13224112 Manual Puericultura Brasil[1]

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MANUAL DE NORMAS PARA SAÚDE DA CRIANÇA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Ceará 2002 MÓDULO I PUERICULTURA

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MANUAL DE NORMAS PARA SAÚDE DACRIANÇA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Ceará2002

MÓDULO IPUERICULTURA

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MANUAL DE NORMAS PARA SAÚDE DACRIANÇA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

MÓDULO IPUERICULTURA

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Secretaria da Saúde do Estado do CearáPermite a reprodução desde que citada a fonte

Endereço para correspondência:Secretaria da Saúde do Estado do CearáCélula de Atenção à Saúde da CriançaAv. Almirante Barroso, 600 – Praia de IracemaCEP: 60.060-440 – Fortaleza – CearáFone(0**)85 488.2083 (0**)85 488.2213 E – Mail: [email protected]

MANUAL DE NORMAS PARA SAÚDE DA CRIANÇANA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Apoio: Ministério da Saúde/ Secretaria de Assistência

Ceará. Secretaria da Saúde do Estado Manual de Normas para Saúde da Criança naAtenção Primária / Secretariada Saúde do Ceará. - Fortaleza: SESA, 2002. 34 fs. Módulo I: Puericultura; Módulo II: Atenção àsDoenças Prevalentes na Infância; Módulo III: Alimentação eNutrição; Módulo IV: Atenção ao Recém – nascido.

1. Atenção à Saúde da Criança. 2. Fatores de Risco.3. Crescimento e Desenvolvimento. 4. Vacinação. 5.Consulta. 6. Visita Domiciliar.

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GOVERNO DO ESTADO DO CERÁBenedito Clayton Veras Alcântara

SECRETÁRIO DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁAnastácio de Queiroz Sousa

COORDENADORIA DE POLÍTICAS EM SAÚDEAlexandre José Mont’ Alverne SilvaLuiza de Marilac Meireles Barbosa

CÉLULA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇAJocileide Sales Campos

SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIATereza Lúcia Maia de Oliveira

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEMNajla Maria Gurgel Passos

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EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO(Técnicos da Célula de Atenção à Criança / CEACRI)

Ana Júlia Couto de AlencarMédica Neonatologista

Ana M. B. de Almeida AndradePsicóloga

Benedita Rodrigues SoaresEnfermeira

Diva de Lourdes Azevedo FernandesMédica Pediatra

Jocileide Sales CamposMédica Pediatra– Coordenadora

Metilde Ferreira CarvalhoTerapeuta Ocupacional

Verônica Said de CastroMédica Pediatra

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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos a Dra. Maria Emi Shimazaki – Coordenadora de

Normas Técnicas e Coordenadora do Sistema de Informação de Saúde da

Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba que no desempenho do seu

trabalho de Consultoria reacendeu o propósito da equipe em relação a

organização e publicação de Normas de Atenção à Saúde da Criança.

Agradecemos ao Dr. Eugênio Vilaça Mendes que vem incentivando e

assessorando a Secretaria da Saúde do Estado na busca de organização

dos processos de trabalho e ao Dr. Javier Guerra trazendo sua

experiência vivida em outras partes do mundo.

Agradecemos também o apoio permanente da Sociedade Cearense de

Pediatria, parceira na busca de qualidade de vida das nossas crianças.

Ao COREN levamos também nossos agradecimentos pela participação.

Por fim, a todos – colegas de trabalho interno e externo que trouxeram

seu estímulo e apoio para a concretização deste Módulo de Normas de

Puericultura.

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ÍNDICE GERALÍNDICE GERAL

Apresentação

Introdução

Justificativa

Abordagem Geral

Objetivos

Metas

População Alvo

População de Risco

Fatores de Risco

Puericultura

Focos de Atenção

A Consulta na Prática

Calendário de Atendimento

Crescimento

Desenvolvimento

Vacinação

A Consulta de Puericultura – Quadro Geral

Consulta do Bebê no Último Trimestre da Gestação

Atendimento na Sala de Parto

Alta Hospitalar

Visita Domiciliar

Problemas de Saúde

Bibliografia Consultada

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

A produção dos serviços de saúde pode ser otimizada a partir de um processo de

organização das atividades realizadas. A disponibilidade de rotinas e normas

facilita a organização do trabalho dos profissionais no desempenho das suas

tarefas e na oferta dos serviços necessários para a resolução dos problemas e para

promoção da saúde da população.

Esta publicação tem por finalidade principal oferecer aos técnicos do setor saúde que

operam no nível básico da atenção, um roteiro que possa apoiá-los na missão digna de

assistir às crianças doentes ou saudáveis.

Representa o compromisso da Secretaria da Saúde do Estado com a qualidade e

otimização das ações de saúde ofertadas às crianças no Ceará e é produto do esforço e

dedicação dos seus técnicos que pesquisaram as mais recentes publicações científicas e

elaboraram rotinas que possam ser adotadas e adequadas no nível municipal por aqueles

que, no seu trabalho cotidiano, são responsáveis pelo desafio de garantir Saúde para as

Crianças, em cada localidade do Sertão ou do Litoral Cearense.

Está dividida em 4 módulos:

MÓDULO I: Puericultura

MÓDULO II: Atenção às Doenças Prevalentes na Infância

MÓDULO III: Alimentação e Nutrição

MÓDULO IV: Atenção ao Recém – nascido

Com sua utilização espera-se a adoção de práticas sanitárias para a melhor

assistência à criança, resultando na prevenção de óbitos infantis e ampliação de chances de

vida com qualidade, repercutindo na conquista da paz, da alegria e da felicidade de cada

indivíduo e da comunidade.

Anastácio de Queiroz Sousa

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Secretário da Saúde do Estado do Ceará

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A Organização dos Serviços de Saúde, com vistas a garantir acesso, integralidade,qualidade e resolutividade no atendimento à população, tem sido uma bandeira do Sistema deSaúde no Ceará.

Esforço, energia, compromisso técnico e decisão política somam-se na decisão de atenderas necessidades de saúde da população, ofertando atenção de qualidade com prioridade para osmenores de um ano. Além de objetivar a redução dos óbitos infantis, busca ao mesmo tempo,promover melhores oportunidades para o crescimento saudável das crianças que têm a chance decontinuar vivendo. A conquista de melhores indicadores de saúde infantil é, portanto, uma das maissignificativas metas do Governo do Estado.

Ao setor saúde, que assiste mais diretamente às famílias e notadamente às crianças, cabea execução de ações para uma atenção mais decisiva na conquista desses indicadores. Açõescomo a terapia de reidratação oral – TRO, a vacinação, o incentivo ao aleitamento materno, oacompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil, tem sido responsáveis porinúmeras vidas salvas, nos últimos quinze anos.

Por outro lado, são também fundamentais as ações realizadas por outros setores queobjetivam melhorar o nível de escolaridade das mães, o acesso ao saneamento básico e águatratada os quais são fatores determinantes do processo saúde/doença na infância.

A assistência às famílias e às crianças, nos domicílios e nas unidades de saúde, podemmodificar positivamente o atual padrão epidemiológico da saúde da criança. O diagnóstico precocee decisões apropriadas, quer seja através da assistência no nível local do sistema de saúde, ou nosserviços de maior complexidade tecnológica – níveis secundário e terciário, podem ser facilitados apartir do uso de protocolos clínicos e normas de atendimento.

Através do acompanhamento da criança saudável – papel da puericultura, priorizandoaquelas de maior risco para adoecer e morrer, espera-se reduzir a incidência de doençasaumentando suas chances de crescer e desenvolver-se de modo a alcançar todo o seu potencial.

Com vistas a facilitar o manejo da criança enferma e realizar um acompanhamentopermanente da criança saudável, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, através da Célula deAtenção à Criança que integra a Coordenadoria de Políticas em Saúde, elaborou este documentoque complementa e atualiza publicações anteriores que foram produzidas por técnicos da equipe doPrograma Viva Criança, em gestões antecedentes. Sua principal finalidade é organizar a atenção àcriança saudável ou enferma, proporcionando ao profissional de saúde uma diretriz a seguir paraque o mesmo possa oferecer atendimento e monitoramento da evolução da criança cearense,apoiando suas famílias para a adoção das melhores condutas.

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JUSTIFICATIVAJUSTIFICATIVA

O acompanhamento do perfil de saúde, baseado nas informações epidemiológicas contidasnos Sistemas de Informações, permite identificar os principais tipos de agravos que atingem apopulação infantil.

A análise da situação sócio-sanitária da comunidade abordando o diagnóstico demográfico,ambiental e sócio-econômico, bem como a identificação de grupos de pessoas ou áreas queapresentam maior risco para a saúde, favorece a identificação de mecanismos de intervençãoapropriados. Através desses dados é possível, por exemplo, estimar o número de crianças que irãonascer as quais deverão ser acompanhadas para manutenção do seu estado de saúde. Da mesmaforma, é possível identificar quem são e onde estão as crianças que mais adoecem e quais são osdeterminantes dessas doenças. Tal conhecimento permite escolher a melhor alternativa para oenfrentamento dos problemas existentes.

