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    II WSPIWorkshop em Sistemas e Processos Industriais, Santa Cruz do Sul, RS, 8 10 de maio de 2013 1

    ANLISE E INTRODUO DE TCNICAS DE MANUTENO DE CLASSE MUNDIALNO SETOR DE MANUTENO ELTRICA PARA AUMENTAR A DISPONIBILIDADE DE

    EQUIPAMENTOS

    Elpdio Oscar Benitez Nara1*, Jorge Andr Ribas Moraes2, Andr Luiz Emmel Silva2, Samuel Koch2

    1Programa de Ps-graduao em Sistemas e Processos Industriais, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa

    Cruz do SulBrasil2Departamento de Engenharia, Arquitetura e Cincias Agrrias, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz

    do SulBrasil

    *E-mail:[email protected]

    ___________________________________________________________________________________________________

    REA

    Conhecimento como aliado s novas tecnologias para Otimizao de Processos

    ___________________________________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________

    RESUMO

    O cenrio industrial contemporneo est caracterizado pela busca constante por melhores resultados, oque est relacionado diretamente com a elevada concorrncia globalizada e com o acrscimo deexigncia por parte do consumidor. Desta maneira, as organizaes buscam incessantemente mtodospara garantir a sua competitividade. Para que uma empresa se torne mais competitiva, suas funes

    bsicas ou departamentos tambm devem apresentar resultados excelentes. A Manuteno, comodepartamento integrante das empresas, tambm deve buscar melhores resultados apoiado nas melhoresprticas conhecidas. O presente trabalho foi elaborado aplicando-se tcnicas da filosofia deManuteno de Classe Mundial (MCM) no setor de Manuteno Eltrica, baseando-se em uma anliseestruturada de dados histricos de parada dos equipamentos e indicadores de desempenho damanuteno atravs do Mtodo de Anlise e Soluo de Problemas (MASP), na sugesto e execuo demelhorias atravs de planos de ao e na anlise dos resultados obtidos. O mtodo aplicadocomprovou-se eficaz na reduo da manuteno corretiva eltrica e na reduo do indicador DowntimeEltrico nos equipamentos trabalhados, direcionando a manuteno eltrica para o conceito deManuteno de Classe Mundial.

    Palavras-chave: Manuteno Eltrica, Manuteno de Classe Mundial (MCM), Indicadores deDesempenho da Manuteno, Mtodo de Anlise e Soluo de Problemas (MASP)___________________________________________________________________________________________________

    1 INTRODUO

    Atualmente as empresas encontram-se imersas em um ambiente de negcios cada vez maiscompetitivo, onde buscam atravs de estudos reduzir custos, tornando-se cada vez mais excelentes(PEREIRA1).

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    Esta preocupao especialmente identificada nos pases de primeiro mundo, onde suas companhiasbuscam estarem situadas entre as empresas excelentes ou melhores do mundo, e para que uma empresa

    seja excelente os seus diversos segmentos tambm devem ser. Baseados nesta necessidade, o setor demanuteno destas empresas buscam constantemente a melhoria apoiadas nas melhores prticasconhecidas, sendo considerada assim, como Manuteno de Classe Mundial - MCM (NASCIF 2;PEREIRA1).

    O departamento de manuteno pode ser apontado como um centro de custo de uma organizaoindustrial, sendo necessria uma gesto atravs da aplicao de melhores prticas, como a implantaode um programa de MCM, para a reduo de custos, mantendo a operacionalidade e confiabilidade dosequipamentos (HAMRICK3).

    Para Filho4, uma empresa deve ser lucrativa e, para que isso ocorra, a manuteno deve procurarreduzir despesas e aumentar o tempo de operao, pois a operao a fonte de tal lucro. Ainda, as

    quebras representam um desperdcio de matria-prima, energia e mo de obra, e em consequnciaperda na lucratividade.

