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08-01-2015
Revista de Imprensa08-01-2015
1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses ganham médico de família 1
2. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Urgências mais calmas nos hospitais públicos 2
3. (PT) - Diário de Aveiro, 08/01/2015, Drenagem de doentes dentro da normalidade 3
4. (PT) - Diário do Minho, 08/01/2015, Afife convoca sessão extraordinária por falta de médico 4
5. (PT) - Correio do Minho, 08/01/2015, Extensão de saúde de Arnoso aberta até decisão judicial 5
6. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Dez unidades de saúde do Norte reduzem o horário 6
7. (PT) - Público, 08/01/2015, Crise fez com que mais pessoas fossem às urgências hospitalares 8
8. (PT) - i, 08/01/2015, 1400 médicos deixaram o SNS por sua iniciativa em três anos 10
9. (PT) - Público, 08/01/2015, Porquê o ataque permanente e injusto aos médicos? 11
10. (PT) - Sábado, 08/01/2015, "Oito euros à hora não paga o trabalho médico" - Entrevista a José ManuelSilva
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11. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Urgência é... mudar de Governo e de ministro da Saúde 13
12. (PT) - Visão, 08/01/2015, Um dia o sistema vem abaixo 15
13. (PT) - Correio da Manhã, 08/01/2015, Caos nas urgências 18
14. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Cresce número de novos consumidores de droga 19
15. (PT) - Público, 08/01/2015, Há mais consumidores de cannabis a apresentar sinais de dependência 21
16. (PT) - Diário Económico, 08/01/2015, Mais de 75% das farmacêuticas preferiram acordo em vez de taxa 24
17. (PT) - Público, 08/01/2015, Portugueses estão a gastar mais dinheiro com medicamentos 26
18. (PT) - Correio do Minho, 08/01/2015, A civilização da osteoporose 27
19. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, 800 mil euros para dois cientistas de topo 28
20. (PT) - Público, 08/01/2015, Descoberto novo antibiótico capaz de matar bactérias multirresistentes 29
21. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Hospital privado nas mãos de 1300 credores 31
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Tiragem: 28543
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 28543
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 5550
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Âmbito: Regional
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Alberto Oliveira e Silva
“Dentro da normalidade”. O ga-binete de comunicação do Cen-tro Hospitalar (CH) Gaia/Espi-nho considerou natural a “dre-nagem” de doentes da “Unidade1”, em Gaia, para o Hospital deNossa Senhora da Ajuda, emEspinho.
A responsável do gabineteacentuou que, ontem, apenasquatro doentes tinham sidotransferidos para a unidade es-pinhense.
Sobre o período de alta, emtermos de afluência às Urgên-cias do CH, o panorama tam-bém foi considerado normalpara a época.
O CH que serve os dois con-celhos, numa abrangência de700 mil potenciais utentes, foiapontado, nomeadamente peloJN, como estando no rol doshospitais que se estão a ver emestado de sítio, face às solicita-ções que a “época da gripe” estáa provocar pelo país.
Recorde-se que Silvério Cor-deiro, presidente do Conselhode Administração do CH, pro-meteu colocá-lo “no Top 10 doshospitais portugueses”. Tam-bém preconizou uma gestãoque articule melhor a relação
com o Agrupamento de Cen-tros de Saúde Gaia/Espinho, vi-sando eliminar “a sobrecarga”com que se confronta o serviçode urgências hospitalar. “Temos
de melhorar os fluxos”, vincounuma das visitas feitas ao NossaSenhora da Ajuda.
O Plano Director que visa re-qualificar as instalações dasunidades hospitalares, em es-pecial da sede em Gaia, prevêuma intervenção com um in-
vestimento global de 73 milhõesde euros, que se desenrolará emquatro fases.
A primeira fase, já em curso,custará 30 milhões de euros nototal, com mais de 10 milhõescomo investimento inicial, e vailigar os vários departamentosda “Unidade 1” através de umanel constituído por um sis-tema de circulação (acessosverticais, horizontais e passadi-ços/túneis), que irá ligar todosos edifícios circundantes: pavi-lhão central, pavilhão satélite epavilhão masculino.
Acrescente-se que o serviçode Imagiologia será relocali-zado para o novo edifício, o quepermitirá o alargamento do ser-viço de Urgências. |
D.R.
“Drenagem” dedoentes “dentro da normalidade”Espinho Gabinete do Centro Hospitalar Gaia/Espinhosalienta que o modelo organizacional possibilita que os doentes possam ser atendidos nas várias unidades
Ontem, apenas quatro doentes tinham sido transferidos para a unidade espinhense
Pinto Moreira e Silvério Cordeiro numa das visitas à unidade hospitalar espinhense
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Tiragem: 8500
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Period.: Diária
Âmbito: Regional
Pág: 12
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Área: 4,20 x 30,80 cm²
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Afife convocasessãoextraordináriapor faltade médico
A Assembleia de Fre-guesia de Afife, em Viana do Castelo, reúne-se hoje, em sessão extraordinária, para debater a falta de médico na extensão de saúde, apesar de afastado o seu encerramento, disse ontem à Lusa o autarca local.
«Reuni segunda-feira com a administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que me garantiu que a ex-tensão de saúde não fecha, mas que a substituição da médica que passou à reforma vai levar ainda um a dois meses», afirmou o presidente da Junta de Afife, Arlindo Sobral.
O autarca socialista afirmou que o «grande medo» da freguesia era ficar sem médico de família, serviço de que já dispõe desde 1941.
Contactada pela Lusa, fonte da administração da ULSAM confirmou «a falta de médico devido a reforma do profissional que desempenhava fun-ções naquela extensão» e adiantou que «a situação será resolvida o mais rapidamente possível».
A mesma fonte explicou que os utentes daquela unidade «estão a ser en-caminhados para o centro de saúde da cidade».
Já o autarca de Afife lamentou que a substi-tuição do profissional de saúde «não tivesse sido acautelada» porque, justifi-cou, «o pedido de reforma da médica que prestava serviço na extensão de saúde já era conhecida desde julho», altura em que disse ter-se reunido com a administração da ULSAM para debater o assunto.
«Pensei que esta tran-sição já estivesse a ser preparada. A forma como as coisas foram feitas não foi a mais correta. A médica foi informada dia 30 de dezembro último de que a partir de 1 de janeiro já não trabalhava mais. Fomos todos apanhados de surpresa», sustentou.
