1 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · gestão pública no Brasil, nos conceitos e...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO
INOVAÇÃO EM COMPRAS GOVERNAMENTAIS: OS RESULTADOS DO PREGÃO ELETRÔNICO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (TJDFT)
DANIELA COUTINHO CHAVES
MS. MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA
BRASÍLIA - DF 2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO
INOVAÇÃO EM COMPRAS GOVERNAMENTAIS: OS RESULTADOS DO PREGÃO ELETRÔNICO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (TJDFT)
DANIELA COUTINHO CHAVES
Monografia apresentada ao Instituto
A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de
especialista em Gestão Pública
Orientador: Prof. Ms. Mário Luiz Trindade Rocha
BRASÍLIA - DF
2013
4
RESUMO
A presente monografia trata do papel de inovações nas compras governamentais.
Buscou-se identificar os resultados das inovações nas licitações em um órgão da
Administração Pública. O referencial teórico foi construído com base no estudo da
gestão pública no Brasil, nos conceitos e tipos de inovação, nos conceitos,
modalidades e fases da licitação e das inovações nas compras governamentais
como o Pregão, o Pregão eletrônico e o Sistema de Registro de Preços. Pode-se
concluir que as inovações impactaram as compras do Governo, trazendo resultados
que serão apresentados adiante.
5
METODOLOGIA
Os objetivos deste trabalho serão atendidos por meio de entrevista
estruturada aplicada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT) e pesquisa documental.
A aplicação da entrevista visa identificar a percepção dos gestores de
compras do TJDFT sobre a utilização do Pregão eletrônico nas compras do órgão. A
pesquisa documental tem como objetivo identificar a evolução de indicadores de
compras como tempo, custo e frequência de utilização da modalidade.
A entrevista será analisada por meio da técnica qualitativa de análise de
conteúdo. A pesquisa documental será analisada por meio de estatística descritiva.
Os principais autores e teóricos que foram utilizados para a realização deste
trabalho foram José Matias-Pereira, Marçal Justen Filho, Hely Lopes Meirelles, além
de diversas legislações que tratam de compras governamentais.
A pesquisa utilizada foi a qualitativa descritiva por meio de entrevista
estruturada e análise documental.
Essa pesquisa classificou-se como descritiva. Segundo Gil (1987), a
pesquisa descritiva tem por objetivo básico descrever as características de
determinada população ou fenômeno e estabelecer possíveis relações entre
variáveis.
Foi utilizado o método qualitativo, uma vez que se pretendia explorar o
espectro de opiniões, as diferentes representações sobre o assunto em questão
(GASKELL, 2003). O objetivo foi a obtenção de uma descrição detalhada de um
meio social específico através de entrevistas estruturadas. Quando se pretende
levantar informações menos superficiais ou padronizadas, o tipo de entrevista
aproxima-se mais dos esquemas mais livres, menos estruturados (LUDKE; MEDA,
2005).
A análise documental foi empregada para ratificar e validar as informações
obtidas na entrevista. Segundo Ludke e Meda (2005), a análise documental pode ser
considerada uma técnica valiosa de análise de dados qualitativos, pois há
possibilidade de complementar as informações obtidas por outras técnicas ou
desvelar aspectos novos de um tema ou problema.
6
A estrutura da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios é definida pela Lei
nº 11.679/2008. De acordo com o art. 2º, é composta pelos seguintes órgãos:
Tribunal de Justiça; Conselho Especial; Conselho da Magistratura; Tribunais do Júri;
Juízes de Direito, Juízes de Direito Substitutos; Auditoria e Conselho de Justiça
Militar.
A Justiça do DF é composta por duas instâncias ou dois graus de jurisdição.
A magistratura de primeiro grau compõe-se de Juízes de Direito e Juízes de Direito
Substitutos e compreende as Circunscrições Judiciárias e suas respectivas varas. A
primeira instância corresponde ao órgão que irá primeiramente analisar e julgar a
ação apresentada à Justiça do DF.
Já a segunda instância tem a função de reexaminar as decisões proferidas
na primeira instância, quando submetidas à sua apreciação. Também julga
determinadas ações que, em razão da matéria, lhe são diretamente apresentadas
(competência originária dos Tribunais), sem que tenham que passar anteriormente
pela instância inferior.
A pesquisa foi realizada na Comissão Permanente de Licitação (CPL)
vinculada a Secretaria de Recursos Materiais (SEMA). A Comissão Permanente de
Licitação tem como atribuições:
(Resolução n. 13, de 06/08/2012) Art. 156. À Comissão Permanente de Licitação - CPL compete:
I analisar documentação e propostas de fornecedores;
II elaborar editais, convites, avisos e mapas de julgamento de licitações;
III publicar atos do processo licitatório;
IV apreciar recurso e encaminhá-lo à autoridade competente;
V propor adjudicação do objeto da licitação.
A CPL conta com o trabalho de 14 servidores e 2 estagiários. O TJDFT está
situado na Praça Municipal, Lote 01, Eixo Monumental, Brasília - DF.
A entrevista foi feita com o pregoeiro oficial do Tribunal, o senhor Carlos
Henrique Petit, integrante da Comissão Permanente de Licitação. O pregoeiro
também é responsável por participar das licitações das outras modalidades.
A entrevista foi guiada por roteiro estruturado. Segundo as orientações de
Ludke e Meda (2005), o roteiro seguiu uma ordem para que haja uma sequência
7
lógica entre os assuntos, dos mais simples aos mais complexos, respeitando o
sentido do seu encadeamento. O roteiro formulado encontra-se no Apêndice A.
Esse trabalho visou identificar os resultados de inovações como o Pregão
eletrônico nas compras realizadas pelo TJDFT. Portanto, justificou-se assim a
utilização de entrevista individual, devido à necessidade de informações detalhadas
sobre o objeto da pesquisa.
Foram coletadas informações em sessão individual de uma hora com o
entrevistado.
Os documentos analisados foram disponibilizados pelo entrevistado e
aqueles sob domínio público foram obtidos por meio de buscas na Internet.
A entrevista foi transcrita e buscou-se identificar os resultados que as
inovações nas compras governamentais podem trazer para o TJDFT e, em geral,
para a Administração Pública. Para comprovar que os benefícios se estendem para
a Administração Pública, foram coletados e analisados dados de sites do Governo
como o Comprasnet.
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Valores praticados de cada modalidade de licitação ............................... 19
Tabela 2 – Frequência de cada modalidade de compra utilizada pelo TJDFT .......... 31
Tabela 3 – Tempo de compra de cada modalidade utilizada pelo TJDFT ................ 32
Tabela 4 – Redução de custos e de preços com a utilização do Pregão eletrônico .. 33
Tabela 5 – Dados do Pregão eletrônico desde 2009 ................................................ 39
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DASP – Departamento de Administração do Setor Público
SRP – Sistema de Registro de Preços
TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
MPE’s – Micro e Pequenas Empresas
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
CAPÍTULO I .............................................................................................................. 13
1.1 GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL ..................................................................... 13
1.2 INOVAÇÃO: CONCEITOS E TIPOS ............................................................... 15
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 18
2.1 CONCEITOS DE LICITAÇÃO .......................................................................... 18
2.2 MODALIDADES DE LICITAÇÃO ..................................................................... 19
2.3 FASES DA LICITAÇÃO ................................................................................... 21
CAPÍTULO III ............................................................................................................ 23
3.1 PREGÃO ......................................................................................................... 23
3.2 PREGÃO ELETRÔNICO ................................................................................. 25
3.3 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS ......................................................... 28
CAPÍTULO IV ............................................................................................................ 31
4.1 RESULTADOS DA ENTREVISTA ................................................................... 31
4.2 RESULTADOS DA PESQUISA DOCUMENTAL ............................................. 39
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 45
APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista Estruturada .................................................... 48
11
INTRODUÇÃO
O sucesso da Administração Pública depende de inovações que melhorem
seu desempenho e a qualidade dos serviços públicos. A sociedade exige uma
Administração menos burocrática e mais eficiente.
A função social do Estado passou a significar uma prestação de melhores
serviços, que atendam ao interesse público e às necessidades da população.
(MATIAS-PEREIRA, 2008). Além disso, há a preocupação com a participação e
controle social, garantidas pela transparência das ações governamentais.
O Estado precisou se modernizar para atender a essas demandas. O grande
desafio é aumentar a capacidade de ofertar serviços públicos de qualidade e realizar
uma boa gestão dos recursos públicos.
A eficiência tornou-se princípio constitucional, exigindo melhores práticas
administrativas para atingir as expectativas de uma Administração Pública mais ágil
e moderna. Nessa concepção, os processos burocráticos podem ser simplificados
com a introdução de inovações.
As evoluções tecnológicas na gestão pública impactaram seus resultados. A
tecnologia é utilizada com vários objetivos, podendo estabelecer relações entre os
entes governamentais, entre o Governo e a sociedade e entre o Governo e os
fornecedores.
A inovação pode ser encontrada em algumas atividades na gestão pública,
incluindo o processo de compras governamentais. O Governo consegue agilidade
nos negócios com os fornecedores devido à utilização das tecnologias da
informação. Essa tecnologia é encontrada na utilização do Pregão eletrônico e do
Sistema de Registro de Preços. Existem outras maneiras de inovar, uma delas é a
simplificação processual como a instituída pela modalidade Pregão.
O estudo consiste em identificar os benefícios da adoção do Pregão
eletrônico nas compras do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT).
O tema sugerido é de fundamental relevância, pois se trata de uma das
principais inovações nas compras governamentais e da introdução dos meios
eletrônicos nos procedimentos licitatórios. A Internet permitiu que a Administração
12
Pública obtivesse bons resultados em suas compras. Os órgãos e entidades da
administração despendiam muito tempo para finalizar seus processos de compra,
gastando tempo e dinheiro público de forma pouco eficiente. Hoje, é possível
cadastrar os fornecedores no sistema e selecionar de forma muito mais rápida a
proposta de compra mais vantajosa para a Administração.
