1.16 Brasagem e Soldobrasagem

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Pós Graduação em Engenharia da Soldadura 2014/2015 Módulo: 1.16. – Brasagem e Soldobrasagem Formador: Guilherme Santos

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Engenharia da Soldadura: Brasagem e Soldobrasagem (Welding Engineering: Brazing and Soldering)

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Pós Graduação em Engenharia da Soldadura2014/2015

Módulo: 1.16. – Brasagem e Soldobrasagem

Formador: Guilherme Santos

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Objectivo

� Compreender os princípios básicos dos processos de Brasagem e Soldobrasagem, tipos de técnicas, equipamento, aplicações, procedimentos e problemas habituais.

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Temas a discutir

� Estudo detalhado dos fundamentos da Brasagem e Soldobrasagem (tensão superficial, molhagem, capilaridade e difusão )

� Análise detalhada das técnicas de Brasagem e Soldobrasagem, equipamentos e campos de aplicações

� Consumíveis e fluxos para Brasagem e Soldobrasagem, tipos, aplicações e principais funções dos fluxos

� Materiais que podem ser brasados, requisitos da Brasagem� Brasagem em alto vácuo e em atmosfera controlada� Soldobrasagem

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Temas a discutir

� Análise detalhada das técnicas de Brasagem Fraca (imersão,onda, vaporização)

� Soldobrasagem MIG-MAG (MIG-MAG Brazing)� Vantagens e desvantagens da Brasagem e Soldobrasagem� Aplicações e problemas particulares� Higiene e segurança

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Resultados esperados

1. Explicar detalhadamente cada tipo de Brasagem e Soldobrasagem

2. Descrever o tipo de consumível e de fluxo a usar em cada aplicação

3. Indicar as regras fundamentais para obter boas e sólidas ligações usando técnicas de Brasagem e Soldobrasagem

4. Descrever as aplicações de cada tipo de Brasagem e Soldobrasagem

5. Definir os perigos potenciais e métodos de manusear e trabalhar em segurança

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Brasagem

� O termo Brasagem abrange um grupo de processos de união que produz a aderência dos materiais pelo aquecimento a uma temperatura adequada e pelo uso de metal de adição que tem um ponto de fusão abaixo da temperatura “solidus” do material de base.

� Na Brasagem, diferentemente da soldagem, o material de base nunca é levado à fusão.

� Se o ponto de fusão do metal de adição é superior a 450ºC o processo é dito “brasagem forte” (“brazing”) e, em caso contrário, “brasagem fraca” (“soldering”).

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Brasagem

Brasagem Forte:

� União em que a temperatura de fusão do metal de adição é superior a 450 ºC, mas inferior à temperatura de fusão das peças a ligar.

� A junta é sempre fechada e o metal de adição penetra na junta por capilaridade.

� Os anglo-saxónicos chamam a este processo “BRAZING”.

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Brasagem

Brasagem Fraca:

� União em que a temperatura de fusão do metal de adição é inferior a 450 ºC, e à temperatura de fusão das peças a ligar.

� A junta é sempre fechada e o metal de adição penetra na junta por capilaridade.

� Os anglo-saxónicos chamam a este processo “SOLDERING”.

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Brasagem

Soldobrasagem:

� União em que a temperatura de fusão do metal de adição é superior a 450 ºC, mas inferior à temperatura de fusão das peças a ligar.

� A junta é sempre do tipo aberto e a técnica usada é idêntica à soldadura oxi-acetilénica.

� Os anglo-saxónicos chamam a este processo “BRAZE WELDING”.

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Brasagem

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Soldobrasagem

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Fundamentos da Brasagem

Na brasagem o metal de adição preenche a junta por acção capilar.

Assim, para realização de uma junta brasada com boa qualidade, é necessário que haja uma perfeita molhagem das faces a serem unidas pelo metal de adição fundido.

Para isto, é imprescindível que as superfícies do metal de base estejam completamente isentas de óxidos, gorduras, etc.

A limpeza normalmente é feita por meios químicos e/ou mecânicos.

Durante o aquecimento os metais precisam de ser protegidos por um fluxo ou uma atmosfera adequada .

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Fundamentos da Brasagem

Os processos de Brasagem podem ser classificados de acordo com os métodos de aquecimento usados.

Em termos industriais, os mais importantes são a Brasagem por chama, em forno, por indução, por resistência, por imersão e por infra-vermelhos.

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Fundamentos da Brasagem

Os fluxos usados fundem a temperaturas inferiores à temperatura de fusão do metal de adição e actuam sobre as superfícies a serem unidas e áreas próximas, dissolvendo as camadas de óxido eventualmente formadas após a limpeza,permitindo assim que o metal de adição possa fluir livremente sobre as superfícies a serem unidas e aderir ao metal de base.

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Brasagem

A Brasagem pode ser feita em atmosfera activa, inerte ou sob vácuo . O uso de atmosferas protectoras elimina a necessidade de limpeza após a operação, para eliminar da junta os materiais corrosivos dos fluxos.