    Neste contexto, conforme Kardec e Nascif 5 a manuteno em uma empresa necessita deixar de serapenas eficiente e se tornar eficaz, no bastando apenas reparar os equipamentos ou instalaes o maisbreve possvel, mas principalmente manter o equipamento disponvel para a operao reduzindo aprobabilidade de uma parada.

    Outro fator que passou a exigir maior eficincia e organizao da manuteno a grande evoluotecnolgica do maquinrio, onde a necessidade de mo de obra especializada fundamental. Nestecenrio, a manuteno tambm precisou buscar desenvolvimento nas tcnicas de gesto, traandoestratgias de manuteno e no somente aplicando servios braais (PEREIRA 1).

    Para Filho6a evoluo da manuteno com relao a sua organizao e administrao est diretamenteligada sofisticao do processo produtivo sendo que suas mudanas devem acompanhar a evoluodo processo.

    Este trabalho tem como objetivo geral a anlise e introduo de tcnicas da filosofia de Manuteno deClasse Mundial (MCM) no setor de manuteno eltrica para aumentar a disponibilidade dosequipamentos do processo.

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 A Manuteno de Classe Mundial (MCM)

    Segundo Filho7

    , Manuteno de Classe Mundial (MCM) consiste na metodologia e processo deidentificar as melhores prticas de manuteno existentes em outras empresas e comparar estas prticascom a performance da sua organizao. Alguns parmetros a serem analisados: Liderana eGerenciamento; Responsabilidades e Atribuies; Manuteno Preventiva e Preditiva; Instalaes eFerramental; Garantia de Desempenho; Estrutura Organizacional; Fornecedores de Material e Servios;Treinamento Continuado; Desempenho Mdio e Comprometimento da Equipe.

    Segundo Nascif e Dorigo 8, a busca de excelncia na manuteno ou a chamada Manuteno de ClasseMundial, passa pela identificao e aplicao de melhores prticas de manuteno, modificando a

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    forma de atuar da manuteno. A implementao de um programa de excelncia na manuteno, seaplicado com disciplina, pode levar de 3 a 5 anos para atingir ostatusdesejado. A busca por excelncia

    deve ser direcionada por indicadores e por programas de gesto duradouros e contnuos.Existem ainda trs aspectos para se alcanar a MCM: possuir uma estrutura adequada, pessoal treinadoe qualificado e planos de ao bem elaborados atravs da metodologia Plan, Do, Check and Action(PDCA). Alm disso, a rotina da manuteno deve ser estabilizada, visando previsibilidade, e devemser implementadas melhorias na busca da competitividade (NASCIF e DORIGO 8).

    Para Hamrick3, para alcanar o status de MCM na manuteno eltrica necessrio uma culturacorporativa de apoio melhoria contnua, integrado com atividades de manuteno preventivas epreditivas e programas como Reability Centered Maintenance (RCM), Total Productive Maintenance(TPM), etc. Alm disso, importante manter o foco no cumprimento dos programas de melhoria dedesempenho, produtividade e confiabilidade.

    Para Filho3, historicamente, o advento da introduo e da disponibilidade da eletricidade nos ambientesindustriais trouxe consigo a necessidade de um grupo de pessoas com conhecimento especfico emeletricidade e posteriormente em eletrnica, formando parte do grupo da manuteno nas empresas.

    Segundo Hamrick3, a aplicao de MCM na manuteno eltrica faz parte do contexto geral daaplicao de Manuteno de Classe Mundial em uma empresa, e geralmente acarreta uma mudanafuncional na manuteno eltrica.

    2.2 Indicadores de desempenho da manuteno

    Os indicadores so desenvolvidos e utilizados pelos gerentes para medir o desempenho e guiar a buscadas metas operacionais definidas pela empresa. Estes indicadores devem mostrar onde e quais os

    melhoramentos devem ser introduzidos para aperfeioar os processos ou mesmo para destacar odesempenho satisfatrio (KARDEC 9 ).

    Para Kardec9, indicadores so guias que permitem medir a eficcia das aes tomadas, bem comomedir os desvios entre o programado e o realizado. Atravs dos indicadores possvel comparar aolongo do tempo, dados internos e externos.

