076 SE 15 Nhocaboclo - Instituto Arte na...

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NHÔ CABOCLO E O ELO PERDIDO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Dora Maria Dutra Bay

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Nhô Caboclo e o elo perdido / Instituto Arte na Escola ; autoria de Dora

Maria Dutra Bay ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. –

São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 76)

Foco: SE-15/2006 Saberes Estéticos e Culturais

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-77-6

1. Artes - Estudo e ensino 2. Cultura popular 3. Escultura 4. Fontoura,

Manuel (Nhô Caboclo) I. Bay, Dora Maria Dutra II. Martins, Mirian Celeste

III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

DVDNHÔ CABOCLO E O ELO PERDIDO

Ficha técnicaGênero: Documentário com vários depoimentos.

Palavras-chave: Cultura popular; regionalismo; escultura; ima-ginário fantástico; cultura brasileira; intuição; imaginação cria-dora; história do Brasil.

Foco: Saberes Estéticos e Culturais.

Tema: O elo esquecido da cultura brasileira que surge do en-contro entre negros e índios, através da obra do artista plásti-co pernambucano Manuel Fontoura, o Nhô Caboclo.

Artista abordado: Nhô Caboclo.

Indicação: Ensino Médio.

Direção: Hermano Penna.

Realização/Produção: Luz XXI Cine Vídeo, São Paulo; RedeSescSenac de Televisão e Fundação Padre Anchieta-CentroPaulista de Rádio e TV Educativas, São Paulo.

Ano de Produção: 2002.

Duração: 55’.

Coleção/Série: Documentário.

SinopseAtravés da obra do artista plástico Nhô Caboclo, o documentáriodesenvolve uma investigação sobre um fato pouco estudadona nossa história e cultura: o encontro entre negros e índios.Para isso, empreende uma viagem pelas diferentes manifesta-ções culturais nascidas nas matas, nas vizinhanças das aldeiase de quilombos, longe do olhar dos brancos, intercalando de-poimentos de historiadores, pajés, pais de santo, pessoas queconviveram com o artista Manuel Fontoura, antropólogos comoJoel Rufino dos Santos, Lélia Coelho Frota, Olympio Serra,Renato Athias, Ordep Serra e Muniz Sodré.

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Trama inventiva

Há saberes em arte que são como estrelas para aclarar o cami-nho de um território que se quer conhecer. Na cartografia, parapensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentas sãocomo lentes: lente microscópica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e códigos da linguagem da arte, ou len-te telescópica para o olhar ampliado sobre a experiência esté-tica e estésica das práticas culturais, ou, ainda, lente com zoomque vai se abrindo na história da arte, passando pela estéticae filosofia em associações com outros campos de saberes. Porassim dizer, neste documentário, tudo parece se deixar ver pelaluz intermitente de um vaga-lume a brilhar no território dosSaberes Estéticos e Culturais.

O passeio da câmeraImagens de uma “simbologia fantástica” rolam na tela. Imagensdo movimento de carros numa rodovia anunciam que estare-mos em viagem. Uma parada. Em algum cantão do Brasil, gen-te modesta olha imagens em papel de figuras de pequenoshomens e pássaros, buscando na memória identificar o criadordas criaturas. Nova parada. Um homem, administrador de fa-zenda, desvela o mistério: é Manuel Fontoura, o artista NhôCaboclo, que viveu entre os índios aculturados de Águas Be-las, em Pernambuco.

Daí por diante, a câmera põe em cena historiadores, pajés epais de santo que conviveram com o artista, bem como antro-pólogos como Joel Rufino dos Santos, Lélia Coelho Frota,Olympio Serra, Renato Athias, Ordep Serra e Muniz Sodré.

A câmera percorre os estados de Pernambuco, Bahia, Paraíbae Maranhão, e adentra em questões históricas e ritualísticas,fazendo uma viagem de 55 minutos por vários espaços de cria-ção artística, nos quais a marca da cultura européia esteveausente, ou não se consolidou. Nosso olhar é convocado àconvivência com manifestações culturais originárias das matas,

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das vizinhanças das aldeias e de quilombos, desenvolvidas lon-ge da visão e da influência direta dos brancos. A obra e o relatode Nhô Caboclo são os guias dessa viagem cultural.

Na busca por um elo esquecido da cultura brasileira, resultantedo encontro entre negros e índios, o documentário desnuda aobra de Nhô Caboclo por meio do conhecimento de suas ori-gens, escavando a sua memória, nos conduzindo a tradução da“simbologia fantástica” de sua obra.

