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ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 11/08/06
Professora: Érika Porto Xavier
Aluna: Ianne Araújo
FIXADOR INTERNO
Os fixadores internos são muitos utilizados nos diversos casos de fraturas,
oferecendo diminuição de complicações e minimizando os danos biológicos para o
osso.
PARAFUSOS
São usados para fixar placas ou aparelhos semelhantes no osso, e também como
parafusos de compressão, unindo os fragmentos ósseos.
Existem vários tipos de parafusos, sendo diferenciados pela maneira que são
inseridos no osso, sua função, seu tamanho e o tipo de osso para o qual são
feitos. Nós diferenciamos entre parafusos autoperfurantes e não autoperfurantes,
parafusos de compressão e parafusos corticais e esponjosos para grandes e
pequenos fragmentos.
Os parafusos autoperfurantes são aqueles que podem ser introduzidos no osso
simplesmente aparafusando-os, sendo ,portanto, diferente dos parafusos não
autoperfurantes, que além de precisar de um orifício para penetrar também
precisa de um corte na cortical do osso.
Os parafusos corticais podem ser de diversos tamanhos: 1,5mm; 2,0mm; 2,7mm;
3,5mm e 4,5mm. Estes tipos de parafusos não são autoperfurantes.
Os parafusos para osso esponjoso são caracterizados por um cerne relativamente
fino e uma rosca larga e funda. Este parafuso tem uma força de pegada
consideravelmente maior no osso trabecular fino, o qual caracteriza as áreas
metafisárias e epifisárias do osso. São desenhados como parafusos não
autoperfurantes. Existem em tamanhos para fixar pequenos fragmentos- 4,0mm e
6,5mm para grandes fragmentos.
Há um outro tipo de parafuso- “parafusos maleolares”, que foram desenhados
especialmente para a fixação do maléolo medial.
A colocação de um parafuso deve ser feita quando o alinhamento ósseo já esteja
restaurado, tendo o cuidado de preservar a continuidade óssea, para que ele não
perca a sua capacidade de suporte de cargas. Enquanto houver espaço entre os
fragmentos, seja quão pequeno for, a carga é transmitida através da placa, de um
fragmento de osso ao seguinte. As superfícies de fratura se moverão uma em
relação à outra e a placa irá atuar como dispositivo de sustentação de carga. A
estabilidade da fixação depende da rigidez da placa e da força de pegada dos
parafusos.
A maneira mais efetiva de restaurar a continuidade estrutural é colocar os
fragmentos do osso não apenas em contato, mas também sob compressão,
permitindo a transferência direta da carga de um fragmento de osso ao outro. E
isto é feito com um parafuso de compressão.
Sempre que houver dois fragmentos de osso cujo tamanho e geometria permitem
fixação com parafuso de compressão, este deve ser usado. A sua principal
aplicação está na reconstrução de fraturas epifisárias e metafisárias intra-
articulares.
Na prática, a fixação unicamente com parafusos de compressão é reservada para
ossos tubulares curtos, pois ossos como úmero, fêmur, rádio, ulna, estão sujeitos
a tão grandes forças, que a fixação com parafuso não é suficiente, devendo ser
combinada com um placa de proteção.
PLACAS
As placas são aparelhos que são fixados ao osso com a finalidade de
proporcionar fixação. São diferenciadas pela sua função: proteção ou
neutralização, placas de suporte ou escora, placas de compressão e placas em
banda de tensão. A forma da placa é uma adaptação à anatomia local e não
denota qualquer função. Assim, placas retas ou anguladas podem funcionar como
placas de proteção, de suporte, de compressão ou em banda de tensão. A
denominação depende da função biomecânica que a placa exerce.
A placa ponte tem a finalidade de manter comprimento e alinhamento, é usada
quando a fixação com parafusos de compressão dos fragmentos individuais
resultaria na sua desvitalização ou quando há um espaço real e a placa é usada
para manter a posição relativa dos fragmentos. A união destes fragmentos
dependerá da formação de calo ósseo.
A placa-onda é também utilizada em fraturas cominutivas graves. Esta é
flexionada na área de cominução, deixando uma distância entre o córtex ósseo e a
placa, onde neste ponto é inserido um enxerto esponjoso autógeno.
As placas compressivas são placas que tornam possível alcançar compressão
axial pela combinação da geometria dos furos com a inserção dos parafusos. São
elas: placas semitubulares, um-terço tubulares e um-quarto tubulares (terço de
cana) e placas de compressão dinâmica ( DCPs ).
As principais indicações para placas semitubulares eram fraturas do rádio, e da
ulna proximal, fraturas cominutivas do olécrano e fraturas da tíbia distal ( topo de
botina ). Hoje esta placa tem pouco uso, mas permanece útil como banda de
tensão no traumatismo em livro aberto da bacia e como placa de suporte em
algumas situações.
Estas placas em banda de tensão são muito usadas em fratura de olécrano, patela
e ombro. Ela funciona como uma mola que aproxima os traços de fratura através
dos movimentos. Não é utilizada em fraturas cominutivas, mas em fraturas
transversais. É moldada artesanalmente em “8” e possui estabilidade absoluta.
