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PRO-ODONTO | ESTÉTICA | SESCAD 133 PREPAROS DENTAIS PARA PRÓTESES LIVRES DE METAL Glauco Rangel Zanetti INTRODUÇÃO Para muitos de nós, profissionais da odontologia restauradora, a “estética” ganha peso de obrigatoriedade à medida que pacientes se sentem socialmente cobrados em relação à sua aparência. A estética outrora tida como uma qualidade de importância secundária, hoje toma o status de “especialidade”, e tal necessidade, quase que compulsiva, impulsionou o desenvolvimento tecnológico da odontologia restauradora. Em que pese ser a estética de conceito bastante amplo e subjetivo, é possível que se identifi- que um consenso geral. Embora a unanimidade esteja longe de ser alcançada, sabe-se que a estética na odontologia restauradora se baseia em três princípios básicos: naturalidade, saúde e jovialidade. A busca por aparência natural fez com que materiais restauradores fossem desenvolvidos com propriedades ópticas e mecânicas cada vez mais favoráveis. 1,2 Sabendo que metais não fazem parte da constituição natural do corpo humano, é evidente para qualquer leigo que a aparência metálica em dentes não pode ser natural. Tal desarmonia delata imediatamente a artificialidade do órgão restaurado, e, portanto, fere a aparência estética bucal. No sentido inverso, materiais livres de metais e com aspectos mais naturais são menos percebidos visualmente e evidentemente são mais estéticos. Materiais restauradores que apresentam características ópticas naturais como cor, translucidez, fluorescência e opalescência são denominados “biomiméticos”, e, na odontologia contempo- rânea, dois grupos de materiais podem enquadrar-se favoravelmente dentro destas caracterís- ticas: as cerâmicas e as resinas compostas (polímeros com carga). 1,3,4 Embora as resinas compostas tenham-se desenvolvido satisfatoriamente para a utilização em restaurações diretas, estes materiais não gozam de prestígio na comunidade odontológica quanto à sua indicação para próteses fixas ou mesmo em restaurações indiretas. 3,5,6 De fato, a literatura vem mostrando que, com o aprimoramento, as resinas compostas laboratoriais 04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23 133

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Preparo dentais para próteses livre de metal

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 133

    PREPAROS DENTAIS PARAPRTESES LIVRES DE METAL

    Glauco Rangel Zanetti

    INTRODUOPara muitos de ns, profissionais da odontologia restauradora, a esttica ganha peso deobrigatoriedade medida que pacientes se sentem socialmente cobrados em relao suaaparncia. A esttica outrora tida como uma qualidade de importncia secundria, hojetoma o status de especialidade, e tal necessidade, quase que compulsiva, impulsionou odesenvolvimento tecnolgico da odontologia restauradora.

    Em que pese ser a esttica de conceito bastante amplo e subjetivo, possvel que se identifi-que um consenso geral. Embora a unanimidade esteja longe de ser alcanada, sabe-se que aesttica na odontologia restauradora se baseia em trs princpios bsicos: naturalidade, sadee jovialidade.

    A busca por aparncia natural fez com que materiais restauradores fossem desenvolvidoscom propriedades pticas e mecnicas cada vez mais favorveis.1,2

    Sabendo que metais no fazem parte da constituio natural do corpo humano, evidentepara qualquer leigo que a aparncia metlica em dentes no pode ser natural. Tal desarmoniadelata imediatamente a artificialidade do rgo restaurado, e, portanto, fere a aparnciaesttica bucal. No sentido inverso, materiais livres de metais e com aspectos mais naturaisso menos percebidos visualmente e evidentemente so mais estticos.

    Materiais restauradores que apresentam caractersticas pticas naturais como cor, translucidez,fluorescncia e opalescncia so denominados biomimticos, e, na odontologia contempo-rnea, dois grupos de materiais podem enquadrar-se favoravelmente dentro destas caracters-ticas: as cermicas e as resinas compostas (polmeros com carga).1,3,4

    Embora as resinas compostas tenham-se desenvolvido satisfatoriamente para a utilizao emrestauraes diretas, estes materiais no gozam de prestgio na comunidade odontolgicaquanto sua indicao para prteses fixas ou mesmo em restauraes indiretas.3,5,6 De fato,a literatura vem mostrando que, com o aprimoramento, as resinas compostas laboratoriais

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  • 134 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    competiro cada vez mais com os materiais cermicos;1 no entanto, em virtude de serem osmateriais cermicos os mais aceitos pela literatura cientfica na indicao de prteses livresde metal, estaremos academicamente considerando apenas este material na abordagem dotema.

    Os preparos dentais com finalidade prottica na verdade so redues executadas na estruturados dentes, ou em materiais restauradores a eles aplicados com a finalidade de viabilizar aconfeco de restauraes indiretas. Estes preparos geralmente executados por desgastecom instrumentos rotatrios so efetuados para criar espao adequado ao material restaura-dor e de cimentao; determinar uma via de insero livre de interferncias e conveniente cimentao da prtese; recobrir reas do dente, atendendo s necessidades estticas e mecni-cas do conjunto dente/restaurao.

    OBJETIVOSO propsito deste trabalho fornecer informaes claras e objetivas sobre o tema, para que,ao final da leitura do captulo, o leitor seja capaz de:

    classificar e definir as diferentes modalidades de preparos para restauraes cermi-cas livres de metal;

    indicar o tipo de restaurao cermica mais apropriada para cada condio dental,relacionando-a ao preparo correspondente;

    descrever as tcnicas de preparo para as diversas modalidades de restauraes cermi-cas;

    justificar a forma dos preparos e o espao requerido pelos desgastes dentais, relacio-nando-os s pontas diamantadas correspondentes;

    determinar a modificao das tcnicas e da forma dos preparos em funo de condiesatpicas.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 135

    ESQUEMA CONCEITUAL

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  • 136 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Quando um preparo alm da face oclusal envolver uma das cspides de um dente posterior,a restaurao passa a ser denominada onlay (Figuras 2A, B e C).

    TIPOS DE PRTESES LIVRES DE METALAs prteses livres de metal podem ser classificadas com relao extenso e localizaodo preparo dental.

    Quando o preparo de um dente posterior fica restrito s faces oclusais, podendo ou no seestender pelas proximais sem o envolvimento de cspides, a restaurao denominada inlay(Figuras 1A, B e C).

    A B C

    A B C

    Figura 1 A), B) e C) Restauraes inlay.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Figura 2 A), B) e C) Restauraes onlayFonte: Arquivo de imagens do autor.

    Restauraes indiretas que se sobrepem totalmente a uma superfcie oclusal sem a necessida-de de desgaste so denominadas overlays (p. ex., correo de dentes em infra-ocluso)(Figuras 3A a 3F).

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 137

    A B C

    Quando um preparo em dente posterior envolve as superfcies oclusal, lingual, mesial e distal,a restaurao denominada 4/5 (-quatro-quintos) (Figuras 4A, 4B e 4C).

    Figura 3 A) a F) Restauraes overlays em dentes em infra-ocluso. A) a D) No dente 36 e E) e F) no dente 26.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    D E F

    Figura 4 A), B) e C) Restauraes 4/5 no dente 15.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A B C

    So denominadas facetas laminadas as restauraes cujo preparo envolve toda a face visveldo dente (vestibular e prximo-vestibular), podendo recobrir a borda incisal dos dentes anterio-res ou parte das vertentes oclusais internas das cspides vestibulares de dentes posteriores(Figuras 5A, 5B, 5C, 5D, 5E e 5F).

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  • 138 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    As coroas totais so aquelas confeccionadas sobre dentes em que todas as faces da coroaclnica foram envolvidas pelo preparo dental (Figuras 6A a 6H).