As evidências científicas apontam a adoção de medidas mais apropriadas para a soluçãodas principais patologias que ocorrem na infância. Inúmeros estudos têm sido realizados no mundointeiro possibilitando tal conhecimento, o qual pode ser adequado às diferentes realidades.

A estratégia Saúde da Família, em processo de expansão e já adotada em todos osMunicípios cearenses, representa hoje a organização da atenção básica, na qual a Unidade Básicade Saúde - UBS é a porta de entrada do Sistema de Saúde. Através das visitas domiciliares obtém-se um “retrato” das condições de vida das famílias que são cadastradas. Ainda durante as visitasdomiciliares, faz-se a captação de pessoas que devem ser acompanhadas permanentemente, taiscomo, gestantes, crianças e doentes crônicos. A soma das ações realizadas em domicílios e emunidades de saúde, permite decidir mais adequadamente sobre as ações de intervenção nosproblemas identificados e orientar as famílias para adoção de comportamento saudável.

As normas para um atendimento uniformizado à criança irão facilitar o processo deorganização da atenção nos serviços de saúde, agilizando a efetivação do atendimento e aresolutividade desejada e que poderá ser demonstrada através do ganho na recuperação emanutenção da saúde, prevenção de agravamento das doenças e diminuição dos óbitos infantisconseqüentes à vigilância à saúde de crianças saudáveis ou enfermas.

A oferta de ações de vigilância e proteção à saúde infantil será, portanto, de elevadaimportância, e realizar-se-á através das consultas de puericultura. A puericultura se efetiva por umacompanhamento periódico e sistemático das crianças para a avaliação do crescimento e dodesenvolvimento neuro-psico-motor e sócio-afetivo, vacinação, orientações às mães sobreprevenção de acidentes, aleitamento materno, higiene individual e ambiental, e também através daidentificação precoce de agravos para intervenção efetiva e apropriada.

Por fim, espera-se que, com a implantação das normas e protocolos de atendimento àcriança, seja possível alcançar melhoria na qualidade desse atendimento, na decisão e manejo dosproblemas de saúde diagnosticados, e na resolutividade e eficiência dos serviços de saúde, o quecertamente irá contribuir para a organização do sistema de referência e contra referência conformeprogramado no plano de regionalização e pactuado entre gestores.

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ABORDAGEM GERALABORDAGEM GERAL

A população assistida na área de pediatria é representada por crianças menores de dezanos. Os menores de cinco anos terão prioridade para o acompanhamento nos serviços de saúde,principalmente os menores de um ano.

A manutenção do estado de saúde será alcançada através de medidas de promoção desaúde e prevenção de doenças ou agravos contidas nas ações de vigilância à saúde que integramas consultas de puericultura programadas e realizadas em unidades de saúde, e as visitasdomiciliares.

Para manter saudáveis as crianças, são também ofertadas as ações de tratamento e curadas enfermidades, visando a recuperação da sua saúde.

OBJETIVOSOBJETIVOS

GERAL:Acolher a todas as crianças de 0 a 10 anos residentes no Estado do Ceará, prestando

assistência de forma integrada, acompanhando o processo de crescimento e desenvolvimento,monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivo, garantindo um atendimento de excelência.

ESPECÍFICOS: Desenvolver ações, de promoção à saúde e prevenção de doenças ou agravos, para as

crianças residentes na área de abrangência, através das consultas de puericultura; Estimular o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e complementado com

alimentação da família, até os dois anos de vida; Garantir a aplicação das vacinas do esquema básico de imunização; Exercer a vigilância do crescimento e do desenvolvimento; Monitorar a saúde das crianças residentes na área de abrangência, em especial daquelas que

apresentam fatores de risco ao nascer ou evolutivo; Detectar e encaminhar para tratamento precoce as crianças que apresentarem desvios do

crescimento e do desenvolvimento, patologias ou agravos que venham a incidir nesta faixaetária, através de consultas, de rotina ou eventuais e referências aos serviços de maiorcomplexidade;

Realizar visita domiciliar rotineira ou eventual às crianças residentes na área de abrangência.

METASMETAS

Acompanhar 100% das crianças, residentes na área de abrangência da Unidade Básica deSaúde - UBS;

Realizar atendimento de puericultura a 100% das crianças, com prioridade para as menores de2 anos, da área de abrangência da UBS;

Garantir consultas médicas ou de enfermagem, de rotina ou eventuais para as criançasresidentes na área de abrangência;

Realizar visita domiciliar à 100% das crianças com prioridade para aquelas de risco e às faltosasao programa de puericultura e atendimentos programados.

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POPULAÇÃO ALVOPOPULAÇÃO ALVOCrianças menores de dez anos representam a população assistida na área de pediatria.

POPULAÇÃO DE RISCOPOPULAÇÃO DE RISCO

A criança, tradicionalmente, tem recebido atenção especial dos serviços de saúde por seconstituir um grupo vulnerável. A identificação, dentro do universo de crianças, de grupos de maiorrisco para a morbimortalidade infantil propicia a operacionalização de ações para minimizar estesriscos.

A estratégia do enfoque de risco, com identificação e priorização de grupos vulneráveis,mostra-se como um caminho na otimização do atendimento à criança.

São consideradas como população de risco infantil: Todas as crianças de 0 a 1 ano; Todas as crianças de 0 a 5 anos que apresentem algum atraso de desenvolvimento neuro-

psico- motor e afetivo; Todas as crianças de 1 a 2 anos consideradas desnutridas ou em risco nutricional; Todas as crianças de 2 a 5 anos com o índice Peso/Altura abaixo de – 1 DP (Desvio Padrão).

FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO

É importante conhecer os fatores de risco que influenciam na produção da saúde ou dadoença na população infantil. Em geral, esses fatores de risco estão distribuídos em individual ecoletivo.

Têm sido estudados e observados nas diversas partes do mundo, avaliando-se a força dasua associação com a ocorrência de problemas na saúde das crianças. A partir da identificação dosfatores de risco é possível definir grupos mais vulneráveis e, através de ações específicas paraeliminar ou atenuar os riscos, oferecer-lhes maior proteção.

Risco Coletivo:

1. Acesso ao serviço de saúde – crianças que moram distante da UBS ou existência de falhas nosistema de saúde;

2. Área de risco referente à moradia - crianças que moram em áreas sem saneamento básico,grandes aglomerados de casas, em péssimas condições de moradias e/ou favelas;

3. Escolaridade – filhos de mães analfabetas;4. Família com usuários de álcool e outras drogas;5. Família com história recente de perda materna;6. Família na qual a mãe trabalha fora por mais de um expediente;7. Mãe adolescente;8. Mãe portadora de deficiência mental;9. Renda familiar – crianças pertencentes à famílias cuja renda familiar seja menor que 1 salário

mínimo ou cujas mães não tenham renda própria.

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Risco Individual:

1. Baixo peso ao nascer – crianças que tiveram o peso ao nascer menor que 2500 gr;2. Crianças com mais de 01 atendimento/mês em serviço de urgência e/ou crianças com mais de

01 hospitalização;3. Desmame precoce – menor de 4 meses;4. Desnutrição materna – crianças filhas de mães que estavam desnutridas durante a gestação;5. Desnutrição abaixo do percentil 3;6. Presença de outras crianças menores de 5 anos desnutridas, na família;7. Mãe adolescente, mãe solteira/ sozinha;8. Prematuridade;9. Seqüela de anóxia neonatal.

Conforme os riscos presentes as crianças receberão acompanhamento específico o qualserá planejado pelas equipes de saúde. Algumas delas receberão maior número de visitasdomiciliares pelo agente de saúde. O enfermeiro e o médico também participarão dessaprogramação de visitas domiciliares. Em situações mais graves poderá haver necessidade doacompanhamento rotineiro pelo médico da equipe e, até mesmo por especialistas como o pediatra,o neurologista, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o psicólogo.

É importante identificar as crianças de risco ao nascer ou de risco adquirido durante a suaevolução para que seja possível planejar adequadamente ações que lhes assegure o melhorpadrão de crescimento e de desenvolvimento.

A planilha apresentada a seguir poderá ser útil na identificação das crianças de maior risco.

