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SEU DINHEIRO A SUA REVISTA DE FINANÇAS PESSOAIS #102 PROFISSÕES DO FUTURO Estudo do Ipea detalha as carreiras mais promissoras no mercado de trabalho OFERECIMENTO: CASA COM QUALIDADE CAIXA AMPLIA EXIGÊNCIAS NO MINHA CASA, MINHA VIDA TARIFA DIFERENCIADA CONTA DE LUZ PODE MUDAR NO PRÓXIMO ANO CAUTELA NO CONSUMO RECUA INTENÇÃO DE COMPRA DOS PAULISTANOS POUPANÇA SEGUE NO TOPO APLICAÇÃO BATE NOVOS RECORDES DE CAPTAÇÃO CARRINHO CHEIO CESTA BÁSICA RECUA NA MAIORIA DAS CAPITAIS

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seudinheiro a sua revista de finanças pessoais

#102

Profissões do futuro

Estudo do Ipea detalha as carreiras mais promissoras no mercado de trabalho

oferecimento:

casa com qualidadeCaixa amplia

exigênCias no minha Casa, minha Vida

tarifa diferenciadaConta de luz

pode mudar no próximo ano

cautela no consumo

reCua intenção de Compra dos paulistanos

poupança segue no topoapliCação bate

noVos reCordes de Captação

carrinho cheio Cesta básiCa

reCua na maioria das Capitais

Profissão

As Profissões do futuro Estudo do Ipea aponta as carreiras com

melhores perspectivas financeiras nos próximos anos. Em primeiro lugar, medicina

R$ 8,4 mil é o salário médio dos médicos, ao longo da carreira

m edicina é o curso superior que ofere-ce mais vantagens profissionais, atual-

mente, segundo o estudo Ra-dar: Perspectivas Profissionais - Níveis Técnico e Superior, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o insti-tuto, baseado em informações de 2009 a 2012 do Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma avaliação que considera salário, jornada de trabalho, facilidade de se conseguir um emprego e cobertura previden-ciária faz que a carreira médica tenha as condições considera-das as mais interessantes a um futuro profissional. Atualmen-te, o curso é um dos mais co-biçados nos vestibulares, mo-mento em que os jovens têm de decidir suas profissões.

“A carreira de medicina foi a vencedora disparada, com um índice 30% maior do que a segunda colocada, odontolo-gia. Medicina já era a líder do

Profissão

Carolina SarresRepórter da Agência Brasil

ranking na década passada”, informou o estudo, coorde-nado pelo presidente do Ipea e atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri.

O salário médio dos médicos ao longo da carreira, se-gundo o Ipea, é o mais alto: R$ 8,4 mil; seguido pelo dos empregados no setor militar e de segurança, R$ 7,6 mil; e dos profissionais em serviços de transporte (engenheiros de trânsito, especialistas em logística, pilotos de aviação, administradores de portos e aeroportos, por exemplo), R$ 6 mil.

Não só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de profissões do instituto. A facilidade de encontrar um emprego, expresso pela taxa de ocupação de 97% dos médicos formados, também a maior entre as carreiras e a cobertura previdenciária, de 93,3%, são fatores determinantes.

Em relação à jornada de trabalho, os médicos não estão entre os cinco que trabalham mais horas por semana. Os profissionais que passam mais horas semanais dedicadas ao emprego, são os engenheiros mecânicos e especialistas em metalurgia, 42,8h, o que corresponde a mais de oito horas por dia, jornada normal estabelecida pela legisla-ção trabalhista brasileira. Outras carreiras que também têm jornadas mais extensas que o normal são as nos se-tores farmacêutico - 42,6h - e de engenharia, produção e processamento, 42,5h.

Os médicos e os estudantes de medicina, no entanto, di-zem que a situação da carreira não é bem essa que pinta o estudo do Ipea – o que tem sido, inclusive, questão de

97% dos profissionais da área médica

conseguem ocupação

protestos nas últimas semanas. Eles reclamam das condições de trabalho, dos salários baixos, especialmente nos primeiros anos de profissão, e das jornadas de trabalho excessivas.

“Infelizmente, na prática, não funciona assim. As cargas horá-rias são muito pesadas. Não é raro um médico recém-formado ter de trabalhar 60 horas semanais para ganhar mais ou me-nos R$ 2 mil. É um pouco frustrante estudar muito durante seis anos para ganhar isso”, explicou a formanda em medicina, Simone de Almeida.