    A B C

    D E FC

    G H

    A B C

    D E F

    Figura 5 A), B) e C) Facetas laminadas anteriores nos dentes 11, 12, 21 e 22. D), E) e F) Facetas laminadasposteriores nos dentes 14 e 15.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Figura 6 A) a D) Coroa total ce-rmica em Procera no dente 21 efaceta laminada no dente 11. E)a H) Coroa total cermica em Em-press 2 no dente 46.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 139

    1. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando o tipo de preparodental s suas caractersticas.

    (1) Inlay(2) Onlay(3) Overlay(4) 4/5(5) Facetas laminadas(6) Coroas totais

    Resposta no final do captulo

    CERMICAS UTILIZADAS

    fundamental lembrarmos que o tipo de preparo interfere na seleo do sistemacermico a ser utilizado. De forma semelhante, se a indicao do sistema restaura-dor foi baseada em outros aspectos de maior relevncia, preciso que o preparorespeite as necessidades do material escolhido.2,3,7,8,9 preciso que o profissionalconhea as principais caractersticas dos sistemas para cermica pura disponveis.

    Embora existam classificaes bem mais especficas e complexas, estas no permitem que oclnico faa um julgamento imediato na relao entre seleo do sistema cermico e tipo depreparo dental. De forma bem rudimentar, poderamos agrupar os sistemas cermicos em:

    cermicas altamente reforadas; cermicas altamente adesivas.

    ( ) Preparo em dente posterior que envolve as superfciesoclusal, lingual, mesial e distal.

    ( ) Preparo de um dente posterior que fica restrito s facesoclusais, podendo ou no se estender pelas proximais semo envolvimento de cspides.

    ( ) Restauraes cujo preparo envolve toda a face visvel dodente (vestibular e prximo-vestibular), podendo recobrira borda incisal dos dentes anteriores ou parte das vertentesoclusais internas das cspides vestibulares de dentes poste-riores.

    ( ) Restauraes confeccionadas sobre dentes em que todasas faces da coroa clnica foram envolvidas pelo preparodental.

    ( ) Preparo alm da face oclusal que envolve uma das cspidesde um dente posterior.

    ( ) Restauraes indiretas que se sobrepem totalmente auma superfcie oclusal sem a necessidade de desgaste.

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  • 140 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Essa classificao, embora seja simples e incompleta, permite que tomemos decises maisobjetivas.

    CERMICAS ALTAMENTE REFORADAS

    No grupo das cermicas altamente reforadas, esto aqueles sistemas cujo fabricantepriorizou a resistncia da infra-estrutura cermica em detrimento da sua capacidade adesivapelos cimentos resinosos.

    Neste grupo das cermicas altamente reforadas, esto as cermicas aluminizadas, queutilizam infra-estruturas (como as prteses metalocermicas) confeccionadas em materiaisestticos cuja composio baseia-se em xido de alumnio, xido de zircnio ou xido demagnsio. Embora esses materiais permitam a confeco de coroas altamente resistentessem a presena de metal, a dificuldade de se criar retenes micromecnicas por qualquermtodo de tratamento de superfcie e a deficincia de slica na sua composio no permitemque a cimentao adesiva funcione eficientemente.10,11 Diante disto, sistemas inseridos nestegrupo como o Procera (Nobel Biocare) e In-Ceram (VITA) devem ser indicados apenas parapreparos totais que tenham caractersticas de reteno mecnica semelhantes aos preparosconvencionais para coroas metalocermicas.12,13,14

    A indicao para preparos parciais um risco que deve ser considerado mesmoquando sistemas adesivos mais eficientes so utilizados (Panavia). Em contrapartida,se a seleo do sistema for soberana por algum motivo, h de se executar o preparototal com caractersticas retentivas convencionais, mesmo que o referido dente tenhaalguma de suas faces ntegras.3,7,14,15

    CERMICAS ALTAMENTE ADESIVAS

    No grupo das cermicas altamente adesivas esto includos os sistemas cermicos em queo fabricante priorizou a capacidade adesiva e a esttica no desenvolvimento do material.Embora as cermicas sejam comprovadamente menos resistentes mecanicamente, permitemaltos valores de reteno adesiva, quando sistemas adesivos e cimentos resinosos so utilizados.

    A adeso ocorre pela associao de duas caractersticas primordiais inerentes desses materiais.So materiais acidogravveis, ou seja, permitem que, por meio de condicionamento comcido hidrofluordrico, a dissoluo parcial da matriz vtrea crie microrretenes na superfcieinterna das restauraes, aumentando a capacidade de reteno micromecnica pelo cimentoresinoso. Alm disso, so materiais que apresentam altas concentraes de slica em suacomposio.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 141

    Apesar de ser inorgnica, a slica pode ser unida matriz orgnica do cimento resinoso,quando um agente bifuncional (silano) utilizado no tratamento pr-cimentao. Ou seja,alm da unio mecnica conseguida pelo condicionamento cido, uma unio qumica efetivapode ser alcanada pela presena de slica no material. Desta forma, mesmo sendo materiaismenos resistentes mecanicamente, os altos valores alcanados na adeso estrutura dentalpotencializam a resistncia do conjunto dente/restaurao.

    Os sistemas cermicos convencionais com cermicas feldspticas confeccionadassobre refratrio ou sistemas de vidro ceramizados injetados ou fundidos (Empress 1e 2 Ivoclar-Vivadent) podem ser indicados para qualquer tipo de preparo paracermica pura parcial ou total, desde que haja no dente a ser preparado estruturadental disponvel ou material restaurador compatvel com o sistema adesivo.3,6,7,16,17,18

    Mesmo no havendo regras rgidas definidas na literatura, basicamente podemos relacionarcaractersticas que so comuns a todos os tipos de preparos para cermica pura.3,8

    RESTAURAES COM ESPESSURA UNIFORME

    Para que as cermicas odontolgicas tenham um desempenho mecnico favorvel, desejvelque os preparos estabeleam redues com espessura uniforme, pois reas demasiadamentefinas tornam-se propensas a fraturas por desempenharem uma tolerncia menor flexo(Figura 7). Por outro lado, restauraes com espessura exageradamente grande em umaregio limitada podem apresentar falhas durante a coco da cermica.

    Essas falhas geralmente acontecem onde h um volume aumentado da restaurao, pois emreas volumosas ocorre maior contrao durante o resfriamento do material cermico. Nestacondio, possvel que a cermica se frature pela formao de regies com tenso interna

    Figura 7 Reduo uniforme de um preparo dentalanterior visualizada pela sobreposio da silhueta nametade preservada do dente.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • 142 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    A B

    acumulada e microtrincas ou mesmo por falta de uma estrutura de suporte mediante forasde mastigao.19,20,21

    RESTAURAES COM ESPESSURA MNIMA

    Do ponto de vista mecnico, importante que as restauraes cermicas sejam confeccionadascom espessuras entre 1,5mm e 2mm nas regies de maior incidncia de fora, e nas demaisregies uma espessura mnima de 1mm seria aconselhvel para que pudessem resistir satisfato-riamente (Figuras 8A e 8B).15,19,20,22,23,24 Entretanto, h de se ponderar com relao fixao

    A B

    Figura 8 A) e B) Espessuras mnimas das restauraes cermicas aferidas com auxlio de um espessmetro.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    de parmetros rgidos na orientao dos preparos dentais.23 Embora 1mm seja uma espessurarazovel mecanicamente para uma superfcie vestibular, tal espessura pode ser um exageropara facetas (Figuras 9A e 9B),21,24 mas no atende necessidade esttica de alguns dentes,principalmente quando alteraes cromticas esto presentes.

    Figura 9 A) e B) Espessura de cermica menor do que 1mm aceitvel em facetas laminadas.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 143

    Por outro lado, o desgaste de 1,5mm ao redor da coroa de um incisivo inferior pode serfavorvel mecnica e esteticamente; entretanto, invivel em dentes com dimenses toreduzidas. 22,24,25 Desta forma, importante que a prvia avaliao da condio dental e aindicao do sistema cermico sejam considerados na orientao da espessura do desgastedurante o preparo, permitindo que o bom senso impere sobre nossas condutas.

