12.17 - Marilia não chora

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  • 7/30/2019 12.17 - Marilia no chora

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    ra uma vez uma boneca que no chorava.Estava a boneca Marlia no meio de outras bonecas,

    todas choronas, e junto de outros brinquedos e bonecos.Os bonecos, alguns bem patuscos, como o ensonadourso Ronrom ou o espertssimo burrinho Trolar, e as

    bonecas, entre as quais a Marlia, estavam janela a verquem passa. Pelo menos, era o que diziam, ainda que,quem os visse de fora, dissesse que eles estavam namontra de uma casa de brinquedos, a mais bela e

    iluminada montra de casa de brinquedos que olhosarregalados de meninos alguma vez miraram.E os bonecos entretinham-se imenso com os meninos

    que, do outro lado do vidro, os apreciavam. Olhem para aquela garota loirinha, que engraada. Mal

    chega ao vidro e j aponta para ns observava umaboneca vestida de grande dama.

    1 APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros

    MARLIA NOCHORA

    Antnio Torradoescreveu e

    Cristina Malaquias ilustrou

    E

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    Est a apontar para mim exclamava outra boneca,que era muito vaidosa.

    Para mim que ela est a apontar dizia a outra

    boneca, que no era menos vaidosa. Para mim... Reparem bem que para mim. No nada! Est a olhar e a apontar para mim. V-se

    logo. No est nada. Est. No est.

    Por coisas assim se zangavam as bonecas. E punham-setodas a chorar. Tinha de intervir o urso Ronrom, do alto daescada de veludo, que ocupava metade da montra:

    Caluda, meninas! No h sossego, no h respeito, noh disciplina nesta casa? Nem se pode dormir como deveser. Meninas tolas, meninas sirigaitas, quem vos tirou o

    juzo?

    Elas embatucavam. Ouvia-se ento, l do fundo, umazurradela do burro Trolor, que franzia o focinho emostrava os dentes como se estivesse a rir-se. E logo aseguir ouvia-se uma lmpida gargalhada, que se

    prolongava em msica nos ouvidos das pessoas, se aspessoas tambm pudessem estar naquela montra, onde osbrinquedos tm voz. Quem assim ria? Era a Marlia, a talboneca que no chorava, mas muito ria. Pois era.

    Calculem que a menina loirinha, apesar do vidro damontra, ouviu o riso da Marlia. Ouviu e gostou. Gostou doriso e gostou da boneca. Queria aquela.

    So agora grandes amigas a Marlia e a Joana. Riem-semuito e se, s vezes, a Joana, por qualquer motivo, amua e

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    comea a fazer beicinho, a Marlia ri-se para ela e a tristezapassa.

    Para rirem connosco e para nos soprarem as lgrimas

    que h amigos.

    FIM

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