    Para Filho7, os indicadores de manuteno podem ser descritos como Dados estatsticos relativos asituao da manuteno, sua performance e o crescimento de sua qualidade e desempenho de suasfunes.

    Segundo Xenos10, os indicadores ou itens de controle, devem ser estabelecidos para garantir que sejamsimples, relevantes e que possam ser teis para gerar alguma ao concreta. importante manter

    apenas um nmero de indicadores que sejam teis e realmente necessrios, pois os mesmos requeremgrande esforo na coleta de dados e no podem representar um esforo desperdiado.

    Os indicadores de manuteno, quando bem gerenciados, devem promover grandes melhorias nodesempenho dos equipamentos e da prpria manuteno e podem expressar alguns resultados simples,como o custo de manuteno por um perodo, a taxa ou o tempo de interrupo de produo por umperodo de tempo, ou at mesmo o nmero de falhas ocorridas em um perodo (XENOS 10 ).

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    Segundo Hamrick3, um programa de melhorias deve conter medio de desempenho atravs deindicadores. Estes devem estar claros e devem ser divulgados por meio de gesto visual e servem para

    destacar o sucesso deste programa.Inmeros so os indicadores de manuteno que podem ser utilizados, conforme nos mostram Kardec eNascif 5 e Filho6, porm, segundo Tavares11, alguns deles so conhecidos como Indicadores ClasseMundial.

    Destaque para os indicadores UptimeeDowtime(FILHO 6 ):

    Uptime: Tempo em que um equipamento est apto a realizar sua funo;

    (Eq. 1)

    Downtime: Tempo em que um equipamento no est em condies de utilizao devido

    a alguma anormalidade ou avaria.

    (Eq. 2)

    A aplicao de indicadores na manuteno, segundo Kardec9, fundamental, pois sem eles quaseimpossvel avaliar o desempenho da manuteno e seus pontos fracos.

    2.3 Ferramentas para o aumento da confiabilidade2.3.1 MASPMtodo de Anlise e Soluo de Problemas

    A metodologia MASP uma tcnica de anlise e soluo de problemas que se baseia na metodologiaPDCA (Plan, Do, Check and Act Planejamento, Ao, Verificao e Avaliao) (KARDEC eNASCIF 5 ).

    Quando adotada para tratar falhas ocorridas no passado, esta sistemtica depende de um histricofidedigno da realidade das falhas que ocorreram no processo. Alm disso, importante contar com umprocesso documentado e que a anlise seja realizada por um grupo multidisciplinar e preferencialmentecom a participao de um executando da tarefa de manuteno, para resgatar detalhes que nem sempreconstam nos histricos. Para este tipo de anlise, deve-se obedecer a lei de Pareto, onde 20% ou menosdas falhas ocorridas representam 80% das perdas ou custos, ou seja, as falhas devem ser priorizadasantes de serem tratadas (KARDEC e NASCIF 5 ).

    Segundo Kardec e Nascif 5, esta metodologia muito eficiente para a avaliao de falhas j ocorridas.Filho12 reafirma que o MASP baseia-se na metodologia PDCA. Alm disso, o autor descreve MASPcomo uma sequncia lgica de passos para se atingir uma meta desejada atravs da anlise e soluo deproblemas.

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    Segundo Filho12 , durante a aplicao da metodologia muitas outras ferramentas da qualidade podemser utilizadas no processo, dentre elas temos o Diagrama de Ishikawa, Grfico de Pareto,

    Brainstorming, Estratificao, Diagrama Gravidade-Tendncia-Urgncia (GUT), Folha de Verificao,Fluxograma, Plano de Ao Estruturado (5W1H / 5W2H), entre outras.

    2.3.2 RCFAAnlise de Causa-Raiz da Falha

    O mtodo RCFARoot Cause Failure Analysis um mtodo ordenado de busca das causas razes deum problema e de determinao de aes para impedir a sua reincidncia (KARDEC e NASCIF) 5.