Além da extensa jornada de trabalho, segundo ela, muitos co-legas ainda têm de manter um segundo emprego, geralmente em forma de plantões, para complementar o salário, especial-mente os que fazem a residência fora da cidade de origem e em hospitais públicos, em que recebem uma bolsa de estudos em média no valor de R$ 2,6 mil, incluindo auxílio-moradia.

O lado positivo, em contraponto, é a certeza de que haverá em-prego garantido, devido à demanda por mão de obra médica. Antes mesmo de se formar, a futura doutora já recebeu pro-postas de emprego. “O problema, de fato, não é conseguir um emprego, mas ter as condições para trabalhar. Há lugares in-seguros, em que a questão não é a infraestrutura ou a falta de material, mas a falta de segurança. No hospital onde trabalho, tem gente que entra com chute querendo bater no médico por-que a fila está enorme. Isso não é culpa do médico, é da gestão na Saúde. As condições de trabalho muitas vezes não compen-sam”, disse Simone Almeida.

Profissão

Carolina SarresRepórter da Agência Brasil

o outro lado da balança

Em contraponto à medicina, primeira colocada no ranking do Ipea, as profissões de nível superior ligadas a religião, ética e filosofia e educação física e esportes são as que oferecem as piores condições no mercado de tra-balho, segundo os critérios avaliados. Por um lado, essas três carreiras têm baixa jornada de trabalho, entre 37h e 39h semanais, o que é um ponto positivo. Por outro, ofe-recem, em média, baixos salários que variam de R$ 2,1 mil a R$ 2,7 mil, além de baixa cobertura previdenciária e taxa de ocupação média de 89% dos profissionais for-mados têm emprego).

EmPREgabilidadE também conta na Escolha da caRREiRa

A maior quantidade de postos de trabalho que demandam diploma de ensino superior abertos entre 2009 e 2012 foi para as atividades relacionadas à tecnologia da informação. Dos mais de 300 mil postos abertos no período, 49,5 mil estão nessa área, o que corresponde a 16% do total. Os dados são do estudo Radar: Perspectivas Profissio-nais - Níveis Técnico e Superior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Entre as carreiras que passaram a oferecer mais vagas, nos últimos anos, estão enfermagem - 27,2 mil - e as de relações públicas, de publicidade e de mercado e negócios, com 20,8 mil postos de tra-balho. Em relação aos ganhos salariais, o Ipea constatou que os peritos criminais foram os que tiveram os maiores ganhos acima da inflação no período analisado: os rendimentos aumentaram 523,7%.

De acordo com o instituto, isso é uma consequência das políticas de valorização da carreira pública, o que, segundo o Ipea, pode ou não estar relacionado à escassez de profissionais na respectiva área. Depois dos peritos, os profissionais ligados à administração de serviços de seg-urança foram os que tiveram mais ganhos salariais no período apurado, totalizando 174,4%. Praticamente com o mesmo percentual de ganho apurado estão os auditores fiscais da Previdência Social, outra carreira pública que teve aumentos decorrentes dessa política governamental.

O Ipea observou que para as atividades de nível superior, no setor privado, em que há mais demanda, como tecnologia da informação, enfermagem e relações públicas, os salários de admissão foram mais

altos do que os de demissão. Isso, para o Ipea, demonstra a escassez de profissionais no mercado e dá uma resposta ao fenômeno da ro-tatividade no Brasil, quando há muitas demissões. Em compensação, também existem muitas contratações nesses períodos, segundo pode ser verificado, mensalmente, nos dados do Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Para essas ocupações, pode-se prever uma continuidade, no futuro próximo, dos aumentos salariais recentes pois as empresas estão en-frentando dificuldades para substituir, nas mesmas condições salariais, os profissionais desligados”, informa o estudo.

De acordo com os dados do Ipea, os delegados de polícia foram os profissionais com nível superior que tiveram as maiores perdas sala-riais: -64,4% entre 2009 e 2012; seguidos por engenheiros ambien-tais, com redução de mais da metade do ganho real (-52,6%) e por chefs de cozinha (-37,3%).

