintor local eram comentados pela imprensa e

tornavam-se o tema de animadas discussões nos cafés e reuniões sociais.

O hebraico foi reconhecido como uma das três línguas oficiais do país, ao lado do inglês e

árabe, e era usado em documentos, moedas e selos, assim como nas transmissões radiofónicas. A

atividade editorial proliferou, e o país tornou-se o centro mundial da atividade literária em hebraico.

Teatros de vários géneros abriam suas portas a audiências entusiásticas, e apareceram as primeiras

peças originais hebraicas.

Oposição Árabe E Restrições Britânicas

O renascimento nacional judaico e os esforços da comunidade por reconstruir o país

encontraram forte oposição por parte dos nacionalistas árabes. Seu ressentimento explodiu em

períodos de intensa violência (1920, 1921, 1929, 1936-39), quando os transportes judeus eram

molestados, campos e florestas incendiados e a população judaica era atacada sem motivo.

As tentativas do movimento sionista de chegar a um diálogo com os árabes foram infrutíferas, e

o nacionalismo árabe e judeu se polarizou em situação explosiva. Reconhecendo os objetivos opostos

dos dois movimentos nacionais, a Grà-Bretanha recomendou (1937) que o pais fosse dividido em dois

estados, um árabe e um judeu. A liderança judaica aceitou a ideia da partilha e encarregou a Agência

Judaica de negociar com o governo britânico, num esforço de reformular alguns aspectos da proposta.

Os árabes eram absolutamente contra qualquer plano de partilha.

Os Movimentos Clandestinos

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Três movimentos clandestinos judeus operaram durante o período do Mandato Britânico. O

maior era a Haganá, fundado em 1920 pela comunidade judaica como milícia de auto-defesa para

garantir a segurança da população judaica. A partir dos meados da década de 30, ela também passou a

retaliar os ataques árabes e a responder às restrições britânicas contra a imigração judaica com

demonstrações de massa e atos de sabotagem. O Etzel, criado em 1931, rejeitou as restrições auto-

impostas pela Haganá e iniciou ações independentes contra objetivos árabes e ingleses. O menor e

mais militante dos grupos, o Lechi, surgiu em 1940, e sua linha era sobretudo anti-britânica. Os três

grupos foram dissolvidos em maio de 1948, com a criação das Forças de Defesa de Israel.

Atos de violência contínuos e em grande escala levaram a Grã-Bretanha a publicar o Livro

Branco (maio de 1939), que impunha drásticas restrições à imigração judaica, embora tal restrição

significasse negar ao judaísmo europeu um refúgio à perseguição nazista. O início da 2a Guerra

Mundial, pouco depois, levou David Ben-Gurion, mais tarde o primeiro chefe de governo israelense, a

declarar: "Lutaremos na guerra como se não houvera o Livro Branco, e combateremos o Livro Branco

como se não houvesse guerra."

Voluntários Judeus Na 2ª Guerra Mundial

Mais de 26.000 homens e mulheres da comunidade judaica do país uniram-se ás forças

britânicas como voluntários no combate à Alemanha nazista e seus aliados do Eixo, servindo no

exército, marinha e aeronáutica. Em setembro de 1944, depois de prolongados esforços da Agência

Judaica no país e do movimento sionista no exterior pelo reconhecimento da participação dos judeus da

Palestina no esforço de guerra, foi constituída a Brigada Judaica unidade militar independente das

forças britânicas, com bandeira e emblema próprios. Formada por cerca de 5.000 homens, a Brigada

atuou no Egito, no norte da Itália e no noroeste da Europa. Após a vitória dos aliados na Europa (1945),

muitos de seus membros uniram-se ao movimento de "imigração ilegal", para trazer sobreviventes do

Holocausto á Terra de Israel.

O Holocausto

Durante a 2a Guerra Mundial (1939-1945), o regime nazista executou, deliberada e

sistematicamente, seu plano-mestre de liquidação da comunidade judaica da Europa; durante este

período foram assassinados 6 milhões de judeus, entre os quais 1,5 milhão de crianças. À proporção

que as tropas nazistas varriam a Europa, os judeus eram perseguidos selvagemente, submetidos a

torturas e humilhações inconcebíveis e fechados em guetos, onde tentativas de resistência armada

trouxeram em consequência medidas ainda mais drásticas. Dos guetos eles eram transportados aos

campos de concentração onde alguns afortunados eram submetidos a trabalhos forçados, e a maioria

era assassinada em fuzilamentos em massa ou nas câmaras de gás. Somente uns poucos escaparam.

Alguns fugiram para outros países, outros se uniram aos partisanos e alguns foram escondidos por não-

judeus, que o fizeram arriscando suas próprias vidas. Em consequência, de uma população de quase 9

milhões, que constituíra no passado a maior e mais vibrante comunidade judaica do mundo, sobreviveu

apenas um terço, incluindo aqueles que haviam deixado a Europa antes da guerra

Após a guerra, os britânicos intensificaram suas restrições ao número de judeus que tinham

permissão de entrar e se estabelecer no país. A comunidade judaica reagiu, instituindo uma ampla rede

de atividades de "imigração ilegal", para salvar os sobreviventes do Holocausto. Entre 1945 e 1948,

cerca de 85.000 judeus ingressaram no país, através de rotas secretas e muitas vezes perigosas,

apesar do bloqueio naval britânico e do patrulhamento nas fronteiras para interceptar os refugiados

antes que eles chegassem ao país. Os que eram capturados eram internados em campos de detenção

na ilha de Chipre.