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PLANILHA PARA IDENTIFICAÇÃO DE CRIANÇAS EM RISCO, NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 5 ANOS, NA ÁREA DE ABRANGÊNCIAÁrea de Abrangência: ____________________________________________ Agente de Saúde:__________________________________N.º de Crianças < 5 anos:

NOME DA CRIANÇA IDADEPRESENÇA DE FATORES DE RISCO

Risco coletivo Risco individual RISCO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Sim Não01.02.03.04.05.06.07.08.09.10.11.12.13.14.15

Observação: A criança será considerada de risco quando:a) Apresentar 02 (dois) fatores de risco coletivo oub) Apresentar 01 (um) fator de risco individual

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PUERICULTURA

PUERICULTURA PUERICULTURA

A Puericultura trata de “ um conjunto de meios que visamassegurar o perfeito desenvolvimento físico, mental e moral dacriança”, segundo Aurélio.

A Puericultura ocupa-se da infância normal, da promoção dasaúde e prevenção da doença na criança. Relaciona a evolução dacriança, nos aspectos físicos, sociais e psíquicos, com o ambiente ondeela está inserida e com o comportamento das pessoas que lhe prestamos cuidados nas etapas do seu desenvolvimento.

PROMOÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA E EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Ações de promoção da saúde tais como, higiene, alimentação eestímulo ao desenvolvimento e ações de prevenção de agravos como,vacinação, higiene pessoal e ambiental, cuidado com acidentes no lar,identificação e tratamento precoce dos problemas de saúde da criança,fazem parte da competência técnica dos profissionais que realizam aPuericultura.

É na relação do profissional de saúde com a família, com a criançae também com a comunidade que tem lugar a busca e o encontro, oconhecimento da situação e a decisão de como ofertar o melhor nopresente, pensando no futuro de cada criança.

Na Equipe de Saúde da Família, todos os profissionais temresponsabilidades com a saúde da criança, conforme suas competências.

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O Agente de Saúde, durante as visitas domiciliares observa e avalia a dinâmica familiar,as atitudes dos membros da família que possam interferir na produção da saúde dacriança; identifica situações de risco ambiental ou familiar; acompanha prioritariamenteas famílias em maior risco; verifica a situação das crianças conforme definição anterior;orienta condutas pertinentes; refere/ encaminha para atendimento em Unidade deSaúde.

O Médico Generalista faz o atendimento da criança recém-nascida, da criança que vemencaminhada pela enfermeira que acompanha a evolução da mesma no ambiente domiciliar,familiar, comunitário e em Unidade do Sistema de Saúde, identifica e trata algum agravo àsaúde da mesma.

O Enfermeiro é o profissional que, juntamente com o Auxiliar de Enfermagem, monitoriza aevolução da criança, apoia e orienta a família interagindo com a mesma, compreendendo elidando com os efeitos de determinantes culturais, sociais e ambientais, intervindo de formaapropriada para manter saudável esse pequenino ser.

O odontólogo realiza procedimentos para recuperar a saúde bucal e, principalmente, junto comos auxiliares específicos, faz orientações para prevenção de cárie dental e outros agravos àsaúde bucal.

FOCOS DE ATENÇÃO NA CONSULTA DE PUERICULTURA

O atendimento da criança saudável - consulta de Puericultura é realizado pelo(a)enfermeiro(a) na Unidade Básica de Saúde. Nessa consulta, o(a) enfermeiro(a) realiza atividadesvoltadas para acompanhamento e avaliação da criança com subsequente orientação àsmães/familiares, com vistas aos seguintes focos de atenção:

Desenvolvimento neuro-psico-motor, social e afetivo; Crescimento físico e nutrição; Vacinação, higiene pessoal, mental, domiciliar e ambiental –

atividades lúdicas, vínculo afetivo, auto-estima, análise eorientação à família sobre o ambiente da criança - berço,quarto, casa, quintal, nicho ecológico, marcante para a saúdeda criança;

Segurança e proteção contra acidentes; Identificação de agravos e situações de risco; Comunicação com a mãe e familiares; Encaminhamento para outros setores/ unidades quando for

indicado e conforme organização do sistema de saúde.

Complexo ? Nem tanto !

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Este processo de trabalho pode ser facilitado se estabelecermos uma rotina e tivermos oconhecimento de tudo que não pode deixar de ser avaliado e orientado e se desenvolvermos umarelação de confiança, paciência e carinho com a criança e com a família.

Um bom começo é o contato com a gestante, momento no qual se estabelece a relação doprofissional com a futura mãe, com a família e com o bebê que está sendo esperado.

As consultas de puericultura começam, portanto, preferencialmente no pré – natal para quese conheça as prováveis condições de saúde da criança no momento do parto, para daroportunidade de identificar intervenções resolutivas e para transmitir à gestante algumasinformações importantes para o melhor desenvolvimento e nutrição do feto e da criança.

Toda criança que nasce em boas condições ou seja de baixo risco no pré-natal, no parto esem fator de risco pessoal poderá ser acompanhada pelo(a) enfermeiro(a) e quando houverindicação passará também por consulta médica. O ideal é que a consulta do recém-nascido, emsala de parto, seja realizada por médico, de preferência pediatra. Durante o primeiro mês de vida acriança deve ser examinada novamente pelo médico. Se a criança não foi examinada por ummédico na ocasião do nascimento, a consulta médica no 1.º mês de vida passa a ser obrigatória.

Todos os nascidos que apresentem características reconhecidas como fatores de risco, taiscomo prematuridade, baixo peso, e que sejam egressos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)deverão ser acompanhados preferencialmente por médico pediatra, ou por médico generalista naimpossibilidade do primeiro.

A criança normal ou de baixo risco, idealmente, deverá receber consulta médica ao nascer,no 1º mês de vida, de preferência na 1ª semana de vida também, durante a visita domiciliar, nosexto mês e no final do 1º ano.

A CONSULTA DE PUERICULTURA NA PRÁTICA

A consulta de puericultura deve ser realizada segundo o Calendário de Atendimento daCriança. Tem o objetivo principal de promover a saúde da criança através de acompanhamento deseu desenvolvimento, vacinação e orientações às mães sobre as condutas mais adequadas para odesenvolvimento infantil. Outro objetivo da consulta de puericultura é identificar doenças e/ou sinaisde alarme para tratamento e/ou encaminhamento adequado das crianças para atenção apropriada.A equipe de Saúde da Família tem entre as suas atribuições realizar o seguimento das criançassaudáveis, sendo o profissional de enfermagem o organizador principal responsável por estaatividade.

Na prática, a consulta é realizada conforme os passos seguintes:

O profissional de enfermagem recebe a criança e sua mãe ou outro acompanhante; faz oscumprimentos habituais; observa o comportamento da criança e da mãe e outros familiaresquando estiverem presentes, atenta ao relacionamento estabelecido entre eles;

Verifica no prontuário e/ou na ficha de atendimento da criança, informações sócio - ambientais,os dados da consulta anterior, se pertinente e as informações atuais já registradas durante opreparo da criança, tais como peso, temperatura, estatura e perímetro cefálico;

Conversa com a mãe e com a criança, se pertinente, para obter informações relativas aos focosde atenção que serão avaliados durante a consulta;

Solicita o Cartão da Criança, realiza o exame físico da criança, faz análise das anotaçõesanteriores, registra os achados na ficha/prontuário e no cartão da criança;

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Conversa com a mãe ou acompanhante informando sobre a avaliação realizada; elogia asatitudes positivas; orienta, explica e verifica sua compreensão sobre as informações e condutasnecessárias para o bom desenvolvimento e manutenção do estado de saúde da criança; reforçaa importância do próximo retorno;

Quando for indicado, providencia encaminhamento para consulta médica, informa e orienta amãe/acompanhante sobre a necessidade desta consulta.

CALENDÁRIO DE ATENDIMENTO

As consultas de Puericultura atenderão, sempre que for possível, o seguinte calendário:

Consulta do bebê no pré-natal, no 3º trimestre da gravidez; Consulta no nascimento - sala de parto; Consulta da 1ª semana de vida, entre o 3º e o 7º dia - Visita domiciliar ou ambulatorial; Consulta ao final do 1º mês, aos 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12 meses, 18 meses e

24 meses.

A partir da consulta dos 24 meses deve ser realizada uma consulta anual até os 10 anos deidade.

É importante proceder a busca de crianças para promover e garantir a realização de todasas consultas programadas evitando possíveis agravos à saúde infantil.

Como pode ser observado, as consultas serão realizadas segundo as datas de aplicaçãodas vacinas, de modo que, sem prejuízo do acompanhamento do desenvolvimento da criança,sejam otimizadas as atividades nas Unidades de Saúde e o deslocamento das mães.

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CRESCIMENTO PONDERO-ESTATURALCRESCIMENTO PONDERO-ESTATURAL

CRESCIMENTO PONDERO ESTATURAL

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O crescimento ocorre por aumento do número e tamanho das células do organismo. Édeterminado por fatores genéticos e controlado por fatores neuroendócrinos.

Para que este processo ocorra de maneira adequada, é fundamental que as célulasrecebam nutrientes necessários e, para tanto, o organismo necessita de um aporte adequado dealimentos e um ambiente que ofereça bem estar emocional e social.

