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Metodologias de identificação de perigos e avaliação dos riscos Metodologias de identificação de perigos e de avaliação dos riscos Apresentação de metodologias de identificação de perigos e avaliação dos riscos a considerar no âmbito da implementação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho Revisão 01 João Godinho Mendes 2007

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Metodologias de identificação de perigos e avaliação dos riscos

Metodologias de identificação de perigos e de avaliação dos riscos

Apresentação de metodologias de identificação de perigos e avaliação dos riscos a considerar no âmbito da implementação de sistemas de gestão da segurança e saúde no

trabalho

Revisão 01

João Godinho Mendes 2007

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Índice

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 4

1. PRINCÍPIOS GERAIS .......................................................................................................................... 4

2. METODOLOGIA GERAL DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DOS RISCOS ....................................................................................................................................................... 5

METODOLOGIAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DOS RISCOS ............. 6

ETAPA 1: CARACTERIZAÇÃO DA INSTALAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DOS PERIGOS .................... 7 Preliminar Hazard Analisys (PHA) .................................................................................................... 7

Análise das energias ........................................................................................................................... 7

Análise de desvios ............................................................................................................................... 7

ETAPA 2: CARACTERIZAÇÃO APROFUNDADA DA INSTALAÇÃO E DOS ACONTECIMENTOS QUE PODEM ESTAR NA ORIGEM DOS ACIDENTES ........................................................................................................... 8

Hazard and Operability Studies (HAZOP) ......................................................................................... 8

Technique for Human Error Rate Prediction (THERP) ................................................................... 10

Faillure Mode and Effect Analysis (FMEA) ..................................................................................... 10

Árvore de Acontecimentos ................................................................................................................ 11

Árvores de Falhas (Fault Tree Analysis) .......................................................................................... 11

3. A IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DOS RISCOS À LUZ DA OHSAS 18001:2007 ................................................................................................................................................. 13

4. CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 14

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Introdução A disciplina da gestão da segurança e saúde do trabalho encontra-se suportada num conjunto de linhas de orientação diverso em função dos objectivos a atingir pela organização.

Nas situações em que o objectivo da organização passa pela concepção, implementação e manutenção de um sistema de gestão, não só para dar resposta a necessidades reais de operação, mas também para transmitir a necessária confiança às diversas partes interessadas no seu desempenho, e ser objecto de reconhecimento por um organismo de terceira parte (por exemplo um organismo de certificação), importa considerar os referenciais que especificam um conjunto de requisitos a satisfazer pelo sistema que gere a segurança, higiene e saúde no trabalho de uma organização. Neste contexto, ganha particular importância a especificação OHSAS -Occupational Health and Safety Assessment Séries - 18001:1999 (entratanto substituída pela versão de 2007) que, apesar de não ser um documento emanado pela International Organisation for Standardisation (ISO), vem reunindo um conjunto crescente de adeptos a nível mundial.

Fig. 1: Especificação OHSAS 18001

Nesse contexto, o tema da identificação de perigos e avaliação dos riscos constitui um aspecto fundamental uma vez que é este processo que determina, segundo critérios objectivos, as questões cuja resolução o sistema de gestão se propõe controlar e gerir de forma aceitável.

O presente documento, depois de apresentar algumas das ferramentas que foram marcando a disciplina, inicialmente designada como ‘análise de riscos’, apresenta linhas de orientação para responder, de forma eficaz, aos requisitos expressos na cláusula 4.3.1 da especificação OHSAS 18001:1999 bem como do mesmo documento de 2007.

1. Princípios gerais A identificação de perigos e avaliação dos riscos é utilizada para definir, segundo critérios objectivos, quais as situações que, por reunirem o potencial de provocar danos – de natureza pessoal, patrimonial e financeira – devem merecer, da parte dos sistemas de gestão da organização, uma resposta adequada em função dos riscos que lhes estão associados. Na verdade, essas situações são, frequentemente, designadas como perigos1, sendo o conceito de risco2 associado ao resultado da combinação de duas variáveis: a probabilidade de ocorrência do acontecimento indesejado em causa e a gravidade da consequência desse acontecimento (ver definições da especificação OHSAS 18001).

Trata-se, portanto, o risco de uma variável aleatória que, como tal, é susceptível de assumir o resultado que resulta da combinação de outras duas variáveis aleatórias: a probabilidade de ocorrência e a gravidade da consequência do acontecimento indesejado.

O acontecimento indesejado pode assumir a forma de acidente – acontecimento que produz danos importantes – ou a forma de quase-acidente – acontecimento que

1 Perigo: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, ou de danos para o património, ou de danos para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação de estes (Fonte: OHSAS 18001:1999). 2 Risco: Combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso.

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poderia ter provocado danos importantes, mas, por razões conhecidas ou não, felizmente, não provocou.

Conceptualmente, importa, então, salientar que só existe perigo se existirem pessoas expostas e actividade realizada. É por isso que a melhor forma de redigir os perigos relacionados com uma determinada actividade é a seguinte: trabalhos com produtos perigosos; trabalho com equipamentos sob tensão; trabalho em altura; trabalho em espaço confinado, entre outras situações.