Redação/ Lusa Página 4
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Tiragem: 12000
País: Portugal
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Âmbito: Regional
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VILA NOVA DE FAMALICÃO| Redacção/Lusa |
A extensão de saúde de ArnosoSanta Maria, em Famalicão, vaicontinuar em funcionamento atéo tribunal se pronunciar sobre aprovidência cautelar interpostapelos utentes, informou ontemfonte da Administração Regio-nal de Saúde do Norte.
A fonte sublinhou que “a deci-são do encerramento está toma-da” e será concretizada logo queo tribunal se pronuncie sobre aprovidência cautelar. Na terça-feira, o presidente da Junta deArnoso, Jorge Amaral, disse quelhe tinha sido comunicado, pelacâmara, que a extensão de saúdeda freguesia ontem já não fun-cionaria.
Os utentes daquela extensãointerpuseram uma providênciacautelar para tentar travar o fe-cho, tendo o juiz dado 10 dias àAdministração Regional de Saú-de para deduzir oposição, umprazo que ainda decorre.
Entretanto, a extensão de saúdede Louro, também em Famali-cão, ontem já não esteve a fun-cionar, tendo os utentes sido en-caminhados para a Unidade deCuidados de Saúde Personaliza-dos de Nine - que está tambémpreparada para servir os utentesda extensão de Arnoso.
Os autarcas das duas freguesiascontestam desta forma o encer-ramento daquelas extensões,alertando, nomeadamente, paraa falta de transportes públicosaté Nine.
A Câmara Municipal de VilaNova de Famalicão, que tam-bém se opõe ao encerramento
destas unidades de saúde primá-rias, já garantiu, todavia, um re-forço do transporte público ro-doviário nas ligações entre asfreguesias abrangidas pelas ex-tensões de saúde de Arnoso San-ta Maria e do Louro e a Unidadede Cuidados de Saúde Personali-zados de Nine, que vai passar a
receber os utentes dessas unida-des na sequência do encerra-mento decretado pela Adminis-tração Regional de Saúde doNorte (ARS).
Com esta medida, que entraagora em vigor na freguesia doLouro - a Extensão de Saúde deArnoso permanece aberta em
virtude da providência cautelarinterposta pela população -, aautarquia liderada por Paulo Cu-nha procura minimizar os pro-blemas causados pela decisão daARS, mas mantém-se contra ofecho daquelas unidades de saú-de.
O assunto dominou o tradicio-nal Jantar de Reis dos autarcasde Vila Nova de Famalicão quereuniu na noite da passada terça-feira o executivo municipal e osautarcas das 49 freguesias doconcelho.
“Ser autarca tem esta coisaboa: não conseguimos ficar indi-ferentes”, disse o presidentePaulo Cunha aos presidentes dejunta do concelho, explicando-lhes a rápida intervenção da Câ-mara Municipal de Vila Nova deFamalicão para atenuar os pro-blemas causados pelo encerra-mento das extensões de saúde egarantindo que, apesar disso, aautarquia vai continuar a lutarpela reabertura dos serviços en-cerrados e pela existência de ser-viços de saúde primários de pro-ximidade.
Extensão de saúde de Arnosoaberta até decisão judicialA UNIDADE de saúde continuará de portas abertas em Arnoso Santa Maria, pelo menos até o tribunalse pronunciar sobre a providência cautelar interposta pelos respectivos utentes contra o encerramento.
DR
Utentes ainda podem ir a consultas à extensão de saúde de Arnoso Santa Maria, pelo menos até à decisão do tribunal
“Ser autarca tem esta coisaboa: não conseguimos ficarindiferentes”, disse opresidente Paulo Cunha aospresidentes de junta doconcelho, explicando-lhes arápida intervenção daCâmara Municipal de VilaNova de Famalicão paraatenuar os problemascausados pelo encerra-mento das extensões desaúde e garantindo que aautarquia luta pelareabertura dos serviços.
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Tiragem: 80043
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Period.: Diária
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MIGUEL MADEIRA
Crise fez com que mais pessoas fossem às urgências hospitalares
Os hospitais do Serviço Nacional de
Saúde (SNS) internaram mais pesso-
as entre 2009 e 2012 do que em anos
anteriores e, quase sempre, este au-
mento correspondeu a doentes que
deram entrada pelas urgências. As
conclusões fazem parte do estudo A
grande recessão em Portugal: impacto
na utilização dos cuidados hospitala-
res, publicado no jornal científi co
Health Policy por três investigado-
res da Universidade Nova de Lisboa,
que estudaram quase 18 milhões de
internamentos nos estabelecimen-
tos de saúde públicos portugueses
entre 2001 e 2012 e que cruzaram os
resultados com os dados do desem-
prego em Portugal.
A análise de Julian Perelman,
Sónia Felix e Rui Santana permitiu
concluir que, após 2009, houve um
aumento de 3,2% no na taxa de in-
ternamento por cada 100.000 ha-
bitantes, correspondendo a maior
parte do crescimento a casos de
internamento não programado —
isto é, de pessoas que chegam aos
hospitais pela porta das urgências.
Ao mesmo tempo, a demora média
de cada internamento baixou. O es-
tudo conseguiu também detectar,
nos anos da crise, um aumento das
gravidezes com complicações (com
um crescimento de 11,5%) e de casos
de enfarte agudo do miocárdio que
registaram uma subida de 2,3% de
casos por cada subida de um ponto
percentual no desemprego.
“O estudo surgiu na sequência
de mais pedidos a nós, enquanto
Escola Nacional de Saúde Pública,
para intervir neste tema e perceber
o impacto da crise na saúde em Por-
tugal. Havia opiniões pouco susten-
tadas sobre o assunto e faltava um
estudo mais sistemático com dados.
As conclusões são as esperadas, no
sentido em que são muito parecidas
com as encontradas sobretudo na
Grécia, mas também em Inglaterra
e nos Estados Unidos”, explica ao
PÚBLICO Julian Perelman, professor
e investigador da Escola Nacional
de Saúde Pública da Universidade
Nova de Lisboa.
Ainda assim, o investigador afi r-
ma que nas doenças mentais não
foi registada uma subida como
nas gravidezes com complicações
e nos enfartes, ao contrário de da-
dos avançados noutros trabalhos,
como o Relatório de Primavera do
Observatório Português dos Siste-
mas de Saúde. Perelman ressalva
que podem existir efectivamente
mais, mas diz que esse trabalho ne-
cessitaria de dados que não apenas
os dos internamentos.
Para o autor, um dos principais
problemas encontrados na mudan-
ça entre 2009 e 2012 está na subi-
da de casos que dão entrada pelas
urgências. “O que me parece mais
preocupante no estudo é que o au-
mento de internamentos está sobre-
tudo associado a internamentos que
terão entrado via urgência, o que
pode signifi car que as pessoas se
tratam menos ou que estão numa
condição de maior severidade”,
acrescenta.
