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    Unidade V

    MEDIO DE NVEL

    O nvel uma varivel importante na indstria, no somente para a operao doprprio processo, como tambm para fins de clculo de custo e de inventrio. Costuma-sedefinir nvel como sendo a altura do contedo (lquido ou slido) de um reservatrio. Suamedio, apesar de relativamente simples, s vezes requer artifcios e tcnicas apuradas. Ossistemas de medio de nvel variam em complexidade desde simples visores para leituraslocais at indicao remota, registro ou controle automtico. A unidade de nvel usual ometro (m). Este captulo explora conceitos tipos de medidores e processos de medioutilizados no ambiente industrial.

    5.1 Princpios da medio de nvel

    A medio do nvel de um reservatrio tem por objetivo de manter esta varivel emum valor fixo, ou entre dois limites determinados ou, ainda, conhecer o estoque (volume oumassa) do fluido em questo.

    A ao on/offde comutao normalmente usada para iniciar ou parar um processo,ou acionar dispositivos de alarme e de proteo (transbordamento ou esvaziamento), emconjunto com o equipamento de medio contnua.

    Existem muitas maneiras de se medir o nvel, as quais, por sua vez, requeremdiferentes tecnologias e dados. Por exemplo, pode-se determinar o nvel a partir da pressodo fundo de um tanque, desde que a densidade seja conhecida (permanea constante).

    Em geral, nos processos industriais, so usados dois mtodos de medio: Medio direta realizada tendo como referncia a posio do plano superior da

    substncia medida, utilizando rguas, visores de nvel, flutuadores etc. Medio indireta em que o nvel determinado em funo de uma outra varivel,

    por exemplo, empuxo, presso, capacitncia e peso.

    Um sistema de medio de nvel consiste basicamente num sensor e um instrumentopara condicionamento do sinal. Na medio contnua, o nvel detectado convertido em umsinal a ele proporcional. Dispositivos baseados em microprocessador podem indicar o nvelou deduzir o volume, se for conhecido o formato do tanque. Na medio descontnua osmedidores fornecem indicao apenas quando o nvel atinge certos pontos desejados.

    5.2 Medio direta

    a medio que toma como referncia (nvel 0) a posio do plano superior doreservatrio que contm a substncia cujo nvel est sendo medido.

    5.2.1 Medidor tipo rgua (fita ou gabarito)

    um instrumento simples e de baixo custo que fornece medidas instantneas.Uma rgua graduada com comprimento adequado introduzida no reservatrio,

    normalmente atravs de um mecanismo de prumo (Figura 5.1). A determinao do nvel sed atravs da leitura direta do comprimento marcado na rgua, pelo lquido. A graduaoda rgua, feita a uma temperatura de referncia, pode ser em unidades de comprimento,volume ou massa.

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    Figura 5.1 Medidor tipo rgua (com mecanismo de prumo).

    5.2.2 Visores de nvelEstes instrumentos aplicam o princpio dos vasos comunicantes. Um tubo de vidro

    especial, transparente, colocado a partir da base do reservatrio at o seu ponto mais alto, permitindo a leitura precisa do nvel do lquido (escala graduada), mesmo para altaspresses (tanques fechados). Os visores de nvel se destinam exclusivamente monitoraodo nvel de lquido ou da interface entre dois lquidos imiscveis, em vasos, colunas,reatores, tanques etc. submetidos ou no a presso. So simples, baratos, precisos e deindicao direta, mas so frgeis, no recomendados para o controle automatizado erequerem limpeza peridica.

    Os visores so aplicados na quase totalidade dos casos de monitorao local de

    nvel, devido ao seu baixo custo em comparao com outros tipos de instrumentos. Asexcees so os casos em que a presso e temperatura so to altas que impedem a suautilizao.

    Devido s suas caractersticas construtivas, os visores de nvel so de fcilmanuteno e oferecem segurana na operao.