    Ainda segundo os autores, sua metodologia originria das tcnicas de Manuteno produtiva Total(TPM) e Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) conhecida como 5 porqus. Apesar de ser umatcnica bastante simples, sua investigao deve ser rigorosa e documentada, e a sequencia de perguntasdeve ser utilizada at que no possa mais ser respondida ou no faa mais sentido, ou seja, quando se

    chegou a causa raiz.

    3 MATERIAIS E MTODOS

    Com base na fundamentao terica realizada e os dados disponveis na empresa em estudo, comoindicadores de processo e dados histricos de falhas em equipamentos e ocorrncias de manuteno, foidefinida uma metodologia de anlise de falhas baseada em melhoria contnua. Os indicadores deManuteno e de Processo so originados e disponibilizados mensalmente pelo setor de Planejamento eControle da Manuteno (PCM) e pelo setor de Planejamento e Controle da Produo (PCP) daempresa, respectivamente. As ocorrncias de manuteno so coletadas de um sistema degerenciamento informatizado onde so lanadas as Ordens de Servio de manuteno.

    Em um segundo momento, foi realizada uma avaliao da atual situao do setor de manutenoeltrica da empresa atravs da anlise de relatrios de paradas dos equipamentos. Essa anlise visaidentificar quais as falhas eltricas vem ocorrendo nos equipamentos e, atravs do uso da metodologiaescolhida de melhoria contnua, foram propostas aes a fim de melhorar a disponibilidade de umgrupo de equipamentos atravs da reduo do indicadorDowntimeEltrico.

    Ainda com base nos dados relativos aos indicadores, histricos de manuteno e de paradas doprocesso, tambm foi avaliado o indicador DowntimeEltrico quanto a sua veracidade, ou seja, se omesmo expressa a realidade encontrada no processo produtivo, atravs da comparao dos lanamentosde paradas com relao ao histrico de manuteno.

    Para esta avaliao, utilizou-se a metodologia de pesquisa descritiva, a qual se baseia na observao,registro, anlise e correlao dos fatos ou fenmenos sem manipul-los. Seu intuito descobrir com a

    melhor preciso possvel a frequncia que um fenmeno ocorre, sua natureza e caractersticas (CERVOe BERVIAN 13 ).

    Segundo Cervo e Bervian13, este tipo de pesquisa busca estudar a realidade presente, tendo na coleta dedados uma de suas importantes operaes. Tal coleta de dados pode utilizar-se de diversosinstrumentos ou tcnicas, como a observao, a entrevista, o questionrio e o formulrio. Estas tcnicasde coleta de dados buscam tanto descrever os antecedentes do problema quanto ilustrar o problemapropriamente dito.

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    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Definio da metodologia para anlise de falhasAtravs do referencial terico, observou-se que uma das tcnicas para analisar as falhas eltricas queocorrem no processo produtivo o mtodo MASP. Esta tcnica se baseia na ferramenta PDCA eengloba as fases de anlise, planejamento, ao e verificao, alm de ser bastante eficaz paratratamento de falhas j ocorridas, o que bastante conveniente j que a empresa possui um histricobastante amplo de paradas e ocorrncias na manuteno. A aplicao deste mtodo, na fase deplanejamento, foi combinada com a Anlise de Causa-Raiz da Falha (RCFA), pois os resultados dasaes so mais eficazes quanto melhor identificadas as reais causas das falhas.

    A fase de planejamento, que consistiu no levantamento prvio de dados e anlise dos dados ocorreuentre os meses de junho e julho de 2012, considerando dados de paradas entre janeiro e julho de 2012.

    A implantao das aes propostas no plano de ao que foram validadas ocorreu nos meses de julho,agosto e setembro de 2012, podendo ser considerados os dados como resultados a partir de outubro de2012.

    4.2 Anlise das paradas eltricas e priorizao do trabalho

    Nesta etapa do trabalho, foram analisados os dados a fim de identificar o histrico do indicadorDowntimeEltrico entre os meses de janeiro a junho de 2012.