Julian Perelman antecipa que es-
tes dados podem signifi car que os
cuidados de saúde primários não
estão a conseguir cumprir o seu pa-
pel, ao mesmo tempo que destaca
que “com o desemprego as pesso-
as perderam capacidade fi nanceira
e o acesso a seguros de saúde que
permitiam que fossem seguidas no
sector privado”. Questionado sobre
como se conjuga esta interpretação
com o aumento do número de ur-
gências, consultas e internamentos
nos hospitais privados, o investiga-
dor explica que são necessários ou-
tros estudos, mas admite que nem
sempre as pessoas consigam pagar
os cuidados necessários e acabem
na mesma nas urgências.
Do lado positivo, Perelman refere
que “os nossos resultados estão em
linha com outros obtidos no estran-
geiro, mas talvez de forma mais ate-
nuada”, sublinhando que isso signifi -
ca que “o Serviço Nacional de Saúde
deu resposta” e que “o aumento de
internamentos foi possível porque o
Serviço Nacional de Saúde estava aí
para responder aos pedidos e para
fazer o seu papel de rede de seguran-
ça”. O tempo de internamento mais
curto é também um factor que pode
mostrar mais efi ciência dos hospi-
tais, “ainda que isso seja polémico,
porque há quem defenda que a re-
dução traz menor qualidade para os
cuidados prestados. São duas hipó-
teses, mas não se pode dizer qual a
certa com estes dados, ainda que a
redução seja sempre resposta a um
orçamento menor”.
Recurso às urgências pode significar que pessoas se tratam menos ou estão numa condição de severidade
Estudo analisou quase 18 milhões de internamentos entre 2001 e 2012 e percebeu que após 2009 os hospitais públicos registaram mais internamentos, sobretudo de casos urgentes
Saúde Romana Borja-Santos
Cuidados de saúde primários não evitam internamentos por asma
Os cuidados de saúde primários não têm conseguido controlar os doentes com asma,
levando a que muitos casos cheguem aos hospitais em situações que exigem já internamento. O alerta é deixado no Estudo de Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma — 2014 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, publicado nesta semana pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O relatório da DGS salienta que “melhorando a prestação de cuidados a nível ambulatório, particularmente nos cuidados de saúde primários, será possível diminuir um certo número de internamentos”. Para isso, os responsáveis pelo programa consideram que é preciso aumentar o acesso aos centros de saúde e incentivar a vacinação contra a gripe. Por outro lado, defendem que se
aposte no “diagnóstico precoce e tratamento adequado, na cessação tabágica” e em dar mais formação aos doentes crónicos para que saibam gerir os seus problemas. “A escolha das medidas certas e a sua implementação nos locais certos conduzirão a melhorias na eficiência do sistema de saúde, com consequentes ganhos em saúde e redução de custos”, reforça o documento.
Apesar dos problemas nos centros de saúde, o relatório salienta que o número de mortes associadas à asma tem sido “razoavelmente estável ao longo dos anos, oscilando entre 17 e 32”, sendo o valor mais elevado registado no ano que coincidiu com a gripe pandémica. No que diz respeito aos internamentos directamente relacionados com asma, de 2012 para 2013 houve uma ligeira descida, de 3033 para 2762 episódios — o que representa 3,4% do total
de internamentos por doença respiratória. Na maior parte dos casos os doentes tinham menos de 18 anos.
Porém, os autores do relatório salientam que quando aos números da asma como diagnóstico principal se juntam os casos de internamentos em que a asma brônquica também teve um papel, ainda que secundário, o cenário sofreu um agravamento de 2012 para 2013, passando de 15.737 para 16.634 casos. A subida foi sobretudo sentida na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Como explicações para este fenómeno, os autores dizem que é preciso explorar os dados, mas avançam que a doença pode estar “menos controlada mesmo em internamentos hospitalares decorrentes de outras causas”, mas também pode existir uma “maior sensibilização dos médicos” para os registos.
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Tiragem: 34191
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Estudo analisou quase 18 milhões de internamentos entre 2001 e 2012 p14
Crise fez com que mais pessoasfossem às urgências
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Porquê o ataque permanente e injusto aos médicos?
A 30 de Dezembro, o principal título
de primeira capa do PÚBLICO era
720 euros por dia ainda não atraíram
médicos ao hospital Amadora-Sintra e o
título interior afi rmava Amadora-Sintra
ainda não conseguiu contratar médicos
mesmo a 30 euros por hora.
A maioria das pessoas apenas lê
títulos e os jornalistas, que são pessoas
informadas e inteligentes, sabem que
ambos os títulos mentem, pelo que a intenção de
enganar as pessoas é explícita e deliberada.
Efectivamente, o texto nunca refere que esse
valor é pago às empresas intermediárias e não aos
médicos, que recebem muito menos. Por outro lado,
para o leitor comum, um dia de trabalho são oito
horas, não 24 horas de trabalho intenso, complexo,
sob enorme pressão e sem possibilidade de erro.
Na verdade, o que o médico recebe, descontado
o lucro da empresa intermediária e depois de
impostos, são cerca de 288 euros por 24 horas de um
trabalho seguido, stressante e extenuante, montante
a que ainda tem de deduzir as suas despesas.
Qualquer mecânico ganha muito mais e com muito
menos trabalho, cansaço e responsabilidade!
A 31 de Dezembro, outro jornal diário escolheu
para principal título da capa Farmacêuticas
gastam 60 milhões com médicos. O título mente
descaradamente, pois, no texto do artigo,
correctamente, já se fala também, como
receptores desses apoios, em sociedades
científi cas, associações de doentes, farmacêuticos,
estudos de investigação, etc.
Então, porque é que o jornal pretendeu,
deliberadamente, passar a mensagem, para quem
apenas lê títulos nos escaparates e para os que
vêem apenas a primeira página (nomeadamente
em todas as televisões), de que o fi nanciamento
era exclusivamente para médicos, alimentando
subliminarmente, de forma potenciada, a ideia de
promiscuidade entre indústria e médicos?
Estes são dois exemplos bem concretos e
recentes de como, regularmente, saem notícias na
comunicação social cujos títulos são construídos
propositadamente para, junto da opinião pública,
afectar a dignidade e honorabilidade de todos
médicos.
