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104 6. Goiabeira William Natale 1 Renato de Mello Prado 1 José Antônio Quaggio 2 Dirceu de Mattos Junior 2 1 Faculdade de Ciências Agrária e Veterinárias – Unesp, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n., CEP 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]. 2 Instituto Agronômico. CP 28, CEP 13001-970, Campinas-SP, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]. 6.1. Introdução A Índia, o Paquistão e o Brasil destacam-se na produção mundial de goiaba em cultivos comerciais. A Índia possui o maior número de árvores, mas em cultivos dispersos e pouco produtivos, utilizados para a produção de suco de goiabas brancas. O Paquistão, por sua vez, aparece como o principal exportador da fruta in natura. No Brasil, a goiaba é mais consumida in natura, especialmente como fruta de polpa vermelha, comparada ao produto industrializado. A exportação da fruta fresca é pouco expressiva, embora destacam-se França, Canadá, Alemanha e Portugal como os principais países importadores da goiaba brasileira (Guedes e Vilela, 1999, citado por Almeida, 1999). A goiaba é uma das frutas tropicais mais populares e de grande aceitação no Brasil e no mundo. É apreciada tanto fresca como processada industrialmente, em forma de doces, compotas, geléias e sucos, sendo rica em açúcares, vitamina C e sais minerais. O aumento no consumo de frutas de mesa e de sucos naturais é uma tendência mundial, visto a crescente preocupação com a saúde e a estética. No Brasil, a goiabeira é encontrada em todos os Estados, sendo explorada comercialmente em cerca de 17 mil ha (IBGE, 2002 citado por Goiabrás, 2004). A produção total, porém, ainda é baixa, cerca de 350 mil t ano -1 quando comparada ao potencial produtivo das plantas (Natale, 1993). Se por um lado a seleção genética e a multiplicação vegetativa de goiabeiras têm originado plantas com alto potencial de produção, como as cultivares Rica e Paluma (Pereira et al., 1982), por outro têm gerado fruteiras, como esperado,

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6. Goiabeira

William Natale1

Renato de Mello Prado1

José Antônio Quaggio2

Dirceu de Mattos Junior2

1 Faculdade de Ciências Agrária e Veterinárias – Unesp, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n., CEP 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected] Instituto Agronômico. CP 28, CEP 13001-970, Campinas-SP, Brasil.E-mail: [email protected]; [email protected].

6.1. Introdução

A Índia, o Paquistão e o Brasil destacam-se na produção mundial de goiaba em cultivos comerciais. A Índia possui o maior número de árvores, mas em cultivos dispersos e pouco produtivos, utilizados para a produção de suco de goiabas brancas. O Paquistão, por sua vez, aparece como o principal exportador da fruta in natura. No Brasil, a goiaba é mais consumida in natura, especialmente como fruta de polpa vermelha, comparada ao produto industrializado. A exportação da fruta fresca é pouco expressiva, embora destacam-se França, Canadá, Alemanha e Portugal como os principais países importadores da goiaba brasileira (Guedes e Vilela, 1999, citado por Almeida, 1999).

A goiaba é uma das frutas tropicais mais populares e de grande aceitação no Brasil e no mundo. É apreciada tanto fresca como processada industrialmente, em forma de doces, compotas, geléias e sucos, sendo rica em açúcares, vitamina C e sais minerais. O aumento no consumo de frutas de mesa e de sucos naturais é uma tendência mundial, visto a crescente preocupação com a saúde e a estética.

No Brasil, a goiabeira é encontrada em todos os Estados, sendo explorada comercialmente em cerca de 17 mil ha (IBGE, 2002 citado por Goiabrás, 2004). A produção total, porém, ainda é baixa, cerca de 350 mil t ano-1 quando comparada ao potencial produtivo das plantas (Natale, 1993).

Se por um lado a seleção genética e a multiplicação vegetativa de goiabeiras têm originado plantas com alto potencial de produção, como as cultivares Rica e Paluma (Pereira et al., 1982), por outro têm gerado fruteiras, como esperado,

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mais exigentes em termos nutricionais, determinando, conseqüentemente, maior extração e exportação de nutrientes do solo. Assim, o conhecimento dos aspectos nutricionais e a necessidade da adubação são fundamentais para garantir maior expressão genética das cultivares.

Embora a goiabeira tenha sido considerada, durante muito tempo, uma planta rústica quanto à tolerância à acidez e adaptação à baixa reserva de nutrientes no solo, a aplicação racional de fertilizantes promove aumentos substanciais na produção de frutos (Natale, 1993).

6.2. Clima, solo e morfologia

A goiabeira é originária da América Tropical, possivelmente entre o México e o Peru, onde ainda pode ser encontrada no estado silvestre. Sua capacidade de dispersão e rápida adaptação a diferentes ambientes, possibilitaram a presença dessa Mirtaceae em amplas áreas tropicais e subtropicais do globo, sendo mesmo considerada espécie invasora em algumas regiões (Menzel, 1985).

Avilan (1988) estudou o ciclo de desenvolvimento da goiabeira na região tropical (Venezuela) e classifi cou quatro fases: (i) crescimento, entre dez meses e dois anos de idade; (ii) plena produção, dos três até cinco anos; (iii) produção, dos cinco até oito anos; e (iv) senilidade, a partir dos nove anos de idade. O autor considerou a goiabeira como uma fruteira de ciclo curto, que inicia a produção entre 10 e 12 meses a partir do plantio, tendo o período de máxima efi ciência produtiva aos três ou quatro anos de idade. Observou, ainda, que as produções de frutos, em cada etapa do desenvolvimento, são: 30, 35, 50 e 22 kg planta-1 ano-1, respectivamente. Porém, com a propagação vegetativa de estacas herbáceas, as plantas entram na fase de plena produção mais precocemente.

A temperatura ideal para a vegetação e produção da goiabeira, situa-se entre 25 e 30°C; danos severos ocorrem em regiões sujeitas às geadas e ventos fortes. A temperatura não só limita, mas determina a época de produção da fruteira; ainda, verifi ca-se a necessidade de fotoperíodo mais longo para a produção ótima de frutos.

A disponibilidade de chuvas não deve ser inferior a 600 mm ano-1, e o intervalo ideal é de 1.000 a 1.600 mm ano-1, bem distribuído ao longo do ano.

