101761245 Resumo Qual e a Tua Obra Mario Sergio Cortella

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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS UFT CURSO DE PEDAGOGIA JAINE POLICENA FREITAS QUAL É TUA OBRA? INQUIETAÇÕES PROPOSITIVAS SOBRE GESTÃO, LIDERANÇA E ÉTICA Resenha Palmas Tocantins Maio de 2010

Transcript of 101761245 Resumo Qual e a Tua Obra Mario Sergio Cortella

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS UFT

    CURSO DE PEDAGOGIA

    JAINE POLICENA FREITAS

    QUAL TUA OBRA? INQUIETAES PROPOSITIVAS

    SOBRE GESTO, LIDERANA E TICA

    Resenha

    Palmas Tocantins

    Maio de 2010

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS UFT

    CURSO DE PEDAGOGIA

    JAINE POLICENA FREITAS

    QUAL TUA OBRA? INQUIETAES PROPOSITIVAS

    SOBRE GESTO, LIDERANA E TICA

    Resenha

    Trabalho apresentado a disciplina de Leitura e

    Produo de Textos da Universidade Federal do

    Tocantins - UFT

    Prof Ary Carlos Moura Cardoso

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    Cortella, Mrio Sergio, Qual tua obra?: Inquietaes propositivas sobre gesto,

    liderana e tica, 6 Edio, Petroplis RJ, Vozes, 2009.

    Gesto

    Ultimamente tem se falado em empresa espiritualizada, lder espiritualizado. A

    crescente frequncia com que esses termos tem adentrado no universo corporativo

    pode ser interpretado como um indcio de que uma busca por um novo modo de vida

    e convivncia est em curso.

    Espiritualidade a capacidade de olhar que as coisas no so um fim em si

    mesmas, que existem razes mais importantes do que o imediato. Que aquilo que se

    faz, por exemplo, tem um sentido um significado. Que a noo de humanidade

    uma coisa mais coletiva, na qual a idia de pertencimento e que, portanto, o lder

    espiritualizado aquele capaz de olhar o outro como outro, de inspirar, de elevar a

    obra, em vez de simplesmente rebaixar as pessoas.

    O desejo por espiritualidade um sinal de descontentamento muito grande com o

    rumo que muitas situaes esto tomando e, por isso, uma grande queixa. E a

    espiritualidade vem a tona quando precisamos fazer uma reflexo sobre ns mesmo;

    alis, a espiritualidade precedida pela angstia, o sentimento de algo est errado,

    mas no identificado.

    Acredito que ns estamos hoje com uma crise no conjunto da vida social, do qual o

    trabalho apenas um pedao. Mas no s trabalho; a famlia tambm, o modo

    como se lida com os meios de comunicao, a relao entre as geraes, a prpria

    escola. Ento, ns estamos em um momento de transio, de turbulncia muito forte

    em relao aos valores. Dessa forma o mundo do trabalho um mundo no qual

    tambm cabe a alegria, a fruio. Temos carncia profunda e necessidade urgente

    de a vida ser muito mais a realizao de uma obra do que de um fardo que se

    carrega no dia-a-dia.

    A idia de trabalho como castigo precisa ser substituda pelo conceito de realizar

    uma obra. Por muitas vezes a idia de trabalho associado a castigo, fardo,

    provao, escravido, explorao pelo empregador, enfim tortura, tripalium. Esta

    idia precisa ser substituda pela idia de realizar uma obra, algo que completa e

    que traz satisfao, poiesis.

    Todas as vezes que aquilo que voc faz no permite que voc se reconhea, seu

    trabalho se torna estranho a voc. E voc no ter prazer naquilo que est fazendo

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    e alm do cansao fsico natural para um dia de trabalho, haver tambm o stress a

    fadiga de estar realizando algo que no te completa e voc no ter a auto-

    realizao.

