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    186 -Histria de Mato Grosso

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    Curso Preparatrio para: Policia Civil

    TEXTO COMPLEMENTAR

    PASCHOAL MOREIRA CABRALGovernando a Capitania de S. Paulo o general della,

    D. Pedro de Almeida, Conde de Assumar, pelos annosde 1718 (em outros lugares se diz 1719) , fez uma entra-da no serto de Cuyb Paschoal Moreira Cabral, nasci-do na cidade de S. Paulo, das principaes familias della,como filhos do capito Pedro Alvares Moreira Cabral ede sua mulher D. Sebastiana Fernandes, filha do capi-to-mor povoador Andr Fernandes, primeiro padroeiro efundador da capella de Santa Anna, depois igreja matrizde Parnahyba. Levando por fieis companheiros do seuvalor e disciplina a Antonio Antunes Maciel, Francisco

    Velho Moreira e outros de igual nobreza e experiencia,com os soldados que compunham o corpo da tropa emnumero sufficiente para a intentada conquista do valoro-so gentio Aripocon. Estabeleceram arraial no sitio queao presente tempo conhecido com o nome de ArraialVelho e Casa de Telha, distante da villa de Cuyab 14dias de viagem. Nelle se embarcou a gente da tropa,subindo o Cuyab at a barra do Cuxip mirim; aqui lar-garam as canoas e penetrando o serto por terra rompe-ram trilho do gentio Aripocon, que se encaminhava paraas cercanias e cordilheiras de S. Jeronymo.

    Seguindo este trilho passou a tropa o rio Cuxip-

    mirim ao p da barra do Rio do Peixe, onde toparam asrancharias do dito gentio, que ahi havia conseguido umamuito grande pesca, que beneficiavam seccando os pei-xes ao sol, dos quaes se aproveitou toda a tropa, quepor esta fartura o denominaram Rio do Peixe.

    Deste lugar continuaram a marcha at a barra do rioBotuca, Que tomou este nome de umas moscas gran-des assim chamadas, que ferem no s aos homenscomo os animaes. Nesta paragem, sem os instrumen-tos de minerar e s com um prato de pau, no espao deduas horas, se extrahiu tres oitavas de ouro.

    Este descobrimento no impediu por ento o curso

    o trilho que lhes facilitava o encontro da empreza. Namadrugada do dia seguinte deram no alojamento do bra-vo gentio Aripocon, e nesta avanada ficaram as nos-sas armas sem o triumpho que esperavamos, porque afora do gentio foi muito desigual ao nosso partido, fi-

    cando dos nossos 5 mortos e 14 teridos, e to maltrata-dos que foram conduzidos em redes para o nosso arrai-al. Com este infeliz successo, o cabo da tropa, Pascho-al Moreira Cabral, estranhando nesta occasido o revezda fortuna contra o valor da sua disciplina sempre trium-phante em outras occasies, no quiz continuar com osexames para maior descobrimento, contentando-se por

    aquella occasio com as tres oitavas de ouro da primei-ra amostra.

    Do arraial, onde tinha postado a tropa, aviou para S.Paulo a Antonio Antunes Maciel, dando por elle contacom a dita amostra ao general Conde de Assumar, asse-gurando-lhe que estava a fazer rigoroso exame para des-cobrir minas de ouro.

    Assim o fez j depois da partida de Maciel, e no sachou ouro com abundancia na passagem do primeirodescobrimento, mas tambem em todo a rio Cuxip. Foi

    Antonio Antunes Maciel recebido com alvoroo de con-

    tentamento do general Conde de Assumar, com jubilosde alegria dos moradores de S. Paulo e villas da suacomarca, pelas quaes se derramou logo a noticia de suachegada e da nova descoberta do ouro. Sem demora, ogeneral applicou os meios para o regresso de Maciel,porque escreveu ao cabo Paschoal Moreira Cabral re-mettendo-lhe a proviso de guarda-mor para a partilhadas terras mineraes, na forma do regulamento delles.Porm, quando chegou Maciel j as minas estavam des-cobertas e dando ouro com muita abundancia: concor-reu logo muita gente para as novas minas pela navega-

    o dos rios Pardo e Tiet.Vendo os moradores das novas minas que j forma-

    vam um numeroso concurso em ararial dilatado, trata-ram de eleger um cabo-maior que os regesse e ordenas-se a conquista do gentio barbaro, para melhor explora-rem o paiz e poderem tirar ouro sem receio daquellesinimigos que, em repetidos assaltos, mortes e roubos,lhes perturbavam o progresso de sua nova povoao, queno podia permanecer segura. Elegeram de commumaccrdo ao capito Fernando Dias Falco, promettendotodos obedecer-lhe nas materias politicas e militares at

    que tivessem outro governador ou ministro por ordem re-gia.

    Este voluntario accrdo foi em 1719 e quando aindano Cuyab se achavam os dois irmos Lemes, que su-pposto ahi chegaram em fins do dito anno, j acharamgovernando o capito-mor Fernando Dias Falco, o qualgovernou aquellas minas por 5 annos, com os acertosda sua acreditada capacidade, e, chegando a gostosanoticia de que era general da Capitania Rodrigo Cesarde Menezes, se recolheu a S. Paulo na mono do annode 1723, trazendo o ouro dos reaes quintos. O general

    Rodrigo Cesar lhe passou patente, a 27 de Abril de 1724,de capito-mor das ditas minas, para onde voltou comeste emprego no mesmo anno.(Notas para historia de Parnahyba. Pe. Paulo Florncia da Silveira

    Camargo. So Paulo, 4 de Setembro de 1935)

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    Histria de Mato Grosso - 187Curso Preparatrio para: Policia Civil

    1.1.3 A fundao do Arraial da Forquilha1.1.3 Afundao do Arraial da Forquilha

    Em 1718, Antnio Pires de Campos, filho do famosobandeirante Manoel Bicudo, atinge o Rio Coxip, embusca dos ndios Coxipon e vindo logo atrs estavaPascoal Moreira Cabral, tambm em busca de nativospara escravizar, este veio de forma acidental descobrir

    ouro nas barrancas do Rio Coxip, alterando assim osobjetivos de sua expedio de apresamento para mine-radora.

    Logo aps a sua descoberta a bandeira de MoreiraCabral atacada pelos ndios Aripocon, auxiliado pelabandeira dos irmos Antunes, Cabral vence os nativos.(unio das Bandeiras).

    A fundao de um ncleo populacional era necess-ria, para se garantir a posse do territrio e a exploraodo ouro, para tanto foi lavrada no dia 08 de abril de 1719,a ata de fundao do Arraial da Forquilha, o qual seria o1 ncleo populacional do Mato Grosso.

    Aps a fundao, a administrao do Arraial foi en-tregue a Pascoal Moreira Cabral (escolhido pela popula-o)

    Em 1724, a Coroa Portuguesa, no confirma a esco-lha nomeando Fernando Dias Falco como Guarda-Mor-Regente e um dos irmos Antunes como Superintenden-te das Minas.

    Fique esperto:

    - As Bandeiras de Caa ao ndio tambm podemaparecer como Apresamento ou Preao, no existem

    diferenas entre elas.- As Bandeiras Mineradoras tambm podem apare-

    cer com outro nome, neste caso como Bandeira de Pros-peco

    - Moreira Cabral, no permaneceu no cargo, pois omesmo no era eletivo e sim de confiana (uma espciede D.A.S. da poca)

    - A atividade bandeirante e mineradora deu origemaos arraiais de So Gonalo Velho localizado as mar-gens do Rio Cuiab e Arraial da Forquilha, as margensdo rio Coxip

    - Na verdade as etnias conhecidas como: Aripocon,Beripocon e Coxipon, so conhecidos costumeiramen-te como Bororo

    1.1.4 As Lavras do Sutil1.1.4 As Lavras do Sutil

    Em 1722, chega a regio o Sorocabano Miguel Sutil,este encontra ouro no Crrego da Prainha, estabelecen-do ali uma pequena lavra a qual logo cresce devido ogrande deslocamento populacional tanto da Forquilhaquanto de outras regies. Vrias mones passam aabastecer a regio. O trabalho era executado basica-mente por escravos e homens livres.

    As Minas de Cuiab atraram aventureiros de vriasregies, obviamente a maioria destes da capitania deSo Vicente. Eram principalmente mineradores, tropei-ros e monoeiros, todos em busca do enriquecimentorpido.

    Fique esperto:

    - As Lavras do Sutil, atualmente o Bairro Ba, nocentro de Cuiab, exatamente onde se encontra a FatoCursos e Concursos

    - Por ser de aluvio (superfical) as minas esgotaram-se rapidamente

    1.2 - ADMINISTRAO COLONIAL

    Mato Grosso fazia parte da Capitania de So Paulo,a qual no inicio da ocupao de nossa regio, era gover-nada por Rodrigo Csar de Menezes.

    Com o interesse de fiscalizar de perto todas as ativi-dades mineradoras, Menezes muda-se para Cuiab, logoaps ter eliminado o poder regional (Os Irmos Leme)

    Em 1727, Rodrigo Csar de Menezes eleva Cuiab acategoria de Vila (Vila Rela do Bom Jesus de Cuyab)

    Conseqncias:

    - aumento de impostos

    - fiscalizao rigorosa

    A queda da produo aliada ao aumento de impos-tos e a fiscalizao rigorosa fazem com que a popula-o buscasse ouro em outras regies o que conseqen-temente leva a fundao de outros povoados:

    - 1724, Lavra dos Cocais Livramento

    - 1734/35, Lavras do Rio Galera e Lavras de SantanaNortelndia

    - 1746, Nossa Senhora do Bom PartoDiamantino

    - 1751, Arraial de Nossa Senhora do RosrioRo-srio Oeste

    - 1777, Tanque de Arinos, Lavra de Ana VazPoco-n

    1.2.1 Os Irmos Leme1.2.1 Os Irmos Leme

    Os irmos Joo e Loureno Leme, exerciam grandepoder sobre a regio mineradora de Cuiab. Influencia-vam na escolha dos representantes locais e eram extre-mamente respeitados pela populao.

    Esta liderana regional era perigosa, para as inten-

    es de Menezes, pois poderiam causar empecilhos nasaes do governo, junto s minas.

    Estrategicamente o governador os convida a comporcargos no governo, (provedor e sargento-mor das minasde Cuiab) estes negaram, dizendo que s aceitariam oposto mais alto, ou seja, o de Guarda-Mor-Regente ocu-pado por Fernando Dias Falco.

    Revoltado Menezes, inicia um processo de perse-guio aos Leme, o qual culminou na execuo dos doisbem como de todos os seus escravos

    Fique esperto na prova:

    - Facnoras para alguns e heris para outros, nopodemos julgar com preciso a situao histrica des-tes dois personagens, pois se os mesmos foram prejudi-ciais ao estado, o estado no poderia registrar outra coi-sa a no ser que estes eram marginais.

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    TEXTOS COMPLEMENTARES

    A perseguio aos Leme Parte I

    Joo Leme da Silva e Loureno Leme da Silva eramfilhos de Pedro Leme da Silva, o Torto, e de D. DomingasGonalves. Estes dois eram chamados irmos Lemes

    de complicada questo. Como vimos acima, estavam emCuyab, gozavam das boas graas do capito generalRodrigo Cesar de Menezes, que fizera ficar no esqueci-mento as maldades dos dois Lemes. Porm, aconteceuque, voltando de Cuyab, entregaram a Sebastio Fer-nandes do Rego grande quantia para compra de negros.Este ato s no fez a compra como instigou AntonioFernandes de Abreu Filho, furioso contra os assassinosdo pai, denunciar perante o ouvidor Godinho Manso doscrimes dos Lemes: 1. a morte de Antonio Fernandes deAbreu, pae; 2. as violencias contra as filhas de Joo

    Cabral, que por isso enlouqueceu, e 3. mais duas mor-tes.