A umidade relativa do ar, outro fator importante para o cultivo da goiabeira, pode infl uir tanto no aspecto fi siológico, como nas condições fi tossanitárias dos frutos produzidos. Apesar de ser nativa de região tropical, a goiabeira vegeta e produz bem em regiões situadas ao nível do mar até a l.700 m altitude, sendo, por essa razão, encontrada em várias regiões do Brasil e do mundo. A umidade relativa mais favorável ao cultivo da goiabeira parece situar-se entre 50 e 80%.

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Nas regiões em que a estação das secas se prolonga, a irrigação torna-se necessária.Por ser uma planta bastante rústica, a goiabeira adapta-se aos mais variados tipos de solos. Recomenda-se, porém, que sejam evitados cultivos em solos com alto teor de argila, baixa capacidade de drenagem, e salinos. É importante planejar o plantio de pomares em áreas de topografi a plana, para facilitar os tratos culturais; entretanto, é possível o plantio em solos com topografi a ligeiramente declivosa.

6.3. Solo e cultivo

O preparo inicial do solo para a instalação da goiabeira deve ser feito, procurando eliminar camadas compactadas em subsuperfície e, também, incorporar material corretivo (calcário), em profundidade.

Prado e Natale (2004) avaliaram a incorporação de calcário com diferentes equipamentos de preparo do solo. A incorporação do insumo, apenas com a gradagem pesada, foi restrita à camada superfi cial do solo. O uso da aração com arado de disco, seguida de gradagem niveladora, mostrou-se satisfatório, porém, inferior à gradagem superpesada, que atingiu maior profundidade. O desempenho superior da gradagem superpesada na incorporação do corretivo, deve-se não apenas à ação profunda do método, mas, também, ao elevado grau de mistura corretivo-solo em toda a camada de 0 a 30 cm de profundidade. Com o arado, apenas a metade da dose atinge a camada mais profunda, com o restante sendo incorporado, superfi cialmente, com a grade mais leve. A vantagem da gradagem superpesada, além de otimizar a incorporação do insumo, agrega menor gasto de energia e tempo de operação. Porém, esse método exige o uso de trator de elevada potência, para arrasto da grade com discos de 14 x 34” e peso total superior a 3.800 kg.

É importante lembrar a importância da incorporação profunda do calcário ao solo na formação de culturas perenes, visto que aplicações superfi ciais corrigem lentamente as camadas mais profundas e, um solo mal corrigido no plantio, comprometerá a produtividade do pomar por muito tempo (Raij et al., 1996).

Em pomares que serão estabelecidos em solos ácidos, com elevada saturação por alumínio, o manejo da calagem reduz a solubilidade do alumínio tóxico da camada superfi cial, promovendo o maior desenvolvimento do sistema radicular e, conseqüentemente, maior crescimento das plantas em virtude do aproveitamento efi ciente de água e nutrientes. Ressalta-se que o uso de grades para a incorporação de calcário em pomares formados, não é aconselhável, em consegquência dos danos causados ao sistema radicular da goiabeira, que provoca aumento na incidência de problemas fi tossanitários nas plantas.

Para o estabelecimento de pomares de goiabeira, admite-se que a saturação por bases do solo adequada, é próxima a 60% (Prado, 2003). Deve-se, entretanto, observar

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que a concentração de magnésio do solo não deve fi car abaixo de 9 mmolc dm-3. Para a goiabeira com até três anos, foram consideradas adequados teores de cálcio e magnésio nas folhas próximos a 9,0 e 2,5 g kg-1, respectivamente (Prado, 2003).

A calagem em pomares de goiabeiras adultas, deve ser realizada, superfi cialmente, sem incorporação; nesse sentido, Corrêa (2004) verifi cou que a aplicação superfi cial neutralizou a acidez do solo da camada superfi cial (até 20 cm), atingindo reação máxima aos 12 e 24 meses após a aplicação do calcário calcinado e calcário comum, respectivamente.

Na fase de produção de mudas de goiabeira, existem trabalhos demonstrando a resposta das plantas à correção da acidez do solo, com materiais alternativos como cinza de biomassa de eucalipto e escória de siderurgia. Assim, esses resíduos podem apresentar-se como corretivos de acidez do solo, além de fonte de nutrientes, podendo ser utilizados na produção de mudas, incrementando sua produção e preservando o meio ambiente com a reciclagem de subprodutos.

Considerando a inexistência de informações sobre o assunto, Prado et al. (2003b) avaliaram o efeito da aplicação de cinzas ao substrato de produção de mudas de goiabeira. O delineamento experimental testou, em esquema fatorial, dois solos com saturação por bases de 50 e 80%, e 5 doses de cinza. As doses de cinzas foram calculadas a partir do solo com V = 50%, objetivando elevar a saturação por bases em meia, uma vez, uma vez e meia e duas vezes a 70%, além da testemunha sem aplicação. Após 135 dias do plantio avaliou-se o desenvolvimento das plantas; as mudas de goiabeira responderam positivamente à aplicação de cinza, independentemente da reação do solo. O maior desenvolvimento das mudas esteve associado às doses de 1,0 a 1,2, e 1,2 a 1,6 g vaso-1 em solo com V = 50 % e 80%, respectivamente.

Para o plantio defi nitivo das mudas no campo, deve-se realizar, inicialmente, o sulcamento em linha a 0,40 m de profundidade por 0,30 m de largura. Em seguida, faz-se o preparo da cova propriamente dita, com coroamento da muda.

A região abaixo da copa deve ser mantida limpa, por meio de capinas manuais periódicas, ou aplicação de herbicidas. As entrelinhas e a região entre as plantas devem ser apenas manejadas com roçadeira.