    Hoje em fsica quntica no se fala mais em universo, mas em multiverso. Voc

    um entre 6,4 bilhes de indivduos, pertencentes a uma nica espcie homo sapien,

    entre outras trs milhes de espcies classificadas, que vive um planetinha, que gira

    em torno de uma estrelinha, que uma entre 100 bilhes de estrelas que compem

    uma galxia, que uma entre outras 200 bilhes de galxia num dos universos

    possveis e que vai desaparecer. E ainda assim tem gente que se acha.

    Uma das coisas mais inteligente que um homem e uma mulher podem saber

    "saber que no sabem". S possvel caminhar em direo excelncia se voc

    souber que no sabe algumas coisas. Porque h pessoas que em vez de ter

    humildade para saber que no sabem, fingem que sabem, o que pior pois acaba

    impedindo um planejamento adequado, impede uma ao coletiva eficaz. A pessoa

    que tm dvidas e humilde para aprender com a correo de seus erros, caminha

    para a excelncia. Enquanto que o arrogante, aquele que sabe tudo, ter sua

    capacidade de aprender com outros comprometida e no entrar em sintonia com o

    outro.

    Uma pessoa que reconhece que no sabe, no significa que ela no saiba de nada,

    significa apenas que ela est sempre pronta para aprender, e em se tratando de

    empresas, o melhor investimento que uma empresa pode fazer na formao

    continuada de seus funcionrios, e no apenas a formao especialista, mas sim a

    multiespecialista que promover a autonomia de seus funcionrios. E formar

    pessoas para autonomia exige que elas desenvolvam a sensibilidade, a capacidade

    de acumulao de conhecimentos e informao. formar pessoas que tenham

    conhecimentos eficientes e que d resultados, pois a empresa vive de resultados.

    A corrida por uma vaga no mercado de trabalha leva os indivduos a investir em sua

    carreira, e essa formao individual propicia que o mesmo procure outro emprego

    quando se sinta insatisfeito com o emprego atual. E essa insatisfao no est

    ligada somente a questo salarial, mas tambm no reconhecimento da empresa pela

    obra que ele est realizando. O reconhecimento fator decisivo para a permanncia

    do profissional na empresa. Hoje quando uma empresa trata o funcionrio com

    dispensvel, ela torna-se dispensvel para o funcionrio. Haja vista, que no nvel de

    gerncia para cima h uma circulao imensa de executivos entre as organizaes.

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    Uma empresa inteligente aquela que oferece uma parceria para com o profissional

    e uma perspectiva de futuro para o mesmo seja com apoio financeiro para formao

    profissional e acadmica. Quando uma empresa leal ao profissional ele tambm

    estar propenso a ser para com ela.

    Na hora de escolher um curso de aperfeioamento ou uma ps-graduao, muitos

    profissionais so acometidos pelo dilema entre fazer algo pelo qual tenha genuno

    interesse ou algo para atender uma demanda do mercado de trabalho. preciso

    saber equilibrar, mas no to fcil, pois s possvel chegar ao reino da liberdade

    quando o reino da necessidade est resolvido. As vezes uma pessoa faz um curso

    que no gosta e fica insatisfeito e at mesmo frustrado. A sndrome de Rock Balboa

    que o protagonista do filme homnimo faz seu treinamento para superar as

    adversidades em umas poucas cenas e passa rapidamente. Assim tambm a

    pessoa acometida com essa sndrome, deseja esta preparado rapidamente para

    vencer o adversrio. Mas existem cursos que so demorados, exigem trabalhos,

    viagens, resignao de lazer e momentos ao lado da famlia. importante que o

    profissional que est se preparando, tenha em mente que isto apenas uma fase

    necessria para obteno do sucesso. As vezes preciso fazer um curso para suprir

    suas necessidades e dar subsdios pra ai fazer o curso desejado. Mas, algumas

    empresas tambm podem ter essa sndrome.

    necessrio que uma empresa seja capaz de ter medo de no renovar e perder

    oportunidades. Para ir da oportunidade ao xito preciso enfrentar o medo de

    mudanas, romper com esse sentimento ir atrs do vento oportuno. E uma das

    caractersticas central de quem no perde oportunidade a audcia, a capacidade

    de planejar estrategicamente de forma proativa prevendo as mudanas que podero

    ocorrer.