    Para atender as mais variadas aplicaes em diversos processos existem atualmenteos visores do tipo tubular, de vidro plano, magnticos e os especiais para uso em caldeiras.

    Visores tubulares

    Estes visores (Figura 5.2) so normalmente fabricados com tubos de vidro retos

    com paredes de espessuras adequadas a cada aplicao. O tubo do visor fixado entre duasvlvulas de bloqueio especiais (juntas de vedao apropriadas a cada especificao de

    projetos) com uma tubulao de bypass, para facilitar sua remoo para limpeza. Os tubos

    Rgua ou fitagraduada

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    de vidro tm dimetros normalizados, sendo que para cada dimenso esto relacionadosvalores de presso e temperatura mximas permissveis.

    Para proteo do tubo de vidro contra eventuais choques externos (tem altaprobabilidade de quebra acidental), so fornecidas hastes protetoras metlicas colocadas emtorno do tubo de vidro ou com tubos ou chapas plstica envolvendo o mesmo.

    Figura 5.2 Visores tubulares (inspeo visual).

    Os visores de vidro tubular so recomendados para uso em processos que noapresentam presses superiores a 2,0 bar e sob temperaturas que no excedam 100 oC. Nose recomenda o seu uso com lquidos txicos, inflamveis ou corrosivos, visto que afragilidade destes instrumentos aumenta a possibilidade de acidente, com perda de produtocontido no equipamento.

    Visores de vidro plano

    Os visores de vidros planos substituram, ao longo dos anos, quase a totalidade dosvisores tubulares (90% das aplicaes de visores de nvel em plantas industriais,

    atualmente). Esse fato decorre da inerente falta de segurana apresentada pelos visorestubulares em aplicaes com presses elevadas.Os visores de vidro plano (Figura 5.3) podem ser compostos de um ou vrios

    mdulos (ou sees) onde se fixam barras planas de vidro. Cada seo tem uma alturavariando de 100 a 350 mm (h fabricantes e modelos diferentes). Recomenda-se ummximo de quatro sees. Ultrapassado esse limite, o peso da unidade torna-se excessivo eo visor pode deixar de ser auto-sustentvel, necessitando de suportes adicionais. Caso sejam

    previstas variaes amplas na temperatura do fluido, o visor dever ser provido com loopsde expanso para possibilitar a dilatao ou contrao resultantes.

    Os visores de vidro plano se subdividem em dois grupos ou tipos: os refletivos e ostransparentes. Detalhes (corte) so apresentados na Figura 5.4.

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    Figura 5.3 Visores de vidro plano com trs sees.

    Refletivos (reflex) so constitudos por um corpo no qual se encava um canal poronde passa o liquido. O corpo pode ser usinado de uma barra (quadrangular) ou tubo(circular) de ao inoxidvel. Sobre o canal encontra-se um vidro plano com ranhuras

    prismticas. Em sua face e sobre o ele coloca-se o espelho. Entre o vidro e o espelho colocada uma junta almofadada para diminuir as tenses no vidro provocadas peloaperto dos parafusos de fixao. As ranhuras prismticas produzem a refrao da luzquando esta passa do vidro para o lquido. Quando o canal do medidor est vazio, aluz incidente refletida pelas superfcies prismticas, fazendo com que o visorapresente colorao prateada. Quando o lquido comea a encher o canal, a parte

    por ele ocupada aparece escura, devido ao fato de a luz ser quase toda refratada,havendo, portanto, muito pouca reflexo. Desta forma, este tipo visor de nvel muito indicado para medies que envolvem lquidos incolores, pois a parte

    Refletivo

    Transparente

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    Figura 5.5 Visores sobrepostos.

    5.2.3 Medidor de nvel tipo flutuador

    Flutuador interno

    Neste medidor, um dispositivo esfrico colocado para flutuar no tanque, (comomostra a Figura 5.6) e seu movimento vertical convertido por uma alavanca emmovimento rotativo para um indicador externo.