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Fundamentos da Brasagem

As juntas brasadas são preenchidas por capilaridade e para isto é necessário um controle rígido da distância de separação entre as peças (FOLGA).

A ligação entre metal de adição e metal de base dá-se por difusão, com a formação de ligas intermetálicas na interface entre estes materiais.

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Brasagem e Soldobrasagem

� Sempre que as peças a unir sejam de natureza diferente (união heterogénea. Exemplo: cobre-aço inox);

� Quando o material de base não é de natureza ou qualidade soldável (neste caso obtém-se uma junta de qualidade superior. Exemplos: Colocação de pastilhas em ferramentas de corte, chapas galvanizadas, Duralumínio, etc.);

� Quando há interesse em reduzir o aquecimento das peças para:

� diminuir a deformação das peças

� facilitar a execução das juntas (tubos e chapas finas)

� evitar alterações e reduzir tensões no metal de base (ferro fundido)

Principais aplicações:

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Brasagem e Soldobrasagem

Principais aplicações (cont.):

� As juntas são de execução difícil:

� espessuras muito diferentes;

� pequenas peças;

� forma ou espessura baixa

� As propriedades mecânicas exigidas são baixas

� O factor económico é importante

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Brasagem e Soldobrasagem

Principais desvantagens:

� O material de adição é normalmente mais caro;

� A resistência mecânica da soldadura é mais baixa;

� A cor do metal de base pode não ser idêntica à do metal de adição;

� Poderá ocorrer um fenómeno de corrosão galvânica;

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Brasagem

A Brasagem assenta nos seguintes princípios físico s:

� Tensão superficial

� Molhagem

� Capilaridade

� Difusão

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Brasagem

� A Tensão superficial pode ser definida como o conjunto de forças exercidas pela superfície livre de um liquido sobre uma qualquer superfície que esteja na sua vizinhança próxima.

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Brasagem

Tensão superficial dum liquido

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Brasagem

� A Molhagem pode ser definida como a característica que um liquido tem de se espalhar sobre uma superfície, em vez de formar uma gota.

� Praticamente todos os metais apresentam esta característica, chamada Poder Molhante.

� O ângulo feito entre a superfície do material e a gota de liquido deve obedecer à seguinte relação:

Molhagem se cos ø <0

Não molhagem se cos ø >0

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Brasagem

a) O liquido molha a superfície

b) O liquido molha as faces d) O liquido não molha as faces

c) O liquido não molha a superfície

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Molhagem

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Molhagem

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Capilaridade e Molhagem

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Brasagem

� A Capilaridade é a capacidade que um liquido possui de penetrar em espaços muito exíguos, como por exemplo o espaço existente entre duas chapas de vidro.

� O comportamento de um liquido num espaço capilar entre duas paredes mostra que, se o liquido molha as superfícies ele sobe nesse espaço e forma um menisco côncavo que une as paredes.

� A lei de Jurin determina teoricamente a altura de subida de um liquido: h= 2T/e.d.g, onde T é o valor da tensão superficial; e a folga entre as paredes, d a densidade e g a aceleração da gravidade.

� O comprimento percorrido pela solda x no tempo t pode ser calculado pela expressão: x=(T.e.u.t/3)1/2, onde u representa a viscosidade do metal liquido.

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Brasagem

A Capilaridade

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Brasagem

A operação de Brasagem provoca frequentemente um fenómeno de difusão recíproca entre o metal de base e de adição, dando origem a uma liga de superfície de espessura fina.

Dado que um dos metais está no estado sólido e o outro no estado liquido a difusão é mais rápida num sentido que no outro, geralmente do metal de base para o metal de adição, sendo no entanto necessário que os metais em presença tenham afinidade entre si para formar uma liga.

O Pb não tem afinidade com o Cu e com os metais ferrosos; O Al e o Cu e o Sn e os aços também não têm qualquer afinidade entre si.

Difusão:

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Brasagem

Difusão:

A liga de superfície tem uma profundidade proporcional à temperatura de brasagem e ao tempo durante o qual a fonte de calor actua sobre o sistema metal de base-solda.

Esta liga pode nalguns casos possuir valores de resistência mecânica superiores aos da solda e do metal de base.

No entanto, a difusão pode ter efeitos contrários se for muito profunda, podendo ocasionar perda de resistência mecânica e de ductilidade e sobretudo juntas incompletas, caso a liga formada possua uma temperatura de fusão mais elevada, impedindo a solda de preencher a junta.