    As vezes o capito de um navio faz planos prevendo os estragos que podem ser

    causados por grandes ondas e menosprezam as pequenas ondas. E acabam saindo

    da rota por causa das avarias causadas nos cascos do navio pelas ondinhas. As

    ondinhas para uma empresa ou organizao so os pequenos desperdcios,

    pequenos conflitos ou pequenos problemas, que vo minando os recursos dia aps

    dia e se demora muito para tomar providncia os estragos podem ser irremediveis

    e causar at mesmo a falncia.

    Se uma empresa procura estabelecer novos paradigmas e quer construir a

    excelncia, necessrio organizar-se de outro modo. Que aja. Quando preciso

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    agir. Todas as vezes que necessrio mudar, existem duas atitudes muito comuns

    no comportamento de alguns funcionrios: a primeira a pessoa cair na cautela

    imobilizadora, a segunda o mpeto inconsequente. A busca da excelncia exige

    ao, mas sem cair na cautela imobilizadora e sem mpeto inconseqente. A cautela

    imobilizadora ficar adiando uma ao necessria. Enquanto que o mpeto

    inconseqente o famoso vamos que vamos, sem nenhum planejamento.

    preciso saber equilibrar a tenso da flexibilidade com rigidez. Existe uma tenso

    entre o que eu mantenho, que a rigidez, e o que eu mudo, que a flexibilidade.

    Estamos vivendo a emergncia de novos e mltiplos paradigmas. So novos tempos

    que exigem novas atitudes. No d para fazer a velha edio para as coisas que

    caminham em direo a excelncia. No trajeto at o novo patamar preciso lidar

    com a tenso da mudana, e corre o risco do desequilbrio momentneo. Coragem

    para enfrentar o desequilbrio momentneo garantia de estabilidade mais adiante.

    A virtualizao do local de trabalho, a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar

    hoje significa que se pode trabalhar o tempo todo. Agora, est-se procurando um

    ajuste que no tem a ver somente com o mundo do trabalho, mas com o nosso

    modo de vida. H executivos que entram em estado de desespero porque no

    conseguem mais conviver com a famlia. E como o mundo da competitividade

    muito acelerado e ele precisa de fato estar o tempo todo em ateno, produzindo,

    procurando competncia e eficcia, no sobra tempo para outras coisas. Ento, tem-

    se um nvel de infelicidade muito grande.

    A responsabilidade de um mundo obsessivamente competitivo, mas ela muita

    vezes tambm de um modo de vida de como a uma famlia vive. Por exemplo: hoje

    h um alto nvel de consumo das famlias de classe mdia, dos executivos. Esse

    consumo responsabilidade do homem ou da mulher, no caso do executivo ou

    executiva. Se ele baixar a qualidade do trabalho que faz, ele baixa o padro salarial.

    A questo central como voc faz um pacto com sua famlia para que perceba que

    voc est oferecendo a eles uma condio privilegiada de vida, com condies

    materiais, alto consumo, mas isso est lhe matando, infelicitando-lhe, amargurando-

    lhe e voc vai precisar da ajuda de todos para poder baixar a carga de trabalho para

    poder ter um pouco mais de vida.

    Voc uma pessoa inteira. Quando vai para casa, est levando tudo com voc e

    quando vai para o trabalho, est levando tudo com voc. No d para dissociar uma

    coisa da outra necessrio uma administrao efetiva do tempo: trabalho, famlia,

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    estudos, espiritualidade e lazer. E para isso necessrio uma distino entre o que

    urgente e o que importante. necessrio reinventar o modo de como estamos

    existindo; no apenas o mundo do trabalho, que s uma das dimenses. No a

    nica, nem a exclusiva, aquela na qual ns gastamos mais tempo. necessrio

    lembrar que ocupao no sinnimo de vida, mas sim de atividade.