Para problematizar o documentário Nhô Caboclo e o elo perdi-

do, deslocamo-lo para o território Saberes Estéticos e Cultu-

rais para estudo da cultura popular nos seus aspectos deancestralidade e arcadismo. Sendo que proposições pedagógi-cas podem cercar também em Linguagens Artísticas, a escultu-ra; Forma-Conteúdo, a temática figurativa, abordando a figurahumana e o imaginário fantástico; Materialidade, os procedimen-tos tradicionais da escultura; Processo de Criação, a intuição ea memória enquanto referências culturais; Patrimônio Cultural,as heranças culturais na cultura brasileira; e em Conexões

Transdisciplinares, a antropologia cultural, a história do Brasil emrelação aos índios e negros, suas resistências e extermínios.

Sobre Nhô Caboclo (Manuel Fontoura)

(Águas Belas/PE, 1910 - 1976)

Eu fazia qualquer coisa, qualquer lembrança que vinha no corgo.Corgo é um sentido, é uma coisa que aquele que não tem dom podeter. Eu não tenho o poder de possuir o dom, sou perverso, mas te-nho o corgo, que é a pessoa fechar os olhos e, o que vier no sentidofazer (...) Agora, hoje eu faço mais uma helce, com dois bonecospuxando o toré, que tem quinze bonecos, e o aricuri, que é o de maisbonecos. Se eu botar tudo, é uma sociedade de caboclo inteira.

Nhô Caboclo

Escultor, entalhador, Nhô Caboclo vive a infância e a adoles-cência numa fazenda em Garanhuns; já adulto, muda-se para oRecife. Conta que certa vez doente, vai para um hospital, deonde sai, e “fingindo estar perdido”, fica morando em palafitasna periferia da cidade. É encontrado por Silvia Rodrigues

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Coimbra que o leva para morar na Galeria de Arte Nega Fulô.Lá, torna-se popular como “o bonequeiro de Casa Amarela”.De origem incerta, parece ter sido descendente da tribo deíndios Fulni-ô (já mestiça com negros), o que ele nega, dizendoque é “ardido de caboclo mulato”, da Serra de Uruba.

Irreverente, contador de histórias mirabolantes, fica conhecidoao produzir peças articuladas, com movimento e equilíbrio, comominiaturas de barcos, rodas d’água, cata-ventos, casas de fari-nha, equilibristas, gaivotas, lutadores de espada e “rodantes”.Suas peças carregam sentidos estéticos singulares, utilizan-

do pedaços de madeira, latas de embalagens, pregos, cor-

dão e quaisquer outros materiais que encontra.

Analfabeto, Nhô Caboclo se diz autodidata, tirando sua arte“do miolo do juízo”, pois “sabedoria é obra da natureza, doespírito da luz”. Inicia fazendo brinquedos, pequenas imagense objetos para os moradores da fazenda; trabalha com barba-de-bode, mandioca e barro, materiais que abandona porque sólhe possibilitavam “peça parada”, e sente necessidade de criar“peça que bula, peça valente, peça braba”.

Improvisa seus instrumentos de trabalho, partindo de has-

tes de guarda-chuvas, facas velhas, martelos e parafusos,

com os quais cria uma coleção de peças imbuídas de uma

verdadeira “simbologia fantástica”, reveladora do encon-

tro entre as culturas de índios e negros.

Sempre consciente de sua origem cabocla, procura ressaltá-la,falando do cotidiano do interior nordestino e suas tradições, pois“caboclo só quer ser o que pode ser”. Suas construções, com baseem engrenagens articuladas, dão movimento às figuras humanase de animais, as quais, junto com instrumentos musicais, hélices,fios e penas, compõem complexas cenas ambientadas em barcos,cata-ventos e rachas (construções formadas por um grafismodemarcado de retângulos recortados que lembram escravos pre-sos pelos braços), repletas de sentido ancestral.

Nhô Caboclo deixa um legado de peças espalhadas em gran-des coleções de arte particulares e oficiais. Mesmo não que-rendo deixar discípulos, ensina sua arte, como um pai que en-

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sina ao filho, como por exemplo, a Adriano, que trabalhava naGaleria de Arte Nega Fulô. Após sua morte, artistas passam acriar inspirados em sua obra, como José Alves e seu grupofamiliar, que retomam os barcos e rachas, dando continuaçãoao tema.

E, se ainda há enigmas a serem decifrados na “simbologia fan-tástica” das obras desse artista singular, talvez devêssemosolhar o reino de sua visão poética com olhos de imaginar epoetar; como diz Nhô Caboclo: “Isso você não entende. É coisado Reinado da Lua”.

Os olhos da arte

Não gosto de fazer peça moderna, inspirada em outra, bem caricatura-da, bem copiada, que a gente fica sem saber se pode dizer que é escul-tura ou manequim. (...) Não gosto de coisa de loja. Gosto de trabalharpeça pra museu: museu de matuto. Peça tem que ser matuta: peça rutaque tem mais valor que a moderna. Peça moderna não tem história paracontar. Minhas peças têm história. Gosto de fazer peça de penas eguerras. É muita luta e o derradeiro a ficar vivo sou eu mesmo.