A quem serve este comportamento de alguma
comunicação social? Apenas ao Ministério da Saúde,
cujos assessores de imprensa, principescamente
remunerados, têm conduzido uma campanha de
descredibilização dos médicos para procurar ocultar
a responsabilidade do ministério na desorganização
e diminuição da capacidade de resposta do SNS
aos legítimos direitos dos doentes. As situações
reportadas sobre a enorme congestão das urgências
hospitalares são perfeitamente terceiro-mundistas e
inaceitáveis. Há doentes que morrem sem a devida
assistência.
A notícia do PÚBLICO ignora completamente
a grave responsabilidade do Ministério da Saúde
em não permitir que o Hospital Amadora-
Sintra tivesse contratado atempadamente os
profi ssionais de que necessitava para responder
ao previsível maior afl uxo de doentes, até
porque permitiu o encerramento dos centros
de saúde vários dias seguidos. Além de que não
é na véspera de períodos festivos que se tenta
desesperadamente contratar médicos, certamente
com a sua vida já programada de forma diferente,
e o preço/hora real de um médico em serviço de
urgência, um dos trabalhos mais exigentes de
qualquer profi ssão, é absurdamente baixo!
O PÚBLICO omitiu ainda as causas profundas
da permanente desorganização e congestão das
urgências hospitalares, o que não acontecia até
há poucos anos, apesar de o ministério dizer
que há cada vez mais médicos no SNS. A que se
deve esta contradição, afi nal? Precisamente às
medidas erradas, contraproducentes e de má
gestão tomadas por este Ministério da Saúde!
Nomeadamente a redução do tempo de abertura
dos centros de saúde, os bloqueios à Reforma
dos Cuidados de Saúde Primários, o facto de
os hospitais estarem proibidos de contratar
directamente médicos em prestação de serviços e
de os contratos com as empresas, completamente
protegidas pelo Senhor Ministro, não conterem
cláusulas de salvaguarda dos dias festivos.
As falhas das empresas já se arrastam
impunemente há anos e, apesar de repetidamente
avisado pela Ordem dos Médicos, só agora é que o
ministro da Saúde vem dizer para a comunicação
social que vai aplicar multas...
O outro jornal diário ignorou completamente
que se não fossem os apoios da indústria
farmacêutica, que são legais e transparentes, a
actualização e investigação científi ca dos médicos
e outros profi ssionais seria gravemente afectada,
com prejuízo dos doentes, para além de que as
sociedades científi cas e associações de doentes
teriam praticamente de fechar as portas, porque o
Ministério da Saúde não assume as suas obrigações e
não disponibiliza quaisquer apoios signifi cativos.
A questão que não posso deixar de formular é por
que razão, recorrendo claramente a uma forma de
mentir, há jornalistas e jornais que se colocam a par
do Ministério da Saúde numa embusteira campanha
de difamação da classe médica? Ao mesmo tempo,
branqueiam as tremendas responsabilidades deste
ministério nas cada vez maiores difi culdades de
funcionamento do SNS de acordo com os seus
preceitos constitucionais.
Se o jornalismo é “isto”, então temos mesmo
razões concretas para duvidar deste “jornalismo”,
que tem muito espaço por onde melhorar... O
jornalismo sem ética e sem independência deveria
ser uma excepção, combatida activamente por
todos os jornalistas. Exactamente como a Ordem
dos Médicos procura fazer no seio da sua classe,
atitude que culminou recentemente com algumas
suspensões e expulsões.
Porquê este ataque permanente aos médicos,
se é a resiliência e a capacidade dos médicos
portugueses que, contra os cortes excessivos na
Saúde, que também os atingem pessoalmente, vão
conseguindo manter o SNS a funcionar com um
mínimo de qualidade? Para retirar as atenções dos
verdadeiros culpados pelas perdas e insufi ciências
da Saúde em Portugal?
Bastonário da Ordem dos Médicos
Debate Serviço Nacional de SaúdeJosé Manuel Silva
O Ministério da Saúde tem conduzido uma campanha de descre-dibilização dos médicos para procurar ocultar a sua respon-sabilidade na desor-ganização e diminuição da capacidade de resposta do SNS aos legítimos direitos dos doentes
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A18
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País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Pág: 10
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Âmbito: Informação Geral
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Drogas, consumos e tratamentos
Fonte: A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências, 2013, SICAD
Consumiu alguma droga nos últimos 12 mesesPopulação dos 15 aos 64 anos
Consumidores de cannabisnos últimos 12 meses
N.º de consumidoresproblemáticos/dealto risco
Com sintomas de dependência (estimativas)
2001
2007
2012 2,7
3,4
3,7
1,34,1
16,5
1,45,6Jovens dos 15-34 anos
% sobre o total % por sexo
24,5%
23,9%
Opiáceos
Cocaína
31.8584,9‰
40.3036,2‰
A droga principal de quem procura tratamentoEm 2013% de utentes em ambulatório na rede pública
CannabisCocaínaHeroína
A droga principal de quem está numacomunidade terapêuticaEm 2013% dos internados
ReadmitidosNovosEm tratamento
CannabisCocaínaHeroína
Sistema licenciadoSistema público
76,581,7
25,7
9,36,917,3
8,17
48,7
23,2
41,9
60,9
27,5
7,2
23,6
Há mais consumidores de cannabis a apresentar sinais de dependência
Metade (48,7%) das cerca de duas mil
pessoas que em 2013 procuraram tra-
tamento pela primeira vez, em re-
gime de ambulatório, por questões
relacionadas com drogas, referiram a
cannabis como a principal substância
que consumiam. Tradicionalmente,
era a heroína a droga mais mencio-
nada. O ponto de viragem deu-se em
2012, quando 38% dos recém-chega-
dos ao sistema tinham referido a can-
nabis como a sua principal droga.
Olhando para o universo da popu-
lação em tratamento ambulatório (28
mil, entre novos utentes, vindos de
anos anteriores e readmitidos, e sem
contar com os internados em comu-
nidades terapêuticas, por exemplo),
a heroína continua a ser a droga prin-
cipal. Mas é um facto que mudou o
perfi l dos novos utentes. Desde logo,
é constituído por pessoas mais jovens
(idade média de 30 anos), assinala o
relatório anual A Situação do País em
Matéria de Drogas e Toxicodependên-
cias – 2014, do Serviço de Intervenção
nos Comportamentos Aditivos e nas
Dependências (SICAD).
A apresentação do documento foi
feita ontem, na Assembleia da Repú-
blica, perante uma plateia de deputa-
dos, técnicos de saúde, membros de
forças de segurança e investigadores.