O CAMINHO PARA A INDEPENDÊNCIA

A inabilidade da Grã-Bretanha em conciliar as exigências opostas das comunidades judaica e

árabe levou o governo inglês a requerer que a "Questão da Palestina" fosse inscrita na agenda da

Assembleia Geral das Nações Unidas (abril de 1947). Em consequência, foi constituído um comitê

especial para preparar propostas relativas ao futuro do país. Em 29 de novembro de 1947, a

Assembleia votou pela adoção da recomendação do comitê propondo a partilha do país em dois

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estados, um judeu e outro árabe. A comunidade judaica aceitou o plano; os árabes o rejeitaram. Após a

decisão da ONU, os militantes árabes locais, ajudados por forças voluntárias irregulares dos países

árabes, desfecharam violentos ataques contra a comunidade judaica, num esforço por frustrar a

resolução da partilha e impedir o estabelecimento do estado judeu. Após vários revezes, as

organizações de defesa judaicas expulsaram a maior parte das forças atacantes, tomando posse de

toda a área que tinha sido destinada ao estado judeu.

Em 14 de maio de 1948, data em que o Mandato Britânico terminou, a população judaica na

Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituições

políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas - de fato, uma nação em todos os sentidos, e um

estado ao qual só faltava o nome.

EVA UNIDADE 6 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - QUE DOMÍNIO PERMITIA AO JUDEU VISITAR O PAÍS SÓ UMA VEZ POR ANO?

a) __ O domínio bizantino

b) __ O domínio romano

c) __ O domínio grego

2 - QUANTO TEMPO DUROU O DOMÍNIO ÁRABE? a)__ Cerca de 300 anos

b)__ Mais de quatro séculos

c)__ Pouco mais de 700 anos

3 - QUEM APELOU PARA QUE OS CRUZADOS MASSACRASSEM OS NÃO CRISTÃOS? a)__ Os árabes

b)__ Os judeus

c)__ Papa Urbano II

4 - EM QUE PERÍODO ISRAEL PERDEU TOTALMENTE SUA IMPORTÂNCIA NO MUNDO? a)__ Período Mameluco

b)__ Período dos Cruzados

c)__ Período Árabe

5-0 QUE ACONTECEU A NAÇÃO JUDAICA NO PERÍODO OTOMANO? a)__O pais foi totalmente destruído

b)__O país experimentou melhoria em vários sentidos

c)__O país passou a ser governado pelos papas

6-0 QUE É MOVIMENTO SIONISTA? a)__ Movimento de repressão aos judeus

b)__ Movimento de extradição de judeus

c)__ Movimento de libertação nacional do povo judeu

7 - QUE FATO IMPORTANTE OCORREU NO PERÍODO DO DOMÍNIO BRITÂNICO? a)__ A volta em grande escala de judeus para a palestina

b)__ A vitória de Israel sobre os britânicos

c)__ A expulsão dos árabes da palestina

8- O QUE FOI CRIADO PARA PROMOVER O BEM-ESTAR DOS TRABALHADORES JUDEUS? a)__Uma liga de defesa dos interesses judaicos

b)__Uma Federação Geral dos Trabalhadores

c)__Uma cooperativa para melhorar a exportação dos seus produtos

9 - QUE ATO HERÓICO OS VOLUNTÁRIOS JUDEUS DA 2a GUERRA REALIZOU?

a)__Dominou o exército alemão

b)__Lutou bravamente contra os ingleses

c)__Trouxe sobreviventes do holocausto para a terra de Israel

10 - QUE ATITUDE VERGONHOSA OS NAZISTAS TIVERAM CONTRA OS JUDEUS? a)__O holocausto

b)__A proibição de lutar no exército alemão

c)__A expulsão dos judeus do território alemão

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UNIDADE 7 - O ESTADO DE ISRAEL

“Quem Jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode acaso, nascer uma

terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois São, antes que lhe viessem as

dores deu à luz seus filhos." Is. 66.8

INDEPENDÊNCIA

O Estado de Israel foi proclamado no dia 14 de maio de 1948, de acordo com o plano de partilha

da ONU de 1947. Menos de 24 horas depois, os exércitos regulares do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e

Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua

pátria ancestral. Nesta luta - conhecida como a Guerra de independência de Israel - as recém-formadas

Forças de Defesa de Israel (FDI), pobremente equipadas, rechaçaram os invasores em lutas ferozes e

intermitentes, que se prolongaram por 15 meses, e custaram a vida de 6.000 israelenses (quase 1% da

população judaica no pais na época).

No transcurso dos primeiros meses de 1949, realizaram-se negociações diretas, sob os

auspícios da ONU, entre Israel e cada um dos países invasores (exceto o Iraque, que se recusou a

negociar com Israel até hoje); o resultado foi a assinatura de acordos de armistício, que refletiam as

posições no final dos combates. Em consequência, a planície costeira, a Galiléia e todo o Neguev

ficaram sob soberania israelense, a Judéia e a Samaria (a Margem Ocidental) ficaram sob o domínio da

Jordânia e a Faixa de Gaza, sob administração egípcia; a cidade de Jerusalém ficou dividida, cabendo à

Jordânia o controle da parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e a Israel, o setor ocidental da cidade.