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Brasagem

DIFUSÃO

a, c: metal de base

b: metal de adição

d, f : zonas de difusão no metal de base

e: zona de difusão no metal de adição

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Brasagem Forte

Metais de adição

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Brasagem

Metais de adição

Metais puros: Raramente utilizados (Ouro, Prata , Cobre e Estanho)

Ligas metálicas: Ligas complexas (binárias, ternárias, quaternárias)

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Ligas para Brasagem

Vantagens relativamente aos metais puros:

� Baixam o ponto de fusão

� Melhoram a molhagem

� Aumentam a fluidez da solda e consequentemente a capilaridade

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Brasagem

Características dos metais de adição:

1. Ter um ponto de fusão nitidamente inferior ao metal de base

2. Molhar francamente as superfícies da junta e ser suficientemente fluida para penetrar nela por capilaridade;

3. Efectuar uma ligação metalúrgica com o metal de base , produzindo uma junta com suficiente resistência mecânica e à corrosão;

4. Ter uma composição homogénea e estável, e um intervalo de fusão adequado à junta em causa;

5. Ter uma tensão superficial a quente suficiente para percorrer toda a junta;

6. Possuir características mecânicas e físicas adequadas ao fim da junta;

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Brasagem Forte

Gráfico ilustrativo das temperaturas e intervalosde fusão dos vários metais de adição usados em Brasagem forte

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Brasagem Forte

Metais de adição industriais para brasagem forte se gundo a DIN:� Ligas Cobre+Zinco+Prata+Cádmio (Cu+Zn+Ag+Cd)� Ligas Cobre+Zinco+Prata+Estanho (Cu+Zn+Ag+Sn)� Ligas Cobre+Prata (Cu+Ag)� Ligas Cobre+Prata+Estanho (Cu+Ag+Sn)� Ligas Cobre+Estanho (Cu+Sn)� Ligas Cobre+Zinco (Cu+Zn)� Ligas Cobre+Fósforo+Prata (Cu+P+Ag) � Ligas Cobre+Fósforo (Cu+P)� Ligas Alumínio� Ligas Magnésio� Ligas especiais Cu+Mn+Sn e ligas com Ni, Co, Au, Pd etc.

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Brasagem Forte

Metais de adição industriais para brasagem forte se gundo a AWS:

� B-Ag: (Cu+Zn+Ag+Cd); (Cu+Zn+Ag+Sn); (Cu+Ag); (Cu+Ag+Sn)

� B-CuP

� B-Cu

� RBCuZn

� Família Cu-Sn (não classificada pela AWS-classificada pela DIN)

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Brasagem Forte

Metais de adição

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte

As ligas da família quaternária Cu+Ag+Zn+Cd são as mais universais:

� Temperatura de trabalho mais baixa

� Boa fluidez e tensão superficial baixa

� Boa resistência mecânica e à corrosão

� Boa resistência à corrosão

� São aplicadas na brasagem dos aços carbono, aço inoxidáveis, cobre, ligas de cobre e metais duros

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Brasagem Forte

As ligas da família Cu+Ag+Zn+Sn têm vindo a substituir as ligas com Cd, apesar de terem temperaturas de trabalho mais elevadas, por evitarem a toxicidade dos vapores de cádmio. A sua utilização é idêntica à das ligas com Cd.

As ligas Cu-Ag por não possuírem Zn nem Cd são muito utilizadas na brasagem em vácuo, apesar de serem mais caras e de terem temperaturas mais elevadas (780ºC). A liga eutética com 72% de Ag e 28% de Cu, é muito usada dos aços carbono, inoxidáveis, cobre. Tem boa condutibilidade eléctrica.

As ligas Cu-Ag-Sn apresentam uma fluidez e molhabilidade mais baixa que as anteriores.Têm a vantagem de não conter elementos voláteis e uma temperatura de trabalho da ordem dos 720ºC. Deste grupo a liga com 60%Ag, 30%Cu e 10% de Sn é a mais importante.

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Brasagem Forte

As ligas da família Cu-P e Cu-P-Ag são usadas na brasagem do cobre e suas ligas;

Apresentam a grande vantagem de não necessitarem de fluxo desoxidante nestes materiais, sendo por isso designadas por auto-fluxantes.

Devido à presença do P, não devem ser utilizadas na brasagem dos aços carbono, por formarem um composto frágil com o Fe.

A presença do P baixa a temperatura da liga mas aumenta a sua fragilidade; o teor de P varia entre 2 e 5%, embora exista uma liga eutética (92-8) muito frágil.

São ligas muito utilizadas na brasagem de tubos de cobre, ar condicionado, compressores de aparelhos de refrigeração, etc.

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Brasagem Forte

As ligas da família Cu puro e Cu-Sn são usadas na brasagem do aço carbono no forno, a temperaturas da ordem dos 1000 a 1150ºC;

Têm a vantagem de serem muito económicas e de não apresentarem elementos voláteis;

As ligas Cu-Zn trabalham a temperaturas da ordem dos 860-885ºC, mas devido à volatilidade do Zn não devem ser utilizadas em forno. A fonte de calor mais usada é o maçarico oxi-acetilénico com regulação ligeiramente oxidaste.