Refere uma redução do universo de
pessoas em tratamento (menos mil
em ambulatório do que em 2012). E
admite que o aumento do peso dos
que recorreram ao sistema tendo a
cannabis como droga principal po-
derá “refl ectir a adequação de res-
postas às necessidades específi cas de
acompanhamento, em termos de cui-
dados de saúde, desta população”.
Isso mesmo foi também explicado
por Manuel Cardoso, subdirector-
geral do SICAD, durante a apresen-
tação.
Afi nal, tanto na população em ge-
ral como na população jovem (dos
15 aos 34 anos) a cannabis é a droga
mais experimentada/consumida. A
nota positiva assinalada por Manuel
Cardoso passa pela redução do con-
sumo – uma redução, de resto, assi-
Cannabis é a mais referida pelos novos utentes de tratamentos. Relatório também mostra que há mais utilizadores de cocaína considerados “problemáticos” do que de heroína
nalada para a maioria das drogas. Por
exemplo, na população jovem adulta
constatou-se uma descida das preva-
lências de consumo de cannabis ao
longo da vida de 17%, em 2007, para
14%, em 2012 (na população em geral
foi de 11,7 para 9,4%).
A nota negativa é esta: os sintomas
de dependência estão a aumentar.
“Se nos focarmos nos grupos de con-
sumidores de cannabis nos últimos
12 meses, cerca de 24,5 % dos con-
sumidores de 15-64 anos apresenta-
vam dependência desse consumo
(18,5% em 2007), sendo a percen-
tagem correspondente nos consu-
midores de cannabis jovens adultos
de 23,9% (18,5% em 2007)”, revela
o relatório.
O documento mostra ainda que a
potência média da cannabis tem vin-
do a subir nos últimos anos, atingin-
do em 2013 os valores médios mais
elevados desde 2005. O que faz dela
uma substância mais perigosa.
Aumentos entre as mulheresManuel Cardoso preferiu ontem des-
tacar os vários progressos que se têm
feito em Portugal. Desde logo, “a re-
dução dos consumos” que os núme-
ros de 2012 revelam.
O subdirector-geral do SICAD
destacou também o decréscimo de
novos casos de infecção por VIH as-
sociados à toxicodependência, por
exemplo. E ainda as acções de pre-
venção que estão em marcha – falou,
entre outros, do papel do programa
Escola Segura, com as forças de se-
gurança a realizarem em 2013 qua-
se 15 mil acções em mais de oito mil
escolas.
E em resposta à deputada socialis-
ta Elza Pais, que disse que “a batalha
do não-aumento” dos consumos está
ganha, mas não está “a da redução”
– “O que falta?”, questionou a depu-
tada – sustentou que “não existem
comunidades sem algum tipo de con-
sumo de substâncias psicoactivas”.
A preocupação é que nem os consu-
mos nem os problemas associados a
estes aumentem. Mas o responsável
destacou também as excepções às
grandes tendências apresentadas.
Por exemplo, contrariamente ao
padrão geral de evolução das preva-
lências de consumo, verifi caram-se
aumentos de alguns consumos entre
as mulheres. O relatório especifi ca:
“O padrão preferencial de consumo
da população portuguesa – em pri-
meiro lugar o consumo de cannabis,
seguindo-se-lhe o de ecstasy e o de
cocaína – manteve-se em ambos os
sexos (...) Já o padrão geral de evo-
lução das prevalências entre 2007 e
2012 não se manteve em ambos os se-
xos, sendo de referir entre as excep-
ções os aumentos das prevalências
do consumo ao longo da vida de ecs-
tasy, LSD e cogumelos alucinogénios
e os aumentos dos consumos recen-
tes de cannabis entre as mulheres, da
população total e da jovem adulta.”
A título ilustrativo: a percentagem
de mulheres jovens que consumiram
cannabis nos 12 meses anteriores ao
inquérito passou de 1,8% em 2007
para 2,7% em 2012.
O relatório apresenta ainda esti-
mativas sobre os chamados “con-
sumidores problemáticos” – assim
considerados aqueles que dizem
ter consumido recentemente certas
drogas. Demonstra-se que estão a di-
minuir estes “consumidores proble-
máticos”. Mas também que há uma
mudança de perfi l: a cocaína ganha
importância. Dados: “Em 2012, a
estimativa encontrada do número
de consumidores recentes de coca-
ína foi superior à de consumidores
recentes de opiáceos”. Ou seja, em
cada mil portugueses entre os 15 e
os 64 anos, seis são “consumidores
problemáticos” de cocaína e 4,9 em
cada mil de opiáceos.
100 novas drogasFoi também realizada pela primeira
vez em Portugal uma estimativa do
consumo de alto risco de cannabis:
Os dados apontam, em 2012, para
uma taxa de 7 por cada mil habitan-
tes.
Outro fenómeno a que o SICAD
DrogaAndreia Sanches
6%Percentagem da redução das apreensões de haxixe de 2012 para 2013. Esta manteve-se a substância com maior número de apreensões: 3087. Segue-se a cocaína (1108 apreensões, menos 11%)
1779Indivíduos foram condenados em 2013 ao abrigo da Lei da Droga, sobretudo por tráfico
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Tiragem: 34191
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PÚBLICO
Infractores identificadospelas autoridades
Total de consumidoresem tratamentopor toxicodependênciaEm 2013
Readmitidos
Novosutentes
A seremtratados
35.07532.272
20132012
20132012
Traficantes--consumidores
Traficantes 22652603
32933603
29.062
55586206
20014012
28.133
19852154
continua a prestar atenção é o das
novas substâncias. Em 2014, foram
notifi cadas pela primeira vez mais de
cem novas drogas junto do Sistema
de Alerta Rápido da União Europeia,
elevando para perto de 500 as que
estão sujeitas a vigilância, disse Maria
Moreira, do Observatório Europeu
da Droga e da Toxicodependência,
durante a apresentação.
Trata-se de um mercado que es-
tá sempre a mudar, sublinhou. “Os
canabinóides sintéticos são o grupo
mais signifi cativo” e a venda pela In-
ternet é comum.
O subdirector-geral do SICAD des-
tacou, a este propósito, o papel da
mudança na legislação portuguesa,
com o encerramento das smartshops
– garante que os dados que existem
apontam para uma grande redução
do consumo desse tipo de substân-
cias. Mas também o “esforço enor-
me” que a Polícia Judiciária tem feito
no combate a este tipo de drogas.