Fig. 2: A foto evidencia o perigo de trabalho em altura

Pelo contrário, apesar do conceito de risco ser bastante variável conforme o âmbito de aplicação e os autores que a ele recorrem, à luz da definição apresentada na especificação OHSAS 18001, o risco não deve ser traduzido por palavras uma vez que ele resulta de uma avaliação que traduz a combinação de duas variáveis aleatórias. O risco deve ser, então, classificado, avaliado, de acordo com uma grelha de decisão predefinida pela organização em função do risco que está disposto a assumir. Por exemplo, uma das possíveis combinações de probabilidade e gravidade que determina a não aceitabilidade do risco pode ser:

O risco que resulta de uma elevada probabilidade de ocorrência e de uma elevada gravidade da consequência é considerado elevado, logo não aceitável

Esta abordagem pressupõe introduzir o conceito de consequência. No fundo, a sequência de passos a considerar no âmbito do processo global de identificação de perigos e de avaliação de riscos que se defende é a seguinte:

Fig. 3: Sequência de passos a considerar na realização de uma identificação de perigos e avaliação dos riscos

Após a avaliação do risco, deverão ser definidas as medidas que, em função dos meios técnicos, humanos e económicos disponíveis, permitirão reduzir o risco e, dessa forma, melhorar as condições de segurança na realização do trabalho.

Nessa perspectiva, e sendo o risco entendido como a combinação da probabilidade de ocorrência do acontecimento indesejado e a gravidade da consequência desse acontecimento, importa recordar os conceitos de prevenção e de protecção. Estes, no seu conjunto, traduzem as medidas de controlo a considerar para reduzir a importância dos riscos. Assim, vejamos:

Prevenção: Considerando o risco como a combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso, deve entender-se a prevenção como a adopção de medidas que minimizam a probabilidade de ocorrência do acontecimento perigoso.

Protecção: A protecção, em oposição à prevenção, visa reduzir, não a probabilidade de ocorrência do acontecimento perigoso, mas sim a severidade das suas consequências, através da adopção de medidas ou disposições consideradas adequadas ao fenómeno em causa.

O risco surge, assim, como uma variável que, após a introdução de medidas de controlo, vê a sua importância reduzida. É este o conceito de risco residual.

2. Metodologia geral de identificação de perigos e avaliação dos riscos O processo global de identificação de perigos e de avaliação dos riscos pode ser aplicado a uma instalação na fase e exploração ou a instalações que ainda se encontram em fase de projecto. Na

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verdade, os momentos onde se impõe a realização de uma avaliação dos riscos são os seguintes:

Quando o projecto se encontra a ser delineado – trata-se de uma oportunidade dourada para pensar a instalação na perspectiva de que ela irá ser operada por pessoas em condições mais ou menos favoráveis à ocorrência de acidentes. Eventuais alterações ao projecto tendo em consideração questões de segurança, devem ocorrer nesse momento, uma vez que mais tarde irão certamente surgir constrangimentos no plano técnico e financeiro. Veja-se a importância que a legislação nacional e europeia atribui à intervenção do coordenador de segurança na fase de projecto (Decreto-Lei nº 273/2003, de 29 de Outubro);

No momento da definição de objectivos a atingir pela função gestão da segurança e saúde do trabalho. Na prática, não faz sentido apontar para objectivos se os problemas a resolver não se encontram convenientemente identificados e caracterizados;

Aquando da realização de alterações nas instalações, equipas e métodos de trabalho. O risco altera-se, na sua importância, quando os factores explicativos das variáveis probabilidade e gravidade se alteram. Exemplo: a introdução progressiva de trabalhadores menos qualificados, com um grau de instrução inferior e com algumas dificuldades de integração nas equipas de trabalho da construção e obras públicas em Portugal, na década de 90, em particular trabalhadores oriundos dos Países Oficiais de Língua Portuguesa, contribui para o agravamento dos índices de sinistralidade do sector;

No período inicial de funcionamento da instalação. As estatísticas dizem-nos que uma parte importante dos acidentes industriais, com origem em deficiências de instalação, ocorre nos primeiros tempos, daí a importância de, nessa fase, se proceder a uma exaustiva identificação de perigos e avaliação dos riscos, como forma de elencar acções de controlo para minimizar a probabilidade da ocorrência de acidentes e/ou reduzir a gravidade das suas consequências.

Uma abordagem sistemática pressupõe:

a) A recolha de informação sobre o sistema em causa (diagrama processual; layout da instalação; informação sobre as condições de funcionamento do processo; pessoas

envolvidas; esquemas de decisão automáticos e humanos; recursos e meios afectos a cada uma das tarefas; modelo de gestão de sub-contratados; níveis de escolaridade e formação específica em termos de formação profissional e de segurança, entre outros elementos de informação);

b) O desenvolvimento de uma metodologia de identificação de perigos e avaliação dos riscos que, sendo adequada às actividades e à natureza da instalação, seja entendida e interiorizada pela organização;

c) A aplicação correcta da metodologia, devendo, para esse efeito, ser formadas equipas multidisciplinares, reunindo todas as competências necessárias: conhecimento da actividade em causa; conhecimentos de segurança; aptidão para gerir e animar discussões; conhecimento detalhado dos conceitos e da ferramenta de avaliação. Os colaboradores devem ser envolvidos na validação dos resultados apurados;

d) A divulgação, por toda a organização, dos resultados da identificação de perigos e da avaliação dos riscos;

e) A sua actualização sempre que ocorrerem alterações que possam afectar os riscos (qualificação do pessoal, novas formas de trabalho, novos equipamentos, entre outras alterações que possam condicionar a probabilidade de ocorrência de acidentes e/ou doenças profissionais ou gravidade das suas consequências);

f) A definição das medidas de controlo que se afigurarem adequadas e exequíveis. Esta etapa traduz o esforço da organização para reduzir, em continuidade, o risco residual tendo como base a adopção de formas de prevenção e de protecção.

Metodologias de identificação de perigos e avaliação dos riscos De seguida, apresentam-se diferentes formas de identificar perigos e avaliar riscos. Estas ferramentas são anteriores à especificação OHSAS 18001:1999, não sendo, por isso, particularmente vocacionadas para responder aos seus requisitos.

As diferentes metodologias inserem-se nas diferentes etapas de conhecimento dos

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perigos que estão associados ao funcionamento de uma instalação.

