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DOR EM PEDIARIA

Giselane Lacerda Figueredo Salamonde

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“Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão efetiva ou potencial dos tecidos ou descrita como tal lesão.”

IASP

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Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados

Artigo 20:

Direito de não sentir dor, quando existem meios para evitá-la.

Direito de ter conhecimento da sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico.

Direito de ter morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis.

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BIOÉTICA

O campo da moral reflete os costumes e hábitos de comportamento.A criança é uma pessoa vulnerável – ela deve ser protegida.

Código de Ética Médica Resolução CFM nº1246/88 Artigo 61: É vedado ao médico abandonar paciente sob seus cuidados.

Direitos do paciente Lei Estadual nº10241/99 Artigo2º: XXIII Recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida XXIV Optar pelo local da morte

Estatuto da Criança e do Adolescente Artigo 18: É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

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Postura profissionais que Postura profissionais que prejudicam o manejo de dorprejudicam o manejo de dor

Não investigar sistematicamente a dor junto ao paciente.Acreditar que todo paciente sempre se queixa de dor.Subestimar ou desconsiderar os efeitos da dor sobre a qualidade de vida.Desconhecer os aspectos fisiopatológicos da dor.Desconhecer ou não valorizar os métodos para sua avaliação.Atribuir as queixas de dor a aspectos unicamente emocionais.Temer, excessivamente, os efeitos adversos dos opióides – efeitos colaterais e dependência química.

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DESENVOLVIMENTO CLASSIFICAÇÃO DE PIAGET 0 a 2 anos: Período sensório-motor

Considerada a fase de exploração do seu corpo e a sua relação com o mundo.

2 a 6 anos: Estágio pré-operacional Pensamento mágico e egocentrismo.

6 a 11 anos: Estágio das operações concretas Desenvolve o pensamento lógico para explicação de eventos.

>11 anos: Estágio das operações formais A cognição está próxima de um adulto e pode reatar a dor em termos abstrato.

A criança com doença crônica em fase avançada pode ter um entendimento precoce.

É um erro achar que as crianças não são capazes de entender a gravidade da situação.

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Avaliação da Dor

DuraçãoDescrição LocalizaçãoIntensidadeFatores de alívioFatores de pioraTratamentos anterioresAtividade diária

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A escolha do método de avaliação leva em conta:

Idade

Comunicação

Capacidade cognitiva

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Métodos

Fisiológicos

Comportamental

Auto-relato

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Fisiológicos

Freqüência cardíaca

Pressão arterial

Pressão intra-craniana

Saturação de oxigênio

Sudorese

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Escala de dor facial neonatal(NFCS)

Escala de dor do neonatal e lactente (NIPS)

Escala CRIES

Escala COMFORT

Escala do recém-nato prematuro (PIPP)

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PresenteAusenteTremor de queixo

PresenteAusenteProtrusão da língua

PresenteAusenteLíngua tensa

PresenteAusenteBoca estirada

PresenteAusenteBoca aberta

PresenteAusenteSulco nasolabial aprofundado

PresenteAusenteFenda palpebral estreita

PresenteAusenteFronte saliente

1 ponto0 pontoMOVIMENTO FACIAL

NFCS

Pontuação máxima é 8, sendo dor igual ou superior 3

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DesconfortávelDormindo/ calmo

Estado de consciência

Fletidas / estendidas

RelaxadasPernas

Fletidos/ estendidos

RelaxadosBraços

Diferente do padrão normal

RelaxadaRespiração

VigorosoResmungosAusenteChoro

ContraídaRelaxadaExpressão facial

2 pontos

1 pontos0 pontosNIPS

NIPS

Pontuação máxima é 7, sendo dor igual ou superior a 3

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AusenteIntervalos curtos

NormalSono

ContraídaCaretas esporádica

Relaxada Expressão facial

Aumentos maiores do que 20%

Aumento de até 20%

Sem aumento

FC ou PA

>0,300,21-0,300,21Fio2 Sat >95%

InconsolávelAlta tonalidade

AusenteChoro

2 pontos1 ponto0 pontoAvaliar

Escala CRIES

Pontuação igual ou superior a 5 indica dor.

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Escala CHEOPS

Children’s Hospital of Eastern Ontario Pain Scale

chutandotensa

neutraPernas

estendersem tocarToque

desviado eretoneutroTorso

as duasqueixa de dorausenteoutra queixa

Verbal

caretacalmosorrisoFacial

gritogemidoausenteChoro

3210

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EscalasEscalas

Escala de expressão facial

Escala de cores

Escala numérica

Escala descritiva

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Escala numérica

Escala analógica visual

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Escala FacesEscala Faces

0 1 2 3 4

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Aspectos farmacocinéticos

Absorção e vias de administração

Distribuição

Metabolismo

Excreção

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DOR ABDOMINAL RECORRENTEDOR ABDOMINAL RECORRENTEDARDAR

Caracteriza-se Presença de 3 ou mais episódios de dor abdominal durante um período mínimo de 3 meses,Intensidade suficiente para alterar as atividades normais das crianças.

Critérios de Roma II- DARFBaseia-se em subgrupos de sintomas de acordo com sua localização:

DARF com paroxismos isolados;DARF associada a dispepsia; DARF associada a alteração do padrão intestinal semelhante à síndrome do intestino irritável;Enxaqueca abdominal; Aerofagia.

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Pico etário- 5-12 anos;Predomina sexo feminino após o pico;Causa limitação da vida diária das crianças e dos pais;Não atrapalha o sono;Ligados a eventos ambientais e emocionais;Periumbilical;Diagnóstico diferencial

Má absorção de lactose,Refluxo gastroesofágico,Dismotilidade antroduodenal.