O uso da modalidade Pregão, na forma eletrônica, pode proporcionar um
impacto positivo nas contratações governamentais, representando grandes
vantagens em virtude de suas características inovadoras em relação a outras
modalidades de licitação.
São, portanto, objetivos desta pesquisa identificar os benefícios da utilização
do Pregão eletrônico nas compras do TJDFT, bem como, identificar as modalidades
de licitação utilizadas pelo TJDFT; descrever o processo de implementação do
Pregão eletrônico no TJDFT; identificar os principais bens/serviços adquiridos por
meio do Pregão eletrônico; comparar o tempo de compra do Pregão eletrônico com
as demais modalidades de licitação e analisar o custo das compras do TJDFT após
a adoção do Pregão eletrônico.
O estudo consiste em uma análise dos resultados de uma nova modalidade
de licitação: o Pregão eletrônico. O Pregão eletrônico está se tornando a principal
modalidade de licitação por todos os entes federativos da União. Neste trabalho
serão analisadas inovações como o Pregão eletrônico em uma Administração
Pública voltada para resultados.
Será feita a contextualização do tema por meio das evoluções ocorridas na
gestão pública brasileira. Também serão objetos de estudo os conceitos e os tipos
de inovação; os conceitos, as modalidades e as fases da licitação e, por fim, uma
análise das inovações nas compras governamentais. Nesse último tópico, serão
estudados o funcionamento e os possíveis benefícios da adoção da modalidade
Pregão e de sua forma eletrônica, além do Sistema de Registro de Preços.
Apesar de analisadas as modalidades descritas na Lei de Licitações, o foco
do estudo foca na nova modalidade de licitação: o Pregão eletrônico e seus
resultados.
13
CAPÍTULO I
GESTÃO PÚBLICA
1.1 GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL
Os estudos sobre gestão pública no Brasil iniciam-se no governo de Getúlio
Vargas com a estruturação do aparelho do Estado. Foi implantada uma burocracia
nos moldes “weberianos” viabilizada com a criação do Departamento de
Administração do Setor Público (DASP), em 1936. O objetivo principal do DASP era
a realização da modernização administrativa e a supressão da administração
patrimonialista que até então prevalecia no país (MATIAS-PEREIRA, 2008).
No início do processo, a Administração Pública – influenciada pela teoria da
administração científica de Taylor – buscou a racionalização por meio da
simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas
e aplicação de métodos na definição de procedimentos, bem como foi implantada a
função orçamentária vinculada ao planejamento. A Administração burocrática
implantada na década de 1930 foi objeto de inúmeras tentativas de reforma.
Observa-se que os frágeis resultados obtidos foram decorrentes das inadequações
do modelo adotado. Essas reformas estiveram centradas na extinção e criação de
órgãos, bem como na constituição de estruturas paralelas visando alterar a rigidez
burocrática (MATIAS-PEREIRA, 2008).
No começo da década seguinte, teve início a formação do Estado
empresário, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional. Entretanto, após a
queda de Getúlio Vargas, em 1945, novamente são retomadas as práticas
patrimonialistas, deteriorando de forma acentuada o aparelho do Estado (MATIAS-
PEREIRA, 2008).
Em 1967, o governo federal buscou dar maior efetividade à ação
governamental com a introdução de valores gerenciais. Isso foi alcançado com a
edição do Decreto-lei nº 200, de 1967. A reforma administrativa viabilizada por esse
Decreto representa um avanço na busca de romper com a rigidez burocrática. Pode
ser entendida como a primeira experiência de implantação da administração
14
gerencial no país. Segundo Matias-Pereira (2008), a Administração Pública
conseguiu obter autonomia de gestão, descentralização administrativa com a
expansão da administração indireta por meio da criação de autarquias, fundações e
empresas estatais. Porém, esse modelo não foi capaz de provocar alterações
significativas na administração burocrática central. Ele permitiu a coexistência de
setores de eficiência e competência na administração indireta, bem como de formas
arcaicas e ineficientes no âmbito da administração direta. A partir da década de
1970, apareceram novos esforços para estimular a modernização da Administração,
agilização das organizações do Estado, melhoria e simplificação dos processos
administrativos e promoção da eficiência, visando reformar a burocracia e direcioná-
la a uma Administração gerencial.
Na década de 1980, houve uma nova onda de mudanças no papel do
Governo e da Administração Pública. Esta passou por tentativas de abertura de
mercado, desregulamentação e privatização. As reformas começam lentamente no
governo Sarney e se estendem até o governo Collor, quando ganham mais
dinamismo.
As reformas ocorridas nesse período não alcançaram os resultados
esperados para o país. Não houve a modernização do Estado, mas sim uma
desestruturação do aparelho estatal. A tentativa de reverter esse quadro e
reconstruir o Estado começou no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso
(1995-1998). O objetivo era estabelecer um Estado regulador e promotor do
desenvolvimento do país. Buscou-se implantar modelos organizacionais/
institucionais e introduzir uma cultura gerencial, associados aos distintos
instrumentos que fortalecessem valores democráticos, como a transparência,
participação e controle social (MATIAS-PEREIRA, 2008).
Após a administração patrimonialista e burocrática, surgiu o modelo gerencial
para atender as novas expectativas e demandas dos cidadãos. A qualidade dos
serviços públicos que são ofertados e o nível de satisfação do cidadão/cliente é o
referencial da nova gestão pública. Essas transformações ocorreram num contexto
de difusão da tecnologia da informação, exigindo das organizações mais flexibilidade
e agilidade nos seus processos. A administração gerencial exige formas flexíveis de
gestão, horizontalização de estruturas, controle de resultados, descentralização e
incentivos à criatividade a inovação (MATIAS-PEREIRA, 2008).
15
1.2 INOVAÇÃO: CONCEITOS E TIPOS
A inovação na Administração Pública não está ligada a busca de vantagem
competitiva. A preocupação da Administração consiste em oferecer serviços de
qualidade e de forma eficiente aos cidadãos. A gestão pública mobilizou
conhecimento e avanços tecnológicos com o objetivo de trazer resultados positivos
para o Governo e a sociedade.
De um modo geral, não é fácil inovar no setor público. Segundo Rua (1999)
a herança do modelo patrimonialista e mesmo o que o substituiu, o de administração
burocrática, traz uma característica onipresente ao setor, o desestímulo à
criatividade. Para Rua (1999) o modelo de administração gerencial, que foi
introduzido no Brasil em 1995, propicia uma melhor ambiência para a geração da
inovação. Já Paulics (2004) credita a introdução do debate sobre inovação no Brasil
à necessidade de mudança face ao quadro de profundos problemas sociais
enfrentados pelos gestores pós-redemocratização e à maior participação dos atores
democráticos. Independentemente dos fatores impulsionadores, o fato é que a
inovação é um tema que definitivamente passou a fazer parte do dia-a-dia da gestão
pública brasileira (PAULICS, 2004). Dada essa constatação, é interessante verificar
o papel das soluções de Tecnologia da Informação nesse novo cenário da
Administração Pública brasileira.
Para Rua (1999), a dimensão da Gestão da Informação decorre de alguns
fatores: i) consciência da importância da informação e das restrições de sua
indisponibilidade; ii) disseminação dos recursos tecnológicos; iii) racionalização das
rotinas já existentes e iv) compromisso com o usuário da informação.
Os governos dos diversos países perceberam, com o advento da rede
mundial de computadores, imensas possibilidades de atenderem às demandas dos
seus cidadãos. Nesse sentido, ampliou-se a idéia do uso estratégico dos recursos
de Tecnologia da Informação que, num primeiro momento, era mais utilizado para a
eficiência das rotinas dos Estados (FLETCHER, 1999). A partir do instante em que
as Administrações Públicas passam a disponibilizar dados e serviços através de
páginas de Internet, consolida-se o chamado Governo Eletrônico (e-Gov).
Schumpeter (1982) definiu a inovação como sendo a introdução de novas
mercadorias, formas de produção, abertura de novos mercados, conquista de novas
16
de fontes de suprimentos ou a abertura de uma organização. Para ele, a inovação é
um conjunto de novas funções evolutivas que alteram os métodos de produção,
criando novas formas de organização do trabalho e, ao produzir novas mercadorias,
possibilita a abertura de novos mercados mediante a criação de novos usos e
consumos. O conceito de inovação evoluiu e tomou proporções inesperadas desde
então. Porter (1985) concluiu que o fator mais relevante na nova economia mundial
é o desafio de uma organização em inovar constantemente.
As mudanças tecnológicas distinguem-se pelo grau de inovação e pela
extensão das mudanças em relação ao que havia antes. Surgem então, os conceitos
de inovações incrementais, as quais ocorrem de forma contínua e são
caracterizadas por ajustes habituais realizados na firma, e inovações radicais, que
significam a ruptura de processos ou produtos antigos, iniciando uma nova trajetória
tecnológica.
Analisando o contexto atual, Lemos (1999) ressalta a extrema relevância da
aquisição de novas capacitações e conhecimento para acompanhar as mudanças
em curso, onde é enfatizada a importância do aprendizado e a transformação desse
aprendizado em fator de competitividade. Essa fase é denominada economia
baseada no conhecimento, ou mais especificamente, baseada no aprendizado.
Nesse sentido, o conhecimento é fundamental e o aprendizado interativo é a melhor
forma para indivíduos, empresas, regiões e países estarem aptos a enfrentar as
mudanças intensificando a geração de inovação e capacitando-se para uma
inserção mercadológica positiva.
A inovação não é um novo fenômeno e pode ser tão antiga quanto à raça
humana considerando que a inovação seja a tendência de pensar sobre formas
novas e melhores de fazer as coisas e as colocar em prática (FAGERBERG, 2004).
A inovação fascina por se tratar de um processo pelo qual a mudança pode
ser propositalmente influenciada. A noção de que indivíduos e grupos sociais podem
influenciar o seu mundo fundamenta o pensamento ocidental. Psicologicamente, o
conceito ganhou força através da crença de que métodos científicos permitem
ganhos de conhecimento e o domínio humano sobre as forças do mundo natural
(RICKARDS, 2003).