Etapa 1: Caracterização da instalação e identificação preliminar dos perigos

Preliminar Hazard Analisys (PHA) Análise qualitativa que se debruça sobre possíveis sequências de acontecimentos que transformam perigos em acidentes. Os perigos são, tipicamente, classificados nas seguintes categorias:

1. Efeitos desprezáveis

2. Efeitos limitados

3. Efeitos críticos

4. Efeitos catastróficos

O objectivo do estudo consiste na identificação preliminar dos perigos com efeitos mais gravosos para que sejam desenvolvidos esforços para eliminar ou mitigar os perigos que se encontram agrupados nas classes superiores (3 e 4). È uma metodologia simplificada que recorre ao preenchimento de matrizes como a que se apresenta no anexo 1. Valoriza a gravidade dos efeitos em detrimento da probabilidade de ocorrência dos acontecimentos que estão associados aos acidentes potenciais.

Análise das energias Metodologia que assenta no princípio de que: Para que ocorra um dano, uma pessoa tem que estar, necessariamente, exposta a, pelo menos, uma forma de energia.

Uma análise de energia contempla as seguintes quatro fases:

a) Estruturação

O objectivo da fase de estruturação é a divisão do sistema em partes que deverão ser analisadas separadamente.

b) Identificação das energias

Para cada uma das partes da instalação são identificadas as energias que estão presentes e poderão estar na origem de danos ou prejuízos causados nas pessoas; devem, ainda, ser identificadas e consideradas as barreiras que podem evitar que a energia esteja na origem de acidentes.

c) Avaliação das energias identificadas

Cada uma das energias identificadas é objecto de avaliação. A avaliação passa por considerar os danos previsíveis a que um ser humano pode ser exposto, as medidas instituídas que possam constituir protecção, bem como a probabilidade de ocorrência dos acontecimentos indesejados em causa. Os resultados possíveis desta avaliação são os seguintes:

1. Inexistência de perigo

2. Risco aceitável. Não são requeridas medidas de segurança

3. Risco importante. Requeridas medidas de segurança

4. Risco muito importante. Considera-se essencial a adopção de medidas de segurança

d) Proposta de medidas de segurança

Uma vez avaliadas as diferentes formas de energia, são propostas, em seminário a realizar com os responsáveis das áreas analisadas, as medidas de segurança que se afiguram adequadas à natureza e à dimensão dos perigos identificados.

Em anexo, apresentam-se um exemplo de uma lista de verificação para a análise das energias (anexo 2), bem como a repectiva matriz de preenchimento (anexo 3).

Fig. 3: Etapas a considerar na aplicação do método da análise das energias

Análise de desvios Este método encara a instalação como um sistema complexo que opera em torno de condições operatórias aceitáveis. O seu objectivo consiste em identificar desvios

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que, traduzindo disfuncionamentos da operação, possam estar na origem da existência de perigos.

O modelo foi utilizado, inicialmente, para conduzir investigações de acidentes já ocorridos.

Os pressupostos para a realização de uma análise dos desvios são:

1. A laboração é um processo planeado e o seu normal funcionamento pode ser definido;

2. Os desvios são susceptíveis de estar na origem de ocorrências indesejáveis;

3. Um sistema é constituído por elementos técnicos, humanos e organizacionais;

4. O risco é reduzido se os desvios forem identificados e forem controlados ou eliminados.

A aplicação da metodologia assume 6 tipos de desvios. Os desvios que:

1. Provocam directamente um dano;

2. Aumentam o risco;

3. Requerem correcções em curso de produção;

4. Provocam distúrbios importantes e tornam o planeamento impossível;

5. Aumentam a probabilidade de erro humano;

6. Afectam o controlo em torno do sistema em causa.

A sequência de etapas a considerar é, segundo este método, expressa pela figura seguinte:

Fig. 4: Etapas a considerar na aplicação do método da análise dos desvios

As palavras-guia que o método preconiza, relativamente às variáveis que são passíveis de desvios, são as seguintes:

Nenhum

Muito pouco

Muito

Tipo errado

Local errado

Muito tarde

Muito cedo

Os resultados de uma análise de desvios podem ser usados como ponto de partida para a aplicação de métodos mais avançados como, por exemplo, o método das árvores de falhas.

Apresentam-se, em anexo, uma lista de verificação a utilizar para aplicar a metodologia (lista de verificação para funções de sistemas e desvios – anexo 4 – e uma matriz de preenchimento dos resultados apurados pela análise dos desvios – anexo 5.

Etapa 2: Caracterização aprofundada da instalação e dos acontecimentos que podem estar na origem dos acidentes As metodologias que se apresentam, de seguida, caracterizam-se por aprofundar o conhecimento da instalação. Os resultados são, por consequência, mais interessantes do ponto de vista de quem tem de gerir os riscos.

Hazard and Operability Studies (HAZOP) O HAZOP é uma metodologia desenvolvida especificamente para a indústria química. O seu princípio de aplicação consiste na procura sistemática de desvios que podem ter consequências gravosas. Os conceitos a considerar na aplicação do método são os seguintes:

1. Intenção: especifica-se a intenção (finalidade) de cada uma das partes da instalação, designada como nó, e o resultado esperado do seu funcionamento;

2. Desvio: procuram-se desvios, em função do que se encontra planeado, que possam estar na origem de ocorrências indesejadas;

3. Palavra-chave: utilizam-se palavras-chave para facilitar a identificação dos diferentes tipos de desvios;

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4. Equipa: O estudo é conduzido por uma equipa multidisciplinar.

As palavras-chave ou palavras-guia a utilizar são as seguintes:

Fig. 5: Palavras-chave utilizadas na aplicação da metodologia HAZOP

O desenvolvimento da metodologia passa, então, por aplicar um conjunto de passos a cada parte do processo produtivo.