    Uma das formas mais recomendadas para que se possa mensurar o desgaste realizado emdentes preparados a utilizao de pontas diamantadas ou brocas que tenham o dimetrocompatvel com a espessura do desgaste desejado (Figura 10A).26 Basicamente, a tcnica depreparo consiste em se aprofundar o dimetro da ponta posicionada paralelamente superfciepreparada de tal forma que a prpria superfcie dentria remanescente torna-se a referncia.

    A B

    Os sulcos formados podero ser unidos na metade mais visvel do dente para que se possaobservar a sobreposio das silhuetas formadas pela metade preparada sobre a metade preser-vada (Figura 10B).27

    Embora esta tcnica seja bastante eficiente para orientar o preparo de grande partedos preparos dentais, muito comum que o elemento dental apresente-se destrudoparcial ou totalmente. Obviamente a tcnica no pode ser utilizada nestes casos, amenos que o dente seja reconstrudo com material de preenchimento previamenteao preparo.

    Da mesma forma, em pilares protticos hgidos indevidamente posicionados (inclina-dos, girovertidos, extrudos ou em infra-ocluso), a tcnica no poder ser aplicadaquando se pretende corrigir o posicionamento dental durante o preparo.4,26

    Figura 10 A) Deve-se usar pontas diamantadas ou brocas que tenham o dimetro compatvel com a espessurado desgaste desejado. B) Sobreposio das silhuetas formadas pela metade preparada sobre a metade preserva-da, evidenciando a coincidncia da profundidade com a espessura da ponta diamantada.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • 144 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Uma outra forma de controle do desgaste a utilizao de matrizes de silicone densoconfeccionadas sobre um enceramento diagnstico. Este dispositivo reproduz a superfciedesejada do dente a ser restaurado e, aps ser seccionada vertical ou horizontalmente, podeser posicionada sobre o dente orientando o seu desgaste.4,26

    Normalmente, esta tcnica minimiza o desgaste para facetas laminadas, pois, nas regies deacrscimo de material restaurador, as matrizes ficam afastadas dos dentes, e, nas regies emque o preparo for insuficiente, a matriz toca ou se aproxima da superfcie dental, indicando anecessidade de desgaste (Figuras 12A a 12D).4,26 Contudo, importante que o profissionaltenha um treinamento psquico e motor que o habilite a visualizar a forma e a inclinao dopreparo, mesmo quando no houver muitas referncias.19,29

    A utilizao de outras tcnicas ou dispositivos de referncia, como o espessmetro, pode serbastante til na determinao das formas e dimenses dos preparos. Tiras calibradorasconfeccionadas com filme radiogrfico quando interpostas no espao inter-oclusal at o esta-belecimento de contato permitem que, com um espessmetro, se verifique o espao para acermica correspondido pela espessura das tiras. De maneira similar, a aferio da espessuradas paredes dos provisrios permite que se faam correes nos preparos previamente suamoldagem (Figuras 11A e 11B).28

    Figura 11 A) e B) Aferio da espessura das paredes dos provisrios.Fonte: Arquivo de imagens do autor.A

    B

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 145

    Ter mentalmente a viso espacial tridimensional do preparo um pr-requisito bsico aoincio de qualquer preparao dental.27 possvel que com exaustivo treinamento se possavisualmente distinguir dimenses at mesmo menores do que 0,5mm, vindo esta habilidadea se tornar um dos melhores parmetros de um profissional experiente.29,30

    Figura 12 A) a D) Matrizes de silicone denso utilizadas para a avaliao das redues dos preparos.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A B

    C D

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  • 146 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    2. Qual a importncia de o profissional conhecer as principais caractersticas dos sistemaspara cermica pura disponveis para o tipo de preparo a ser utilizado?

    3. Qual a indicao das seguintes cermicas:

    A) cermicas altamente reforadas

    B) cermicas altamente adesivas

    4. Qual a importncia da espessura para o preparo de uma restaurao?

    5. Em que casos indicado o uso de matrizes de silicone denso?

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 147

    PISO PLANO OU LIGEIRAMENTE CNCAVO

    A regularizao do piso das cavidades oclusais e prximo-oclusais deve ser buscada no intuitode se respeitar a necessidade de uma superfcie de suporte para a cermica, j que a distribuiouniforme da fora aplicada sobre a cermica ao preparo impede que foras de flexo fraturema restaurao. A conformao do preparo com piso plano ou ligeiramente cncavo torna asuperfcie mais favorvel na neutralizao destas foras (Figuras 13A e 13B).20,31

    NGULOS INTERNOS ARREDONDADOS E SUPERFCIE LISA

    Defeitos de superfcie reduzem a resistncia mecnica dos materiais cermicos. Qualquerfenda ou irregularidade negativa na superfcie interna da restaurao pode lev-la fratura,pois torna esta regio sensivelmente mais fraca do que as demais. Desta forma, torna-seextremamente importante que a superfcie do preparo tenha um acabamento suficiente pararemover as irregularidades que poderiam ser reproduzidas pelo processo de confeco darestaurao.16,20,31

    Pelo mesmo motivo, os ngulos internos aguados e proeminentes devem ser removidos norefinamento do preparo dental (Figuras 14A e 14B).16,20,31

    bom lembrar que toda irregularidade existente no preparo leva dificuldade emse obter preciso nos processos de reproduo (moldagem, vasamento de gesso,varredura digital, reproduo de troquel refratrio, escoamento de cera fundida eescoamento da cermica fundida) pertinentes confeco de restauraes cermicase, conseqentemente, dificuldade em se obter uma adaptao aceitvel.16,20,31

    A B

    Figura 13 A) e B) Piso das caixas oclusais e proximais plano ou ligeiramente cncavo.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • 148 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    NGULO CAVOSSUPERFICIAL RETO

    Bordos afilados em restauraes cermicas tendem a se fraturar antes, durante ou aps suacimentao. Como j visto, a restaurao precisa apresentar uma espessura mnima para quepossa resistir s foras oclusais, mas tambm precisa ser resistente manipulao antes edurante sua instalao. Portanto, no se deve permitir que o bordo da restaurao cermicaforme um ngulo agudo.

    Por outro lado, a disposio dos prismas de esmalte perpendicularmente orientados em relao superfcie externa no permite que o ngulo do bordo do preparo seja menor do que 90;caso isto ocorra, prismas de esmalte sem suporte podem acarretar uma provvel desadaptaomarginal. Desta forma, desejvel que os trminos apresentem um ngulo reto com a superf-cie externa para que tanto estrutura dental como cermica possam ser mecanicamente atendi-das (Figuras 15A e 15B).20,31,32,33

    A B

    Figura 14 A) e B) Remoo de ngulos internos aguados e proeminentes.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A B

    Figura 15 A) e B) Trminos apresentando um ngulo reto com a superfcie externa.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 149

    TRMINO EM OMBRO ARREDONDADO OU CHANFRO PROFUNDO

    Para que a terminao do preparo possa apresentar um ngulo externo reto, um ngulointerno arredondado e uma espessura mnima (1mm), preciso que a sua forma se assemelhea um ombro arredondado ou a um chanfro profundo.34,35

    Em dentes de grande volume, como os posteriores ou incisivos centrais e caninos superiores, possvel que se determine uma linha de terminao em chanfro profundo. Esta formaconsegue atender s necessidades anteriormente citadas pelo aprofundamento axial do prepa-ro, justificando a indicao em dentes mais volumosos (Figuras 16A e 16B).19,20,31,32,33,36