    Sebastio Fernandes, que desejava apoderar-se doouro dos dois irmos, como finalmente conseguiu queRodrigo Cesar de Menezes mandou por um bando quese effectuasse a priso dos Lemes. Encarregado de pre-parar a escolta, Rego recrutou os soldados em Parnahy-ba e Sorocaba e planejou uma emboscada. Deixou ossoldados escondidos ao chegar a It, de modo que nin-guem percebeu. Fingiu visita a Joo e Loureno Leme,que lhe offereceram regio banquete. Quando todos dor-

    miam deu o tiro combinado e a casa foi cercada. Perce-beram os irmos Lemes a trahio e fugiram, na confu-so de tiros e gritos, para Porto Feliz. Na casa ficarammortos 5 escravos e sete prisioneiros. Em um sitio mon-taram guardas, capangas e fizeram abrir caminho, es-crevendo, diz Pedro Taques, em lettreiro: Se o ouvidoraqui vier, este o caminho. De facto, veio em pessoa odesembargador Manoel de Mello Godinho Manso comuma tropa de valentes soldados.

    Atacados, Joo e Loureno Leme fogem matto adentro e a escolta contina a perseguil-os. Aps muitosdias, enfraquecido, resolveu Joo ir esconder-se no sitioda madrinha Maria de Chaves. Esta, com medo das pe-nas publicadas no edital, mandou avisar ao ouvidor Go-dinho. Os soldados cercam a casa, mas como estava margem do Tiet, Joo Leme, num esforo sobrehuma-no, atravessa o rio a nado, escapando, assim, ainda umavez, a seus perseguidores. Depois um grupo da escoltao prendeu.

    Continou a diligencia da tropa por mais trinta dias, e,afinal, Loureno Leme, encontrado dormindo no proprioleito foi assassinado. Joo Leme foi levado Bahia, dizainda Pedro Taques, onde foi degolado em 1723.

    Os paulistas voltavam agora suas vistas para Cuya-b e Goyaz.(Notas para historia de Parnahyba. Pe. Paulo Florncia da Silveira

    Camargo. So Paulo, 4 de Setembro de 1935)

    A perseguio aos Leme Parte II

    Rodrigo Csar fita o confidente nos olhos. Com es-panto: - Vos mec capaz de liquidar os Lemes? - Afir-mo-o sobre palavra de honra. Rodrigo Csar comea apassear pela sala. No diz palavra. Vai e vem pensativo.Eis que estaca de repente: - Diabo de situao a minha,Sebastio do Rego! Eu, depois desses cargos que dei

    aos Lemes, eu no posso decentemente, mandar pren-d-los sem um motivo aceitvel. Est claro, excelncia!Mas quem mandar prend-los no ser o general Rodri-gues Csar; ser o juiz. Eu arranjo um mandato do de-sembargador (...) Estava tudo ao talho da foice, tudo ve-lhacamente preparado. Bastava uma palavra do governa-dor; bastava um gesto e os Lemes estariam perdidos.Rodrigo Csar no vacila:

    - Nesse caso, Sebastio do Rego, tem vosmec aordem, trate da priso dos Lemes! Nada mais de tempe-riteros (sic). preciso, sim senhor acabar com a arro-gncia dos dois paulistas. Agora, d no que dei vamos

    cortar o mal pela raiz: priso e forca! (Setbal, P, 1948:127-8)

    1.2.2 Os principais Capito Generais (Governado-res)1.2.2 Os principais Capito Generais (Gover-nadores)

    Antnio Rolim de Moura (1751 a 1765)

    - Estabeleceu a Capitania de Mato Grosso

    - Fundou a primeira capital (Vila Bela)

    - Incentivou a colonizao

    - Assinatura do Tratado de MadriJoo Pedro Cmara (1765 a 1769)

    - Sobrinho de Dom Rolim de Moura

    - Fundou destacamentos para a proteo do territ-rio

    - Consolidou as fronteiras

    Lus Pinto de Souza Coutinho (1769 a 1772)

    - Considerado um pssimo administrador

    - Embates com o Marqus de Pombal e Cia de Je-sus (Jesutas)

    - Expulso dos Jesutas

    Lus de Albuquerque de Melo Pereira e Cce-res (1772 a 1789)

    - Considerado o maior administrador da histria co-lonial do Mato Grosso

    - Fundou o Forte Coimbra (1775), a margem direitado rio Paraguai, territrio espanhol (Fecho dos Morros)

    - Fundou o Forte Prncipe da Beira, direita do Gua-por

    - Fundou o povoado de Albuquerque em 21/01/1781

    (Corumb)- Fundou a Vila Maria em 06/10/1778 (Cceres)

    - Fundou So Pedro Del Rey em 21/01/1781 (Poco-n)

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    Histria de Mato Grosso - 189Curso Preparatrio para: Policia Civil

    - Fundou o povoado de Casalvasco em 1783

    Joo de Albuquerque de Melo Pereira e Cce-res (1789 a 1796)

    - Irmo do governador anterior

    - Pacificao dos ndios guaicuru (famosos ndios

    cavaleiros do pantanal)Caetano Pinto de Miranda Montenegro (1796 a

    1802)

    - Doutor em leis

    - Fundao do povoado de Miranda em 1797

    - Tentativa de invaso espanhola no Forte Coimbra(impedida pela Cel. Ricardo Franco)

    Manuel Carlos de Abreu e Meneses (1802 a 1807)

    - Primeiro governador a se posicionar publicamentea favor da transferncia da capital de Vila Bela para Cui-ab.

    - Este sugeriu ao Rei de Portugal em 1804, tal trans-ferncia, referindo-se a questes de sade.

    - Vila Bela era uma regio insalubre, com diversoscasos de febre amarela, Malria e outras doenas ele-vando os ndices de mortalidade todos os meses

    Joo Carlos Augusto dOeynhausen e Gravem-berg (1807 a 1819)

    - Criou a Companhia Franca dos Leais Cuiabanosem 1808 (proteo de Cuiab)

    - Fundou a Santa Casa de Misericrdia

    - Planejamento da distribuio de gua em Cuiab- Inicio do processo de transferncia da capital para

    Cuiab

    - Elevao de Cuiab a cidade (Carta Rgia de 17/09/1818)

    Francisco de Paula Magessi Tavares de Carva-lho (1819 a 1821)

    - ltimo Capito General

    - Nomeado em 07/07/1817, mas chegou em Cuiabsomente em 06/01/1819, onde toma posse

    - Criao de um fbrica de plvora- Construo de uma Olaria

    - Transferiu da capital para Cuiab: Casa de Fundi-o, Junta da Fazenda e vrias guarnies militares

    - No foi bem aceito pela populao cuiabana

    Curiosidades:

    - Existe uma discusso sobre o nome anterior dePocon: So Pedro Del Rey ou So Joo Del Rey, SoPedro seria em homenagem a D. Pedro III e So Joohomenagem ao santo

    - 17/09/1818, nesta data Cuiab foi elevada cate-goria de cidade, por Magessi, lego depois em 05/11/1819,a Casa de Fundio foi transferida para Cuiab.

    - Lus de Albuquerque de Melo Pereira e Cceres,por quase 17 anos dirigiu o Mato Grosso, sendo o gover-

    nante que por mais tempo administrou este Estado emtoda sua Histria

    - Caetano Montenegro, foi o nico governador nomilitar do perodo colonial

    - O planejamento da distribuio de gua em Cuiabera baseado na construo de canos a cu aberto levan-do gua do rio Mutuca a Cuiab, o tentativa foi um fra-casso pois as tcnicas de engenharia da poca eraminsuficientes para solucionar o problema

    1.2.3 Criao da Capitania de Mato Grosso e a fun-dao de da 1 Capital1.2.3 Criao da Capitaniade Mato Grosso e a fundao de da 1 Capital

    Em 09 de maio de 1748, as minas de Mato Grosso,so desmembradas de So Paulo, as viagens dos trsprimeiros governadores de So Paulo (Rodrigo Csar,Conde de Sarzedas e D. Lus de Mascarenhas) tinhammostrado as dificuldades de administrar to extensa reacomo se fosse uma s capitania.

    O primeiro governador da ento criada Capitania deMato Grosso foi: Capito General Antnio Rolim de Mou-ra (posse 17/01/1751)

    A criao da Capitania de Mato Grosso, era umaestratgia da Coroa Portuguesa para pressionar a Espa-nha na assinatura de um Tratado para o reconhecimentodo territrio ocupado pelos portugueses.

    Tal tratado acabou sendo realizado em 1750/51, oTratado de Madri se baseou em um preceito do DireitoRomano o Uti Possidets (terra ocupada, terra possu-da), o mesmo reconhecia parte do territrio a oeste de

    Tordesilhas como sendo territrio lusitano.Em 19 de maro de 1752, obedecendo a todo um

    plano previamente traado pela Metrpole Portuguesa,D. Rolim de Moura funda Vila Bela da Santssima Trin-dade, erguida s margens do rio Guapor, a qual seria aprimeira capital.

    Esta foi fundada seguindo as recomendaes daCoroa portuguesa atravs da Carta Rgia de 19 de janei-ro de 1749, a qual dizia que deveriam proteger a frontei-ra, manter a navegao pelo Guapor impedir o comr-cio entre espanhis e portugueses, porm manter a ami-zade entre eles. Suas enrgicas atitudes conseguiram

    consolidar as posies estratgicas portuguesas por todoo vale do Guapor.

    TEXTO COMPLEMENTAR I

    E nasce a Provncia de Mato Grosso

    Em 1748, as minas de Mato Grosso so desmem-bradas das minas de So Paulo, sendo nomeado comoCapito-General Antnio Rolim de Moura. A capital danova capitania foi instalada oficialmente em 1752, nas

    margens do Guapor, passando a ser denominada VilaBela da Santssima Trindade. A necessidade de povoa-mento da regio do Guapor se deu em virtude do impe-rativo de vigilncia da fronteira. Por esse motivo, o gover-no portugus deu carta branca a Rolim de Moura para

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    que escolhesse o local onde deveria ser instalada a sededa capitania. No entanto, foi recomendado ao capito-general que o local escolhido no deveria ser insalubre,ainda que prximo ao rio Guapor ou a um de seus aflu-entes navegveis.

    As instrues que se seguem so datadas de 19 dejaneiro de 1749 e se referem medida que Antnio Ro-

    lim de Moura deveria tomar para administrar a nova capi-tania:

    - Fundao da capitania de Mato Grosso.

    - Criao da Companhia de Drages.

    - Ereco de Juiz de Fora e/ou de Ouvidor

    - Privilgios e isenes para os moradores da capi-tal.

    - Prevenes e cuidados com vizinhos dos domniosespanhis e jesutas.

    - Informaes coroa para decidir se as comunica-es fluviais com o Par seria permitidas.

    - Os ataques dos ndios Paiagu.

    - Os Caiaps.

    - Proteo aos Pareci.

    - Fundao de Aldeias para os mansos.

    - Proibio da extrao de Diamantes.(Moura, C. E, 1982:21)

    TEXTO COMPLEMENTAR II

    Sede da Fazenda Jacobina. - Foto: Alessandro Pinto de Arruda -

    Jacobina - onde comea a histria de Cceres

    A histria de Cceres confunde-se com a da Fazen-da Jacobina. Na opinio do historiador Natalino FerreiraMendes, Jacobina a clula-mater de Cceres. O por-tugus Leonardo Soares de Souza, que, em 1772, re-quereu Coroa as terras conhecidas como Jacobina, foiconvocado, em 6 de outubro de 1778, para subscrever aata de fundao de Vila-Maria de Portugal, hoje Cce-res.

    Segundo Natalino Ferreira Mendes, Jacobina foi aclula-me de todo o vale do rio Paraguai, j que o fun-dador do Firme (a regio conhecida como Nhecolndia,que, hoje, pertence a Mato Grosso do Sul), Joaquim Jos

    Gomes da Silva, o Baro de Vila-Maria, era genro deJoo Pereira Leite que, por sua vez, era genro de Leo-nardo Soares de Souza. O filho de Joo Pereira Leite,Joo Carlos, partindo da Jacobina, transps o rio Para-guai, e fundou a fazenda Descalvado que logo povooude milhares de cabeas de gado.