O objectivo do estudo é especificado, sendo definidos à partida os limites a considerar na sua execução. Uma equipa é constituída para realizar a sua aplicação. É definida a intenção de cada uma das partes do processo e os desvios são identificados em função da utilização das palavras-chave. Para cada um dos desvios encontrados, são identificadas as causas mais prováveis. Em face dos desvios com consequências mais graves, são pensadas, de imediato, medidas de controlo adequadas e exequíveis.

As medidas de controlo a adoptar podem assumir diferentes formas:

1. Alterar os processos;

2. Alterar os parâmetros do processo;

3. Alterar o processo para o ambiente físico;

4. Alterar rotinas e hábitos de trabalho.

Os momentos da vida da instalação onde, habitualmente, são realizados estudos HAZOP são os seguintes:

a) Na fase de projecto da instalação;

b) Antes de um novo sistema ou sub-sistema começar a operar;

c) No momento de laboração da instalação.

Estes momentos correspondem a períodos de mudança que podem gerar desvios com consequências gravosas. Na verdade, mesmo que uma instalação tenha sido correctamente instalada, gradualmente, vão sendo impostas alterações que devem

ser objecto de estudo e avaliação. A ferramenta HAZOP surge, assim, como um elemento de apoio importante à gestão da mudança que, em condições normais, vai marcando a vida de uma instalação.

Equipa de trabalho

A equipa deve reunir todas as competências necessárias ao conhecimento detalhado da instalação e dos seus parâmetros de operação. São valorizados os contributos da experiência e do conhecimento. Pessoas com espírito combativo, sentido arguto e atitude construtiva e positiva devem participar na sua composição. O papel do líder da equipa é determinante para se atingir o objectivo do estudo. Ele deve animar a discussão, moderar as reuniões e assegurar que os prazos são cumpridos, sem comprometer a qualidade da informação produzida.

Fig. 6: O papel do líder da equipa HAZOP tem um papel fundamental na animação da discussão e no cumprimento dos prazos

Tempo de realização

Um estudo HAZOP consome um tempo considerável. O período de tempo a afectar ao estudo de cada uma das fracções da instalação varia bastante em função da complexidade da instalação e da natureza dos processos envolvidos. Estudos demonstram que, dificilmente se pode estudar um nó sem dedicar ao assunto pelo menos 2 horas. Reuniões periódicas são requeridas para dar continuidade ao assunto, pelo menos, duas a três reuniões por semana. O planeamento das actividades a desenvolver deve, por isso, ter em atenção os seguintes aspectos:

a) Assegurar que os elementos seleccionados para integrar a equipa de projecto se encontram disponíveis para participar nas reuniões de trabalho;

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b) Dimensionar correctamente o tempo de realização do estudo – pretende-se que o resultado do trabalho da equipa de projecto seja conhecido o mais depressa possível uma vez que podem estar em causa problemas que comprometem a segurança da instalação e das pessoas que nela laboram;

c) Garantir que toda a informação, sobre a instalação, o processo e as pessoas, necessária se encontra disponível em todas as reuniões de trabalho.

Proposta de medidas de segurança

A elaboração de um conjunto de propostas de medidas de segurança deve ter em conta que:

a) É importante que os perigos identificados sejam eliminados ou mitigados com celeridade;

b) Não é correcto avançar com propostas de intervenções sem terem sido esgotadas todas as palavras-chave, sob pena de se estar a trabalhar com uma visão parcial do problema.

Technique for Human Error Rate Prediction (THERP) Metodologia que se focaliza no conhecimento aprofundado dos mecanismos de tomada de decisão onde intervêm pessoas. Tem vindo a ser aplicada em todas as instalações onde o erro humano pode estar na origem de acidentes industriais importantes, em particular, em grandes instalações industriais, tais como refinarias, centrais nucleares e outras unidades complexas.

Fig. 7: O método THERP tem sido utilizado nas instalações nucleares, unidades onde o erro humano é objecto de estudo aprofundado

O modelo adopta a seguinte sequência de etapas:

1. Identificação das funções do sistema sensíveis ao erro humano;

2. Identificação e análise da sequência de acontecimentos que ocorrem durante o exercício das funções identificadas em 1;

3. Determinação das probabilidades de erro, tendo em consideração a frequência de exposição e o histórico disponível;

4. Determinação de uma estimativa da gravidade das consequências.

Como resultado, serão estudadas formas de minimizar a probabilidade de ocorrência de erros humanos através de sistemas redundantes e outros que asseguram uma maior fiabilidade do sistema em estudo.

Faillure Mode and Effect Analysis (FMEA) Método bastante divulgado e que se destina à análise de sistemas técnicos. Pode ser aplicado a instalações de diferentes graus de complexidade, desde componentes individuais até complexos sistemas de natureza electrónica, electromecânica e processual. Embora possa ser utilizado no âmbito de uma análise preliminar, o método afigura-se de maior utilidade quando aplicado em análises mais detalhadas.

A essência do método consiste na resposta a duas questões:

Que falhas podem ocorrer na unidade?

Quais os efeitos dessas falhas?

O FMEA desenvolve-se através da realização consecutiva das seguintes etapas:

1. Estruturação do sistema em unidades sob a forma de diagrama de blocos;

2. Identificação dos modos de falha de cada componente;

3. Avaliação das possíveis causas e das consequências das falhas em cada um dos modos de falha;

4. Identificação dos mecanismos de detecção de falhas;

5. Definição das medidas de segurança a considerar para assegurar o controlo das operações

A aplicação do método conduz à identificação de um elevado número de modos de falha pelo que, a posteriori, é necessário proceder à atribuição de prioridades tendo em conta a probabilidade de ocorrência e a gravidade dos efeitos.