O leite materno é o alimento mais completo para atender asnecessidades das crianças até os seis meses de idade quando usadoexclusivamente. A introdução de alimentos complementares tem início apartir dos seis meses, mantendo-se o aleitamento materno até os doisanos. Os alimentos complementares deverão ser escolhidos conforme aregião e hábitos familiares. No entanto, os profissionais deverão sempreinformar/orientar sobre uma alimentação saudável.

É importante saber sobre crescimento e desenvolvimento físico tendo em vista que o nívelde desenvolvimento físico da criança estabelece limites em sua interação com o ambiente, ou seja,a qualidade do crescimento interfere direta e/ou indiretamente no processo do desenvolvimentoinfantil.

VALOR DO CRESCIMENTO

A avaliação do crescimento permite saber se todos os fatores anteriormente citados estãoocorrendo de maneira adequada. O monitoramento do crescimento permite o diagnóstico precocede doenças e da desnutrição, principalmente as formas subclínicas, que muitas vezes passamdesapercebidas. Auxilia, também, na avaliação da eficácia da conduta terapêutica, através damudança da direção da curva de crescimento.

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO

Técnica de Medição

Crianças até os 2 anos:

medição em plano horizontal, em colchão firme, com o auxílio do antropômetro; a cabeça deverá estar no mesmo eixo do tronco, evitando-se lateralizações, flexões e extensões do

pescoço; os pés deverão estar em posição plantar, evitando ficar na ponta dos pés;

Crianças após os 2 anos:

medição em plano vertical, com o auxílio de régua, apoiando em 4 pontos – calcanhares, nádegas, costas ecabeça;

a cabeça deverá estar num plano onde a porção superior da implantação da orelha e o canto externo do olho,esteja num ângulo reto com o plano vertical;

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Técnica de Pesagem

toda balança deve ser zerada antes do uso. A colocação de forros transitórios sobre o pratoda balança, deve ter o peso descontado do total.

Crianças até os 2 anos:

devem ser pesadas sem fraldas e, no máximo, com uma camiseta fina;

Crianças acima de 2 anos:

deverão estar trajando no máximo um calção e uma camiseta leve;

VALOR DO PESO VERSUS ESTATURA

A variação do peso ocorre de maneira rápida em função das intercorrências clínicas, sendopor isso um bom indicador de saúde para períodos curtos. Para períodos maiores a estatura é maisfidedigna.

Uma criança com a direção da curva de crescimento ponderal inadequada, mas com boacurva de crescimento estatural, demonstra que houve uma doença recente e de curta duração.Quando ambas as curvas de crescimento, ponderal e estatural, estão inadequadas, a criançaapresenta uma enfermidade grave e prolongada.

GRÁFICOS DE CRESCIMENTO

A variação normal da estatura e do peso pode ser identificada em tabelas ou gráficos deestudos populacionais. Os gráficos são superiores às tabelas, pois permitem uma avaliaçãodinâmica do crescimento.

Esta variação da normalidade pode ser expressa em desvio padrão ou percentil. Os atuaisgráficos apresentam-se em percentil, uma vez que possibilitam a visualização de canais decrescimento mais estreitos, aumentando a sensibilidade da avaliação do crescimento. Percentil é aposição que uma determinada medida ocupa numa série ordenada de 100.

O gráfico simplificado de peso, utilizado no Cartão da Criança, tem por função principal aconscientização da mãe quanto ao estado nutricional da criança. É necessário, portanto, que sejaexplicado à mãe o seu valor e a sua interpretação, em linguagem acessível. Deve ser atualizadoperiodicamente e o seu uso, constantemente, valorizado.

MONITORAMENTO DO CRESCIMENTO DAS CRIANÇAS

O monitoramento do crescimento tem sido umaestratégia usada em programas nacionais, em busca demelhor qualidade de vida e saúde para a criança.

Não há dúvida de que simplesmente pesar umacriança não vai fazê-la crescer, no entanto, oacompanhamento do crescimento através do peso podesinalizar precocemente a necessidade de açõescorretivas que poderão evitar grande número dedesnutridos.

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Mais importante do que monitorar é promover o crescimento para evitar a desnutriçãoinfantil.

A tomada sistemática de peso tem sido utilizada para identificar precocemente criançascom risco de deficiência nutricional. Desta forma é importante que as crianças sejam acompanhadasnas Unidades Básicas de Saúde através das consultas de puericultura que serão realizadas porenfermeiro(a), conforme calendário de atendimento. As crianças que apresentarem fatores de riscopara o seu crescimento, desvios na curva de crescimento, deverão receber atendimento conformeplanejado para a necessidade incluindo atendimento médico e visitas domiciliares específicas. Seráplanejada também alimentação mais rica de nutrientes o que inclui a administração de óleo cru(soja, girassol ou milho) a 5% em cada alimentação da criança.

A seleção das crianças, baseada em critérios de risco, será feita através de dadosconstantes no Cadastro ou coletados especificamente para esse fim, possibilitando o preenchimentoda ficha anteriormente apresentada e serão analisados conjuntamente pela equipe com cadaagente de saúde, para identificação de crianças com necessidades específicas.

Após a identificação, estas crianças deverão ser acompanhadas sistematicamente naUnidade de Saúde, competindo à equipe de saúde o planejamento das atividades que serãodesenvolvidas.

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DESENVOLVIMENTO

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DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento depende damaturação – mielinização – do sistemanervoso. A seqüência de desenvolvimento éigual para todas as crianças, mas avelocidade varia de criança para criança.

A direção do desenvolvimento écéfalo caudal e proximal distal ou seja dacabeça para os pés e dos ombros para asmãos. O primeiro passo para a locomoção éa aquisição do controle da cabeça, envolvendo a musculatura do pescoço. Mais tarde os músculosespinhais desenvolvem coordenação permitindo que a criança fique apta para sentar com as costasretas, engatinhar, ficar em pé e andar

O desenvolvimento integral da criança pode representar uma oportunidade importante paraa aproximação de uma concepção positiva da saúde, que se efetiva através do acompanhamentoda criança sadia.

Os profissionais de saúde devem conversar com as mães sobre as aquisições da criança,valorizando suas conquistas, potencializando sua capacidade em reconhecer o valor da relaçãocom seus filhos. Observar o comportamento espontâneo da criança, escutar as dúvidas eapreensões das mães, procurar estabelecer uma relação de confiança com as mesmas e destascom seus filhos são caminhos para aprofundar as relações, conhecê-las melhor e poder apoiar,orientar e intervir, caso necessário.

O Agente de Saúde, sendo o profissional mais presente no domicílio das famílias deve serestimulado a conhecer os aspectos básicos do desenvolvimento infantil para que possa orientar àmãe ou outra pessoa que cuida da criança, sobre estimulação essencial, assim como encaminharas crianças para uma completa avaliação do seu desenvolvimento nas Unidades Básicas de Saúde.

Durante as consultas de seguimento da criança, consultas de puericultura, o enfermeirodeverá orientar à mãe sobre atividades de estimulação para o desenvolvimento global da criança. Éfundamental que a mãe aprenda a valorizar o seguimento das mudanças que ocorrem em seu filhodurante a evolução do seu desenvolvimento e que compreenda a importância de estimular a criançapara a efetivação de suas conquistas. Para isso é importante que a família da criança saiba que seudesenvolvimento é fruto de sua interação com o ambiente em que vive. Nesse sentido, a família éum dos principais modelos, onde a criança irá interagir, aprender e se construir enquanto pessoa.

Para o melhor resultado no trato com a criança são necessárias algumas habilidades eambientes favoráveis. Nossas atitudes terão sempre um papel na obtenção da cooperação dacriança. Um ambiente tranqüilo, alegre e com temperatura agradável também interfere no humor eno comportamento das crianças. A capacidade de fazer uma observação paciente e atenta, comuma aproximação cuidadosa e amistosa auxilia na busca e verificação de alguns sinais,acompanhando a conduta espontânea da criança.

Os padrões sócio – familiares da criança devem ser investigados para que se conheça ascondições de alimentação e nutrição, as interações e os estímulos recebidos pela criança, comotambém a percepção dos pais a respeito de crescimento e desenvolvimento infantis.

As famílias devem ser informadas sobre a realização da avaliação e dos resultadosencontrados sendo estes explicados e discutidos de modo que possam compreender a importânciado acompanhamento do desenvolvimento da criança e m contribuir de forma significativa para omesmo.

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Como benefícios esperados deste acompanhamento podemos citar:

Alcance do potencial do desenvolvimento normal; Identificação precoce de desvio do desenvolvimento normal; Tratamento oportuno dos distúrbios identificados; Prevenção de instalação de seqüelas; Recuperação total ou regressão importante de distúrbios motores, senso – percepto –

cognitivos e de linguagem; Facilitação de interação afetiva e socialização; Melhoria da auto-estima e satisfação pessoal; Otimização de custos.

