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Educação Ambiental Conceito e Evolução

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Educação AmbientalConceito e Evolução

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Em 1972, a Declaração do Ambiente, produzida na sequência Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Estocolmo, Junho de 1972) e reflectindo a preocupação da satisfação das necessidades das gerações do presente e do futuro, formulou no Princípio 19, aquilo que viria a constituir a base estratégica de intervenção institucional no domínio do ambiente - a Educação Ambiental

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Princípio 19

É essencial ministrar o ensino, em matéria de ambiente, à juventude assim como aos adultos (...) com o fim de criar as bases que permitam esclarecer a opinião pública e dar aos indivíduos, às empresas e às colectividades um sentido das suas responsabilidades no que respeita à protecção melhoria do ambiente em toda a sua dimensão humana.

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Do Colóquio sobre Educação Relativa ao Ambiente, realizado em Belgrado, em 1975, resultou a Carta de Belgrado. Neste documento são pela primeira vez definidos os grandes objectivos e princípios norteadores da Educação Ambiental, bem como o conceito básico que ainda hoje se utiliza.

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Carta de Belgrado

Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os seus problemas, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de compromisso que lhe permitam trabalhar individual e colectivamente na resolução das dificuldades actuais e impedir que elas se apresentem de novo.

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O conceito de Educação Ambiental tem experimentado uma assinalável evolução.

Inicialmente, assume um carácter naturalista, o qual integra a defesa do regresso ao passado e a recusa do desenvolvimento e do progresso.

Actualmente, assume um carácter tendencialmente realista, o qual assenta na existência de um equilíbrio entre o meio natural e o homem, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso. Neste contexto, a Educação Ambiental é aceite, cada vez mais, como sinónimo de educação para o desenvolvimento sustentável ou de educação para a sustentabilidade.

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A necessidade de uma educação que tenha como finalidade a formação de cidadãos ambientalmente cultos, intervenientes e preocupados com a defesa e melhoria da qualidade do ambiente natural e humano reúne um largo consenso, tanto a nível internacional, como no nosso país. Neste sentido, a Educação Ambiental deverá constituir uma preocupação de carácter geral e permanente na implementação do processo de educação, pressupondo uma clara definição de intenções educativas e uma "ambientalização" dos conteúdos, estratégias e actividades de ensino-aprendizagem.

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Desenvolver, progressivamente, uma consciência ambiental global básica que evolua no sentido do desenvolvimento de consciências ambientais mais específicas e especializadas constitui o desafio presente da Educação Ambiental e a garantia da nossa própria sobrevivência.

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Conceito

Educação Ambiental estudo das relações entre o Homem e a Natureza, procurando demonstrar a existência da sua forte interligação - “a sobrevivência das pessoas depende da saúde da natureza e a sobrevivência depende da saúde das pessoas”

(Opie, 1994)

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Definida na Conferência de Tibilisi como:

Uma dimensão dada à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques interdisciplinares e de uma participação activa e responsável de cada indivíduo na colectividade.

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Formação de recursos humanos para assim, actuarem como agentes do desenvolvimento sustentável, especialmente:

reorientação da Educação Escolar Básica como uma das condições essenciais ao desenvolvimento socioeconómico e à conservação do ambiente

ampliação da consciência politica das comunidades

para criarem responsabilidade pessoal e colectiva e participarem na solução dos problemas ambientais

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Problemática da Educação Ambiental

Processo continuo Falta de reciclagemFalta de qualificação Falta de formação Desconhecimento dos problemas

ambientais locais

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Problemática da Educação Ambiental

Desconhecimento do Conceito de Desenvolvimento Sustentável;

Desconhecimento de Tratados;Acções interdisciplinares isoladas e raras; Ausência de participação activa social na decisão

local e regional;Crença de que os problemas ambientais devem

ser solucionados pelas autoridades; Desconhecimento da Educação Ambiental como

estratégia para a solução dos problemas ambientais locais

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Formação de educadores ambientais

Objectivos: • Ampliação da sensibilização; • Ampliação do conhecimento; • Ampliação da percepção; • Formação de valores e atitudes; • Aquisição de habilidades; • Adopção de novos padrões de

comportamento e estilos de vida.