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Existe uma outra variante do método, designada como Faillure Mode and Effect Critical Analysis – FMECA – que segue a mesma filosofia, embora introduza o conceito de criticidade da falha.

Árvore de Acontecimentos O método da árvore de acontecimentos visa construir uma representação gráfica que define as possíveis sequências de acontecimentos que poderão estar na origem de um acidente.

Cada ramo da árvore dá origem a dois ramos que representam a situação de sucesso e a situação de falha do acontecimento em causa. Atribuindo probabilidades de sucesso a cada um dos acontecimentos e utilizando os princípios da teoria das probabilidades, é possível estimar a probabilidade de ocorrência de cada sequência de acontecimentos e, assim, determinar a probabilidade de ocorrência de um acidente.

Fig. 8: Exemplo de representação de uma árvore de acontecimentos para um acidente associado à

eclosão de um incêndio. A probabilidade de ocorrência de uma perda total (System destroyed) é dada pelo produto das probabilidades de falha do sistema de extinção automática (Sprinklers), e do sistema de comunicação com os bombeiros

(Call Fire Dept.)

Árvores de Falhas (Fault Tree Analysis) O método Fault Tree Analysis (FTA) propõe uma representação gráfica das combinações lógicas de falhas que podem estar na origem de um acontecimento indesejável.

Trata-se, provavelmente, do método de análise de riscos mais divulgado. Apresenta a possibilidade de analisar problemas complexos, embora essa complexidade obrigue à afectação de vários técnicos de diferentes especialidades.

Fig. 9: O método das árvores de falhas pode ser utilizado no âmbito da investigação das falhas que estão na origem de um acidente de trabalho

Embora possa ser empregue na análise preliminar, é na posse de todos os elementos que caracterizam a instalação, os seus processos, os equipamentos, as componentes e os seus parâmetros de funcionamento, que o método produz resultados mais interessantes.

A aplicação do método parte de um acontecimento indesejável e da identificação das falhas que, no seu conjunto, mediante conjunções e disjunções de falhas, definem como se pode chegar ao acontecimento indesejável (Top event).

Os resultados da aplicação de outros métodos, designadamente o método da análise de desvios, árvore de acontecimentos e o HAZOP, podem ser utilizados para identificar algumas das falhas a considerar neste método.

Uma vez representada a árvore das falhas que podem conduzir ao acontecimento indesejável, recorrendo aos princípios da teoria das probabilidades e assumindo que as falhas são acontecimentos independentes, é possível estimar a probabilidade do acontecimento indesejável ocorrer tendo em conta os valores disponíveis da fiabilidade dos diferentes componentes envolvidos.

Apresenta-se, na figura 10, um exemplo de aplicação do método das árvores de falhas.

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Fig. 10: Exemplo de uma árvore de falhas (sistema de aquecimento apoiado em dois equipamentos eléctricos,

I1 e I2

No exemplo apresentado na figura 10, o sistema de aquecimento não funciona devido à conjunção de duas falhas: a fonte de aquecimento I1 e a fonte de aquecimento I2. A falha de alimentação de I1 deve-se a, pelo menos, uma de duas falhas: na componente E1 ou na componente E2. De forma análoga, I2 não é alimentado se E1 ou E2 falham.

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3. A identificação de perigos e avaliação dos riscos à luz da OHSAS 18001:2007 A especificação OHSAS 18001:2007 encara a identificação de perigos e avaliação dos riscos como uma das etapas fundamentais do planeamento do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho.

Neste particular, o requisito 4.3.1 enuncia: A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para a identificação em contínuo de perigos, avaliação de riscos, e a

implementação das necessárias medidas de controlo.

O (s) procedimento(s) para identificação de perigos e avaliação de riscos deve(m)

ter em consideração:

a) actividades de rotina e não rotina;

b) actividades de todas as pessoas que tenham acesso aos locais de trabalho (incluindo subcontratados e visitantes);

c) comportamento humano, capacidades e outros factores humanos;

d) perigos identificados originados fora dos locais de trabalho e capazes de afectar a segurança e a saúde de pessoas sob controlo da organização no local de trabalho;

e) perigos criados na vizinhança do local de trabalho por actividades relacionadas com o trabalho sob o controlo da organização;

NOTA 1 Pode ser mais apropriado para estes perigos, serem avaliados como aspecto ambiental.

f) infra-estruturas, equipamentos e materiais nos locais de trabalho, quer sejam fornecidos pela organização quer por terceiros;

g) alterações ou alterações propostas na organização, nas suas actividades ou materiais;

h) modificações do sistema de gestão da SST, incluindo alterações temporárias e os seus impactos nas operações, processos e actividades;

i) quaisquer obrigações legais aplicáveis relacionadas com a avaliação de riscos e com a implementação das medidas de controlo necessárias (ver também a NOTA ao 3.12);

j) a concepção das áreas de trabalho, processos, instalações, máquinas e equipamentos, procedimentos operacionais

e organização do trabalho, incluindo a sua adaptação ás capacidades humanas.

A metodologia da organização para a identificação de perigos e avaliação de riscos deve:

a) ser definida com respeito ao seu âmbito, natureza e calendarização de modo a

garantir que seja proactiva e não apenas reactiva; e

b) providenciar a identificação, hierarquização e documentação dos riscos e aplicação das medidas de controlo, como apropriado.

Para a gestão das alterações, a organização deve identificar os perigos para a SST e os riscos para a SST associados às alterações na organização, o sistema de gestão da SST ou nas suas actividades, antes de introduzir essas alterações.

A organização deve assegurar que os resultados destas avaliações são considerados quando determinar as medidas de controlo dos riscos.

