1 Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF Helvécio Oliveira* *D.Sc. Ciência Animal...
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1
Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF
Helvécio Oliveira*
*D.Sc. Ciência Animal [email protected]
2
Inseminação Artificial (I.A.)
-Início 1332, segundo a lenda, em eqüinos, pelos árabes.
-1779 primeira IA, italiano Lázaro Spallanzani, cão.
-Russos, E. Ivanov, eqüinos, a partir de 1912.
-1949, Polge, Smith e Parquer, ingleses, congelamento N. Até então, refrigeração a 5ºC, poucos dias.
-Atualmente, mais de 90 milhões de vacas inseminadas/ano
30 milhões na Europa20 milhões na Rússia10 milhões nos E.U.A.05 milhões na América Latina.
(ASBIA, 2008)
3
-Brasil, 1940, experimental
-1950 a campo
-1970 primeiras empresas especializadas
-Situação atual da pecuária brasileira:Rebanho total 159 milhõesAzebuados 80 %Fêmeas em reprodução 88 milhõesFêmeas inseminadas 06 %
(ANUALPEC, 2007)
-Próximo de 14 doses (40%naci. – 60% import.) 49,3% gado leiteiro.
(ASBIA, 2013)
5
-Falhas na detecção de cios estimularam o desenvolvimento de protocolos de sincronização via fármacos – IATF - independentemente da manifestação de cio (Baruseli, 2007).
Porcentagem de vacas que começaram (C), Terminaram (T) ou que começaram e terminaram (CT) o estro durante o dia ou à noite.
C T CT
Noite 53,8% 46,1% 30,7%Dia 46,1% 53,8% 23,0%
Pinheiro et. al. 1998.
6
Eficiência da observação de estros em função do método de detecção.
% de detecção de cios Observação casual 43Observação por ordenhadores 50Observadores treinados (2 x dia) 50Observação + pintura base cauda 71Observação por 24 horas/dia 89
Bó, 2002.
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Objetivo
Abordar algumas formas de IATF existentes e suas particularidades, como instrumentos para aumento de rentabilidade nos sistemas de produção.
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•Os sistemas de indução e/ou sincronização de estro e ovulação têm sido desenvolvidos com o objetivo de reduzir o intervalo parto concepção e incrementar as taxas de prenhez.(TERRA et al., 2000; MACIEL et al., 2001; JORDAN et al., 2002; CAVESTANY et al., 2003; BARUSELLI et al., 2004; BASTOS et al., 2004).
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HipotálamoGnRH
HipófiseLH e FSH
Ovários
Fol 1 Fol 2 Fol 3
v
Prog.
Estrog.(+8mmΦ)
+
-
ÚteroPGf2a
Lise
Mecanismo Fisiológico Cio
10
Representação esquemática das variações na concentração dos principais hormônios que regulam o cicio estral em bovinos.
(Martin, 2003;Embrapa, 2008)
PG F2aÚtero
Diestro
met
aest
ro
Proe
stro
HiptGnRH
11
Esquema de ciclo estral com 3 ondas foliculares. A primeira e a segunda onda culminam com a atresia dos dominantes por falta do pico pré-ovulatório de LH (Fase luteínica). A terceira onda culmina com a ovulação (Fase folicular, baixa progesterona e pico pré-ovulatório de LH).(Gentileza Tecnopec)
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Procedimentos de Controle do Ciclo Estral
1) Sincronização da emergência de uma nova onda folicular, através da indução da ovulação (GnRH) ou da atresia folicular (progesterona+estradiol).
2)Indução da ovulação na fase folicular, com GnRH, LH ou estrógeno.
3)Indução do crescimento folicular em animais em anestro, utilizando gonadotrofinas (FSH ou eCG/PMSG).
4)Controle da duração da fase luteal, usando luteolíticos análogos à prostaglandina F2a ou simulando uma fase luteal,fornecendo progesterona por meio de dispositivos de liberação lenta.
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-Os protocolos mais usados induzem e controlam a emergência de nova onda de crescimento folicular até o estágio pré-ovulatório, inserindo ou retirando a fonte de progesterona exógena (dispositivo) e endógena (prostaglandina F2a).
-A ovulação deve ocorrer em todos os animais tratados simultaneamente.
(Baruseli, 2004)
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- Ciclo estral regular e corpo lúteo funcional.
-Deve ser aplicada entre o 6º e o 18º dia do ciclo
-Resposta entre 2 e 6 dias
-Eficácia depende da observação do cio
1)Procedimentos – PGF 2a
O 11
1 PGF 2a 1 PGF 2aIA
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Incidência de cio (%)
DIA DO CICLO ESTRAL BOVINOS FONTE4º ao 9º 10º ao 14º acima do 14º
leite 43 84 100 Watts & Fuquay 1985
leite 86 90 98 Tanabe & Hann 1984
corte 50 100 100 Berardinelli & Adair 1989
% CIO
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a) Duas aplicações de prostaglandina, com intervalo de 11 dias. Inseminação sempre após o cio.
b) Uma dose de prostaglandina, seguida de observação de cio e inseminação durante 11 días. Segunda aplicação apenas nos animais sem cio - período de observação maior.
c) Observação diária, cinco dias antes da prostaglandina. Inseminar nos cios – Demais tratados 1 dose no sexto dia. Após segue-se nova observação e inseminação.