    Figura 5.6 Medidor de nvel com flutuador interno.

    Tanque

    Superfciedo lquido

    IndicaoFlutuador

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    A rotao da alavanca produz uma indicao direta ou aciona um dispositivomagntico. O flutuador tipo esfrico normalmente usado quando grande resistncia

    presso desejada.O flutuador desenhado de modo que a linha de centro da esfera coincida com o

    nvel da superfcie do lquido, proporcionando uma mxima sensibilidade na mudana denvel.

    O medidor de nveis com flutuador interno usualmente utilizado em tanquesabertos. Deve-se ter o cuidado para assegurar que no ocorram vazamentos quando estesso usados com presso ou em tanque de vcuo.

    Flutuador externo

    Neste medidor o flutuador colocado em uma cmara montada do lado de fora dotanque, como mostra a Figura 5.7. medida que o nvel varia, o flutuador movimenta-severticalmente e, por sua vez, transmite esta variao ao elemento indicador atravs de umsistema de alavancas. Sua vantagem sobre o sistema com flutuador interno est no fatodeste ser menos afetado poroscilaes na superfcie do lquido contido no tanque ou porsua vaporizao.

    Com este medidor pode-se obter o nvel em tanques sob presso ou vcuo, medirnvel de interface entre dois lquidos de densidade diferentes e medir nvel de lquidoscorrosivos.

    Figura 5.7 Medidor de nvel com flutuador externo.

    Tanque

    Superfciedo lquido

    Indicao

    Flutuador

    Abertura paralimpeza

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    Flutuador livre

    Indica a variao do nvel do lquido atravs do movimento ascendente edescendente do flutuador ligado por meio de uma fita metlica ou corrente a um peso(Figura 5.8).

    O deslocamento do flutuador utilizado neste medidor vai at aproximadamente 30m.

    Figura 5.8 Medidor de nvel tipo flutuador livre (rgua externa)

    5.3 Medio indireta

    5.3.1 Medidor com deslocador (displacer)

    Este medidor de nvel provido de um detector que utiliza o princpio deArquimedes, que diz: Um corpo imerso em um lquido sofre a ao de uma fora vertical

    dirigida de baixo para cima igual ao peso do volume do lquido deslocado.

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    A esta fora exercida pelo fluido no corpo nele submerso denominada de empuxo,tanto maior quanto maior for a densidade do lquido por exemplo, nadar no mar maisfcil que nos rios porque a gua salgada possui maior densidade.

    O deslocador comumente utilizado como sensor de transmissores de nvel tem aforma de um cilindro oco (Figura 5.9), fabricado de materiais como ao inox 304 ou 316,Monel, Hastelloy e teflon slido. A escolha do material adequado determinada

    principalmente pela temperatura e poder corrosivo do fluido. No interior do cilindro, senecessrio, so depositados contrapesos granulados, a fim de ajustar o peso do deslocador.Uma vez que o empuxo aumenta com o percentual de imerso, segue-se que o pesoaparente do deslocador se reduz com o aumento do nvel.

    Figura 5.9 Deslocador.

    O deslocador pode trabalhar diretamente no interior do equipamento ou dentro deum compartimento denominado cmara (Figura 5.10), dependendo das caractersticasdinmicas do processo, propriedades fsicas do lquido e facilidade de manutenodesejada.

    Figura 5.10 Deslocadores e cmara.

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    Na realidade, a cmara constituda de duas partes conforme mostrado na Figura5.11. A parte inferior abriga o deslocador e apresenta duas conexes flangeadas ou roscadas

    para sua fixao no equipamento. A parte superior encerra o brao de torque e, nos casosem que as duas conexes esto localizadas na cmara inferior, permite a remoo dodeslocador sem que seja necessrio desmont-la do equipamento.

    Figura 5.11 Detalhes da cmara do deslocaor.