Recorde de processos nas CDT
Desde Novembro de 2001 que a aquisição, a posse e o consumo de drogas deixou de
ser considerado crime em Portugal. O consumo continua, contudo, a ser um acto punível por lei constituindo uma contraordenação social. Quem é abordado pelas forças de segurança a comprar, na posse ou a consumir substâncias psicoactivas ilícitas é encaminhado para uma Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), onde a situação é avaliada. Existem 18 no país. A lei prevê várias medidas e sanções, que têm como objectivo a dissuasão do consumo. Mas se a pessoa já tem um processo pode ver as medidas a que está sujeita serem agravadas (por exemplo, tendo de prestar trabalho a favor da comunidade, ou tendo de pagar uma multa). O relatório sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências apresentado ontem mostra que em 2013 foram instaurados 8729 processos de contraordenação. Regista-se, de resto, “nos últimos dois anos, um significativo aumento da capacidade decisória em relação aos anos anteriores, tanto mais relevante considerando que o número de processos em 2013 atingiu o valor mais elevado desde 2001”. Entre as decisões proferidas “predominaram as suspensões provisórias dos processos de consumidores não toxicodependentes (70%), seguindo-se-lhes as suspensões dos processos de consumidores toxicodependentes que aceitaram submeter-se a tratamento (12%)”. Cerca de 95% das ocorrências de 2013 envolveram apenas uma droga: 82% só cannabis, 6% apenas cocaína e 6% só heroína. E cerca de 46% foram remetidas às CDT pela PSP, 39% pela GNR e 14% pelos tribunais. Andreia Sanches
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Tiragem: 34191
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Relatório das drogasCannabis provoca mais sinais de dependência p12/13
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A24
Tiragem: 16852
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 5
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Ministério da Saúde já garantiu o apoio das farmacêuticas para o acordo de redução da despesacom medicamentos. Dez maiores laboratórios preferiram acordo em vez de taxa sobre as vendas.
Krisztian
Bo
csi/Blo
om
berg
Os laboratórios que não aderiremao acordo também serão chamadosa contribuir para a reduçãoda despesa com medicamentosatravés do pagamentode uma taxa sobre as vendas.
Catarina [email protected]
O Governo já garantiu o apoio necessáriopor parte das farmacêuticas para avançarcom o protocolo de redução da despesacom medicamentos assinado em No-vembro entre a Apifarma, associação querepresenta o sector, e o Ministério daSaúde. Segundo os termos do acordo, eranecessário uma adesão de um mínimo deempresas representativas de 75% dequota de encargos totais do Serviço Na-cional de Saúde. Um valor que já foi ultra-passado, disse ao Diário Económico fonteoficial do Infarmed.
O acordo assinado a 22 de Novembrodava aos laboratórios 30 dias para aderi-rem ao protocolo. O prazo (que termina-va no final de Dezembro) foi entretantoestendido. Mas até ontem, o número deempresas necessárias para que o acordoavance já tinha manifestado a intenção deaderir ao protocolo, confirmou a mesmafonte do Infarmed. Entre elas estão as dezmaiores farmacêuticas a operar no mer-cado nacional. O número ainda podecrescer nos próximos dias.
As empresas que decidirem ficar defora também terão de contribuir para aredução da despesa pública com medica-mentos. É que a lei do Orçamento do Es-tado para 2015 instituiu o pagamento deuma taxa sobre as vendas das farmacêu-ticas, que varia entre os 2,5% e os 14,3%,consoante o tipo de medicamentos.
Esta taxa já tinha sido anunciada pelaMinistra das Finanças em Abril e o Gover-no não recuou na intenção. Contudo, oministro da Saúde conseguiu uma excep-ção para as empresas que adiram volun-tariamente ao protocolo de redução dadespesa com medicamentos.
Desde de 2012 que o Governo e a Api-farma têm celebrado acordos para a re-dução da despesa, mas este foi assinado
em tempo recorde, ainda antes da apro-vação do OE/2015. Desta vez, ambas aspartes tinham interesse em acertar posi-ções o quanto antes: Paulo Macedo prefe-re baixar a factura dos remédios atravésdo corte na despesa do que pelo aumentoda receita, enquanto a Apifarma dá aosseus associados a oportunidade de evita-rem o pagamento da taxa.
O acordo traz ainda outras vantagensàs farmacêuticas, uma vez que garantealguma estabilidade legislativa no sec-tor e compromete o Governo com a re-gularização de dívidas em atraso a estasempresas.
O Ministério da Saúde fixou um ob-jectivo de despesa pública com medica-mentos para este ano de dois mil mi-lhões de euros. Se esse valor for ultra-passado, os laboratórios que aderiramao acordo terão de devolver o excedenteem notas de crédito que os hospitais po-derão usar na aquisição de medicamen-tos, sem os pagar. A contribuição pre-vista da indústria farmacêutica será de180 milhões de euros.
O Diário Económico tentou uma reac-ção da Apifarma, mas não obteve respos-ta até ao fecho da edição. ■
Mais de 75% das farmacêuticaspreferiram acordo em vez de taxa
DESPESA COM MEDICAMENTOS
2 mil milhõesO Governo definiu uma meta de despesacom medicamentos de dois mil milhõesde euros em 2015.
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Tiragem: 16852
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 1
Cores: Preto e Branco
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Farmacêuticas e Estadofecham acordo sobre custodos medicamentos ➥ P5
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Tiragem: 34191
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 13
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Corte: 1 de 1ID: 57383195 08-01-2015
JOÃO GUILHERME
No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos 511 milhões
Os portugueses estão a comprar
mais medicamentos e optam cada
vez mais pelos genéricos, mais bara-
tos do que os fármacos que lhes de-
ram origem. Quase metade (46,3%)
dos medicamentos vendidos em Por-
tugal em Setembro passado já eram
genéricos, um aumento de perto de
2% face ao mesmo mês de 2013, re-
velou ontem a Autoridade Nacional
do Medicamento (Infarmed).
Mesmo assim, apesar da opção
crescente por fármacos mais bara-
tos, os gastos dos cidadãos nas far-
mácias acabaram por crescer entre
Janeiro e Setembro de 2014. A ex-
plicação é simples. Nos primeiros
nove meses de 2014, foram comer-
cializadas mais 4,6% de unidades de
medicamentos nas farmácias, o que
implicou um acréscimo, ainda que
menor, dos encargos para os utentes
(mais 1,1%) e também para o Serviço
Nacional de Saúde (SNS). No total, o
Estado gastou perto de 857 milhões
de euros e os cidadãos 511 milhões,
indica o último balanço sobre consu-
Portugueses estão a gastar mais dinheiro com medicamentos
mo de medicamentos nas farmácias
divulgado pelo Infarmed.
