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10 | a cabra | 11 de Novembro de 2008 | Terça-feira DESPORTO B A S Q U E T E B O L A c a d é m i c a v s G a l i t o s F C 15H • PAVILHÃO MULTIDESPORTOS V O L E I B O L S p o r t i n g C . C a l d a s v s A c a d é m i c a 17H30 • PAVILHÃO RAUL JARDIM GRAÇA A N D E B O L A c a d é m i c a v s A D S a n j o a n e n s e 18H • PAVILHÃO UNIVERSITÁRIO 3 H Ó Q U E I E M P A T I N S F C O l i v e i r a d o H o s p i t a l v s A c a d é m i c a 21H • PAVILHÃO DESPORTIVO MUNICIPAL 16 NOV 15 NOV 15 NOV 15 OUT A G E N D A D E S P O R T I V A Para voltar à Divisão de Honra Com a esperança de regressar ao escalão principal, a Secção de Rugby da Associação Académica de Coim- bra (AAC) tem apostado numa equipa jovem e renovada. Depois de ter descido de escalão e voltado ao Campeonato Nacional da I Divisão, a Académica encontra- se neste momento no primeiro lugar da tabela, ainda que tenha mais en- contros disputados que os adversá- rios. O balanço dos últimos quatro jogos, “é positivo, com a vitória sobre os três adversários directos”, defende o treinador da AAC, Sérgio Franco. Na sua opinião, Rugby Clube Lousã, CR Arcos Valdevez e o Vitória Futebol Clube são os candi- datos aos primeiros lugares. Este ano a equipa da Académica perdeu 19 dos 39 jogadores que in- tegravam o grupo na época anterior. Por essa razão foram integrados vá- rios jogadores do escalão inferior. A AAC está num processo de renova- ção. “É um trabalho que leva tempo porque é uma equipa praticamente nova”, acrescenta Sérgio Franco. Para além da perda de atletas, por razões académicas e profissionais, o clube enfrenta outros problemas. Para o presidente da Secção de Rugby da AAC, Jaime Carvalho, “o problema é que todos são atletas amadores e não se pode exigir que treinem como os profissionais”. Para Sérgio Franco, a equipa tam- bém tem trunfos. “Há falta de peso no bloco de avançados, o que po- derá ser um ponto a nosso favor, porque são mais rápidos”, revela. O campeonato fez uma paragem por causa da Taça de Portugal. A AAC está isenta da primeira elimi- natória da prova, mas volta a jogar no sábado, dia 15, com a Associação Prazer de Jogar Rugby. No entender de Jaime Carvalho, a paragem pode ser “prejudicial para a equipa, já que se treina com menos frequência”. A Associação Prazer de Jogar Rugby é a equipa que lidera o Grupo Norte/Centro da Segunda Divisão, num escalão abaixo da AAC. Assim, para o treinador Sérgio Franco “apesar de o adversário jogar bem, a Académica é favorita", conclui. Ana Coelho Estatuto para proteger estudantes atletas O regulamento vem valorizar a prática desportiva dos que representam a UC e a AAC No último Senado Universitário foi aprovado, por unanimidade, o Estatuto Estudante Atleta, uma reivindicação estudantil. O docu- mento contempla a possibilidade de adiar o prazo de entrega de tra- balhos, de escolher primeiro os ho- rários em detrimento de outros estudantes, de poder ir a outras turmas práticas mesmo depois da escolha de turnos durante o ano, de requerer exame a quatro cadei- ras semestrais na época especial e de pedir relevação de faltas. Para o coordenador-geral do desporto da Direcção-Geral da As- sociação Académica de Coimbra (AAC), Miguel Portugal, a aprova- ção “é uma maneira de recompen- sar os estudantes que praticam desporto”. No mesmo sentido, a vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC) e mentora do pro- jecto, Cristina Robalo Cordeiro, re- força que o Estatuto do Estudante Atleta “ revela o lugar que deve ser dado ao desporto na Universidade de Coimbra para