Quando determinar as medidas de controlo, ou considerar alterações a controlos existentes, deverá considerar a redução de riscos de acordo com a seguinte hierarquia:

a) eliminação;

b) substituição;

c) controlos de engenharia;

d) sinalização/advertência e/ou controlos administrativos;

e) equipamento de protecção individual.

A organização deve documentar e manter actualizados os resultados da identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação das medidas de controlo.

A organização deve assegurar que os riscos para a SST e as medidas de controlo determinadas são tidos em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do seu sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho.

Para dar resposta a estes requisitos, foram sendo desenvolvidas, na grande maioria dos casos em que a organização avançou para a implementação de sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho, outros modelos quantitativos. Estes seguem o modelo genericamente designado como ‘Método das Matrizes’ e, de uma forma gradual, foram-se impondo como as metodologias mais utilizadas.

Estes modelos assumem o risco como uma função de variáveis aleatórias (probabilidade de ocorrência, gravidade da consequência, níveis de controlo instituídos, existência de requisitos legais

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aplicáveis, cumprimento, ou não, das obrigações legais em vigor na matéria em estudo, entre outros factores) e permitem, de forma expedita, associar às diferentes actividades, tarefas e funções de uma organização os perigos, riscos e as medidas de controlo a adoptar.

Tratam-se, pois, de formas livres de tratamento quantitativo do conceito de risco. O que se lhes exige é que os resultados produzidos sejam consistentes, ou seja, que, de forma criteriosa e minimamente objectiva, permitam identificar eficazmente todos os perigos existentes e que, em função dos critérios de avaliação definidos, nos conduzam a decisões acertadas relativamente a quais os riscos que não podemos aceitar.

A título ilustrativo, apresenta-se, no anexo 7, um exemplo de um procedimento para a identificação de perigos e avaliação dos riscos e, no anexo 8, um excerto da aplicação do método a um caso real.

4. Conclusões Apesar de se afirmarem, historicamente, como ferramentas importantes para identificar os perigos que poderão estar na origem de acidentes, as metodologias clássicas de ‘análise de risco’ foram sendo relegadas para âmbitos de aplicação muito específicos e técnicos. Na maior parte dos casos, foram-se afirmando diferentes aplicações do ‘Método das Matrizes’.

Estas formas de avaliação quantitativas têm vindo a ser desenvolvidas pelas organizações no âmbito da implementação de sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho, tendo em vista assegurar a melhoria contínua das condições de realização do trabalho.

Fim do documento.

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Lista de anexos Anexo 1 Preliminar Hazard Analysis: matriz de preenchimento Anexo 2 Analise das energias: lista de verificação Anexo 3 Análise das energias: matriz de preenchimento Anexo 4 Análise de desvios: lista de verificação Anexo 5 Análise de desvios: matriz de preenchimento Anexo 6 FMEA: matriz de preenchimento Anexo 7 Linhas de orientação para a identificação de perigos e avaliação dos riscos (no âmbito de um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho) Anexo 8 Exemplo de um excerto do resultado de aplicação de uma identificação de perigos e avaliação dos riscos segundo o ‘método das matrizes’

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Referências Documentação do Curso de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Módulo 4: Análise de Riscos A engenharia naval em Portugal, C. G. Soares e V. M. G. Brito, Editor C. Guedes Soares OHSAS 18001:1999 OHSAS 18001: 2007 Guia de interpretação da OHSAS 18001:1999, SGS ICS (Portugal)

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Anexo 1 Preliminar Hazard Analysis: matriz de preenchimento

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Preliminar Hazard Analysis Área funcional: Perigos Consequências Importância Medidas de segurança

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Anexo 2 Analise das energias: lista de verificação

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1. Energia potencial Pessoa e/ou objecto a uma altura

Colapso da estrutura

Manuseamento e elevação de objectos

2. Energia cinética Partes móveis de máquinas

Vaporizadores, objectos em movimento

Manuseamento de materiais

Veículos

3. Movimentos de rotação Elementos móveis em rotação

Transmissão de movimento rotativo

Cilindros

4. Armazenamento sob pressão Gases, vapores e líquidos sob tensão

Outros materiais sob tensão

5. Electricidade Voltagem, condensadores, baterias

Corrente eléctrica, campos magnéticos

6. Calor e frio Objectos frios ou quentes

Substâncias líquidas ou moldáveis

Gás ou vapor

Reacções químicas

7. Incêndios e explosões Substâncias inflamáveis, explosivas

Reacções químicas

8. Efeitos químicos Produtos perigosos: venenos, corrosivos, tóxicos, asfixiantes e contagiosos

9. Radiações Acústicas, electromagnéticas e iluminação

10. Diversos Movimentos humanos

Superfícies aguçadas

Locais perigosos

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Anexo 3 Análise das energias: matriz de preenchimento

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Análise das energias

Área funcional:

Zona Energia Risco / Comentário Avaliação Medidas de segurança

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Anexo 4 Análise de desvios: lista de verificação

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Função Desvio Técnico

T1. Geral Parte do normal, como se espera que funcione o sistema

T2. Técnico Falha de um componente, interrupção no abastecimento de energia

T3. Material Baixa qualidade, quantidades erradas, prazos de entrega trocados

T4. Ambiente Resíduos, iluminação fraca, mau tempo e outros contratempos provocados pela alteração do ambiente

T5. Funções técnicas de segurança Exemplos: ausência de protecções das máquinas; interruptores ou sensores fora de uso, defeituosos ou inadequados

Humanas H1. Operação / Movimento Esquecimento; erro na execução H2. Manobra; efectuar uma função Lapso ou erro (erro de avaliação); por exemplo

a escolha do botão errado

H3. Procedimento de trabalho Incumprimento de uma sequência de acções; procedimento errado

