1.- PL_Inserir SNG_2011.pdf
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E S C O L A S U P E R I O R D E E N F E R M A G E M D O P O R T O
UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II
Revisto em 09/2011 1/4
Intervenção de Enfermagem: Inserir Sonda Nasogástrica
Definição: Intervenção de enfermagem que consiste na introdução de uma sonda através do nariz até ao estômago com os objectivos de drenar o conteúdo gástrico, alimentar a pessoa, colher espécimes para análise e efectuar tratamentos.
Material necessário:
• Sonda nasogástrica (SNG)*
• Lubrificante hidrófilo
• Seringa de alimentação
• Estetoscópio
• Luvas
• Compressas
• Resguardo
• Cuvete riniforme (facultativo)
• Tampa de sonda nasogástrica e/ou saco de drenagem
• Adesivo
• Saco para sujos
PROCEDIMENTO
Actividades Justificação
Ensinar a Pessoa A explicação do ato, reforçando os momentos e tipo
de colaboração em que o doente pode intervir, é
fundamental para que esta técnica decorra com
êxito e com o menor traumatismo possível.
Observar a Pessoa Verificar, averiguar qual a narina mais larga,
observando o nariz ou recolhendo dados relativos a:
� historial de traumatismo nasal
� referência a entubações anteriores
(pelo risco de desvio do septo)
Posicionar a Pessoa � Fowler elevado � Fowler � Semi-fowler � Decúbito lateral (DL) � Outro
Esta posição facilitará a colaboração do doente e
permite melhor visualização do procedimento
técnico.
No doente inconsciente, ou não colaborante, o DL
ajuda a prevenir a aspiração do vómito.
Colocar o resguardo e a cuvete sobre o tórax Se colaborante, o doente poderá segurar com
ambas as mãos a cuvete sobre o tórax a fim de
expelir quaisquer secreções, permitindo ainda ter as
mãos ocupadas de modo a não fazer movimentos
inadequados que lhe possam causar traumatismo
aquando da progressão da sonda.
Lavar as mãos A lavagem das mãos justifica-se numa vertente
higiénica e como medida de controlo de infecção
hospitalar.
*seleccionar tipo, calibre e comprimento da
SNG em função da situação e do doente a
que se destina.
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Calçar luvas limpas O uso de luvas é fundamental, pelo risco de contacto
com líquidos de secreção interna.
Este procedimento requer uma norma limpa, já que
o tubo digestivo está naturalmente colonizado.
Medir o comprimento da sonda nasogástrica a introduzir
� Pegar na extremidade distal da SNG; � Posicionar no ápice do nariz; � Descrever um segmento de recta até à região
inferior do lobo auricular; � Com a restante porção de sonda descrever
novo segmento de recta do lobo auricular até ao apêndice xifóide;
� O ponto determinado constitui a marca até onde deve ser introduzida a sonda.
A medição da sonda é fundamental para a
percepção, pelo comprimento introduzido, do
momento em que a sonda está posicionada no
estômago.
Aplicar o lubrificante na SNG
� Colocar o gel com compressa;
OU � Molhar a extremidade distal da SNG
A aplicação do lubrificante é feito com auxílio de
uma compressa, colocando nesta o gel e com esta
dispersando-o na extremidade distal da sonda.
Pode usar-se água ou gel hidrófilo. Qualquer um
destes produtos favorece a progressão da sonda
diminuindo o atrito.
Introduzir a sonda nasogástrica
� Pegar próximo à extremidade distal com uma das mãos, e com a outra segurar o restante comprimento da sonda;
� Introduzir pela narina mais larga com movimentos suaves e sem forçar;
� Imprimir movimentos ligeiros, suaves e de rotação à SNG;
� Concretizada a progressão nasal, pedir ao
doente que “junte o queixo ao peito”;
� Incentivar o doente a engolir;
� Introduzir a SNG até à marca de medição; � Efectuar paragens sempre que necessário; � Reforçar os comportamentos correctos.
Um local que habitualmente constitui um obstáculo
à progressão da SNG é nos cornetos nasais; forçar
nesse momento poderá traumatizar.
Esta medida permite o alinhamento do esófago com
a cavidade oral e o desalinho da glote a fim de evitar
a progressão pela árvore traqueobrônquica.
Esta medida facilita a progressão da SNG. Há
autores que preconizam que se dê ao doente um
golo mínimo de água para estes a deglutirem no
momento da progressão.
N- Nariz
E- Orelha
X- A. Xifoide
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Certificar-se da presença da sonda na cavidade gástrica:
� Colocar o estetoscópio com a membrana posicionada sobre o epigastro;
� Introduzir, imprimindo algum vigor, cerca de 20 ml de ar, com a seringa de alimentação;
� Clampar a SNG (dobrando a própria sonda na extremidade proximal), face a qualquer manipulação desta que implique a sua abertura.
� Colocar a tampa na SNG e desclampar a mesma.
No momento em que alcançamos a marca da
medição, pode verificar-se a presença de suco
gástrico na sonda. Com efeito nem sempre
acontece, pelo que devemos adoptar estas medidas.
O ruído desencadeado pela entrada de ar constitui
prova da presença da sonda no estômago.
Há autores que advogam que na dúvida (da
presença da sonda no estômago), devemos aspirar
um pouco com uma seringa e com papel de Ph medir
o Ph do líquido aspirado; se ácido, confirma a
presença no estômago.
Outra metodologia possível é, por meio de
fluoroscopia, visualizar a localização da sonda,
podendo nesse mesmo instante introduzir pela
mesma, água, ar ou um produto de contraste
(Gastrografina®) – só utilizado em serviços muito
específicos.
Permite reduzir substancialmente a entrada de ar no
estômago, o qual ocasionará distensão abdominal
que para além de desagradável é dolorosa.
Após e, de acordo com o objectivo, poderá ser
conectado a saco de drenagem, etc.
Fixar a sonda ao nariz
� Mudar diariamente e/ou em SOS o adesivo;
� Desengordurar o nariz;
� Evitar que a SNG permaneça em constante contacto com o mesmo local da asa do nariz;
� Evitar que a SNG esteja sob tracção em contacto permanente com a asa do nariz.
Estes cuidados previnem a maceração e/ou a
ulceração da asa do nariz.
Considerações relativas à durabilidade dos materiais:
Material Durabilidade
PVC 7 dias
Poliuretano 30 dias
Silicone 90 dias
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No final da intervenção devemos proceder aos registos, contemplando a justificação que levou à decisão desta intervenção, as intercorrências no decurso da técnica, o calibre da sonda e o material da sua constituição. Estes procedimentos estão fundamentados, entre outras, nas referências bibliográficas que se apresentam: DOCHTERMAN, Joanne McCloskey; BULECHEK, Gloria M., co-aut. - Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. ELKIN, Martha Keene - Intervenções de enfermagem e procedimentos clínicos. 2ª ed. - Loures: Lusociência, 2005. NETTINA, Sandra M - Prática de enfermagem - 8ª ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2007.