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EVOLUÇÃO

1801 - 1ª chamada de atenção para a exploração desenfreada dos recursos naturais através da publicação “Man and nature or Physical Geography as Modified by human action2 - George Marsh

1872 - Criação do 1º parque nacional – Yellwstone National Park nos EUA

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Anos 60

Despertar da Educação Ambiental devido aos danos causados pelo rápido crescimento económico que se seguiu à segunda guerra mundial.

1968 – Clube de Roma, 30 especialistas de vários países reuniram-se para estudos e análise da situação dos Recursos naturais do Planeta.Necessidade urgente de:- conservar os recursos naturais;- Controlar o crescimento da população,- Mudar radicalmente a mentalidade do consumo e procriação

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1970 - Conferência de Nevada onde se definiuEducação Ambiental como:“um processo de reconhecimento de valores e de clarificação de conceitos com vista a apreciar as inter-relações entre o Homem, a sua cultura e o seu envolvimento biofísico. A Educação Ambiental implica também a necessidade de praticar a tomada de decisões tendo em vista a formulação de um código de comportamentos rígidos para a qualidade e para o ambiente”.

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1972 - Estocolomo – 1ª Conferência Mundial do Meio Ambiente Humano organizada pela ONU

1975 – Belgrado

Especialistas em educação, biologia, geografia, etc.Objectivos da Educação Ambiental

Carta de BelgradoFazer com que cada cidadão esteja consciente doambiente global e seus problemas e que tenha oconhecimento, a motivação, o envolvimento e ascompetências necessárias para trabalhar, individual ecolectivamente, nas soluções para a resolução dosproblemas actuais e prevenção de futuros problemas.

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1977 – I Conferência Intergovernamental sobre EA,Tbilisi, Georgia (exURSS) – UNESCO.Foram criadas quarenta e uma recomendaçõessobre trabalhos de EA. São sete os pontos quetraduzem o “espírito da conferência”:

1. Processo dinâmico integrativo: a EA definida(...) como “um processo permanente no qual osindivíduos e a comunidade tomam consciência doseu meio ambiente e adquirem conhecimentos,valores, experiências e a determinação que ostorna aptos a agir individualmente e colectivamente– e a resolver problemas ambientais

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2. Transformadora: A EA possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. Objectiva a construção de uma nova visão das relações do Homem com o seu meio e a adopção de novas posturas individuais e colectivas em relação ao ambiente. A consolidação de novos valores, conhecimentos, competências,habilidades e atitudes reflectir-se-á numa nova ordem ambientalmente sustentável.

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3. Participativa: a EA actua na sensibilização econsciencialização do cidadão, estimulando aparticipação individual nos processos colectivos.

4. Abrangente: a importância da EA extrapola as actividades internas da escola tradicional; deve ser oferecida continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo ainda a família e a colectividade.A eficácia virá na medida em que a sua abrangênciavai atingindo a totalidade dos grupos sociais

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5. Globalizante: a EA deve considerar o ambiente eos seus múltiplos aspectos e actuar com visão ampla de alcance local, regional e global.

6. Permanente: a EA tem um carácter permanente.Desperta a consciência e ganha-se um aliado para amelhoria das condições de vida do planeta.

7. Contextualizante: a EA deve actuar directamente na realidade da comunidade, sem perder de vista a sua dimensão planetária.

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Princípios recomendados na Conferência de Tbilisi - 1977:• Considerar o meio ambiente na sua totalidade: nos seus aspectos naturais, tecnológicos, sociais,económicos, políticos, históricos, culturais, morais,éticos e estéticos.

• Construir um processo permanente e contínuo.

• Aplicar um enfoque interdisciplinar.

• Examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional.

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• Concentrar-se nas questões ambientais actuais.

• Insistir no valor e na necessidade de cooperaçãolocal, nacional e internacional.