    Seria preciso um livro para dar a dimenso exata da

    grandeza da Jacobina no sculo passado. O melhor tes-temunho o do francs Hercules Florence, que integroua expedio Langsdorff ao interior do Brasil entre 1825 e1829, e foi hspede da Jacobina. Em seu livro Viagemfluvial do Tiet ao Amazonas, ele conta que, em 1827, aJacobina era a mais rica fazenda da Provncia, tanto emrea como em produo. Tinha cerca de 60 mil cabeasde gado, 200 escravos e igual nmero de alforriados. Asroas abrangiam canaviais, plantaes de mandioca, fei-

    jo, cereais e caf para abastecimento dos ncleos ad-jacentes. Possua, tambm engenho movido por forahidrulica.

    A produo era to farta que D. Ana Maria da Silva,mulher de Leonardo, contou ao viajante que mandara seisgrandes canoas cheias de vveres ao Forte de Coimbra -distante 882 Km, via rio Paraguai - para sustento gratui-to da Guarnio. O portugus Joo Pereira Leite vanglo-riava-se de possuir tantas terras quantas o rei de Portu-gal.

    Outro aspecto que no passou despercebido de Her-cules Florence foi a fora das mulheres que comanda-ram a fazenda aps a morte dos maridos: primeiramen-te, a de D. Ana Maria e, anos mais tarde, a de sua filha,Maria Josepha de Jesus Leite, conhecida como a Nha-

    nh da Jacobina. Coube ao segundo filho de Maria Jo-sepha, Joo Carlos Pereira Leite, ocupar o papel do lti-mo grande chefe da Jacobina. Joo Carlos foi o constru-tor do atual Cemitrio So Joo Batista e impediu que aepidemia de varola chegasse a Cceres aps a Guerrado Paraguai, barrando a passagem na estrada de qual-quer pessoa procedente de Cuiab.

    O episdio mais marcante da biografia de Joo Car-los est ligado ao heri da revoluo baiana conhecidacomo Sabinada. Segundo os historiadores, Sabino Viei-ra, condenado ao degredo em 1838, adoeceu na vizi-nhana da Jacobina, e caiu nas graas do major Joo

    Carlos. As autoridades no querendo, ou mesmo nopodendo abrir luta com o major Joo Carlos, de bom oumau grado fizeram vista grossa sobre o caso e em Jaco-bina continuou a permanecer o Dr. Sabino, exercendocom muita competncia a sua profisso de mdico...,conta o historiador Estevo de Mendona, citado porLus-Philippe Pereira Leite no livro Vila Maria dos meusmaiores. Sabino Vieira morreu na Jacobina em 1846.

    Inmeros fatores contriburam para alterar a trajet-ria da Jacobina no sculo XX, entre eles, o fim da escra-vido em 1888, a ascenso dos engenhos de cana-de-acar no Nordeste e as leis trabalhistas criadas por

    Vargas na dcada de 30. Hoje, a fazenda pertence famlia Lara e um dos maiores atrativos histricos deCceres. Conhecer e preservar a sua histria resgatara nossa prpria histria e construir a nossa identidade.Texto: Martha Baptista. Original em http://www.caceres.mt.gov.br

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    Histria de Mato Grosso - 191Curso Preparatrio para: Policia Civil

    TEXTO COMPLEMENTAR III

    O marco de Jauru

    A pea, lavrada em mrmore e secionada em duaspartes, cada uma feita por uma das coroas, portuguesae espanhola, foi construda para celebrar o Tratado deMadrid, de 13 de janeiro de 1750, atualizando a linha do

    Equador, que foi estabelecida pelo Tratado de Tordesi-lhas, de 1494. Em 18 de janeiro 1754 foi plantada mar-gem do rio Jauru pelo 1. Governador e Capito-Generalda Capitania de Mato Grosso, D. Antnio Rolim de Mou-ra Tavares. Porm, em 1761, o Ajuste do Pardo anula oTratado de Madri, deixando o Marco do Jauru sem a fina-lidade a que foi construdo.

    Durante mais de um sculo permaneceu em matafechada, at que em 2 de fevereiro de 1883, graas influncia de pessoas como o Marechal Antnio MariaCoelho e o Major Joo Carlos Pereira Leite, foi transpor-tado para a praa principal de Cceres, onde foi tomba-

    do como monumento nacional, pelo Ministrio da Edu-cao.

    Em cada lado h uma inscrio, de acordo com Her-cules Florence em seu trabalho Viagem Fluvial do Tietao Amazonas:

    Nos dois primeiros lados acima havia a coroa Portu-guesa e Espanhola, respectivamente, hoje j praticamen-te destrudas.Fonte: Monumentos Mato-grossenses de Lus Philippe Pereira

    Leite, Marco do Jauru de D. Aquino Corra e Primeiro

    Centenrio da Transladao do Marco do Jauru para a Cidade de

    Cceres - 02/02/1883 a 02/02/1983 de Natalino Ferreira Mendes.

    1.2.4 A situao da capital

    Devido distncia e todas as dificuldades da regiodo Guapor, foram dados vrios incentivos para se colo-nizar Vila Bela:

    - iseno de impostos- iseno do pagamento de entrada

    - suspenso do pagamento das dvidas por 03 anos

    Mesmo com vrios incentivos, as pssimas condi-es fizeram com que no se deslocassem tantas pes-soas para capital.

    Em 1755, foi instalada a Cia. De Comrcio do GroPar, a funo desta era abastecer a regio, mas logofoi desativada, devido s dificuldades j relatadas.

    Curiosidades:

    -Acapital Vila Bela da Santssima Trindade, foi er-

    guida seguindo um planejamento urbano.- Antnio Rolim de Moura logo depois de ter sido

    nomeado governador de Mato Grosso, recebeu o ttulode Conde de Azambuja e posteriormente 2 Vice-Rei doBrasil

    - A origem do nome Mato Grosso foi atribuda pelosBandeirantes que encontraram ouro na regio dos Pare-ci e Guapor, locais onde o mato era denso, fechado egrosso.

    1.2.5- A transferncia da capital para Cuiab1.2.5-A transferncia da capital para Cuiab

    A disputa entre Cuiab e Vila Bela j era histricas,quando Gravemberg e Magessi, passaram mais tempoem Cuiab do que na capital.

    - Motivos: Distncia dos grandes centros, dificulda-de de comunicao, insalubridade da regio, bem comoos interesses da elite cuiabana pelo poder poltico

    A situao era a seguinte:

    Vila Bela: Residncia Oficial dos Governadores

    (Capital de Direito)

    Cuiab: Sede dos governantes

    (Capital de Fato)

    Tal fato era eminente visto as atitudes dos ltimosgovernadores de Mato Grosso:

    - 1812, o Cap. Gen. Joo Carlos de Gravembergmuda-se para a Cuiab, este promove constantementefestas, sendo estas utilizadas para alienar a populaoquanto verdadeira situao econmica do Mato Gros-so (Po e Circo)

    -1819, o Cap. Gen. Magessi, transfere grande partedo aparato administrativo e fiscal para Cuiab, proble-mas de ordem econmica (salrios atrasados) fazem comque o mesmo volte para Vila Bela.

    Deposto em 20/08/1821, pelo ento Ten. Cel. Ant-nio Navarro de Abreu (cuiabano), foi estabelecida uma

    junta governativa em Cuiab e outra em Vila Bela. EmCuiab esta junta era liderada pelo Bispo D. Luis deCastro.

    A disputa s foi resolvida em 1825 quando Cuiabganha foro de Capital, pelo Imperador D. Pedro I.

    TEXTO COMPLEMENTAR I

    Cuiab ou Vila Bela

    Transferncia da capital, de Vila Bela para CuiabMato Grosso, na primeira metade de sculo XIX, viviauma realidade diversa se comparada a do incio da suacolonizao, pois a minerao estava em decadncia ea economia baseava-se principalmente em atividadesagropecurias e no comrcio. Com relao aos seusncleos populacionais, os mais desenvolvidos eram VilaBela e a cidade de Cuiab.

    E nesse perodo que a elite cuiabana passa a alme-jar a transferncia da capital para Cuiab, alegando sautoridades govemamentais que Vila Bela deveria deixarde ser a capital porque era um local insalubre, propician-do com isso o aumento da mortalidade, provocado prin-cipalmente pela febre amarela.

    Para a elite cuiabana, engajar-se na luta pela trans-ferncia da Capital tinha um sentido mais amplo, uma

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    vez que era a possibilidade de inserir Mato Grosso nocomrcio internacional, abastecendo os pases europeusque passavam pela Revoluo Industrial e tinham neces-sidade de matrias-primas.

    Assim, a transferncia da capital se deu quando aelite cuiabana, apoiada por outros segmentos sociais,destituiu o capito-general Francisco Tavares Magessi

    de Carvalho e proclamou, aps a deposio do governa-dor, uma junta govemativa em Cuiab no dia 20 de agos-to de 1821.

    Vila Bela tentou resistir, formando tambm uma ou-tra junta governativa, chegando inclusive a pedir apoio aogoverno de Lisboa. Apesar do confronto entre Vila Bela eCuiab, em 1822 D. Pedro I acabou aprovando a juntagovernativa de Cuiab. A documente a seguir ilustra oprocesso de transferncia da capital para Cuiab e aconseqente deposio de MagessiFonte : Enciclopdia Britnica Brasileira

    TEXTO COMPLEMENTAR II

    O Quilombo do Quariter

    Este texto uma colaborao do Professor Joo deMedeiros Alves

    Como marco oficial, a Histria de Mato Grosso ini-ciou-se, em 1719, nas margens do rio Coxip-Mirim, coma descoberta de ouro pelos homens que acompanhavamo bandeirante Pascoal Moreira Cabral.

    Com o sucesso da minerao e a necessidade de

    garantir para Portugal, a posse de terras alm Tratadode Tordesilhas, foi criado em 1748 a Capitania de MatoGrosso, sendo a primeira capital Vila Bela da Santssi-ma Trindade, na extremidade oeste do territrio colonial.

    Para trabalhar na minerao, chegaram, no sculoXVIII, em Mato Grosso, os primeiros escravos de origemafricana. Como resistncia escravido, as fugas foramconstantes, sendo individuais ou coletivas, formando di-versos quilombos. Por ocasio da presena da capital? Vila Bela da Santssima Trindade ? a regio dovale do rio Guapor foi onde houve maior concentraodessas aldeias de escravos fugitivos.

    O quilombo do Piolho ou Quariter, no final do scu-lo XVIII, localizado prximo ao rio Piolho, ou Quariter,reuniu negros nascidos na frica e no Brasil, ndios emestios de negros e ndios (cafuzos). Jos Piolho, pro-vavelmente foi o primeiro chefe do quilombo. Depois,assumiu o poder sua esposa, Teresa. Fugidos da explo-rao branca, os habitantes do quilombo conviviam co-munitariamente em uma fuso de elementos culturaisde origem indgena e africana. Os homens caavam, le-nhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel namata; as mulheres preparavam os alimentos e fabrica-vam panelas com barro, artesanato e roupas. As dificul-

    dades de abastecimento, principalmente de escravos,com que constantemente conviviam os habitantes daregio guaporeana, levou-os a organizar uma bandeirapara atacar os escravos fugitivos.

    O poder pblico, atravs da Cmara Municipal deVila Bela da Santssima Trindade, e os proprietrios deescravos patrocinaram a bandeira para destruir o quilom-bo e recapturar seus moradores.

    A bandeira contendo cerca de trinta homens e co-mandada por Joo Leme de Prado, percorreu um ms de

    Vila Bela at o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, pren-

    dendo quase a totalidade dos moradores. Alguns morre-ram no combate que se travou, outros fugiram.