os estudantes que querem praticá-lo de forma séria e regular”. Apesar de entrar em vigor no dia seguinte à aprovação no Senado, ficou a ressalva que o regulamento necessita de algumas alterações para tornar o texto mais consentâ- neo com a linguagem jurídica. “Há um aspecto ou outro que é preciso acautelar em termos de expressão e de linguagem”, explica a vice-rei- tora. Ao contrário das outras institui- ções do ensino superior, o novo texto inclui não só a participação nas provas da Federação Acadé- mica do Desporto Universitário (FADU), como também salva- guarda os estudantes universitá- rios que competem dentro das secções. Nas outras universidades do país apenas só é considerado o primeiro aspecto. “Pegou-se em ideias, na especificidade da AAC e fez-se o regulamento mais com- pleto do país”, avalia Miguel Por- tugal. Mas o Regulamento do Estu- dante Atleta não tem só regalias. Também abarca deveres, “para que as coisas corram bem e sejam fei- tas com seriedade”, como afirma Cristina Robalo Cordeiro. “No fundo o estudante tem de mostrar que treina, tem que perder tempo com o desporto que pratica e ter aproveitamento escolar”, resume o coordenador do desporto. O mecanismo de controlo está a cargo do Observatório do Desporto da UC, que vai ser constituído por um membro da reitoria, um mem- bro da Faculdade de Desporto, um membro dos Serviços de Acção So- cial e um membro do Conselho Desportivo da AAC. A vice-reitora conta que “o órgão vai não vigiar, mas acompanhar os actos e as ac- tividades dos estudantes”. A cessação de direitos acontece quando o estudante atleta faltar a duas ou mais competições. No en- tanto, este aspecto vai ser refor- mulado, uma vez que nem todos os atletas têm o mesmo número de momentos competitivos. “Não achamos correcto que um atleta que tenha 30 ou 40 momentos competitivos durante o ano seja eliminado à segunda competição”, defende Miguel Portugal. Cristina Robalo Cordeiro recusa a ideia que “a UC é das últimas” a adoptar um regulamento como este e classifica a ideia como “ino- vadora”. Por outro lado, a mentora do projecto acredita que “com o re- conhecimento e a valorização do estudante atleta podem atrair-se mais jovens para o desporto”. O que pensam os atletas Apesar de alguns atletas não es- tarem a par da aprovação do Esta- tuto Atleta Estudante, todos salientam a importância para con- tinuar a prática desportiva. Com 25 anos, Rui Pita actua na equipa principal da Secção de Futebol da AAC, da qual também é presi- dente. “Perdemos muito tempo e isso prejudica-nos claramente nos estudos e se de alguma forma for- mos recompensados, tudo bem”, sublinha. Para Fernando Sousa, extremo da equipa sénior de basquetebol da AAC e estudante de Gestão na Fa- culdade de Economia da UC, o novo documento é “uma forma de incentivar os estudantes a pratica- rem o desporto”. “Muitos atletas ao ingressarem no ensino superior desistem dos desportos que prati- cam, devido às incompatibilidades e ao acumular de trabalho”, argu- menta o atleta. Como “trabalha- dor, atleta e estudante”, Fernando Sousa diz que a gestão das activi- dades é “uma questão de organiza- ção”. O novo estatuto já era uma bata- lha com décadas e veio para fixar “a prática desportiva na UC e reco- nhecer o esforço e dedicação dos atletas”, como se lê no preâmbulo. ANA COELHO ALÉM DE DIREITOS, o estatuto exige que o atleta treine seriamente e se dedique à prática desportiva Ana Coelho Catarina Domingos O e s t a t u t o a i n d a v a i s o f r e r a l g u m a s a l t e r a ç õ e s p a r a o a d e q u a r à l i n g u a g e m j u r í d i c a