Quanto à quota de genéricos,
apesar de esta não parar de cres-
cer nos últimos anos, o Infarmed
faz questão de notar que, no con-
junto de medicamentos em que há
substâncias activas com genéricos
comercializados nas farmácias, a
quota era em Setembro de 63,6%,
o que signifi ca que ainda é substan-
cial o potencial de crescimento do
consumo deste tipo de fármacos. O
organismo volta a recordar, a pro-
pósito, que o preço médio dos ge-
néricos desceu muito desde 2009:
se nesse ano rondava os 16 euros,
em Setembro passado custava 7,26
euros, em média.
Em unidades, entre Janeiro e Se-
tembro, nas farmácias venderam-
se mais antidepressivos (acréscimo
de 8%), antiepilépticos e anticonvul-
sionantes (mais 7%) e antidislipidé-
micos (fármacos para o colesterol,
um aumento de 5,3%), entre outros
tipos de medicamentos, de acordo
com a última monitorização do In-
farmed.
Já nos hospitais públicos, os gastos
com medicamentos continuaram a
diminuir ligeiramente até Outubro
passado, para um total de 818,5 mi-
lhões de euros, um ligeiro decrés-
cimo (menos 0,6%) face ao mesmo
período de 2013. Na prática, gasta-
ram-se menos 4,7 milhões de euros
nos 46 hospitais do SNS com gestão
pública considerados noutro rela-
tório também divulgado pelo Infar-
med, este relativo ao consumo em
meio hospitalar.
Um decréscimo que “decorre,
provavelmente, das medidas imple-
mentadas relativas à defi nição e re-
visão dos preços dos medicamentos
hospitalares, assim como do acordo
estabelecido entre o Ministério da
Saúde e a indústria farmacêutica”,
justifi ca.
A maior parte da despesa com me-
dicamentos nos hospitais é feita no
ambulatório (consulta externa, hos-
pital de dia e cirurgias que não impli-
cam internamento), 631 milhões de
euros, que correspondem a mais de
três quartos dos gastos totais. “O ele-
vado peso do ambulatório hospitalar
deve-se, essencialmente, à despesa
com medicamentos para a infecção
com VIH, oncologia, artrite reuma-
tóide” e outras patologias, refere.
Por grupos terapêuticos, os me-
dicamentos usados sobretudo em
oncologia (imunomoduladores) são
os que implicam mais gastos nos
hospitais públicos, seguidos pelos
antivíricos. Enquanto no primeiro
grupo terapêutico se observou um
acréscimo dos encargos (mais 6,3%),
sobretudo devido ao preço de alguns
fármacos inovadores, no segundo
grupo, que inclui os medicamentos
para o VIH/sida, a despesa diminuiu,
graças à redução do custo médio dos
medicamentos desta área.
SaúdeAlexandra Campos
Em Setembro passado, genéricos já representavam quase metade do total dos medicamentos vendidos nas farmácias
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A27
Tiragem: 12000
País: Portugal
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Âmbito: Regional
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Corte: 1 de 1ID: 57386088 08-01-2015
Uma nova investigação analisou a evolução da densidade óssea aolongo de milhares de anos e descobriu que o esqueleto humano se tor-nou menos denso e mais frágil depois da invenção da agricultura.
Os ossos, que constituem o nosso esqueleto, são essenciais para anossa forma e locomoção. Sem eles não nos poderíamos manter empé, nem andar ou correr como fazemos. Os ossos são ainda protecto-res de vários órgãos vitais e armazenam substâncias importantes parao funcionamento do nosso organismo, de que o cálcio é o exemplomais comum.
Os ossos são constituídos pelo tecido ósseo. Em geral, este é com-posto por uma matriz inorgânica e proteica que lhe dá forma, consis-tência e elasticidade, e por vários tipos de células, entre as quais: ososteócitos, os osteoblastos e osteoclastos.
Os ossos são um tecido dinâmico em constante mudança. A activi-dade daquelas células faz com que os ossos possam crescer, reparar-se de uma fractura, libertar ou armazenar o cálcio necessário, porexemplo, para a contracção muscular.
A osteoporose é uma doença óssea caracterizada por reduzida rege-neração e/ou rápida degeneração óssea, o que origina ossos poucodensos e frágeis. As causas da osteoporose são complexas e ainda nãototalmente entendidas. Sabe-se, contudo, que é duas vezes mais co-mum em mulheres do que em homens e mais frequente após os 50anos de idade. Associa-se a progressão da doença a uma alimentaçãopobre em cálcio, mas evidências têm apontado que o exercício físicoé um factor importante nesta doença.
Agora, dois artigos publicados simultaneamente na última edição darevista “Proceedings of the National Academy of Sciences” apontampara que a osteoporose pode ser considerada uma doença da nossa ci-vilização após a invenção da agricultura. Os investigadores, da Uni-versidade de Cambridge, chegaram à conclusão que a nossa passa-gem de caçadores-recolectores para agricultores causou, na nossaespécie, uma perda substancial de densidade óssea. Os estudos agorapublicados mostram que os humanos modernos têm menos densidadeóssea do que os nossos antepassados pré-agrícolas.
Para estes estudos, os cientistas utilizaram imagens obtidas atravésdas técnicas de tomografia e microtomografia computadorizada paraanalisar os ossos das articulações do esqueleto humano moderno, doschimpanzés e ainda de quatro espécies extintas de hominídeos: Aus-tralopithecus africanus, Paranthropus robustus, Homo neanderthalen-sis, bem como de esqueletos dos primeiros Homo sapiens. Os resulta-dos mostram que, durante milhões de anos, os nossos antepassadostiveram uma densidade óssea elevada, e que só os humanos modernos(Homo sapiens) muito recentes apresentam uma redução da densidadedesses ossos esponjosos.
A invenção da agricultura há cerca de 10 mil anos, para além de terprovocado um alteração na dieta humana aumentando o consumo decereais e de leite (com a domesticação de gado), foi acompanhada poruma substancial diminuição da actividade física. E os estudos agorapublicados contradizem a ideia de que os ossos humanos se tornarammais frágeis devido à redução de diversidade alimentar acarretada pe-las monoculturas agrícolas, e focam a atenção na redução substancialdo exercício físico, principalmente dos membros inferiores.
Assim, são conhecidas mais duas publicações científicas a mostrar aimportância do exercício físico regular para a manutenção de umacondição fisiológica que reduza a progressão de certas doenças comoa osteoporose.
Mais razões para que tenha uma maior actividade física em 2015,para ter mais saúde. Feliz Ano Novo.