    Os escravos que sobreviveram foram capturados elevados para Vila Bela, sendo colocados para reconhe-cimento pblico, a mando do capito-general de MatoGrosso Lus de Albuquerque de Melo Pereira e Ccerese aps o ato de reconhecimento, os escravos foram sub-metidos a outros momentos de castigos, com surras,tendo parte de suas orelhas cortadas e tatuados o rostocom a letra F ? de Fugitivo ? feita com ferro embrasa.

    O objetivo da represso era intimidar novas fugas,

    porm, a vontade, o desejo e a luta pela liberdade eramaior que essa humilhao. Tal conquista esteve pre-sente por um bom tempo e em 1791 ? duas dcadasaps a primeira ? uma segunda bandeira foi organiza-da para recapturar negros fugitivos e, finalmente, acabarcom o quilombo do Quariter.

    Comandada pelo alferes de drago, Francisco Pedrode Melo, a bandeira de 1791 continha 45 homens quedestruram as edificaes e plantaes do quilombo, re-capturando sua populao e devolvendo aos seus do-nos, em Vila Bela. Porm, percebendo a ineficincia doscastigos fsicos, os escravos no mais foram torturados

    publicamente.Outros quilombos na regio tambm foram destru-

    dos, inclusive ao comando do mesmo alferes, Franciscode Melo, que assolou os quilombos de Joo Flix e odo Mutuca. No local do quilombo do Piolho, aps suadestruio a mando do capito-general Joo de Albuquer-que de Melo Pereira e Cceres, foi organizada uma al-deia ? a Aldeia da Carlota ? que visava o interesseportugus em garantir a posse da terra num local toisolado. Os moradores da aldeia contavam com o apoiodo governador.

    Outros quilombos tambm foram organizados emterras mato-grossenses durante os sculos XVIII e XIX,podendo ser registrados aqui, apenas para exemplificar,os quilombos Mutuca e Pindaituba, situados na Cha-pada dos Guimares, os Sepoutuba e Rio Manso, pr-ximos a Vila Maria (atual Cceres).

    A historiadora Elizabeth Madureira refere-se orga-nizao de 11 quilombos em Mato Grosso, porm regis-tra o pouco que ainda foi percorrido e pesquisado sobreo assunto.(Fonte: Prof. Joo de Medeiros Alves )

    2.0 - PERODO IMPERIAL (1822

    1889)Com a proclamao da Independncia do Brasil, to-

    das as antigas Capitanias passaram a ser Provncias,estas controladas pelo Imperador. A situao da Capital

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    Histria de Mato Grosso - 193Curso Preparatrio para: Policia Civil

    foi resolvida pelo Imprio, e o primeiro Presidente da Pro-vncia foi nomeado em 10 de setembro de 1825, JosSaturnino da Costa Pereira

    2.1 A RUSGA (1834)

    Contexto Histrico: - Abdicao de D. Pedro I

    - Instalao do Governo Regencial

    Grupos Polticos:

    Polticos se organizavam em sociedades, as quaisserviam de base para suas reivindicaes.

    Liberais => Sociedade dos Zelosos da Indepen-dncia

    (Maioria de brasileiros, defendiam a Constituio aRegncia e D. Pedro II)

    Conservadores => Sociedade Filantrpica

    (Maioria de portugueses, Monarquista defendiam avolta de D. Pedro I)

    A Rusga se encontra em um contexto de revoltas doPerodo Regencial (1831 a 1840), estas pediam entreoutras coisas reformas polticas, sociais e administrati-vas, no caso cuiabano, foi um revolta de cunho poltico esocial com um carter anti-lusitano, liderada pelos libe-rais com ajuda da populao cuiabana.

    O que eles queriam?

    Liberais: tomar o poder da provncia ento governa-da pelo conservador Antnio Corra da Costa.

    Cuiabanos: Expulsar os portugueses, os quais acre-ditavam que eram os grandes e verdadeiros culpados de

    sua situao miservel.O plano dos revoltosos era iniciar o movimento em

    maio de 1834, na eminncia da revolta Antnio Corrada Costa se afasta do governo provincial. Assume AndrGaudie Ley este aps governar por quatro meses entre-ga o governo novamente para Corra da Costa, que de-pois de alguns dias abandona definitivamente o governo.

    Com isto Mato Grosso passa a ser governado porum Conselho, que entrega a Presidncia da Provncia aoliberal Joo Poupino de Caldas. Os Liberais atingem seuobjetivo!?

    No! Na poca os Liberais eram divididos em duasfaces: Moderados e Radicais, Poupino era Moderadoe os Radicais estavam apoiando a idia da populao, aqual estava prestes a se tornar real.

    No dia 30 de Maio de 1834 os revoltosos enfurecidospartem do Campo do Ourique em direo ao centro e agolpes de machado invadiram e saquearam as CasaComerciais portuguesas bem como suas residnciasassassinando homens, mulheres e crianas de origemlusitana. Muitos foram executados no antigo Largo daMatriz, onde hoje a Praa da Repblica.

    O principal lder dos revoltosos foi Antnio Lus Patr-

    cio da Silva Manso.A Rusga, conseguiu alterar somente a situao pol-

    tica da Provncia, problemas de cunho social no foramresolvidos.

    Curiosidades:

    - Os portugueses eram chamados carinhosamentepelos cuiabanos de: Bicudos e Ps de Chumbo

    - O Campo do Ourique, se encontra onde a atualCmara Municipal de Cuiab, antiga Assemblia Legis-lativa (transferida em agosto de 2005)

    - Silva Manso ficou conhecido como o Tigre de Cuia-b

    TEXTO COMPLEMENTAR

    Liberais x Conservadores

    A Rusga foi um movimento ocorrido em Mato Grossono ano de 1834, durante o perodo regencial. Para enten-dermos esse movimento regional, se faz necessrio bus-car nesse perodo marcado por lutas polticas e por vri-os movimentos sociais, a sua origem.

    No perodo regencial dois grupos polticos domina-vam a vida pblica nacional: os progressistas e os re-gressistas, mais tarde transformados em Partido Liberale Partido Conservador, respectivamente. Esses dois par-tidos passaram a ter um domnio poltico durante todo osegundo reinado, De ponto de vista ideolgico, tinhampoucas diferenas entre si; suas discordncias eramapenas produtos da ambio pelo poder. Outro grupo semgrande expresso nacional eram os republicanos (quese tornou partido de 1870), que engatinhavam seus pri-meiros passos e apoiavam as mudanas de regime pol-tico do Brasil, de monarquia para repblica.

    Nas provncias, os grupos polticos liberais e conser-vadores se organizavam em sociedades. Seguindo essatradio em Mato Grosso, os liberais se agrupavam naSociedade dos Zelosos da Independncia e os conser-vadores na Sociedade Filantrpica. Conforme estudo daprofessora Elizabeth Madureira Siqueira (1990, p. 102)sobre a Rusga, a Sociedade Filantrpica

    ...desejava recolocar no trono D. Pedro I, assim comoverem mantidos no poder poltico da provncia de MatoGrosso o grupo que tradicionalmente vinha conduzindo apoltica, e que, naquele momento, estava simbolizadopelo ento presidente Antnio Corra da Costa, nomea-

    do por D. Pedro I. A Sociedade dos Zelosos da Indepen-dncia era responsvel pela aglutinao de foras polti-cas de tendncia moderada, uma vez que esta no con-cordavam com as idias republicanas [...] Almejavamdestituir do governo da provncia de Mato Grosso o grupopoltico que, h anos a dirigia e, em seu lugar colocar osliberais.

    Portanto, dois grupos polticos disputavam o poderna provncia de Mato Grosso, como tambm ocorria emnvel nacional. nesse contexto que ocorreu a Rusga.Os membros da Sociedade dos Zelosos da Independn-cia (liberais) pretendiam tomar o poder que estava com a

    Sociedade Filantrpica (conservadores).Segundo Eliza-beth Madureira, os revoltosos, liderados pela Socieda-de dos Zelosos da Independncia, planejavam uma rebe-lio que teria incio na madrugada de 30 de maio de 1834.O conselho de governo, reunido a 27 de maio, prevendo

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    a aproximao da data marcada para a ecloso do movi-mento, resolveu tentar um contragolpe, elegendo comopresidente da provncia um dos lderes do movimento,Joo Poupino, que era membro do conselho de governoe pertencia Sociedade dos Zelosos da Independncia.Mas de nada adiantou essa escaramua.

    interessante notar que no dia 30 de maio, data da

    rebelio, a populao saiu pelas ruas de Cuiab. Mem-bros das camadas inferiores e da guarda nacional grita-

    vam palavras de ordem; armados, roubaram e saquea-

    ram casas de comrcio e at mortes foram registradas.

    Podemos levantar uma questo a respeito da defla-

    grao do movimento. Se os liberais (Sociedade dos

    Zelosos da Independncia) haviam conseguido o poder,

    atravs da nomeao de Poupino Caldas como presi-

    dente da provncia no dia 27 de maio, por que as cama-

    das mais baixas participaram de uma rebelio que j

    tinha data marcada (30 de maio de 1834). Tendo comoreferncia o trabalho da professora Elizabeth Madureira

    participao de populares no movimento no pode ser

    considerada um ato poltico consciente. A provncia de

    Mato Grosso passava por uma grave crise econmica,

    com os cofres pblicos vazios, o que sempre resultavaem atraso no pagamento de salrios, aprofundando, con-seqentemente, a misria social. Representou mais umaocasio encontrada para os pobres usufrurem de bene-fcios passageiros e extravasarem seus anseios de mu-danas. a partir desse contexto que podem ser expli-cados os saques, roubos e mortes cometidas. Assim

    tambm pode ser explicada a represso ao movimento,promovida por Poupino Caldas, no momento em que aRusga explodiuFonte : Enciclopdia Britnica Brasileira

    2.2 A GUERRA DO PARAGUAI (1864-1870)

    Choque militar ocorrido na Amrica do Sul, envolven-do os seguintes pases:

    BRASIL

    PARAGUAI ARGENTINA

    URUGUAI

    Principais Motivos?- questo da navegabilidade (bacia platina)

    - pretenses expansionista paraguaias

    - autonomia econmica do Paraguai

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    A situao industrial brasileira no perodo era cati-ca, o Brasil no possua fbricas para abastecer seumercado interno, tendo de importar produtos da Inglater-ra. Os britnicos foram os grandes responsveis pelaincluso da Amrica Latina no sistema do capital inter-nacional.

    Enquanto a Amrica Latina entrava neste modelo in-

    ternacional o Paraguai caminhava no sc. XIX sozinhocom seu prprio modelo econmico: auto-suficiente, 80%das terras eram pblicas as quais eram entregues a cam-poneses (produo de matria-prima) etc...

    A Inglaterra no aceitava na Amrica Latina ter umpas fora do sistema capitalista mundial, isto fica claronas declaraes do embaixador britnico Thorton, ondeo mesmo dizia que o regime paraguaio nocivo ao povo.

    Por vrias vezes o Brasil vai entrar em disputa com oParaguai, envolvendo questes de fronteiras entre Para-guai e MT e de navegabilidade pelo rio Paraguai (rotacomercial que ligava o Mato Grosso pelo Esturio doPrata ao mundo). Estas disputas inicialmente foram di-plomticas, vejamos algumas misses diplomticas:

    MISSO LEVERGER: Chefiada inicialmente por Au-gusto Leverger, este buscava fazer um Tratado de Ami-zade entre os dois governos facilitando assim a navega-o pelo rio Paraguai (sem sucesso)

    MISSAO PIMENTA BUENO: chefiada por Jos Pi-menta Bueno (Gov. de MT- 1836 a 1837), este buscavafraquear o rio, ou seja, pagar pela utilizao da rota fluvi-al (sem sucesso)

    MISSAO PARANHOS: Chefiada por Jos Maria Pa-

    ranhos, assim como a misso anterior, buscava a fran-quia do rio que novamente no foi conseguida.