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Brasagem Forte

INTERVALO DE FUSÃO DA SOLDA

FONTE DE AQUECIMENTO

CONFIGURAÇÃO DA JUNTA

FOLGA DA JUNTA

MODO DE APLICAÇÃO DA SOLDA

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Brasagem Forte

INTERVALO DE FUSÃO (soldas com prata)

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Brasagem Forte

Vantagens na utilização de ligas eutéticas:

� Permitem obter uma boa fluidez, indispensável para uma boa penetração, a uma temperatura inferior;

� Diminuição da quantidade de calor necessária ao aquecimento, logo menor tempo de execução e consumo de energia;

� Menores deformações;

� Menor probabilidade de interrupção da capilaridade devido à solidificação dos elementos da liga;

� Redução do perigo de alterações metalúrgicas no metal de base;

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Brasagem Forte

Metais de adição

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Brasagem Forte

FACTORES A CONSIDERAR NA SELECÇÃO DOS METAIS DE ADI ÇÃO:

� MATERIAIS A SOLDAR� TIPO DE JUNTA E SUA PREPARAÇÃO� FONTE DE AQUECIMENTO� TEMPERATURA DE LIGAÇÃO� INTERVALO DE FUSÃO� RESISTÊNCIA MECÂNICA E À CORROSÃO� CONDUTIBILIDADE ELÉCTRICA E TÉRMICA� CONDIÇÕES PARTICULARES RESTRITIVAS ( ESTÉTICAS; PROIBIÇÕES LEGAIS)

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Brasagem Forte

Formas de apresentação dos metais de adição:

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Brasagem Forte

TIPOS DE JUNTAS

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Brasagem Forte

Tipos de Junta:

� A junta a) topo a topo é de evitar

� As juntas b) e c) são alternativas

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Brasagem Forte

Junta do tipo inclinada

� Aumenta a superfície de contacto

� Melhora a resistência mecânica

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Brasagem Forte

Juntas do tipo sobreposto

� A resistência mecânica é elevada

� O comprimento da sobreposição deverá estar compreendida entre 3 a 6 vezes a espessura mais baixa

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Brasagem Forte

Tipos de juntas:

� As juntas apresentadas resolvem algumas situações menos favoráveis

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Brasagem Forte

Nas juntas do tipo encastrado é necessárioprever o escoamento do fluxo

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Brasagem Fraca

Juntas do tipo “agrafada”

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Brasagem Forte

Resistência mecânica das juntas:

� Natureza do metal de base e do metal de adição

� Dimensões e forma da junta

� Folga existente entre as peças a quente

� Temperatura de brasagem e duração do aquecimento

� Velocidade de arrefecimento

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Brasagem Forte

Resistência ao corte/ Folga da Junta

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte: Folga ou intervalo da junta

� A folga ou intervalo da junta, é de grande importância para melhorar o comportamento desta às solicitações de serviço. � Uma folga demasiado estreita pode impedir a solda de penetrar na junta ou apenas parcialmente, o seu preenchimento é mais lento e de não permitir a eliminação do fluxo.� Uma folga excessiva pode diminuir o efeito de capilaridade e de não suportar o excesso de solda (e esta escoa-se da junta), e além disso mais susceptível de ruptura por estricção. Podem surgir bolhas de gás ou inclusões de óxidos e resíduos de fluxo.� A folga deve variar entre 0.05 e 0,25 mm.

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte

FONTES DE AQUECIMENTO

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Brasagem Forte

Fontes de aquecimento:

� Maçarico oxi-gás� Forno eléctrico, a gás ou a óleo� Indução� Resistência� Imersão� Arco eléctrico (eléctrodos de carvão)� Bombardeamento electrónico� Infravermelhos� Laser� Vaporização

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Brasagem Forte

Fontes de aquecimento: Maçarico oxi-gás

� Esta fonte de aquecimento é muito utilizada em Brasagem e em Soldobrasagem manual.� O equipamento é idêntico ao usado em soldadura oxi-gás.� O gás combustível é normalmente o propano por ser um gás com uma temperatura mais baixa, embora se utilize frequentemente o acetileno, na zona do panacho.� Pode automatizar-se o processo usando um ou mais maçaricos, sendo então necessário colocar o metal de adição e o fluxo na junta previamente.

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Brasagem Forte: Fontes de aquecimento

A escolha do tipo de maçarico e da sua potência depende :

� Da natureza e dimensão das peças� Da habilidade e experiência do operador

� O cobre e as ligas de cobre necessitam de fontes de maior potência do que o aço ou o níquel e suas ligas.

� Um operador experiente pode brasar finas e médias espessuras com um maçarico oxi-acetilénica, ao passo que um outro só obterá sucesso com um maçarico ar-gás, bastante menos potente.

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Brasagem Forte por CHAMA

Na Brasagem por chama, o aquecimento é feito por um ou mais maçaricos de aquecimento (MANUAL OU AUTOMÁTICO).Dependendo da temperatura e da quantidade de calor requeridos, o gás combustível pode ser o acetileno, propano, gás de cidade, etc.

O metal de adição pode ser colocado previamente na junta ou alimentado manualmente, como na soldadura oxigás. Para este processo, o uso de fluxo é essencial.