H4. Planeamento de tarefas dos operadores

Escolha de soluções não adequadas, violação de regras, procedimentos de segurança relevantes

H5. Resolução de problemas Escolha de opções perigosas H6. Comunicação Erros e dificuldades de comunicação, com o

sistema e com as pessoas

H7. Geral Experiências, ausência de competências adequadas (físicas, psicológicas e cognitivas)

Organizacional O1. Planeamento das operações Inexistente, incompleto ou inadequado O2. Gestão de recursos humanos Pessoal inadequado; ausência de

competências, experiência

O3. Instruções e informação Inadequada ou inexistente; ausência de instruções; regulamentos e procedimentos

O4. Manutenção Incumprimento do estabelecido nos planos de manutenção

O5. Controlo e correcção Inadequada O6. Competição de funções Diferentes funções interferem umas com as

outras

O7. Procedimentos de segurança Inexistentes, inadequados ou não respeitados

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Anexo 5 Análise de desvios: matriz de preenchimento

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Análise de desvios Área funcional:

Função / Actividade Desvio Comentário Medidas de segurança propostas

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Anexo 6 FMEA: matriz de preenchimento

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EA

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Anexo 7 Linhas de orientação para a identificação de perigos e avaliação dos riscos (no âmbito de um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho)

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Linhas de orientação para a identificação de perigos e avaliação dos riscos

1. Objectivo

Este documento tem como objectivo estabelecer uma metodologia para identificar os perigos e avaliar a importância dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores resultantes das actividades realizadas pela organização, nas diferentes condições operacionais (actividades de rotina e ocasionais e actividades de todo o pessoal que tenha acesso ao local de trabalho), de modo a determinar quais os são não aceitáveis por forma a proceder ao seu controlo.

2. Campo de aplicação

Aplica-se às instalações e equipamentos, a todas as actividades, actuais ou futuras, da organização, aos seus colaboradores e a todas as pessoas que se relacionem com os itens assinalados anteriormente.

3. Definições e abreviaturas

Avaliação do risco: Processo global de estimativa da grandeza do risco e de decisão da sua aceitabilidade

Consequência: Resultado esperado da concretização do acontecimento perigoso associado ao perigo e identificado

Identificação de perigo: Processo de reconhecer a existência de um perigo e definir as suas características

Perigo: Fonte ou situação para um potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes

Risco: Combinação da probabilidade e da gravidade da consequência da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso

Risco aceitável: Risco que foi reduzido a um nível que o torna aceitável pela organização, tendo em atenção a sua Política

RS: Responsável do Sistema de Gestão

4. Documentos e impressos associados

Tabela: identificação de perigos e avaliação dos riscos (formato Access)

Instruções de segurança e procedimentos de controlo operacional referidas na coluna ‘medidas de controlo’ da tabela: identificação de perigos e avaliação dos riscos

5. Modo operatório

Identificação de perigos

Em todas os locais de trabalho são consideradas as actividades de rotina e ocasionais, assim como os equipamentos utilizados e as instalações.

Consideraram-se as actividades de todas as pessoas com acesso aos locais de trabalho, incluindo fornecedores, prestadores de serviços e visitantes.

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São identificados, em continuidade, os requisitos legais aplicáveis de forma a garantir o seu cumprimento.

Na identificação de perigos são considerados os elementos de informação disponíveis nos relatórios de acidentes ocorridos.

Qualquer colaborador, interno ou externo (clientes, fornecedores e utilizadores), da organização, pode detectar a necessidade de identificar um perigo, sempre que o considerar pertinente, ou quando se verificarem, pelo menos, uma das seguintes situações:

a) Implementação de novas actividades

b) Alterações nos processos, equipamentos ou instalações;

c) Introdução de novas matérias-primas ou produtos químicos;

d) Alterações nos métodos de trabalho;

e) Ocorrência de um acidente, cuja causa não esteja reflectida na matriz de identificação de perigos à data;

f) Alterações nos requisitos legais aplicáveis às actividades da organização;

g) Alteração da Política da organização

O colaborador que detecte essa necessidade comunica à chefia os factos que configuram o novo perigo. A chefia avalia a situação e reporta, de imediato, ao RS.

O RS determina se, efectivamente, se trata de um perigo não registado na matriz de perigos e riscos, devendo, se necessário, reunir o grupo de trabalho que detenha as competências adequadas para avaliar os riscos que estão associados a esse perigo. A matriz de perigos e riscos é actualizada e são substituídos os elementos de informação que, nos locais de trabalho, apresentam aos colaboradores o resultado da identificação de perigos e avaliação dos riscos.

Avaliação dos riscos

A avaliação dos riscos é realizada por uma equipa multidisciplinar coordenada pelo RS. Os critérios de avaliação são os seguintes:

O risco, R, resulta da multiplicação do valor atribuído à probabilidade de ocorrência do acontecimento indesejado (tendo em conta o histórico de ocorrências semelhantes nos últimos três anos, as práticas existentes e a maior ou menor exposição de pessoas aos perigos em causa), P, com o valor atribuído ao resultado esperado da gravidade da consequência do acontecimento indesejado, G:

R = P x G

Consideram-se riscos não aceitáveis, os que apresentam como resultado os valores inseridos nas células que se encontram assinaladas a vermelho na Fig. 1, sendo que as cores apresentadas representam o seguinte: Verde (risco muito pouco importante); Amarelo (risco pouco importante); Laranja (risco importante); Vermelho (risco muito importante).