    Liderana

    Contar com mecanismos de reconhecimento sinal de inteligncia estratgica. As

    pessoas esto comeando a fazer uma distino necessria entre o que essencial

    e o que fundamental. Essencial tudo aquilo voc no pode deixar de ter:

    felicidade, amorisidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental

    tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial. Fundamental o que lhe permite

    conquistar algo. Por exemplo, trabalho no essencial, fundamental. O trabalho

    lhe permite atingir a amizade, a felicidade, a solidariedade. Dinheiro no essencial,

    fundamental. Sem ele voc passa necessidade. No mundo da empresa, salrio

    no essencial, fundamental. O que eu quero do meu trabalho ter a minha obra

    reconhecida, me sentir importante no conjunto daquela obra. Essa viso do conjunto

    da obra vem levando muitas pessoas a questionar o que, de fato esto fazendo ali.

    O nosso modo de vida no Ocidente est em crise e algumas questes relevantes

    vm a tona: a compreenso sobre a nossa importncia, o nosso lugar na vida, o que

    vale e o que no vale, qual o prprio sentido da existncia. A proposta da cincia

    h cem anos, era que com quanto mais tecnologia mais tempo livre haveria para a

    famlia, o lazer e amorisidade. Mas o que tem acontecido exatamente o inverso,

    pois apesar de tantas tecnologias o que temos menos tempo livre. Hoje temo um

    fosso entre o essencial e o fundamental, que leva as pessoas a se sentirem

    incomodadas.

    H um nvel de insatisfao que somente as empresas com maior inteligncia

    estratgica sero capazes de lidar, que so os mecanismos de reconhecimento.

    "Reconhecer" significa conhecer a mim mesmo. Eu preciso me ver naquilo que fao.

    Do contrrio no me realizo. E se no percebo no que fao, eu no me sinto infeliz.

    Essa uma questo que os lderes no podem perder de vista. Mostrar para as

    pessoas qual o resultado da obra e identificar essa obra como magnfica. Isso

    essencial.

    A liderana uma virtude, e no um dom, virtude uma fora intrnseca como: a

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    coragem, o destemor, a iniciativa so foras intrnsecas. E virtual no se ope ao

    real, mas sim ao atual. Um exemplo a rvore, ela esta virtualmente na semente,

    portanto a semente virtualmente uma rvore. Quando ela passa a ser rvore ela se

    atualiza.

    A liderana uma virtude que est em qualquer pessoa, do ponto de vista virtual. O

    virtual precisa ser atualizado ou realizado. Fazer com que o virtual seja realizado

    fazer com que ele torna-se atual, real. No possvel que qualquer homem ou

    mulher desenvolva alguma atividade se no tiver conscincia clara da finalidade da

    atividade. Porque trabalhar neste setor? Ou qual a sua obra: qual o resultado da

    sua obra? A sua obra muito mais ampla do que qualquer atividade que voc

    realize em si mesma. Qualquer homem e qualquer mulher em qualquer lugar ou

    funo, pode desenvolver a liderana. A liderana sempre circunstancial. Qual a

    diferena entre o lder e o liderado? a circunstancia, ou seja, a ocasio ou a

    situao.

    Nenhum de ns lder em todas as situaes, nenhum ou nenhuma de ns

    consegue liderar qualquer coisa, ou todas as coisas e situaes. Por outro lado,

    qualquer um de ns capaz de liderar alguns processos, algumas situaes,

    algumas pessoas, algumas situaes. Voc no nasce lder, voc se torna lder com

    o processo de vida com os outros. O lder aquele que tem uma fora intrnseca e

    qualquer um de ns pode s-lo.

    Assumir a postura de liderana uma escolha. Mas ela exige uma estupenda

    capacidade: a de ser humilde. Isto , saber que no sabe tudo, saber que no se

    sabe todas as coisas e especialmente saber que no se o nico a saber.

    Se h alguma coisa que atrapalha o processo de liderana o lder ou liderado

    supor-se j sabedor, conhecedor o iluminado. Afinal de contas h um antagonismo

    entre lder e arrogante.

