1. Inclusao Alunos Surdos- Desafios e Possibilidades No Ensino de Quimica

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    Div iso de En si no d e Qumi ca da So cied ade B rasi leir a de Qumi ca (ED/SBQ)UFBA, UESB, UESC e UNEB

    XVI Encontro Nacional de Ensino de Qumica (XVI ENEQ) e X Encontro de Educao Qumica da Bahia (X EDUQUI)Salvador, BA, Brasil 17 a 20 de julho de 2012.

    Ensino e Incluso (EI)

    Incluso de Alunos Surdos: Desafios e Possibilidades noEnsino de Qumica

    Soraia Carvalho de Souza*1(PQ), Ambrozina Laura de M. Amaro1(FM), Luciano LucenaTrajano1(PQ), Ilauro de Souza Lima1(PQ), Marlia Felix da Silva1(IC) e Francisco F. Dantas

    Filho2(PQ)1Universidade Estadual da Paraba UEPB Campus VII Patos/PB

    2Universidade Federal de Campina Grande UFCG

    *[email protected]

    Palavras-Chave:incluso, ensino de qumica, alunos surdos

    Resumo:O referido trabalho tem por finalidade apresentar as dificuldades, superaes e possibilidadesenfrentadas por alunos surdos em relao ao Ensino de Qumica, entre a relao intrprete/professor, eainda, a importncia da incluso social em escolas regulares na Paraba/PB. Ao longo da pesquisa foiinvestigada a utilizao de algumas abordagens pedaggicas que facilitam a aprendizagem dos alunossurdos. A pesquisa foi desenvolvida em 2010 na Escola Normal Dom Expedito Eduardo de Oliveira, e

    enriquecida em 2012 na Escola E.E.F.M. Engenheiro Jos Dvila Lins, ambas no Estado da Paraba .Neste trabalho foi possvel ver a importncia de uma relao exemplar entre professor e alunos surdos,que facilita a aprendizagem entre todos a partir da incluso. Alm do mais importante lembrar que oprofessor e o intrprete devem trabalhar em equipe, preocupando com as limitaes de cada um eajudando-os a suprir as dificuldades no ambiente educacional, principalmente na sala de aula em relaoaos alunos ouvintes.

    1.INTRODUO

    Um dos assuntos mais discutidos entre pessoas da rea da educao aincluso social nas Escolas. Mas, geralmente as pessoas no sabem o significado de

    incluso social e o que ela pode oferecer. A incluso social o conjunto de meios eaes que combatem a excluso aos benefcios da vida em sociedade, ela causadaprincipalmente pela existncia de deficincias fsicas ou mentais que gera ospreconceitos das pessoas e discriminaes, dificultando ou impedindo queles de obteroportunidades a acesso de bens e servios, dentro de um sistema que beneficie atodos e no apenas aos mais favorecidos no sistema meritocrtico em que vivemos.

    Tendo em vista o significado de incluso e o que ela oferece, nos tratamos dequestes relativas aos desafios, superaes e possibilidades enfrentadas no ensino dequmica por professores, intrpretes e alunos surdos em escolas regulares no Estadoda Paraba - PB.

    Goldfeld (2001, p. 34) relata que:[...] as crianas surdas geralmente no tem acesso a uma educaoespecializada e comum encontrarmos em escolas pblicas e at particulares,crianas surdas que est h anos frequentando estas escolas e no conseguemadquirir nem a modalidade oral e nem a modalidade escrita da lnguaportuguesa, pois o atendimento ainda muito precrio.

    Com o incio da educao inclusiva, percebemos alguns entraves em relao aeste assunto. A maioria dos professores no sabem lidar com esses alunos, pois nose comunicam utilizando a LIBRAS (Lngua Brasileira de Sinais), que a lngua oficialdeles. Ns, sobretudo ouvintes, temos facilidade em falar portugus, eles tem facilidadeem se comunicar em LIBRAS. Sendo que muitas vezes os professores querem queeles entendam o que eles esto falando atravs da leitura labial, mas nem sempre eles

    sabem ler, pois uma tcnica trabalhada com eles quando pequenos, entretanto, com

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    o passar dos anos e com os avanos da LIBRAS eles acabam esquecendo algumaspalavras e acabam retroagindo ao ponto de partida.

    Citando Quadros (2002, p. 15):A aquisio da linguagem nas crianas surdas deve acontecer atravs de umalngua visual espacial. No caso do Brasil, atravs da lngua de sinais brasileira.Isso independe de propostas pedaggicas (desenvolvimento da cidadania,alfabetizao, aquisio do portugus, aquisio dos conhecimentos, etc.), pois algo que deve ser pressuposto. Diante do fato de crianas surdas virem para aescola sem uma lngua adquirida, a escola precisa estar atenta a programas quegarantam o acesso lngua de sinais brasileira mediante a interao social,cultural com pessoas surdas.