Nhô Caboclo1

Uma viagem cultural nos move ao Pajé Cláudio, da Aldeia Fulni-ô;à Dona Cila, cantadora de coco; à erva alucinógena “Jurema”;aos rituais de umbanda; à dança indígena brasileira doscaboclinhos do nordeste; à postura corporal dos guerreiros delança e pena do Maracatu rural. No garimpo dessas imagensem Nhô Caboclo e o elo perdido, o cineasta Hermano Penna2

se faz antropólogo cultural. Seu olhar “etnográfico” projeta nodocumentário uma nova luz sobre o artista, reinventando nos-so olhar sobre o homem Nhô Caboclo e sua obra.

O que se atesta é a noção de um entroncamento de duas

matrizes – africana e indígena – em Nhô Caboclo, revelan-

do as características sensoriais e artísticas, portanto es-

téticas, de sua obra, tanto num sentido amplo, de sua sensi-bilidade, quanto num sentido estrito, de criação e de compre-ensão da motivação estética geradora de sua “simbologiafantástica” ancorada nesse entroncamento.

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Isso pode ser visto, de forma explícita, em seu cata-vento Toré

que mostra a cena de um tradicional e típico ritual de canto ede dança guerreiros, acompanhado do soar de pífaros e trom-betas. Ao movimentar-se em múltiplas direções, a peça faz girara hélice, com ajuda do vento, criando a dança dos caboclos, que,vestidos de vermelho e preto, empunham armas e ferramen-tas. No Toré há uma diferença de tamanho entre as figuras,denotando hierarquia, marcando o líder, o que para o artistarepresenta “uma sociedade de caboclo inteira”. Além das pe-ças de toré, que podem ter mais de quinze bonecos, e são porele chamadas de “aricuri”, Nhô Caboclo constrói objetos re-presentando equilibristas, caboclos de cabeças com dois ros-tos, com quatro braços, lutadores de espadas “invencíveis”,vendedor de arroz, esqueleto e caveiras.

A indagação que persiste é sobre seu interesse por barcos einstrumentos náuticos, sendo ele caboclo do interior. Uma pis-ta é um antigo relato da chegada da tribo africana, da qual sesupõe que ele descenda, a qual, em embarcação própria, teriaacompanhado a esquadra de Cabral até o Brasil.

Nhô Caboclo é criador de um universo extraordinariamente rico

Nhô Caboclo - Balsa - Centro Nacional de Cultura Popular do Iphan

Acervo CNCP/IPHAN - Fotógrafo: Francisco Moreira da Costa

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de atributos estéticos. Seus Barcos são construções geniais pe-los muitos elementos que neles se entrelaçam e se equilibram, en-tre figuras, formas helicoidais, penas, cores, fios. Rachas são cons-truções quase gráficas, desenhadas com ritmos, formas e figurasde pequenos homens e pássaros, criando um todo harmonioso apartir do retângulo recortado pelo grafismo de seus divisores.

Não seria descabido dizer, portanto, que Nhô Caboclo revela,no ineditismo de sua criação, o solo coletivo de um imagináriocomum, ao mesmo tempo arcaico e ancestral, em que ele seenraíza e que move a sua motivação estética.

Para o crítico de arte Clarival do Prado Valladares, a ances-tralidade é uma forma de herança cultural carregada pelo incons-ciente coletivo, por meio da qual alguns criadores chegam a so-luções formais semelhantes, o que permite explicar a proximida-de das criações intuitivas para com outras, sem que haja contatoespaço-temporal entre elas. Assim, a ancestralidade está maisligada às origens comuns. Já o componente arcaísmo se carac-teriza pela motivação mística, representações que, de uma for-ma ou de outra, remetem aos sentimentos interiores e à religio-sidade. Sobre os atributos estéticos caracterizadores do com-portamento arcaico na escultura, Valladares diz que:

Se caracteriza pela atitude hierática (frontalidade, soberania conten-ção da figura), desde a representação do divino, ou da criatura huma-na em face do sobrenatural, até as figuras apotropaicas eantropomórficas (figuras de animais em atitude de vigilância)3 .

A obra de Nhô Caboclo, com forma popular de cultura, reata

assim os laços com a ancestralidade cultural e a cosmologia

arcaica de populações indígenas e escravos africanos, cri-ando, ao longo dos anos, formas e figuras que se assemelhame se recriam, se redobram, se desdobram e se recombinam emestruturas simbólicas que exprimem significados culturais, es-teticamente representados.

Nesse fazer paciente de inventariar esse mundo em suas obras,Nhô Caboclo junta os fios do elo perdido da história culturalentre índios e negros, de tal forma que dá contornos à imagemde seu próprio rosto.