    Quem deseja cada vez mais desenvolver a atividade de liderana, precisa se

    acautelar de duas coisas: a armadilha do mesmo o mesmo o tempo todo do

    mesmo jeito; e a sndrome do general Sedgwick. Se voc no tem medo do mesmo

    melhor comear a ter. Voc, gestor de pessoas, negcios e processos. Tenha

    muito medo do mesmo. Tem gente que est presa ao passado e no consegue

    avanar para o futuro, porque tem um grande passado pela frente. aquela pessoa

    que s quer mais do mesmo, e torna se repetitiva. Das coisas que vem do passado

    preciso saber separar duas situaes: nem tudo que vem do passado para ser

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    descartado, h aquilo que vem do passado que precisa ser guardado, protegido,

    levado a diante. O que a gente chama de tradio. O que vem do passado e precisa

    ser jogado fora o arcaico, o ultrapassado. Na guerra civil Norte Americana o

    General Sedgwick morreu em 9 de maio de 1964, enquanto observa as tropas

    inimigas ao longe, e dizia imagine, eles no acertariam nem um elefante dessa

    dist..., cuidado muitos lderes se acham invulnerveis e ficam descuidados. Isto vale

    tambm para empresa.

    H gente muito contente consigo mesma, porque julga ser o detento do jeito bom de

    ser. E acha que isso liderar. Ele no consegue olhar o outro como fonte de

    renovao. E s fica fazendo mais do mesmo o tempo todo.

    O lder aquele que obtm satisfao procurando satisfazer a obra e os outros.

    Tomemos, pois, muito cuidado com a satisfao. A satisfao paralisa, adormece,

    entorpece e pode nos deixar num estado de tranquilidade. Sabe o que oposto? O

    que nos renova? a outra pessoa. A que nos desafia a ser diferente, a que nos

    obriga a pensar de outro modo. Cuidado com gente que concorda com tudo que

    voc faz. Gente assim:

    a) No gosta de voc;

    b) Comeou a se preparar para lhe derrubar;

    c) Despreza-lhe;

    d) No se importa com voc;

    e) Todas as alternativas acima.

    Porque quando voc tem verdadeira considerao com a outra pessoa, voc corrige,

    discorda dela. Afinal de contas nenhum de ns imune a erro. S ser possvel

    construir futuro e buscar excelncia se formos capazes de conviver, dentro da

    igualdade, com diferena das atividades que cada um faz. Num mundo que muda

    velozmente, uma empresa s se fortalece se estabelece condies de sinergia

    "fora junto". E, nesse sentido fazer "fora junto" obriga a olhar o outro como outro, e

    no como estranho. Num mundo que com velocidade, se eu no olhar o outro como

    fonte de conhecimento para mim, independentemente de onde ele veio, de como ele

    faz, do modo como atua, eu perco uma grande chance de renovao.

    Nunca em toda a histria humana se mudou com tanta velocidade. A velocidade

    tamanha que mudou nossa noo de tempo. Cada dia voc levanta mais cedo e vai

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    se deitar mais tarde e sempre com a sensao de que deveria estar a mais tempo

    acordado.

    A velocidade tanta que mudou a idia de gerao. H vinte anos, choque de

    geraes era entre pais e filhos. Considerava-se gerao um tempo de 25 anos

    porque supostamente por volta dessa idade a pessoa teria um descendente e a viria

    outra gerao. Hoje, choque de geraes imediato. Um jovem de 28 anos

    considerado ultrapassado pela moa de 26 anos e ambos so vistos como

    ultrapassados pelo rapaz de 22 anos.

    Num mundo competitivo, para caminhar para a excelncia preciso fazer o melhor,

    em vez de contentar-se com o possvel. Fazer o possvel bvio. Agora, fazer o

    melhor exatamente aquilo que cria a diferena. Essa busca pelo melhor exige

    humildade e exige que coloquemos em dvida as prticas que ns j tnhamos.