    No entanto, em dentes de dimenses reduzidas, como os incisivos inferiores, dificilmente umchanfro profundo poder ser aplicado. Desta forma, um ombro com 1mm de profundidadee ngulo externo reto deve ser indicado desde que permita que seu ngulo interno sejaarredondado (Figuras 17A e 17B). Alm de orientar a espessura do preparo, a forma doinstrumento rotatrio utilizado determina o tipo da terminao desejada. Portanto, deve-seselecionar o formato do instrumento rotatrio (ponta diamantada ou broca) ou do instrumentomanual de acabamento semelhante forma pretendida de linha de terminao.37

    A B

    Figura 16 A) e B) Linha de terminao em chanfro profundo em dentes de grande volume.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • 150 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Com relao extenso gengival, prefervel que, quando possvel, a linha de terminaomantenha-se supragengival.38 Em reas de comprometimento esttico, se o remanescenteestiver com a colorao natural, pode-se manter a terminao no nvel gengival desde que acimentao seja efetuada com cimentos resinosos opticamente biomimticos (no mesmomatiz e/ou translcidos).33

    No entanto, se a cor do remanescente interferir negativamente no resultado esttico da res-taurao, aconselhvel que a terminao seja posicionada intra-sulcularmente, desde quehaja gengiva inserida suficiente para a estabilizao da posio das margens em longo prazo.

    PAREDES AXIAIS MAIS EXPULSIVAS

    Embora no seja uma regra, nos sistemas cermicos altamente adesivos no existe a necessida-de de se promover reteno friccional como nas prteses convencionais.19 As paredes axiaispodem ser mais expulsivas, j que a maior parte da reteno obtida por meio da cimentaoadesiva (Figuras 18A e 18B).39

    A B

    Figura 17 A) e B) Ombro com 1mm de profundidade, ngulo interno arredondado e ngulo externo retoalcanado pelo formato e posicionamento da ponta diamantada.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 151

    Paredes excessivamente paralelas geram atrito e dificuldade no assentamento da prtesedurante a cimentao, j que o cimento resinoso mais viscoso (menor escoamento). Adificuldade no assentamento pode levar ao emprego de fora excessiva durante a insero e,conseqentemente, fratura das cermicas menos resistentes.

    Sempre que necessrio, a correo de retenes ocasionadas por cavidades nasparedes axiais devem ser realizadas por meio de preenchimento com material restau-rador e jamais custa da reduo da estrutura dental remanescente.31

    A seguir, veremos com mais detalhe a indicao e caractersticas dos seguintes tipos depreparo para prteses livres de metal:

    inlays; onlays; overlays; preparos 4/5; facetas laminadas; coroas totais.

    A B

    Figura 18 A) e B) Convergncia mais acentuada de um preparo para a coroa total cermica, quando acimentao adesiva for utilizada.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • 152 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    6. Qual a finalidade de se regularizar o piso das cavidades oclusais e prximo-oclusais?

    7. Por que se deve evitar que o bordo de uma restaurao cermica forme um nguloagudo?

    8. Com que objetivo deve-se desenvolver linhas de terminao em chanfro profundo?

    9. Justifique a afirmao de que nos sistemas cermicos altamente adesivos, no existe anecessidade de se promover reteno friccional como nas prteses convencionais.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 153

    Figura 19 Preparo para restaurao inlay cermicaem pr-molar com cspides hgidas que no necessi-tam de recobrimento oclusal.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    10. Como deve ser feita a correo de retenes ocasionadas por cavidades nas paredesaxiais?

    INLAYSEmbora a indicao de uma restaurao indireta para cavidades do tipo inlay seja questionadapor alguns profissionais, visto que muitas vezes possvel que cavidades de pequeno portepossam ser restauradas com resina composta de aplicao direta, existem parmetros quepodem nortear a deciso clnica.

    sensato indicar materiais restauradores diretos quando a cavidade restringe-se sdimenses prximo-oclusais que no se estendam s faces vestibulares ou linguais.Entretanto, quando o volume e extenso do material restaurador necessrio fordemasiadamente grande, prudente a indicao de restauraes indiretas cermicas,principalmente quando a recuperao do contorno proximal por meio de matrizesficar dificultado.5

    Embora os preparos do tipo inlay no sejam muito aplicados isoladamente, importantelembrar que suas caractersticas devem ser conhecidas, pois muito comum empreg-los emassociao com preparos do tipo onlay, por exemplo, quando um dente apresenta cspideshgidas que no sero recobertas e cspides com necessidade de cobertura oclusal (Figura 19).

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  • 154 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    PARTICULARIDADES DOS PREPAROS DO TIPO INLAY

    Os preparos para restauraes inlays cermicas possuem as seguintes particularidades: caixas prximo-oclusais com no mnimo 1,5 a 2mm de dimenso vestbulo-lingual e

    similar profundidade, aferida do sulco oclusal ao piso; paredes divergentes para oclusal com inclinao de aproximadamente 12 graus; piso plano ou ligeiramente cncavo; ngulos internos arredondados; ngulos externos (cavossuperficial) entre 90 e 120 graus.

    A Figura 20 apresenta uma seqncia de preparo para restaurao inlay.

    Figura 20 Seqncia de preparo para restaurao inlay cermica. (Continua)

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 155

    Figura 20 (continuao) Seqn-cia de preparo para restauraoinlay cermica.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Para a realizao de preparos para restauraes cermicas do tipo inlay,deve-se usar pontas diamantadas 2133, 3131 e 4138.

    O acabamento pode ser realizado com as mesmas pontas em baixa rotao e/ou pontas de granulao fina.

    A remoo de prismas de esmalte sem suporte dos ngulos externos pro-ximais pode ser realizada com instrumentos manuais (cinzis ou recortadoresde margem).

    11. Em que situao voc indicaria uma restaurao indireta do tipo inlay e por qu?

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23155

  • 156 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    12. Um pr-molar superior com vitalidade apresenta-se parcialmente destrudo com cavida-de MOD com profundidade maior do que 1,5mm. Que aspectos conduziriam indicaode uma restaurao indireta de cermica e ao recobrimento das cspides, respectivamente?

    A) ngulo das paredes axiais maiores que 12 e espessura das cspides menor que1mm.

    B) Profundidade da cavidade oclusal e espessura das cspides menor que 1mm.C) Dificuldade de se restabelecer o contato proximal e serem cspides de conteno

    cntrica.D) Cavidade proximal invadindo superfcie vestibular ou lingual e distncia entre o ngulo

    cavossuperficial e a ponta da cspide menor que 1mm.Resposta no final do captulo

    ONLAYSOs preparos do tipo onlay esto indicados para dentes posteriores que apresentam destruioou fragilizao de uma ou mais cspides (Figuras 21A, 21B e 21C).

    A B C

    Figura 21 A), B) e C) Onlay cermica em dente posterior com destruio ou fragilizao das cspides.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Em determinadas situaes, quando houver dvidas a respeito do envolvimento ou no dedeterminada cspide pelo preparo, o profissional pode orientar-se pela distncia entre ongulo cavossuperficial e a ponta da cspide referida. Se a distncia for maior do que 1mm,em geral no existe a necessidade em se realizar a cobertura da cspide. Entretanto, quandoa distncia for menor do que 1mm, muito provvel que esta cspide esteja fragilizada;portanto, prudente que esta seja envolvida pelo preparo.

    O fato de uma determinada cspide apresentar-se comprometida no significa que um preparorecobrindo todas as cspides seja necessrio. Da mesma forma, se uma das proximais apresen-ta-se hgida, mesmo que a outra esteja destruda, no se deve realizar uma caixa proximal custa de estrutura dental sadia.

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23156

  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 157

    O material restaurador cermico no mais resistente do que a estrutura dentalsadia; portanto, no faz sentido substitu-la mesmo que o dente apresente terapiaendodntica previamente realizada (Figuras 22A a 22L).