    A proposta apresentada neste artigo busca avaliar quais as dificuldades epossibilidades enfrentadas pelos alunos em relao ao ensino de Qumica bem como aimportncia da incluso social em sala de aulas.

    1.1. Breve histrico da educao dos surdos no Brasil e a Libras

    A primeira Escola fundada para os surdos no Brasil foi em 1857 e recebeu onome de Instituto dos Surdos-Mudos, atualmente chamado de Instituto Nacional daEducao de Surdos (INES). Foi a partir da criao deste Instituto que surgiu damistura da Lngua de Sinais Francesa com a Lngua de Sinais Brasileira antiga que jera usada pelos surdos das vrias regies do Brasil, a Lngua Brasileira de Sinais.

    Soares (1999, p. 15) relata que:Apesar de formar novos educadores e espalh-los pelo Brasil, a metodologia deensino empregada pela INES primava pela aquisio da linguagem oral e leituralabial por parte dos alunos surdos e, que, somente depois eram introduzidos oscontedos bsicos do currculo escolar.

    De acordo com Lacerda (1998, p. 34), essa foi a realidade at meados dos anos60, quando o avano de pesquisas sobre lnguas de sinais deu origem a novas

    propostas pedaggicas. A tendncia que ganhou impulso nessa poca foi chamada decomunicao total.

    Desta maneira, de acordo com Lacerda, a comunicao total pode utilizar tanto ossinais retirados da lngua de sinais, quanto os sinais gramaticais modificados emarcadores para elementos presentes na lngua falada. Assim, tudo o que faladopode ser acompanhado por elementos visuais que o representam, o que facilitaria aaquisio da lngua oral e, posteriormente, da leitura e da escrita.

    Citando Quadros (1997, p. 16):Pode-se afirmar que, com o passar do tempo, esse sistema demonstrou no sereficiente para o ensino da Lngua Portuguesa, pois estudos apontaram que ascrianas surdas continuavam com defasagem tanto na leitura e na escrita, como

    nos conhecimentos dos contedos escolares.De acordo com a autora, esses problemas criaram outra tendncia, denominadabilinguismo, constituindo uma nova proposta educacional para os alunos surdos.

    Quadros (2006, p. 52) cita que:Ao optar por oferecer uma educao bilngue, a escola est assumindo umapoltica lingstica em que duas lnguas passaro a coexistir no espao escolar.Neste caso, a Lngua brasileira de Sinais (LIBRAS) a lngua da instituio e oPortugus assinado como uma segunda lngua.

    Como se percebe nesse percurso educacional, constantes investigaes foramfeitas a respeito do processo de ensino-aprendizagem do aluno surdo no espaoescolar. Dessa forma, sob o enfoque de uma abordagem pedaggica bilngue,podemos encontrar atualmente nas escolas essas duas tendncias de escolarizao.

    1.2 As leis que apiam a incluso

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    Em 1988, a Constituio Federal no artigo 205 e as Diretrizes de Base daEducao Nacional, Lei n 9394/96, estabelecem que a educao direito de todos eque as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter atendimentoeducacional na rede regular de ensino, porm, ao tempo que ampara e d

    possibilidade em escola comum, no define como sendo obrigatrio. Por este motivohouve algumas discusses e protestos.No artigo 206 da Constituio Federal afirma que:

    O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios: igualdade decondies para o acesso e permanncia na escola; liberdade de aprender,ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo deideias e de concepes pedaggicas, e coexistncia de instituies pblicas eprivadas de ensino; gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais.(BRASIL, 1988, art. 206).

    Estabelecendo como princpio a igualdade de condies de acesso epermanncia a escola, no artigo 208 do inciso V, vem ampliar o artigo 206 afirmandoque dever do Estado com a educao a efetivao da acessibilidade mediante a

    garantia de acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criaoartstica, segundo a capacidade de cada um e no inciso III afirma ainda que oatendimento educacional especializado seja garantido a pessoas com deficincia,preferencialmente na rede regular de ensino. Sendo assim, obrigao do Estadomanter os alunos com deficincia na escola regular dando os recursos necessrios,tais como profissionais capacitados e outros recursos, pois a escola regular devegarantir um bom relacionamento entre os alunos com ou sem deficincia. A LDB (Lei deDiretrizes e Bases) n 9394/96 em seu artigo 58 e 59 estabelecem que a substituiodo ensino regular para o especial possvel.

    Art. 58: Entende-se por educao especial, para os efeitos desta Lei, amodalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

    ensino, para os educandos portadores de necessidades especiais.Art. 59: Os sistemas de ensino asseguraro ao educando com necessidadesespeciais. (BRASIL, 1996, p.37).

    Em 1994 foi assinado um documento chamado Declarao de Salamanca. umdocumento em que delegados da conferncia mundial de Educao especial,representando 88 governos e 25 organizaes internacionais em assemblia emSalamanca, Espanha, de 7 a 10 de junho de 1994, reafirmaram o compromisso com aeducao para todos e que visa informar sobre princpios, polticas e prticas daEducao Especial, constituindo um documento muito importante que garante direitoseducacionais sem discriminao.