A goiabeira responde positivamente à irrigação, havendo, portanto, necessidade de satisfazer às exigências hídricas da planta que, segundo Maranca (1981) é de 1.000 a 1.800 mm ano-1. Pereira et al. (2000) observaram que defi ciência hídrica de 73 a 119 mm, durante cinco meses consecutivos, foi sufi ciente para reduzir a produção de frutos de diferentes cultivares de goiabeira, em até 51% do peso da matéria fresca. Bassoi et al. (2001a) estimou o Kc em pomar de goiabeira cv. Paluma em formação, cultivada a 6 x 5 m, na região nordeste (Petrolina - PE), em Argissolo Vermelho-Amarelo (120 g kg-1 de argila), irrigado por microaspersão (42% de molhamento da

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superfície). Pelos resultados, observaram que o consumo médio de água durante o primeiro ano de cultivo da goiabeira foi de 36,7 L planta-1, aumentando para 46,3 e 45,6 L planta-1 nos segundo e terceiro anos, respectivamente. Assim, o valor do Kc do primeiro ano foi menor que aqueles determinados no segundo e terceiro anos, para as mesmas fases fi siológicas. Os valores de Kc para as fases fi siológicas durante o primeiro, segundo e terceiro anos foram, respectivamente, para (i) o crescimento vegetativo: 0,50; 0,55 e 0,65; (ii) o fl orescimento: 0,60; 0,65 e 0,75; (iii) o crescimento dos frutos: 0,60; 0,65 e 0,75 e (iv) a maturação e colheita: 0,60; 0,80 e 0,70. Ressalta-se que os valores do Kc indicados anteriormente foram obtidos, considerando-se a ETo estimada pelo método do tanque classe A. A efi ciência de aplicação é estimada pela porcentagem do total de água injetada pela irrigação, que é considerada útil às plantas (Bernardo, 1995).

A efi ciência de aplicação é resultado da maior uniformidade de distribuição da água em toda área horizontal e vertical do volume de solo, explorado pelo sistema radicular da planta, de forma que as perdas superfi ciais (evaporação) e subsuperfi ciais (percolação) sejam minimizadas.

A adubação da goiabeira depende do sistema de produção adotado, irrigado ou não irrigado. Para a cultura irrigada, pode-se aproveitar o sistema para a aplicação dos fertilizantes via água de irrigação ou fertirrigação e, em sistema não irrigado, tem-se a adubação via solo; em situações especiais, a adubação foliar é recomendada, especialmente para o fornecimento de micronutrientes.

6.4. Nutrição mineral

6.4.1. Exportação de nutrientes

A Tabela 6.1 apresenta resultados da exportação de nutrientes pelos frutos (polpa e miolo com sementes) da goiabeira (Natale, 1993). Verifi ca-se que a cv. Rica apresentou extração de macronutrientes como segue: K>N>P>S>Mg = Ca; e de micronutrientes: Mn>Fe>Zn>Cu>B. A cv. Paluma, por sua vez, extraiu macronutrientes na ordem: K>N>P>S = Mg>Ca; e micronutrientes: Zn>Mn = Fe>Cu>B. Nota-se variação maior para os teores de nitrogênio (N) e potássio (K), principais macronutrientes contidos nos frutos, com a cv. Rica apresentando 15,7 g kg-1 de K e 9,8 g kg-1 de N na matéria seca, e a cv. Paluma valores mais baixos, 12,4 g kg-1 de K e 8,6 g kg-1 de N, na matéria seca dos frutos.

Informações sobre a composição química mineral dos frutos fornecem subsídios para adequação do programa de adubação do pomar, e máxima produção efi ciente e manutenção da fertilidade do solo. As quantidades de nutrientes exportados, referem-se ao fruto inteiro. Num pomar, produzindo 100 t ha-1, com rendimento da agroindústria de 95%, tem-se como resíduo, aproximadamente 5 t ha-1 de material fresco (27% de umidade). Nesse contexto, Fernandes et al. (2002) estudaram a

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aplicação do subproduto da agroindústria processadora de goiaba na fertilidade do solo. A análise química do resíduo apresentou os seguintes teores (totais) de nutrientes (em g kg-1): N = 17,2; P = 2,1; K = 2,9; Ca = 1,1 e Mg = 0,9. Os resultados demonstraram que a aplicação do resíduo de sementes (0 até 120 t ha-1 em matéria fresca) aumentou a matéria orgânica (y = 11,23 + 0,1680x, R2 = 0,98**) e o K- trocável (y = 1,15+0,0217x, R2 = 0,99**) do solo, com refl exos na soma de bases e na CTC. Extrapolando os dados para uma aplicação de 60 t ha-1 desse resíduo de sementes frescas (44 t peso seco), poderão ser disponibilizados cerca de 127 kg de K e 64 kg de P, para a cultura no primeiro ano após a aplicação. Além disso, em razão do incremento do teor de matéria orgânica do solo, haverá também um incremento do N disponível, em função da mineralização daquela fração.

Tabela 6.1. Extração de macro e micronutrients por frutos de goiabira, cv. Rica e Paluma, em áreas experimentais nos municípios de Jaboticabal e São Carlos, Estado de São Paulo.

Nutriente cv. Rica cv. Paluma Matéria seca Matéria fresca Matéria seca Matéria fresca

Macronutriente g kg-1 g t-1 kg ha-1 g kg-1 g t-1 kg ha-1

N 9,80 1,353 66,8 8,6 1,146 84,3P 1,20 166 8,3 0,9 121 8,9K 1,57 2,167 107,1 12,4 1,662 122,8Ca 0,80 110 5,4 0,7 94 6,9Mg 0,80 110 5,4 0,9 114 8,4S 1,10 152 7,5 0,9 114 8,4

Micronutriente mg kg-1 g t-1 kg ha-1 mg kg-1 g t-1 kg ha-1

B 6 0,83 41 5 0,67 50Cu 8 1,11 54 11 1,48 109Fe 15 2,07 98 14 1,88 139Mn 28 3,87 188 14 1,88 139Zn 13 1,73 84 15 1,95 144

Adaptada de: Natale, 1993; Natale et al., 2002. Para cálculo, considerou-se que a matéria seca dos frutos representou em média, 13,8 e 13,4% da matéria fresca, para as cv. Rica e Paluma, respectivamente. A produção média de frutos foi de 49,4 and 73,6, t ha-1 para as cv. Rica e Paluma, respectivamente, no terceiro ano de produção.