    A B C

    D E F

    G H I

    J K L

    Figura 22 A) a L) Preparos atpicos para restauraes do tipo onlay, preservando as cspides e cristasproximais sem comprometimento estrutural.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    PARTICULARIDADES DOS PREPAROS DO TIPO ONLAY

    Um preparo clssico para restauraes de cermicas do tipo onlay deve apresentar: reduo oclusal de 1,5mm a 2mm; caixas ocluso-proximais com padres de inclinaes semelhantes aos das inlays, com

    piso plano ou ligeiramente arredondado e com profundidade e largura entre 1,5mm

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23157

  • 158 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    e 2mm. Embora no haja uma necessidade absoluta, j que dentes com vitalidadedevem ter o aprofundamento oclusal evitado, as caixas oclusais melhoram a retenoda restaurao provisria e aumentam a resistncia da restaurao cermica, permitindoque o tcnico em prtese desenvolva a anatomia dos sulcos oclusais sem o compro-metimento do trabalho. A extenso cervical e vestbulo-lingual das caixas proximaisdeve ser realizada at que o ponto de contato com o dente vizinho seja removido. Talprocedimento permite que o material de moldagem individualize o dente preparadoreproduzindo adequadamente a face proximal em questo. Quando o ponto de contatoestende-se demasiadamente em direo cervical, os dentes devem ser separados previa-mente por meio de borrachas ortodnticas interdentais ou por desgaste com tiras delixas e pontas diamantadas afiladas. Quando houver risco de se danificar o esmalte dodente vizinho quando da utilizao de pontas diamantadas, recomendada a proteodo mesmo com a utilizao de matrizes de ao;40

    cobertura das cspides com profundidade igual reduo oclusal, devendo estender-se cervicalmente no mnimo 1,5mm, at que a leso seja recoberta pelo preparo. Ainclinao da parede axial do chanfro segue a inclinao da face correspondente dacspide (vestibular ou lingual);

    linha de terminao em chanfro profundo que circunda todas as cspides e proximaisenvolvidas. Nas cspides e cristas marginais hgidas, o preparo segue os moldes dasinlays;

    unio gradual dos chanfros vestibulares e linguais s caixas proximais, sem que haja aformao de ngulos definidos;

    ngulos internos arredondados e a superfcie regularizada com o acabamento.

    A Figura 23 apresenta uma seqncia de preparo do tipo onlay.

    Figura 23 Seqncia de preparo para restaurao onlay cermica. (Continua)

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23158

  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 159

    Figura 23 (continuao) Seqncia de preparo para restaurao onlay cermica.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23159

  • 160 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    A Figura 24 apresenta uma seqncia de preparo atpico do tipo onlay.

    Figura 24 Seqncia do preparo atpico para restaurao onlay cermica.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A reduo oclusal e o chanfro podem ser realizados com a ponta 4138. Nas caixas oclusais e proximais podem ser utilizadas pontas diamantadas

    3131 e 2133 respectivamente. O rompimento do contato proximal deve ser realizado com pontas diaman-

    tadas afiladas como a 3203. Assim como nos preparos para inlays, a remoo de prismas de esmalte sem

    suporte dos ngulos externos proximais pode ser realizada com instrumentosmanuais (cinzis ou recortadores de margem).

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23160

  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 161

    13. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmaes a seguir sobre as restauraes do tipoonlay.

    A) ( ) Os preparos do tipo onlay esto indicados para dentes posteriores que apresentamdestruio ou fragilizao de uma ou mais cspides.

    B) ( ) O fato de uma determina cspide apresentar-se comprometida significa queum preparo recobrindo todas as cspides necessrio.

    C) ( ) A extenso cervical e vestbulo-lingual das caixas proximais deve ser realizadaat que o ponto de contato com o dente vizinho seja removido.

    D) ( ) Nas caixas oclusais e proximais podem ser utilizadas pontas diamantadas 2133e 3131 respectivamente.

    E) ( ) Assim como nos preparos para inlays, a remoo de prismas de esmalte semsuporte dos ngulos externos proximais pode ser realizada com instrumentosmanuais (cinzis ou recortadores de margem).

    Resposta no final do captulo

    OVERLAYSEsta modalidade de restaurao, tambm conhecida como facetas oclusais, est indicadapara dentes posteriores que necessitam de acrscimos oclusais maiores do que 1mm, ouseja, dentes que sofreram reteno eruptiva, ou que por necessidade prottica de recuperaode dimenso vertical ou correo do plano oclusal (desgaste do antagonista) posicionaram-se em infra-ocluso.

    PARTICULARIDADES DOS PREPAROS DO TIPO OVERLAY

    Embora, por conceito, as overlays no necessitem de preparo, acreditamos que algunsdos princpios das onlays devam ser seguidos.

    Obviamente, a reduo oclusal no se aplica, j que o espao est presente. O preparo do chanfro profundo conveniente para que a linha de terminao tenha

    espessura e ngulos adequados. As caixas proximais e oclusais s devero ser executadas se preexistirem restauraes

    nestas faces, ou se houver necessidade de espao. A regularizao e o acabamento da superfcie oclusal se faz necessria aos moldes das

    onlays.

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23161

  • 162 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Praticamente, possvel que se realize todo o preparo dental apenas com a ponta4138.

    PREPAROS 4/5A indicao dos preparos 4/5 vai de encontro necessidade de se restaurar um dente posteriorcom tal amplitude de destruio, ou seja, superfcies oclusais, proximais e lingual (ou palatina).Por no ser um preparo total, exige-se que a reteno seja incrementada pela cimentaoadesiva. Desta forma, fundamental que o dente a ser preparado apresente estruturadental ou restauradora que permita a adeso do agente cimentante. Sendo assim,como nas demais restauraes cermicas parciais, no deve ser indicado em dentes quetenham ncleos metlicos.

    PARTICULARIDADES DOS PREPAROS DO TIPO 4/5

    O preparo 4/5 apresenta as seguintes caractersticas: um misto do preparo para onlay (j descrito) e do preparo para coroa total (descrito

    a seguir); a face oclusal apresenta reduo de 1,5 a 2mm, seguindo a orientao das vertentes

    internas (triturantes) e recobrimento da cspide vestibular pelo chanfro profundo,que se estende 1,5mm em direo cervical;

    as faces proximais e lingual seguem orientao semelhante s das coroas totais, ouseja, desgaste axial de aproximadamente 1,5mm, inclinao das paredes com conver-gncia de 12 para oclusal e terminao em chanfro profundo.

    A Figura 25 apresenta uma seqncia de preparo para restaurao 4/5 de cermica pura.

    Figura 25 Preparo para restaurao 4/5 de cermica pura.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23162

  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 163

    O rompimento do contato proximal deve ser realizado com pontas diamantadasafiladas como a 3203.

    Com a ponta diamantada 4138 praticamente se realiza todo o restante do prepa-ro, ou seja, reduo oclusal, lingual, proximais e chanfro profundo. Entretanto,em situaes em que dentes contguos encontram-se muito prximos, provvelque a espessura da ponta diamantada torne-se exagerada, impedindo que serealize o preparo nas proximais sem que a face vizinha seja atingida. Nestescasos, pontas com a forma de torpedo com dimetro menor devem substituir asmais grossas, pelo menos at que se consiga um acesso conveniente.

    14. Em que situaes indicam-se restauraes overlays?

    15. Com que finalidade prepara-se o chanfro profundo em restauraes overlays?

    16. Em que situaes no se deve indicar o preparo 4/5?

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23163

  • 164 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    FACETAS LAMINADASAs facetas laminadas esto indicadas para a correo anatmica de dentes anteriorescom alteraes morfolgicas extensas, como, por exemplo:4

    microdontia; dentes conides; diastemas; fraturas; desgaste incisal por atrio; desgaste vestibular por corroso cida; malformao da superfcie do esmalte.