1 2 3 41 1 2 3 42 2 4 6 83 3 6 9 12

4 4 8 12 16

Gravidade

Probabilidade

Fig. 1: Critério de aceitabilidade dos riscos objecto de avaliação

A valoração das variáveis probabilidade e gravidade têm em conta os critérios apresentados nas tabelas seguintes:

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Probabilidade 1 Muito pouco provável atendendo ao número de pessoas expostas e ao histórico de

acidentes nos últimos 3 anos. Nº de acidentes a considerar: sem acidentes 2 Pouco provável atendendo ao número de pessoas expostas e ao histórico de acidentes

nos últimos 3 anos. Histórico a considerar: 1, 2 ou 3 acidentes 3 Provável atendendo ao número de pessoas expostas e ao histórico de acidentes nos

últimos 3 anos. Histórico a considerar: 4, 5 ou 6 acidentes 4 Muito provável atendendo ao número de pessoas expostas e ao histórico de acidentes nos

últimos 3 anos. Histórico a considerar: 6 ou mais acidentes

Gravidade 1 Lesões ligeiras (não gera dias perdidos) ou custos materiais inferiores a 100 euros 2 Lesões pouco graves que originam 1 a 30 dias perdidos ou custos materiais entre 100 e

10.000 euros 3 Lesões que se traduzem em incapacidades superiores a 30 dias perdidos ou custos

materiais entre 10.000 euros e 50.000 euros 4 Morte, doença profissional, incapacidade permanente ou custos materiais superiores a

50.000 euros

Uma vez avaliados os riscos, são definidas e implementadas medidas de controlo tendentes a reduzir a importância dos riscos, expressa no resultado da avaliação, R. Estas medidas são aprovadas pela Direcção.

Os riscos não aceitáveis serão objecto de medidas de controlo que, logo que possível, os torne aceitáveis à luz dos critérios definidos.

6. Aprovação

A aprovação dos resultados da identificação dos perigos e avaliação dos riscos, após consulta aos colaboradores, é efectuada pela Direcção, através da validação da tabela: identificação de perigos e avaliação dos riscos.

7. Divulgação

Uma vez aprovados os resultados da identificação de perigos e avaliação dos riscos, o RS é responsável pela afixação, nos locais de trabalho, dos elementos de informação considerados adequados e suficientes para assegurar que os colaboradores conhecem os elementos de perigo e as medidas a adoptar para minimizar a probabilidade de ocorrência de acontecimentos indesejados (prevenção).

8. Actualização

A actualização da identificação de perigos e avaliação dos riscos resulta do acompanhamento contínuo de todos os colaboradores bem como das verificações periódicas aos locais de trabalho.

Na ausência da identificação de necessidades de actualização, os resultados da identificação de perigos e avaliação dos riscos serão revistos, pelo menos, uma vez por ano.

A responsabilidade pela actualização dos resultados da identificação de perigos e avaliação dos ricos é do RS.

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Anexo 8 Exemplo de um excerto do resultado de aplicação de uma identificação de perigos e avaliação dos riscos segundo o ‘método das matrizes’

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Map

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Situação em:

16.05.2005

Organização:

Estabelecimento:

Ref

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Ris

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215

Piso inclinado

Queda e lesões ligeiras

22

4Importante

215

Piso escorregadio

Queda e lesões ligeiras

32

6Importante

215

Incêndio e/ou explosão

Queimaduras

22

4Importante

215

Partes salientes

Golpes e lesões diversas

42

8Importante

215

Empilhadores abandonados com

chave na ignição

Atropelam

ento e lesões graves

33

9Importante

215

Movimentação de máquinas

Atropelam

ento e lesões graves

34

12Importante

215

Contaminantes químicos

Asfixia, m

au estar

22

4Importante

215

Empilham

ento desordenado

Atropelam

ento e lesões graves

34

12Importante

215

Empilham

ento instável

Queda de objectos e lesões diversas

22

4Importante

215

Empilhadores abandonados

Choques e lesões diversas

22

4Importante

215

Empilhadores operados por condutor não habilitado

Atropelam

ento e lesões graves

33

9Importante

215

Condução de viaturas automóveis

Choque e lesões diversas

42

8Importante

215

Arm

azenam

ento em cam

inhos de passagem

Choques e lesões diversas

22

4Importante

215

Peças em movimento

Lesões nos mem

bros superiores

42

8Importante

215

Outros riscos mecânicos

Choque e lesões diversas

42

8Importante

215

Circulação de pessoas e máquinas no mesmo espaço

Atropelam

ento e lesões graves

34

12Importante

215

Dose de ruído

Surdez profissional

45

20Muito im

portante

215

Trabalho monótono

Mau estar, incom

odidade

11

1Pouco im

portante

215

Trabalho repetitivo

Mau estar, incom

odidade

11

1Pouco im

portante

215

Carga física do trabalho

Mau estar, incom

odidade

11

1Pouco im

portante

215

Objectos ou materiais cortantes

Cortes e lesões diversas

21

2Pouco im

portante

215

Obstáculos

Choques e lesões diversas

21

2Pouco im

portante

215

Odores nocivos

Mau estar

21

2Pouco im

portante

215

Passagens estreitas

Choques e lesões diversas

21

2Pouco im

portante

215

Pico de ruído

Surdez

11

1Pouco im

portante

215

Arm

azenam

ento favorecendo a propagação

Incêndio, queimaduras, destruição do patrim

ónio

13

3Pouco im

portante

215

Produto tóxico, corrosivo ou irritante

Queimaduras, asfixia, m

au estar

12

2Pouco im

portante

215

Objectos cortantes

Cortes e lesões diversas

21

2Pouco im

portante

215

Contacto directo ou indirecto

Electrização, palpitação, mau estar

12

2Pouco im

portante

215

Ambiente húm

ido

Mau estar, incom

odidade

31

3Pouco im

portante

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Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Auxiliar de Fogueiro

Iden

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GRUPO SUMOL