    5.3.2 Medidor via presso diferencial

    Estes instrumentos, quando utilizados em medio de nvel, medem diferenas depresso que so provocados pela coluna lquida.

    Para tanque aberto

    O lado de alta presso do transmissor de presso diferencial ligado na tomada da parte inferior do tanque e o lado de baixa presso aberto para a atmosfera. Como apresso esttica do lquido diretamente proporcional aopeso do lquido, este pode serobtido pela medida da presso e traduzido para nvel. Neste caso, o medidor de presso

    pode ser usado em vez do transmissor de presso diferencial. O transmissor de pressodiferencial usualmente montado em uma posio que corresponde ao nvel baixo demedio. Se isto difcil, ele pode ser montado como mostra a Figura 5.12. Neste caso, a

    1 - Brao de torque2 - Cmara superior3 - Haste de deslocador4 - Conexo flangeada para fixao noequipamento5 - Conversor

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    supresso necessria desde que a presso adicional j esteja na parte baixa do nvel dolquido.

    Figura 5.12 Medidor de nvel tipo presso diferencial (tanque aberto).

    Para tanque fechado

    No tanque fechado se a presso dentro do tanque diferente da presso atmosfrica,os lados de alta e baixa presso so conectados por tubos na parte baixa e alta do tanque,respectivamente, para obter presso diferencial proporcional ao nvel lquido (Figura 5.13).

    Figura 5.13 Medio de nvel com transmissor de presso diferencial (tanque fechado).

    H L

    Tomada de presso

    Dreno

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    5.3.3 Medidor tipo borbulhador

    Neste tipo de medio, um tubo inserido no lquido em um reservatrio. Uma daspontas devidamente preparada submersa no lquido cujo nvel se deseja medir e atravs daponta superior fornecido ar ou gs inerte continuamente. O princpio no qual se baseiaeste tipo de medio que ser necessria uma presso de ar igual da coluna lquida

    existente no tanque, para que o ar vena este obstculo e consiga escapar pela extremidadeinferior do tubo.

    Para saber se a presso exercida pela coluna de lquido est sendo vencida ou no,observa-se o escape das bolhas pela ponta imersa no tubo. Isto representa um pequeno valoradicional na presso de ar, desprezvel, desde que o borbulhamento no seja intenso.

    A medida se faz atravs de um instrumento receptor que pode ser um manmetro ouqualquer outro instrumento transmissor de presso. A Figura 5.14 mostra um esquemadeste tipo de medidor.

    Figura 5.14 Medio de nvel tipo borbulhador.

    Quando o nvel do lquido sobe ou desce a presso interna do tubo aumenta oudiminui, respectivamente, acompanhando o nvel; esta variao de presso sentida peloinstrumento receptor. Uma coluna de lquido maior requer maior presso de ar para quehaja expulso de bolhas de ar e para colunas menores, presses menores de ar. Para se terum bom ndice de preciso, necessrio que o fluxo de ar ou gs seja mantido constante em

    qualquer situao e para conseguir esta condio h diversas maneiras, por exemplo, pelautilizao de orifcios de restrio, vlvulas-agulha, rotmetros com reguladores de pressodiferencial e borbulhadores regulveis, entre outros.

    As vlvulas-agulha e os orifcios de restrio so utilizados por constituremlimitadores de vazo. Podem ser regulados, no caso das vlvulas-agulha, at obter o

    borbulhamento ideal e calculado, no caso de orifcios de restrio. J os rotmetros comreguladores de presso diferencial apresentam tima preciso, pois, alm de permitiremvazo de ar ou gs, mantm o fluxo do mesmo constante regulando permanentemente aqueda de presso montante e a jusante do rotmetro.

    5.3.4 Medidor capacitivo

    Um capacitor consiste de dois condutores, denominados placas, separados por ummaterial dieltrico. Este componente, muito utilizado em circuitos eltricos, tem como

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    principal caracterstica a propriedade de armazenar cargas eltricas. A grandeza quecaracteriza um capacitor a capacitncia, expressa em farads (F). Um capacitor de 1 Farmazena 1 Cde carga ao ser submetido a uma diferena de potencial de 1 V.