A CONSTRUÇÃO DO ESTADO

Com o fim da guerra, Israel concentrou seus esforços na construção do estado pelo qual o povo

tinha lutado tão longa e arduamente. O primeiro Knesset (parlamento) de 120 assentos entrou em

funcionamento após as eleições nacionais (25 de janeiro de 1949), com a participação de quase 85%

dos eleitores. Duas figuras que haviam conduzido Israel à independência tornaram-se os líderes do

país: David Ben-Gurion, presidente da Agência Judaica, foi eleito Primeiro-Ministro; e Chaim Weizmann.

presidente da Organização Sionista Mundial, foi o primeiro Presidente eleito pelo Knesset. Em 11 de

maio de 1949, Israel tornou-se o 59.° membro das Nações Unidas.

De acordo com o conceito de "reunião dos exilados", que é a verdadeira razão de ser do Estado

de Israel, os portões do país foram abertos de par em par, confirmando o direito de cada judeu de vir a

Israel e, ao chegar, receber cidadania. Nos primeiros quatro meses de independência, chegaram ao

país cerca de 50.000 imigrantes, em sua maioria sobreviventes do Holocausto. No final de 1951, haviam

chegado cerca de 687.000 pessoas, homens, mulheres e crianças, dentre os quais 300.000 refugiados

dos países árabes; a população judaica do país duplicara no prazo de quatro anos.

A crise econômica causada pela Guerra da Independência e a necessidade de dar atendimento

à população que crescia rapidamente exigiram uma política de austeridade interna e a procura de ajuda

financeira do exterior. O auxílio prestado pelo governo dos Estados Unidos, os empréstimos de bancos

americanos, a contribuição dos judeus da Diáspora e as reparações alemãs do pós-guerra foram

empregados na construção de moradias, na mecanização da agricultura, no estabelecimento da

marinha mercante e da linha aérea nacional, no desenvolvimento industrial e na expansão de rodovias,

telecomunicações e rede elétrica.

No final da primeira década, a produção industrial do país tinha dobrado, assim como o número

de pessoas empregadas; as exportações industriais haviam quadruplicado. O aumento das áreas

cultivadas havia trazido a auto-suficiência no suprimento de todos os produtos alimentícios básicos

(exceto carne e cereais); cerca de 20.000 hectares de terra árida foram reflorestados, e foram plantadas

árvores ao longo de 800 km de estradas.

O sistema educacional, desenvolvido pela comunidade judaica no período anterior ao estado e

que agora incluía o setor árabe, expandiu-se consideravelmente. A frequência escolar tornou-se gratuita

e compulsória para todas as crianças entre 5 e 14 anos (desde 1978 ela é obrigatória até os 16 anos e

gratuita até os 18). As atividades artísticas e culturais floresciam, misturando elementos ocidentais, do

Oriente Médio e da África do Norte; judeus chegados de todas as partes do mundo traziam

consigo as tradições especificas de suas comunidades, assim como os aspectos culturais

preponderantes dos países onde haviam vivido durante gerações.

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Quando Israel celebrou seu 10° aniversário, a população ultrapassava os 2 milhões de

habitantes.

A CAMPANHA DO SINAI, 1956

Apesar de tudo, estes anos de construção nacional foram obscurecidos por sérios problemas de

segurança. Os acordos de armistício de 1949 não só haviam fracassado em pavimentar o caminho para

a paz; eram também constantemente violados. Contrariando a resolução do Conselho de Segurança da

ONU de 14 de setembro de 1951, os navios israelenses e aqueles com destino a Israel eram impedidos

de passar pelo Canal de Suez; o bloqueio ao Estreito de Tiran foi reforçado; incursões de grupos

terroristas provenientes dos países árabes vizinhos ao território de Israel, vindos para matar e sabotar,

eram cada vez mais frequentes; e a península do Sinai convertia-se gradualmente numa imensa base

militar egípcia.

Com a assinatura de uma aliança militar tripartite entre o Egito, a Síria e a Jordânia (outubro de

1956) a ameaça à existência de Israel tornou-se mais iminente. No curso de uma campanha militar de

oito dias, as FDI capturaram a Faixa de Gaza e toda a península do Sinai, detendo-se a 16 km a leste

do Canal de Suez. A decisão da ONU de enviar uma Força de Emergência (UNEF) ao longo da fronteira

Egito-Israel e garantias egípcias de permitir a livre navegação no Golfo de Eilat levaram Israel a

concordar em retirar-se em etapas (novembro de 1956 - março de 1957) das áreas conquistadas

poucas semanas antes. Em consequência, o Estreito de Tiran foi aberto, permitindo o desenvolvimento

do comércio com países da Ásia e da África, assim como a importação de petróleo do Golfo Pérsico.

OS ANOS DE CONSOLIDAÇÃO

Durante a segunda década (1958-68), as exportações duplicaram e o PNB subiu cerca de 10%

anualmente. Artigos anteriormente importados, como papel, pneus, rádios e geladeiras, eram agora

fabricados no país; mas o crescimento mais vertiginoso ocorreu nos ramos recentemente criados, como

metalúrgica, mecânica, química e eletrônica. Como o mercado interno para os produtos alimentícios

estava chegando rapidamente a ponto de saturação, o setor agrícola voltou-se a culturas destinadas à

indústria alimentícia, assim como a produtos frescos para fins de exportação. Para atender à demanda

do crescente tráfego comercial, um segundo porto para navios de grande calado foi construído em

Ashdod, na costa do Mediterrâneo, além do já existente em Haifa.