    A Constituio Federal (artigo 205) afirma que a educao visa o pleno

    desenvolvimento do aluno, preparando-o para o exerccio da cidadania e que qualquerrestrio de acesso ao ambiente diversificado seria uma diferenciao ou prefernciaque limitar o direito a igualdade dessas pessoas.

    Art. 205: A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, serpromovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e suaqualificao para o trabalho. (BRASIL, 1988, art. 205).

    As escolas regulares devem proporcionar para os alunos surdos os servios deintrprete de Libras e em outro espao educacional, equipamentos estes que viabilizemo acesso comunicao e a educao tendo como objetivo dar um suporte aoprofessor, dando-lhe oportunidade de conhecer melhor o aluno surdo.

    So considerados alunos com necessidades educacionais especiais os quedurante o processo educacional apresentem algum tipo de dificuldade deaprendizagem. Dentro da educao especial necessrio medidas complementar e

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    suplementar. Complementar quando o aluno direcionado para o atendimentoeducacional especializado (AEE) e suplementar a educao especial para alunossuperdotados.

    O Decreto n 6.571/08 que regulamenta o atendimento educacional especializado(AEE) serve com apoio pedaggico para criana com necessidades educacionais

    especiais. Para o aluno ter acesso a esse atendimento especializado dever estarmatriculado em uma escola regular comum. O artigo 2 da resoluo afirma que todosos alunos devem ser matriculados na rede de ensino e a Lei n 7.853/89 especifica queo diretor ou professor que no aceitar a criana na escola ser condenado de 2 a 4anos de recluso.

    A Lei n 10.436/02 afirma que a LIBRAS reconhecida como meio legal decomunicao e cita outros recursos de expresso a ela associados. O sistemaeducacional deve garantir a incluso nos cursos de formao de Educao Especial ede Magistrio em seus nveis mdios e superiores do ensino da Lngua Brasileira deSinais (LIBRAS), como parte integrante dos Parmetros Curriculares Nacionais PCN's.

    O artigo 3 da Lei n 10.436/02 diz que as instituies pblicas de assistncia sade devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores dedeficincia auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. A LIBRAS no podersubstituir a modalidade escrita da lngua portuguesa.

    1.3. Implicaes na aprendizagem dos alunos surdos

    Sabe-se que a aprendizagem de uma criana surda mais lenta devido ao poucoestmulo recebido em relao s crianas ouvintes. a partir deste contexto que surgea importncia do professor mediador tambm chamado neste caso de intrprete deLIBRAS.

    No que diz respeito ao ensino de qumica, a pessoa, sobretudo ouvinte, ter maisfacilidade de aprendizagem, pois principalmente a partir da audio que ela associaas informaes que recebe do meio com o contedo da disciplina. Dessa forma,percebe-se que o aluno surdo fica em desvantagem em relao aos demais, mas oprofessor juntamente com o auxilio do intrprete que atravs de uma prticapedaggica diferenciada poder ajudar de uma maneira mais objetiva a apropriaodesses conceitos.

    O intrprete, por sua vez, tem o objetivo de estabelecer uma interao entrealunos e professor, fazendo com que haja uma socializao entre surdos e ouvintes

    sem discriminao e respeitando as diferenas entre eles. Alm do mais, para ser umbom intrprete imprescindvel dominar a Lngua de Sinais (LIBRAS) e tambm a lnguamaterna, no caso do Brasil, o portugus. O mesmo de fundamental importncia paraos surdos, pois a partir deles que os estmulos dos surdos aumentam, tornando fcila aprendizagem e melhorando a interao entre todos.

    Segundo Miranda (1999, p. 131), as dificuldades decorrentes da deficincia,enfrentadas pela criana no seu processo de desenvolvimento, so o primeiro estmulopara que ela supere.

    Estmulo este, que a famlia tem papel importante para sua superao,principalmente com o auxlio dos pais, fazendo com que eles no se sintam inferiores emostrando aos mesmos que eles tem a mesma capacidade de fazer o que os demais

    ouvintes fazem.A educao dos surdos tem se mostrado um assunto polmico que requer cada

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    vez mais a ateno de estudiosos da educao. No entanto, as propostas educacionaisdesenvolvidas ultimamente no so muito satisfatrias, pois os surdos no sabem ler,nem escrever totalmente correto mostrando suas limitaes, tendo em vista que sualngua materna a LIBRAS.

    A respeito do intrprete, Kozlowski, (1997, p. 01) admite que: a leitura labial um

    processo muito complexo. Pois a partir do processo visual que possvel entender osentido da mensagem, onde o leitor labial obtm as informaes atravs dos lbios eprincipalmente das expresses faciais do locutor.