A remoção de nutrientes do pomar ocorre em virtude das colheitas dos frutos, e também, pelas operações de poda. Em pomares de goiabeiras adultas, são comuns podas drásticas, que podem reduzir expressivamente o volume da parte aérea

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(40 a 60%), ou seja, cerca de 24,5 kg de material fresco por planta (7,8 kg de folhas; 2 kg de ramos e 14,7 kg de galhos e frutos pequenos) (Natale, 1997). Assim, estima-se que a cada poda do pomar seriam exportados das plantas cerca de: 7,4; 0,6; 5,9; 6,5; 1,8; 1,4 kg ha-1 N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente, e 22; e 122; e 207; e 282; e 21 g ha-1 de B, Cu, Fe, Mn e Zn, respectivamente, considerando-se material vegetal com 85% de umidade e pomar com 285 plantas ha-1.

6.4.2. Funções e importância dos nutrientes

Estudando goiabeiras com seis meses de idade, cultivadas em solução nutritiva de Hoagland e Arnon, com omissão de nutrientes, Accorsi et al. (1960) descreveram os sintomas das defi ciências de N, P, K, Ca, Mg e S, como segue:

Nitrogênio (N): De acordo com Accorsi et al. (1960) as folhas de goiabeiras defi cientes em N apresentam conformação normal e limbo com coloração pálido-amarelada uniforme, em lugar do verde típico das folhas de plantas bem nutridas. A nervação é ligeiramente amarelada e sem manchas. A face inferior das folhas apresenta coloração verde menos intensa que a face superior.

Natale et al. (1994) realizaram experimentos de campo para estudar os efeitos da adubação nitrogenada em pomares de goiabeira, utilizando plantas da cv. Rica com um ano de idade, durante três anos consecutivos em um Argissolo Vermelho-Amarelo. As goiabeiras responderam à aplicação de N. Durante os três anos, 90% da produção máxima esteve associada aos teores foliares de 23 a 25 g de N kg-1, em folhas amostradas na época de pleno florescimento, e às doses de N = 52, 75 e 120 kg ha-1 nos primeiro, segundo e terceiro anos, respectivamente.

Natale et al. (1995b) ampliou a base de investigação num ensaio de campo durante três anos, utilizando plantas da cv. Paluma com um ano de idade, plantadas num Latossolo Vermelho-Amarelo da Região de São Carlos, SP. Os tratamentos constituíram-se, no primeiro ano, das doses de N: 0, 9, 17, 34, 51, 68 e 85 kg ha-1. No segundo e no terceiro anos foram utilizados o dobro e o triplo das doses iniciais de N, respectivamente. Realizaram-se amostragens de folhas no estádio de fl orescimento da cultura, bem como avaliação da produção, mediante contagem e pesagem de frutos na colheita. Foram observadas respostas positivas da produção, apenas no terceiro ano do ensaio, com aumento linear dessa em função da dose de N. Considerando o intervalo de fertilizante aplicado, 90% da produção máxima observada, esteve associada à dose de N = 178 kg planta-1 e ao teor de N foliar = 22,2 g kg-1. Ainda, a resposta da goiabeira à fertilização nitrogenada demonstrou efeito signifi cativo sobre a qualidade de frutos. Doses excessivas de N tendem a diminuir o tamanho do fruto, inversamente ao número de frutos fi xados pela planta, e comprometer seriamente o valor de comercialização no mercado in natura (Fig.1, adaptado de Natale et al., 1995).

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Fig. 6.1. Efeitos da adubação nitrogenada sobre a produção e qualidade de frutos da goiabeira.

Fósforo (P): Segundo Accorsi et al. (1960), goiabeiras defi cientes em P apresentam a face superior do limbo foliar com coloração escarlate, que progride do ápice à base e das margens até às vizinhanças da nervura principal, permanecendo verde apenas na porção adjacente à nervura. No estágio mais severo da defi ciência, toda a superfície do limbo torna-se roxa. Observando-se a folha contra a luz, verifi ca-se que as nervuras secundárias são claras (transparentes), ao passo que as vênulas extremas, em forma de arcos, mostram-se ligeiramente arroxeadas. A face inferior da lâmina apresenta fundo escuro, proveniente da coloração escarlate da face superior, quando examinada contra a luz; a conformação da folha é normal.

Estudos sobre a resposta da goiabeira à adubação fosfatada são poucos. Corrêa et al. (2003) avaliaram o desenvolvimento de mudas de goiabeira em resposta às doses e modos de aplicação de fertilizante fosfatado. As mudas foram transplantadas em conjuntos de vasos (sacos plásticos de 18 x 28 cm) geminados, contendo em cada lado 2,8 dm3 do subsolo de um Argissolo (P-resina = 1 mg dm-3), de modo que cada metade do sistema radicular fi casse em um vaso. As doses de 70; 140 e 280 mg dm-3 de P, na forma de superfosfato triplo, foram aplicadas ao solo em duas maneiras (distribuído em todo o volume do solo, ou localizado na camada superior a 1/3 da altura do vaso) e dividindo-se a dose igualmente entre os dois vasos do conjunto, ou aplicando-se a dose total em um único vaso. As mudas de goiabeira responderam positivamente à adubação fosfatada, sendo a dose de P próxima de 100 mg dm-3 de solo sufi ciente para o bom desenvolvimento das plantas. Doses de P acima de 200 mg dm-3 promoveram redução do crescimento das mudas de goiabeira. A localização do fertilizante na parte superior, ou em todo o volume de solo do vaso, não afetou o suprimento de P às mudas, e tampouco o desenvolvimento vegetativo. A aplicação

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185

190

0 45 90 135 180 225 270

Dose N (kg/ha)

300

350

400

450

500

550Tamanho do fruto

Tam

anho

do

fruto

(g)

Nde

fruto

so

N de frutoso

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do adubo fosfatado distribuído em todo o volume de solo no vaso, proporcionou maior desenvolvimento do sistema radicular e menor desenvolvimento da parte aérea das mudas, comparado à aplicação localizada na superfície.

Os efeitos da calagem e da aplicação de fósforo no desenvolvimento de mudas de goiabeira foram avaliados por Natale et al. (2000) num ensaio do tipo fatorial 4 x 4. Foram empregadas doses crescentes de calcário e de adubo fosfatado, observando-se os efeitos no solo, na produção de matéria seca e no desenvolvimento das plantas. Verifi cou-se que a calagem e a adubação fosfatada elevaram os teores trocáveis de Ca e Mg, a saturação por bases e o pH do solo. Nas plantas, a aplicação provocou elevação dos teores de Mg e P e diminuição de Mn e Zn da matéria seca. De maneira geral, as doses de calcário (1,2 g dm-3) e de fósforo (200 mg dm-3) foram sufi cientes para atingir maiores pesos de matéria seca das mudas de goiabeira.