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O passeio dos olhos do professorUma leitura atenta do documentário antes de planejar seu usoem sala de aula é importante para você se familiarizar com otema, os depoimentos, a história das resistências negras e derituais caboclos, como também pensar sobre as possibilidadesde recortes temáticos para melhor aproveitamento da duraçãodo documentário. Para isso, convidamos você a anotar suasimpressões num diário de bordo, que poderá, ao longo do tra-balho, servir como ferramenta para o seu pensar pedagógico.A pauta do olhar que apresentamos é apenas uma indicação, jáque sempre muitas outras são possíveis.

O que o documentário desperta em você?

Quais questões o documentário traz à tona? Há algo queinstiga você a pesquisar para saber mais?

Quais manifestações culturais apresentadas no documentárioseus alunos conhecem? Que relações podem ser esta-belecidas entre elas e a obra de Nhô Caboclo?

Para você, a fala e o trabalho de Nhô Caboclo oferecem quaisaspectos para o estudo do artista e da cultura popular?

A duração do documentário é de 55 minutos, quais recortestemáticos você considera possíveis para a exibição na sala de aula?

Para seus alunos, o que seria relevante no documentário? Oque causaria atração e estranhamento?

Qual o foco de trabalho em sala de aula que o documentáriopode desencadear?

Quais indicadores de proposições pedagógicas você extrai dele?

Vale aqui retomar as anotações e revê-las. Elas podem seracrescidas de informações que você queira pesquisar junto, porexemplo, aos professores de história, geografia e antropologia,auxiliando na opção de trabalho e na criação de uma pauta doolhar para os alunos.

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Percursos com desafios estéticosO mapa potencial oferece possíveis caminhos para o foco Sa-

beres Estéticos e Culturais, considerando relevante uma abor-dagem sobre as questões de ancestralidade e arcaísmo pre-sentes nas obras do artista, as quais são testemunhos, aomesmo tempo, de um saber regional e universal. As propostassão sugestões que convidam você a pesquisar e experimentar,conforme os interesses dos alunos e da escola, a possibilidadede trabalho conjunto, interdisciplinar, ou por projeto. Não háordem seqüencial nos percursos, e a organização da entradados tópicos, ou da interpenetração entre eles, estará atreladaà proposição que você queira desencadear em sala de aula.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Uma forma de entrada no documentário é exibir a primeiraparte, do início que mostra as imagens das obras de NhôCaboclo até o trecho em que o administrador da fazendareconhece que são obras de Manuel Fontoura. Congelandoo documentário nesse momento, você pode problematizar:por qual motivo o cineasta está perguntando quem conheceo artista daquelas obras? De qual lugar do Brasil os alunosimaginam que sejam as pessoas que falam nesse trecho?Os alunos já viram antes aquelas figuras das obras? Paraeles, o que elas lembram? Após a conversa, que pode ofe-recer um levantamento de hipóteses sobre essas questões,o documentário pode ser exibido em continuidade. O que odocumentário oferece de ampliação para as hipóteses queos alunos levantaram na conversa inicial?

Antes da exibição, você pode levar para a sala de aula ima-gens de revistas que mostrem objetos da cultura popular,utilizadas em propagandas e anúncios comerciais. Qual aleitura que os alunos fazem dessas imagens? Quais imagenseles selecionam para um agrupamento por semelhanças?

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpando

ferramentas

natureza da matéria

material bruto, materiais não convencionais:penas, cores, fios, pedaços de madeira,latas de embalagens, pregos, cordão

improvisadas: hastes de guarda-chuvas,facas velhas, martelos e parafusos

Materialidade

procedimentos

procedimentos tradicionais

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

temáticas

relações entre elementosda visualidade

figurativas: figura humana,animais, imaginário fantástico

forma, espaço

movimento, proporção, equilíbrio, ritmo,tridimensionalidade, frontalidade, miniatura

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte cultura popular, ancestralidade, arcadismo

signos da cultura africana e indígenasistema simbólico

regionalismo, artesanato,sincretismo cultural e religioso,festas populares

práticas culturais

Linguagens Artísticas

meios tradicionais

escultura

dança

coco, maracatu,caboclinhos

artesvisuais

preservação e memória

heranças culturais,memória coletiva,cultura brasileira Patrimônio

Cultural

Processo deCriação

ação criadora

poética pessoal, ritual, arte como experiência de vida

imaginação criadora, pensamento visual,intuição, imaginário simbólico, memória,repertório pessoal e cultural

potências criadoras

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

antropologia cultural, história do Brasil,história das trocas culturais, umbanda

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Que critérios eles utilizam? Quem eles imaginam que sejamos criadores desses objetos? Após a conversa, o docu-mentário pode ser exibido após a fala de Joel Rufino dosSantos, quando a antropóloga Lélia Coelho Frota aborda oconceito de arte popular. O que o documentário contribuiupara os alunos ressignificarem a arte popular?