Em Jerusalém foi construída a sede definitiva do Knesset, assim como novos prédios para o

Centro Médico Hadassa e para a Universidade Hebraica, em substituição aos locais anteriores situados

no Monte Scopus, abandonados após a Guerra da Independência. Foi fundado o Museu Israel, com o

objetivo de colecionar, conservar, estudar e expor os tesouros artísticos e culturais do povo judeu.

As relações exteriores de Israel expandiam-se: estreitaram-se os laços com os Estados Unidos,

os países da Comunidade Britânica, a maioria dos países da Europa Ocidental, quase todos os países

da América Latina e da África e alguns da Ásia. Iniciaram-se extensos programas de cooperação

internacional, e centenas de israelenses, médicos, engenheiros, professores, agrónomos, peritos em

irrigação e monitores de movimentos juvenis, compartilhavam seu know-how e experiência com outros

países em desenvolvimento.

Em 1965 o país trocou embaixadores com a República Federal da Alemanha, um passo que fora

anteriormente adiado por causa das amargas memórias do povo judeu dos crimes cometidos durante o

regime nazista (1933-45). Oposição violenta e debates públicos precederam a normalização das

relações entre os dois países.

O JULGAMENTO DE EICHMANN

Em maio de 1960, Adolfo Eichmann, um dos principais organizadores do programa de

extermínio nazista duranta a 2a Guerra Mundial, foi trazido ao país para ser julgado segundo a Lei

israelense (de Punição) dos Nazistas e de Seus Colaboradores, de 1950. Neste julgamento, iniciado em

abril de 1961, Eichmann foi considerado culpado de crimes contra a humanidade e o povo judeu, e

condenado à morte. Seu apelo à Suprema Corte foi rejeitado, e ele foi enforcado em 30 de maio de

1962. Esta foi a única vez em que a pena de morte foi aplicada sob a lei israelense.

A GUERRA DOS SEIS DIAS, 1967.

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35

As esperanças por mais uma década de relativa tranquilidade se esvaneceram, com a escalada

dos ataques terroristas árabes através das fronteiras com o Egito e a Jordânia, o persistente

bombardeamento dos núcleos populacionais do norte da Galiléia pela artilharia Síria e os massivos

preparativos militares dos estados árabes vizinhos. Quando o Egito novamente deslocou um grande

número de tropas para o deserto do Sinai (maio de 1967), ordenou que as forças de manutenção de

paz da ONU (aí estacionadas desde 1957) se retirassem da área, re-impôs o bloqueio do Estreito de

Tiran e fez uma aliança militar com a Jordânia, Israel viu-se diante de exércitos árabes hostis em todas

as frentes. Como o Egito violara os acordos alcançados após a Campanha de Sinai de 1956, Israel

invocou seu direito inerente de auto-defesa e desencadeou um ataque preventivo contra o Egito, no sul,

(5 de junho de 1967), seguido por um contra-ataque à Jordânia, no leste e a expulsão das forças sírias

entrincheiradas no planalto do Golan, ao norte.

Ao fim de seis dias de combates, as antigas linhas de cessar-fogo tinham sido substituídas por

novas; a Judéia, a Samaria, Gaza, a península do Sinai e o planalto do Golan estavam agora sob o

controle de Israel. Os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento sírio,

que durara 19 anos; a passagem de navios israelenses e com destino a Israel, através do Estreito de

Tiran estava assegurada; e Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e Jordânia desde 1949, foi

reunificada sob a autoridade de Israel.

ENTRE DUAS GUERRAS

Terminada a guerra, o desafio diplomático de Israel era traduzir suas vitórias militares em paz

permanente, baseando-se na resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU que apelava

pelo"reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de todos os estados da

região e de seu direito de viver em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças

ou atos de força". A posição árabe, contudo, conforme formulada na Conferência de Cúpula de Cartum

(agosto de 1967) era "não à paz com Israel, não a negociações com Israel e não ao reconhecimento de

Israel". Em setembro de 1968, o Egito iniciou uma "guerra de desgate", com ações esporádicas e

estáticas ao longo das margens do Canal de Suez, que se transformaram em combates de grande

escala, causando pesadas perdas a ambos os lados. As hostilidades cessaram em 1970, quando o

Egito e Israel aceitaram um novo cessar-fogo ao longo do Canal de Suez.

A GUERRA DE IOM KIPUR, 1973

Três anos de relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no lom Kipur (Dia da Expiação),

o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque de surpresa

coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973): o exército egípcio atravessou o Canal de Suez e as

tropas sírias invadiram o planalto do Golan. Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa

de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os atacantes, atravessando o Canal de Suez, e

penetrando no Egito, ao mesmo tempo em que avançavam até 32 km de distância de Damasco, capital

da Síria. Dois anos de difíceis negociações entre Israel e o Egito e entre Israel e a Síria resultaram em

acordos de separação de tropas, pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios conquistados na

guerra.

DA GUERRA À PAZ

Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um ano de seu PIB (Produto Interno Bruto), a

economia já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os investimentos estrangeiros cresceram,

e quando Israel se tomou um membro associado do Mercado Comum Europeu (1975), abriram-se

novos mercados aos produtos israelenses. O turismo incrementou e o número anual de visitantes

ultrapassou o marco de um milhão.