    1.4. A viso e a abordagem pedaggica

    A partir de tudo que j foi exposto, imprescindvel dialogar sobre ensino dequmica para os alunos surdos abordando a questo pedaggica. No entanto, ensinarqumica sem auxlio de mtodos dificulta a aprendizagem dos alunos, em especial, aossurdos, pois como eles no escutam, recorrer visualizao facilita muito aaprendizagem, principalmente se for material colorido.

    Quanto tcnica de ensino abordada em sala de aula recorrermos a seguinteTabela 1 sobre a relao oral e visual, segundo Ferreira, 1995.

    Tabela 1: Dados retidos quanto ao mtodo de ensino

    Mtodo de Ensino Dados retidos depois de 3H Dados retidos depois de 3 diasSomente oral 70% 10%

    Somente visual 72% 20%Oral e visual

    simultaneamente85% 65%

    Segundo Ferreira (1995, p. 12), a combinao do oral e visual permite uma altareteno e, portanto, uma facilidade muito maior na aprendizagem. Percebemos agrande importncia de uma abordagem pedaggica com recursos que contm essascaractersticas acima, pois por mais que o professor no saiba LIBRAS os alunos iroentender o assunto atravs dessa combinao.

    Existem diversos recursos que podem ser utilizados dessa maneira despertando ointeresse do aluno e facilitando sua aprendizagem, principalmente em qumica que uma cincia cujo aprendizado depende de mtodos renovados. Mtodos esses, que seo professor e o intrprete no souberem como trabalhar comprometer aaprendizagem, pois eles requerem novos conhecimentos a cerca desses novosmateriais.

    Esses materiais podem ser confeccionados a partir de materiais reciclveis, como:garrafa pet, do papelo, isopor, cartolina, palitos de fsforo dentre outros. Tambm,existem materiais mais sofisticados que esto disponveis nos laboratrios de qumicada prpria escola ou atravs de recursos udio-visuais como, TV, DVDs com legenda,pois com a legenda que os alunos surdos vo lendo e assimilando a partir dasimagens que esto passando, retroprojetor e Data Show.

    2. METODOLOGIA APLICADA

    A pesquisa foi desenvolvida em 2010 na Escola Normal Dom Expedito Eduardode Oliveira, e enriquecida em 2012 na Escola Estadual de Ensino Fundamental e

    Mdio Engenheiro Jos Dvila Lins, ambas no Estado da Paraba/PB. Estas foram

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    escolhidas para a realizao da pesquisa porque h incluso de alunos comnecessidades educacionais especiais no ensino mdio.

    Ambas as escolas possuem vrios recursos metodolgicos, dentre eles TV's,DVDs, retroprojetor, Datashow, e, estes so utilizados tanto na sala de vdeo quanto naprpria sala de aula para melhor desenvolvimento das aulas, utilizado tambm

    materiais produzidos pelos alunos juntamente com o professor. Os materiais trazidospara sala de aula so papelo, isopor, cola, palitos que so utilizados principalmente naconstruo de frmulas onde facilita melhor a aprendizagem dos alunos surdos, semcontar com o laboratrio de qumica, que serve de apoio para aprendizagem destesalunos.

    A cidade de Patos e Joo Pessoa so duas das cidades onde h incluso dealunos surdos na Paraba, pois existem outras cidades, dentre elas podemos citar:Cajazeiras, Campina Grande, Maturia e Pombal. Percebemos que existe uma grandeexpanso na educao do nosso Estado quando vemos a incluso de pessoas comnecessidades educacionais especiais em escolas regulares, pois no s aceitar estaspessoas, mas d o suporte necessrio para o desenvolvimento da aprendizagem

    desses alunos.Para trabalhar com alunos surdos em escolas regulares deve-se recorrer a uma

    metodologia diferenciada. Como eles no escutam, a metodologia a ser trabalhadacom estes alunos a linguagem visual juntamente com o intrprete de LIBRAS. Alinguagem visual caracteriza-se pela utilizao de figuras, imagens, ilustraes, parafacilitar tanto a explicao do professor quanto a aprendizagem dos alunos.

    Uma dificuldade enfrentada pelo intrprete nas aulas de qumica a falta desinais adequados na hora das explicaes. Para suprir esta barreira, o MEC aconselhaque os surdos regularmente matriculados no ensino mdio, busquem outros que jconcluram para reciclarem seus contedos em coletividade, apreendendo os sinais jconsolidados desde o incio dos estudos at os dias atuais.

    Os sinais no podem ser criados pelo intrprete nem pelos surdos na sala deaula. O que permitido em sala deve ser oriundo de um consenso entre intrprete esurdos, para que a interveno do intrprete seja eficaz quando se necessitar de algumsinal para facilitar a aprendizagem.Assim, cada intrprete tem sua maneira detransmisso. O sinal criado em cada sala, no so sinais oficiais reconhecidos peloMEC, por isso no podem ser utilizados nas outras salas ou at em conversas queenvolvam algum assunto relativo a disciplina qumica.