Nesta proposta, sugerimos a exibição dos diferentes tre-chos do documentário que mostram as obras de Nhô Cabo-clo. O que os alunos percebem? Quais materiais o artistautiliza? Os alunos estabelecem alguma associação com asformas e figuras das obras? O que os alunos ficam curiosospara saber sobre o artista e a obra? Depois dessa conver-sa, proponha que façam um objeto tridimensional a partirde materiais simples descartados, que podem ser colados,fixados com grampos e outros dispositivos que permitammobilidade e questionem o equilíbrio e a estabilidade. Aprodução dos alunos pode gerar uma conversa sobre assoluções estéticas encontradas, as formas e figuras cria-das, o que faz referência à obra de Nhô Caboclo. Após, exibao documentário a partir do trecho que apresenta o Maracaturural e os caboclinhos e em seguida a fala do escritor e his-toriador Joel Rufino dos Santos. O que atrai e causaestranhamento nos alunos?

As sugestões aqui apresentadas são apenas indicativas para apreparação dos alunos para a exibição do documentário; des-pertando para novos olhares, incentivando opiniões diferencia-das e sentidos que alarguem o entendimento de questões so-bre a cultura popular.

Desvelando a poética pessoalNeste percurso, os alunos são movidos a uma atitude inves-tigativa sobre seu próprio modo de expressão na linguagemvisual, por meio da criação de uma série de trabalhos. As pro-posições a seguir são sugestões para que os alunos escolhamou transformem. Todas devem ser iniciadas por um período deexperimentação, momento no qual a idéia e qualidade dos

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materiais utilizados serão vivenciadas. A idéia é que você pos-sa acompanhar as produções dos alunos, que serão depoismostradas e discutidas com toda a classe focalizando o percur-so de criação de cada um.

Invenção de brinquedos, geringonças, explorando o movimen-to e o equilíbrio através das articulações, experimentandomateriais como: carretel, elástico, toco de vela, palito de fós-foro, molas, penas, guizos, arame, pedaços de madeira, teci-do, papel, borracha, cobre, lata, barbante, linha de costura,pregador, entre outros. O desafio pode ser provocado suge-rindo a construção de algo que roda e gira; que pula e salta;que sobe e desce; que empurra e anda, etc., ou o desafio deações como furar, encaixar, colar e recortar.

Partindo da observação dos “bonecos” de Nhô Cabocloexibidos no documentário, a proposta é a criação de bone-cos utilizando materiais que possibilitem articulação e mo-vimento. A partir de cada peça, os alunos poderão juntá-las, montando uma cena e atribuindo a ela um nome. Regis-trar a cena, por fotografia ou desenho, e, depois, tentarremontá-la, dando um outro significado pode ser interessan-te. Por meio de “tiras” desenhadas ou fotografadas, criaruma história, na forma dos rachas de Nhô Caboclo.

Com penas, fitas, fios e cordões, retalhos de tecido, madeira eoutros materiais, criar uma instalação, espécie de “engenhoca”articulada que permita entrar, e interagir, criando movimento,experienciando equilíbrio/desequilíbrio, envolvendo as sensa-ções táteis, olfativas e de estabilidade. É possível também ex-plorar som e deslocamento do ar através do corpo.

Ampliando o olhar

Você poderá recorrer ao documentário, em cortes, para reto-mar o tema, esclarecer algum ponto importante, ou enfatizardeterminado aspecto. Congelar a imagem para possibilitarapreciação das figuras, ou discussão mais prolongada sobre umponto abordado é uma forma simples de fazer isso.

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Partindo do pensamento sobre arte popular, dos seguintesautores:

Para Emanoel Araújo:

se tivéssemos que definir quando um objeto tem relevância como artepopular, deveríamos entender que ele é assim concebido quando foicriado por puro sentido estético do seu criador, sem que lhe atribuamqualquer função utilitária, ou então que lhe atribuam, enquanto cria-ção artística, um significado que escapa ao mundo cotidiano, comoobjeto de cunho religioso.4

Segundo Jacques Van de Beuque:

O que diferencia a arte popular brasileira é o fato de ela registrar comextrema criatividade, humor e poesia, a vida e o imaginário, o real eo simbólico, o sagrado e o profano do povo. (...) a arte popular brasi-leira é a manifestação vital e honesta dos contrastes de um país con-tinental, cuja cultura está num processo incessante de troca. (...) Amaior expressão da arte popular brasileira, porém, não reside no objetoproduzido, e sim na figura do artista, não apenas em sua capacidadecriadora, mas em seu comportamento em relação à vida.5

Lélia Coelho Frota constata no documentário que:

isto que as pessoas costumam chamar de arte popular, arte primiti-va, nada mais é que nosso desconhecimento total destes universosdas culturas dos pobres, que são riquíssimas, que têm conceitos sim.Os próprios depoimentos de Nhô Caboclo mostram que ele tem per-feita consciência das dificuldades e das capacidades inventivas dele.