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL A SEREM OBSERVADOS

As crianças vão adquirindo capacidades que as habilitam a realizar determinadocomportamento/ atividade ao longo da evolução do seu crescimento, notadamente nos primeirosseis anos de vida.

Estudos realizados para acompanhar a evolução dessas conquistas definem alguns marcosesperados e que devem ser investigados no processo de acompanhamento do desenvolvimentoinfantil.

Embora haja uma seqüência de etapas do desenvolvimento, o ritmo é individual e podeapresentar variações normais inclusive ausência de algumas etapas sem perda de alcançarestágios seguintes. Uma criança pode, por exemplo, andar sem ter engatinhado, no entanto deveser estimulada para não “queimar” etapas de seu desenvolvimento, porque a maturação neurológicasegue uma seqüência lógica que deve ser respeitada para melhor evolução. A criança senta,engatinha e fica em pé para andar.

Para avaliação do processo evolutivo do desenvolvimento deve ser utilizado a fichapadronizada pela Ministério de Saúde – “Ficha de Acompanhamento do Desenvolvimento”.

OS PAIS PODEM POTENCIALIZAR AS CAPACIDADES DOS SEUS FILHOS

Em primeiro lugar os pais devem ser orientados sobreinformações contidas no Cartão da Criança e sobrealguns cuidados que serão reforçados. É importanteajudá-los a pesquisar e entender as informaçõescontidas na cartilha “Eu me Desenvolvo de ModoIntegral”, que eles receberão. É fundamental enfatizar a importância do bebê sentir-se

amado desde a fase de vida intra – uterina, por isso os cuidados que a mãe adota no pré-natal irãorefletir-se na saúde física, mental, emocional e neurológica da criança. Pais, irmãos podemconversar com o bebê ainda no útero e acariciá-lo através da barriga da mamãe.

Alertar sempre sobre a importância do bebê ser cuidado com carinho, da necessidade queele tem de receber atenção para crescer seguro e feliz. Reforçar junto aos pais que demonstremamor em todos os momentos: ao alimentá-lo, ao banhá-lo, ao trocá-lo, ao acalentá-lo, ao passearcom ele. É importante conversar, cantar, acariciar. Mesmo que no início pareça bobo, aos poucosos pais vão se habituando e percebendo o valor e a alegria dessa relação.

É importante valorizar a participação dos pais na obtenção de resultados positivos. Fazeros pais compreenderem seu papel e se pereceberem como participantes ativos nesse processo,tendo consciência de que essa interação pode ser prazeirosa e trazer benefícios tanto para a

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criança, que tem oportunidade de se desenvolver em toda sua potencialidade, quanto para elespróprios que ao vivenciarem essa experiência podem aprender e crescer como pessoa.

Crianças amadas, estimuladas, protegidas tem mais chance de se tornarem fortalecidas erespondem de maneira satisfatória (resistente e adaptativa) frente às adversidades, superando-as econstruindo positivamente diante delas. Essa capacidade, reconhecida como Resiliência, éresultado de um processo interativo da criança com seu meio, no qual atributos da criança, seumeio familiar, social e cultural resultam em positivas combinações.

Deste modo, a Resiliência pode ser promovida pelas pessoas na família, na comunidade,nos serviços, de modo a favorecer o crescimento de crianças felizes, com capacidade de buscarsoluções para os seus problemas em todas as fases da sua vida.

Portanto, é fundamental que o processo de desenvolvimento ocorra em ambiente favorável,harmonioso e verdadeiramente saudável.

Em cada etapa do desenvolvimento da criança é importante reforçar algumas orientações,ensinar como os pais podem acompanhá-las cuidando para que essa não seja uma tarefaobsessiva, mas prazerosa. Os pais precisam receber orientações, conforme as habilidades enecessidades de cada criança e adequadas à sua faixa etária. O profissional pode transmitir-lhesmensagens como as que se seguem.

1 a 2 Meses:

Coloque o bebê em diversas posições e locais. Converse e cante para o bebê. Faça-lhe massagens com toques delicados.

2 a 4 meses:

Ao falar com o bebê, sorria e faça movimentos com o rosto. Coloque objetos coloridos ao seu alcance. Continue cantando e conversando com o bebê, colocando-o em

diversas posições e locais. Coloque a criança em posição de decúbito ventral para estímulo

cervical, chamando a atenção da criança à sua frente, fazendotambém estimulação visual e auditiva.

Estimule a criança visualmente (objetos coloridos), em umadistância mínima de 30 cm, realizando pequenos movimentos oscilatórios a partir da linhamédia.

4 a 6 Meses:

Converse com o bebê, imite os sons emitidos por ele. Coloque objetos ao seu alcance para que possa pegá-los. Coloque-o em diversos locais planos onde possa rolar. Ajude a criança ficar na posição sentada com apoio, para que

possa exercitar o controle da cabeça.

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6 a 9 Meses:

Coloque o bebê no chão para que possa se movimentar melhor. Ofereça objetos que produzam sons para o bebê brincar. Deixe que toque e investigue seu próprio corpo. Proporcione estímulos sonoros à criança, fora do seu alcance visual para

que ela localize o som. Estimule a criança lateralmente, visando as mudanças de decúbito, com

objetos e atitudes (brinquedos, palmas).

9 Meses a 1 ano:

Deixe o bebê brincar livremente no chão para treinar oengatinhar. Proteja-o de situações perigosas.

Brinque com o bebê de imitar gestos e sons. Não force a criança ficar com pessoas desconhecidas.

Isso pode deixá-lo inseguro. Brinque com a criança de “esconde-achou” utilizando

panos encobrindo o rosto do adulto. Dê à criança objetos fáceis de serem manuseados, para

que ela possa passar de uma mão à outra. Mantenha constante diálogo com a criança, introduzindo palavras de fácil sonorização (dá-dá,

pá-pá). Brinque com a criança através de músicas, fazendo gestos (bater palmas, dar tchau) solicitando

a resposta. Deixe a criança em local onde ela possa fazer a mudança da posição sentada para a posição

de pé com apoio (sofá, cama, cadeira) e, posteriormente, deslocar-se segurando nos móveis.1 Ano a 1 ano e 6 meses:

Elogie os progressos do bebê, para queele acredite em si e para fortalecer a suaautoestima.

Estimule o bebê a andar livremente. Ofereça objetos que ele possa encaixar e

empilhar. Ensine-lhe o nome das pessoas, objetos e

partes do corpo. Proporcione o contato da criança com objetos bem pequenos (bago de feijão, de milho, contas)

para que ela desenvolva a preensão em pinça (tenha cuidado para que ela não leve o objeto àboca).

Estimule para que a criança dê tchau, jogue beijos, bata palmas. Ensine palavras simples à criança através de rimas, músicas e de sons comumente falados. Proporcione oportunidade para que ela possa deslocar-se em pequenas distâncias com

segurança para que possa desencadear a marcha livre.

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1 Ano e 6 Meses a 2 anos:

Estimule o bebê a falar, conversando e cantando com ele. Brinque com o bebê de esconder e procurar objetos. Deixe que tente alimentar-se sozinho. Ofereça brinquedos que a criança possa puxar e empurrar. Solicite à criança objetos diversos, denominando-os, ajudando a

aumentar seu repertório de conhecimento, assim como asfunções de dar, pegar, largar e, sempre que possível,demonstrar.

Brinque com a criança, solicitando que ela ande para frente epara trás (marcha à ré), inicialmente com ajuda.

2 Anos:

Deixe que a criança brinque de correr, saltar. Observe-a paraevitar acidentes.

Converse com a criança, deixe-a falar. Ofereça papel e lápis grosso para que rabisque livremente. Ofereça jogos de encaixe, bolas, brinquedos de montar. Estimule a criança a colocar e tirar suas vestimentas nos

momentos adequados, inicialmente com ajuda. Realize brincadeiras com objetos que possam ser empilhados,

demonstrando. Solicite que ela localize figuras de revistas e jogos previamente

nominados. Brinque de chutar bola (fazer gol).

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VACINAÇÃO

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VACINAÇÃOVACINAÇÃOAs vacinas são agentes imunizantes contendo bactérias ou vírus

atenuados, vírus inativados, bactérias mortas e componentes de agentesinfecciosos purificados e/ou modificados química ou geneticamente.

Tem por objetivo a proteção específica das pessoas para controlar,eliminar ou erradicar as doenças imunoproveníveis, através de coberturas vacinais adequadas.

As vacinas do calendário básico destinam-se prioritariamente a todas as crianças menoresde 1 ano exceto aquelas que apresentarem imunodeficiência congênita ou adquirida e aquelasacometidas por neoplasia maligna que não devem receber vacinas de bactérias ou vírus vivosatenuados.