    Em 1856, assinado um tratado de navegao entreParaguai e Brasil, ligando Mato Grosso ao Rio de Janei-ro. As idias e atitudes polticas do governo brasileiro,no eram aceitas pelo governo paraguaio, sobretudo nosinteresses com o Uruguai e a Argentina.

    Enquanto os paraguaios apoiavam os Blancos, oBrasil apoiava os Colorados (partidos polticos uruguai-os), tal apoio contrrio faz com que o Tratado de Amiza-de seja rompido. Os nimos comeam a se esquentar,s faltava um pequeno motivo para a guerra eclodir.

    A participao da Inglaterra neste momento foi cruci-al pois a mesma no tinha interesses na pacificao aregio, uma guerra seria lucrativa e eliminaria o Para-guai, o qual em sua viso era um exemplo que poderiaprejudicar seus negcios na Amrica do Sul.

    Estopim da GuerraEstopim da Guerra

    Aprisionamento do Marqus de Olinda

    Embarcao brasileira a qual navegava pelo Rio Pa-raguai com destino a Mato Grosso, levando produtos epassageiros dentre eles o governador de Mato Grosso:Frederico Carneiro de Campos

    O Imprio brasileiro declara guerra ao Paraguai equase que imediatamente o Paraguai inicia uma ofensi-va sobre o Mato Grosso, invadindo Corumb e posterior-mente Dourados.

    Cuiab temendo ser atacada organiza as tropas (cor-po de voluntrios cuiabanos), estes foram comandadosinicialmente por Hermenegildo Portocarrero e posterior-mente por Augusto Leverger, que acaba tambm assu-mindo a presidncia da Provncia (1865-1866), sendoseguido pelo General Jos Vieira Couto Magalhes (1866-1868) e novamente Augusto Leverger agora com o ttulo

    de Baro.O primeiro ponto de resistncia escolhido foi re-

    gio de Baro de Melgao e o Morro de Santo Antnio,mas felizmente o inimigo nunca chegou.

    O desenrolar da guerra foi trgico vrias batalhas,centenas de mortes, principalmente do lado paraguaioque rapidamente derrotado. Em 1867 o Uruguai e a

    Argentina deixam a guerra para resolverem questespolticas internas, o Brasil continua agora com o objetivode encontrar o lder paraguaio Solano Lopez, o qual localizado na batalha do Cerro-Cor e morto por solda-dos brasileiros.

    Com o fim da Guerra do Paraguai, reativa-se as ro-tas fluviais, onde produtos podem ser exportados e im-portados via Esturio do Prata, Mato Grosso passa a secomunicar com a Europa, Amrica e interliga-se comvrios portos

    Verses

    evidente que encontramos diversas verses para aGuerra do Paraguai, e estas diferenas tericas ficamevidentes quando citamos os dois principais autores doassunto, veja:

    Maldita Guerra - FRANCISCO DORATIOTTO

    O historiador Francisco Doratiotto pesquisou

    fontes durante quinze anos para compor a obra.

    Mostra como a Guerra do Paraguai comeou

    com um conflito regional, diferindo

    estruturalmente da teoria de muitos

    historiadores. As principais batalhas...

    A Guerra Contra o Paraguai - JLIO JOSCHIAVENATOQue pensar de uma guerra em que morrem

    99,74% da populao adulta masculina do pasinimigo? Conflito blico ou genocdio? Sob a

    instigao da Inglaterra, a guerra contra o

    Paraguai - o mais importante conflito em que o

    Brasil se envolveu.

    Fique esperto na prova:

    - Augusto Leverger, receber o ttulo de Baro deMelgao

    - O governador Frederico Carneiro de Campos, nun-ca chegou a Cuiab, morreu em uma priso Paraguaia

    - O famoso Morro de Santo Antnio, o qual est es-tampado no Braso de Armas, era conhecido como Co-lina de Melgao

    - Os rios que compunham a bacia platina (rio da Pra-

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    ta, Rio Paran e Rio Paraguai) eram de extrema impor-tncia na poca para o transporte de passageiros e decarga, sendo o meio mais seguro e rpido de transporte,uma viagem terrestre que demorava alguns meses, pe-los rios demorava-se alguns dias.

    - O Uruguai antiga provncia brasileira (Cisplatina),era uma regio estrategicamente importante para o Bra-

    sil e para o Paraguai, pois parte de seu territrio era umadas margens da foz do rio Prata, o qual desaguava doOceano Atlntico.

    - A foz do rio Prata era a principal entrada e sada deembarcaes de carga e de passageiros da Amrica doSul.

    - A invaso paraguaia comeou pelo Forte Coimbra,no tendo sucesso partiu para a cidade de Corumb.

    - Apesar da guerra no ter chego at Cuiab, umgrande nmero de habitantes da capital morreram, no atiros de canhes e espingardas e sim por varola (bexi-

    ga), esta muito pior que a guerra vitimou quase um tero(1/3) da populao.

    - A varola vai de alastrar pelas regies de RosrioOeste, Guia, Diamantino e Rio Abaixo.

    - O comandante das tropas brasileiras as quais inici-aram uma verdadeira caa a Lopez, foi o genro de D.Pedro II, Conde DEu.

    - O Mal. Floriano Peixoto foi Presidente da Provnciado Mato Grosso em 1884, inclusive tendo um filho cuia-bano

    TEXTO COMPLEMENTAR:

    A GUERRA DO PARAGUAI E A QUESTO INDGENA

    Passados quase um sculo e meio, este conflitocontinua revelando-se polmico e suscitando questes.E, neste momento que a historiografia latino-americana,impulsionada pelo acordos econmicos do MERCOSUL,se debrua sobre o que foi, sem dvida, a mais prolon-gada - com exceo da Guerra da Crimia - e a maiscruenta guerra internacional j ocorrida no perodo entre1815 e 1914, necessrio ouvir e registrar algumas vo-zes que ainda no foram ouvidas pela historiografia ofici-al respeito deste conflito, vozes que permanecem au-dveis apenas na tradio oral e no imaginrio de seusrespectivos grupos. Como no relato do professor Guara-ni Pedro Mirim explicando o por qu de sua famlia tersobrevivido a guerra:

    Ym xeraryi oexa rakae jurua guery jogueroa jave.Jogue raa ma taperupi vy oexa ma jurua kuery ou maramo onhemi okuapy ita kupepy. Kyringuei onhemi hapynaxei ramo rivema jurua kuery mbojujka pai.

    Minha av contava o que ela passou na poca daguerra com a minha me. Ela contou que existia umcaminho estreito por onde eles passaram durante essa

    guerra. Eles se escondiam debaixo das pedras. A sorte que o nen no chorou, seno todos teriam sido mor-tos. Por isso que todos ns chegamos vivos at o finalda guerra.

    Esta vozes indgenas (quasea totalidade do exrcito paraguaiode Solano Lopez era formado porsoldados guarani), passados cen-to e vinte oito anos do fim da Guer-ra do Paraguai continuam aguar-dando seu lugar reconhecimentopela historiografia oficial no-ndia.

    (Paulo Humberto Porto Borges, trecho retirado da Internet)*

    3.0 - Perodo Republicano (1889 ...)

    Aps a Guerra do Paraguai, diversos fatos levaram ogoverno imperial a entrar em isolamento poltico: A QUES-TO MILITAR, A QUESTO RELIGIOSA E A QUESTO

    ABOLICIONISTA.

    Estas questes, levaram o Imprio desestrutura-o de suas bases aliadas isolando-o politicamente, le-vando a QUEDA DO IMPRIO e a conseqente Procla-mao da Repblica.

    As oligarquias rurais passaram a dominar todo ocenrio poltico, fazendo com que o governo seja umaextenso do poder dos chamados Coronis, (grandesprodutores rurais) estes mantero relaes eleitorais epolticas promscuas, fraudulentas e criminosas, (polti-ca do caf-com-leite, poltica dos governadores e voto decabresto) mantendo assim no governo membros ligados aristocracia rural.

    3.1 CONFLITOS POLTICOS DA REPBLICA VELHA(1889 1930)

    3.1.1 - O movimento de 18923.1.1 - O movimento de1892

    - Primeiro movimento armado aps a proclamaoda Repblica

    - Antnio Maria Coelho escolhido para governar oEstado, este cria um novo partido o Nacional Republica-no (unio de republicanos e conservadores)

    - Com a queda e Marechal Deodoro, o grupo formadopor Manuel Murtinho, Generoso Paes Leme, derrubam

    Antnio Maria e atravs eleies Murtinho passa a sergovernador.

    - Grupo oligarca do sul (MS) no aceita e depeMurtinho distncia

    - Floriano Peixoto contm a oposio ao seu gov.enviando ao MT tropas (Legio Floriano Peixoto), as quaisforam chefiadas por Paes Leme recolocando Murtinhono poder.

    3.1.2 O Massacre da Baa do Garcez (1898-1901)

    - CONTEXTO HISTRICO: Poltica dosGovernadores / Presidente Campos Sales

    - Manuel Murtinho deixa o governo de MT para apoiar

    seu irmo Joaquim Murtinho (Ministro da Fazenda doPresidente Campos Salles)

    - Murtinho lana o nome de Jos Metelo para a suasucesso, Generoso Ponce lana Peixoto de Azevedo(Rompimento Poltico)

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    - Peixoto de Azevedo vence as eleies e Murtinhoinicia um movimento para depor Azevedo

    - Formao de um grupo armado chefiado por TotPaes de Barros (usineiro) que sitia o centro de Cuiab epela fora obriga Assemblia a anular as eleies, con-vocando um novo pleito.

    -Vence o candidato de Murtinho: Antnio Pedro deBarros, que para garantir seu governo monta uma tropaarmada (diviso patritica) chefiada pelo coronel TotPaes.

    - O objetivo desta tropa era evidente: acabar comquaisquer foco de oposio ao governo

    - Em 1901 descoberto um reduto oposicionista naUsina Conceio (Propriedade de Joo Paes de Barros,irmo de Tot)

    - Tot Paes cerca o local prendendo os oposicionis-

    tas, que so levados at o local chamado de Baia deGarcez, onde foram executados e jogados no rio (com oabdmen aberto em cruz para que no boiassem)

    - Em 1902, devido uma grande seca, os corpos sodescobertos, mas nada acontece com os culpados.

    3.1.3 O Movimento de 1906

    - Tot Paes candidata-se e vence as eleies de 1902(apoiado pelos irmos Murtinho)

    - Tot, acreditando que somente o apoio da Presi-

    dncia da Repblica era o suficiente (Poltica dos Go-vernadores), se afasta dos Murtinho

    - Manoel e Joaquim Murtinho se unem com antigosinimigos de Tot: Generoso Ponce, Pedro Celestino,Peixoto de Azevedo entre outros, para derrub-lo

    - Generoso Ponce pressionado por Tot e foge parao Paraguai, abrindo um jornal chamado Reao, oqual atacava o governo de Tot

    - Lderes oposicionistas de outras regies reagem eatacam o governo, tornando o controle de diversos redu-

    tos governistas, por exemplo a Fazenda Itaici de propri-edade de Tot

    - Preocupado Tot Paes pede ajuda ao Governo Fe-deral, este envia tropas para Mato Grosso

    - O objetivo da Presidncia da Repblica era mantero Governo Estadual (Paes de Barros), mas antes dastropas chegarem at Cuiab, cidade j estava cercada.Tot renuncia!

    - Tm inicio uma verdadeira perseguio ao Cel An-tonio Paes de Barros, esta termina com seu assassina-

    to.Curiosidades:

    - Tot assassinato em seu esconderijo, uma anti-ga fbrica de plvora, no Coxip do Ouro.

    - Aps seu assassinato o corpo do Cel. Tot ficouinsepulto por vrios dias.