Assim como Olympio Serra afirma:

Despida de traços de nossa herança européia, a obra de Nhô Cabo-clo aponta para uma zona mal iluminada da cultura brasileira, o en-contro de negros fugidos com índios fugidos para longe da Casa Gran-de e do olhar do Senhor. Encontro relegado às sombras por ser umahistória de lutas e insubmissão.

Proponha uma discussão ancorada nessas afirmações,problematizando: no contexto do pensamento da arte, o queé singular no artista popular? O que representa seu teste-munho, para o presente e o futuro? Qual a relevância daautenticidade e do valor genuíno de tal produção? Comopodemos ampliar nosso conhecimento de universos cultu-rais esquecidos? Qual foi o processo que nos levou a talesquecimento?

O conjunto da obra de Nhô Caboclo, ancorado na an-cestralidade e arcaísmo, nos oferece um olhar sobre os

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brinquedos artesanais tradicionais, que exploram a engenho-sidade do movimento e do equilíbrio através das articula-ções. Podemos colocar em diálogo com as obras de NhôCaboclo os artistas Mestre Molina e Alexander Calder.Mestre Molina realiza “geringonças”, obras mecanizadasque retratam o cotidiano e o imaginário. Calder, além de seusconhecidos “móbiles”, fez brinquedos, pequenas miniaturascircenses: animais, palhaços e outros personagens do circofeitos de sucata e tudo o mais que pudesse dar forma emovimento ao que foi chamado de “O circo de Calder”(1926). Quais relações são possíveis de estabelecer entreMestre Molina, Calder e Nhô Caboclo?

Conhecendo pela pesquisa

Encontramos, nas criações de Nhô Caboclo, uma aproxima-ção para com a arte cinética. Pesquisar obras de artistas,como Abraham Palatnik, Mary Vieira, Almir Mavignier, LuizSacilotto, Lothar Charoux, Ivan Serpa, o venezuelano Jesús-Rafael Soto e o argentino Júlio Le Parc, pode trazer paramais perto dos alunos o movimento como elemento devisualidade na obra de Nhô Caboclo.

O que os alunos conhecem sobre o sincretismo religioso bra-sileiro? Quais são as origens, as diferenças regionais, as di-ferentes práticas e os diversos rituais litúrgicos de origemafricanas e indígenas? O que podem saber mais sobre os ri-tuais na cidade sagrada de Jurema, citados no documentário?

A pesquisa sobre a chamada “zona mal iluminada da histó-ria e da cultura brasileiras”, pode proporcionar conhecimentoacerca da história dos índios e dos negros, suas resistênci-as e extermínios, como por exemplo, as citadas nodocumentário: Quilombos, Palmares, Balaios, Cabanos e Al-deia Tuxá, nas quais índios e negros se aliaram nas revoltase resistências.

Em quais outros artistas podemos identificar as verten-tes da ancestralidade e do arcaísmo? Um bom começo é

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a pesquisa de obras de Geraldo Teles de Oliveira, o GTO,Mestre Vitalino, Antônio João, Manoel Graciano, Arthur Pe-reira, Ulisses Pereira, Conceição dos Bugres, entre outros.

A partir das declarações de Nhô Caboclo sobre seu pro-cesso de criação, o “corgo”, o que os alunos podem des-cobrir entrevistando artistas populares locais, indagandosobre a forma como criam; relacionando as falas com osobjetos criados?

Quais museus possuem acervo especializado em arte po-pular? A busca na internet, por exemplo, pode provocar umainvestigação visual em acervos como do Museu Casa doPontal e Museu do Homem do Nordeste, todos voltados parao diferencial que Valladares entende como manifestaçõesdo “comportamento arcaico brasileiro”.

As festas populares brasileiras são sem dúvida um dos re-tratos mais comoventes de nossa cultura. No carnaval, nascongadas, no boi-bumbá, no maracatu, na dança coco, noscaboclinhos, revelam-se a diversidade rítmica, a riqueza doscantos, a capacidade de improvisação e, sobretudo, a ale-gria do brasileiro. Para lembrar os antepassados, festejar acolheita, pedir a bênção ao santo, ou simplesmente aliviar adureza do dia, um sem-número de brasileiros sem nomejuntam-se para cantar, dançar e batucar. Quais festas po-pulares os alunos conhecem? Quais danças dramáticas elesgostariam de pesquisar para saber mais?

Nhô Caboclo parece ter sido descendente da tribo de índi-os Fulni-ô, já mestiça com negros. O documentário apresentao depoimento do Pajé Cláudio da Aldeia Fulni-ô. O que osalunos podem descobrir sobre essa tribo? Qual a função doPajé e sua diferença em relação ao xamã da tribo?

A peça Toré de Nhô Caboclo mostra a cena de um tradicio-nal e típico ritual de canto e de dança dos guerreiros, acom-panhado do soar de pífaros e trombetas. Qual relação háentre a dança Toré, a bebida alucinógena “Jurema” e o ritualindígena “ouricuri”?