    A capacitncia funo da rea das placas, da distncia entre elas e da constantedieltrica do meio entre as placas.

    O medidor por capacitncia consiste de uma sonda vertical inserida no tanque do

    qual se deseja monitorar o nvel. A sonda pode ser isolada ou no e serve como uma dasplacas do capacitor. A outra placa formada pelas paredes do tanque e o fluido comporta-se como dieltrico. A capacitncia medida atravs de um circuito em ponte de correntealternada (CA), excitado por um oscilador de alta frequncia (500 kHz a 1,5 MHz). Aovariar o nvel no interior do tanque, alteram-se as propores entre o lquido e o vapor.Como a constante dieltrica da maioria dos lquidos maior que a dos vapores as variaesde nvel se traduzem em variaes (quase) lineares de capacitncia. Consequentemente, assondas capacitivas tambm podem ser utilizadas para detectar a interface de lquidos comconstantes dieltricas (K) distintas.

    A Figura 5.15 ilustra a instalao de uma sonda capacitiva para medio do nvel deum lquido isolante em um vaso com paredes condutoras. mostrado, tambm, o circuitoeltrico equivalente.

    Figura 5.15 Transmissor capacitivo para lquidos isolantes.

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    No circuito da Figura 5.15, C1 representa a capacitncia parasita apresentada, peloisolador da sonda e constante. As capacitncias C2 e C3 representam os efeitos dasconstantes dieltricas das fases de vapor e lquido, respectivamente. O valor do resistorRdeve ser muito elevado (tendendo ao infinito) e representa a resistncia efetiva entre asonda e as paredes do tanque. As condies de presso e temperatura determinam o tipo deisolador da sonda enquanto que as condies do fluido (corrosivo ou no) determinam o seu

    revestimento.

    5.3.5 Medidor tipo ultrassom

    O ultrassom uma onda mecnica de frequncia acima da faixa sensvel peloouvido humano, isto , acima de 20 kHz. A propagao do ultrassom depende do meio(slido, lquido ou gasoso) e a componente longitudinal de sua onda propaga-se a umavelocidade caracterstica, funo exclusiva do material. Na gua, a 10 C, a velocidade de

    propagao do som de 1440 m/s, enquanto que no ar, a 20 C, 343 m/s.A velocidade do som a base para a medio atravs da tcnica de eco, usada nos

    dispositivos ultrassnicos, sendo afetada pela temperatura e presso (efeito desprezvel).Os transmissores de nvel ultrassnicos compactos so excelentes ferramentas para a

    medio de nvel de lquidos ou slidos. Baseados no princpio ultrassnico, a medio denvel que utiliza esta tecnologia especialmente indicada para aplicaes onde por algumarazo, nenhum contato fsico pode ocorrer com o material que se est medindo. Estas razesincluir o ataque qumico do meio medido contra o instrumento (cidos), contaminao(esgotos/efluentes) ou partculas do meio que possam aderir ao equipamento (materiaisaderentes).

    Princpio de operao

    A medio de nvel por ultra-som baseia-se na medio do tempo necessrio paraum pulso de ultrassom percorrer a distncia entre o sensor e o material a ser detectado (idae volta). Este trem de pulsos emitido pelo sensor (que est instalado acima do produto a sermedido) refletido pela superfcie do material. Um circuito eletrnico inteligente processao eco recebido (sinal refletido pela superfcie do material) e calcula a partir do tempo devo a distncia entre o sensor e a superfcie.