    TEXTO COMPLEMENTAR:

    Morte de Tot Paes faz 100 anos hoje

    Grande pecuarista e maior industrial do Estado,o ento presidente de Mato Grosso foi assassinadoh exatamente um sculo, no Coxip do Ouro

    J haviam se passado seis dias desde que o entopresidente do Estado de Mato Grosso, Antnio Paes deBarros, o Tot Paes, decidira deixar a zona urbana deCuiab em busca de esconderijo em uma fbrica de pl-vora na regio do Coxip do Ouro.

    Com a Capital inteiramente cercada por tropas sob ocomando do senador Generoso Ponce, sua nica espe-rana de retornar ao poder era a chegada de uma expe-

    dio militar trazendo os reforos prometidos pelo gover-no federal. O destino, porm, no permitiria tal reviravol-ta.

    Trado por um partidrio, o fugitivo teve seu paradeirodescoberto por uma guarnio comandada pelo coronelJoaquim Sulpcio de Cerqueira Caldas. E, imediatamen-te aps a captura, foi assassinado com dois tiros quei-ma-roupa. Era o dia 6 de julho de 1906.

    Poltico habilidoso, grande pecuarista e maior indus-trial do Estado proprietrio da ento moderna usina deItaicy (ver matria) -, Tot Paes saiu da vida para prota-gonizar em um dos mais controvertidos episdios da his-tria e tambm da historiografia de Mato Grosso.

    Depois do assassinato, veio uma campanha de di-famao que se estendeu por dcadas. O objetivo, almde ligar seu nome a fatos e crimes dos quais no se temevidncia alguma, era o de elimin-lo da histria de MatoGrosso, acredita o historiador Paulo Pitaluga Costa eSilva, do Instituto Histrico e Geogrfico.

    Autor da pesquisa A Viso dos Vencidos: Cem AnosDepois, Pitaluga um dos organizadores da srie deeventos que nesta semana pretendem relembrar o cen-tenrio da morte do poltico e, principalmente, defender

    a reviso de seu legado.Descrito por muitos como um dspota, responsvel

    direto por barbaridades como o massacre de 17 oposito-res na Baa do Garcez e pela manuteno de um regimede terror entre os funcionrios de sua usina, Paes seria,a partir desta tica, um empresrio moderno e dinmico,que acabou por se tornar um poltico incmodo s anti-gas oligarquias.

    Tot Paes era um lder que, continuando na vidapoltica e na liderana econmico-industrial, por certoimpediria, tempos depois, a continuidade do poder deGeneroso Ponce e seus correligionrios, aponta o his-

    toriador, em seu estudo.Empossado presidente do Estado em 15 de agosto

    de 1903, Tot Paes vinha obtendo bons resultados comuma administrao baseada na austeridade, aponta Pi-

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    taluga. (...) Iniciou um governo de moralizao, a iniciarpela normalizao das alquebradas finanas do Estado.Era uma mentalidade nova, que afetava muitos interes-ses.

    A derrota para as foras de Generoso Ponce, queconseguiu arregimentar quase 4 mil homens para a cha-mada revoluo de 1906, significaria tambm o incio

    da campanha contra sua memria. No queremos colo-c-o em um pedestal, acima do cho, como fizeram comaqueles que o assassinaram. Existem idias e idias,teorias e teorias. Nosso objetivo apenas que a verdadeseja esclarecida.Arquivo: Jornal Dirio de Cuiab- Edio n 11559 06/07/2006 RODRIGO VARGASReporter

    3.1.4 Caetanada (1916)3.1.4 Caetanada (1916)

    - Movimento ocorrido em 1916, o qual envolvia ques-tes relacionadas as eleies de Caetano Manoel deFarias Albuquerque (Gen. Caetano)

    - Caetano, nega exonerar funcionrios pblicos con-siderados pelo seu partido (PRC Partido RepublicanoConservador) como adversrios

    - Caetano passa a sofrer presses de vrios polti-cos da Cmara de Deputados e do Senador Antnio Fran-cisco Azevedo (Vice-presidente do Senado)

    - No encontrando sada, Caetano acena com a re-nncia e pede licena a assemblia (viagem para o RJpara formalizar a renncia)

    - Devido o apoio de Pedro Celestino (Partido Repu-blicano de Mato Grosso) Caetano desiste de renunciar ecerca a Cmara de Deputados

    - Alegando falta de segurana o Presidente da A.L,transfere os trabalhos para Corumb, dividindo o gover-no:

    - A.L, pede o impeachment de Caetano Albuquer-que, que este procura se defender atravs de um hbeascorpus (STF)

    - Wenceslau Braz intervm no estado, colocandocomo interventor federal Camilo Soares de Moura, sendosubstitudo rapidamente pelo ento Bispo Dom AquinoCorra.

    3.1.5 Morbeck e Carvalhinho3.1.5 Morbeck eCarvalhinho

    - Na dcada de 20 muitos migrantes (MG e NE) vie-ram para a regio Leste de Mato Grosso, em busca dasfamosas mangabeiras rvores que se multiplicaram portodo a regio do Araguaia.

    - Na busca de mangabeiras, alguns encontraram di-amantes, iniciando assim uma corrida em busca da vali-osa pedra.

    Fato violento ocorrido na regio leste do Estado (Ara-guaia) na dcada de 20

    Morbeck (baiano) Barra do Gara

    Carvalhinho (pernambucano) Alto Araguaia- Estes eram Engenheiros, scios de garimpos de

    Diamante na regio.

    - Conflito pelo controle poltico e econmico dos ga-rimpos de diamante

    - Interesse do Governador Pedro Celestino Correa daCosta (pai de Fernando Correa da Costa) em enfraque-cer o Cel. Morbeck e implantar o seu poder na regio

    Motivo: Cel. Morbeck nunca deu apoio poltico aPedro Celestino (transferir o poder de Morbeck a Carva-lhinho)

    - Nomeao de Carvalhinho para o cargo de chefe dapolcia (poder maior do que o de prefeito)

    - Carvalhinho inicia uma onda de crticas a Morbeck(provocao)

    - Morbeck ataca Carvalhinho (disputa dura aproxi-madamente 20 anos)

    - Foi no Governo de Mrio Correa da Costa que ascoisas se apaziguaram. Coube ao Tenente TelsforoNbrega a mando do governador garantir e controlar asituao.

    - No conformado com a possibilidade de no reto-mar o poder, Carvalhinho ataca a fora estadual, ondemorreram muitos soldados inclusive o prprio Ten. Te-lsforo.

    - Temendo o revide do governo, fogem para Gois,mas logo so presos e levados para Cuiab, onde fica-ram presos at 1930, quando foram soltos pelo governo

    Vargas.

    Curiosidades:

    - O conflito entre Morbeck e Carvalhinho, tambm chamado com Morcegos contra os Cai Ngua. Isto por-que Morbeck iniciou o conflito atacando Carvalhinho no

    perodo noturno e Carvalhinho fugiu pelo (rio Araguaia).

    - O Braso de Armas de Mato Grosso foi criado nes-te perodo exatamente em 14/08/1918, pela resoluon 799:

    D. Francisco de Aquino Corra, Bispo de Prusade,Presidente do : Estado de Mato Grosso.

    Fao saber a todos os seus habitantes que a As-semblia Legislativa decretou e eu sancionei a seguinte

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    Resoluo:

    Art. 1 - O Braso d Armas do Estado de MatoGrosso compe-se de um escudo em estilo portugus,isto , com a ponta redonda, ocupada por um campo desinople, sobre o qual assenta, lado a lado, um morro deouro com dois cabeos, sendo um no centro do escudo,e outro um pouco mais abaixo, para a sinistra do mes-

    mo. O resto do escudo um cu de blau, sobre o qualdomina, em chefe, a pea herldica ultimamente consa-grada no Braso da Cidade de S. Paulo, como smbolodo bandeirante, smbolo este que consiste em um braoarmado a empunhar uma bandeira com a flamula quadri-dentada e ornada com a Cruz da Ordem de Cristo, tudode prata, exceto a cruz que de goles. O escudo tempor timbre uma fnix de ouro a renascer da sua imortali-dade ou fogueira de goles, e por suporte dois ramos flo-ridos, um de seringueira e outro de erva-mate, enlaa-dos na base por uma fita que traz a legenda: VirtutePlusquam Auro.

    Art. 2 - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir onecessrio crdito para as despesas de impresso epropaganda do referido braso.

    Art. 3 - Revogam-se as disposies em contrrio.

    Mando, portanto, a todas as autoridades a quem oconhecimento e execuo da referida Resoluo perten-cer, que a cumpram e faam cumprir fielmente.

    O Diretor da Secretaria do Governo a faa imprimir,publicar e correr. Palcio da Presidncia do Estado, emCuiab, 14 de agosto de 1918, 30 da Repblica.

    TEXTO COMPLEMENTAR:

    A cultura poltica de Mato Grosso I

    Diante do episdio envolvendo o atentado con-tra um dos postulantes a uma das vagas na CmaraMunicipal de Cuiab, o eleitor ficou meio assustado e,certamente, procurou respostas convincentes que pu-dessem explicar tal ato. No as encontrando, perdeu partede sua confiana na vida poltico-partidria e nos polti-cos. Mal sabe ele que a cultura poltica de todas as uni-

    dades brasileiras foi - e continua sendo - sempre a lutapelo poder, a luta de interesses dos grupos, disfaradosde ideais, a ser usada ou para manuteno ou para con-quista de cargos eletivos (e do governo). Nesta luta, a

    pistola e a violncia sempre estiveram presentes. Foi aviolncia armada, empreendida pelo Governador da Ca-

    pitania de So Paulo, que destruiu o prestgio dos ir-mos Leme e destituiu Pascoal Moreira Cabral do postode Guarda-mor. O ltimo Governador e Capito-generalda Capitania de Mato Grosso, Francisco de Paula Ma-gessi, caiu em virtude de um movimento violento. Estemarcou a passagem do poder das mos do representan-te da Coroa portuguesa para uma elite dominante radi-cada em Cuiab.

    A violncia transformava-se, ento, em instrumentode obteno e manuteno do poder poltico no Estado.Isso ficou claro em 1834, quando um movimento nativis-

    ta, conhecido como Rusga, se caracterizou tambm comouma luta armada entre a faco tradicional e a elite emer-gente pelo controle do poder poltico mato-grossense. Ofim da chamada rebelio cuiabana, com a priso doslderes nativistas, no acabou com o uso da violnciacomo instrumento de conquista de poder.

    O advento da Repblica, em 1889, tambm no mo-

    dificara em nada esta situao. Muito pelo contrrio. Onovo regime intensificou o clima de violncia no Estado,abrindo maior espao situao declarada do coronelis-mo.

    Atravs do sistema de coronelato, reconhecia-se afora de alguns coronis pelo beneplcito do poder p-blico. Contudo, em muitas ocasies, esta fora polticaera contestada pelos opositores. Em 1890, por exem-plo, o General Antnio Maria Coelho, aliando-se ao Clu-be Militar Benjamin Constant, empreendeu uma lutaaberta contra o coronelismo regional via Partido Nacio-nal, alm de utilizar-se (no governo estadual) de todos

    os mecanismos de presso poltica e da mquina admi-nistrativa do Estado para coagir os partidrios ou correli-gionrios do Partido Republicano, na tentativa de enfra-quecer a fora poltica do Coronel Ponce.

    O Coronel Generoso Ponce, no entanto, agiu rpido.Ao lado de Antnio Azeredo e Joaquim Murtinho, foroua deposio de Antnio Maria Coelho do governo de MatoGrosso pelo ento Presidente do Brasil, Deodoro da Fon-seca.

    Em 1892, esse quadro inverteu. O governador de-posto e seus aliados destituram o Presidente eleito doEstado, Manoel Jos Murtinho. O que levou o CoronelPonce, frente de 3.000 homens armados (Legio Patri-tica Floriano Peixoto) a invadir Cuiab e derrubar ogoverno instalado pelo grupo de Antnio Maria. Dessemodo, em julho de 1892, Manoel Murtinho pde retornarao governo do Estado.