Carolina SarresRepórter da Agência Brasil

Profissionais de tecnologia da informação têm maior chance de emprego, avalia Ipea

18% das vagas que demandam

curso superior foram abertas na área de ti nos últimos anos

EmPREgabilidadE também conta na Escolha da caRREiRa

Em relação a cursos de nível técnico, os que mais abriram vagas no período analisado estão no setor da saúde, como técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos em próteses ou em imobilizações ortopédi-cas, técnicos em odontologia, técnicos em óptica e em optometria, e tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas. Nessa área, foram criados quase 100 mil postos, 25% das praticamente 400 mil vagas abertas em atividades de nível técnico. Em eletroeletrônica e fotônica – profissões relacionadas à geração e à transmissão de energia -, foram abertas quase 50 mil vagas. Em áreas de operações comer-ciais, pouco mais de 40 mil.

“Mapas feitos a partir desses números são bastante úteis para for-muladores de política que se veem diante da decisão sobre onde está a maior demanda por formação profissional para cada tipo de quali-ficação, bem como para cidadãos interessados em saber onde pode haver maior quantidade de novas vagas surgindo em sua profissão”, avaliam os técnicos responsáveis pelo estudo do Ipea.

Os maiores ganhos salariais entre as atividades que demandam cer-tificado de curso técnico são os de operadores de câmera fotográfica, de cinema e de televisão (51,1%), seguidos pelos profissionais de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa (41,6%) e de laboratórios (29,3%). Os técnicos em biologia, necropsia e taxidermia e apoio em pesquisa e desenvolvimento de produtos tiveram queda de ganho nos rendimentos de -26,1%, - 15% e -9,3%, respectivamente.

Carolina SarresRepórter da Agência Brasil

Profissionais de tecnologia da informação têm maior chance de emprego, avalia Ipea

o atual mERcado dE tRabalho E as PRofissõEs mais vantajosas

O IPEA levantou as melhores e piores colocações profissionais de acordo com variáveis de mercado, como salário e tempo de jornada. Confira o ranking:

Da Agência Brasil

cesta básica

CArrinho mAis Cheio

Preço da cesta básica cai em dez das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese

3,55%foi a queda registrada no Rio de janeiro, cidade onde os preços mais recuaram

o preço da cesta básica em junho caiu em dez das 18 capitais pes-

quisadas. As maiores quedas foram apuradas no Rio de Janeiro (-3,55%), em Vitória (-3,14%), Manaus (-2,07%) e Belo Horizonte (-2,0%). Os aumentos ocorreram em oito capitais, com destaque para Aracaju (3,05%), Brasília (2,87%) e o Recife (1,97%). Os dados, são do Departa-mento Intersindical de Esta-tística e Estudos Socioeconô-micos (Dieese).

São Paulo continuou sendo a capital onde se apurou o maior valor para o conjun-to de produtos da cesta (R$ 340,46). Em seguida, estão Porto Alegre (R$ 329,16), Manaus (R$ 316,29) e Vitória (R$ 315,63). Os menores va-lores médios foram observa-dos em Aracaju (R$ 248,07), Salvador (R$ 260,20) e Cam-po Grande (R$ 275,91).

O Dieese destaca que – se for considerada a determinação

cesta básica

Bruno BocchiniRepórter da Agência Brasil

constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as despesas de um trabalha-dor e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e pre-vidência – o salário mínimo deveria ser R$ 2.860,21, ou seja, 4,22 vezes o valor em vigor, R$ 678.

O preço da carne bovina, produto de maior peso na composição do valor da cesta básica, apresentou pre-dominância de queda em 11 capitais, em junho. As maiores retrações ocorreram em Vitória (-2,91%), Natal (-2,71%) e Florianópolis (-2,61%). Os aumen-tos ocorreram em sete localidades, com destaque para Salvador (6,03%), Fortaleza (5,31%) e Manaus (1,72%). No acumulado do ano (de janeiro a junho), o preço da carne teve queda em 12 capitais.

O preço do arroz caiu em nove das 18 capitais pes-quisadas em junho. As reduções mais significativas foram verificadas em Aracaju (-7,40%), Salvador (-3,34%) e Natal (-3,19%). Em Porto Alegre, os pre-ços não variaram. Elevações foram apuradas em oito capitais, com destaque para Belo Horizonte (5,94%), o Rio de Janeiro (4,08%) e Vitória (2,43%). Segundo o Dieese, o comportamento de moderação na alta dos preços do produto reflete a colheita e os aumentos nas estimativas da safra. No semestre que terminou em junho, houve queda de preço em 15 localidades.