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Brasagem Forte

Fontes de aquecimento: Maçarico oxigás

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Brasagem Forte

Fontes de aquecimento: Maçaricos a gás

Mesa de Brasagem contínua com váriosmaçaricos

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte Fontes de aquecimento: FORNO

� A Brasagem em forno é muito usada quando o metal de adição pode ser colocado previamente na junta.

� Este processo é aplicável geralmente em produção em série e em grande escala. A protecção é feita por fluxo, por atmosfera controlada ou a vácuo.

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Brasagem ForteFontes de aquecimento: FORNO

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Brasagem Forte

Fornos para Brasagem:

Os fornos para brasagem podem classificar-se quanto a:

� Fonte de energia de aquecimento: eléctrico, a gás ou a óleo

� Tipo de atmosfera: normal, controlada e de vácuo

� Alimentação das peças: contínua ou descontínua

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Brasagem Forte

Fornos para Brasagem:

� A utilização de fornos para aquecimento das peças é recomendada sempre que:

� O metal de adição possa ser previamente colocada na junta;� O nº de pecas é elevado, podendo ser feita uma brasagem em série;

� A principal vantagem deste processo é o aquecimento homogéneo de toda a peça evitando-se assim possíveis deformações.� Os fornos têm normalmente regulação da temperatura de aquecimento.

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Brasagem Forte

Fornos para Brasagem:

Os fornos para brasagem distinguem-se principalmente pelo processo de brasagem:

� Fornos para Brasagem de atmosfera normal;

� Fornos para Brasagem em atmosfera controlada;

� Fornos para Brasagem em vácuo;

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Brasagem Forte

Fornos de atmosfera normal:

Este tipo de forno utiliza um fluxo desoxidante que é necessário colocar previamente e eliminar os resíduos após a brasagem, pelo que é pouco utilizado em produção de grande escala.

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Brasagem Forte

Fornos de atmosfera controlada:Este tipo de forno utiliza uma atmosfera concebida para evitar a oxidação das peças e do metal de adição, e utiliza para este fim, a combustão no ar de misturas gasosas que podem conter:

� Azoto, Hidrogénio, Vapor de água, Metano, CO2, e CO;� misturas de Hidrogénio e Azoto;� Hidrogénio puro e seco;� Argon;� Argon e Hélio;� Vapores de Lítio, Cádmio, Zinco, etc.

Em determinadas aplicações poderá ser necessário usar um fluxo.

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Brasagem Forte

Forno Atmosfera controlada

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Brasagem Forte

Fornos de vácuo:� Este tipo de forno é utilizado em brasagem de peças em que a oxidação não é suficientemente removida por outros fornos e a sua forma não se presta a uma renovação adequada da atmosfera, podendo originar fenómenos de absorção nas peças não admissíveis.� Com este forno suprime-se qualquer risco de oxidação dos metais e sem absorção gasosa, obtendo-se consequentemente uma brasagem de elevada qualidade, razão pela qual é aplicada em aeronáutica, electrónica, etc.� O vácuo produzido pode ser de 10-3 Torr (vácuo primário), de 10-5 a 10-6Torr(secundário) ou ultra vácuo 10-10 a 10-11 ( fornos de alto vácuo).� Os fornos de vácuo podem ainda ser aquecidos por radiação infravermelha, além das fontes habituais (electricidade, gás, fuel).

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Brasagem Forte

Forno Vácuo

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Brasagem Forte:Fontes de aquecimento por Indução

� O seu princípio de funcionamento é baseado na passagem da corrente eléctrica de frequência elevada ( 60 a 450.000 Hz) através duma bobine ou indutor, que cria um campo magnético intenso, capaz de provocar um aumento da temperatura na peça metálica colocada nesse campo magnético.� Os indutores são feitos de acordo com a dimensão e forma das peças e são geralmente refrigerados a agua. � É um processo de aquecimento muito rápido e localizado, e os parâmetros devem por isso ser ajustados com rigor; � O metal de adição e fluxo são colocados previamente. � A qualidade da brasagem é muito homogénea, as deformações e a oxidação são mínimas e não há alteração do material de base.� É um processo muito usado na indústria automóvel, dado prestar-se à produção em série.

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Brasagem Forte:Fontes de aquecimento por Indução

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Brasagem Forte Fontes de aquecimento: Resistência eléctrica

� O princípio de funcionamento desta fonte de aquecimento é baseado na soldadura por resistência , onde uma corrente de elevada intensidade e baixa voltagem passa através das peças a brasar colocadas no secundário do transformador. O equipamento usado é semelhante, sendo os eléctrodos feitos à medida das peças, de carbono ou grafite (recomendados), ou em ligas de cobre, em tungsténio ou em molibdénio.� Utilizam-se pinças manuais ou máquinas com pedal; a pressão de aperto dos eléctrodos é um factor crítico para evitar a expulsão da solda da junta.� A solda é geralmente aplicada sob a forma lamelar ou em pó e o desoxidante deve ser bom condutor, por exemplo, dissolvendo-o em água.

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Brasagem Forte Fonte de aquecimento: Resistência eléctrica

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Brasagem Forte

O princípio de funcionamento desta fonte de aquecimento consiste em mergulhar as peças num banho liquido à temperatura de brasagem.