Joe Tidd, John Bessant e Keith Pavitt (2008) classificaram quatro tipos de
inovação: de produto, de processo, de posição e de paradigma. A inovação de
produto consiste na mudança de produtos/serviços que uma empresa oferece. A
17
inovação de processo são mudanças na forma em que os produtos/serviços são
criados e entregues. A inovação de posição são mudanças no contexto em que
produtos/serviços são introduzidos e, por fim, a inovação de paradigma são
mudanças nos modelos mentais subjacentes que orientam o que a empresa faz.
A inovação nas compras governamentais pode ser considerada uma
inovação de processo devido à mudança na forma como as compras são realizadas,
principalmente pela utilização dos meios eletrônicos. A compra de bens e serviços
são realizadas de maneira a atender prazos e preços aceitáveis.
O processo de compras governamentais pode ser considerado uma
inovação incremental uma vez que utiliza uma tecnologia da informação já existente
e não há alterações fundamentais no processo, mas apenas a melhoria do que já é
feito. Há apenas uma alteração na forma como as compras são realizadas, não
havendo uma revolução que descaracterize o processo de compras.
18
CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS DA LICITAÇÃO
2.1 CONCEITOS DE LICITAÇÃO
As compras governamentais compreendem os mecanismos disponíveis para
obter o suprimento dos bens e serviços necessários ao funcionamento dos órgãos
do poder público e das instituições públicas.
A Administração Pública, por suas entidades estatais, autárquicas e
empresariais, realiza obras e serviços, faz compras e aliena bens. Para essas
atividades precisa contratar, mas seus contratos dependem, em geral, de um
procedimento seletivo prévio, que é a licitação (MEIRELLES, 1999).
Há vários conceitos de autores no campo do Direito Administrativo. Segundo
Hely Lopes Meirelles (1999), a licitação é um procedimento administrativo mediante
o qual a Administração seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu
interesse. Visa propiciar iguais oportunidades aos que desejam contratar com o
Poder Público, dentro dos padrões previamente estabelecidos pela Administração, e
atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro (1999), a licitação pública é um
procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas
no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as
quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato.
Já José dos Santos Carvalho Filho entende que licitação é o procedimento
administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e
aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos
vários interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção
do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.
Analisando-se esses conceitos e vários outros, podemos inferir que se trata
da forma mais equânime que encontrou o Estado em contratar, buscando a melhor
19
proposta para a Administração Pública. A licitação encontra-se prevista no art. 37,
XXI da Constituição Federal, que assim dispõe:
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (BRASIL, 1988)
A competência para legislar sobre licitação assiste à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, competindo à União a edição de normas gerais
sobre o assunto.
Toda licitação está sujeita a determinados princípios irrelegáveis no seu
procedimento, sob pena de se descaracterizar o instituto e invalidar seu resultado
seletivo. Esses princípios resumem-se nas seguintes prescrições: procedimento
formal; publicidade de seus atos; igualdade entre os licitantes; sigilo na
apresentação das propostas; vinculação ao edital ou convite; julgamento objetivo;
adjudicação compulsória ao vencedor (MEIRELLES, 1999).
2.2 MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento
licitatório, a partir de critérios definidos em lei. O valor estimado para contratação é o
principal fator para escolha da modalidade de licitação, exceto quando se trata de
Pregão, que não está limitado a valores (BRASIL, 2006).
A Lei 8.666/93 estabeleceu cinco modalidades de licitação. São elas:
Concorrência, Tomada de preços, Convite, Concurso e Leilão. A Lei 10.520/02 criou
mais uma modalidade: o Pregão.
Segundo a Lei 8.666/93, a Concorrência é a modalidade de licitação entre
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de
seu objeto. O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento é de 45 dias, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
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empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e
preço”. Se a concorrência for do tipo “menor preço”, esse prazo será de 30 dias.
A Concorrência é também obrigatória para compra ou alienação de imóveis,
concessão de uso, de serviço ou de obra pública e licitações internacionais,
independentemente do valor do objeto do contrato, e pode ser utilizada no lugar de
qualquer outra modalidade licitatória, a critério da Administração (BRASIL, 1993).
Tomada de Preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação. O prazo mínimo até o recebimento das
propostas ou da realização do evento será de 30 dias, quando a licitação for do tipo
“melhor técnica” ou “técnica e preço”. O prazo para o tipo “menor preço” será de 15
dias (BRASIL, 1993).
Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de
3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais interessados cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de
até 24 horas da apresentação das propostas. O prazo mínimo até o recebimento das
propostas ou da realização do evento será de 5 dias úteis (BRASIL, 1993).
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
ou remuneração aos vencedores, conforme os critérios constantes de edital
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias (BRASIL, 1993).
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para alienação de bens imóveis a quem oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. O prazo de realização do leilão
desde a publicação do edital será de quinze dias (BRASIL, 1993).
As modalidades Concorrência, Tomada de Preços e Convite serão
determinadas tendo em vista o valor aproximado da contratação, a saber:
21
Tabela 1 – Valores praticados de cada modalidade de licitação
Compras e Serviços
Obras e Serviços de Engenharia
Convite
Até R$ 80.000,00
Convite
Até R$ 150.000,00
Tomada de Preços
Até R$ 650.000,00
Tomada de Preços
Até R$ 1.500.00,00
Concorrência
Acima de R$
650.000,00
Concorrência
Acima de R$
1.500.000,00
Fonte: Brasil, 1993
2.3 FASES DA LICITAÇÃO
Kotler e Keller (2006 apud ROBINSON, FARIS e WIND, 1972) descrevem
oito estágios no processo de compra industrial, aos quais chamaram de fases da
compra: reconhecimento do problema, descrição geral da necessidade,
especificação do produto, procura de fornecedores, solicitação de propostas,
seleção do fornecedor, especificação do pedido de rotina e revisão do desempenho.
Para esses autores, o processo de compras inicia-se na identificação de um
problema e termina na avaliação do desempenho dos fornecedores.
O processo de compra consiste nas seguintes fases da licitação:
preparação, convocação, habilitação, competição, contratação e execução que,
segundo José Matias-Pereira (2008) citando Fernandes (2003) são:
Preparação – compreende a elaboração de documentos técnicos e termos de referência que irão subsidiar o estabelecimento de especificações para o edital. O órgão está obrigado a designar um dirigente responsável por cada processo de compra e é exigida uma reserva orçamentária com indicação da respectiva rubrica. As ações, nessa etapa, que são realizadas internamente no órgão, culminam com o edital que contém a descrição pormenorizada do objeto da compra ou contratação, dos requisitos para participação do fornecedor na licitação, dos critérios de julgamento das propostas e de apresentação de recursos pelos participantes, durante o processo. Convocação – corresponde à fase de divulgação, por meio da publicação de aviso, obrigatória na imprensa oficial. A tendência recente é a de obrigatoriedade de publicação também na Internet.
22
Habilitação – consiste na verificação da capacidade do licitante em participar do certame, atendendo aos requisitos estabelecidos no edital. Compreende o exame dos aspectos jurídicos e econômico-financeiros e fiscais da empresa. Competição – é o evento público em que serão abertas, examinadas e julgadas as propostas encaminhas pelos licitantes. O julgamento resulta na classificação das propostas, e a vencedora só terá efetividade se o licitante também cumprir os requisitos de habilitação. Contratação e execução – consiste na adjudicação – convocação do licitante vencedor para celebração do contrato – e na execução, propriamente dita, do objeto contratado, ou seja, na entrega do bem adquirido ou na prestação do serviço contratado. O gestor de compras emite um “ateste” de cumprimento do contrato e a respectiva ordem de pagamento – denominada empenho – para, em seguida, proceder à liquidação, na forma de crédito bancário (MATIAS-PEREIRA, 2008).
23
CAPÍTULO III
DESCRIÇÃO DE CADA MODALIDADE E DAS CARACTERÍSTICAS INOVADORAS
3.1 PREGÃO
Segundo Marçal Justen Filho (2009), o Pregão é uma modalidade de
licitação de tipo menor preço, destinada à seleção da proposta mais vantajosa de
contratação de bem ou serviço comum, caracterizada pela existência de uma fase
competitiva inicial, em que os licitantes dispõem do ônus de formular propostas
sucessivas, e de uma fase posterior de verificação dos requisitos de habilitação e de
satisfatoriedade das ofertas. A modalidade presencial é regulamentada pelo Decreto
3.555 de 2000, enquanto a modalidade eletrônica é regulamentada pelo Decreto
5.450 de 2005.
A utilização do Pregão destina-se, exclusivamente, à contratação de bens e
serviços comuns. Nessa modalidade de licitação, os licitantes apresentam suas
propostas de preço por escrito e por lances – que podem ser verbais ou na forma
eletrônica – independentemente do valor estimado da contratação.
É necessário observar que as licitações de menor preço não excluem
exigências de qualidade mínima. Aliás, pelo contrário, é inafastável que o Edital
estabeleça os requisitos de qualidade mínima, sob pena de nulidade insanável.
O Pregão apresenta um procedimento simples e superficial, o que o torna
adequado para contratações que não envolvam complexidade. Por isso, o Pregão é
adequado para bens e serviços comuns, que são produtos cuja escolha pode ser
feita tão-somente com base nos preços ofertados, haja vista serem comparáveis
entre si e não necessitarem de avaliação minuciosa. São encontráveis facilmente no
mercado. São exemplo de bens comuns: canetas, lápis, borrachas, papéis, mesas,
cadeiras, veículos, aparelhos de ar refrigerado etc. e de execução de serviços:
confecção de chaves, manutenção de veículos, colocação de piso, troca de azulejos,
pintura de paredes e outros. (JUSTEN FILHO, 2009).
24
São inúmeros os objetos a serem licitados que não são vistos com clareza
pelo gestor com o intuito de definir se o objeto é comum ou não. O legislador
procurou, por meio de lista anexada ao Decreto nº 3.555 de 2000, definir os bens ou
serviços de natureza comum. No entanto, essa lista foi considerada meramente
exemplificativa, em razão da impossibilidade de se listar tudo que é comum.
