04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

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MACROECONOMIA APLICADA À ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO Carlos José Caetano Bacha Professor Titular da ESALQ/USP E-mail: [email protected]

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Macroeconomia aplicada ao agronegocio, apostila com material do curso de agronegocio da esalq

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MACROECONOMIA APLICADA

À ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO

Carlos José Caetano Bacha

Professor Titular da ESALQ/USP

E-mail: [email protected]

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Conceito de macroeconomia• A macroeconomia é ramo das Ciências Econômicas que estuda:

1) os agregados econômicos (definindo-os e discutindo comomensurá-los);

2) seus comportamentos; e,

3) as relações que guardam entre si.

Exemplos de agregados econômicos são: PIB, consumo privado,investimento privado, gastos do governo, exportações,importações, tributos, taxa de juros e taxa de câmbio.

Neste módulo, dar-se-á atenção ao estudo dos seguintes agregadoseconômicos: PIB, gastos do governo, tributos, exportações,importações, taxa de juros e taxa de câmbio, definindo-os,analisando o comportamento de alguns deles e suas relações.

• Após a exposição desta parte, o estudante terá uma visão inicial dofuncionamento atual da economia brasileira e da importância daagropecuária e do agronegócio dentro da economia brasileira.

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Conteúdo

1) Conceito de PIB e sua maneira de ser

mensurado

2) Evolução da economia brasileira de

1968 a 2014: os ciclos econômicos

3) Importância da agropecuária e do

agronegócio na economia brasileira

4) Instrumentos de política

macroeconômica

5) Inflação no Brasil

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Bibliografia

• BACHA, C.J.C. Entendendo a Economia

Brasileira. Campinas: Editora Alínea, 2015,

3a edição.

Page 5: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Produto Interno Bruto (PIB) é o

valor monetário de todos os bens e

serviços finais produzidos, em um

determinado período de tempo, com os

serviços de fatores de produção

situados dentro dos limites geográficos

de um País.

1 - Conceito de PIB e sua maneira

de ser mensurado

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Maneiras de mensurar o PIB

• É possível mensurar todos os bens e

serviços finais na economia?

• Que alternativas existem para mensurar o

PIB?

• O PIB pode ser mensurado pelos valores

adicionados na economia.

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Valor adicionado

• Valor adicionado é o montante de valor agregado a umbem ou serviço intermediário para se gerar outro bem ouserviço intermediário ou final.

• Valor adicionado = valor bruto da produção –consumo intermediário

• Suponha uma economia simples que extraía madeiras deflorestas nativas, as quais são posteriormente serradas edepois transformadas em móveis para o consumo finalou para exportação. Em cada etapa dessa produção seutiliza trabalho (para o qual se paga salário), capital(para o qual se pagam lucros ou juros) e terra ouinstalações (para os quais se paga aluguel).

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Exemplo de cadeia e valor

adicionado

Árvores

nativas

R$ 20

Madeiras

serradas

R$ 80

Móveis para consumidor

ou exportação

R$ 100

VA = R$ 20 VA = R$ 60 VA = R$ 20

O PIB é igual à soma de valores adicionados em todas as etapas

produtivas e se iguala ao valor monetário dos bens e serviços finais.

Ou seja, PIB = VA = R$ 20 + R$ 60 + R$ 20 = R$ 100. Pode-se,

portanto, dizer que o PIB é a soma da renda paga sob a forma de

salários, lucros, juros e aluguéis na economia.

O valor adicionado corresponde aos pagamentos de salário, lucros, juros e aluguéis em cada etapa produtiva.

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PIBCF versus PIBPM

• O PIB de uma nação é calculado através dasoma dos valores adicionados em cadaatividade. Isto dá o conceito de PIB a custode fatores (PIBCF).

• Acrescentando os tributos indiretos (ICMS,IPI, ISS, PIS e COFINS), tem-se o PIB apreços de mercados, que equivale à somados valores monetários dos bens e serviçosfinais negociados no mercado (PIBPM).