A ocorrência de evento adverso à vacinação deve ser avaliada apropriadamente com afinalidade de ofertar atendimento adequado à criança e planejar a continuidade da vacinaçãoconforme o manual de normas do Programa Nacional de Imunizações – PNI.

É importante estocar as vacinas apropriadamente, conforme Manual de Normas do PNI,para assegurar a qualidade de seus componentes e a proteção esperada.

A via de administração recomendada deve ser obedecida rigorosamente para que aproteção imunológica seja garantida e a freqüência de eventos adversos seja reduzida.

Os pais devem ser informados sobre o papel das vacinas na saúde de seus filhos. Éimportante mostrar no Cartão da Criança as anotações feitas sobre as vacinas realizadas e oagendamento das próximas, que serão aplicadas na visita seguinte à Unidade de Saúde.

O calendário de vacinação atual é o seguinte:CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS EVITADASAO NASCER BCG intradérmica Dose Única Forma graves de tuberculose

Contra Hepatite b 1ª dose Hepatite b01 MÊS Contra Hepatite b 2ª dose Hepatite b

02 MESES

Vacina Oral Contra Poliomielite (SABIN) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil)

Tetravalente ou DPT+HIB 1ª dose Difteria, tétano e coqueluche, Infecções graves

causadas pelo Haemophilus influenza b

04 MESES

Vacina Oral Contra Poliomielite (SABIN) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil)

Tetravalente ou DPT+HIB 2ª dose Difteria, tétano e coqueluche, Infecções graves

causadas pelo Haemophilus influenza b

06 MESES

Vacina Oral Contra Poliomielite (SABIN) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil)

Tetravalente ou DPT+HIB 3ª dose Difteria, tétano e coqueluche, Infecções graves

causadas pelo Haemophilus influenza bVacina Contra Hepatite b 3ª dose Hepatite b

09 MESES

Vacina Contra

Sarampo (monovalente)Dose Única Sarampo

Vacina Contra Febre Amarela (Se indicado) Dose Única Febre Amarela

15 MESES

Vacina Oral Contra Poliomielite (SABIN) Reforço Poliomielite (paralisia infantil)

DTP (Triplíce bacteriana) Reforço Difteria, tétano e coquelucheTríplice Viral ou

Dupla Viral Dose Única

Reforço (Sarampo) Sarampo, rubéola e caxumba

6 a 10 ANOS

BCG intradérmica Reforço Tuberculose (em suas formas mais graves)Dt (dupla adulto) Reforço Tétano e difteriaVacina Contra

Febre Amarela (Se indicado) Reforço Febre Amarela

CONSULTA DE PUERICULTURA – QUADRO GERALCONSULTA DE PUERICULTURA – QUADRO GERAL

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FOCO DE ATENÇÃO AVALIAÇÃO CONDUTA

1. CRESCIMENTO E

NUTRIÇÃO

Pesar e/ou verificar o peso da criança, medirtemperatura, estatura e perímetro cefálico.

Registrar o peso no gráfico Peso-idade doCartão da Criança construindo a curva dopeso da criança.

Avaliar a evolução do crescimento/ nutriçãoverificando a situação da curva do peso,identificando desvios do crescimento normal.

Avaliar presença de palidez palmar (anemia)e edema.

Avaliar a alimentação da criança e a higienedos alimentos, ênfase no aleitamentomaterno, inclusive avaliar a pega na ocasiãoda mamada.

Avaliar necessidade da Vitamina A

Conversar com a mãe sobre a evolução docrescimento da criança.

Informar sobre a relação alimentação eganho de peso, orientar correção de errosalimentares, enfatizar aleitamento maternoexclusivo até 6 meses, e uso de alimentosregionais nutritivos complementares após osexto mês, mantendo amamentação até osdois anos de idade.

Orientar a “pega” se necessário. Orientar e aplicar Vitamina “A” a cada 4 ou

6 meses, nas crianças até 5 anos,sobretudo nos desnutridos e registrar noCartão da Criança

Referir e agendar para consulta médica senecessário e explicar sobre a indicação e aimportância dessa consulta.

Elogiar a mãe por atitudes positivas.

2.DESENVOLVIMENT

O

Avaliar a evolução do desenvolvimento,utilizando a ficha de acompanhamento dodesenvolvimento.

Perguntar à mãe sobre as habilidadesconquistadas pela criança, em referênciaaquelas esperadas para a idade e tipos debrincadeiras adotadas.

Perguntar sobre atividades e evolução naescola.

Observar e explorar as atividades realizadaspela criança em referência às esperadas.

Anotar no Cartão da Criança e no Prontuário. Comparar com situação anterior. Disponibilizar lápis de cera e papel para as

crianças de 2 a 5 anos rabiscarem oudesenharem na sala de espera. Avaliar odesenvolvimento do grafismo segundo oesquema da IPHEM, em anexo.

Escutar atentamente o relato ecomportamento da mãe, identificando suasdificuldades e aflições e avaliar se isso podeestar interferindo no processo dedesenvolvimento da criança.

Informar a mãe sobre as conquistas dobebê as quais refletem seuamadurecimento neuro – psico - motor.

Orientar sobre estimulação essencial /resiliência / auto estima e atividadeslúdicas.

Fortalecer a importância da brincadeira nodesenvolvimento físico, motor, mental esocial da criança.

Orientar a mãe sobre o início da dentição. Orientar comportamento em relação aos

problemas escolares se pertinente. Referir e agendar para consulta médica se

necessário e explicar sobre a indicação e aimportância dessa consulta médica.

Encaminhar para estimulação precoce ouavaliação pedagógica as crianças comprovável déficit de desenvolvimento.

Acolher, esclarecer e orientar a mãe sobresuas possíveis dificuldades, ansiedades emedos normais nesse período.

Elogiar mãe, por atitudes positivas.

FOCO DE ATENÇÃO AVALIAÇÃO CONDUTA

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3. HIGIENE DA

CRIANÇA E DOAMBIENTE

Perguntar sobre o banho (uso de águamorna, sabão neutro, número de banhos pordia); sobre higiene após as trocas de fraldas;sobre a higiene bucal.

Perguntar sobre o local onde a criançapermanece por mais tempo e pedir quedescreva como faz a limpeza do local.

Perguntar onde reserva o lixo, se tem coletasistemática.

Verificar a qualidade da água usada para obebê (clorada).

Perguntar sobre o ambiente externo (lixo,água acumulada, arborização).

Explicar sobre a importância do banho nahigiene e na estimulação do bebê e ensinara mãe como estimular o bebê.

Orientar sobre a realização do banho esobre a higiene bucal.

Reforçar que para o melhordesenvolvimento do bebê ele precisareconhecer seu cantinho o qual deve sersempre limpo e protegido de insetos e lixo.

Informar que o acúmulo de lixo nasredondezas aumenta insetos que causamdoenças.

Orientar sobre o tratamento da água. Elogiar mãe, por atitudes positivas.

4. PROTEÇÃO

CONTRAACIDENTES EVIOLÊNCIAS.

Perguntar as condições do ambientedoméstico para identificar riscos potenciais elocal de armazenar material de limpeza ecáustico.

Perguntar se a criança fica sozinha, se écuidada por outra criança e se o cuidadortem competência para fazê-lo.

Aprofundar indagação sobre oportunidade debrincar, tipo de brincadeiras, local onde acriança brinca, explorar possibilidades deperigo e acidentes .

Verificar se alguma pessoa da família faz usode medicamento controlado e o local dearmazenamento dos mesmos.

Avaliar sinais sugestivos de: abuso sexual(leucorréia, sangramento vaginal ehematomas na genitália) violência física(queimaduras, fraturas e/ou ferimentosrepetitivos ou inexplicáveis) . A busca tardiapor socorro é indicativo de negligencia emaus tratos.

Orientar sobre os perigos de permanênciada criança em locais como cozinha,banheiro; próximo à janelas, escadas, poço(cacimba) - perigo de queimaduras,ferimentos, quedas, afogamento.

Referir riscos com aparelhos elétricos etomadas - choque elétrico.

Alertar sobre riscos de intoxicação comsubstâncias de limpeza, medicamentos,plantas.

Orientar sobre risco de cordão no pescoço(mesmo para uso de chupeta) –possibilidade de asfixia.

Orientar cuidado com os carros: segurar namão da criança ao atravessar a rua.

Reforçar que não deve conduzir criançamenor de dez anos no banco da frente doveículo e uso do cinto quando for o caso.

Referir e agendar para consulta médica senecessário e explicar sobre a indicação e aimportância dessa consulta médica.

Elogiar mãe, por atitudes positivas.

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FOCO DE ATENÇÃO AVALIAÇÃO CONDUTA5.

IDENTIFICAÇÃO DEAGRAVOS

Realizar exame físico e identificar sinais dealerta.

Observar estado geral da criança e sinaisneurológicos.