    Porque se as prticas que tnhamos e temos no dia-a-dia fossem o suficientes, j

    estaramos melhor.

    A tarefa fundamental que desenvolve a liderana ser capaz de inspirar as pessoas.

    Muita gente no capaz de inspirar s expirar, tirar a animao e vitalidade. Se voc

    algum que s expira, talvez no consiga ser lder, talvez consiga ser chefe, que

    est ancorado em uma hierarquia.

    O lder inspira at mesmo quando chama a ateno do liderado e corrige. O liderado

    alm de levar a maior bronca do mundo ainda sai alegre, porque o seu lder se

    importa com ele.

    Existem duas caractersticas precpuas da liderana: o lder no nasce pronto, se

    forma. E liderana no tem a ver com a idade, tem a ver com a experincia. H

    pessoas que desprezam o outro porque ele muito jovem, e existem casos onde as

    pessoas desprezam o outro por ser muito velho. Ambos os casos so tolices, porque

    quem despreza o outro despreza uma fonte de informao.

    Muitas vezes a pessoa que tem uma funo que no de chefia, no se sente parte

    da obra, e ficam tristes e muitas vezes se sentem inferiorizadas. Cabe ao lder

    desenvolver uma estratgia para que todas as pessoas sintam se importantes na

    empresa e percebam a obra da empresa como sua, no importa se ela faz apenas o

    cafezinho, ela sabe que o cafezinho deixa as pessoas mais alegres e com

    disposio para fazer a obra acontecer.

    O cerne da palavra companhia est no po que era o nico alimento que durava e

    que sobrava sem estragar. Por isso, companhia era a expresso originada do latim

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    da juno cum, pan, ia, que significa vo com o mesmo po.

    Como lder precisa ser companheiro e tambm ter o outro como companheiro, ao

    mesmo tempo em que ajuda a companhia em sua transio para o futuro, cabe a ele

    cultivar cinco competncias essenciais nessa grande arte da interao:

    1. Abrir a mente - o lder deve ficar atento quilo que muda e estar sempre

    disposto a aprender;

    2. Elevar a equipe - o liderado percebe claramente quando voc capaz de, ao

    crescer, lev-lo junto;

    3. Recrear o esprito - as pessoas devem se sentir bem e ter alegria onde

    esto. Seriedade no sinnimo de tristeza. Tristeza sinnimo de

    problema;

    4. Inovar a obra - liderar pressupe a capacidade se reinventar, de buscar

    novos mtodos e solues;

    5. Empreender o futuro - No nascemos prontos, tambm no somos inditos,

    mas tampouco somos ilha.

    Essa a finalidade de lderes bem preparados e liderados bem concludos: juntar-se

    digna e eticamente a fim de trocar idias para todos terem po.

    tica

    tica o nome dado ao conjunto de valores de conduta que um individuo ou grupo

    de pessoas tem. E faz fronteira entre a razo e o instinto. Orienta a capacidade de

    julgar, avaliar e decidir com autonomia. No existe ser humano sem tica, pois todos

    so formados seguindo um conjunto de valores que norteiam sua vida. Quando um

    individuo tem um conjunto de valores contrrio ao compartilhado pela maioria do

    grupo, isso quer dizer que a pessoa antitica. Contudo existem pessoas que so

    incapacitadas de julgar, avaliar e decidir. Essas pessoas so caracterizadas como

    atico, por exemplo o menor at certa idade, o deficiente mental ou ainda o idoso

    que foi acometido de alguma patologia e tornou-se incapacitado mental.

    Enquanto a tica est no campo terico, a moral a prtica desses princpios

    compartilhados pela sociedade, o exerccio da conduta no dia-a-dia orientada pela

    tica. A integridade uma caracterstica da pessoa que : sincera, justa, correta,

    honesta e que no se desvia do caminho correto.