    Uma pessoa somente poder ser intrprete de LIBRAS se for aprovada numaseleo, chamada de PROLIBRAS, onde a pessoa recebe o certificado de aptido paraser intrprete. Nas instituies de ensino alm do PROLIBRAS, tambm precisam

    participar dos planejamentos junto aos professores de todas as disciplinas paraestarem preparadas para trabalharem em sala com os alunos surdos.A amostragem para pesquisa foi feita a partir de dezenove questionrios com

    perguntas objetivas e discursivas, aplicados com professores, intrpretes e alunossurdos da cidade de Patos e Joo Pessoa no Estado da Paraba. Foram entrevistados trs professores, trs intrpretes de LIBRAS, e treze alunos surdos, visandodiagnosticar as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, como vem sendo trabalhado alinguagem em sala de aula, a relao entre intrprete e professor, e ainda, aimportncia da incluso social de alunos surdos no ensino regular.

    A metodologia aplicada foi de natureza qualitativa e quantitativa, e ainda, apesquisa participante, onde consiste na participao ativa do pesquisador. Quanto a

    isso Lakatos e Marconi (1991, p. 20), definem:A pesquisa participante como um tipo de pesquisa que no possui um

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    planejamento ou um projeto anterior prtica, sendo que o mesmo s ser construdojunto aos participantes (objetos de pesquisa). os quais auxiliaro na escolha das basestericas da pesquisa de seus objetivos e hipteses e na elaborao do cronograma deatividades. Essa pesquisa tenta eliminar ou reduzir as limitaes da pesquisatradicional. Pode empregar mtodos tradicionais na coleta de dados, mas enfatiza

    posturas qualitativas e a comunicao interpessoal.

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    3.1 Apresentao e anlise do pensamento dos alunos surdos

    Dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos em aprender Qumica

    Sabemos que a aprendizagem de qumica em relao aos alunos surdos complicada, pois os professores no foram preparados para trabalharem com aincluso. Em ambas as escolas, os alunos surdos no ensino mdio, deram sua opinio

    em relao s dificuldades enfrentadas por eles.Aluno A relatou: Quando comecei a estudar no ensino mdio, havia algumas

    dificuldades em relao ao professor, pois ele no sabia como explicar para que nssurdos entendssemos, mas com o passar das aulas ele foi melhorando odesenvolvimento das suas aulas e facilitando nossa aprendizagem. J o aluno Bacrescentou que passou por algumas dificuldades, tambm em relao aos demaisalunos quanto a socializao que aps certo tempo tudo mudou, sou amigo dos demaisalunos e aprendo qumica com facilidade, pois o professor buscou novas metodologiaspara o desenvolvimento de suas aulas, onde facilitou minha aprendizagem.

    As respostas nos mostram que no incio da incluso na escola Normal, os alunossentiram dificuldades em relao aprendizagem e tambm no que diz respeito socializao com os demais alunos isso ocorreu principalmente pela falta deconhecimentos e a pouca interao com os surdos.

    Capacidade de transmisso do contedo por parte do professor

    Torna imprescindvel dizer que todos ns temos a capacidade de trabalhar compessoas surdas. Primeiramente precisa-se ter vontade, pacincia e perseverana comeles, pois os mesmos tem capacidade de assimilar e aprender o que estamos falandoou explicando, voltando os ensinamentos para seu dia a dia.

    Percebe-se que o professor entendeu que os alunos surdos tinham dificuldadesem aprender de acordo como estava ensinando e foi mudando sua metodologia deensino, compreendendo as dificuldades de cada um. Essas mudanas se deram apartir do convvio com os alunos e tambm com os planejamentos junto ao intrpretede LIBRAS, que de fundamental importncia na sala de aula para alunos surdos.

    Procedimento utilizado pelo professor nas aulas de Qumica

    Para trabalhar com alunos surdos em escolas regulares, necessrio adaptar-sea realidade da sala de aula, pois a mesma no mais formada s com alunos ouvintese sim pessoas com necessidades educacionais especiais. No entanto, tambm, oprovimento de novas metodologias para ensinar numa sala de aula mista com alunos

    surdos e ouvintes.Perguntou-se aos alunos surdos com era a maneira do professor de qumica

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    ensinar na sala de aula. Os dois alunos responderam que: A metodologia aplicadainicialmente pelo professor de qumica em sala era totalmente diferente da metodologiaatual, no entanto ele s falava, no utilizava nenhum mecanismo que facilitasse nossaaprendizagem, hoje ele utiliza vrios mtodos como DVD, TV, laboratrio de qumica emateriais feitos por ns alunos juntamente com o auxlio do professor para que ns

    tenhamos um melhor aprendizado.Ao observarmos as respostas, vimos que essas mudanas s foram possveisdevido a preocupao do professor em relao aprendizagem dos alunos surdos.