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2)Procedimentos - OVSYNCH
0 971 1/2 10
GnRH – induz. Ov e formac. CL- Pode falhar
Nova onda / ou não- Eficiente em rebanhos taurinos bem manejados
PGF2aGnRH – Ov 28hs
Dias
36% gestantes
16hs
IATF
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•Apresentam taxas de prenhez que variam de 20-55%. (MARTINEZ et al., 2002; HIERS et al., 2003; BARUSELI et al., 2004; BARTOLOME et al., 2005a,b)
Uma das possíveis barreiras destes sistemas é a incapacidade do folículo dominante de responder ao LH liberado pela aplicação exógena de GnRH. (Luguércio, 2005)
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3)Procedimentos – Sincronização da onda Folicular com dispositivo de Progesterona
0 97 10
GnRH
PGF2aGnRH
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 16hs 48hs
Eficiente em rebanhos taurinos com poucas falhas de manejo
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4)Procedimentos – Sincronização da onda Folicular com Progesterona + Estrógeno
0 98 10
BE
PGF2aBE
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 28hs 24hs
BE – Benzoato de estradiol é o mais eficaz e de curta duraçao – Estrógenos são proibidos nos EUA
É o mais usado – eficiencia e baixo custo – Mestiças e Zebuínos
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5)Procedimentos – Sincronização da onda Folicular com
Progesterona + Estrógeno + GnRH(vacas de alta produção)
0 810 Manhã
BEPGF2a GnRH
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 48hs
GnRH - 48hs após retirar progesterona / indução mais rápida - estrógeno é metabolizado fígado. O GnRH não sofre metabolização hepática
Vacas de alta produção10 tarde
12/16hs
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6)Procedimentos – Sincronização da onda Folicular com GnRH + Progesterona + FSH (para vacas em anestro).
0 98 10
GnRH
PGF2a+FSH/ eCG GnRH
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 28hs 24hs
26
7)Procedimentos – Sincronização da onda Folicular com
Progesterona + Estrógeno + FSH (para vacas Alta Produção em anestro).
0 108 10
GnR X 1,5 dose
PGF2a + FSH/ eCG
GnRH
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 12hs 48hs
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8)Novilhas Zebuinas púberes – Sincronização da onda Folicular com Progesterona + Estrógeno
0(8hs manhã) 9(8hs)8(8hs) 10(12 às 18hs)
BE +1/2 PGF2a
PGF2a + 1/2FSH1/2BE
IATF
Dias
Dispositivo Progesterona 28hs 24hs
BE – Benzoato de estradiol promove maior dilatação e lubrificação. No 1º uso do PRIMER e na retirada do mesmo, aplicar meia dose (1 ml) de PGF2a;nas utilizações seguintes tal manejo é desnecessário.
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Grupo genético
n Tx ovulação %
Angus 12 75,0(9/12)
Ang X Nel 13 84,6(11/13)
Nel 12 41,6(5/12)
Dinâmica folicular de novilhas Nelore, Nelore x Angus e Angus, utilizando DP4 1,9 g, Benzoato de Estradiol e Prostaglandina.
Adaptado de Carvalho et al., ( 2003).
.Altas taxas(1,9g) de progesterona em novilhas zebuínas, diminuem a taxa de crescimento folicular e a ovulação em programas de IATF
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Eficiência reprodutiva de vacas Nelore submetidas a diferentes tipos de manejo durante a estação de monta em Camapuã, 2005 (600 vacas Nelore paridas).
(Penteado et al.,2005)
Esquema IATF Taxa de
detecção de cio
Taxa de concepção
à IA
Taxa de prenhez (45d EM)
Taxa de prenhez (90d EM)
Intervalo início EM
concepção (dias)
IATF +Touro 50,7 (76/150)
- - 75,3 a
(113/150)
92.7 a
(139/150)
29.32.0 a
IATF + IA 54,3 (81/148)
25,4 (17/67)
76,5 (13/17)
63,5 b (94/148)
91.9 a (136/148)
31.12.2 a
IA + touro - 39,3 (59/150)
53,0 (35/66)
23,3 d (35/150)
85.0 b (125/147)
57.32.3 b
Touro - - - 44,3 c (66/149)
83.2b
(124/149) 46.51.9 c
30
Trat. Local 1,9g progest 1,0 progest.Lote 1 MS - Faz. 1 45,0% (9/20) 50% (9/18)Lote 2 MS - Faz. 1 52,1% (25/48) 51,1% (24/47)
Lote 5 MS - Faz. 2 62,8% (22/35) 46,9% (23/49)
Lote 6 MS - Faz. 2 72% (18/25) 54,3% (25/46)
Lote 7 MS - Faz. 2 46,0% (17/37) 44,9% (22/49)
Lote 8 MS - Faz. 3 54,3% (76/140) 44,28% (61/140)
Lote 9 PA - Faz. 4 58% (58/100) 59,4% (63/106)
Total 55,5% (225/405) 49,9% (227/455)
Resultados de campo de algumas fazendas de corte onde testaram-se dois dispositivos intravaginais com doses distintas de progesterona, em 2007.