Causas orgânica DARErros dietéticos;Constipação intestinal crônica;Parasitoses;Intolerância à lactose;Doença péptica;Síndrome pós-enterite aguda;Doença celíaca;Infecção do trato urinário;Litíase renal.

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CEFALÉIAS NA INFÂNCIACEFALÉIAS NA INFÂNCIA

Incidência de 80%- pelo menos um episódio ( 6-18 anos).Anamnese

Dados da gestação,Nascimento,Crescimento e desenvolvimento,Desempenho escolar,Comportamento,Doenças atuais e pregressas,Uso de medicação e drogas,Problemas específicos (HAS, sinusopatias, dor abdominal e membros inferiores, ansiedade, depressão e trauma),História familiar.

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Roteiro para anamnese da criança com cefaléiaHá quanto tempo você tem dores de cabeça,As dores de cabeça são sempre do mesmo tipo ou variam,Com qual frequência você tem dor de cabeça,Ao longo do tempo, essas dores parecem estar melhorando, piorando ou continuam inalteradas,Como a dor geralmente começa,Você consegue prever quando vai começar a dor,Quanto tempo costuma durar,A dor é mais comum em algum horário específico ou em alguma situação especial,A dor parece está relacionada a alguma atividade, alimento ou medicamento que você tenha usado, Qual parte da cabeça que dói,Como a dor é: pulsátil, contínuas ou pontadas,A dor vem junto com outros sintomas, como náuseas ou vômitos,Avaliação da dor,A dor faz você interromper o que está fazendo,O que faz durante a dor,O que faz piorar e melhorar,Algum sintoma persiste após a crise mais forte de dor,O que você acha que provoca sua dor de cabeça,Mais alguém da sua família tem dores de cabeça,Você está fazendo uso de algum medicamento.

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EnxaquecaEnxaqueca

Dor aguda de forma paroxística;Frequentemente acompanhada de sintomas- palidez, fotofobia, anorexia, dor abdominal ou nauseas, vômitos, fonofobia e desejo de dormir;A dor costuma ser frontal ou bitemporal;Duração mais curta ( 2h-48h);A dor tende a ceder com o sono e analgésicos;Característica pulsátil em 60%;História positiva para parente próximo (50-90%);Normalmente 4 crises ao mês.

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CEFALÉIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVACEFALÉIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVA

Também denominada cefaléia tensional ou psicogênica;Crianças maiores e adolescente;Uso excessivo de medicação analgésica;Especialmente sexo feminino;História pregressa de dor abdominal crônica ou recorrente ou dor em membros inferiores;Ganho secundário

Absenteísmo escolar,Fugir de situações de estresse,Ansiedade familiar ( excesso de atenção, menos rigor na cobrança)

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Dor Total

Alteração física

Alteração fisiológica

Alteração funcionais

Alteração de humor

Estigma de doença

Perda da autonomia

Perda da vida social

Pouca autoestima

Medo

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Principais neoplasias

LeucemiasLinfomasTumores do Sistema Nervoso CentralTumores do Sistema Nervoso SimpáticoRetinoblastomaTumores RenaisTumores ÓsseosSarcoma de partes moles

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Tumor

Normalmente o que leva os pais a procura do pediátra

Dor ósseaDor neuropática com irradiação para membros inferiores

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Ao tratamento

MucositeDoença enxerto-hospedeiroDor fantasmaInfecçãoQuimioterapiaDor pós-operatória

Procedimentos invasivos recorrentes

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Dor crônica nas crianças Dor crônica nas crianças sobreviventessobreviventes

Normalmente conseqüência do tratamento antitumoral;Dor fantasma;Necrose avascular de múltiplas articulações;Problemas mecânicos com prótese;Neralgia pós-herpética;Escoliose devido a ressecção de costela ou radioterapia.

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Prevenção da dor do recém-nascidoPrevenção da dor do recém-nascido

Controlar a incidência de luzes fortes sobre o recém-nascido.Diminuir o ruído a sua volta (alarmes e conversas).Racionalizar a manipulação do paciente (preservar períodos livres e sono), utilizando protocolos de manipulação mínima.As coletas de sangue serem agrupadas.Estimular o uso de cateteres centrais.Minimizar a quantidade de esparadrapos e outras fitas adesivas sobre a pele.Posicionamento adequado, evitando tração ou movimentação desnecessária do TOT e material de monitorização.Sempre que possível, promover o contato pele a pele pais-RN.

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Não farmacológicasNão farmacológicas

FisioterapiaMassagemAcupunturaExercício de relaxamentoPsicoterapiaDistraçãoMusicoterapia Biblioteca vivaDoutores da alegriaSucção não alimentarGlicose 25%

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Analgésicos e AINES

Antiinflamatórios não hormonais

6/6h25-30 mg/kg/dose2g 6-12 anos3g acima 12 anos

Dipirona6/6h10-15 mg/kg/doseParacetamol

12/12h ou 3x 5-7 mg/kg/diaNaproxeno8/8 ou 6/6h 5-10 mg/kg/doseIbuprofeno

8/8h0,5 mg/kg/dia50 mg adolescente

Diclofenaco4/4 ou 6/6h7-10mg/kg/diaAAS

Paracetamol (dose máxima)-65mg/Kg/dia

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Opióides fracos

8/8h5mg/kg/diaTramadol

4/4h0,5-2,0mg/kg/dose

Codeína

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Opióides fortes

Infusão contínua

2/2h ou 4/4h

0,005-0,02mg/h

0,005-0,02mg/kg/dose

Fentanil

6/6h4/4h

0,1mg/kg/doseMetadona

4/4h0,3-0,6mg/kg/dose VO

Morfina

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Obrigada,

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