Natale et al. (2001) conduziram um ensaio de campo, para estudar os efeitos da adubação fosfatada na cultura da goiabeira, durante três anos agrícolas, utilizando plantas da cv. Paluma com um ano, plantadas num Latossolo Vermelho-Amarelo da Região de São Carlos, SP. O delineamento experimental, em blocos casualizados, testou sete doses de P2O5: 0, 9, 17, 34, 51, 68 e 85 kg ha-1, no primeiro ano. No segundo e terceiro anos, aplicaram-se o dobro das doses iniciais de P2O5. Os resultados demonstraram a elevação do teor de P no solo das parcelas que receberam doses mais altas de fertilizante. Não houve, porém, efeito da adubação sobre o teor foliar do elemento, ou sobre a produção de frutos. Resultado semelhante foi obtido por Natale (1999) com a cv. Rica.

Considerando a resposta pouco signifi cativa da aplicação de P para plantas adultas, Natale et al. (1999) estudaram se a aplicação de P via foliar, juntamente com o tratamento fi tossanitário da goiabeira, poderia ser efi ciente. Para observar a dinâmica do P pulverizado, aplicou-se, no terceiro par de folhas de mudas de goiabeira, uma solução aquosa de fosfato monoamônico (MAP) à 2% com uma atividade específica de 32P igual a 0,15 Ci mL-1. A absorção de P foi máxima aos 20 dias após a aplicação, correspondendo a 12% do total aplicado. Aproximadamente 20% do P absorvido pelas folhas, foi redistribuído na planta, especialmente nas partes mais novas.

Em função dos resultados anteriores, Natale et al. (2002b) realizaram experimento, em condições de campo, com fósforo aplicado via foliar em goiabeiras cv. Paluma adultas, durante três anos consecutivos. As doses empregadas foram 0, 0,5; 1,0 e 2% de P2O5 na forma de MAP aplicadas via foliar e uma testemunha (200 g planta-1 de P2O5 via solo). Apesar de ter havido alteração da concentração de P no solo e nas folhas da goiabeira, a produção não foi afetada.

Potássio (K): De acordo com Accorsi et al. (1960), goiabeiras cultivadas em condições de carência de K, exibem nas folhas, numerosas manchas marrons,

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pequenas, aglomeradas, com forma e contorno variáveis. Essas manchas distribuem-se pelo limbo foliar, a partir dos bordos, em direção à nervura principal, mais concentradas na porção mediana superior do limbo, resultando um aspecto pintalgado. Sobre a nervura principal, e em muitas secundárias, há manchas menores. Com a evolução da defi ciência, as manchas se fundem, principalmente na periferia, formando manchas maiores, mais escuras, que dão início à necrose de tecido. Pequenas áreas do limbo permanecem verdes. A face inferior do limbo, em correspondência com as manchas da página superior, mostra coloração marrom-avermelhada. As folhas ostentam uma coloração avermelhada.Em experimento de campo, com a aplicação de K2O nas doses de: 0, 9, 17, 34, 51, 68 e 85 kg ha-1, no primeiro ano, o dobro no segundo, e o triplo no terceiro ano do estudo, verifi cou-se que a produção de frutos aumentou com o incremento das doses de K no terceiro ano; 90% da produção máxima estimada esteve associada ao teor foliar de K de 16,2 g kg-1 e à concentração de K-trocável no solo de 0,75 mmolc dm-3, que corresponderam à aplicação de K2O = 82 kg ha-1 (Natale et al., 1996c).Em ensaio semelhante ao anterior, porém, com goiabeiras da cv. Rica, os resultados indicaram para o terceiro ano, que 90% da produção máxima esteve associada ao teor foliar de K de 18,9 g kg-1 e à dose de K2O de 150 kg ha-1 (Natale et al., 1996b).Cálcio: O efeito do Ca na organização da lamela média, pode infl uenciar a textura, a fi rmeza e a maturação dos frutos, reduzindo a taxa de degradação da vitamina C, de produção de etileno e CO2 e a incidência de doenças pós-colheita. O aumento do Ca no fruto de goiaba promove maior fi rmeza do fruto e redução da perda de água (Fig. 6.2; Prado et al., dados não publicados), levando à melhor qualidade do fruto, e maior período de armazenamento na pós-colheita.

Fig. 6.2. Relação entre o teor de cálcio na polpa do fruto, a perda de peso e a fi rmeza de goiabas, após oito dias de armazenamento, em temperatura ambiente.

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Magnésio (Mg): Folhas de goiabeiras cultivadas em condições de omissão de Mg apresentam, na página superior, duas séries de manchas amarelas, paralelas à nervura principal, uma de cada lado; cada mancha situa-se entre duas nervuras secundárias, sendo limitada pela nervura principal. As séries começam na base do limbo e terminam à pequena distância do ápice. Além dessas manchas ocorrem, ainda, numerosas outras marrons, de tamanho, forma e contornos variáveis, às quais, às vezes se fundem. Na página inferior a mesma sintomatologia da superior, porém, as manchas citadas são menos nítidas. A nervura principal é verde-clara (Accorsi et al. 1960).

Prado (2003) observou resposta positiva da goiabeira em fase inicial de produção à aplicação de Mg, como calcário dolomítico. Há relação signifi cativa entre os teores de Mg foliar (g kg-1) e a produção de frutos de goiabeira (t ha-1), como segue: produção = -132,4 +136,9 Mgfoliar-26,4 Mg foliar

2; R2 = 0,80**.

Enxofre (S): Segundo Accorsi et al. (1960), a defi ciência de S em goiabeiras, caracteriza-se pela ocorrência de manchas necróticas que variam de forma, tamanho, contorno e número, localizadas, principalmente na porção mediana inferior do limbo. Essas manchas são mais nítidas quando se examina a folha contra a luz. A coloração é arroxeada em quase toda a extensão da nervura principal (exceção dos extremos, nessa fase dos sintomas) e nas nervuras secundárias (exceto as da região basal e apical do limbo). As áreas internervais se apresentam com coloração verde-citrina uniforme. Na face inferior, a lâmina foliar, além de ser pouco mais clara que a superior, percebe-se manchas cloróticas, embora pouco nítidas. Somente as nervuras secundárias revelam um roxo mais claro que o da face superior. A nervura principal apresenta coloração normal.