    O intrprete desenvolve um importante papel em sala de aula, pois a partir deleque existe a socializao e a intercomunicao entre todos. Com a socializaoexistente diminui a discriminao e o preconceito por parte das outras pessoas.

    Quando perguntado sobre a ausncia de um intrprete de LIBRAS, o aluno Arespondeu: Com relao falta de intrprete em nossa sala no ficamos muito perdidoem relao as explicaes, pois sendo um caso a parte na Escola Normal, na sala emque estudo tem uma aluna que sabe LIBRAS e quando a intrprete falta ela a substitui,por isso no h perca de conhecimentos. E o segundo aluno acrescenta que a

    substituta que alm de ser nossa colega, tambm amiga e nos ajuda na hora em queprecisamos.

    As respostas evidenciam que as escolas so um caso a parte, pois quando aintrprete falta tem uma moa para ajud-los, o que percebemos a verdadeiraincluso por parte da Escola, pois nas demais difcil encontrar at intrprete ouquaisquer outra pessoa disposta a colaborar com o aprendizado dessas pessoas comnecessidades educacionais especiais.

    Avaliao das aulas de qumica

    Questionado sobre o aprendizado nas aulas de qumica, o aluno A falou: Aprimeira impresso que tive quando comecei a estudar qumica, passei por algumasdificuldades, pois no compreendia os contedos, aps algumas aulas fuicompreendendo a partir de novas metodologias utilizadas pelo professor, desde entoavalio as aulas de qumica como boas, pois o professor utiliza metodologias juntamentecom as explicaes para aprenderem com mais facilidades. J o aluno B tambmcontribuiu com sua opinio: Inicialmente senti dificuldades porque o professor noestava adaptado com alunos surdos, no entanto ele compreendeu nossas dificuldadese mudou suas metodologias, ento eu avalio as aulas de qumica como sendo asmelhores, pois o professor se preocupa com nossa aprendizagem.

    Observamos nas respostas dos alunos que o professor se preocupou no s em

    repassar contedos, mas interessam-se pelo aprendizado dos seus alunos, devido aesta preocupao, os alunos avaliam as aulas de qumica como boas, e alm do mais,eles admiram a metodologia utilizada pelo professor.

    A maioria dos alunos inclusos nas escolas so surdos, no entanto, j se observanas respostas que o professor comeou a mudar sua maneira de pensar e de agir, poisa cada dia, a cada aula foi mudando seus mtodos, conhecendo a realidade de cadaum e entendendo que mesmo com as limitaes dos alunos surdos tem plenacapacidade de aprender e desenvolver suas habilidades no decorrer das aulas.

    Com isso, os alunos comearam a gostar das aulas e a participarem mais, tirandosuas dvidas e de forma geral, melhorando o relacionamento entre todos, pois adespeito da falta do intrprete, os prprios alunos podero ajudar a tirar suas dvidas,

    havendo uma aprendizagem de forma coletiva.As respostas permitem evidenciar que os alunos se comunicam atravs da

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    Div iso de En si no d e Qumi ca da So cied ade B rasi leir a de Qumi ca (ED/SBQ)UFBA, UESB, UESC e UNEB

    XVI Encontro Nacional de Ensino de Qumica (XVI ENEQ) e X Encontro de Educao Qumica da Bahia (X EDUQUI)Salvador, BA, Brasil 17 a 20 de julho de 2012.

    Ensino e Incluso (EI)

    LIBRAS com as outras pessoas atravs do intrprete e admitem que aprender Qumicase torna mais fcil do que aprender as disciplinas como portugus, histria ougeografia.

    3.2 Apresentao e anlise do pensamento do professor de qumica

    Primeira impresso ao ver a sala de aula com a incluso de alunos surdos

    O professor de qumica falou a respeito de sua impresso: No incio foi um poucocomplicado, mas, com o passar do tempo fui tentando me adaptar as dificuldades elimitaes buscando mtodos que ajudem a suprir tanto as minhas limitaes quanto ados alunos em geral.

    Esta a realidade vivida por uma boa parte dos professores, a dificuldade vemsempre primeiro, mas preciso a coragem para mudar e conseguir fazer que osalunos, principalmente os surdos, gostassem de suas aulas. A partir da vontade e da

    coragem que o professor teve em modificar suas aulas com as novas metodologias, osalunos em geral foram beneficiados e conseguiram adquirir melhor contedo e a gostarmais das aulas de qumica.

    Dificuldades enfrentadas pelo professor em lidar com alunos surdos

    Sempre existir dificuldades numa sala de aula que tem alunos comnecessidades educacionais especiais, que est em funo da relao entre professor ealunos, pois para os alunos aprenderem necessrio muita unio e interatividade entretodos. As dificuldades partem na maioria das vezes do professor, quando osdiscriminam por no ouvirem e muitas vezes consideram que eles no so capazes deaprenderem. A respeito dessas dificuldades o professor responde: Ainda tenhodificuldades, principalmente na linguagem de LIBRAS, por no ter cursos na rea.