    Sete anos depois deste episdio, a pistola e a vio-lncia voltaram a ser apndices da poltica mato-gros-sense. De um lado, o Coronel Ponce e seus aliados pro-curando, atravs de trincheiras, resistir o cerco em queeram submetidos; do outro lado, os Murtinhos e TotPaes que estreitavam ainda mais a presso. Sangue,terror e pnico dominaram a Capital. No final do quintodia de massacre das foras de Tot Paes, o grupo pon-cista foi destronado do controle poltico regional. Pas-sando, ento, a governar o Estado, Antnio Pedro Alvesde Barros, um dos aliados de Tot Paes.

    A partir de ento, ocorreu uma srie de violnciascontra os que se opunham nova fora poltica oligrqui-ca no poder. A mais tristemente clebre delas, a chacinada Baia do Garcez, em 1901, levou a morte 17 poncis-tas.

    Sucederam-se violncias de toda ordem: fraudes elei-torais, compra de votos, perseguies, demisses de

    funcionrios ligados a oposio, retaliaes, espanca-mentos e assassinatos. Os membros do grupo que as-cenderam s posies de mando, interviam continua-mente nos arranjos poltico-partidrios, no medindo asconseqncias de suas imposies.

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    Por essa razo (uma delas), a oposio (lideradapor Ponce, Pedro Celestino e os Murtinho) se levantoucontra o governo de Tot Paes. Este, sentindo-se pres-sionado, abandonou o Palcio do governo e escondeu-se numa fbrica de plvora no Coxip do Ouro. Desco-berto, foi friamente assassinado. Com isso, o grupo doCoronel Ponce voltou a controlar politicamente o Esta-

    do.Depois de um certo perodo da chamada paz arma-

    da (1907-1916), a violncia, como estratgia de obten-o e manuteno do poder, voltou a ser empreendida.Desta feita governava Mato Grosso o General Caetanode Albuquerque.

    No geral, a violncia ocorreu tanto no embate jurdi-co como na luta armada, manifestando-se de forma maiscruel e brutal. A Caetanada chegou ao seu final em 1917,com a interveno do Presidente da Repblica, Wen-ceslau Brs. Mato Grosso passou, ento, a ser adminis-trado por um Interventor Federal. Registrou-se uma certa

    trgua. As pistolas e a violncia foram substitudas poracordos polticos entre os lderes partidrios. A eleiode Dom Aquino Corra, por exemplo, foi fruto dessa su-posta conciliao. A mesma que promoveu o retorno dePedro Corra da Costa ao governo (1922-24) e foi esten-dido aos governos de Estevo Alves Corra (1924-26) eMario Corra da Costa (1926-30).

    Apesar dessa conciliao, registravam-se a retalia-o e as antigas perseguies polticas; as trincheirasforam reconstrudas e as pistolas, reapareceram-se.

    Desse modo, nas diversas regies do Estado, ocor-reu a luta pelo poder de mando local (o conflito entre

    Jos Morbeck e Manoel Balbino de Carvalho, no garimpodo Garas e do Araguaia, pode ser colocado como exem-plo); enquanto na esfera do governo estadual, os mem-bros dos Partidos Conservador e Republicano mantinhamvivas as velhas estratgias de ascenso ao poder. Po-rm, a partir de 1930, as raposas da poltica so, aospoucos, tiradas do mando poltico estadual. Em seuslugares, assumem indivduos que, embora nativos doEstado e identificados com os grupos dominantes, noeram muito ligados s razes partidrias. esses indivdu-os eram os chamados interventores, nomeados peloGoverno Federal.

    Contudo, a partir de 1935, o sistema de interventori-as terminara. O Estado, ento, passou a ser administra-do por um governador eleito pelos constituintes estadu-ais, em virtude de uma coligao partidria envolvendoos partidos mais representativos na assemblia legisla-tiva do Estado. Mrio Corra, no entanto, no conseguiumanter por muito tempo a aliana que o elegera. Masisso, prezado leitor ou prezada leitora, tema do nosso

    prximo artigo.

    (LOUREMBERGUE ALVES)

    Arquivo: Jornal Dirio de Cuiab- Edio n 9806 11/12/2000)

    3.2 A ERA VARGAS

    O ltimo Presidente da chamada Repblica Oligr-quica (1889-1930), foi o fluminense Washington Lus(1926-1930), este mantinha todos os acordos (Convniode Taubat e Poltica do Caf com Leite) entre as oligar-quias regionais.

    Em 1929, com a quebra da bolsa de Nova Iorque, acrise do caf chega ao seu limite, fazendo com que asexportaes do produto diminussem de forma drstica.

    Devido a prpria crise, Washington Lus no atendeos produtores (coronis), com o Convnio de Taubat,gerando um grande desconforto entre as oligarquias e ogoverno federal.

    No inicio do processo eleitoral em 1930, quando Mi-nas Gerais esperava atravs do seu ento governador:

    Antnio Carlos Ribeiro de Andrada a indicao para aPresidncia da Repblica, Washington Lus de formasurpreendente indica o paulista Jlio Prestes.

    Quebra a Poltica do Caf-com-leiteQuebra a Polti-ca do Caf-com-leite

    Andrada ento busca apoio em outros estados paraformar uma chapa de oposio a Jlio Prestes.

    Formao da chapa chamada, Aliana Liberal, com-posta pelos estados de MG., RS. e PB.. A chapa seria

    composta da seguinte forma:- PRESIDENTE: Getlio Dorneles Vargas (RS.)

    - VICE: Joo Pessoa (PB.)

    Como toda a Mquina Poltico-Eleitoral, estava nasmos do Presidente Washington Lus, era lgico que ovencedor seria Jlio Prestes e no Getlio Vargas.

    Em 03 de outubro de 1930, Vargas lidera um movi-mento golpista, que termina em 24 de outubro do mes-mo ano, este impede Jlio Prestes de tomar posse ecoloca do poder Getlio Vargas.

    3.2.1 Os InterventoresVrios interventores federais, sucederam-se nos go-

    vernos de todos os Estados, somente Minas Gerais foiexceo. Para Mato Grosso inicialmente , foi enviado oCel. Antonino Mena Gonalves, o segundo interventor foi

    Artur Antunes Maciel, o terceiro Lenidas Antero de Ma-tos e o ltimo foi Julio Muller.

    3.2.2 A Revolta Constitucionalista e a criao doEstado do Maracaj - 1 diviso do estado - (1931-1932)

    SO PAULO GETLIO VARGAS

    Soldados paulistas.

    h t t p : / / i m a g e s . g o o g l e . c o m . b r / i m g re s? i m g u r l = h t t p : / /

    upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d5/

    Tunel_1932.jpg/300px-Tunel_1932.

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    Movimento ocorrido em So Paulo, contra o governo

    de Vargas.

    Com a desculpa de querer reconstitucionalizar o pas,

    os paulistas iro entrar em choque com o governo, pe-

    dindo a renncia de Vargas. Na verdade o que os paulis-

    tas queriam era a sada de Getlio para que estes pu-

    dessem restabelecer o poder perdido com o golpe de 30

    A regio sul do Mato Grosso, aproveitando a situa-

    o ir participar desta revolta apoiando os paulistas,

    com o interesse de em um novo governo sem Getlio,

    estes conseguiriam a separao do Mato Grosso por

    um curto perodo, rapidamente organizaram um governo

    onde o mdico Vespasiano Barbosa Martins, seria ento

    chefe do executivo do Estado do Maracaj, este durou

    90 dias, quando o governo federal acaba com a revolta.

    Soldados da Unio entrincheirados em Silveiras, Vale do Paraba

    http://www.getulio50.org.br/textos/gv6.htm

    Fique esperto na prova:

    -A data do incio da revoluo foi estabelecida em 14de julho. No entanto, o incio das hostilidades se precipi-tou com a destituio e passagem para a reserva deBertoldo Klinger, comandante militar de Mato Grosso,que havia rompido publicamente com o Governo Provis-rio e prometido apoio das tropas sob seu comando ao

    movimento paulista. As expectativas eram de que cincomil soldados sediados em Mato Grosso passassem afazer parte das foras revolucionrias.

    - Foi no governo de Julio Muller que o Colgio LiceuCuiabano foi construdo, bem como o Grande Hotel (pos-terior sede do finado Banco Bemat) e a ponte ligandoCuiab e Vrzea Grande, denominada Ponte Julio Mul-ler.

    - O que de certa forma oficializou a Poltica do Cafcom Leite, foi o Pacto de Ouro Fino, assinado em 1913na cidade de Ouro Fino (MG)

    - Em 1943, foi criado pelo Governo Federal, o Territ-rio Federal do Guapor, desmembrando parte do Estadode Mato Grosso e parte do Amazonas, este o atualEstado de Rondnia (homenagem ao Mal Rondon)

    3.2.3 Tanque Novo (1933)

    Costa, Maria de Ftima Gomes. Dissertao de Mestrado/ UnB/

    (1987)

    - Lder: Laurinda de Lacerda Cintra (Doninha)

    - Baseado nos dons msticos de Dona Doninha, o

    que deu origem a um movimento poltico religioso , queobteve grande repercusso no Estado

    - Doninha comeou a ter vises de urna santa cha-

    mada Maria da Verdade (Jesus Maria Jos), este fatodesencadeou uma verdadeira peregrinao ao local (Po-

    con)

    - Doninha probe a comunidade a consumir bebidas

    alcolicas e diariamente eram realizadas procisses

    - A populao cresce rapidamente e seus habitantespassam a ser identificados como oposicionistas a Var-

    gas (inicia a perseguio)- 1932, Tanque Novo invadido e Doninha presa

    (84 dias) em Cuiab

    - Situao piora quando os moradores se filiam ao

    Partido Constitucionalista de Mato Grosso (votao ma-

    cia contra o governo que apoiava a Aliana liberal pr

    Getlio)

    - Nova invaso em 1932, agora com uma grande re-

    sistncia aramada (Doninha presa novamente)

    - Doninha foi julgada e libertada em 1934 (morreu em

    23/06/ 1973)

    Curiosidades:

    - Nh Tico, prefeito de Pocon, ser um dos maiores

    opositores, promovendo verdadeiras perseguies aosmoradores de Tanque Novo, alegando desordem e anar-

    quia

    - O episdio do Tanque Novo caracterizado como

    um movimento poltico, cujos interesses das foras ge-

    tulistas era a manuteno do controle do voto no munic-

    pio de Pocon3.3 OS GOVERNOS MILITARES

    Governava o Mato Grosso pela segunda vez: Fer-nando Corra da Costa.

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    3.3.1 - A participao do Mato Grosso no golpe de1964

    - MT. Juntamente com SP, MG, RJ, RS, PR, GO,aliaram-se a favor do golpe militar

    - Tropas cuiabanas (16 BC - 44 BlMtz) partem emdireo Braslia e permanecem l at a posse do Gen.

    Castelo Branco

    - A escolha para Presidente e Governador passou aser indireta

    - MT, MG. e Guanabara, por terem elegido governa-dores os quais eram considerados pelos militares comoinconvenientes, foram destitudos pelo AI-5, sendo Pe-dro Pedrossian o ltimo governador eleito pelo voto dire-to.

    3.3.2 A 2 diviso do Estado

    O governo federal decreta a diviso do estado em1977, alegando dificuldade em desenvolver a regio di-ante da grande extenso e diversidade. No norte, menospopuloso, mais pobre, sustentado ainda pela agropecu-

    ria extensiva e s voltas com graves problemas fundi-rios, fica Mato Grosso. No sul, mais prspero e maispopuloso, criado o Mato Grosso do Sul.

    De certa forma a diviso do Estado foi necessriadevido a grande quantidade de conflitos histricos nasregies, ocasionadas por divergncias polticas entre aslideranas do sul e do norte.

    Em 11 de Outubro de 1977 promulgada a Lei Com-

    plementar n 31 que cria o Estado de Mato Grosso doSul. Em 1979 e efetivada a diviso territorial.