O leite in natura continua sendo o destaque de au-mento de preços: ficou mais caro em 13 capitais em junho. As maiores elevações ocorreram no Recife (6,76%), em Porto Alegre (4,81%) e no Rio de Janeiro (4,41%). As quedas foram apuradas em Campo Gran

de (-5,05%), Brasília (-3,21%), Manaus (-1,76%) e Aracaju (-0,58%). Em Salvador, houve estabilidade.

O feijão ficou mais caro em 11 capitais. As maiores ele-vações em junho ocorreram em Florianópolis (10,59%), Vitória (6,05%) e no Rio de Janeiro (6,04%). Recuos fo-ram apurados em sete capitais, os mais significativos em Salvador (-4,97%), Belo Horizonte (-4,24%) e João Pessoa (-1,73%).

O preço do pão francês também subiu em 11 capitais em junho. As maiores altas ocorreram em Salvador (3,78%), Natal (3,55%) e Aracaju (3,13%). As retrações foram apu-radas em sete cidades: Goiânia (-3,39%), Recife (-2,00%), e Fortaleza (-0,29%).

No acumulado do ano, as 18 capitais pesquisadas apre-sentaram alta nos preços da cesta básica. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (21,57%), João Pessoa (20,02%) e no Recife (19,17%). Os menores aumentos fo-ram verificados em Florianópolis (6%), Belo Horizonte (6,05%) e Vitória (8,50%).

cesta básica

Poupança

CAdernetA segue no toPo

Poupança tem captação recorde desde 1995, segundo informa o Banco Central

R$ 28,2 bifoi a captação líquida no primeiro semestre do ano

o s depósitos em poupança supe-raram os saques em R$ 9,451 bi-

lhões em junho, segundo dados divulgados pelo Ban-co Central (BC). A captação líquida (depósitos maiores que retiradas) é a maior da série histórica do BC, iniciada em 1995. Nos seis primeiros meses do ano, a captação líquida de R$ 28,273 bilhões também foi recorde para o período.

No mês passado, os depósi-tos ficaram em R$ 116,046 bilhões e os saques em R$ 106,595 bilhões. Foram creditados R$ 2,346 bi-lhões de rendimentos no mês. O saldo dos depósitos em poupança ficou em R$ 538,449 bilhões.

Com a elevação da taxa bá-sica de juros, a Selic, para 8% ao ano, no dia 29 de maio, a poupança passou a render mais. Por causa da fórmula em vigor desde o ano passado, que atrelou

Poupança

Mariana BrancoRepórter da Agência Brasil

a remuneração da caderneta aos juros básicos, o rendimento da aplicação subiu de 5,25% para 5,6% ao ano.

Pela regra em vigor, quando a taxa Selic estiver maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a Taxa Referencial (TR). Sempre que os juros básicos da economia estive-rem iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a cader-neta rende 70% da Selic mais a TR. A Taxa Refe-rencial é igual a zero quando a Selic está igual ou menor que 8% ao ano, o que torna o rendimento totalmente atrelado aos juros básicos.

Esse cálculo só vale para depósitos na poupança a partir de 4 de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. A poupança é isenta de taxa de administração e de impostos.

A poupança da Caixa Econômica Federal teve cap-tação líquida de R$ 2,86 bilhões em junho. O re-sultado é 71,4% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. De acordo com a instituição, trata-se de resultado recorde para meses de junho.

No ano, a poupança da Caixa acumula captação lí-quida de R$ 9,26 bilhões. Segundo o banco, houve aumento de 38% em comparação ao valor captado no primeiro semestre de 2012.

imóveis

CAsA Com quAlidAdeCaixa reforça fiscalização sobre Minha Casa, Minha Vida para evitar problemas na qualidade das construções

0800 721 6268é o número do canal de atendimento da caixa, relacionado ao programa habitacional

o superintendente nacional de Ha-bitação da Caixa Econômica Fede-

ral, Roberto Carlos Ceratto, disse que a Caixa reforçou a fiscalização sobre os em-preendimentos do Progra-ma Minha Casa, Minha Vida para evitar problemas na qualidade das construções. A informação foi divulgada durante audiência pública na Comissão de Desenvol-vimento Urbano da Câmara dos Deputados para tratar irregularidades nos conjun-tos habitacionais do progra-ma do governo.