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Amarrações de sentidos: portfólio

É o momento de encadear os sentidos. Agora, você poderá terclareza da correlação de todo o processo, de mover a reflexãoe a compreensão do estudo realizado. Sugerimos a organiza-ção de um “portfólio-engenhoca” que resulte em uma formatridimensional, articulada, que se movimente, para abrigar osregistros dos trabalhos de poética individual e a memória dossaberes estéticos e culturais aí representados. Ao montar eorganizar o “portfólio-engenhoca”, os alunos já estão selecio-nando trabalhos e demonstrando cuidado estético, constituin-do amarração dos sentidos. O resultado poderá ser exposto eapresentado para a comunidade escolar.

Valorizando a processualidadeQuais mudanças e avanços ocorreram? O que os alunos perce-bem que conheceram e como conheceram estudando a partirdo documentário? O “portfólio-engenhoca”, ao ser montado eapresentado, já oferece elementos para a avaliação. Em con-junto, o seu diário de bordo de professor-propositor, com suasanotações feitas ao longo do processo, leva a reflexões e a novasidéias para futuros projetos. O que você está levando comoexperiência deste projeto? O que você modificaria num próxi-mo trabalho? Qual outro documentário da DVDteca Arte naEscola seria interessante exibir para seus alunos?

GlossárioAntropologia cultural – “Subdisciplina da antropologia que analisa a culturahumana e a sociedade, os aspectos não biológicos e comportamentais. Osdois principais ramos são a etnografia (o estudo em primeira mão das cultu-ras vivas) e a etnologia (a comparação de culturas com base em testemunhosetnográficos)”. Fonte: <www.folclore-online.com/glossario/a.html>.

Arte cinética – “De maneira genérica, classificam-se entre as obras denatureza cinética: a) objetos que se movimentam induzidos por forçamecânica, elétrica, eólica, magnética, etc.; b) as que requerem o movi-mento do espectador ou sua ação sobre o objeto, como o disco de círculos

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concêntricos de Marcel Duchamp (rotative plaque verre); c) as que basei-am em movimentos de luz projetada ou refletida, de modo a produzir efei-tos vibratórios; d) as que proporcionam apenas a impressão de desloca-mento (contração, expansão), porque resultantes de ilusões óticas, casoda op art (neste caso, há divergências de conceituação já que, por nãoexistir um movimento real, estariam desconsideradas as propostas inici-ais do construtivismo russo)”. Fonte: <www.videotexto.info>.

Etnografia – do grego éthnos, “povo” e gráphein, descrever. Estudo des-critivo das instituições e dos fatos da civilização dos diversos povos ouetnias. Estudo das culturas vivas fazendo uso de técnicas antropológicascomo a observação participante e a utilização de informadores. Fonte:<www.folclore-online.com/glossario/e.html>.

Dança Coco – “É uma dança de roda, de influência africana, acompanhada decantoria e executada em pares, fileiras ou em círculos durante festas popularesdo litoral e do sertão nordestinos. Sua origem está associada ao trabalho deescravos, que cantavam enquanto quebravam cocos. Mas também era dançadana pisa do barro durante o trabalho de revestimento das casas de pau-a-pi-que.” Fonte: <www.mundofisico.joinville.udesc.br/Enciclopedia/1312.htm>.

Caboclinhos – “São grupos fantasiados de indígenas, com pequenas flau-tas e pífanos, que percorrem as ruas nos dias de carnaval nas cidades doNordeste brasileiro. Executam um bailado primário, ritmado ao som dapancada das flechas nos arcos, fingindo ataque e defesa, em série de saltose simples troca-pés. Não há enredo nem fio temático nesse bailado, cujasignificação visível será a da apresentação das danças indígenas aos ‘bran-cos’ nos dias de festa militar ou religiosa. Os caboclinhos ainda hoje cons-tituem uma das grandes atrações do carnaval do Recife”. Fonte: <www.pe-az.com.br/arte_cultura/caboclinhos.htm>.

Maracatu – “Agremiações surgidas no Recife, que saem às ruas repre-sentando Nações africanas, acompanhadas por orquestra de percussãoformada por tarol, caixas, gonguês, ganzás, chocalhos, etc. O cortejo trazrei, rainha, embaixadores, damas de poço, lanceiros e outros, simbolizan-do um ritual dos negros trazidos para o Brasil a partir de 1548 e que, aqui,em determinado dia, se reuniam para coroar os seus soberanos e, logoapós a coroação, saíam pelas ruas do Recife cantando a saudade de suaterra de origem. Algumas dessas nações negras, como a dos Congos, con-tavam com a proteção do senhor branco e da Igreja Católica – ‘porque oRei Congo era fator de ordem social entre os africanos das demais na-ções’. As coroações toleradas ocorriam nas igrejas, seguidas de homena-gem a padroeira ou Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. O folcloristaLuís da Câmara Cascudo diz que ‘perdida a tradição sagrada, o grupoconvergiu para o carnaval, conservando elementos distintos de qualqueroutro cordão na espécie’. Existem dois tipos de maracatus: o urbano e orural. As mais tradicionais agremiações foram Elefante (fundada em 1800),

material educativo para o professor-propositor

NHÔ CABOCLO E O ELO PERDIDO

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Leão Coroado (1863) e Estrela Brilhante (1910). Do Recife, o maracatuchegou a outras regiões do Nordeste”. Fonte: <www.pe-az.com.br/arte_cultura/maracatu.htm>.