No Pregão, a licitação desenvolve-se em duas etapas, compreendendo uma
fase interna de preparação e outra externa. Na primeira, que em quase nada difere
das outras modalidades, deve-se justificar a necessidade da contratação, definindo o
objeto do certame e estabelecendo as exigências de habilitação, critérios de
aceitação de propostas, cláusulas gerais do contrato, sanções pelo inadimplemento,
dentre outras. Ainda nessa fase introdutória, a autoridade competente designa o
pregoeiro, que tem por competência a condução da licitação, recebendo propostas e
lances, analisando a aceitabilidade e procedendo a classificação.
A fase externa da licitação na modalidade Pregão compreende, inicialmente,
a divulgação, mediante publicação de avisos no Diário Oficial da União e em jornais
de grande circulação, sendo ainda facultado a veiculação de informação por meio
eletrônico. Nesse instrumento de aviso, fixa-se uma data para a realização de
sessão pública, na qual deverão comparecer todos os interessados, munidos dos
envelopes de propostas e documentos relativos à habilitação.
Em um primeiro momento, exige-se uma habilitação prévia, a priori, na qual
cada licitante se declara habilitado, afirmando estar em regularidade perante à
seguridade social, Fazenda Nacional e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-
FGTS, bem como que atende às exigências editalícias no tocante à habilitação
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira. Fica previsto que quem fizer
declaração falsa, nesta pré-habilitacão, ficará impedido de contratar com a União,
pelo prazo de até cinco anos, bem como é descredenciado do SICAF.
Declarando, pois, sua habilitação, o licitante participa da sessão de abertura
dos envelopes de proposta. Vê-se, nesse caso, que se produziu, na modalidade
Pregão, uma importante modificação no procedimento. Tal modificação consiste na
inversão do procedimento licitatório: ao invés de serem abertos primeiramente os
envelopes de habilitação, como nas demais modalidades, dá-se primeiramente a
abertura dos envelopes contendo as propostas. A partir daí, procede-se a lances
verbais sucessivos a serem feitos pelo licitante que apresentou o menor preço e
25
pelos demais que tenham apresentado preços até 10% acima, até que se classifique
a proposta mais vantajosa para a Administração.
A ausência de complexidade do objeto destitui essa modalidade de
pesquisas mais aprofundadas sobre os requisitos de habilitação técnica, constituindo
o pressuposto da inversão das fases de habilitação e classificação. Essa inversão do
procedimento foi a característica inovadora da modalidade, tendo em vista que a
fase de habilitação, sendo prévia em relação à fase de classificação, não constitui
celeridade processual, gerando prejuízo ao princípio constitucional da
eficiência.
Logo, seguindo essa inversão de procedimento, após a fase de
classificação, realizada na sessão pública de Pregão, procede-se, pelo pregoeiro, à
abertura do envelope contendo a documentação para habilitação do licitante que
apresentou a melhor proposta, para a verificação do atendimento das exigências,
condições e especificações contidas no edital, bem como da documentação de
regularidade exigida. Trata-se, de sorte, de uma habilitação a posteriori. Em
havendo inabilitação do proponente melhor posicionado, analisam-se os
documentos do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim
sucessivamente, caso necessário.
3.2 PREGÃO ELETRÔNICO
O Pregão eletrônico trata-se de uma das formas de realização da
modalidade licitatória de Pregão, apresentando as mesmas regras básicas do
Pregão presencial, acrescidas de procedimentos específicos. Caracteriza-se
especialmente pela inexistência da "presença física" do pregoeiro e dos demais
licitantes, uma vez que toda interação é feita por meio de sistema eletrônico de
comunicação pela Internet. Possui como importante atributo a potencialização de
agilidade aos processos licitatórios, minimizando custos para a Administração
Pública, estando cada vez mais consolidado como principal forma de contratação do
Governo Federal.
26
Faz-se necessário destacar que o primeiro instrumento normativo a prever a
possibilidade de realização do Pregão eletrônico em nosso ordenamento jurídico foi
a Medida Provisória nº 2.026/2000, em seu art. 2º, parágrafo único.
Deve-se ressaltar que no dia 21 de dezembro de 2000, ainda sob a égide da
sétima reedição da Medida Provisória nº 2.026/2000, foi editado o Decreto nº 3.697,
que regulamentou o Pregão em sua forma eletrônica, estabelecendo normas e
procedimentos para a realização de licitações na modalidade Pregão, por meio da
utilização de recursos de tecnologia da informação, destinado à aquisição de bens e
serviços comuns, no âmbito da União.
Com o intuito de otimizar o procedimento do Pregão, potencializando os
mecanismos para a divulgação, publicidade, ampla participação, o parágrafo 1º do
art. 2º, da Lei nº 10.520/2002, ratificando o que já havia sido previsto no art. 2º,
parágrafo único da Medida Provisória nº 2.026/2000, acima mencionado, consagrou
a implementação do que se convencionou denominar Pregão eletrônico, realizado
por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de
regulamentação específica, a qual se deu à época através do Decreto nº 3.697, de
21 de dezembro de 2000, aplicando-se subsidiariamente o Decreto 3.555, de 8 de
agosto de 2000, que trata do Pregão presencial.
Convém ser destacado que o Decreto nº 3.697/2000, ao dispor sobre o
Pregão eletrônico, não contemplava, de maneira abrangente, todos os passos do
procedimento licitatório eletrônico, fazendo apresentar várias remissões ao Decreto
nº 3.555/2002, que disciplina o Pregão presencial.
Para a adequação do regulamento, o Governo Federal editou o Decreto nº
5.450, de 31 de maio de 2005, que foi publicado no Diário Oficial da União do dia 1º
de junho de 2005. O novo regulamento do Pregão eletrônico finalmente veio
atualizar seu procedimento e adequar as incongruências do tratamento normativo
dado pelo Decreto nº 3.697/2002 relativamente aos dispositivos da Lei nº
10.520/2002, consagrando inovações que repercutirão no amadurecimento desse
procedimento, destacando-se com a mais relevante o dispositivo que instituiu a
obrigatoriedade de adoção do Pregão, nas aquisições de bens e serviços comuns,
adotando-se o Pregão eletrônico de forma preferencial. O Pregão eletrônico apresenta sessão pública que se efetiva por meio da
utilização de recursos de tecnologia da informação, onde a interação entre os
agentes públicos responsáveis pela realização da licitação (Pregoeiro e Equipe de
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Apoio) e os licitantes/fornecedores dá-se por meio de provedor da Internet,
permitindo, dessa forma, uma ampliação do universo de participantes e
proporcionando uma maior transparência e publicidade ao rito do certame, tendo em
vista que qualquer pessoa interessada pode acompanhar o desenvolvimento da
sessão pública e ter acesso a todos os atos e procedimentos praticados desde a
abertura até o encerramento dos trabalhos pertinentes ao procedimento licitatório.
Segundo Marçal Justen Filho (2009), além das diferenças formais entre o
pregão comum e o eletrônico, há outras diferenças que são não apenas formais. A
primeira diferença é o universo de licitantes. No pregão comum, podem participar
quaisquer pessoas, delas se exigindo apenas um credenciamento por ocasião do
início dos trabalhos. Já no pregão eletrônico, apenas podem participar os sujeitos
que se tiverem credenciado previamente perante um sistema de controle, o que
assegurará uma senha para acesso eletrônico à participação.
A segunda diferença consiste na apresentação de documentos. No pregão
eletrônico, o credenciamento é condicionado à apresentação prévia e antecipada de
uma parcela relevante dos documentos comprobatórios da habilitação do sujeito. Os
demais documentos deverão ser apresentados apenas pelo licitante que formular a
proposta mais vantajosa.
A terceira diferença é o acesso à fase de lances. No pregão comum, passam
para a fase de lances o licitante que tiver apresentado a melhor proposta e aqueles
cuja proposta estiver dentro de um certo percentual (ou, no mínimo, três licitantes).
No pregão eletrônico, passam à etapa de lances todos os licitantes.
A quarta diferença é a formulação de lances. No pregão comum, existe uma
ordem para a formulação de lances. Cada licitante tem a sua oportunidade para
formular lance e, se não o fizer, perderá a faculdade de fazê-lo posteriormente. No
pregão eletrônico, os licitantes formulam lances sem qualquer restrição, cabendo ao
sistema estabelecer limites a tanto. Assim, nada impede que um licitante aguarde
até o último segundo para apresentar o seu único lance, sagrando-se vencedor.
As circunstâncias do pregão comum permitem a realização de diligências e a
prática de certos atos que são incompatíveis com o pregão eletrônico. Qualquer ato
externo ao certame pressupõe a suspensão da sessão eletrônica e a sua retomada
posteriormente, diferentemente do que se passa com o pregão comum. Essa
diferença apresenta enorme relevância especialmente no tocante à questão das
amostras. (JUSTEN FILHO, 2009).
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Vera Scarpinella (2003) afirma que a forma eletrônica do Pregão não
equivale a uma nova e distinta modalidade licitatória. Trata-se da mesma
modalidade licitatória criada e descrita na Lei nº 10.520/2002.
Em relação à competitividade, o Pregão eletrônico se difere das outras
modalidades devido à simples constatação de que um licitante que possua
estabelecimento em qualquer lugar do país pode participar de um certame licitatório
promovido por qualquer instituição pública federal sediada no território nacional,
bastando estar conectado à Internet, e satisfazer os requisitos para credenciamento
no servidor do sistema.
3.3 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
Paulo Rui Barbosa (2008) afirma que o Registro de Preços não é uma
modalidade ou tipo de licitação. Esse se caracteriza por ser efetivado através de
uma licitação, do tipo menor preço, eventualmente técnica e preço, na modalidade
Concorrência e Pregão, cuja finalidade imediata é registrar preços unitários para
contratações futuras. No Sistema de Registro de Preços, a licitação obedece a todas
as determinações legais referentes a um procedimento licitatório. As normas, os
requisitos, as fases, os prazos são os mesmos estabelecidos para outra licitação
qualquer. O resultado imediato não é a contratação, e sim o Registro de Preços
para, num segundo instante, quando e se for oportuno e conveniente para a
Administração, efetivar-se o fornecimento ou a prestação dos serviços.