As placas um-terço tubulares são úteis no tratamento de fraturas maleolares
laterais e fraturas dos metacarpianos e metatarsianos.
As placas um-quarto tubulares junto com as pequenas placas T e placas L,
derivadas de placas de suporte, são usadas em cirurgia da mão.
As placas DCPs representam um aperfeiçoamento importante em relação às
placas de furos redondos. Ela é uma placa autocompressiva e adaptável a muitas
situações diferentes de fixação interna e pode ser usada como placa de
compressão estática, uma placa de compressão dinâmica, uma placa de
neutralização e uma placa de suporte.
A placa DCP larga é usada no úmero e fêmur; a DCP estreita tem seu uso nos
ossos do antebraço, tíbia e na pelve; a DCP de 3,5mm deve ser usada no rádio e
na ulna e a DCP de 2,7mm é usada com parafusos corticais de 2,7mm.
A placa DCP permite a angulação de parafusos em todas as direções,
possibilitando assim, uma melhor adaptação da direção do parafuso à anatomia
particular da fratura. Também facilita a inserção de um parafuso de compressão
oblíquo através da placa, aumentando a estabilidade da fixação interna. É
recomendado em fraturas oblíquas e transversas no fêmur e tíbia.
Existem algumas deficiências na placa DCP, como a osteoporose induzida pela
placa, pois há interferência com o suporte sangüíneo do periósteo; a sua
geometria não permite que um parafuso seja inclinado mais de 25 º; uma vez que
a posição da placa é escolhida e o primeiro furo perfurado, torna-se impossível
deslocar a placa no eixo longitudinal do osso; pode atuar como aumentador de
estresse e contribuir para falha, devido revestimento frágil, etc.
As placas anguladas -DCS e DHS- têm a vantagem do ângulo fixo, sendo mais
resistentes. A sua desvantagem é a dificuldade de inserção.
É usada em fêmur proximal, onde as placas com 130º são indicadas para fixação
de fraturas intertrocanterianas e ocasionalmente para fraturas subtrocanterianas.
FIXAÇÃO COM HASTE INTRAMEDULAR
Os princípios biomecânicos do tutor intramedular foram estabelecidos pela técnica
de fixação com haste intramedular introduzida por Küntscher em 1940. O tutor
fornece estabilidade apenas relativa sem nenhuma compressão interfragmentária,
onde o elemento de síntese neutraliza forças desestabilizantes.
Nas fraturas estáveis, no entanto, ela permite sustentação precoce de peso. A
reabilitação funcional ativa é possível na maioria dos casos.
No início dos anos 50, Küntscher também introduziu a fresagem intramedular. Isto
permitiu o uso de hastes que se ajustavam mais precisamente à porção diafisária
do canal medular e levou a uma fixação aperfeiçoada.
As indicações são para fraturas mesodiafisárias transversas, assim como oblíquas
curtas de fêmur e tíbia. O bloqueio dinâmico em apenas uma extremidade da
haste melhora a estabilidade rotacional e ainda permite compressão axial e
sustentação do peso. O bloqueio estático em ambas as extremidades da haste
proporciona controle ótimo da rotação e comprimento, mas a sustentação de peso
pode ser perigosa até que a fratura tenha uma ponte e a haste seja “dinamizada”
pela remoção de pinos de bloqueios relevantes. O tratamento pós-operatório
depende da estabilidade axial e rotacional alcançada pela fixação interna.
Tanto para hastes femorais quanto tibiais, a vareta-guia é o instrumento mais
importante. Existe a vareta-guia de 3mm de diâmetro, para osteossíntese
intramedular tibial e a vareta-guia de 4mm, recomendada em osteossíntese
intramedular femoral.
O bloqueio das hastes é efetuado em duas fases: bloqueio proximal e distal.
Sempre executa primeiro o procedimento de bloqueio distal, depois faz-se o
bloqueio proximal.
É importante frisar que este tipo de fixação tem uma incidência muito grande de
infecção.
FIOS INTRA-ARTICULARES
Em alguns casos de fratura pode ser viável fixar os fragmentos em um pequeno
parafuso. Se não, um método alternativo é o uso de um arame percutâneo de
Kirschner.
Este arame tem seu uso maior em fraturas da mão, falanges e metacarpos, onde
o desvio pode ser reduzido cirurgicamente e o fragmento mantido na posição com
um arame Kirschner, funcionando, portanto, tanto como uma técnica de redução
de fraturas quanto para alinhamento de fragmentos.
Este tipo de fixação deve ser retirado depois de 3 ou 4 semanas, quando a fratura
estará estável.
Os fios de Kirschner quando empregados associados às cerclagens ou fixando
fraturas supracondilianas são consideradas síntese do tipo tutor.
Bibliografia
M.E.M et al. Manual de Osteossíntese. 1 ed. São Paulo: Manole,1993.