As eleições de 1977 para o Knesset trouxeram ao poder o bloco do Likud, uma coalizão de partidos

liberais e centristas, terminando com quase 30 anos de predominância do Partido Trabalhista. Ao tomar

posse, o novo primeiro-ministro, Menachem Begin, reiterou o compromisso de todos os seus

predecessores por uma paz permanente na região, apelando aos países árabes a virem à mesa das

negociações.

O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a todos os apelos de paz de Israel foi rompido

com a visita do presidente egípcio Anuar Sadate a Jerusalém (novembro de 1977), à qual se seguiram

negociações entre o Egito e Israel, sob os auspícios dos E.U.A., e que culmiram com os acordos de

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Camp David (setembro de 1978). Tais acordos continham as linhas gerais para um acordo de paz

abrangente no Oriente Médio, inclusive uma proposta detalhada de auto-governo para os palestinos.

Em 26 de março de 1979, Israel e o Egito assinaram um tratado de paz em Washington, que trouxe o

fim aos 30 anos de estado de guerra entre os dois países.

De acordo com os termos do tratado, Israel retirou-se da península do Sinai, substituindo as

antigas linhas de cessar-fogo e acordos de armistício por fronteiras internacionais mutuamente

reconhecidas.

Alguns dos países africanos que haviam rompido suas relações com Israel em resultado da

pressão árabe durante a crise do petróleo de 1973 renovaram seus vínculos econômicos,

restabelecendo as relações diplomáticas.

OPERAÇÃO PAZ PARA A GALILÉIA, 1982

A fronteira internacional com o Líbano jamais foi questionada por nenhuma das partes. Contudo,

quando a Organização de Libertação da Palestina (OLP) se instalou no sul do Líbano, após ter sido

expulsa da Jordânia (1970), passando a perpetrar repetidas ações terroristas contra as cidades e

colónias agrícolas do norte de Israel (Galiléia), causando danos físicos e materiais, as Forças de Defesa

de Israel cruzaram a fronteira e entraram no Líbano (1982). A "Operação Paz para a Galiléia" conseguiu

remover a maior parte da infra-estrutura organizacional e militar da OLP para fora da região. Desde

então, Israel mantém uma pequena zona de segurança no sul do Líbano, adjacente á sua fronteira

setentrional, para salvaguardar a população da Galiléia contra os constantes ataques de elementos

hostis.

EVA UNIDADE 7 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - EM QUE DATA FOI PROCLAMADA A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL? a)__ 14 de maio de 1948 b)__ 14 de maio de 1947 c)__ 29 de novembro de 1947

2 -O QUE CONTRIBUIU BASTANTE PARA A CONSTRUÇÃO DO ESTADO JUDEU? a)__ O retorno maciço dos judeus, principalmente os sobreviventes do holocausto.

b)__ O auxílio financeiro das nações vizinhas

c)__ O fim da perseguição aos judeus

3 - COMO FICOU CONHECIDA A LUTA PELA LIBERAÇÃO DO ESTREITO TIRAN? a)__ Campanha da paz b)__ Campanha da tríplice aliança c)__ Campanha do Sinai

4-0 QUE ACONTECEU AO NAZISTA ADOLFO EICHMANN? a)__ Foi julgado e condenado a morte em Israel

b)__ Foi capturado e depois libertado

c)__ Foi capturado e extraditado para a Alemanha

5-0 QUE ACONTECEU A ISRAEL NA GUERRA DOS SEIS DIAS? a)__Israel foi parcialmente destruído pelos inimigos

b)__Israel obteve uma vitória expressiva sobre os inimigos

c)__Israel só não perdeu o domínio de Jerusalém por causa da intervenção do Egito

6-0 QUE POITRATADO NA CONFERÊNCIA DA CÚPULA DE CARTUM? a)__ O cessar fogo contra Israel

b)__ O extermínio total de Israel

c)__ Não a paz com Israel, Não a negociação com Israel, não ao reconhecimento de Israel

7 - O QUE FOI A GUERRA DE IOM KIPUR? a)__ Foi uma guerra travada contra o Egito e a Síria no dia mais sagrado para Israel

b)__ Foi uma guerra vencida na península do Íon Kipur

c)__ Foi uma guerra travada na planície do Íon Kipur

8- O QUE OCORREU POLITICAMENTE COM ISRAEL EM 1975? a)__Foi ignorado pelo Conselho de Segurança da Onu

b)__Foi aceito como membro no Mercado Comum Europeu

c)__Foi admitido como integrante da Liga Árabe

9- O QUE AJUDOU O FECHAMENTO DO ACORDO DE PAZ ENTRE ISRAEL E O EGITO? a) __ A visita do Secretario Geral da ONU em Israel

b) __ A visita do papa à Terra Santa

c) __ A visita do presidente Egípcio a Jerusalém

10- COMO FICOU CONHECIDA A INVASÃO ISRAELENSE NO SUL DO LÍIBANO? a)__ Paz para a Galiléia

b)__ Paz para o Oriente Médio

c)__ Paz para o Líbano

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UNIDADE 8 - NOVOS DESAFIOS

DESAFIOS INTERNOS

Nas décadas de 80 e 90, Israel absorveu mais de 750.000 novos imigrantes, em sua maioria da

antiga União Soviética, Europa Oriental e Etiópia. Este grande influxo de consumidores, assim como o

considerável aumento do número de trabalhadores, profissionais ou não, somados a medidas estritas

de controle inflacionário, colocaram a economia num período de expansão acelerada, tendo sido

atingido um dos maiores índices de crescimento do PIB entre os países ocidentais.