Ao estabelecer o Sistema de Registro de Preços, a Lei 8.666/93, no artigo
15, não introduziu novas regras para as licitações, a serem seguidas quando da sua
efetivação. Este registro não é uma licitação, mas chega-se a ele através de uma
licitação. O SRP, entre outros procedimentos, inclui a licitação.
O SRP também não é um banco de dados onde são registrados os preços
praticados para determinados bens ou serviços. Neste caso, na esfera federal,
temos o SISPP, que é o sistema de preços praticados, que serve como mecanismo
de informação no caso de levantamento de preços de mercado.
Para Marçal Justen Filho (2009), no registro de preços a licitação destina-se
a selecionar fornecedor e proposta para contratações não específicas, seriadas, que
29
poderão ser realizadas durante um certo período, por repetidas vezes. A proposta
selecionada fica à disposição da Administração que, se e quando desejar adquirir,
valer-se-á dos preços registrados, tantas vezes quanto o desejar.
Paulo Rui Barbosa (2008) ainda aponta as vantagens da utilização do SRP
efetivadas através das modalidades Concorrência e Pregão:
a) Facilita a administração dos estoques: as aquisições e contratações
através do Sistema de Registro de Preços acontecem de forma rápida e simples nas ocasiões e quantidades realmente necessárias, permitindo uma sensível redução nos níveis de estoques, liberando espaços para outras finalidades. Em função desta redução, diminuem, também, os riscos de deterioração de materiais, evitando desperdício.
b) Uniformidade nas aquisições: em princípio, durante a vigência do Sistema de Registro de Preços, as aquisições e contratações acontecerão com o mesmo fornecedor, e exatamente por isso, grande é a possibilidade de que estas aconteçam dentro de um mesmo padrão de fornecimento seja de bens ou de serviços.
c) Economia de recursos: a utilização do Sistema de Registro de Preços permite a melhor administração de recursos, incluindo a economia destes no que diz respeito a publicações. Essa economia pode se dar também pelo ganho de tempo no atendimento do interesse público, propiciando um elevado grau de eficiência nas compras e contratações.
d) Redução do número de licitações: o artigo que institui o Sistema de Registro de Preços, na Lei, prevê a validade do Registro de Preços de até um ano. Portanto por meio de uma única licitação poderemos ter assegurado o fornecimento ou a contratação para um período de doze meses.
e) Rapidez nas contratações: ganha-se todo o tempo que seria despendido na licitação. Esta é somente realizada para a efetivação do registro. Paulo Rui Barbosa (2008 apud José Caetano, 2002) apresenta um minucioso estudo referente aos prazos requeridos em uma licitação convencional, do tipo menor preço, a partir da publicação do correspondente aviso até a sua homologação, sem levar em conta os tramites internos desde a identificação da necessidade até a dita publicação. Chegou a seguinte conclusão: Convite – 32 dias; Tomada de Preços – 79 dias; Concorrência – 94 dias.
f) Evita o fracionamento da despesa: muitas entidades têm enfrentando problemas em suas prestações de contas, inclusive em convênios, resultantes do fracionamento da despesa, que como se sabe consiste em efetuar para um mesmo objeto diversas licitações com valores até o limite de uma determinada modalidade, quando o somatório destes aponta para um modalidade superior. Com o Sistema de Registro de Preços não se tem este problema, pois as modalidades admissíveis são aquelas que não têm limites de valor para sua utilização.
g) Validade dos preços igual à do registro: no Sistema de Registro de Preços a validade dos preços se projeta no tempo juntamente com a vigência da ata correspondente que poderá ser de até um ano.
h) Possibilidade de uso do “registro” por outras entidades: embora não previsto na Lei, o Decreto 3.931/01, ao regulamentar o Sistema de Registro de Preços, na esfera federal, prevê a utilização do mesmo por outras entidades. Estas outras entidades participam do sistema desde os procedimentos iniciais do registro (órgãos participantes), ou poderão aderir após o registro ter se efetivado (órgãos não participantes – “caronas”).
i) Flexibilidade nos quantitativos: o fornecedor apresentará em sua proposta preços unitários em função de sua expectativa das
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quantidades a serem efetivamente contratadas, por isso, a Administração não pode implantar registros de preços sem um criterioso planejamento (BARBOSA, 2008).
31
CAPÍTULO IV
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo visa reunir os resultados da pesquisa feita acerca dos
resultados do Pregão eletrônico no TJDFT. Primeiramente, são apresentados os
resultados da entrevista com o pregoeiro do TJDFT e, posteriormente, os resultados
da pesquisa documental que complementam as informações extraídas na entrevista.
4.1 RESULTADOS DA ENTREVISTA
Modalidades utilizadas pelo TJDFT Segundo informações do pregoeiro Carlos Henrique Petit, o TJDFT utiliza
apenas as modalidades Concorrência, Tomada de Preços, Pregão presencial e
Pregão eletrônico.
A licitação do tipo Convite não é mais utilizada. A última licitação nessa
modalidade foi homologada em 31/12/2007.
Início do uso do Pregão eletrônico no TJDFT
O entrevistado, pregoeiro do Tribunal, afirmou que o Pregão eletrônico
começou a ser utilizado logo após o fornecimento de um sistema de prevenção de
intrusão Proventia G12000 + Site Protector, em maio de 2006.
Tabela 2 - Frequência de cada modalidade utilizada pelo TJDFT
TIPO 2012 2011 2010 MÉDIA Pregão Presencial 6 11 11 9,33
Pregão Presencial - SRP 0 1 0 0,33 Pregão Eletrônico 117 61 42 73,33
Pregão Eletrônico - SRP 72 50 55 59,00 Concorrência 1 5 3 3,00
Concorrência – SRP 0 0 0 0,00 Tomada de Preços 8 3 0 3,67
Total 204 131 111 148,67
32
Percebe-se que a frequência de compras na modalidade Pregão eletrônico
está aumentando substancialmente ao longo dos anos, enquanto a modalidade
Concorrência caiu de 5 em 2011 para 1 em 2012.
Tabela 3 - Tempo de compra de cada modalidade utilizada pelo TJDFT
INTERNA** (tempo médio)
EXTERNA*** Tempo Médio: entre o Final da Sessão e a Ata de Publicação da Homologação
Pregão Presencial 0 0 0
Pregão Presencial - Registro de Preços 0 0 0 MÉDIA DO PREGÃO 0 0 0
Pregão Eletrônico 135 53 15 Pregão Eletrônico - Registro de Preços 135 53 16 MÉDIA DO PREGÃO ELETRÔNICO 135 54
Concorrência 557 66 14 Tomada de Preços 0 0 0
Convite 0 0 0 MÉDIA DA LICITAÇÃO 557 66
MEDIA GERAL 138 24
Bens/serviços geralmente adquiridos com o Pregão eletrônico
O pregoeiro afirmou que a lista é extensa. São realizados Pregões eletrônicos
para aquisição de veículos, mobiliário, pneus, medalhas, bottons,
microcomputadores, scanners, materiais de consumo de expediente, de consumo
odontológico, de telecomunicações, de consumo gráfico, de informática,
fornecimento de café, de gêneros alimentícios, de tintas, de óleo lubrificante,
contratação de empresa especializada para prestação de serviços de manutenção
preventiva e corretiva em ar condicionado, de manutenção predial, de segurança, de
vigilância, de brigadista, entre vários outros (ver os exemplos do quadro abaixo).