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• Portanto, PIBPM = PIBCF + II

• sendo que II são os tributos indiretos.

• A soma de valores adicionados nos dá o

PIBCF.

• O conceito de PIBPM é usado para dar o

valor do produto de toda a economia e o

conceito de PIBCF é usado para determinar

as participações dos setores no PIB.

• Há, também, o conceito de PIB per capita =

PIB/população residente.

Page 11: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• O PIBPM da economia brasileira em 2014 foi de R$5,521 trilhões e de R$ 5,158 trilhões em 2013. Houvecrescimento nominal (em reais correntes) de 7,0% doPIBPM. No entanto, estima-se que o PIBPM real(descontada a inflação) aumentou 0,1% em 2014 emrelação a 2013.

• Apesar do crescimento real, em dólar corrente o PIBbrasileiro passou de US$ 2,388 trilhões em 2013 paraUS$ 2,345 trilhões em 2014 (queda de 1,8%).

• Em 2014, a agropecuária (entendida como sendo asatividades desenvolvidas nos estabelecimentosagropecuários, isto é, "da porteira para dentro") foiresponsável por 5,6% do PIBCF (que não inclui impostose contribuições indiretos), a indústria por 23,4% e osetor serviços por 71,0% do PIBCF..

PIB nominal versus PIB deflacionado

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Posição do Brasil no PIB mundial• De 11a maior economia mundial em 2005, o Brasil passou à 8a maior

economia em 2009 e 2010 e foi a 6a maior economia em 2011, caindopara a 7a posição em 2012 a 2014.

• A melhoria de posição em 2009 foi porque o Brasil sofreu menos coma crise financeira de 2008 e 2009 do que outros países e teve fortecrescimento econômico em 2010. E novamente, em 2011, o Brasilcresceu mais do que importantes países. Apesar de ter relativo baixocrescimento do PIB real em 2012 e moderado crescimento em 2013.

• O PIB mundial passou de US$ 62,98 trilhões em 2008 para US$ 59,7trilhões em 2009 (em valores correntes). Tratou-se de uma quedaquase igual ao PIB da Alemanha em 2009 (que tem o 4O maior PIB domundo).

• No entanto, o PIB do Brasil representava apenas 3,0% do PIB doMundo em 2014. Os EUA, por exemplo, deteve 22,4% do PIB doMundo em 2014 e a China, 13,3%.

• Fenomenal é o crescimento do PIB chinês, que desde 2010 passou aser a segunda maior economia do Mundo. Em 2005, o PIB chinêscorrespondeu a 4,8% do PIB mundial. Essa importância multiplicoupor 2,7 em 2014.

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Exercício 1: a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do

PIB dos EUA em 2014?

b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB

chinês em 2014?

PIB em bilhões de dólares das maiores economias do mundo País 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