Considerando a carência de informações sobre a resposta da goiabeira à aplicação de micronutrientes, alguns estudos avaliaram o efeito de micronutrientes em mudas de goiabeira. Natale et al. (2002c) avaliaram o efeito da aplicação de Zn ao substrato de produção das mudas de goiabeira, acompanhando os efeitos no desenvolvimento, na produção de matéria seca e no estado nutricional das plantas. As doses de Zn, na forma de sulfato de zinco, foram: 0; 2; 4; 6 e 8 mg de Zn dm-3. O experimento foi conduzido em viveiro telado, em vasos com 2,8 dm3 de substrato de um Argissolo Vermelho-Amarelo. Após 135 dias do plantio avaliaram-se a altura, a área foliar e a matéria seca da parte aérea e das raízes, bem como os teores de macronutrientes e de Zn. As mudas de goiabeira responderam positivamente à aplicação do nutriente. O maior desenvolvimento das mudas esteve associado à dose de 2 mg de Zn dm-3. Doses iguais ou superiores a 4 mg dm-3 causaram redução signifi cativa no desenvolvimento e no acúmulo de macronutrientes nas mudas de goiabeira.

Os micronutrientes são importantes na nutrição das plantas, especialmente em solos tropicais. Como fonte alternativa de micronutrientes tem-se a escória de siderurgia,

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resíduo industrial da produção de ferro-gusa e aço. Prado et al. (2002) avaliaram a escória como fonte de micronutrientes para mudas de goiabeira. As doses de escória foram aplicadas, objetivando elevar em meia, uma vez, uma vez e meia, duas vezes e duas vezes e meia a saturação por bases do solo igual a 70%, correspondendo a 1,68; 3,36; 5,04; 6,72 e 8,40 g vaso-1, além da testemunha sem aplicação. Após 90 dias de incubação da escória com o Argissolo Vermelho-Amarelo, cultivaram-se mudas de goiabeira (cv. Paluma) por 110 dias em vasos com 2,8 dm3 de substrato, em viveiro telado. A escória promoveu efeitos favoráveis na reação do solo, e nas disponibilidades de Zn, Cu, Mn e B do solo. Houve efeitos quadráticos nas concentrações de Zn, Cu e Mn do solo que, por sua vez, estiveram associadas às doses de escória superiores a 5,8; 6,3 e 7,5 g vaso-1, respectivamente, enquanto, para o B, esse efeito foi linear. A saturação por bases do solo, entre 51 e 55%, resultou em maior disponibilidade dos micronutrientes Zn, Cu e Mn no solo, ao passo que, para o B, esse valor foi de 65%. Da mesma forma que ocorreu no solo, a aplicação da escória apresentou efeitos quadráticos nos teores de Zn, Cu e Mn da parte aérea e das raízes das mudas de goiabeira enquanto, para o B, esse efeito foi linear. Concluiu-se, portanto, que a escória comportou-se como material corretivo da acidez, e como fonte de micronutrientes para as mudas de goiabeira.

6.4.3. Análise foliar

A análise foliar é ferramenta de diagnóstico importante, que juntamente com a análise de solo, possibilita o acompanhamento do programa de manejo de adubação do pomar. No caso da goiabeira, a época de amostragem foliar é a do fl orescimento da cultura, o que permite, se necessário, eventuais correções na adubação que é realizada após esse período. A amostragem de folha deve ser feita, agrupando-se talhões com características semelhantes quanto a cultivar, idade, produtividade, manejo do pomar, em áreas com solos homogêneos. As folhas-diagnose são as recém-maduras, correspondendo ao terceiro par, a partir da extremidade do ramo. No Estado de São Paulo, a amostragem é realizada no período de pleno fl orescimento, nos meses de setembro-outubro, variando, porém, com diversos fatores, em especial com o início das chuvas ou com a época da poda. Recomenda-se a coleta de quatro folhas por planta, em pelo menos 25 árvores por talhão, para compor uma amostra (Natale, 1993; Natale et al., 1996a; Natale et al., 2002a).

Os teores foliares de nutrientes considerados adequados para as cv. Rica e Paluma de goiabeira, essa última a mais plantada no Brasil, são apresentados na Tabela 6.2. Esses valores diferem em parte daqueles recomendados por Quaggio et al. (1996), cujas faixas adequadas (N = 13 a 16; P = 1,4 a 1,6; K = 13 a 16; Ca = 9 a 15; Mg = 2,4 a 4,0 g kg-1) não discriminam diferenças varietais.

O estádio fenológico da planta é um dos fatores que interfere na concentração, e no acúmulo de nutrientes nas partes das árvores. Assim, em função de cada fenofase,

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existirá um teor adequado de macro e micronutrientes. Dessa forma, os estudos de marcha de absorção objetivam conhecer cada estádio fenológico, correlacionando-o com os nutrientes no órgão amostrado. Por intermédio desses estudos é possível predizer a época (ou épocas) de maior exigência nutricional da planta. Apesar dessa importância, não existem estudos de marcha de absorção para a goiabeira. Há alguns fatores inerentes ao sistema de produção dessa fruteira e características da própria planta, que poderiam explicar essa situação. Na fase de desenvolvimento das mudas, a goiabeira é propagada por estaca herbácea e, durante a fase de formação e produção, um acondicionamento rigoroso da planta em recipientes, para realizar esse tipo de estudo, poderia não reproduzir a situação real de campo, visto que o sistema radicular da goiabeira é robusto, atingindo profundidades consideráveis no perfi l do solo.