O governo que subiu ao poder após as eleições de 1984 para o Knesset se compunha dos dois

principais partidos políticos - o Trabalhista (centro/esquerda) e o Likud (centro-direita). Este foi

substituído, em 1988, por uma coalizão encabeçada pelo Likud à qual, após o período de governo de

quatro anos, seguiu-se em 1992 uma coalizão trabalhista e de outros pequenos partidos de esquerda.

Durante estes anos, cada um dos governos trabalhou pela consecução da paz, o desenvolvimento

econômico e a absorção dos imigrantes, de acordo com suas próprias convicções políticas.

RUMO À PAZ NA REGIÃO Desde a assinatura do tratado de paz Egito-Israel (1979), várias iniciativas foram apresentadas,

por Israel e outros, com o objetivo de promover o processo de paz no Oriente Médio. Tais esforços

levaram à reunião da Conferência de Paz de Madrid (outubro de 1991), realizada sob os auspícios dos

Estados Unidos e União Soviética, que reuniu representantes de Israel, da Síria, do Líbano, da Jordânia

e dos palestinos. Os procedimentos formais foram seguidos de negociações bilaterais entre as partes e

por conversações multilaterais tratando de problemas regionais.

AS CONVERSAÇÕES BILATERAIS

Israel e os Palestinos

Após meses de intensivos contatos secretos em Oslo entre negociadores de Israel e da

Organização de Libertação da Palestina (OLP), foi formulada uma Declaração de Princípios, onde foram

delineados os arranjos para o auto-governo dos palestinos na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza.

Sua assinatura foi precedida por uma troca de cartas (setembro de 1993) entre o líder da OLP Yasser

Arafat e o Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin, nas quais a OLP renunciava ao uso do terrorismo,

comprometia-se a invalidar os artigos de sua Carta que negam o direito de Israel à existência, e se

comprometia a uma solução pacífica do conflito territorial de tantas décadas entre palestinos e judeus.

Por sua parte, Israel reconhecia a OLP como representante do povo palestino.

Assinada por Israel e a OLP em setembro de 1993 em Washington, a Declaração de Princípios

contém um conjunto de princípios gerais mutuamente acordados sobre um período interino de cinco

anos de auto-governo palestino, a ser implantado em quatro etapas. O primeiro passo, estabelecendo o

auto-governo na Faixa de Gaza e na área de Jericó, ocorreu em maio de 1994. Em agosto do mesmo

ano foi introduzida a segunda etapa, que envolvia a transferência de poderes e responsabilidades aos

representantes palestinos na Margem Ocidental em cinco esferas específicas - educação e cultura,

saúde, bem-estar social, impostos e turismo. O Acordo Interino Israelense-Palestino de setembro de

1995, que constitui a terceira etapa, ampliou o auto-governo palestino na Margem Ocidental através da

eleição de uma autoridade autónoma - o Conselho Palestino - a fim de permitir aos palestinos a

condução de seus assuntos internos.

A última etapa

Negociações entre as partes sobre os arranjos para o status final - iniciaram-se de acordo com o

que estava previsto em maio de 1996. Tais conversações determinarão a natureza permanente das

disposições, cobrindo assuntos pendentes que incluem: os refugiados, os assentamentos, assuntos de

segurança, fronteira e Jerusalém.

Israel e a Jordânia:

Três anos de conversações entre a Jordânia e Israel, após a Conferência de Madrid, culminaram

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com uma declaração do Rei Hussein e do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (julho de 1994), pondo fim ao

estado de guerra de 46 anos entre os dois países. O tratado de paz Jordânia-Israel foi assinado no

posto fronteiriço do Arava (perto de Eilat, em Israel, e Acaba, na Jordânia) no dia 26 de outubro de

1994, na presença do Presidente americano Bill Clinton. Desde então, Israel e a Jordânia vêm

cooperando em várias esferas para benefício de ambos países.

Israel e a Síria:

Nos marcos estipulados por Madrid, as conversações entre as delegações israelenses e Sírias

se iniciaram em Washington e têm-se realizado periodicamente em nível de embaixadores, com a

participação de altos funcionários americanos. Dois ciclos recentes de conversações de paz sírio-

israelenses (dezembro de 1995 e janeiro de 1996) focalizaram a segurança e outros assuntos-chave.

Profusamente detalhadas e de amplo escopo, as conversações identificaram importantes áreas de

concordância e convergência conceptuais, para discussão e consideração futuras.

CONVERSAÇÕES MULTILATERAIS

As conversações multilaterais foram iniciadas como parte integrante do processo de paz, com o

objetivo de encontrar soluções para problemas regionais fundamentais, e ao mesmo tempo instaurar

confiança para permitir relações normalizadas entre as nações do Oriente Médio. Após a Conferência

Multilateral de Moscou para o Oriente Médio (jsneiro de 1992), na qual participaram 36 países e

organizações internacionais, as delegações se dividiram em cinco grupos de trabalho, que tratam de

áreas específicas de interesse regional comum: meio ambiente, controle dos armamentos e segurança

regional, refugiados, fontes de água e desenvolvimento econômico. Seus participantes se encontram

periodicamente em vários locais da região.