Verificar fontanela, couro cabeludo e pele. Verificar problemas oculares – (usar escala

de Snellen, se possível) estrabismo,transparência da córnea, vermelhidão,lacrimejamento, secreção.

Verificar problemas de audição, dor deouvido e secreção purulenta.

Fazer palpação abdominal. Fazer ausculta cárdio pulmonar – contar

Freqüência Respiratória e FreqüênciaCardíaca, em um minuto.

Verificar genitais (integridade e confirmaçãode testículos tópicos).

Observar movimentação ativa e passiva dosmembros superiores e inferiores.

Verificar se a criança apresenta:a) sinais de doenças como: febre, letargia,

irritação, sonolência, tosse, cansaço,diarréia, infecções de pele, dores deouvido, edema e palidez.

b) sinais de violência física já referidosanteriormente.

Explicar a mãe sobre os procedimentos queserão realizados.

Discutir com o médico alguma situaçãoduvidosa.

Encaminhar para testes visuais/ auditivos eaplicação de flúor, se pertinente.

Informar a mãe sobre algum problemaidentificado.

Orientar sobre correção de problemas quenão necessite consulta médica.

Referir para consulta médica ouodontológica se pertinente e explicar sobrea indicação e a importância dessa consulta.

Elogiar mãe, por atitudes positivas.

6.VACINAÇÃO

Avaliar o estado vacinal da criança, atravésdas anotações no Cartão da Criança eProntuário bem como indagando à mãe.

Pesquisar sobre o conhecimento que os paistem sobre as vacinas.

Perguntar se a criança apresentou febre ououtros sintomas após vacinação.

Certificar-se que a criança não apresentadoença febril importante (temp. > 39ºC ) naocasião da aplicação da vacina.

Atualizar o esquema vacinal se necessárioe dar vitamina A, se pertinente.

Esclarecer a mãe sobre as vacinasaplicadas e sobre a vitamina A.

Esclarecer sobre falsas contra – indicações,se pertinente.

Registrar no Cartão da Criança e noprontuário a vacina e a vitamina A aplicadase o agendamento da próxima vacina quedeverá coincidir com a próxima consulta depuericultura.

Elogiar mãe, por atitudes positivas.

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EXPLICANDO O GRAFISMO INFANTIL

EVOLUÇÃO DO GRAFISMO IPHEM – Instituto de Pesquisa Heloísa Marinho

2 anos – fase experimental 3 anos – fase celular

4 anos - primeirasgaratujas

5 anos – figuras soltas 6 anos – cena completa

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O grafismo infantil, ou seja, o desenho da criança é uma atividade importante para oprocesso de cosntrução da personalidade e desenvolvimento saudável da mesma. Em geral teminício em torno dos dezoito meses.

O desenho é considerado uma forma de comunicação na qual a criança ao desenhar estáconhecendo e agindo sobre o mundo e se comunicando com ele, demostrando também idéias ,sentimentos, etc..

É importante sabermos sobre o grafismo infantil e principalmente como ajudar as criançasnesse processo. A evolução do desenho tem relação com seu desenvolvimento e portanto odesenho é também uma das formas de avaliar esse desenvolvimento.

A criança desde pequena já gosta de desenhar e por isso é necessário dispor de lápis epapel. È muito positivo o elogio de adultos ou outras crianças que a valorizem, incentivem e apoiempara que ela possa experienciar essa atividade e demonstrar habilidade.

Acima apresentamos algumas etapas do grafismo. Cada uma delas é importante e nãodeve ser desvalorizada e é preciso lembrarmos ainda que pode variar de criança para criança emrelação ao ritmo, tempo e modo de se desenvolver.

CONSULTA DO BEBÊ NO ÚLTIMO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. Qual é a expectativa dessa consulta ?A consulta com atenção à saúde da criança, realizada ainda durante a

gestação permite a detecção de problemas para os quais se poderá aplicaralgumas medidas e correção, controle ou prevenção, quer seja em relação àgestante com prejuízo da saúde do feto, quer seja relacionado ao próprio feto.De um modo geral espera-se:

Estabelecer um relacionamento de cumplicidade com a gestante e afamília pela saúde e pelo bem-estar da criança esperada.

Identificar, esclarecer e orientar a mãe para as alterações hormonais,emocionais e comportamentais próprias desse período.

Identificar possíveis situações de risco no domicílio e na dinâmica familiar. Identificar presença de patologias da mãe (infecções, hipertensão arterial, diabetes,

incompatibilidade ABO e Rh) que podem influenciar de forma negativa a saúde da criança, eencaminhar para unidade de maior complexidade (sistema de referência).

Identificar problemas com o crescimento e o desenvolvimento fetal - verificar batimentoscardiofetais, medidas de fundo de útero, avaliar exames complementares maternos (sangue,urina, ultrassonografia).

Definir soluções para os problemas encontrados, através de orientações à gestante oureferência para consulta médica especializada. Gestação de risco requer parto em serviço quetenha tecnologia para atender gestante e recém-nascido adequadamente.

Informar, orientar e planejar com a gestante sobre aleitamento materno, primeiros cuidados como recém-nascido, vacinação, calendário das consultas de puericultura do bebê e a importânciadessas consultas no acompanhamento, vigilância da evolução da criança, triagem neo-natal(teste do pezinho), importância do Cartão da Criança e das visitas domiciliares.

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ATENDIMENTO DA CRIANÇA NA SALA DE PARTO

Após o nascimento o recém-nascido recebe os primeiros cuidados pormédico(a) pediatra quando disponível, ou generalista ou enfermeiro(a)obstétrico(a) na sala de parto, em hospital local, visando proporcionar-lhe as melhores condições para a adaptação à vida extra-uterina,avaliar maturidade, estado nutricional o qual será completado porexame mais detalhado após o período de estabilização.

Não esquecer que a hipotermia é ponto crítico para saúde do recém – nascido.

CUIDADOS IMEDIATOS:Nos primeiros 30 segundos:

Prevenir perda de calor - colocar o recém-nascido em local aquecido; Permeabilizar as vias aéreas – colocar o recém-nascido em decúbito dorsal com leve

extensão do pescoço para facilitar a entrada de ar; Aspirar as vias aéreas iniciando pela boca e em seguida as narinas; Secar o recém-nascido e em seguida remover os campos úmidos; Realizar estimulação tátil para respiração, se necessário; Avaliar a vitalidade do recém-nascido – verificar respiração, freqüência cardíaca, e cor da

pele; Promover imediato contato pele- a- pele com a mãe para formação de vínculo já que os

bebês podem interagir e aprender com o mundo desde o primeiro dia de vida, mesmo quede forma rudimentar, por isso o interesse e participação dos pais deve ser valorizada desdeo início.

Cortar o cordão umbilical com material estéril / descartável, fazer a ligadura do cordão elimpeza do coto umbilical com álcool a 70% para prevenção da onfalite.

Com um minuto e com cinco minutos de vida:

Proceder avaliação pelo método de APGAR, verificando batimentos cardíacos, respiraçãotono muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele.

CUIDADOS MEDIATOS:

Prevenção da oftalmia gonocócica – Nitrato de Prata 1%: 1 gota em cada olho e retirar oexcesso com gaze;

Prevenção da doença hemorrágica – Vitamina K - 1mg, intra-muscular (nos prematuros < 2Kg usar 0,5mg);

Verificação de eliminação de urina e mecônio; Promoção do aleitamento materno na primeira meia hora de vida; Realização de exame físico completo, classificação da idade gestacional e aferição de

dados antropométricos – mensuração do peso, estatura, perímetro cefálico e perímetrotorácico, verificação da temperatura axilar, registrando tudo no Cartão da Criança;

Identificação do recém-nascido colocando pulseira com o nome da mãe;

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Avaliação de critérios de encaminhamento do recém-nascido para o alojamento conjunto(com sua mãe), berçário de médio risco ou unidade de terapia intensiva – UTI;

Início do esquema básico de vacinação – BCG intradérmica nos RN com peso igual oumaior que 2kg e contra hepatite B (se possível, nas primeiras 12 horas de vida) para todos,registrando no Cartão da Criança;

Encaminhamento para alojamento conjunto de todo recém-nascido que apresentar osseguintes critérios:

RN com Apgar > 7 ( 5º minuto) exame físico normal e peso>2000g. RN com idade gestacional maior que 34 semanas (prematuro ou

pequeno para a idade gestacional) com controle glicêmico. RN grande para a idade gestacional, com controle glicêmico. RN com exame físico normal, peso > 2000g e bolsa rota aguardando exame

complementar.