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15 15 15 10 | a cabra | 11 de Novembro de 2008 | Terça-feira VOLEIBOL HÓQUEI EM PATINS conhecimento e a valorização do estudante atleta podem atrair-se mais jovens para o desporto”. Ana Coelho NOV NOV NOV OUT Académica vs Galitos FC 15H • PAVILHÃO MULTIDESPORTOS Sporting C. Caldas vs Académica 17H30 • PAVILHÃO RAUL JARDIM GRAÇA FC Oliveira do Hospital vs Académica 21H • PAVILHÃO DESPORTIVO MUNICIPAL Académica vs AD Sanjoanense 18H • PAVILHÃO UNIVERSITÁRIO 3 ANA COELHO

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10 | a cabra | 11 de Novembro de 2008 | Terça-feira

DESPORTOBASQUETEBOLAcadémica vs Galitos FC15H • PAVILHÃO MULTIDESPORTOS

VOLEIBOLSporting C. Caldas vs Académica17H30 • PAVILHÃO RAUL JARDIM GRAÇA

ANDEBOLAcadémica vs AD Sanjoanense18H • PAVILHÃO UNIVERSITÁRIO 3

HÓQUEI EM PATINSFC Oliveira do Hospital vs Académica21H • PAVILHÃO DESPORTIVO MUNICIPAL

16NOV

15NOV

15NOV

15OUT

A G E N D A D E S P O R T I V A

Para voltarà Divisãode Honra

Com a esperança de regressar aoescalão principal, a Secção de Rugbyda Associação Académica de Coim-bra (AAC) tem apostado numaequipa jovem e renovada.

Depois de ter descido de escalãoe voltado ao Campeonato Nacionalda I Divisão, a Académica encontra-se neste momento no primeiro lugarda tabela, ainda que tenha mais en-contros disputados que os adversá-rios.

O balanço dos últimos quatrojogos, “é positivo, com a vitóriasobre os três adversários directos”,defende o treinador da AAC, SérgioFranco. Na sua opinião, RugbyClube Lousã, CR Arcos Valdevez e oVitória Futebol Clube são os candi-datos aos primeiros lugares.

Este ano a equipa da Académicaperdeu 19 dos 39 jogadores que in-tegravam o grupo na época anterior.Por essa razão foram integrados vá-rios jogadores do escalão inferior. AAAC está num processo de renova-ção. “É um trabalho que leva tempoporque é uma equipa praticamentenova”, acrescenta Sérgio Franco.

Para além da perda de atletas, porrazões académicas e profissionais, o

clube enfrenta outros problemas.Para o presidente da Secção deRugby da AAC, Jaime Carvalho, “oproblema é que todos são atletasamadores e não se pode exigir quetreinem como os profissionais”.Para Sérgio Franco, a equipa tam-bém tem trunfos. “Há falta de pesono bloco de avançados, o que po-derá ser um ponto a nosso favor,porque são mais rápidos”, revela.

O campeonato fez uma paragempor causa da Taça de Portugal. AAAC está isenta da primeira elimi-natória da prova, mas volta a jogarno sábado, dia 15, com a AssociaçãoPrazer de Jogar Rugby. No entenderde Jaime Carvalho, a paragem podeser “prejudicial para a equipa, já quese treina com menos frequência”.

A Associação Prazer de JogarRugby é a equipa que lidera o GrupoNorte/Centro da Segunda Divisão,num escalão abaixo da AAC. Assim,para o treinador Sérgio Franco“apesar de o adversário jogar bem,a Académica é favorita", conclui.

Ana Coelho

Estatuto para protegerestudantes atletas

O regulamento vemvalorizar a práticadesportiva dos querepresentam a UCe a AAC

No último Senado Universitáriofoi aprovado, por unanimidade, oEstatuto Estudante Atleta, umareivindicação estudantil. O docu-mento contempla a possibilidadede adiar o prazo de entrega de tra-balhos, de escolher primeiro os ho-rários em detrimento de outrosestudantes, de poder ir a outrasturmas práticas mesmo depois daescolha de turnos durante o ano,de requerer exame a quatro cadei-ras semestrais na época especial ede pedir relevação de faltas.