Entre as medidas adotadas pelo banco estão a criação de um canal de atendimen-to exclusivo para falar com beneficiários do programa e um cadastro negativo de construtoras. Criado em março, o canal para falar com beneficiários do Minha Casa, Minha Vida acumula 36 mil ligações este ano. De acordo com a instituição, 61% delas destinou-se à so-

imóveis

Mariana BrancoRepórter da Agência Brasil

licitação de informações e apenas 7% foram para relatar danos físicos nas unidades habitacionais.

A partir das queixas feitas pelo canal, os respon-sáveis pela construção dos imóveis têm cinco dias para sanar o defeito alegado pelo comprador. Caso contrário, são incluídos no cadastro e impedidas de contratar com o governo até resolverem o proble-ma. Atualmente, 169 empresas e pessoas físicas in-tegram o cadastro negativo. O número para entrar em contato com o canal de atendimento é 0800 721 6268.

Durante a audiência, o superintendente também respondeu a perguntas dos parlamentares sobre ca-sos problemáticas vinculados ao programa. Segun-do ele, estão sendo feitas as obras necessárias em Duque de Caxias (RJ), onde uma enchente em mar-ço danificou casas dos condomínios Santa Helena e Santa Lúcia. De acordo com Ceratto, as unidades habitacionais na região sofreram “pequenos danos de fissuras, trincas e nas portas e a empresa está no local tomando as providências”.

Ceratto disse que os pagamentos das prestações pelas famílias afetadas, remanejadas para abrigos, estão suspensos até que os imóveis sejam recupe-rados. “Em uma noite, choveu 15%, 16% da chuva de um ano [em Duque de Caxias]. Atingiu o bairro como um todo e não apenas o empreendimento da Caixa. Temos todas as licenças ambientais. Não te-mos como prever determinadas situações”, disse.

No entanto, o subsecretário de Habitação de Du

que de Caxias, Kelson Senra, disse que a área sofre com inundações “constantemente” e que o problema somen-te se agravou em função da força das chuvas recentes. “O pessoal mudou em maio e ocorreram três ou qua-tro inundações. [O local] tem problemas de drenagem e abastecimento de água. As intervenções necessárias são estruturais, do governo do estado”, disse, que pediu apoio do governo federal e da Caixa para que os órgãos estaduais façam as obras necessárias.

Outras situações comentadas por Ceratto foram a do en-torno do Distrito Federal, onde a contratação de finan-ciamentos pelo Minha Casa, Minha Vida está suspensa desde março em razão de problemas no abastecimen-to de água; e a do município de São José de Ribamar (MA), onde casas do programa foram invadidas. No primeiro caso, o financiamento voltou a ser autorizado, mas agora é exigida documentação da concessionária Saneamento de Goiás (Saneago) atestando a viabilidade do abastecimento.

De acordo com o superintendente, de 35 mil contratos da região analisados pela Caixa, 26 mil foram feitos com pessoas físicas, o que poderia explicar os problemas no fornecimento de água. “Muitas vezes são chácaras que a pessoa loteou sem fazer nenhuma melhoria”, disse. Com relação ao Maranhão, ele citou a desocupação das casas invadidas feita pela Polícia Federal e disse que é nego-ciado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para isentar os beneficiários de baixa renda do pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Intervivos (ITBI).

Os parlamentares também fizeram perguntas sobre ir-

imóveis

regularidades na seleção de beneficiários. De acor-do com a diretora do Departamento de Produção Habitacional do Ministério das Cidades, Maria do Carmo Avesani, a seleção das famílias é atribuição do município. “Do ponto de vista de controle, te-mos cruzamento de informação, mas só de quem tem salário formal”, explicou. De acordo com ela, o ministério faz estudos para desenvolvimento de um software que ajude as prefeituras a melhorarem o processo de seleção.

tarifa

ContA de luz diferenCiAdAAneel debate com sociedade tarifa diferenciada de energia de acordo com horário de consumo

6 de agostoé o prazo limite para o envio de contribuições ao debate

a partir do ano que vem, os consumi-dores de energia elétrica poderão

optar por um modelo de co-brança que oferece preços diferentes de acordo com os horários de consumo. A modalidade tarifária branca foi debatida em audiência pública pela Agência Na-cional de Energia Elétrica (Aneel).