    Os principais movimentos divisionistas foram:

    Final do Sc. XIX => Fundao do Partido Autono-mista, liderado por Barros Cassal e Joo Caetano Muzzi

    1901 => Movimento divisionista liderado por JangoMascarenhas (Joo Ferreira Mascarenhas)

    1932 => Regio sul apia os paulistas na Revolta

    Constitucionalista ocorrida em So Paulo contra o go-verno de Vargas, chegando a ponto de nomearem Ves-pasiano Barbosa Martins como Governador da regio sul

    1934 => Vespasiano Barbosa lidera um novo movi-mento divisionista, levando at o Congresso Nacional ummanifesto pr-diviso do Estado.

    1937 => Nova tentativa frustrada de diviso no mo-mento da discusso entre os limites de Gois e MatoGrosso

    1947 => Tentativa de se introduzir na Constituio

    Estadual, a possibilidade de mudana da Capital do Es-tado.

    Dec. 50 Grande quantidade de manifestos soapresentados Cmara dos Deputados, os quais pre-tendiam a diviso.

    1960 => A vitria de Jnio Quadros , para presidn-cia da Repblica, fez com que as intenes de divisose intensificassem ainda mais pois o mesmo era nasci-do na regio sul de Mato Grosso

    1963 => Manifesto pr-diviso do Estado de MatoGrosso, este circulou e pela primeira vez visto clara-mente a inteno tambm do norte para a diviso.

    1977 => E criado o Estado de Mato Grosso do Sul

    3.4 A Nova Repblica

    3.4.1 Histrico dos ltimos governadores

    Governadores do Mato Grosso

    www.ms.gov.br/governadores/pedro_pedrossian.gif

    3.4.1.1 Pedro Pedrossian (Pedro Placa)

    Com o slogan O novo Mato Grosso , Pedrossian,d inicio a um grande programa de obras a serem reali-zadas em todo o estado:

    - Construo da nova ponte Jlio Muller

    - Estao de abastecimento de gua e captao

    - Ampliao da produo de energia eltrica

    - Criou o anel rodovirio (Perimetral)

    - Concluiu a construo do Hospital Geral

    - Criou a Universidade Federal de Mato Grosso (1Reitor Dr. Gabriel Novis Neves)

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    3.4.1.2 Jos Fragelli

    - Estendeu a rede de transmisso de energia geradaem Urubupung (regio sul)

    - Implantou a linha de transmisso da CachoeiraDourada-Cuiab (regio norte)

    - Construiu o C.P.A. Centro Poltico e Administrati-vo

    - Construiu o Estdio do Verdo

    3.4.1.3 Garcia Neto

    - Natural de Sergipe, foi eleito de forma indireta pelaAssemblia Legislativa, no governo do Presidente Gei-

    sel- Ocorreu o processo de diviso territorial do Estado

    de Mato Grosso

    - Renunciou ao governo do Estado para ser candida-to ao Senado (1978), sendo que foi derrotado pelo Dep.Jos Benedito Canelas

    3.4.1.4 Cssio Leite de Barros

    - Primeiro governador aps a diviso de fato do Esta-do

    - Vice de Garcia Neto, o qual havia deixado o gover-

    no para disputar uma cadeira no Senado- Garcia Neto perde a disputa eleitoral

    3.4.1.5 Frederico Campos

    - Abriu o Estado para a colonizao, trazendo umagrande quantidade de migrantes, os quais fundam vriascidades

    - Inicio o PROMAT (Programa Especial de Desenvol-vimento de Mato Grosso)

    - Surge POLONOROESTE (Programa Integrado deDesenvolvimento do Noroeste do Brasil)

    - INTERMAT (Instituto de Terras do Mato Grosso)

    - Ampliao do sistema de abastecimento de guada Capital

    - Diretas J, reinicia as eleies diretas para gover-

    nadores de Estado

    3.4.1.6 Jlio Campos

    - Primeiro governador eleito pelo voto direto

    - Construo e pavimentao de estradas (ex. a es-trada de Jangada)

    - Acelerao do processo de colonizao da regionorte

    - teve como meta transformar Mato Grosso no Ce-leiro Agrcola do Brasil

    - Plano de extenso da energia termoeltrica

    - Oficializou o Hino de Mato Grosso (composto por

    Dom Francisco de Aquino Correa e msica de EmilioHeiner)

    - Inicio da construo da usina hidroeltrica de Man-so

    - Construo das hidroeltricas de Apiacs, Caiabis,Primavera, Culuene, Juina, Brao Norte e Aripuan.

    - Deixou o governo para se candidatar a DeputadoFederal, assumiu o seu vice Wilmar Peres (10 meses)

    3.4.1.7 Carlos Bezerra

    - Slogan Em direo ao Social

    - Constituio de 1988 (Presidente Jos Sarney)

    - Abertura democrtica da educao (eleio para

    diretores de escolas)- Criao da Secretaria de Meio Ambiente

    - Criao da ZPE (Zona de Processamento de Ex-portao) em Cceres, para escoar a produo regional

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    - Surge a Ferronorte, empreendimento ferrovirio,onde procurou interligar Mato Grosso aos portos brasi-leiros

    - Atrasos nas folhas de pagamento, torna o governotumultuado

    - Deixa o governo em 1990 para concorrer a umavaga no Senado, assume o vice Edson de Freitas.

    3.4.1.8 Jaime Campos

    - Priorizou o transporte ( conservao e restauraode rodovias)

    - Assinou um acordo em Santa Cruz de La Sierra,ligando a cidade de Cceres por via fluvial com a cidadede Nueva Palmira no Uruguai via Rio Paraguai

    - A FIEMT (Federao das Indstrias de Mato Gros-so) inicia integrao Sul-americana, trabalhando umasada via Oeste Oceano Pacifico

    -Trabalhou-se um acordo comercial com a Bolvia,

    Chile, Argentina e Brasil;- Visita do Papa Joo Paulo II a Cuiab (1991)

    3.4.1.9 Dante de Oliveira

    Um dos polticos mato-grossenses de maior relevn-cia nacional, grande idealizador da emenda constitucio-nal (CB 67) conhecida como: emenda Dante de Oliveiraou emenda das Diretas J! Foi ministro no governo deJos Sarney.

    * 1 Mandato

    - Transforma Mato Grosso em grande plo agroin-dustrial - Assegura a biodiversidade, promove a integra-

    o regional e internacional, assegura o equilbrio fiscal- Buscou levar Mato Grosso ao Cenrio nacional e

    internacional (vendia bem o Estado)

    - Perodo marcado tambm por protestos e prises,situao poltica e social complicada

    - Reforma e reestruturao do Estado Extino:CODEMAT, COHAB, CASEMAT, BEMAT entre outras, aSANEMAT foi municipalizada.

    - Concluso da Usina de Manso

    - Construo do Ramal Gasoduto Brasil-Bolvia

    - Privatizao da Cemat e Telemat

    * 2 Mandato- Renegociao das contas pblicas;

    - Lanamento do Programa Mato Grosso, Hora deinvestir

    - Mato Grosso assume o segundo lugar na produode gros

    - Aumento significativo do rebanho bovino

    - A ferrovia chega a Mato Grosso

    - Na educao implantou a Gesto Compartilhada(consolidou a democracia nas escolas de Mato Grosso)

    - Autonomia financeira administrativa e pedaggicanas escolas;

    - Construiu a Ponte Srgio Moita, ligando Cuiab aVrzea Grande

    - Construiu o Parque Me Bonifcia;

    - Projeto Tucum, Educao lndgena

    - Criao do PRODEI e FUNDEIC - Secretaria adjun-ta de comercio exterior (Pr-madeira, Pr-couro, Pr-caf,Prodemat e Pr-granja);

    - Criao do FETHAB

    - Programa Luz no Campo;- Criao dos Programas PADIN e PADIC voltados

    para a pequena produo;

    - Programa PANTAN visa o desenvolvimento susten-tvel do Pantanal;

    - Deixa o governo para ser candidato ao Senado.Assume Rogrio Salles;

    - Morre em Julho de 2006, devido uma infeco ge-neralizada causada por uma pneumonia

    3.4.1.10 Blairo Maggi

    Gov. Blairo Maggi, o rei da soja

    - Aos 43 anos Blairo Maggi nasceu em So Migueldo Iguau, Estado do Paran. Foi amador de paus emBoio, engraxate, formado em Agronomia, Produtor Ru-ral e Empresrio;

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    Histria de Mato Grosso - 205Curso Preparatrio para: Policia Civil

    - Eleito em primeiro turno com mais de 60% dos votos,

    com poucos dias de campanha

    - Toma posse em 2003 pela coligao Mato Grossomais forte

    - Em campanha apresentou como proposta:

    - Trabalhar as reformas estruturais do Estado como areforma tributria.

    - Como poltico antes de eleito Governador foi Suplentee Senador da Repblica por alguns meses;

    - Eleito Governador trabalha a transparncia

    - Trabalha a idia de valorizao de quem produz e o

    respeito de quem paga seus impostos;

    - Por decreto Governamental, baixou o ICMS da carne,do arroz e do feijo produzidos de MT;

    - Tomou uma medida e racionalizou a Mquina Pblica,

    reduzindo as despesas e gastos nos setores pblicos.

    Reduzir a 50% do oramento os gastos pblicos e todas as

    Secretarias do Estado.

    - Em parceria, vem trabalhando a malha viria Estadual,

    para escoamento da Produo Rural.

    4.0 Economia

    Mesmo no sendo (ainda) territrio oficialmenteportugus, Mato Grosso fazia parte da Capitania de SoPaulo, sendo assim todas as polticas aplicadas pelaMetrpole dentro da colnia eram colocadas em prticatambm no Mato Grosso.

    Tais polticas estavam inseridas no sistema colonial,que nada mais era que o conjunto de prticas poltico-econmicas que refletiam at mesmo na sociedade, den-tre estas prticas podemos citar:

    - Pacto-Colonial: Permeava todo o sistema colonial,pois era o que defina as relaes econmicas entre me-trpole e colnia.

    Conceito: podemos conceituar o pacto-colonial devrias formas:

    - Monoplio comercial da metrpole dentro da suacolnia

    - Conjunto de obrigaes devidas pela colnia a suametrpole

    - Companhias de Comrcio: mantinha funcionandotodo o sistema colonial, atravs do comrcio entremetrpole e colnia.

    Conceito: Empresas metropolitanas que intermedia-vam o comrcio entre metrpole e colnia

    4.1 SISTEMAS PRODUTIVOS

    Sistemas produtivos, so os perodos em que deter-minado produto foi importante para a economia de nossaregio. Em toda a histria de Mato Grosso encontramos

    os seguintes sistemas:

    4.1.1 MINERAO

    Em p, em pepita ou em gro, s o ouro valia!Como j vimos anteriormente, a minerao foi a gran-

    de responsvel pela colonizao e urbanizao de algu-mas regies de Mato Grosso

    Caractersticas principais:

    - Mo-de-obra => 1719 a 1889: negra e nativa

    1889 ... : livre

    - Extrativismo mineral

    - Mercado Externo

    - Fiscalizao Rgida (Casas de Fundio)

    - Altos Impostos- Ouro de Aluvio (superficial)

    - Tcnicas de retirada arcaicas: Faiscao e Lavra

    - Sociedade: Urbana, tendncias matriarcais e clas-ses sociais

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    A fiscalizao sobre a produo de ouro era extre-mamente rgida e presente, ou seja os representantesda Coroa Portuguesa, verificavam de perto toda a movi-mentao das minas. O principal imposto cobrado pelaMetrpole era o Quinto este era cobrado nas Casas deFundio, local onde o ouro era derretido transformadoem barras e quintado, ou seja, retirava-se 20% como

    imposto. Aps este processo o ouro era entregue a Co-roa, respeitando o Pacto-Colonial.

    Sociedade

    Curiosidades:

    - Nesta sociedade, inicialmente reinava a discrdiae a am