    As facetas laminadas tambm esto indicadas em dentes vitais com alteraes cromticasseveras refratrias ao clareamento.

    Quando um dente endodonticamente tratado encontra-se escurecido e o clarea-mento no se mostra eficaz, preciso que o volume do remanescente seja avaliadoantes que se indique uma faceta laminada, principalmente quando restauraesproximais estiverem presentes.4 necessrio que a parede vestibular da coroa apresen-te um volume bastante expressivo para que se possa indicar uma faceta.41

    H de se considerar que o dente em questo se encontra fragilizado pela reduode sua estrutura pela endodontia e que o preparo a ser realizado dever ser maisprofundo, j que a cermica dever ter espessura suficiente para atenuar o escure-cimento sem se tornar excessivamente opaca. Diante disto, provvel que, na maioriados casos de escurecimento endodntico refratrio ao clareamento, a indicao decoroas totais seja uma alternativa mais confivel.42

    Existe um tabu em relao indicao de facetas laminadas em pacientes com desgasteincisal severo. Normalmente, esses desgastes esto presentes em pacientes com hbitosparafuncionais (bruxismo); entretanto, boa parte destes acometimentos est relacionada funo.

    No incomum encontrarmos profissionais que se equivocam no diagnstico de desgastesfuncionais ao confundi-los como se fossem desgastes por hbito parafuncional. Esta condio evidenciada em indivduos que perderam os dentes posteriores e, portanto, desenvolveramuma mastigao anterior na busca de compensar a funo comprometida. Em adio, conhecida a potencializao do desgaste dental pela corroso por cidos.

    Distrbios gstricos (refluxo) ou a ingesto freqente de alimentos cidos podem no serobservados na avaliao do paciente. Por outro lado, mesmo que o paciente realmente apresen-te desgaste por bruxismo, no existe nenhuma evidncia cientfica que desabone a indicaode facetas laminadas cermicas na restaurao esttica e funcional de seus dentes. H de se

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 165

    lembrar que a recuperao da guia anterior um dos objetivos mais importantes em umareabilitao prottica.41,42 Portanto, no se deve temer a reconstruo incisal do dente des-gastado, mesmo nestes pacientes, j que as facetas laminadas cermicas so mais resistentes abraso do que as resinas compostas e menos invasivas do que as coroas totais.4,41

    Evidentemente, o risco de fratura existe tal qual para qualquer outro material restauradoresttico, mas a indicao de facetas laminadas perfeitamente vivel em pacientes brux-manos, desde que os mesmos sejam protegidos por placas oclusais e recebam acompanhamen-to periodicamente.

    PARTICULARIDADES DOS PREPAROS DO TIPO FACETAS LAMINADAS

    [1] O preparo deve ser iniciado pelo delineamento de toda a superfcie de interfernciaesttica, ou seja, a poro visvel do dente. Este procedimento pode ser realizado comuma ponta diamantada esfrica 1014 posicionada em ngulo de 45 com a superfcievestibular. A inclinao evita que a ponta se aprofunde mais do que a metade do seudimetro.

    Este procedimento visa a criar um sulco de orientao partindo da incisal distal incisalmesial contornando a face vestibular pelas extremidades proximais e cervicais. O desgastedeve ser limitado nas proximais pelo incio do ponto de contato proximal e na cervicalpela gengiva marginal livre. O sulco j esboa uma linha de terminao do preparo emforma de chanfro e ajuda na mensurao da reduo vestibular.

    [2] A seguir, com uma ponta anelada 1111 ( = 0,5mm) ou 2222 ( = 0,7mm), so confeccio-nados sulcos horizontais em toda a face vestibular que orientam o aprofundamentoaxial do preparo. Os diferentes dimetros das pontas visam a fornecer diferentes profun-didades de preparo, j que dentes com alterao cromtica requerem espao maior paraa cermica. Estes sulcos podem ser realizados tambm no sentido vertical com pontascilndricas de extremidade arredondada como, por exemplo, a 3216; entretanto, nestescasos o aprofundamento deve restringir-se metade do dimetro da ponta.

    Embora a utilizao de sulcos verticais seja bastante vivel, a regularizao do desgas-te posterior pode ser dificultada, pois a ponta tende a acompanhar a orientao dosulco; ao contrrio, quando sulcos horizontais so executados, a ponta de reduotrabalha direcionada perpendicularmente, permitindo que se remova exatamente aestrutura desejada eliminando todos os vestgios do sulco.

    [3] A unio dos sulcos de orientao pode ser realizada com pontas cilndricas ou tronco-cnicas longas de extremidade arredondada. Pontas de dimetros maiores so em geralpreferidas por uniformizarem o desgaste com mais facilidade. A ponta 4138 novamentese torna uma boa opo por atender tais necessidades.

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  • 166 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Durante o nivelamento dos sulcos pela reduo vestibular, preciso que a ponta sejaposicionada no longo eixo do dente, mas que a inclinao vestbulo-lingual seja constante-mente alterada, acompanhando a curvatura da face. Tal cuidado tambm se aplica curvatura msio-distal que deve ser reproduzida pelo preparo.

    O desgaste que se estende por toda a face visvel deve ser limitado pelo sulco inicialmentepreparado com a ponta esfrica, a menos que existam restauraes proximais extensas.Embora no haja necessidade de se estender o preparo para que pequenas restauraesclasse III (satisfatrias) sejam recobertas, recomenda-se que grandes restauraes proximaissejam envolvidas pelo preparo.43,44

    A invaso da proximal pelo preparo deve manter uma via de insero vestbulo-incisallivre de retenes. Desta forma, o desgaste fornecer paredes axiais convergentes paravestibular e incisal simultaneamente. A linha de terminao cervical deve ser realizadaem chanfro, e todo o ngulo cavossuperficial lingual (ou palatino), em ngulo reto (Figu-ras 26A a 26H).

    A B C

    D E F

    G H

    Figura 26 A) a H) Facetas lami-nadas nos dentes 11, 12 e 21 comrecobrimento proximal. Nota-se aexpulsividade inciso-vestibular dospreparos e o ngulo cavossuperfi-cial reto por palatino.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 167

    [4] A reduo incisal deve permitir um espao de aproximadamente 1,5mm para a cermica,ou seja, a espessura do tero mdio da ponta 4138. O desgaste realizado de proximala proximal, com a ponta acompanhando a inclinao vestbulo-lingual da borda incisal.

    Ateno deve ser dada no planejamento, pois caso a restaurao do dente porfacetas preveja a reconstituio de bordas incisais desgastadas ou o alongamentode dentes curtos, a reduo incisal pode no ser necessria. Nestes casos, realiza-seapenas a regularizao do bordo. Embora alguns profissionais no realizem a cober-tura incisal, tal procedimento desejvel por necessidade mecnica e esttica.

    Problemas tcnicos como a reproduo de mamelos dentinrios e incisais translci-das podem ocorrer quando o desgaste incisal no for realizado, j que no prover aoceramista o espao necessrio aplicao das massas cermicas e caracterizaes. Mesmoque se consiga aplicar todas as massas, a translucidez incisal depende da passagem deluz ao fundo da boca; sendo assim, se houver estrutura dental e agente cimentantebloqueando esta luz, obviamente o efeito natural no poder ser reproduzido.

    [5] Classicamente, a linha de terminao incisal preconizada nos preparos para facetas lami-nadas cermicas um chanfro de cobertura lingual (ou palatina) realizado com pontasde extremidade arredondada (4238). Em geral, o recobrimento no pode estender-sedemasiadamente para cervical, assim como o chanfro no deve aprofundar-se axialmenteno preparo, sob a pena de tornar o bordo incisal fino e frgil.

    Apesar de tal procedimento ainda ser aplicado por muitos profissionais, sua indicaoperdeu fora diante de evidncias cientficas recentemente reveladas. Linhas determinao incisal em forma de plat, ou seja, sem o chanfro recobrindo a superfcielingual (ou palatina) demonstraram fornecer restauraes menos susceptveis fratura.