A tarifa branca funciona-rá da seguinte forma: de segunda a sexta-feira ha-verá um horário de ponta, no início da noite, quando a energia será mais cara. Uma hora antes e uma de-pois desse horário, será o horário intermediário, quando a tarifa será um pouco menor. Nesses dois horários, o preço da ener-gia será maior do que o que é pago atualmente. Nos de-mais horários, a tarifa será mais barata do que o em-pregado hoje em dia. Nos finais de semana e feriados nacionais, a tarifa mais bai-

Sabrina CraideRepórter da Agência Brasil

xa será adotada para todas as horas do dia.

A tarifa diferenciada será opcional, ou seja, quem não quiser mudar pode continuar com o sistema atual. O superintendente de Regulação de Comer-cialização da Eletricidade da Aneel, Marcos Bra-gatto, alerta que o consumidor tem que avaliar bem se a adoção da tarifa branca vai valer a pena para cada caso. “Se ele não tiver uma mudança de hábito de consumo, pode acontecer de ele pagar mais caro optando por essa tarifa. Então é preci-so avaliar com muita cautela se realmente vai ser vantajoso ou não”, disse à Agência Brasil.

A aplicação da tarifa está condicionada à instala-ção de um medidor de energia eletrônico, que ain-da deve ser homologado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Os aparelhos serão instalados pelas distribuido-ras, sem custo imediato para os consumidores. No entanto, esse custo poderá ser repassado na forma de reajuste da tarifa de energia. “Mas teria que ter uma procura em massa para ter um impacto signi-ficativo na tarifa. A gente aposta que não vai haver essa procura em massa a princípio, justamente porque vai exigir do consumidor uma mudança de hábitos”, avalia o superintendente.

Os interessados também poderão enviar con-tribuições até o dia 6 de agosto pelo e-mail [email protected]. As contribuições serão analisadas pela área técnica da Aneel e a proposta final deve ser votada pela diretoria da Aneel até setembro.

tarifa

consumo

CAutelA no ConsumoIntenção de compra dos paulistanos para o terceiro trimestre cai a 50,4%

8,8 pontos foi a queda na comparação com o segundo trimestre do ano

p esquisa feita com 550 consumido-res mostrou que 50,4% dos paulis-

tanos pretendem comprar um bem durável entre os meses de julho e setembro. Segundo o levantamento feito pelo Programa de Ad-ministração do Varejo da Fundação Instituto de Ad-ministração (Provar-FIA), o índice ficou 8,8 pontos per-centuais abaixo do regis-trado no segundo trimes-tre, quando a intenção de compra chegou a 59,2%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice teve queda de 3,4 pontos percentuais, ficando em 53,8%.

Entre as categorias ana-lisadas, a maior inten-ção de compra aparece no item vestuário e calçados (19,8%), seguido por linha branca (9,6%), informáti-ca (9%) e eletroeletrônicos (9,6%), na comparação com o segundo trimestre.

consumo

Flávia AlbuquerqueRepórter da Agência Brasil

O setor de eletroeletrônicos foi o que registrou a maior alta na intenção de compras em relação ao mesmo trimestre do ano passado (200%). Em seguida vêm eletroportáteis (72,7%), informática (9,8%) e linha branca (9,1%). “Como as compras no varejo costumam ser sazonais, a melhor análi-se é quando a comparação é feita com relação ao mesmo período do ano anterior”, disse o presiden-te do Conselho do Provar, Claudio Felisoni.

Com relação à inadimplência, a pesquisa mos-trou que a expectativa é que o percentual fique em 7,6%. Já disponibilidade financeira dos paulista-nos para novas dívidas passou de 10% na última pesquisa para 8,3% na atual, o que significa que está sobrando menos dinheiro para a aquisição de bens. Segundo os dados, os fatores que mais con-tribuem para isso são os gastos com alimentação (21%), educação (20,4%) e crediário (19,7%).

“Mesmo considerando o aumento de preços que o varejo registra, o consumidor está mais caute-loso. É importante saber que a taxa de juros está entrando em uma trajetória de elevação, o que se reflete na ponta, o que interfere nas compras. Também houve um ganho menor no salário de algumas categorias, o que faz com que sobre me-nos dinheiro no bolso do consumidor. Aqueles que pretendem comprar vão mesmo parcelar as com-pras”, destacou Felisoni.