    Como sequencia, foram levantados os dados de paradas de mquinas neste mesmo perodo separandoos dados por grupo produtivo. Estes dados de paradas foram organizados levando em conta sua parcelade contribuio para o indicador de DowntimeEltrico da planta, ou seja, como o indicador leva emconta a produo terica do equipamento, mquinas mais velozes tendem a contribuir mais para oindicador. Desta forma, duas mquinas que obtiveram o mesmo tempo de parada mas possuemvelocidades de projeto diferentes contribuem de forma proporcional ao indicador.

    Figura 1Histrico de Downtime Eltrico Geral da Planta (Janeiro a Junho de 2012)

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    A figura 1 mostra o histrico de Downtimeeltrico geral da planta antes da introduo de tcnicas demanuteno de classe mundial. J a figura 2 mostra esse histrico separado por grupo de mquinas.

    Figura 2Histrico de DowntimeEltrico por Grupo de Mquinas (Janeiro a Junho de 2012)

    Como indicado pela Figura 2, os grupos de equipamentos que mais contriburam para o elevar oindicador foram os grupos de mquinas M, H, N, F e E. Como os grupos H e N esto em processo desubstituio na planta, os mesmos foram desconsiderados como prioridades de trabalho.

    4.3 Aplicao do mtodo MASP

    Para a aplicao da metodologia MASP nos grupos de mquinas priorizados foi inicialmente levantadoo histrico de paradas do equipamento para verificar quais as causas mais frequentes e maisimpactantes de paradas eltricas nos trs grupos. Os dados deste levantamento foram organizados eestratificados, primeiramente por mquina do grupo a que as paradas se referiam e posteriormente ascausas das paradas.

    Aps a estratificao, foi definido um grupo de trabalho que contou com integrantes do setor demanuteno eltrica, respeitando os critrios de experincia, conhecimento ou participao emproblemas j ocorridos nestes equipamentos. Durante estas sees de investigao e anlise dos dados,foram utilizadas mais duas ferramentas da qualidade, o diagrama de Ishikawa, para o levantamento dashipteses, e a Anlise de Causa-Raiz de Falha (RCFA) atravs da tcnica dos 5 porqus em cinco

    hipteses que o grupo determinou como prioridade por votao.Aps estas avaliaes terem sido feitas, o grupo elaborou um plano de ao para cada grupo deequipamentos com aes para corrigir as causas fundamentais (ou razes) priorizadas atravs devotao. Tal plano de ao foi discutido com a superviso de manuteno e definido algumas aes quepoderiam ser colocadas em prtica de acordo com o oramento de manuteno e disponibilidade dosequipamentos.

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    4.4 Avaliao da veridicidade do indicador DowntimeEltrico

    Durante as etapas de anlise do histrico de paradas dos equipamentos identificou-se que em algunscasos os lanamentos eram feitos em mquinas ou partes que no pertenciam quele grupo demquinas, o que comprova que o indicadorDonwtimeEltrico possui desvios.

    Alm disso, foram avaliadas e confrontadas as paradas apontadas pelo PCP com os lanamentosrealizados pela manuteno no sistema de gerenciamento de manuteno e no foram encontradosdesvios significantes.

    Outro ponto verificado durante a anlise do histrico de paradas que o tempo lanado em algunscasos no representa um tempo compatvel com o necessrio a uma correo ou interveno eltrica,pois esta se necessria ocasionaria parada maior do que a verificada no lanamento.

    Como a avaliao foi realizada apenas em um grupo de mquinas devido a grande quantidade de

    histrico disponvel para anlise, no se conseguiu precisar ou quantificar os desvios, porm osmesmos foram comprovados.

    4.5 Dados e resultados obtidos aps a aplicao do MASP

    Aps a implantao de todos os planos de ao propostos e validados, foram considerados e coletadosnovamente os dados de paradas de mquinas e o indicador Downtime Eltrico. Analisando osresultados obtidos aps a aplicao do MASP, conforme Figura 3, verifica-se que o indicadorDowntime Eltrico da Planta no apresentou melhora significativa se comparado aos perodosanteriores. Porm este fato pode ser explicado pela inconsistncia de produo ocorrida nos ltimosmeses analisados, pela alterao de equipamentos instalados na planta e pela manuteno mecnicaprofunda realizada em algumas mquinas.