    Os valores de resistncia apresentados se aproximam dos valores encontrados em denteshgidos, mesmo quando as redues incisais foram maiores do que 2mm.18,36,44,45,46,47,48

    Diante disto, torna-se desnecessria a execuo do chanfro incisal, a menos que sejarealizado para o recobrimento de restauraes ou cavidades preexistentes (Figuras 27A,27B e 27C).36,43,44

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23167

  • 168 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    ACABAMENTO DAS FACETAS LAMINADAS

    Para o acabamento do preparo do tipo facetas laminadas, a ponta 4138F pode ser utilizadaem contra-ngulo de baixa rotao ou em contra-ngulos especiais com pina para pontasde alta rotao (Figuras 28A e 28B).

    A B C

    Figura 27 A), B) e C) Chanfro incisal confeccionado com o objetivo de recobrir restaurao de resinacomposta que se estendia pela face palatina.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A B

    Figura 28 A) Motor contra-angulado. B) Contra-ngulo para motores de baixa rotao. Ambos com pinaspara pontas ou brocas de alta rotao, destinados ao acabamento de preparos.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Nesta etapa de acabamento, todas as arestas e sulcos devem ser regularizados repetindo asinclinaes anteriormente realizadas durante o preparo. O refinamento do chanfro da termina-o tambm realizado com a mesma ponta de acabamento de maneira que determine osngulos internos arredondados e cavossuperficial reto.

    Cuidado adicional deve ser dispensado no acabamento das proximais. A proteo dodente vizinho com matrizes de ao uma necessidade constante, a menos que os dois dentesestejam sendo preparados simultaneamente.40

    Os prismas de esmalte sem suporte que so naturalmente deixados na linha de terminaoproximal, graas ao formato arredondado da ponta, devem ser removidos preferencialmentecom a utilizao de cinzis e recortadores de margem.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 169

    O ponto de contato proximal dever ser rompido com a utilizao de tiras de lixa de aodiamantado para que o procedimento de moldagem seja executado sem o rasgamento domaterial de impresso. Assim, as proximais so livremente copiadas pelo molde, permitindoa individualizao dos troquis (Figura 29). Obviamente os contatos proximais so restabeleci-dos pelo ceramista durante a confeco das facetas.

    Figura 29 Proximais copiadas pelo molde,permitindo a individualizao dos troquis.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    A Figura 30 apresenta uma seqncia de preparo para facetas laminadas de cermica pura.

    Figura 30 Seqncia de preparo para facetas laminadas de cermica pura. (Continua)

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23169

  • 170 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Figura 30 (continuao) Seqn-cia de preparo para facetas lamina-das de cermica pura.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    17. Em que condio seria indicada a realizao do chanfro lingual (ou palatino) no recobri-mento incisal de preparos para faceta laminada cermica?

    A) Quando o dente apresentar-se fragilizado por terapia endodntica.B) Quando o dente apresentar relao de ocluso em topo.C) Quando houver necessidade de se recobrir uma cavidade ou restaurao posicionada

    lingualmente.D) Quando o paciente apresentar sobremordida (trespasse vertical) acentuada.

    Resposta no final do captulo

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23170

  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 171

    18. Em um dente que s apresenta alterao cromtica, qual a maneira mais simplificada dese orientar o desgaste incisal durante os preparos para facetas laminadas cermicas?

    A) Utilizar uma rgua milimetrada para aferir a reduo.B) Utilizar a espessura de uma ponta diamantada de 1,5mm de dimetro durante o

    desgaste.C) Mensurar a borda incisal do provisrio.D) Utilizar uma matriz de silicone reproduzindo o enceramento diagnstico.

    Resposta no final do captulo

    19. Com relao caracterstica dos preparos para facetas laminadas cermicas, qual NOse aplica a esta modalidade de preparo?

    A) Paredes axiais com inclinaes de 12.B) ngulo cavossuperficial reto.C) ngulos internos arredondados.D) Superfcie lisa.

    Resposta no final do captulo

    COROAS TOTAISOs preparos para coroas totais cermicas esto indicados para grandes destruies coro-nrias que requeiram o recobrimento de todas as faces do dente pilar (Figuras 31A, 32B e32C).

    A B C

    Figura 31 A), B), e C) Coroas totais cermicas recobrindo dentes com extensas perdas de estrutura coronria.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Embora cermicas puras tenham restries com relao sua indicao em prtesesparciais fixas, possvel que sejam utilizadas em espaos pequenos, principalmentequando sistemas com cermicas altamente reforadas so utilizados.

    04_Preparos dentais.p65 1/8/2007, 16:23171

  • 172 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    A presena de pino metlico ou estrutura de suporte escurecida pode contra-indicar cermicasaltamente adesivas, pois tanto a esttica quanto a capacidade adesiva estariam comprometidas.Ao contrrio, cermicas altamente reforadas que apresentem infra-estruturas opacas podemser utilizadas, pois atenderiam s duas solicitaes convenientemente. verdade que seaplicarmos o bom senso nestas situaes, provavelmente a relao custo-benefcio poderiaconduzir-nos indicao de coroas metalocermicas com ombro vestibular, j que so aindarecursos que contemplam satisfatoriamente a maioria das coroas protticas.

    PARTICULARIDADES DAS COROAS TOTAIS

    [1] Como comentado anteriormente, se o elemento dental a ser preparado apresentar-secom coroa anatomicamente hgida ou reconstituda e bem posicionada, o preparo serorientado pela superfcie externa da coroa. A reduo das paredes tornar o preparogeometricamente uma reproduo da prpria coroa em tamanho reduzido.19

    [2] Inicialmente, com uma ponta esfrica 1014 realiza-se nas superfcies vestibular e lingual(ou palatina) um sulco msio-distal tangente gengiva marginal livre. Na presena dedentes contguos, o sulco se estende at a regio em que o acesso no esteja comprome-tido. A ponta deve ser posicionada em ngulo de 45 com a superfcie preparada. Esteprocedimento visa a criar um sulco de orientao cervical, que no deve ser mais profundoque a metade da ponta esfrica.

    [3] A ruptura do ponto de contato proximal tem como objetivo facilitar o acesso depontas mais calibrosas e pode ser realizado com a ponta diamantada 3203 mediante aproteo do dente vizinho com matrizes de ao. Em seguida, se completa o preparo emtoda a extenso proximal mantendo a inclinao da ponta 3146 ou 3216 paralela aolongo eixo do dente.

    [4] Sulcos de orientao vestibular e lingual (ou palatino) devem ser executados nolongo eixo do dente, aprofundando-se o dimetro total de pontas cilndricas de extremida-de arredondada (3146). A utilizao de pontas de dimetros maiores, como a 4138, indicada em dentes mais volumosos como nos molares, mas deve ser evitada em dentescom dimenses reduzidas. Os sulcos devem ser realizados nos teros mdios e proximaisdas faces vestibulares e linguais dos dentes, considerando que, para molares, o nmerode sulcos deve ser aumentado.

    O direcionamento das pontas deve seguir a inclinao das superfcies, ou seja, no terocervical e mdio, paralelo ao longo eixo do dente (primeira inclinao) e no tero oclusalposterior e incisal anterior convergente (segunda inclinao). Em geral a segunda inclinaonos dentes posteriores mais acentuada nas cspides de conteno (vestibulares inferiorese palatinas superiores). Na concavidade palatina e lingual dos dentes anteriores, o sulcodeve acompanhar a curvatura em toda a sua extenso.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 173

    [5] Seguindo o mesmo princpio, a orientao da reduo oclusal dos dentes posteriores eincisal dos anteriores se baseia em sulcos realizados nestas superfcies contendo 1,5mmde profundidade. A ponta 4138 deve ser totalmente aprofundada na superfcie oclusalposterior acompanhando a inclinao de cada vertente oclusal interna. Nos dentes anterio-res, o ngulo da borda incisal deve ser respeitado.19

    [6] A unio dos sulcos de orientao ento realizada com as mesmas pontas utilizadas nasua confeco (3146, 3216 ou 4138). Inicia-se pela metade mais visvel, e s aps aavaliao do desgaste se prossegue concluindo outra metade. Na concavidade palatinae lingual dos dentes anteriores, a unio dos sulcos pode ser realizada com pontas emforma de chama como a 3118 ou 3168.