Existem duas variantes do processo:

�Imersão no metal de adição em fusão

�Imersão num banho de sais químicos fundidos

Fonte de aquecimento: Indução

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Brasagem Forte

� O banho de metal fundido assegura a protecção da junta contra a oxidação, sendo no entanto necessário garantir a viscosidade do fluxo.� As peças após uma boa decapagem, revestidas de fluxo e mantidas em posição, são pré-aquecidas e depois mergulhadas progressivamente no banho.� È necessário ter um particular cuidado com a possível aderência da solda à peça fora da junta, pelo que habitualmente se usa uma fita adesiva colocada nas partes que se pretende proteger.� Um sistema mecânico provoca uma agitação do metal liquido, que “banha” a peça, pelo que o processo também é conhecido por Brasagem por Onda .� Este processo permite obter uma produtividade elevada sobretudo se o sistema de alimentação e imersão das peças é automático.� É muito usado na fabricação de circuitos electrónicos .

Fonte de aquecimento: Imersão no metal fundido

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Brasagem Forte

Fonte de aquecimento: Imersão em sais fundidos

� Neste processo, as peças são mergulhadas com precaução num banho de sais fundidos com o metal de adição previamente colocado na junta.� O banho é aquecido por energia eléctrica e é habitual um pré-aquecimento das peças antes da imersão tanto por razões económicas como para evitar eventuais traços de humidade que poderiam provocar explosões no banho.� Os sais são misturas complexas variáveis segundo os metais a brasar, sendo vulgares cloretos de sódio, de potássio e de lítio, e fluoretos de sódio.� Os factores de sucesso deste processo são, um traçado correcto da junta, a decapagem, as dimensões e composição do banho.

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Brasagem por imersão

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Brasagem Forte

Fontes de aquecimento: Arco eléctrico

� Neste processo, pode utilizar-se eléctrodos de carvão para produzir um arco eléctrico, cujo calor desenvolvido aquece as peças e funde o metal de adição.

� Também se pode utilizar quer o processo TIG e MIG quer o Plasma com a mesma finalidade.

� Estas fontes de aquecimento são mais utilizadas em Soldobrasagem.

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte

MEIOS DE PROTECÇÃO

FLUXOS DESOXIDANTES

ATMOSFERAS

VÁCUO

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Brasagem Forte

Funções dos fluxos desoxidantes

1. Reduzir, destacar da superfície dos metais de base e pôr em suspensão os óxidos e outros compostos cuja presença impeça o contacto entre a solda liquida e o metal de base;

2. Proteger o metal de adição e de base contra a oxidação do ar durante toda a operação;

3. Possuir no estado liquido uma tensão superficial tão baixa que lhe permita molhar o metal de base em boas condições;

4. Suportar a temperatura de Brasagem durante o tempo necessário, não se evaporando ou deteriorando extemporâneamente, e ter um ponto de fusão , quando não é liquido, muito próximo do ponto de fusão do metal de adição;

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Brasagem Forte

Funções dos Fluxos desoxidantes

5. Possuir características que permitam que o metal de adição o expulse desta;6. Não atacar excessivamente o metal de base à temperatura de

brasagem;7. Actuar no sentido de reduzir o ângulo da tensão superficial do

metal de adição liquido para que este molhe o metal de base;8. Ser facilmente eliminável após a brasagem;9. Servir de indicador de temperatura , no caso da brasagem com

maçarico, em virtude de o desoxidante começar a sua molhagem antes de ser aplicado o metal de adição;

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Brasagem Forte

Características dos Fluxos desoxidantes

� Temperatura de trabalho

� Tensão superficial baixa

� Viscosidade baixa

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Brasagem Forte

Escolha do fluxo

� Os fluxos convencionais para Brasagem são sais metálicos sólidos à temperatura ambiente.

� À medida que a temperatura de fusão baixa menor será o risco de oxidação;

� O fluxo deverá começar a fundir cerca de 50º C antes da temperatura de fusão do metal de adição, devendo no entanto ser estável à temperatura superior do intervalo de fusão da liga.

� Não existe um fluxo universal, antes vários fluxos dependentes das combinações metal de base metal de adição

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Brasagem Forte

Factores que influenciam a escolha do fluxo:

� Natureza do metal de adição� Tempo necessário para efectuar a operação� A forma da junta� O processo de aquecimento� Poder corrosivo do desoxidante� Facilidade de eliminar resíduos� Características da produção

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Brasagem Forte

Apresentação dos fluxos desoxidantes

Os fluxos apresentam-se geralmente sob as seguintes formas:

� Pós� Pastas� Líquidos� Fluxo gasoso

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Brasagem Forte

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Brasagem Forte

Escolha do fluxo Os fluxos, segundo a norma DIN 8511 podem ser classificados do seguinte modo:Tipo F-SH1� Utilizados a partir de 550º até 800ºC .Contém compostos de Boro e fluoretos. São usados conjuntamente com soldas com temperaturas de trabalho >600ºC.Tipo F-SH2� Utilizados para temperaturas de trabalho entre 750º e 1100ºC.Contém compostos de Boro. São usados conjuntamente com soldas com temperaturas de trabalho >800ºC.Tipo F-SH3� Desoxidantes efectivos a partir de1000ºC.Produzidos a partir de compostos de Boro, silicatos, fosfatos e similares.Tipo F-SH4� Desoxidantes efectivos entre 600º e 1000ºC.Não contém compostos de Boro.� Á base de cloretos e fluoretos. Para brasagens acima de 600ºC.