Tabela 6.2. Teores de macro e micronutrients considerados adequados para goiabeira a partir do terceiro ano de idade, determinados em folhas coletadas durante o período de pleno fl orescimento da cultura.Nutriente cv. Rica cv. PalumaMacronutriente ----------------------------- g kg-1 ---------------------------N 22-26 20-23P 1,5-1,9 1,4-1,8K 17-20 14-17Ca 11-15 7-11Mg 2,5-3,5 3,4-4,0S 3,0-3,5 2,5-3,5Micronutriente ---------------------------- mg kg-1 --------------------------B 20-25 20-25Cu 10-40 20-40Fe 50-150 60-90Mn 180-250 40-80Zn 25-35 25-35

Fonte: Natale et al., 1996; Natale et al., 2002.

6.5. Adubação

6.5.1. Adubação na fase de plantio

As doses de fertilizantes fosfatados a serem aplicadas dependem do teor de fósforo no solo. Tendo em vista a baixa mobilidade desse elemento, deve-se aproveitar as covas ou sulcos para adicioná-lo em profundidade.

Na cova de plantio, deve-se adicionar 20 a 30 L de composto orgânico, como esterco de curral curtido (ou a terça parte de esterco de galinha) e o fertilizante fosfatado, conforme indicação da Tabela 6.3 (Natale et al., 1996a). Além disso, é oportuna

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a aplicação de micronutrientes, especialmente B (1 g por cova) e Zn (2 g por cova). Assim, o composto orgânico, o fertilizante fosfatado e os micronutrientes devem ser misturados à terra de enchimento da cova, cerca de 30 dias antes do plantio das mudas.

Tabela 6.3. Adubação fosfatada para implantação de pomar de goiabeiras, de acordo com o teor de fósforo do solo.

P-resina (mg dm-3)

Dose de P2O5

(g cova-1)

<6 1806-12 140

13-30 100>30 60

Fonte: Natale et al.,1996a.

6.5.2. Adubação na fase de formação

A adubação de formação deve ser realizada do pegamento das mudas até a idade de três anos. A adubação recomendada está baseada na análise de solo, na cultivar e na idade da planta em formação (Tabela 6.4).

Tabela 6.4. Recomendação de adubação para goiabeiras em formação, por idade, por cultivar e em função da análise do solo.

Idade NP-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)

<6 6-12 13-30 >30 <0,8 0,8-1.5 1,6-3,0 >3,0

Ano g planta-1

-------- P2O5 (g planta-1 ) -------- ----------- K2O (g planta-1) -----------

cv. Rica

0-1 120 0 0 0 0 120 90 60 301-2 240 120 80 40 0 240 180 120 602-3 480 240 160 80 0 480 360 180 90

cv. Paluma0-1 100 0 0 0 0 100 80 50 301-2 200 100 50 30 0 200 150 100 502-3 400 200 100 60 0 400 300 150 80

Fonte: Natale et al., 1996a.

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As quantidades de fertilizantes a serem aplicadas, com base nas fontes comerciais disponíveis, devem obedecer às épocas de parcelamento, e a localização constantes nas Tabelas 6.5 e 6.6. Salienta-se que essas recomendações foram determinadas com base em sistemas de produção de goiabeira, sem irrigação e, assim, pode-se utilizar as mesmas recomendações para pomares em formação com até dois anos, em fertirrigação. Ressalta-se, que Bassoi et al. (2001b), estudando a distribuição do sistema radicular da goiabeira em formação cultivada em um Argissolo (argila = 120 g kg-1), verifi caram que a maior concentração de raízes (>70%) aumentou com a idade da planta, ou seja, até aos 6; 12; 18 e 34 meses, a distância efetiva das raízes foi de: 20; 40; 60 e 100 cm, respectivamente. Os autores acrescentaram, ainda, que a profundidade efetiva das raízes de 80 cm ocorreu a partir de 18 meses, após o plantio. Essas informações podem ser úteis para orientar o manejo da irrigação, no tocante ao local de instalação dos aspersores e dos tensiômetros, assim como para a localização da fertilização, ao longo do ciclo de cultivo da cultura. Entretanto, salienta-se que esse padrão de distribuição das raízes da goiabeira, pode ser variável com a variedade, e as condições edafoclimáticas da região de cultivo.Em pomares com mais de dois anos, empregando fertirrigação, devem ser feitos ajustes, com maior número de parcelamentos da adubação, conforme será apresentado mais adiante.O parcelamento dos nutrientes é, também muito importante em sistemas de fertirrigação. Silva et al. (2000) estudaram a dinâmica do potássio em sistema de fertirrigação, notando que para as doses recomendadas para uma dada região e as inferiores, uma freqüência de irrigação maior (três dias), aumentou a concentração do íon K na solução do solo. Entretanto, em doses acima da recomendada (50%) essa freqüência de irrigação levou à menor concentração de K. Concluíram, portanto, que em fertirrigação o manejo racional da irrigação e fertilização é tão importante quanto às quantidades de adubo aplicadas.Desse modo, uma freqüência de fertirrigação muito alta, implica em aumento da dose do fertilizante, podendo predispor o nutriente às perdas por lixiviação. Em Regiões como o Sudeste do Brasil, que se caracteriza pela concentração de chuvas em um período curto do ano, essa perda de nutrientes, poderá ser ainda mais acentuada.Além da adubação N, P e K, deve-se considerar os micronutrientes, especialmente B e Zn, em razão da pobreza desses elementos, ser comum em solos tropicais, além das exportações pelos frutos. Assim, é necessária uma adubação de segurança, que pode ser feita com duas aplicações foliares (Tabela 6.5), aproveitando-se, eventualmente, a aplicação de defensivos (inseticidas, fungicidas, entre outros). Destaca-se o valor da análise foliar para um adequado acompanhamento das exigências nutricionais da planta, também em relação aos micronutrientes.É importante suspender a irrigação pelo menos 30 dias antes da poda de frutifi cação, com o objetivo de submeter a planta ao estresse hídrico.

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Tabela 6.5. Solução de micronutrientes (boro e zinco) para aplicação foliar em goiabeiras.

Fonte do nutriente

Concentração Quantidade por100 L de água

Época de aplicação1a 2a

% gÁcido bórico 0,06 60

Setembro NovembroSulfato de zinco

0,5 500

Adaptado de: Natale et al., 1996.

Tabela 6.6. Recomendação de adubação de goiabeiras em produção, por cultivar, por produtividade e em função da análise do solo.