Para o coordenador-geral dodesporto da Direcção-Geral da As-sociação Académica de Coimbra(AAC), Miguel Portugal, a aprova-ção “é uma maneira de recompen-sar os estudantes que praticamdesporto”. No mesmo sentido, avice-reitora da Universidade deCoimbra (UC) e mentora do pro-jecto, Cristina Robalo Cordeiro, re-força que o Estatuto do EstudanteAtleta “ revela o lugar que deve serdado ao desporto na Universidadede Coimbra para os estudantes que

querem praticá-lo de forma séria eregular”.

Apesar de entrar em vigor no diaseguinte à aprovação no Senado,ficou a ressalva que o regulamentonecessita de algumas alteraçõespara tornar o texto mais consentâ-neo com a linguagem jurídica. “Háum aspecto ou outro que é precisoacautelar em termos de expressãoe de linguagem”, explica a vice-rei-tora.

Ao contrário das outras institui-ções do ensino superior, o novotexto inclui não só a participaçãonas provas da Federação Acadé-mica do Desporto Universitário(FADU), como também salva-guarda os estudantes universitá-rios que competem dentro dassecções. Nas outras universidadesdo país apenas só é considerado oprimeiro aspecto. “Pegou-se emideias, na especificidade da AAC efez-se o regulamento mais com-pleto do país”, avalia Miguel Por-tugal.

Mas o Regulamento do Estu-dante Atleta não tem só regalias.Também abarca deveres, “para queas coisas corram bem e sejam fei-tas com seriedade”, como afirmaCristina Robalo Cordeiro. “Nofundo o estudante tem de mostrarque treina, tem que perder tempocom o desporto que pratica e teraproveitamento escolar”, resume ocoordenador do desporto.

O mecanismo de controlo está a

cargo do Observatório do Desportoda UC, que vai ser constituído porum membro da reitoria, um mem-bro da Faculdade de Desporto, ummembro dos Serviços de Acção So-cial e um membro do ConselhoDesportivo da AAC. A vice-reitoraconta que “o órgão vai não vigiar,mas acompanhar os actos e as ac-tividades dos estudantes”.

A cessação de direitos acontecequando o estudante atleta faltar aduas ou mais competições. No en-tanto, este aspecto vai ser refor-

mulado, uma vez que nem todos osatletas têm o mesmo número demomentos competitivos. “Nãoachamos correcto que um atletaque tenha 30 ou 40 momentoscompetitivos durante o ano sejaeliminado à segunda competição”,defende Miguel Portugal.

Cristina Robalo Cordeiro recusaa ideia que “a UC é das últimas” aadoptar um regulamento comoeste e classifica a ideia como “ino-vadora”. Por outro lado, a mentorado projecto acredita que “com o re-

conhecimento e a valorização doestudante atleta podem atrair-semais jovens para o desporto”.

O que pensam os atletasApesar de alguns atletas não es-

tarem a par da aprovação do Esta-tuto Atleta Estudante, todossalientam a importância para con-tinuar a prática desportiva. Com25 anos, Rui Pita actua na equipaprincipal da Secção de Futebol daAAC, da qual também é presi-dente. “Perdemos muito tempo eisso prejudica-nos claramente nosestudos e se de alguma forma for-mos recompensados, tudo bem”,sublinha.

Para Fernando Sousa, extremoda equipa sénior de basquetebol daAAC e estudante de Gestão na Fa-culdade de Economia da UC, onovo documento é “uma forma deincentivar os estudantes a pratica-rem o desporto”. “Muitos atletasao ingressarem no ensino superiordesistem dos desportos que prati-cam, devido às incompatibilidadese ao acumular de trabalho”, argu-menta o atleta. Como “trabalha-dor, atleta e estudante”, FernandoSousa diz que a gestão das activi-dades é “uma questão de organiza-ção”.

O novo estatuto já era uma bata-lha com décadas e veio para fixar“a prática desportiva na UC e reco-nhecer o esforço e dedicação dosatletas”, como se lê no preâmbulo.

ANA COELHO

ALÉM DE DIREITOS, o estatuto exige que o atleta treine seriamente e se dedique à prática desportiva

Ana CoelhoCatarina Domingos

O estatuto aindavai sofrer algumasalterações parao adequar àlinguagem jurídica