    Muitos professores tem a mesma dificuldade, pois quando fizeram o curso degraduao no existia disciplinas relacionadas a LIBRAS ou como trabalhar com ossurdos em sala de aula. Essas dificuldades so supridas devido a presena dointrprete que facilita a aprendizagem dos alunos e mantm a comunicao entre oprofessor e os alunos.

    Importncia da incluso de alunos surdos em escolas regulares

    de suma importncia a incluso de alunos com necessidades educacionaisespeciais em sala de aula, pois alm de ser um desafio para todos, tambm umamaneira desses alunos saberem que tem a capacidade de aprenderem juntamentecom os outros alunos a partir de suas experincias vividas na sociedade.

    Acerca disto o professor relata: Acho muito importante, porm tambm deextrema importncia o acompanhamento de intrpretes permanentes na escola. Emsua indagao, o professor preocupa-se com a presena permanente de intrprete nasala de aula para o aprendizado dos alunos surdos, mas tambm que hajaacompanhamento destes profissionais com relao a assimilao do contedo.

    A incluso no apenas aceitar as pessoas com necessidades especiais nas

    escolas, mas fornecer toda a assistncia dentro e fora da sala de aula, juntamente como intrprete de LIBRAS, para facilitar a comunicao entre todos da Instituio de

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    Ensino e Incluso (EI)

    Ensino.

    Conhecimentos adquiridos a partir dos alunos surdos

    inevitvel adquirirmos conhecimentos com os surdos, pois a partir da

    convivncia com eles iremos entendendo sua maneira de se comunicar, suasdificuldades enfrentadas no dia a dia e isso gera um meio de socializao e deaprendizagem entre todos. A respeito desse assunto o professor relata: Sempre estouaprendendo com os surdos e principalmente a questo de se aceitar assim comosomos e aceitar os outros como eles so.

    Esse um assunto relevante, pois o respeito e a unio so imprescindveis paratodos, sem a discriminao e o preconceito. Se as demais escolas trabalhassempensando no avano da incluso, haveria uma melhoria na educao, com a unio detodas as escolas.

    Relao intrprete e professor

    Para os surdos serem bem formados, h necessidade de uma boa relao entreprofessor e intrprete, com a unio e interesse destes facilita e melhora aaprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais e tero maisavanos em seus estudos. Com base nesse pensamento, o professor relatou: umarelao aberta, descontrada, de muito respeito e tambm de amizade.

    Papel do intrprete de LIBRAS em sala de aula

    So vrios os papis que o intrprete desenvolve em sala de aula. Um deles facilitar a intercomunicao entre professor e alunos no decorrer das aulas, e o maisimportante transmitir os contedos para os surdos fazendo com que todos aprendamem igualdade e coletividade, comentou um dos professores entrevistados.

    A grande importncia do intrprete em sala, a socializao dos alunos comdeficincias, fazendo com que eles aprendam a respeitar as limitaes de cada um ealm do mais aprender a se comunicar com os alunos surdos atravs da LIBRAS. Sema presena do intrprete ficaria tudo mais difcil no desenvolvimento das aulas,digamos que ele seja o elo que liga o professor aos alunos de forma geral havendouma verdadeira incluso.

    Avaliao das aulas de Qumica em relao aos surdos

    Avaliada como boa. Porque para facilitar a aprendizagem deles, o professorbusca meios para o desenvolvimento das aulas, relata o professor pesquisado.

    Todos os professores da Escola Normal deveriam se espelhar no professor destapesquisa, buscando novos meios para facilitar a aprendizagem dos alunos. Estamosfalando em relao aos surdos, mas de forma geral todos os alunos aprendem maisrpido quando no esto s ouvindo, mas tambm vendo e praticando. Percebemosnesta resposta que o professor sem dvida um exemplo, que todos os outrosbusquem meios que facilitem a aprendizagem dos alunos. Este professor buscou econseguiu fazer com que os alunos aprendam e gostem no s dele mas tambm damaneira que ele transmite o contedo.

    De forma geral, as respostas mostram o avano do ensino nos dias atuais com aincluso de alunos surdos em escolas regulares e sem dvida a adaptao dos

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    professores no que diz respeito ao ensino dos surdos. Quando houveram as primeirasincluses destes alunos, estes tinham muitas dificuldades pois no havia intrpretespara facilitar a aprendizagem deles. Ao passar dos anos com o aumento do nmero desurdos inclusos, percebeu-se a necessidade de uma pessoa para ajudar nacomunicao e no desenvolvimento da aprendizagem, foi assim que surgiu o intrprete

    na sala de aula.Em relao aos questionrios aplicados, percebemos que o professor, o intrpretee os alunos trabalham em unio para que seja proveitoso o ensino de qumica. Osalunos surdos tem a capacidade de aprender e tambm de serem bons profissionais. Eeles desejam serem professores de crianas surdas, alfabetizando e mostrando arealidade do dia a dia, dando foras para superar as dificuldades.