ISRAEL RUMO AO SÉCULO XXI

Após o assassinato do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (novembro de 1995), o governo - de

acordo com seu direito de nomear um dos ministros (neste caso, obrigatoriamente um membro do

Knesset) para exercer o cargo de primeiro-ministro até as próximas eleições - nomeou o Ministro das

Relações Exteriores Shimon Peres a esta função, com todos os privilégios concedidos pelo cargo. As

eleições de maio de 1966 trouxeram ao poder uma coalizão governamental constituída de elementos

nacionalistas, religiosos e centristas, chefiada por Binyamin Netanvahu do Likud.

Com o objetivo de dedicar-se aos interesses primordiais do Estado de Israel, o governo tem

diante de si vários desafios, entre os quais a continuação do processo de paz; a garantia da segurança

do país; a ampliação dos laços diplomáticos no mundo; a melhoria do sistema educacional, com a

instituição de turmas menores e o aumento do número de aulas diárias; a promoção de oportunidades

educacionais iguais; a ênfase nos estudos científicos e tecnológicos, a fim de atender à indústria

israelense; o aumento da competividade econômica com menor intervenção governamental; a redução

do déficit na balança de pagamentos; a manutenção de um índice inflacionário baixo; a diminuição da

burocracia governamental; a diminuição do peso dos impostos; o encontro de soluções para os

problemas habitacionais; e a expansão da infra-estrutura. O ritmo constante de imigração e o progresso

do processo de paz influenciarão sem dúvida de forma positiva o crescimento e o desenvolvimento

contínuo de Israel rumo ao próximo século.

ATUAL SITUAÇÃO POLÍTICA DE ISRAEL

NOME OFICIAL: Estado de Israel (Medinat Yisra'el).

CAPITAIS: Jerusalém (não reconhecida pela ONU), Telaviv (sede da maioria das embaixadas estrangeiras)

LOCALIZAÇÃO: Oeste da Ásia

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GEOGRAFIA: Área: 20.700 km

2.

Hora local: +5h.

Clima: mediterrâneo.

Cidades: Jerusalém (633.700), Telaviv (348.100), Haifa (265.700), Rishon Leziyyon (188.200), Holon

(163.100) (1998).

POPULAÇÃO: 6,2 milhões (2001);

Nacionalidade: israelense;

Composição: judeus 79,2%, árabes e outros 20,8% (1999).

Idioma: hebraico, árabe (oficiais), inglês.

Religião: judaísmo 77,1%, islamismo 12%, cristianismo 5,8% (católicos 2,7%, outros 3,1%), sem religião

e ateísmo 4,8%, bahaísmo 0,3% (2000).

Densidade: 299,52 hab./km2 (2001).

População urbana: 91% (2000).

Crescimento demográfico: 2,02% ao ano; fecundidade: 2,7 filhos por mulher;

Expectativa de vida: Homem 77,1 -Mulher 81 anos;

Mortalidade infantil: 5,9%o (2000-2005).

Analfabetismo: 3,9% (2000).

ECONÔMIA: Moeda: shekel novo; cotação para US$ 1: 4,13 (jul./2001).

Crescimento PIB: 5,2% ao ano (1990-1999).

Renda per capita: US$ 16.310 (1999).

Força de trabalho: 3 milhões (1999).

Exportação: US$ 25,8 bilhões (1999).

Importação: US$ 33,2 bilhões (1999).

Parceiros comerciais: EUA, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda (Países Baixos), Suíça.

DEFESA: Exército: 130 mil;

Marinha: 6,5 mil;

Aeronáutica: 36 mil (2000).

Gastos: US$ 8,8 bilhões (1999).

RELAÇÕES EXTERIORES: Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU.

Embaixada: tel. (61) 244-7675, fax (61) 244-6129, e-mail: [email protected] - Brasília, DF.

GOVERNO: República parlamentarista.

Divisão administrativa: 6 distritos subdivididos em municipalidades.

Presidente: Moshé Katsav (desde 2000).

Primeiro-ministro: Ariel Sharon (Partido Likud) (desde 2001).

Partidos: Trabalhista de Israel, Likud, Shas, Meretz.

Legislativo: unicameral - Assembleia, com 120 membros.

Constituição: não há Constituição escrita.

ECONOMIA Agricultura: laranjas (475 mil t), grapefruit (370 mil t), tomate (365 mil t), batata (235 mil t), trigo (145 mil

t) (1994).

Pecuária: aves (27 milhões), bovinos (362 mil), ovinos (330 mil) (1994)

Pesca, 18,6 mil t (1993)

Minérios: fosfato (2,6 milhões t), potássio (2,1 milhões de t), gás natural (24 mil m3) (1993)

Indústria: alimentícia, bebidas, tabaco, máquinas elétricas, refino de petróleo, carvão, metalúrgica,

lapidação de diamantes.

Parceiros comerciais: EUA (principal), Grã-Bretanha, Alemanha, Bélgica, Japão, Suíça.

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CONCLUSÃO

Observando a História de Israel, compreendemos o zelo de Deus por um povo desde a sua

formação. Um povo chamado para ser separado para Deus. Um povo com o qual Deus fez uma aliança

a qual permanece até os dias de hoje. Um povo que devido as terríveis perseguições pelas quais

passaram, poderiam já ter desaparecido da face da terra. Mas preservado devido a aliança feita com

Deus.