    [7] A reduo oclusal um procedimento que pode ser realizado tanto no incio quanto nofinal do preparo, ou seja, no existe uma seqncia rgida a ser seguida. No entanto, prudente protelar a reduo oclusal para o final, quando a altura crvico-oclusal foraparentemente reduzida. possvel que a falta de altura, e conseqentemente deficinciana reteno, contra-indique a confeco de cermicas puras se uma cimentao adesivaefetiva no for vivel. Metalocermicas com oclusais metlicas, apesar de comprometerema esttica, podem ser uma alternativa, j que minimizariam o desgaste oclusal.

    ACABAMENTO DAS COROAS TOTAIS

    O acabamento das coroas totais, assim como o de todos os preparos, deve respeitar a formaobtida removendo todas as arestas, sulcos e irregularidades. neste momento tambm quese deve ajustar as inclinaes dos preparos inicialmente paralelos.

    Com as mesmas pontas em granulaes mais finas e/ou em baixa rotao, realiza-se a conver-gncia desejada para o preparo. As paredes axiais devem apresentar, em mdia, inclinaesde 12; entretanto, inclinaes maiores ou menores sero necessrias quando o preparoestiver respectivamente alongado ou encurtado.

    nesta fase de acabamento que se deve dar ateno especial linha de acabamentocervical. Como visto, cermicas puras requerem terminaes em chanfro profundoou ombro arredondado; sendo assim, durante o acabamento, o trmino deve serevidenciado com a ponta correspondente forma desejada.19 neste momentoque a extenso cervical deve ser checada e reposicionada conforme a necessidadede cada caso (supragengival, no nvel gengival ou intra-sulcular).

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  • 174 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    A Figura 32 apresenta uma seqncia de preparo para coroa total cermica anterior.

    Figura 32 Seqncia de preparo para coroa total cermica anterior. (Continua)

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 175

    A Figura 33 apresenta uma seqncia de preparo para coroa total cermica posterior.

    Figura 32 (continuao) Seqn-cia de preparo para coroa total ce-rmica anterior.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

    Figura 33 Seqncia de preparo para coroa total cermica posterior. (Continua)

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  • 176 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    Figura 33 (continuao) Seqn-cia de preparo para coroa total ce-rmica posterior.Fonte: Arquivo de imagens do autor.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 177

    20. Um primeiro molar superior que apresente uma restaurao de amlgama de prata MODde dimenses mdias, onde a cspide msio-vestibular foi fraturada no tero mdio, quetipo de conduta seria mais indicada se o paciente se queixasse da interferncia estticado material restaurador?

    A) Preparo para restaurao cermica do tipo onlay recobrindo todas as cspides rema-nescentes.

    B) Preparo para restaurao cermica com caractersticas mistas: onlay na cspide fra-turada e inlay substituindo o restante do amlgama.

    C) Preparo para restaurao metlica fundida do tipo onlay.D) Reconstituio da cspide fraturada com resina composta.

    Resposta no final do captulo

    21. Em que situao no seria possvel utilizar a tcnica de preparo utilizando sulcos deorientao de profundidade na superfcie do dente (silhueta)?

    A) Dentes pilares inclinados.B) Dentes pilares com coroas destrudas.C) Dentes com necessidade de alterao de forma.D) Todas as alternativas esto corretas.

    Resposta no final do captulo

    22. Em que condies um preparo para coroa total cermica poderia ser desenvolvido comparedes axiais mais convergentes para oclusal?

    A) Quando o dente apresentar-se encurtado aps o seu preparo.B) Quando o remanescente e o material restaurador cermico permitirem adeso pelo

    cimento resinoso.C) Quando canaletas de reteno forem confeccionadas nas paredes axiais.D) Quando o preparo estiver sobre um ncleo metlico fundido.

    Resposta no final do captulo

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  • 178 PREPAROS DENTAIS PARA PRTESES LIVRES DE METAL

    CONCLUSOOs preparos dentais so fundamentais para que os dentes possam ser restaurados por meiode restauraes cermicas livres de metal, mas preciso que o profissional saiba indic-losaps uma avaliao minuciosa e um diagnstico preciso. No menos importante deve ser autilizao do conhecimento da tcnica, do instrumental, das condies do paciente queextrapolam o rgo dental e principalmente do bom senso durante a execuo dos desgastes.

    RESPOSTAS S ATIVIDADES E COMENTRIOSAtividade 1Chave de resposta: 4, 1, 5, 6, 2, 3

    Atividade 12Resposta: DComentrio: Cavidades proximais amplas invadindo as superfcies vestibulares ou linguaisindicam a necessidade de materiais mais resistentes. Em geral, o restabelecimento do contor-no e contato proximal fica dificultado por meio de restauraes diretas em resina composta.J com relao necessidade de se recobrir uma cspide, tem a ver com o posicionamentodas margens em relao ponta de cspide, ou seja, se a distncia for menor do que 1mm,significa que as paredes no tero estrutura suficiente para resistir s foras oclusais.

    Atividade 13Chave de resposta: A) V, B) F, C) V, D) F, E) V

    Atividade 1717171717Resposta: CComentrio: Quando, em uma faceta laminada cermica, estiver indicada a presena decavidades ou restauraes, indica-se a confeco do chanfro lingual recobrindo a rea afeta-da, desde que no se comprometesse a resistncia do conjunto dente/restaurao.

    Atividade 18Resposta: BComentrio: Quando o dente a ser preparado para faceta no requer correes anatmicas,a espessura de uma ponta diamantada que tenha 1,5mm de dimetro a referncia maissimples e eficiente para se aferir a profundidade do desgaste incisal, j que o prprio instru-mento rotatrio limitar o desgaste.

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  • PRO-ODONTO | ESTTICA | SESCAD 179

    Atividade 19Resposta: AComentrio: Os preparos para faceta laminada no criam paredes axiais que se relacionamem ngulo, j que, em geral, s a superfcie vestibular preparada.

    Atividade 20Resposta: BComentrio: No se deve substituir estrutura dental hgida por material restaurador, a noser que esta se encontre fragilizada. Sendo assim, nesta condio perfeitamente vivelmanter as cspides que no esto comprometidas por meio de um preparo do tipo inlay. Poroutro lado, no seguro reconstruir uma cspide fraturada com uma resina composta, aindamais mantendo-se material no adesivo como o amlgama em sua cavidade oclusal.

    Atividade 21Resposta: DComentrio: Para que a tcnica de preparo com sulcos de orientao possa ser aplicada, indispensvel que o dente em questo apresente sua coroa anatomicamente reconstitudana posio idealizada, pois a superfcie externa que garante a referncia para o desgaste.

    Atividade 22Resposta: BComentrio: Quando o dente preparado apresenta-se com grande quantidade de estruturaremanescente e/ou preenchido com material susceptvel adeso (p. ex., resina composta) ea coroa for confeccionada com cermicas que apresentam grande quantidade slica em suacomposio (p. ex., Empress 2, da Ivoclar-Vivadente), o preparo pode ser mais convergente,pois uma cimentao adesiva suprir eficientemente a deficincia retentiva do mesmo. Pre-paros mais expulsivos tambm facilitam o escoamento dos cimentos resinosos, resultandoem linhas de cimentao menores.

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