Produção N(1) P-resina (mg dm-3) K-trocável (mmolc dm-3)(2)

<6 6-12 13-30 >30 <0,8 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0

t ha-1 kg ha-1 ----------- P2O5 (kg ha-1) --------- ----------- K2O (kg ha-1) ------------cv. Rica

<40 210 60 45 15 0 210 140 70 3540-60 230 60 45 15 0 270 200 100 6060-80 290 70 60 30 0 330 240 145 85>80 340 90 70 45 0 390 290 190 115

cv. Paluma<60 230 45 30 15 0 230 145 85 45

60-80 290 45 30 15 0 315 230 115 7080-100 340 60 45 30 0 370 270 170 100>100 400 70 60 45 0 430 330 230 115

(1)Quando o teor foliar de N for superior a 26 g kg-1 (cv. Rica) ou a 23 g kg-1 (cv. Paluma), reduzir a adubação nitrogenada, não colocando N no último parcelamento.

(2)Quando o teor foliar de K for superior a 19 g kg-1 (cv. Rica) ou a 17 g kg-1 (cv. Paluma), reduzir a adubação com K, não colocando o adubo no último parcelamento.

Fonte: Natale et al., 1996a.

6.5.3. Adubação na fase de produção

As diferenças entre a adubação convencional e a fertirrigação devem ser consideradas, especialmente no período de produção da planta. Nessa fase, as árvores apresentam maior atividade fi siológica e, como conseqüência, maior

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exigência nutricional. As pesquisas com calibração e a determinação das exigências nutricionais das goiabeiras, bem como as recomendações de fertilizantes, provém de experimentação na ausência de irrigação. Com o uso da fertirrigação, tem-se alterações no sistema solo-planta, necessitando de ajustes nas recomendações de adubação.

Os fatores que poderiam indicar aumento das doses, estariam relacionados à planta e ao clima do Brasil, especialmente no Estado de São Paulo. Quanto ao fator planta, tem-se que a irrigação levaria a um aumento potencial da produção de frutos, com maior exigência nutricional. Os sistemas de irrigação, especialmente o localizado, teriam um “efeito de confi namento” do sistema radicular das plantas, em local úmido, inibindo a expansão das raízes. Como conseqüência, haveria necessidade de aumentar a concentração dos nutrientes no solo, para compensar esse comportamento das raízes. O segundo fator, o clima, característico da região paulista, com elevada precipitação em curto período de tempo, indica maiores perdas por lixiviação, especialmente dos nutrientes móveis no solo. Zanini (1991) acompanhou a concentração de K em fertirrigação por gotejamento, no bulbo molhado, onde realizou amostragem do solo 24 h após a fertirrigação, e outra amostragem após seis irrigações sucessivas, apenas com água, observando redução na concentração do K entre 58 e 66 % na camada de 0 a 40 cm de profundidade.

As áreas irrigadas, com aplicação localizada (gotejamento e microaspersão), podem afetar a distribuição de raízes, indicando que a fertirrigação é a alternativa mais adequada de aplicação de fertilizantes ao solo. Assim, todo o volume de solo explorado pelas raízes absorventes (especialmente as fi nas e muito fi nas) recebe os nutrientes, permitindo a absorção por um maior número de raízes, enquanto na aplicação via solo, a certa distância do tronco da planta, apenas parte do sistema radicular tem acesso aos nutrientes, sendo pois necessária uma quantidade maior para a mobilização dos elementos e a absorção dos mesmos (Coelho et al., 2001). Além disso, a possibilidade do fornecimento de água e nutrientes em conjunto, pode satisfazer à exigência nutricional da planta, em qualquer fase do ciclo de produção, permitindo maior número de parcelamentos e, conseqüentemente, aumento da efi ciência de uso dos fertilizantes.

Assim, até que a experimentação mostre resultados conclusivos, a recomendação de adubação para fertirrigação deve considerar os aspectos do sistema solo-planta, para uma região de produção conhecida. Especifi camente, para a goiabeira inexistem resultados de pesquisa de longa duração, que permitam a defi nição da recomendação em fertirrigação para a cultura. Entretanto, ajustando-se os resultados de pesquisa de exigência nutricional dessa fruteira, em condições de sequeiro e, aliando-se às informações fi totécnicas da cultura, e mesmo de outras frutíferas fertirrigadas, é possível realizar uma primeira aproximação para recomendação da fertirrigação em goiabeiras.

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A adubação de produção da goiabeira deve ser realizada a partir do quarto ano de implantação do pomar, quando as plantas entram em plena fase produtiva. A adubação, nessa ocasião, visa ao atendimento das exigências nutricionais da cultura, tanto para a manutenção, como para a exportação de elementos pelos frutos e à qualidade dos mesmos.

A aplicação de fertilizantes deve considerar as necessidades nutricionais da planta, avaliadas por meio de análises de solo e folhas, anualmente. As doses de adubo devem ser adequadas às características do pomar, considerando-se a cultivar, idade das plantas, manejo da área e expectativa de produção.

Entre os objetivos dessa recomendação está a indicação da adubação que atenda, além do aspecto técnico, também o econômico, de maneira a se obter a máxima produtividade com o mínimo de custos. Salienta-se, ainda, que para utilizar esse programa de adubação, em fertirrigação, é necessário o uso otimizado de outras tecnologias (podas e irrigação controlada), no sentido de maximizar o período de produção da goiabeira, atingindo-se três colheitas a cada dois anos.

A Tabela 6.6 indica as doses de N, P2O5 e K2O a serem utilizadas no pomar, com base na análise de solo e de folhas e, expectativa de produção, conforme resultados experimentais obtidos por Natale (1993), Natale et al. (1994, 1995, 1996a, b, c). As diferenças varietais são contempladas na recomendação da adubação, em função do potencial de produção distinto, observado para as cv. Rica e Paluma, essa última a mais plantada no Brasil.

O parcelamento da adubação de produção, em fertirrigação, deve ser iniciado um mês antes da poda, com o objetivo de suprir os fl uxos vegetativos e, também, a demanda de nutrientes para formar a produção futura da cultura. Considera-se o período da poda até a colheita cerca de seis meses, de acordo com as condições edafoclimáticas da região e a cultivar utilizada. Portanto, a adubação de produção deve ser parcelada a cada 30 dias durante sete meses.

6.6. Referências

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