Simbólico/símbolo – o que é portador de significação e se caracterizapela versatilidade e não pela uniformidade. A linguagem verbal, a arte, omito e a religião para o filósofo Cassirer são parte do universo simbólicoconstruído pelo ser humano. Fonte: CASSIRER, Ernest. Ensaio sobre ohomem. São Paulo: Martins Fontes. 2001, p. 47-49.

Toré – “Cerimônia indígena em que os participantes buscam expiação paraconter ou diminuir seus males e sofrimentos, reequilibrando as energias eharmonizando as relações. Nos ritos, por meio da dança e da magia do ve-lho mestre, o pajé, são utilizados a defumação com poções de ervas medi-cinais, cantigas, toadas e coreografias por ele desenvolvidas e seguidas pelosdemais. Os participantes executam as atividades ao som de pífanos e trom-betas, e a dança permite o encontro com os espíritos caboclos e juremados(em processo de ‘caboclização’), por vezes incorporando suas presenças ebuscando alcançar nos efeitos mágicos a cura de moléstias e desditas. Otoré representa um dos principais componentes de união e de identidadeentre os povos indígenas do Nordeste. Devido ao seu caráter musical ecomportamental, é considerado um dos elementos mais significativos daetnicidade desses povos, foco convergente de poder, fornecedor de ideolo-gias, de unidade, diferenciação, enfim, fonte de legitimação.” Fonte:<hemi.nyu.edu/course-rio/perfconq04/students/work/jose.htm>.

Umbanda – “A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da línguaAbanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferente-mente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelosescravos. Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenasdepois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto,somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sema conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sin-tética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião”. Fonte: <www.umbanda.org/umban_p.htm>.

BibliografiaAGUILAR, Nelson (org.). Arte popular. Mostra do Redescobrimento.

São Paulo: Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Vi-suais, 2000.

COIMBRA, Silvia Rodrigues; MARTINS, Flávia; DUARTE, Maria Letícia.O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Rio de Janeiro:Salamandra, 1980.

FROTA, Lélia Coelho. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro: sé-culo XX. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.

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WEISS, Louise. Brinquedos e engenhocas: atividades lúdicas com suca-ta. São Paulo: Scipione, 1997.

Seleção de endereços de artistas e arte popular na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 10 nov. 2005.

ANTROPOLOGIA. Disponível em: <www.antropologia.com.br/divu.html>.

ARTE CINÉTICA. Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Disponívelem: <www.itaucultural.org.br>.

BRINQUEDOS POPULARES. Disponível em: <www.brinquedospopulares.hpg.ig.com.br/galeria.htm.>.

CALDER, Alexander. Disponível em: <www.calder.org>.

MESTRE MOLINA. Disponível em: <www.sescsp.org.br/sesc/galeria/molina/home.htm>.

MUSEU CASA DO PONTAL. Disponível em: <www.popular.art.br/htdocs/default.asp>.

MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE. Disponível em: <www.fundaj.gov.br/docs/indoc/muhne-p.html>.

NHÔ CABLOCO. Disponível em: <www.pe-az.com.br/arte_cultura/artesanato>.

__. Disponível em:<www.bnds.gov.br/cultura/espaço/galeria_pontal>.

__. Disponível em:<www.culturalbandepe.com.br/Galeria/Artepopular/frameset.htm>.

TORÉ. Disponível em: <hemi.nyu.edu/course-rio/perfconq04/students/work/jose.htm>.

TRIBO FULNI-Ô. Disponível em: <www.nossastribos.com.br/tribo-fulni-o.htm>.

Notas1 ARAÚJO, Emanoel. Artistas e artífices: ancestralidade, arcaísmos e permanências.In: Nelson AGUILAR (org.), Arte popular. Mostra do Redescobrimento, p. 40.2 O cineasta Hermano Penna dirigiu muitos filmes, entre eles, Fronteira dasalmas, Índios: direitos históricos, Sargento Getúlio, Mário e A mulher no cangaço.3 VALLADARES, Clarival do Prado. Primitivos, genuínos e arcaicos. In:Nelson AGUILAR (org.), Arte popular. Mostra do Redescobrimento, p. 100.4 Op. cit., Emanoel ARAÚJO, p. 36.5 BEUQUE, Jacques Van de. In: Nelson AGUILAR (org.), Arte popular.Mostra do Redescobrimento, p. 15.