    Algumas recomendaes (Figura 5.16)

    Nenhum objeto (tubos, barras de reforo, escadas, termmetros, etc) deve projetar-se para o interior do cone formado pelo feixe de ultra-som, inclusive as paredes laterais do

    tanque. A medio durante o enchimento possvel somente se o feixe do ultrassom nocruza o percurso do material que entra no reservatrio.Os efeitos causados por objetos mveis, como agitadores, so confiavelmente

    eliminados atravs de softwares especiais. A medio por ultrassom no indicada emaplicaes onde uma superfcie cnica seja formada devido a alta velocidade de rotao doagitador.

    Como a superfcie dos lquidos sempre horizontal, o sensor deve ser instalado comum desvio mximo de 2 a 3(da horizontal).

    A estrutura deve ser rgida e sua borda interna (de onde o feixe de ultrassom dosensor emitido) deve ser arredondada.

    Um local deve ser encontrado onde a formao de espuma seja a menor possvel (o

    sensor deve ser instalado o mais distante possvel do ponto de entrada) ou onde um tubo decalma possa ser adotado.

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    Figura 5.16 Algumas recomendaes relativas aos medidores ultrassnicos.

    O intenso movimento de ar (gs) nas proximidades do cone formado pelo feixe deultrassom deve ser evitado, pois pode provocar o enfraquecimento do sinal. Neste caso,sensores de baixa freqncia de medio (40 ou 20 kHz) so recomendados.

    Tanques fechados contendo lquidos (como produtos qumicos) que formam vaporsobre sua superfcie (especialmente aqueles expostos ao sol) provocam forte reduo dafaixa nominal de medio do sensor. Este fato deve ser observado na instalao. Neste caso,sensores de baixa frequncia (40 ou 20 kHz) so recomendados, dependendo de sua faixade medio.

    Recomenda-se proteger o transmissor da incidncia direta do sol para evitar umsuperaquecimento excessivo.

    5.3.6 Medidor radioativo

    Os sistemas radiamticos so utilizados para medio de nvel de lquidos, polpas

    ou slidos granulados, em aplicaes onde nenhuma outra tecnologia disponvel pode serempregada. Esses sistemas consistem de uma fonte de emisso de raio gama (d), umdetector tipo cmara de ionizao (ou cintilao) e uma unidade eletrnica conversora e

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    transmissora de sinal. A fonte, normalmente de csio 137, alojada em cpsula de ao inoxe blindada por chumbo ou ferro fundido, deixando desbloqueada para emisso do raio gamaum ngulo de 40(medio contnua) ou 7(medio pontual).

    O detector mais utilizado formado por uma cmara contendo gs inerte (argnio,por exemplo) pressurizado, submetido a uma tenso contnua negativa (-15 V) e um coletorde eltrons (que so retirados da ltima camada do tomo pela incidncia do raio gama). A

    corrente eltrica, produzida pela passagem do raio gama diretamente proporcional intensidade da radiao e inversamente proporcional ao nvel do produto no silo ou tanque.Esse sinal convertido em tenso ou frequncia para, finalmente, ser transmitido pelaunidade eletrnica atravs de sinal de corrente de 4 a 20 mA.

    Muitos arranjos so utilizados na instalao desses sistemas; o mais tpico pode servisto na Figura 5.17, onde a fonte instalada de um lado do silo ou tanque e o detector nooutro.

    Figura 5.17 Arranjo tpico de um sistema medidor radioativo.

    5.3.7 Medio pesagem

    A medio de nvel por pesagem consiste basicamente na instalao de clulas decargas nas bases de sustentao do silo cujo nvel se deseja medir. Clula de carga umsensor constitudo por fitas extensiomtricas (strain gauges), fixado adequadamente em um

    bloco de ao especial com dimenses calculadas para apresentar uma deformao elstica elinear quando submetido a uma fora. Essa deformao detectada pelas fitasextensiomtricas atravs da variao de sua resistncia eltrica. As clulas de carga podemser instaladas sob os pontos de apoio da estrutura do silo, de tal forma que o seu peso nelas aplicado. Para estas aplicaes necessrio que as clulas de carga sejam imunes aesforos laterais. Para isto seus encostos para a carga so constitudos de apoios especiaisdo tipo cncavo ou esfrico. O nmero de clulas de carga varia em funo da forma desilo, sendo que a soluo que apresenta melhor preciso apoiar o silo em trs clulasdispostas defasadas de 120em relao projeo do seu centro de simetria.