    Podemos dizer que a tica a capacidade de protegermos a dignidade da vida

    coletiva. Na nossa convivncia humana, quando algum faz uma escolha ela trs

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    conseqncias, para o bem ou para mal. E essas conseqncias muitas vezes so

    compartilhadas, no somente com a raa humana, mas, com o ambiente. Tomemos

    como exemplo um desastre ecolgico, que oriundo da escolha de algum,

    prejudica a vida de animais, polui a gua e chega a tomar uma magnitude

    incalculvel.

    A tica tambm atua no ramo empresarial. Dizemos que uma empresa tica,

    quando ela se preocupa com os valores institudos pela sociedade. por isso que

    temas como: transparncia na gesto; responsabilidade social; tica empresarial e

    governana corporativa passaram a ser mais freqentes no mundo das

    organizaes. A empresa sria pratica o que divulga e no usa a tica apenas como

    instrumento de propaganda.

    tica que responde: Quero? Devo? Posso? trs perguntas essenciais para

    cuidarmos da vida coletiva. Muitas vezes entramos em um dilema. Quero, mas, no

    posso. Ou, posso, mas, no devo. E a integridade que no permite que esses trs

    princpios sejam violados.

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    O livro Qual tua obra, pode ser caracterizado como um livro de auto-ajuda. O autor

    escreve na primeira pessoa do singular e da impresso que ele est, frente a frente

    com o leitor, num bate-papo. Mas, uma conversa agradvel, pois quando ele

    apresenta uma palavra pouco comum, ou que com o passar do tempo ela seja

    usada de forma vulgar, d explicaes detalhadas sobre a mesma, e at mesmo

    como ela foi criada. Exemplo: companhia (cum, pan, ia), quando os navegadores

    iam para o mar, eles levavam apenas po o suficiente para sobrar da viagem. A

    forma que ele apresenta o conhecimento quntico, para explicar que somos apenas

    p bem interessante, no tpico E Tem gente que se acha, pgina 23. Uma pessoa

    desapercebida dir que ele tautolgico, o que uma inverdade. Pois ele comea

    apresentando as coisas simples e aprofundando gradualmente, e s vezes

    necessrio um feedback para melhor compreenso do assunto.

    Esse livro praticamente uma consultoria para pessoas que so lderes ou desejam

    ocupar cargos de liderana. Ele comea o primeiro captulo Gesto, falando da

    busca de sentido que a humanidade tem passado. Essa busca tem levado as

    pessoas a serem mais espiritualizadas e amorosas. E um dos desafios da gesto

    fazer a pessoa reconhecer que o trabalho que ele realiza no um castigo, mas, sim

    a realizao de uma obra. Quando a pessoa se reconhece naquilo que ela faz, ela

    se torna uma pessoa completa. No segundo captulo Liderana, a virtude mais

    valorizada por ele no lder a humildade, que possibilita uma valorizao do outro. O

    outro no um estranho, mas, sim algum da mesma espcie e que merece

    respeito e ateno. atravs do outro que crescemos, vitalizamos e renovamos.

    Quando uma pessoa humilde naturalmente ela tambm tica e respeita os

    espaos de cada um, cabe ao lder a tarefa de fazer o liderado se reconhecer na

    obra que realiza. O terceiro captulo dedicado a tica, como conjunto de valores

    que permitem uma pessoa: analisar, avaliar e julgar. a tica que responde as trs

    perguntas essenciais: Quero? Posso? Devo?

    Do meu ponto de vista, h uma questo que discordo ou talvez tenha sido m

    interpretada por mim. quando o autor fala se ele baixar a qualidade do trabalho

    que faz ele baixa o salrio pgina 58, pois se uma pessoa baixa a qualidade de

    trabalho ela demitida. Ento aqui seria baixar a quantidade e no qualidade, pois

    muitas vezes uma pessoa tem dois ou trs empregos buscando um alto padro de

    vida da famlia. Este livro no mnimo leva uma pessoa a refletir o seu modo de vida.

    importante frisar que temos que alcanar um equilbrio: espiritual, familiar,

  • 13

    profissional e amoroso.