• Considerar explicitamente os problemas ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento.

• Promover a participação dos alunos na organização de todas as suas experiências de aprendizagem, dando-lhes oportunidade de tomar decisões e aceitar as suas consequências.

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• Estabelecer para os alunos de todas as idades uma relação entre sensibilização ao meio ambiente e aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes, para resolver problemas e clarificar valores procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os problemas ambientais existentes na sua própria comunidade.

• Ajudar os alunos a descobrirem os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais.

• Realçar a complexidade dos problemas ambientais.

• Utilizar diversos ambientes com finalidades educativas e uma ampla gama de métodos, especialmente as actividades práticas e as experiências pessoais.

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1987 – Encontro de EA para a América Latina –Costa Rica – UNESCO. Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU. Relatório de Brundtland. “O nosso futuro comum”

Quais as problemáticas que mais afectam o mundo? Quais as soluções que se podem encontrar para diminuir o impacto negativo na degradação ambiental?

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1990 - Cimeira de DublinOs chefes de Estado e do Governo da comunidade afirmaram “ Reconhecemos a nossa responsabilidade particular em matéria do meio ambiente tanto diante dos nossos próprios cidadãos como diante do Mundo.

“Comprometemo-nos a intensificar os nossos esforços com o objectivo de proteger e dar potencialidades ao meio natura da comunidade do planeta a que pertence.”

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1992 - Conferência das Nações Unidas do Rio – Eco 92A Cimeira da Terra adoptou um Plano de Acção para o desenvolvimento sustentável, que elabora estratégias e um programa de medidas integradas para parar e inverter os efeitos da degradação ambiental e para promover um desenvolvimento compatível com o meio ambiente e sustentável em todos os países. Este plano de acção, que cobre temas económicos, sociais e culturais, foi aceite por 150 países e é actualmente conhecido por AGENDA 21 LOCAL

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1997 - Conferência Internacional sobre Ambiente e Sociedade: "Educação e Consciência Pública para aSustentabilidade" em Thessaloniki (Grécia), de onde resulta a Declaração de Thessaloniki.

Neste encontro foi reconhecido que, passados cinco anos da Conferência Rio, o progresso da E.A. Foi insuficiente

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2003 - Kiev Conferência dos Ministros doAmbiente organizada pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, sublinha a necessidade de melhorar sistemas educativos e a concepção de programas de aprendizagem doDesenvolvimento sustentável.

Estabelece-se a Década para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS) - defende o direito a receber uma boa educação e de aprender os valores, o comportamento e os modos de vida necessários para um futuro viável.

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E em Portugal…

Antes de 1974Regime autoritário eliminava qualquer forma

de associativismos, independente ou contestatário.

Mas….1948 - Fundada a LPN1971 - Inaugurado o Parque Nacional da

Peneda Gerês.- Criada a CNA com o objectivo de lançar

campanhas de EA a todos os níveis

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1974 - Criada a Secretaria de Estado do Ambiente

1981 - Fundado o GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Territórios e Ambiente

1986 - Promulgada a Lei de Bases do Sistema educativo, que contemplou a EA;-Fundada a Quercus

1987 – Criação do Instituto Nacional do Ambiente (INAMB), ao qual foram atribuídas competências explícitas no domínio da informação e formação dos cidadãos

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1987 - Criação do Instituto Nacional do Ambiente (INAMB), ao qual foram atribuídas competências explícitas no domínio da informação e formação dos cidadãos .

1993 – O INAMB deu lugar ao IPAMB (Instituto de Promoção Ambiental) que herdou daquele competências e atribuições muito semelhantes.

2001 - Extinção do IPAMB.

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Actualmente compete ao Instituto de Ambiente promover a EA em Portugal,embora as acções que desenvolve sejam muito reduzidas.

Restringem-se, praticamente, ao apoio a projectos desenvolvidos por ONGAs e à realização do Encontro Nacional de EA, co-organizado com o Parque Biológico de Gaia.