ALTA HOSPITALAR

Proceder novo exame da criança; Preencher declaração de nascidos vivos; Completar o preenchimento do Cartão da Criança; Entregar o Cartão à mãe; Orientar a mãe sobre aleitamento materno, higiene do coto umbilical, importância e uso do

Cartão da Criança, triagem neo-natal (teste do pezinho), registro civil e cuidados com acriança;

Observar sinais de distúrbios psicológicos da mãe que possam interferir na relação mãe-bebê como depressão pós parto;

Orientar a mãe em relação às alterações e dificuldades esperadas para esse início eprocurar incentivar a continuidade e qualidade do cuidado e da realção;

Agendar visita domiciliar na primeira semana, para revisão do recém-nascido e da puérpera; Verificar se a criança está com funções eliminatórias presentes (urina e evacuação).

VISITA DOMICILIAR NA 1ª SEMANA, POR ENFERMEIRO (A) OU AGENTE DE SAUDE

Após os cumprimentos à mãe e familiares (se presentes) siga os seguintes passos:

Observar como estão a mãe e o bebê; Identificar com a mãe o tipo de parto e como ela está

se sentindo; Verificar o Cartão da Criança ou outra ficha que a

mãe tenha recebido e analisar os dados da criança(peso, APGAR, aplicação de vacinas- BCG e contrahepatite B);

Perguntar à mãe se o bebê nasceu bem, se precisou incubadora, se mamou logo após o partoe se ficaram em alojamento conjunto;

Estatuto da Criança e do Adolescente, Artigo 10, 1990.

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Verificar o umbigo. Se o coto já caiu, veja se está seco ou úmido (secreção). Se tiver secreção,encaminhar para a enfermeira atendê-lo; se o coto umbilical não caiu, verificar como está sendofeito a limpeza diária – deve ser usado álcool a 70% e não precisa curativo. A queda do cotoumbilical ocorre entre o 5º e o 10º dia;

Perguntar como é o banho – orientar sabão neutro e água morna, enxugar bem o bebê, orientarque não é necessário usar talco e que pode ser prejudicial, causar alergias e até sufocar. Senecessário observar e ajudar a dar banho no bebê;

Verifcar se a criança mama no peito – orientar a mãe que o leite materno é o melhor alimentopara o bebê, torna a criança mais inteligente. O bebê não tem horário certo para mamar emama muitas vezes durante o dia e a noite. Após largar o primeiro peito sempre oferecer ooutro. O bebê deve mamar sempre nas duas mamas;

Orientar que o uso de bico, chuquinhas e mamadeiras é desnecessário e muito prejudicial aoaleitamento materno, pois constitui causa comum de desmame precoce. Explicar que o bebênem sempre chora com fome e sim por necessidade de colo, pelo barulho, pelo frio ou calor. Étambém prejudicial para a formação da arcada dentária e para a fala;

Observar a movimentação do bebê e observar o aleitamento verificando se a pega está boa:

Queixo encostando no peito da mãe; O lábio inferior voltado para fora; A boca bem aberta abocanhando o mamilo e boa da parte da aréola (Se a aréola

estiver visível deve ser a parte superior); O bebê deve estar todo voltado para a mãe (corpo do bebê todo virado para a mãe

– barriga do bebê encostada na barriga da mãe); A pega correta não dói, se estiver doendo a pega estará incorreta. Ajude a mãe a

aproximar mais o bebê de seu corpo.

Orientar à mãe que é mais confortável e seguro o bebê dormir de lado ou de bruços com acabeçinha virada de lado – evita cólica e engasgos se vomitar;

Informar à mãe que acariciar, conversar, cantar é muito bom para o desenvolvimento dacriança;

Informar também os cuidados com excesso de pano próximo ao rosto o bebê – pode sufocá-lo; Orientar para colocar o bebê no local mais arejado e menos barulhento de casa, tendo cuidado

com animais e acidentes domésticos. Informar que é bom para o bebê ter um cantinho pra ele; Orientar que ao trocar a fralda, deve fazer uma limpeza com algodão ou pano limpo molhados e

evitar os produtos industrializados; Informar que o bebê se assusta fácil e que no 1º mês de vida já olha e segue com os olhos um

rosto que se movimenta muito próximo; Orientar para pendurar brinquedos de formas e cores variadas no berço ou na rede, para

estimular o bebê; Orientar que o pai também embala, acaricia e conversa com o bebê; Verificar se as narinas do bebê estão obstruídas: se sim, orientar o uso de soro fisiológico nasal

ou soro feito em casa: 100ml + 1 pitada de sal, ferver bem e deixar esfriar coberto; usar 1ml emcada narina com contra-gotas ou seringa sem agulha. Trocar a solução após 24 horas;

Verificar e orientar se for o caso, sobre o teste do pezinho; Orientar sobre as vacinas e higiene; Mostrar a mãe como o Cartão da Criança vai ajudá-la a acompanhar o desenvolvimento e a

saúde do seu bebê;

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Falar sobre a importância da consulta de puericultura para acompanhar a saúde do bebê; Por fim, elogiar o que a mãe estiver fazendo correto, encorajá-la a melhorar caso ela não esteja

cuidando corretamente do bebê. Lembrar que a casa deve ser a mais limpa possível, de preferência, se possível, passar o pano

molhado no chão após ter varrido. Lembrar ainda que o fumo e o álcool são extremamente prejudiciais à saúde da mãe, do bebê

e sua família, e portanto devem ser evitados; Verificar se a mãe ou familiares tem alguma dúvida ou pergunta a fazer e orientá-los se for o

caso. Despedir-se informando/agendando o seu retorno e a consulta de puericultura na Unidadede Saúde.

PROBLEMAS DE SAÚDE

As doenças prevalentes na infância - infecções respiratórias agudas, diarréia, desnutrição,sarampo e malária (OMS, 1993) são responsáveis por cerca de 70% das mortes em criançasmenores de 5 anos em todo o mundo. No Ceará, embora venham decrescendo a cada ano, comocausa de mortalidade infantil, ainda temos um quadro preocupante de morbidade por diarréia,doenças respiratórias e desnutrição.

Além destas, outras condições como infecções neonatais, prematuridade, problemasrespiratórios nos recém-nascidos, epilepsia, retardo do desenvolvimento neuro-psico-motor,dermatites, infecções do trato urinário, febre reumática, maus tratos, acidentes de trânsito,acidentes domésticos e diminuição da acuidade visual se apresentam como importantes no perfil demorbidade de nossas crianças.

A adoção de medidas de intervenção nas doenças prevalentes na infância pararecuperação na saúde da criança será abordada nos próximos módulos.

“Concedei-nos Senhor, a serenidade necessária

para aceitar as coisas que não podemos modificar,coragem para modificar as que podemos

e sabedoria para distinguir umas das outras.”Oração da Serenidade

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADABIBLIOGRAFIA CONSULTADA1. Bee, H.. A criança em desenvolvimento, 3ª edição. Editora HARBRA, São Paulo. 1986.

2. Bernard van Leer Foundation - Espacio para la Infância – La participación de padres y madres en programasde desarrollo infantil temprano, 2001, No. 16

3. Bernard van Leer Foundation – Seminário Internacional sobre aplicacion del Concepto de Resiliencia enProjectos Sociales, Lunas, 1997.

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5. Campos J, Soares B – O Nascimento e o Desenvolvimento do Bebê, 1ª Edição, SEDUC/ UNICEF, Fortaleza,2000

6. Coelho, M S – Avaliação neurológica infantil nas ações primárias de saúde, Editora Atheneu, São Paulo, 1999

7. Figueiras, A – Vigilância do desenvolvimento da criança de 0 a 2 anos de idade na atenção primária à saúde,Belém, 1999

8. Isler, H, Leone, C, Marcondes, E – Pediatra na Atenção Primária, 1ª Edição, Editora Sarvier, S. Paulo, 1999

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10. Mamede, M. M.. Conversando sobre ... grafismo infantil. UNICEF. ____.

11. Ministério da Saúde – Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher, Brasília, DF, 2001

12. Ministério da Saúde – A mortalidade Infantil e Neonatal no Brasil, Brasilia, DF, 1998

13. Ministério da Saúde – Coordenação Materno Infantil – Manual de Assistência ao Recém – nascido, Brasília,DF, 1994

14. Ministério da Saúde – Manual de Normas de Vacinação, 3ª Edição, Brasília, DF, 2001

15. Miyoshi M, Guinsburg R, Almeida MFB – Temas de Pediatria Nestlé, nº 65 – O Pediatra na Sala de Parto, SãoPaulo, 1997

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20. Santos, SMP – Brinquedo e Infância , 3ª Edição, Editora Vozes, Petropolis, 1999

21. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, Programa Viva Criança – Acompanhando o Crescimento e oDesenvolvimento, 2ª Edição, Fortaleza, 1999

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MÓDULO iPUERICULTURA

SECRETARIA DASAÚDE DO ESTADO DO

CEARÁ

MINISTÉRIO DA SAÚDE

felix
PLAÑIDERAS
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felix
PLAÑIDERAS