    Sempre que possvel o silo deve ser projetado com seo transversal circular deforma a garantir uma distribuio estvel e equalizada do peso total entre as trs clulas de

    carga. Em algumas instalaes existem silos apoiados em uma ou duas clulas de cargasendo os outros apoios fixos; esta soluo no recomendada devido impreciso

    provocada pela distribuio desigual do peso entre os apoios.

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    Para silos pequenos podem ser usadas clulas de carga que so deformadas portrao, sendo neste caso o silo suspenso por uma nica clula, eliminando-se o problema dedistribuio de carga (Figura 5.18).

    Figura 5.18 Exemplo de sistema de medio de nvel por pesagem.

    Os sistemas de medio de nvel atravs de pesagem exigem que o silo sejafisicamente isolado da estrutura do prdio, evitando, desta forma, que foras estranhassejam aplicadas s clulas de carga, introduzindo erros na medio.

    Algumas alteraes do projeto estrutural do prdio podero ser necessrias, uma vezque o peso do silo no est mais distribudo em uma estrutura de sustentao, mas, sim,concentrando em pontos onde sero instaladas as clulas de carga. Os sistemas deenchimento e esvaziamento do silo devero ser cuidadosamente projetados tendo em vistaminimizar sua interferncia no sistema de medio. Deve ser evitada a instalao devibradores, motores e outras fontes de vibrao em contato direto com o silo. Em silos maisaltos ou instalados em local sujeito a vibraes excessiva, recomenda-se a colocao de

    barras estabilizadoras nas laterais do silo para absorver os eventuais esforos horizontaisque tendam a desequilibrar o silo prejudicando o desempenho do sistema.

    Bibliografia

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    Exerccios

    1. O que nvel em instrumentao?2. Para que se mede ou monitora nvel?3. Descreva sucintamente os mtodos de medio de nvel.4. Cite 3 medidores diretos e 3 medidores indiretos de nvel.

    5. Descreva uma provvel medio do nvel de um tanque de combustveis de um posto.6. Cite algumas vantagens e limitaes de visores de nvel.7. Quais as diferenas principais entre visores refletivos e transparentes?8. Como funciona um medidor de nvel com flutuador?9. Como feita a medio de nvel indireta em tanques fechados e pressurizados?10. Em que situao de instalao se deve fazer o ajuste de supresso de zero em umtransmissor de nvel por presso diferencial? Explique.11. Cite algumas grandezas ou propriedades fsicas que podem ser utilizadas na medioindireta de nvel.12. Calcule a presso no fundo de um reservatrio cujo nvel da gua est a 2,5 m da base.13. Calcule a presso no fundo de um tanque de leo cujo nvel esta a 3 m da base. Adensidade do leo e 0,8 vezes a da gua.14. Calcule o range do instrumento em mmH2O.

    15. De que composto o sistema para a medio de nvel com borbulhador?16. Para que valor de presso ajustado o borbulhador?17. Em que se baseia a medio de nvel por empuxo?18. Defina interface.19. Em que consiste a medio de nvel por raios gama?20. Em que situao se emprega a medio de nvel por raios gama?21. Na medio de nvel capacitiva, como se forma o capacitor?22. O que devemos fazer na medio capacitiva, quando os lquidos forem condutores deeletricidade?23. Como so geradas e medidas as ondas do ultrassom?

    24. Pesquise duas aplicaes onde utilizado o medidor tipo radarporque no poderia serutilizado o medidor tipo ultrassom.25. Quais os dispositivos mais utilizados na medio de slidos?