A perseguição e dispersão não fizeram com que fossem exterminados, Deus com seu dedo

escrevendo a história da humanidade, nos dias atuais cria meios e faz com que novamente este povo

seja reconhecido como nação.

"O Estado de Israel, é hoje uma realidade". Isto é o cumprimento da promessa de Deus. Têm

surgido muitas perguntas com respeito aos acontecimentos desde o reconhecimento de Israel como

Estado. Mas nós sabemos a razão pela qual Israel sobressaiu durante todas estas gerações.

Sabemos que Israel é o meio pelo qual Deus usou, para através dele concretizar o seu projeto

de redenção da humanidade.

E para nós resta uma advertência: " Aprendei agora esta parábola da figueira: Quando já os

seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabei que está próximo o verão. Igualmente vós, quando

virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas." (Mateus 24.32,33).

O reconhecimento de Israel como Estado e a volta de inúmeros judeus espalhados pelo mundo

para sua terra, e o cumprimento do que disse Jesus, isto é o brotar da figueira.

É de vital importância que a Igreja de Cristo, olhe para história deste povo, seus erros, acertos

muito nos ensinam acerca do amor e justiça Divina.

EVA UNIDADE 8 - MARCAR COM UM X A ALTERNATIVA CORRETA 1 - NA DÉCADA DE 1980, QUEM MAIS FORNECEU IMIGRANTES A ISRAEL? a)__ A antiga União soviética, a Europa Oriental e a Etiópia.

b)__ A antiga Alemanha Oriental

c)__ O continente europeu e asiático

2 - QUAIS OS DOIS PRINCIPAIS PARTIDOS POLÍTICOS DE ISRAEL? a)__ Os Democratas e os Conservadores

b)__ O Trabalhista e o Likud

c)__ O Trabalhista e o Liberal

3 - COMO SE CHAMOU O DOCUMENTO ASSINADO ENTRE ISRAEL E OS PALESTINOS? a)__ Declaração de Métodos para a Paz no Oriente Médio

b)__ Declaração dos Direitos Palestinos e Israelenses

c)__ Declaração de Princípios

4-0 QUE CONTINHA A DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS ASSINADOS PELOS DOIS PAÍSES? a)__ Um conjunto de princípios mutuamente acordados a ser implantado em quatro etapas

b)__ Um conjunto de leis bilaterais para lutar contra a intervenção americana na região

c)__ Um conjunto de medidas que só beneficiariam os palestinos

5 - O QUE SIGNIFICA OLP? a)__ Ordem para Legalização do Poder

b)__ Organização para Libertação da Palestina

c)__ Organização de Leis e Pactos

6 - COMO FICOU A RELAÇÃO ISRAEL/JORDÂNIA APÓS A CONFERÊNCIA DE MADRI? a)__ Não houve nenhum acordo de paz

b)__ O Primeiro Ministro israelense se recusou a assinar o acordo de paz

c)__ Foi assinado um acordo de paz, pondo fim a um estado de guerra de 46 anos.

7 - COMO ESTÁ O RELACIONAMENTO ISRAEL/SÍRIA EM RELAÇÃO À PAZ? a)__ As conversações estão sendo feitas em níveis de embaixadores e tratam da segurança

b)__ Está em estado muito primitivo, longe de ser um diálogo produtivo.

c)__ Os Estados Unidos não apoiam tais conversações

8 - QUE ASSUNTOS FORAM DISCUTIDOS NAS CONVERSAÇÕES BILATERAIS EM MOSCOU? a)__ O avanço tecnológico e científico na região do Oriente Médio

b)__ Meio-ambiente Controle de Armamentos e segurança regional, etc.

c)__ Projetos de pesquisas espaciais em conjunto com os países europeus

9 - QUAL O NOME DO PRIMEIRO-MINISTRO ASSASSINADO EM ISRAEL? a)__ Binyamin Netanyahu b)__ Simin Peres c)__ Yitzhak Rabin

10 - QUAL O NOME DA CAPITAL POLÍTICA DE ISRAEL a)__ Telaviv b)__ Jerusalém c)__ Haifa

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NOME DO ALUNO: ____________________________________________________________________

NOME DA MATÉRIA: ______________________________________________ DATA ___/___/______

FOLHA DE TAREFAS

Suas tarefas para eliminar a matéria serão responder os exercícios de cada unidade, copiar as

respostas para o gabarito e enviá-lo, juntamente com o comprovante de pagamento da próxima mensalidade.

Não precisa destacar as folhas de seu manual de estudo. Basta copiar as respostas e nos remetê-las.

Preencha a lacuna ―a‖ ou ―b‖ ou ―c‖ das respectivas

questões conforme este exemplo:

GABARITO DE RESPOSTAS

EVA 1 EVA 2 EVA 3 EVA 4 EVA 5 EVA 6 EVA 7 EVA 8

1 – (a) (b) (c)

1 – (a) (b) (c)

1 – (a) (b) (c)

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Endereço para correspondência

Pr. Ronaldo Batista Pereira – Coordenador Rua 16 Lt.15 /Qd. 73 – Bairro: Parque Paulista (9324-1655)

25261-400 – Duque de Caxias – RJ

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