* Bioquímico e Comunicador de Ciências
A CIVILIZAÇÃO DA OSTEOPOROSE
CIÊNCIA VIVA | ANTÓNIO PIEDADE*
Página 27
A28
Tiragem: 80043
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 11
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Área: 15,32 x 31,60 cm²
Corte: 1 de 1ID: 57383459 08-01-2015
Página 28
A29
Tiragem: 34191
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 29
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Corte: 1 de 2ID: 57383330 08-01-2015
Descoberto novo antibiótico capaz de matar bactérias multirresistentes
CORTESIA DE KIM LEWIS
A bactéria Elephtheria terrae produz teixobactina, um potencial novo antibiótico contra perigosas bactérias causadoras de doença
Uma equipa internacional descobriu
um composto com propriedades an-
tibióticas que se revelou, ao que tudo
indica, capaz de matar uma série de
bactérias causadoras de doenças hu-
manas resistentes aos antibióticos
disponíveis. Os seus resultados são
publicados na revista Nature com
data de hoje.
“A resistência aos antibióticos está
a espalhar-se mais depressa do que a
introdução de novos compostos na
prática clínica, causando uma crise
de saúde pública”, escrevem no seu
artigo Losee Ling, da empresa Novo-
Biotic Pharmaceuticals (EUA), Tanja
Schneider, da Universidade de Bona
(Alemanha), Kim Lewis, da Univer-
sidade Northwestern (EUA) e o seus
colegas.
Recorde-se que, em Abril do ano
passado, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) alertou para este pro-
blema no seu primeiro relatório glo-
bal sobre resistência antimicrobiana.
“O mundo está a caminhar para uma
era pós-antibióticos, em que as in-
fecções comuns e os pequenos feri-
mentos, tratáveis há décadas, podem
voltar a matar”, disse na altura Keiji
Fukuda, responsável da OMS.
Para descobrir o novo potencial
antibiótico, baptizado teixobactina
(em grego, “teixos” signifi ca “pare-
de”), os cientistas procuraram, no
solo, bactérias que lá vivem mas que,
por serem muito difíceis de cultivar
no laboratório, nunca tinham sido
isoladas até aqui.
“A maioria dos antibióticos [actu-
ais] foram produzidos a partir de mi-
crorganismos presentes no solo, mas
esta fonte limitada de bactérias cul-
tiváveis esgotou-se nos anos 1960”,
escrevem ainda os cientistas. “E as
abordagens sintéticas à produção de
antibióticos têm-se revelado incapa-
zes de substituir essa plataforma.”
Ora, as bactérias do solo que ainda
não foram cultivadas “representam
cerca de 99% das espécies dos habi-
tats externos”.
Para conseguir isolar estas espécies
“incultiváveis”, a equipa teve de en-
contrar maneiras de as fazer crescer,
desenvolvendo métodos de cultura
no próprio ambiente natural da bac-
téria ou aplicando factores de cres-
cimento específi cos no laboratório.
térias, mas feito por elas a partir de
substâncias orgânicas já disponíveis.
Ainda em abono desta hipótese,
explica por seu lado Gerard Wright,
bioquímico da Universidade Mc-
Master (Canadá), num comentário
na mesma edição da Nature, o de-
senvolvimento de resistência contra
a vancomicina — um antibiótico de
última linha que também tem como
alvo lípidos da membrana — demo-
rou quase quatro décadas a emerger
no uso clínico. Talvez a ausência de
resistência não seja defi nitiva, mas
segundo este especialista, até poderá
ser mais duradoura no caso da teixo-
bactina, devido a especifi cidades do
micróbio que a produz.
Todavia, a teixobactina apenas
funciona contra bactérias ditas
Gram-positivas, mas não contra as
Gram-negativas, como Legionella ou
Escherichia coli (uma bactéria do in-
testino). Isso, explica ainda Wright,
deve-se ao facto de as segundas pos-
suírem uma membrana adicional, ex-
terior à primeira, que impede o aces-
so do novo antibiótico aos seus alvos.
“Embora numa fase preliminar, a
descoberta de uma potencial nova
classe de antibióticos é uma boa no-
tícia”, diz Richard Seabrook, do Well-
come Trust (fundação britânica que
fi nancia a investigação médica), em
comunicado de imprensa. “O desen-
volvimento de novos antibióticos tem
estagnado nas últimas décadas, en-
quanto a resistência aos medicamen-
tos existentes se torna cada vez mais
ameaçadora para a saúde humana.
A procura de bactérias do solo que
até agora eram incultiváveis é uma
nova abordagem (...) e é animador
ver que produz resultados. Porém,
não saberemos se a teixobactina é
efi caz nos seres humanos até passar-
mos das experiências em animais aos
ensaios clínicos.”
Como possui um modo de acção diferente, o novo composto poderá não criar resistência por parte de perigosas bactérias contra as quais os antibióticos convencionais deixaram de funcionar
SaúdeAna Gerschenfeld
Mas talvez o resultado mais enco-
rajador do estudo seja o facto de os
cientistas não terem conseguido ge-
rar mutantes de estafi lococo dourado
— nem do bacilo da tuberculose — re-
sistentes à teixobactina. Isto é expli-
cável, sugerem, pelo modo de acção
antimicrobiana do composto.
Acontece que os antibióticos costu-
mam ter por alvo determinadas pro-
teínas das bactérias infecciosas. Ora,
como o fabrico dessas proteínas é co-
mandado pelos próprios genes das
bactérias, o aparecimento de muta-
ções genéticas pode torná-las rapida-
mente resistentes a esses antibióticos.
Pelo contrário, a teixobactina não
se liga a qualquer proteína: actua
destruindo a membrana (ou parede
celular) do estafi lococo e de outras
bactérias ao ligar-se a substâncias
precursoras de dois lípidos (gordu-
ras) da membrana, cujo fabrico não
é comandado pelos genes das bac-
Foi assim possível isolar 10.000 es-
tirpes bacterianas em quantidades
sufi cientes para obter extractos ricos
nos compostos que essas bactérias
produziam. E quando os cientistas
testaram a capacidade desses inú-
meros extractos para inibir o cres-
cimento de estafi lococos dourados
— incluindo algumas estirpes resis-
tentes a vários antibióticos actuais
— observaram que um deles possuía
uma actividade promissora contra
aquela bactéria patogénica, fonte
de graves infecções hospitalares.
Tinham encontrado a teixobactina,
produzida por uma bactéria a que
deram o nome científi co de Elephthe-
ria terrae.
A equipa mostrou também que
ratinhos infectados com estafi loco-
co dourado ou com estreptococos
causadores de pneumonias viam a
sua infecção reduzida sem aparentes
efeitos tóxicos.
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