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Brasagem Forte

Fluxos desoxidantes

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Brasagem Forte

Campo de aplicação

� A Brasagem Forte aplica-se a todos os metais industriais e suas ligas;

� Mesmo os metais mais difíceis de soldar e facilmente oxidáveis como o Titânio, o Zircónio e o Berílio, utilizados nas indústrias nuclear e aeroespacial, podem ser ligados por Brasagem.

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Brasagem fraca

� As ligas mais frequentemente utilizadas são à base de estanho e chumbo, e antimónio, aos quais se pode adicionar para certas aplicações particulares zinco, cádmio , prata, bismuto e alumínio.

� Estas ligas possuem entre 15 e 50% de estanho;

� As ligas com maior % de estanho têm maior capacidade de molhagem;

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Brasagem fraca

Metais de adição

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Brasagem fraca

Metais de adição

� Ligas Pb-Sn� Ligas Pb-Sn-Sb� Ligas Sn-Sb� Ligas Sn-Ag� Ligas Pb-Ag� Ligas Cd-Ag� Ligas ditas “fusíveis”� Ligas para brasagem do alumínio

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Brasagem fraca

Fluxos desoxidantes

� Os fluxos desoxidantes devem ser capazes de dissolver os óxidos que se formam, ou que não foram eliminados durante a operação;

� Um dos mais apropriados é o cloreto duplo de zinco e amónia;

� Os desoxidantes utilizados são muito agressivos o que exige um tratamento posterior com ácido clorídrico a 1%;

� Na brasagem da folha de flandres deve usar-se desoxidantes à base de resinas;

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Brasagem fraca

Fluxos desoxidantes

Os fluxos desoxidantes para brasagem fraca são mais ou menos corrosivos consoante a natureza do material de base e são classificados em:

� Fluxos muito corrosivos

� Fluxos moderadamente corrosivos

� Fluxos não corrosivos

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Brasagem fraca

Fluxos desoxidantes corrosivos

Os fluxos corrosivos são produzidos na maior parte a partir de cloreto de zinco (ZnCl2) ao qual se adicionam outros cloretos metálicos para baixar a sua temperatura de fusão e evitar que partículas deste sal não fundidas se incorporem na junta.

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Brasagem fraca

Fluxos desoxidantes moderadamente corrosivos

Os fluxos moderadamente corrosivos são produzidos a partir de ácidos orgânicos (oleico, citrico, oxálico,etc.) de brometos e de outros compostos orgânicos como a ureia ou a glicerina. Encontram-se igualmente à venda desoxidantes contendo cloreto de zinco e de amónia em preparação orgânica (vaselina, lanolina, etc.); estes fluxos decompõem-se com o calor, pelo que a sua acção é curta; são empregados sobretudo com o maçarico.

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Brasagem fraca

Fluxos não corrosivos

Os fluxos moderadamente corrosivos são produzidos a partir de resinas de pinheiro dissolvida, após ser reduzida a pó, em álcool metílico, e à qual por vezes se adicionam substâncias activantes como clorohidrato de anilina e outros e que libertam ácido clorídrico à temperatura de molhagem.

Estes fluxos devem ser suficientemente aquecidos para que a sua decomposição seja total, caso contrário, os resíduos tornam-se fortemente corrosivos.

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Brasagem fraca

Fontes de aquecimento:

� Ferro de soldar (eléctrico, gás, gasolina, etc.) � Maçarico� Indução� Resistência� Por imersão

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Brasagem fraca

Fontes de aquecimento

Ferro de soldar eléctrico

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Brasagem fraca

Fontes de aquecimento

Maçarico a gasolina

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Brasagem fraca

Aplicações

� Acessórios de automóveis, motociclos e bicicletas;

� Chapas de aço revestidas (folha de flandres e chapas galvanizadas);

� Fabricação de latas para embalagem de diversos produtos (óleos, tintas, alimentos, etc.);

� Indústrias eléctrica e electrónica

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Brasagem Forte

Preparação das peças

1. A limpeza mecânica das peças

É a mais apropriada para eliminar os óxidos, sendo normalmente feita por esmerilamento, escova de arame, à lima, etc.;

Por vezes recorre-se aos ácidos clorídrico e sulfúrico para eliminar os óxidos, devendo as peças ser lavadas e secas imediatamente;

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Brasagem Forte

Preparação das peças

2. A limpeza química

É essencialmente uma operação de desengorduramento (óleos,massas de protecção, etc.), sendo normal a utilização de detergentes alcalinos como o fosfato trisódico, o silicato de sódio, e outros, etc.A limpeza química faz-se frequentemente por imersão das peças, após o que se deve eliminar os resíduos, que podem atacar os metais, lavando as peças em água quente e secando-as em seguida cuidadosamente.