Tabela 4 - Redução de custos e de preços com a utilização do Pregão eletrônico
Pregão eletrônico 2012
Objeto Valor estimado Valor licitado Valor economizado
Contratação de empresa especializada para execução sob demanda, de serviços técnicos especializados a produtos R$ 1.912.200,00 R$ 1.907.991,10 R$ 4.208,90
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microsoft que integram a infraestrutura computacional do tjdft
Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de operação, manutenção preventiva e corretiva
dos sistemas e instalações de telecomunicações dos prédios do tribunal de justiça do distrito federal e dos
territórios, por meio da locação de mão de obra especializada
R$ 2.814.407,64 R$ 2.590.514,64 R$ 223.893,00
Contratação de empresa para aquisição de solução (hardware, software e serviços de implementação,
customização e operacionalização) de backup de dados, com instalação e treinamento
R$ 3.196.805,81 R$ 2.999.418,09 R$ 197.387,72
Contratação de empresa especializada para fornecimento de serviço de suporte técnico “on-site” e manutenção corretiva e evolutiva para o software symantec veritas
netbackup versão 6.5.3 ou superior
R$ 179.169,96 R$ 158.199,96 R$ 20.970,00
Contratação de serviço de fornecimento de licenciamento de uso definitivo de softwares microsoft e serviço de
renovação R$ 2.900.369,08 R$ 2.708.343,74 R$ 192.025,34
Registro de preços para aquisição de material de consumo para utilização em gráfica R$ 163.216,00 R$ 87.380,20 R$ 75.835,80
Contratação de empresa especializada para fornecimento e instalação de 25 aparelhos de ar condicionado do tipo split
cassete R$ 302.708,44 R$ 239.000,00 R$ 63.708,44
Registro de preços para aquisição de materiais de consumo de combate a incêndio R$ 87.570,46 R$ 75.641,85 R$ 11.928,61
Registro de preços para aquisição de notebook R$ 1.118.137,26 R$ 1.023.441,00 R$ 94.696,26
Registro de preços para aquisição de material de consumo para utilização em gráfica R$ 91.938,86 R$ 52.829,65 R$ 39.109,21
Contratação de serviços de consultoria especializada, para elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos
do tribunal de justiça do distrito federal e territórios, que terá por escopo analisar todas as fases da geração,
armazenamento, descarte e recolhimento de resíduos produzidos no órgão, bem como estabelecer ações integradas e diretrizes, levando em conta aspectos
ambientais, sociais, econômicos, legais, administrativos e técnicos
R$ 41.420,00 R$ 17.500,00 R$ 23.920,00
Aquisição de densitômetro para microfilmes com display em led ou lcd R$ 21.493,75 R$ 6.677,00 R$ 14.816,75
Registro de preços para aquisição de material de consumo ondontológico durante o exercício de 2012 R$ 32.765,06 R$ 20.729,74 R$ 12.035,32
Registro de preços para fornecimento de lubrificantes para o exercício de 2012 R$ 63.009,44 R$ 37.405,52 R$ 25.603,92
Registro de preços para aquisição de pneus, novos e de primeiro uso, para os veículos da frota do tjdft R$ 183.028,65 R$ 147.957,52 R$ 35.071,13
Registro de preços para aquisição de tapetes de fibra de vinil (capachos) R$ 56.342,60 R$ 19.704,56 R$ 36.638,04
Contratação de empresa especializada para fornecimento de serviço de licenciamento (subscrição) para o software de banco de dados enterprisedb postgres plus advanced
server premium, incluindo instalação, transferência de conhecimento, configuração, backup, restauração de base de dados, atualizações, renovações, releases, suporte e
otimização, conforme especificações técnicas contidas no anexo ii
R$ 171.734,19 R$ 154.500,00 R$ 17.234,19
Registro de preços para prestação de serviços de recarga, testes hidrostáticos e troca de cilindros em extintores
veiculares R$ 7.806,11 R$ 5.690,00 R$ 2.116,11
Fornecimento, por demanda, de peças, componentes e acessórios genuínos (com controle de qualidade das montadoras) para as marcas: volkswagen, fiat, iveco,
chevrolet, mercedes benz, ford, renault, peugeot, marcopolo/volare e kia motors
R$ 447.400,00 MAIOR DESCONTO
MAIOR DESCONTO
34
Registro de preços para aquisição de material de consumo médico e odontológico R$ 325.258,51 R$ 204.849,60 R$ 120.408,91
Contratação de empresa especializada para o fornecimento de café moído durante o exercício de 2012 R$ 266.040,00 R$ 252.000,00 R$ 14.040,00
O registro de preços para contratação de empresa especializada na prestação de serviços de cópia e
digitalização, com fornecimento, instalação e configuração de equipamentos multifuncionais (novos e sem uso), com
reposição de peças e todo material de consumo necessário ao seu perfeito funcionamento, exceto papel, bem como
assistência técnica preventiva e corretiva continuada, garantia “on site” e treinamento
R$ 776.212,29 R$ 746.935,20 R$ 29.277,09
Registro de preços para aquisição e instalação, sem ônus para o tjdft, de impressoras em braille, com garantia “on
site” de 36 (trinta e seis) meses R$ 80.500,00 R$ 74.547,72 R$ 5.952,28
Contratação de empresa especializada para fornecimento de solução de identificação biométrica, baseada em reconhecimento facial sobre imagens de vídeo em
movimento e em tempo real, com inclusão de todos os equipamentos, aplicações e serviços necessários para a operacionalização da solução, inclusive desenvolvimento de aplicação para integração ao sistema atualmente em
uso no tjdft
R$ 239.330,00 R$ 231.200,00 R$ 8.130,00
Contratação de empresa especializada para fornecimento, durante o exercício de 2012, de arranjos florais naturais 107407,66 69395 38012,66
Registro de preços para aquisição de material de consumo médico e ondontológico durante o exercício de 2012 R$ 290.007,46 R$ 149.951,05 R$ 140.056,41
Contratação de empresa para fornecimento de clichê inferior e superior para relógio datador irce durante o
exercício de 2012 R$ 11.568,33 R$ 9.747,50 R$ 1.820,83
Contratação de empresa especializada para fornecimento de carimbos, chancelas, refis e borrachas para carimbo,
durante o exercício de 2012 R$ 50.287,76 R$ 34.857,60 R$ 15.430,16
Contratação de empresa para prestação de serviços de manutenção corretiva em aparelhos de ar condicionado em 258 (duzentos e cinquenta e oito) veículos pertencentes à
frota do tjdft, com substituição de peças, quando necessário, conforme planilha de custos
R$ 165.803,68 R$ 165.003,66 R$ 800,02
Contratação de empresa especializada para prestação de serviço de telefonia móvel pessoal (smp) e serviço de
acesso a internet móvel (dados), com o fornecimento de todos os dispositivos necessários
R$ 3.271.365,09 R$ 1.324.525,04 R$ 1.946.840,05
Registro de preços para aquisição de material de consumo para utilização em gráfica R$ 228.232,35 R$ 95.359,40 R$ 132.872,95
Registro de preços para aquisição de uniformes táticos para os agentes de segurança do tjdft R$ 39.296,54 R$ 18.480,00 R$ 20.816,54
Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de lavanderia, incluindo as atividades de
passagem R$ 326.938,68 R$ 7.490,82 R$ 319.447,86
Aquisição de bastões retráteis antitumulto R$ 13.443,60 R$ 9.388,50 R$ 4.055,10
Registro de preços para aquisição de fita de impressão para impressora okidata ml 620, part number 44173403,
bem como de ribbon para impressora térmica ttp247 R$ 48.481,50 R$ 24.979,00 R$ 23.502,50
Registro de preços para aquisição de entretela R$ 20.640,00 R$ 14.975,00 R$ 5.665,00
Registro de preços para aquisição de refrigerador do tipo frigobar R$ 67.214,33 R$ 57.290,00 R$ 9.924,33
Contratação de empresa especializada para fornecimento de gêneros alimentícios não perecíveis durante o exercício
de 2012 R$ 109.780,03 R$ 57.579,30 R$ 52.200,73
Registro de preços para aquisição, instalação, configuração e parametrização de 05 (cinco) sistemas de inspeção por raios-x e 05 (cinco) portas giratórias detectoras de metais, novos, de primeiro uso, incluindo peças componentes para
instalação, sem qualquer custo adicional para o tjdft
R$ 734.291,66 R$ 74.980,00 R$ 659.311,66
35
Contratação de empresa especializada para realizar recarga dos extintores do tjdft e testes hidrostáticos R$ 27.323,16 R$ 25.462,15 R$ 1.861,01
Contratação de empresa especializada para fornecimento de serviço de suporte técnico 'on-site' e manutenção
corretiva e preventiva para robô de backup em fita e seus respectivos “drives” lt02, incluindo reposição de peças, sem
ônus adicionais para o tjdft
R$ 10.769,14 R$ 10.200,00 R$ 569,14
Registro de preços para aquisição de mobiliário e painéis-divisores R$ 24.349.478,00 R$ 9.054.387,00 R$ 15.295.091,00
Registro de preços para aquisição de material de limpeza automotiva e conservação de veículos R$ 12.163,13 R$ 8.504,22 R$ 3.658,91
Contratação de empresa especializada para fornecimento de material para pintura automotiva durante o exercício de
2012 R$ 12.459,09 R$ 11.126,68 R$ 1.332,41
Contratação de empresa especializada para prestação de serviço de renovação de licenças e releases dos aplicativos que compõem a solução de antispam do tjdft, e serviço de
manutenção e suporte técnico “on-site” para 02 (dois) appliances (hardware e aplicativo), também pertencentes à
solução antispam
R$ 277.013,33 R$ 258.000,00 R$ 19.013,33
Registro de preços para aquisição de travas de segurança para microcomputadores R$ 119.781,25 R$ 71.075,00 R$ 48.706,25
Contratação de empresa especializada para fornecimento de serviço de suporte técnico “on-site” e manutenção
corretiva e evolutiva para 12 computadores servidores da marca dell, modelo poweredge r900
R$ 10.566,03 R$ 9.799,96 R$ 766,07
Contratação de empresa especializada para o fornecimento de gêneros alimentícios não perecíveis para o exercício de
2012 R$ 108.695,08 R$ 85.959,30 R$ 22.735,78
Contratação de empresa especializada para fornecimento de gêneros alimentícios não perecíveis durante o exercício
de 2012 R$ 69.041,64 R$ 57.522,60 R$ 11.519,04
Contratação de empresa especializada em manutenção preventiva e corretiva de 16 (dezesseis) elevadores de
passageiros, situados nos fóruns de brasília (6 elevadores atlas schindler), são sebastião (2 elevadores otis) e júlio
leal fagundes (8 elevadores otis), incluindo todos os seus componentes eletromecânicos, mecânicos, elétricos,
eletrônicos, de emergência, de segurança e quaisquer outros que integrem o sistema, incluindo técnicos
especializados e o fornecimento de peças, materiais e acessórios, sem qualquer ônus adicional para o tjdft.
R$ 285.721,20 R$ 261.000,00 R$ 24.721,20
Contratação de serviços de impressão monocromática e colorida, por meio de tecnologia laser ou similar, com o fornecimento de equipamentos novos e de primeiro uso,
não recondicionados e/ou remanufaturados, sem qualquer uso anterior, abrangendo a sua disponibilização,
instalação, realocação, remanejamento físico interno e externo ao tribunal, manutenção preventiva e corretiva,
assistência técnica com fornecimento de peças, acessórios, componentes, suprimentos e material de consumo (exceto papel) originais do fabricante dos
equipamentos, novos e de primeiro uso, não recondicionados e/ou remanufaturados.