    Sem o intrprete em sala de aula, dificultaria a aprendizagem dos alunos surdos,mesmo com a mudana na metodologia do professor, pois a qumica para os alunossurdos uma disciplina complicada de se aprender. Uma das dificuldades detransmisso enfrentada pelo intrprete a falta de sinais adequados para melhordesenvolvimento das aulas, mas com a experincia na rea de qumica a intrprete

    buscou outros meios que facilitassem a aprendizagem. O que implica num ensinomelhor quando o intrprete conhece a disciplina.

    Com a incluso de alunos com necessidades especiais em escolas regulares,percebemos uma melhora na educao do nosso Estado, pois estes passavamdespercebidos pela sociedade, pois eram conhecidos na maioria das vezes comodoidos que no eram capazes de aprender. A realidadeagora outra, pois eles socapazes de raciocinar e aprender no somente a disciplina de qumica, mas as demaiscomo matemtica, fsica, portugus, geografia e histria, sempre levando em contasuas limitaes.

    4. CONSIDERAES FINAIS

    O presente trabalho buscou mostrar a incluso de alunos surdos em Escolasregulares. As Escolas escolhidas foram a Escola Normal localizada em Patos/PB e aEscola E.E.F.M. Engenheiro Jos Dvila Lins, localizada na cidade de Bayeux/PB, emambas h incluso de alunos com deficincias auditivas.

    Partindo do pressuposto que existe um diferencial lingustico entre os alunossurdos e ouvintes, a proposta de incluso implantada pelas escolas idealizaram doismomentos didtico pedaggicos diferentes: momento das aulas em turma mista comalunos surdos e ouvintes e o momento do atendimento educacional especializado paraos alunos na sala de recursos multifuncional.

    Assim, verificou-se que, alm de reconhecer que os surdos tem necessidades

    lingusticas diferentes, e que, por essa razo, e que precisam ser atendidos emmomentos separados dos ouvintes, o projeto de incluso nos mostra que a convivnciae a experincia de participar de grupos onde o desafio da Lngua Portuguesa e daLIBRAS pode ser rica para os alunos surdos e para os demais participantes dacomunidade escolar quando a incluso social deles um motivo nobre.

    Finalmente, a Lngua de Sinais tem aparato legal, a Lei n 10.436/02, comobjetivo de fortalecer a prtica bilngue e oportunizar um fcil acesso aos alunossurdos. Neste trabalho foi possvel ver a importncia de uma relao exemplar entreprofessor e alunos surdos. Dessa forma, facilita a aprendizagem entre todos a partir daincluso.

    Para estes alunos vivenciarem avano na aprendizagem, importante lembrarque o professor e o intrprete devem trabalhar em equipe, preocupando com aslimitaes de cada um e ajudando-os a suprir as dificuldades no ambiente educacional,

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    Ensino e Incluso (EI)

    principalmente na sala de aula em relao aos alunos ouvintes.Com a discriminao e o preconceito suprido, a convivncia em sala se tornar

    bem melhor, pois uns ajudam aos outros, mantendo a turma unida, respeitando asdiferenas. Com isso, o avano no ensino de qumica para os alunos surdos ser deforma paulatina, mas consistente.

    5. REFERNCIAS

    BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil.Braslia / DF: Senado, 1988.

    FERREIRA, Oscar Manuel de Castro; JNIR, Plnio Dias da Silva. RecursosAudiovisuais para o Ensino. So Paulo: EPU, 1995. 12 p.

    GOLDFELD, Mrcia. A criana Surda: Linguagem e Cognio numa perspectiva scio

    interacionista. So Paulo: Plexus, 2001. 34 p.

    KOSLOWSKI, Lorena. O Modelo Bilngue/Bicultural na Educao do Surdo (online). Out. 2000. Disponvel: http:// www.mps.com.br (acessado em 15 de fevereiro2011).

    LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologiacientfica. 3.ed. So Paulo: Atlas, 1991.

    MIRANDA, Theresinha Guimares. A integrao de alunos especiais no ensinoregular: Um desafio pedaggico. Revista da FACED. Salvador: n 3. p. 131-159.

    QUADROS, Ronice Miller. Situando as Diferenas Implicadas na Educao deSurdos: Incluso/Excluso. In Ponto de Vista, UFSC. N4. 2002-2003. p. 15-16.

    SOARES, M. A. L. Et al. A educao do Surdo no Brasil. Campinas, SP: AutoresAssociados; Bragana Paulista: EDUSF, 1999. 15 p.

    6. Agradecimentos

    Agradecemos aos alunos, professores, intrpretes e diretores da Escola Normal

    Dom Expedito Eduardo de Oliveira e da Escola Estadual de Ensino Fundamental eMdio Engenheiro Jos Dvila Lins, das cidades de Patos/PB e Bayeux/PB,respectivamente.

    http://www.mps.com.br/http://www.mps.com.br/