    Grfico 3Histrico de DowntimeEltrico Geral da Planta (Janeiro a Novembro de 2012)

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    Com relao a Figura 4, a mesma demonstra a posio das mquinas mais impactantes no indicadorDowntimeEltrico no ms de Outubro de 2012, indicando as mquinas trabalhadas, as mquinas no

    trabalhadas e as mquinas que sofreram mudanas durante o perodo e por isso no fizeram parte doestudo.

    Grfico 4Histrico de DowntimeEltrico por Grupo de Mquinas (Outubro de 2012)

    5 CONCLUSO

    Atravs da realizao deste trabalho evidencia-se a importncia e a necessidade da gesto damanuteno em uma empresa no que tange a conservao de seus ativos de forma a aumentar suadisponibilidade e em consequncia sua lucratividade. Tambm fica demonstrado que este um campovasto onde h oportunidade para melhorias que com certeza acarretaro em um incremento deresultados de todo o negcio.

    O mtodo de melhoria contnua utilizado durante a realizao deste trabalho, o MASP, mostrou-seefetivo na busca por melhores resultados dentro de um processo industrial. Sua aplicao no setor demanuteno eltrica da empresa foi favorecida pela vasta quantidade de dados histricos de paradas ede ocorrncias de manuteno disponveis para anlise, porm, este mesmo fator, a quantidade dedados, tornou o trabalho de anlise mais demorado.

    Com relao veracidade do indicador, apesar de terem sido encontrados desvios nos lanamentos deparadas durante as anlises, os mesmos no representaram valores elevados se comparado a quantidadede dados analisados e portanto no colocam em dvida os valores do indicador DowntimeEltrico de

    modo geral.

    6 REFERNCIAS

    1. PEREIRA, Mrio J. Tcnicas Avanadas de Manuteno. Rio de Janeiro: Editora Cincia Moderna Ltda., 2010.

    2. NASCIF, Jlio. Manuteno de Classe Mundial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENO, 1998,Salvador. Disponvel em . Acesso em: 20 abr. 2012.

    3. HAMRICK, Lynn. World Class Maintenance Best Practices in Electrical Maintenance. 2007. Disponvel em:. Acesso em 12/05/2012.

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    4. FILHO, Gil Brando. Custos em Manuteno. Rio de Janeiro: Editora Cincia Moderna Ltda., 2010.

    5. KARDEC, Alan; NASCIF, Jlio. Manuteno: funo estratgica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.

    6. FILHO, Gil Brando. A Organizao, o Planejamento e o Controle da Manuteno. Rio de Janeiro: Editora CinciaModerna Ltda., 2008.

    7. FILHO, Gil Brando. Dicionrio de Termos de Manuteno, Confiabilidade e Qualidade. 4.ed. Rio de Janeiro: EditoraCincia Moderna Ltda., 2006.

    8. NASCIF, Jlio; DORIGO, Luiz C. A Importncia da Gesto na Manuteno. In: CONGRESSO BRASILEIRO DEMANUTENO, 2005, Belo Horizonte. Disponvel em. Acesso em: 22 abr. 2012.

    9. KARDEC, A.; FLORES, J.; SEIXAS, E. Gesto Estratgica e Indicadores de Desempenho. 1.ed. Rio de Janeiro:Qualitymark: ABRAMAN, 2002.

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    11. TAVARES, Lourival A. Administrao Moderna da Manuteno. Rio de Janeiro: Novo Polo Publicaes e AssessoriaLtda., 1999.

    12. FILHO, Luiz C. A. Apostila Treinamento MASP. QSA Assessoria em Sistemas da Qualidade Ltda. So Leopoldo,2009.

    13. CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Cientfica. 6. Ed. So Paulo: MAKRON Books, 2007.