R$ 31.406.596,00 R$ 21.998.669,86 R$ 9.407.926,14
Registro de preços para a contratação de empresa especializada na elaboração e fornecimento de alimentos
do tipo café da manhã/lanche, coffee break, coquetel e almoço/jantar e pessoal de apoio (garçons e manobristas) que serão utilizados nos eventos oferecidos pelo tribunal
de justiça do distrito federal e dos territórios às autoridades e público participantes
R$ 406.300,00 R$ 264.019,00 R$ 142.281,00
Aquisição de produtos hortifruticolas para os bercários de samambaia e nucleo bandeirante (revogado)
MAIOR DESCONTO
MAIOR DESCONTO
MAIOR DESCONTO
Aquisição de medalhas, bottons e insígnia da ordem R$ 55.900,00 R$ 24.480,90 R$ 31.419,10
36
Registro de preços para o fornecimento de medicamentos durante o exercício de 2012 R$ 55.381,22 R$ 41.879,90 R$ 13.501,32
Aquisição de equipamentos de cozinha e eletrônicos R$ 28.271,94 R$ 16.282,38 R$ 11.989,56
Contratação de empresa especializada na prestação de serviços continuados de lavanderia, incluindo passagem,
para atendimento às demandas dos berçários do fórum do núcleo bandeirante e do fórum de samambaia, com
inauguração prevista para abril de 2012
R$ 16.713,60 R$ 998,40 R$ 15.715,20
Registro de preços para contratação de empresa especializada no fornecimento de divisórias instaladas, do
tipo piso-teto R$ 10.543.261,66 R$
10.230.000,00 R$ 313.261,66
Registro de preços para aquisição de uniformes para estagiários R$ 25.792,50 R$ 17.565,00 R$ 8.227,50
Contratação de agente de integração para operacionalizar o programa de estágio do tribunal de justiça do distrito federal e dos territórios, mediante concessão de bolsa-
auxílio, a alunos regularmente matriculados e com frequência efetiva em cursos de ensino regular oferecidos
por instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial, vinculados à estrutura do ensino público e particular
R$ 466.359,60 R$ 179.994,48 R$ 286.365,12
Prestação de serviços especializados de manutenção preventiva, corretiva e execução de atendimentos
emergenciais em sistema modular de tratamento de esgoto, marca mizumo, modelo mb08, incluindo
substituição de peças e acessórios, sem ônus adicionais para o tjdft
R$ 50.977,80 R$ 50.977,80 R$ 0,00
Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de adaptação de equipamento de acessibilidade, modelo plataforma elevatória veicular, em 3 (três) veículos do tipo van modelo master bus 16 dci, marca renault, ano
2009/2010, de proriedade do tjdft
R$ 66.100,00 R$ 57.799,98 R$ 8.300,02
Registro de preços para aquisição de máquinas perfuradoras, máquinas numeradoras e carimbos
datadores automáticos, incluindo assistência técnica e treinamento
R$ 813.311,46 R$ 360.688,64 R$ 452.622,82
Contratação de empresa especializada para fornecimento de placas metálicas padrão inaugural e padrão missão, incluindo da produção de projeto gráfico em corel draw
R$ 33.187,50 R$ 28.399,80 R$ 4.787,70
Registro de preços para aquisição de material de informática e reprografia R$ 1.495.747,81 R$ 432.265,88 R$ 1.063.481,93
Aquisição de utensílios para cozinha R$ 12.571,54 R$ 8.755,65 R$ 3.815,89
Contratação de empresa especializada para fornecimento de ovos durante o exercício de 2012 R$ 13.816,00 R$ 13.068,00 R$ 748,00
Registro de preços para aquisição de revelador para chapa térmica digital para uso em sistema ctp (computer to plate) R$ 83.900,00 R$ 53.250,00 R$ 30.650,00
Contratação de empresa especializada para fornecimento e instalação de vidro temperado de 8 mm, incolor, com perfis
em alumínio anodizado fosco e acessórios, para fechamento das varandas do fórum de santa maria, de
acordo com o projeto de arquitetura, caderno de especificações técnicas e nos termos do presente edital e
dos seus anexos
R$ 14.618,49 R$ 12.529,56 R$ 2.088,93
Aquisição de brinquedos pedagógicos R$ 44.920,11 R$ 23.561,78 R$ 21.358,33
Contratação de empresa especializada para o fornecimento de 3.500 (três mil e quinhentas) doses de vacinas antigripais, contendo 3 (três) tipos de cepas em
combinação para vacina influenza 2012 - cepa influenza tipo a/califórnia (h1n1) + cepa influenza tipo a/perth (h3n2) + cepa influenza tipo b/brisbane; dose única de 0,5ml com seringa preenchida de 0,5ml, sem gesto vacinal - para a
realização de campanha de vacinação antigripal em servidores ativos do tjdft a ser realizado paralelamente à
campanha nacional de imunização
R$ 64.883,00 R$ 45.290,00 R$ 19.593,00
37
Registro de preços para contratação de empresa especializada para realização da reprodução de cópias
xerográficas relativas a documentos com tamanho a3 ou superior
R$ 7.206,25 R$ 7.196,50 R$ 9,75
Aquisição de aparelhos de ar-condicionado portáteis e aparelhos umidificadores de ambientes R$ 6.083,53 R$ 749,97 R$ 5.333,56
Registro de preços para aquisição de caixas arquivo modelo “a” R$ 273.750,00 R$ 210.000,00 R$ 63.750,00
Aquisição de buchas, parafusos e cantoneiras R$ 53.195,82 R$ 35.414,00 R$ 17.781,82
Registro de preços para aquisição de válvulas para mictórios e obturadores para caixa de descarga de embutir
montana R$ 69.121,50 R$ 36.540,00 R$ 32.581,50
Subtotais R$ 92.354.601,16 R$ 59.879.873,35 R$ 32.027.327,81
O pregoeiro do Tribunal afirmou que é notável a economia com a utilização do
Pregão eletrônico. Essa economia é calculada pela diferença entre o preço de
referência (média aritmética das propostas) e o preço efetivamente pago pelos
bens/serviços comuns adquiridos. Isso ocorre devido à competitividade no momento
da sessão de lances. Quanto maior o número de empresas participantes da
licitação, menor será o preço pago. Há ainda a redução de custos devido à falta de
necessidade de deslocamento da equipe e dos participantes, além da redução dos
gastos com publicação, que ocorre por meio eletrônico.
Competitividade da modalidade Pregão eletrônico e quantidade de empresas participantes
O entrevistado afirmou que a quantidade de empresas participantes nas
compras pelo Pregão eletrônico é visivelmente maior. Por exemplo, uma licitação na
modalidade Pregão eletrônico para aquisição de cartuchos para todo o TJDFT com 4
itens, teve-se mais ou menos 54 participantes em cada item, diferentemente do
Pregão presencial que participaram apenas 5 fornecedores na licitação por Registro
de Preços para aquisição de suprimentos de impressão para impressoras e
copiadoras hp, xerox, okidata e ricoh (cabeçotes, cartuchos, cilindros, kits de
manutenção e outros).
A quantidade de empresas participantes determina o grau de competitividade
de uma licitação. Quanto mais participantes, maior será a competitividade e
consequentemente menores serão os preços ofertados pelas empresas. A
competitividade do Pregão eletrônico justifica-se pelo fato de que empresas de
38
qualquer região podem participar da sessão, bastando estarem conectadas à
Internet.
Utilização do Sistema de Registro de Preços
O Sistema de Registro de Preços é utilizado pelo TJDFT. Foram realizados,
em 2012, 117 Pregões eletrônicos e 72 Pregões eletrônicos pelo Sistema de
Registro de Preços.
39
4.2 RESULTADOS DA PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental visa complementar a entrevista e verificar se esses
resultados do Pregão eletrônico se estendem à Administração Pública Federal.
Tabela 5 – Dados do Pregão eletrônico desde 2009
2009
2010
2011
2012
Número de transações
34,3 mil
33,7 mil
32,3 mil
34,7 mil
Valores
movimentados
20,5 bi
26,2 bi
24,65 bi
33,6 bi
Participação do
Pregão eletrônico em relação ao
total dos processos de
compra
86%
89%
91,2%
91%
Participação do
Pregão eletrônico no valor total
gasto nas compras gov.
55%
66%
77,8%
70%
Economia
3,1 bi
6,06 bi
7,53 bi
7,8 bi
Redução de
custos (valor de referência e valor
contratado)
21%
21,2%
23,4%
19%
Fonte: Comprasnet
Em relação à utilização do Pregão eletrônico no ano de 2012, o site
Comprasnet publicou a seguinte informação:
Comparado às modalidades de contratação, o pregão eletrônico respondeu por 46% das compras governamentais, com um gasto de R$ 33,6 bilhões, sendo empregado em 34,7 mil processos (15%). Se comparado apenas às modalidades licitatórias, essa forma de contratação foi responsável por 70% dos gastos em aquisições, resultando numa economia para os cofres públicos da ordem de R$ 7,8 bilhões (19%). Em relação ao número de certames licitatórios, o pregão eletrônico respondeu por 91%. Ressalta-se ainda que, na comparação entre os anos de 2007 e 2012, as licitações por meio do pregão eletrônico cresceram 33% em quantidade e 78% em valores monetários. Segmentando a informação regionalmente, foi possível observar que em 2012 os órgãos federais localizados no estado do Rio de Janeiro e no
40
Distrito Federal foram os que mais utilizaram o pregão em quantidade (4.708) e valor (R$ 15,1 bilhões), respectivamente. No Distrito Federal, esse montante representou 77% de todos os seus gastos com aquisições. Proporcionalmente o estado de Roraima foi o maior usuário, com 91% de suas compras por essa modalidade. Nesse contexto, as informações apresentadas ratificam a importância dessa modalidade de contratação para a redução dos gastos públicos, além de proporcionar maior transparência, tendo em vista que todos os certames podem ser acompanhados em tempo real no Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet).
Em relação à redução dos custos há a seguinte informação:
O fato de todo procedimento ser eletrônico reduz os custos, já que os fornecedores não precisam se deslocar para tentar vender ao governo. Ao contrário do que ocorre nas outras modalidades, o fornecedor só apresenta documentação de regularidade fiscal e cadastral se for o detentor do menor preço. Isso diminui drasticamente o número de recursos judiciais e administrativos das licitações — o governo percebe essa diminuição, mas não tem instrumentos para mensurar a redução do número de contestações administrativas e judiciais. Também é mais simples porque nas outras modalidades a Administração precisa olhar a documentação de todos os concorrentes antes e no pregão eletrônico só é verificada a documentação do vencedor, se este não estiver de acordo é analisada a do segundo colocado. Então, isso reduz o custo administrativo do Governo. Considerado pelo secretário como o mais importante fator para a redução dos valores pagos está a própria forma do pregão: por funcionar por lances invertidos, a concorrência é explícita e as empresas baixam seus valores minuto a minuto. Nas demais modalidades há apenas sugestão de preço, enviada dias antes da abertura das propostas (Comprasnet).