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Requisitos Essenciais a) Condição corporal – (57,7%Gest, Sc 3,5, Cutaia, 2003). b) Sanidade . c) Instalações adequadas para inseminar e evitar o estresse animal. d) Eficácia na observação do cio. e) Inseminador experiente. f) Cuidados na manipulação do sêmen e medicamentos. g) Sêmen de qualidade comprovada. h) Número de animais tratados = a capacidade de inseminação diária. i) Intervalo parto-tratamento de, no mínimo, 45 dias. j) Os benefícios > que os custos do tratamento.
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Cuidados especiais - IATF• Interferência na seleção.
• Há ainda dificuldades de implantação em rebanhos de corte comerciais – movimentações.
• Vaca Bos indicus (Nelore) responde de forma diferente aos tratamentos de sincronização(Baruseli, 2004)
• Se usar Chang - Alocação de bezerros – destruição de piquetes(águas).
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Particularidades reprodutivas de vacas leiteiras
-Retenção de placenta pós parto – endometrites.
-Cistos foliculares.
-Cios curtos e silenciosos. Quanto maior a produção de leite menor a duração do cio (Wiltbanks et al, 2004).
-Incidência de dupla ovulação e de partos gemelares.
-Sensibilidade ao stress térmico.
-Menor taxa de concepção à IA. Maior metabolização da progesterona produzida pelo corpo lúteo ovariano.
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Para incrementar taxa de concepção à IATF
Sempre observar Custo / benefício – Prenhez valiosa
•GnRH, 7 dias após a IA. induz a ovulação do folículo dominante da 1ª onda – progesterona .
•Prostaglandina no período voluntário de espera. A fertilidade de vacas leiteiras é maior se elas tiverem ovulado antes da 1ª inseminação pós-parto.
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Para incrementar taxa de concepção à IATF
• BST . Efeito positivo sobre a qualidade do óvulo - acelera o desenvolvimento embrionário.
• Suplementação Omega 3. 10 gramas/dia de ácidos graxos Omega 3, durante o período reprodutivo, melhora ataxa de concepção na IA - 3 mudam a cadeia de degradação do ácido Araquidônico, resultando em Prostaglandinas E, não são ativas na lise do corpo lúteo.
•Folículos de 8 mm atingiram a 13 mm no momento do GnRH, após aplicação do eCG um dia antes da retirada do implante vaginal, e tiveram taxa de ovulação de 80%, em vacas de corte (Loguércio, 2005).
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Vantagens da IATF
•Elimina a necessidade de observação de cios, evitando erros de detecção.
•Evita inseminações de vacas fora do momento certo, diminuindo o desperdício de sêmen, material e mão de obra.
•Induz a ciclicidade em vacas em anestro transacional.
•Diminui o intervalo de partos, aumenta bezerros nascidos.
•Programação das inseminações em um curto período.
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Vantagens da IATF•Concentra o retorno do cio das fêmeas falhadas na primeira inseminação.
•Altas taxas de prenhez no início do período sincronizado.
•Otimiza a mão de obra / evita horas extras com inseminadores e problemas trabalhistas.
•Diminui o descarte e o custo de reposição de matrizes no rebanho.
•Diminui o investimento com touros.
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Vantagens da IATF
•Até 50% das fêmeas sincronizadas emprenham com apenas uma inseminação artificial (Baruseli, 2004).
•Indução de cios atemporais - Búfalas (Porto, 2004).
•Fundamental nos processos de TE e FIV.
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-IATF + Sêmen sexado na fertilização in vitro.
-Sêmen sexado novilhas virgens, seguido de sêmen não sexado nos serviços seguintes, devido às menores taxas de concepção. 62% de fêmeas nos nascimentos no primeiro parto (Baruseli, 2005)... Pode melhorar muito.
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Vantagens da IATF•Melhora o manejo das pastagens, evitando a degradação dos piquetes próximos ao curral (super utilizados em programas de inseminação artificial convencional).
•Facilita o uso de mais raças - heterose.
45
•Anos 80, pesquisadores (USDA) desenvolveram a tecnologia do sêmen sexado. A comercialização nos EUA iniciou em 2003.
•Partos gemelares sexados...??? Já comum hoje implantes de 2 embriões
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-“Os cientistas conseguiram desenvolver vacas transgênicas que produzem grande quantidade de hormônio do crescimento(BST) nas glândulas mamárias, de onde logo é extraído para fabricar o produto a ser injetado nas vacas comuns.”
(Grazina, Reuter News 05/11)