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Brasagem

Factores que influenciam o sucesso duma operação de Brasagem

1. Concepção geral da junta (traçado, folga);2. Manutenção das peças em posição durante a operação;3. A preparação das peças (limpeza e desengorduramento);4. A escolha do fluxo desoxidante ou da atmosfera;5. A escolha do metal de adição;6. A escolha do processo de aquecimento e da temperatura de

Brasagem;7. A selecção da velocidade de aquecimento, do tempo de permanência

e da velocidade de arrefecimento;8. Limpeza das peças após Brasagem;

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Soldobrasagem

Vantagens do processo:

� A soldobrasagem comparativamente com outros processos de soldadura por fusão reduz consideravelmente as deformações;

� É um processo económico e de fácil execução;

� Recomendável quando os materiais, nomeadamente os aços ou os ferros fundidos, são difíceis de soldar;

� Soldadura de metais diferentes (ex: cobre-aço).

� O material de adição é dúctil e facilmente maquinável

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Soldobrasagem

Desvantagens do processo :

� O material de adição é normalmente mais caro;

� A resistência mecânica da soldadura é mais baixa;

� A cor do metal de base pode não ser idêntica à do metal de adição;

� Poderá ocorrer um fenómeno de corrosão galvânica;

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Soldobrasagem

Processos de soldadura usados em Soldobrasagem :

� Processo Oxi-Gás;

� Processo TIG;

� Processo Eléctrodo carvão;

� Processo MIG;

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Soldobrasagem Oxi-Gás

� O equipamento utilizado é idêntico ao usado em soldadura oxi-acetilénica;

� O metal de adição é geralmente o cobre e suas ligas (latões de soldadura);

� Os fluxos desoxidantes são os indicados anteriormente para a brasagem;

� A preparação das juntas obedece às mesmas regras da brasagem;

� O processo aplica-se praticamente a todas as ligas de ferro, de cobre de Níquel e de alumínio

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Soldobrasagem

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Soldobrasagem por TIG

A soldobrasagem pode ser efectuada pelo processo TIG com as seguintes vantagens:

� Simplificação da preparação da junta (limpeza e fluxo);

� Grande velocidade de execução;

� Menores deformações das peças;

� Excelente preservação da camada de zinco;

� Facilidade de automatizar o processo

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Soldobrasagem com eléctrodo de carvão

� A soldobrasagem pode ser efectuada produzindo um arco eléctrico entre dois eléctrodos de carvão ou entre um eléctrodo de carvão e a peça.

� A principal vantagem deste processo é um melhor controle da quantidade de calor a utilizar;

� A técnica operatória é semelhante à usada com o maçarico;

� A principal utilização do processo é na soldobrasagem do cobre e suas ligas, que necessitam duma grande quantidade de calor, por serem bons condutores;

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Soldobrasagem MIG

� A soldobrasagem pode ser efectuada pelo processo MIG, usando equipamentos convencionais;

� Mais recentemente utilizam-se equipamentos com arco pulsado que têm a vantagem de transmitir menos calor ás peças;

� Os metais de adição recomendados são a liga Cobre-Silício (CuSi3) e em menor escala a liga Cobre-Alumínio (CuAl8);

� O gás de protecção mais usual é o Árgon (eventualmente c/1% CO2);

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Soldobrasagem MIGPrincipais vantagens e aplicações

� Processo de soldadura flexível, que gera pouca quantidade de fumos metálicos e gases durante a sua execução;

� Não necessita de fluxos desoxidantes;

� Boa resistência à corrosão;

� Altas taxas de depósito, baixa entrega térmica e consequentemente baixa distorção;

� Soldadura manual ou automatizada;

� O MIG BRAZING tem grande aplicação na união de chapas galvanizadas e mais recentemente nas chapas finas de aço inoxidável.

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MIG BRAZING- Aspecto do cordão

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MIG BRAZING- Tocha soldadura

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Segurança e Higiene

� Protecção dos olhos e da face contra possíveis projecções, sobretudo na brasagem por resistência, por imersão e por indução.

� Riscos provenientes do uso da corrente eléctrica

� Riscos inerentes ao uso de maçaricos a gás

� Riscos provenientes dos fumos e materiais voláteis

� Riscos provenientes da utilização de produtos químicos

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Bibliografia

1. Processos de soldadura - Volume I

(J.F. Oliveira Santos e L. Quintino- Instituto de Soldadura e Qualidade)

2. Guide du Soudage - Tome III - Editions GEAD

3. Guia de soldadura manual-SAF-L’AIR LIQUIDE

4. Documentação técnica da Degussa e da Sempsa

5. Brasagem -UFPR