Já em relação ao tempo de compra do Pregão eletrônico:
O governo avalia que o uso do pregão trouxe uma série de vantagens. Enquanto nas modalidades tradicionais da Lei no 8.666, a Lei de Licitações, todo o processo é burocratizado, ele é mais simples no formato eletrônico. Com isso, o pregão eletrônico também é o mais rápido, demora cerca de 17 dias. Na modalidade carta-convite são 22 dias; a tomada de preços leva cerca de 90 dias e uma concorrência demora, em média, 120 dias (Comprasnet).
O Pregão eletrônico também apresenta o benefício de ser um procedimento
mais seguro:
O pregão eletrônico também é o mais seguro do ponto de vista da contratação porque evita contratos prévios entre os fornecedores na medida em que os fornecedores não sabem quem é o pregoeiro e o pregoeiro não sabe quem é o fornecedor. Então há uma segurança e uma transparência maior já que todos esses processos ocorrem por meio eletrônico (Comprasnet).
41
Em relação à ampliação da utilização do Pregão eletrônico, temos a seguinte
informação extraída do Comprasnet:
O sistema de compras eletrônicas do Governo Federal - Comprasnet - está disponível para estados e municípios e entidades da Administração Federal Indireta. A iniciativa visa facilitar à adesão dos órgãos à modalidade pregão cuja obrigatoriedade está prevista nas alterações da Lei Geral de Licitações 8.666/93. As mudanças integram o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e aguardam apreciação do Congresso Nacional. Essas modificações tornam obrigatório o uso do pregão também para estados e municípios, já que no Governo Federal essa exigência existe desde julho de 2005. Assim como já ocorre na esfera federal, o pregão eletrônico terá preferência nas aquisições e a forma presencial deverá ser justificada (Comprasnet).
O Pregão eletrônico e os benefícios para as MPE’s:
Analisando os gastos públicos com aquisições segundo o porte em 2012, as MPEs foram responsáveis pelo fornecimento de bens e serviços da ordem de R$ 14,1 bilhões, ou seja, 29% do total das licitações. Dos R$ 24,5 bilhões contratados por meio de dispensa/inexigibilidade de licitação, cerca de R$ 1,3 bilhão foi realizado junto às MPEs, representando 5% dessas contratações. Na comparação entre 2012 e 2007, o crescimento desse segmento empresarial nas referidas contratações foi de 45%. Esses números mostram claramente o crescimento do pregão na vida dos pequenos empreendimentos. Ao invés de reduzir a sua participação como acreditavam alguns segmentos, o pregão eletrônico democratiza o acesso às licitações públicas porque facilita e reduz os custos de participação para os fornecedores já que os procedimentos ocorrem pela internet (Comprasnet).
Há ainda a possibilidade de adoção do meio eletrônico para as outras
modalidades de licitação:
O pregão eletrônico já atingiu sua maturidade no Governo Federal com grande sucesso já que é a modalidade mais barata para comprar, ágil e eficiente como tem demonstrado a sua utilização nas compras federais nos últimos cinco anos. Essa eficiência poderá ser estendida também às demais modalidades de licitação. O aperfeiçoamento da Lei Geral de Licitações, que aguarda apreciação no Congresso Nacional, prevê a realização de licitações por meio eletrônico também nas modalidades convencionais como concorrência, tomada de preços, concurso, leilão e convite (Comprasnet).
A crítica em relação ao Pregão eletrônico é a discrepância dos preços
inicialmente ofertados durante a fase do estabelecimento do preço de referência.
Observou-se que as empresas participantes geralmente elevam os preços para o
cálculo que servirá de base para a contratação, uma vez que esse valor será a
média aritmética desses preços.
Isso pode tornar questionável a redução dos preços, dando a impressão de
que as compras são feitas a preços mais baratos que os preços de mercado. Uma
42
redução de preços já bastante elevados pode não ser tão vantajosa como aparece
nas notícias. A Administração Pública tenta demonstrar uma grande economia com
o Pregão eletrônico, porém, os preços apenas se tornam aceitáveis e não mais
baratos a ponto de se considerar uma economia de recursos públicos.
Apesar da crítica em relação aos preços ofertados, o procedimento de
compra por meio do Pregão eletrônico pode ser considerado uma grande inovação
por combinar a tecnologia da informação com a inversão das fases de habilitação e
classificação, que garante maior celeridade. Outra grande vantagem que precisa ser
observada é uma maior abrangência do número de empresas participantes,
garantindo uma competição mais acirrada e, consequentemente, preços melhores.
Além da redução dos preços, há ainda a redução dos custos administrativos, pois
todo o procedimento é feito eletronicamente, dispensando custos com deslocamento
da comissão de licitação e das empresas participantes. O tempo de compra reduzido
também torna o Pregão eletrônico a modalidade mais utilizada pela Administração
Pública para a aquisição de bens e serviços comuns.
43
CONCLUSÕES
Este capítulo apresenta as principais ideias, as conclusões em relação ao
objetivo proposto, as dificuldades e as facilidades do estudo e a análise crítica sobre
o tema. Além disso, será destacada a importância do estudo realizado e suas
contribuições para a Administração Pública.
O objetivo principal do trabalho foi a análise das inovações nas compras
governamentais. Foram tratados como inovações o Pregão presencial e o eletrônico,
além do Sistema de Registro de Preços. Porém, o foco do trabalho baseou-se nos
resultados do Pregão eletrônico no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios (TJDFT) e, em geral, na Administração Pública.
Procurou-se estudar cada possível benefício que o Pregão eletrônico pode
trazer para a Administração Pública. Dados do órgão escolhido e do Governo
Federal foram coletados para provar a suposição do estudo.
Por meio da pesquisa de campo e da documental, foi possível observar que
os resultados do Pregão eletrônico são positivos, ou seja, essa modalidade
conseguiu destaque nas compras governamentais por apresentarem características
de celeridade, desburocratização, economia, competitividade, publicidade e
eficiência. Com isso, conclui-se que o Pregão eletrônico traz benefícios, tanto no
TJDFT, quanto na Administração Pública Federal, sendo esta comprovada por meio
de dados extraídos principalmente do Comprasnet.
O estudo teve como limitação o fato da Administração Pública ser muito
ampla, possuindo órgãos e entidades, além das esferas municipais, estaduais,
distrital e federal. Não foi objetivo do trabalho analisar todas as esferas da
Administração, mas apenas a Administração federal e uma entidade pertencente a
ela. Como facilidade, pode-se destacar o princípio da publicidade da Administração
Pública. Como regra geral, os atos praticados pelos agentes administrativos não
devem ser sigilosos. Portanto, salvo as ressalvas legalmente estabelecidas e as
decorrentes de razões de ordem lógica, o processo administrativo deve ser público,
acessível ao público em geral, não apenas às partes envolvidas. Isso facilita o
controle social e, no caso do estudo, permitiu extrair informações com mais
44
facilidade, tanto na entidade da pesquisa quanto em sites do Governo, que devem
publicar informações sobre gastos e atividades.
Todos os processos passam por transformações ao longo dos anos com o
surgimento de novas práticas e tecnologias. As compras governamentais
aprimoraram-se e hoje temos inovações que permitem trazer melhores resultados
para a Administração Pública. Estudos nesta área permitem analisar vantagens e
desvantagens de inovações nas compras governamentais, além da melhoria do
processo de compras. As compras são realizadas constantemente por todos os
órgãos e entidades da Administração Pública de todas as esferas de Governo,
devendo por isso ser um processo mais aprimorado e com menores prejuízos.
45
BIBLIOGRAFIA BARBALHO, Fernando Almeida. Rotinas, Projetos e Disseminação de Inovações no Governo Eletrônico: O caso da E-Ping. 2009. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade de Brasília, Brasília, 2009. BARBOSA, Paulo Rui. Sistema de registro de preços - SRP: implantação e funcionamento. Curitiba: Editora Negócios Públicos do Brasil Ltda, 2008 (Coleção 10 anos de Pregão). BRASIL. Constituição Federal, 1988. BRASIL. Licitações & contratos: orientações básicas. 3. ed., rev., atual e ampl. Brasília: Trib. Contas União, 2006. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 10 ed., rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. p.194. CITADINI, Antonio Roque. Comentários e jurisprudência sobre a Lei de Licitações Públicas. 3. Ed. São Paulo: Max Limonad, 1999. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 11. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LEMOS, Cristina. Inovação na era do conhecimento. In: LASTRES, Maria Helena; ALBAGLI, Sarita. Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
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APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista Estruturada
Instruções Gerais:
Sou aluna de pós-graduação do curso de Gestão Pública e estou conduzindo essa
pesquisa como parte da minha monografia de final de curso acerca do tema
“Inovação em compras governamentais: os resultados do Pregão eletrônico no
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT)”.
Agradeço, desde já, a sua disponibilidade em cooperar com a minha pesquisa.
Perguntas:
1 – Quais são as modalidades de licitação utilizadas pelo TJDFT?
2 – Quando começou o uso do Pregão eletrônico no TJDFT?
3 – Com que frequência, em média, são feitas as compras e contratações nas
modalidades (por ano):
Concorrência:
Tomada de preços:
Convite:
Pregão:
Pregão eletrônico:
4 – Quanto tempo, em média, dura o processo de compra (desde a publicação do
edital) utilizando:
Concorrência:
Tomada de preços:
Convite:
Pregão:
Pregão eletrônico:
5 – Quais são os bens/serviços geralmente adquiridos com o Pregão eletrônico?
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6 – Existe redução de custos operacionais com a utilização do Pregão eletrônico? E
dos preços ofertados? De quanto seria, em média, a economia total?
7 – A competição pelo Pregão eletrônico é mais acirrada, ou seja, a quantidade de
participantes é maior do que em outras modalidades? De quanto seria, em média, a
diferença em número de fornecedores?
8 – Há a utilização do Sistema de Registro de Preços? Com que frequência?
Agradeço a disponibilidade em cooperar com a minha pesquisa. Caso se interesse,
assim que concluída a monografia, poderei disponibilizar os resultados para a
organização.