EUA 13.093,70 13.855,90 14.477,60 14.718,60 14.418,70 14.964,37 15.517,93 16.163,16 16.768,05 17.419,00 China 2.268,59 2.729,78 3.523,09 4.558,43 5.059,42 6.039,66 7.492,43 8.461,62 9.490,60 10.360,11 Japão 4.571,87 4.356,75 4.356,35 4.849,18 5.035,14 5.495,39 5.905,63 5.954,48 4.919,56 4.601,46 Alemanha 2.857,63 2.998,62 3.435,68 3.746,92 3.412,98 3.412,21 3.751,88 3.533,24 3.730,26 3.852,56 Reino Unido 2.412,11 2.582,75 2.963,10 2.791,68 2.308,10 2.407,86 2.592,02 2.614,95 2.678,17 2.941,89 França 2.203,68 2.325,01 2.663,11 2.923,47 2.693,83 2.646,99 2.862,50 2.681,42 2.810,25 2.829,19 Brasil 892,51 1.107,29 1.395,65 1.691,91 1.670,18 2.210,31 2.613,52 2.411,53 2.387,87 2.345,00 Itália 1.853,51 1.943,53 2.204,09 2.391,88 2.186,24 2.126,75 2.278,09 2.075,22 2.136,95 2.144,34 Índia 834,22 946,12 1.238,70 1.224,10 1.365,37 1.708,46 1.835,81 1.831,78 1.861,80 2.066,90 Rússia 764,02 989,93 1.299,71 1.660,85 1.222,64 1.524,92 1.904,79 2.016,11 2.079,02 1.860,60 Canadá 1.164,14 1.310,75 1.457,87 1.542,62 1.370,84 1.614,01 1.788,80 1.832,72 1.838,96 1.786,66 Austrália 693,34 747,21 853,44 1.055,03 926,28 1.141,27 1.388,07 1.534,43 1.560,37 1.453,77 Coréia do Sul 898,14 1.011,80 1.122,68 1.002,22 901,93 1.094,50 1.202,46 1.222,81 1.305,60 1.410,38 Espanha 1.157,28 1.264,55 1.479,34 1.634,99 1.499,07 1.431,67 1.494,51 1.355,73 1.393,04 1.404,31 México 866,35 966,87 1.043,47 1.101,28 894,95 1.051,13 1.171,19 1.186,66 1.262,25 1.282,72

Mundo 47.033,72 50.971,47 57.452,22 62.982,83 59.704,69 65.489,20 72.572,25 74.041,59 76.123,95 77.868,77

Fonte: Banco Central do Brasil para Brasil e Banco Mundial para demais países. Nota: em 2005, o Brasil era a 10a economia mundial e em 2013, a sétima economia mundial.

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Exercício 1

• a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do

PIB dos EUA em 2014?

• b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do

PIB chinês em 2014?

• Sabe-se que PIBEUA = US$ 17.419,0 bilhões, PIBChina

= US$ 10.360,11 bilhões e PIBBrasil = US$ 2.345,0

bilhões

Page 15: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Conteúdo

1) Conceito de PIB e sua maneira de ser

mensurado

2) Evolução da economia brasileira de

1968 a 2014: os ciclos econômicos

3) Importância da agropecuária e do

agronegócio na economia brasileira

4) Instrumentos de política

macroeconômica

5) Inflação no Brasil

Page 16: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Determinantes do PIB

Há várias óticas de considerar os determinantes do

PIB, entre as quais se destaca a ótica do dispêndio.

Ela mensura o produto pelos componentes que o

absorve (pelos bens e serviços demandados).

PIBPM + M = C + Ir + G + X

Oferta Global Absorção

PIBPM = C + Ir + G + X M

DAR = Demanda Agregada Realizada

Observe que Ir, G , X e/ou M PIB

Page 17: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Definições

• PIBPM = PIB a preços de mercado

• C = consumo do setor privado

• Ir = investimento do setor privado

• G = gastos do governo

• X = exportações de bens e serviços

• M = importações de bens e serviços

• T = arrecadação tributária.

Page 18: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Políticas macroeconômicas e PIB

• Lembre-se que: PIBPM = C + Ir + G + X M

• Podem ocorrer conflitos entre políticas macroeconômicase o desejo de crescimento do PIB.

• Políticas monetária e cambial visando o controle dainflação implicam aumento da taxa de juros e queda dataxa de câmbio. Com isso: Ir, X e/ou M PIB

• Política fiscal de controle do déficit público implica: G e T ( C ) PIB

• Além do conceito de PIBPM há o PIB per capita (= PIBPM

dividido pela população residente).

• É possível que o PIBPM cresça e o PIB per capita podecrescer, ficar constante ou diminuir.

Page 19: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

EVOLUÇÃO DA ECONOMIA

BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos

• Classificando:

• Crescimento Econômico é a situação na qual PIB(total) e PIB per capita estão crescendo.

• Desaceleração Econômica é a situação na qual PIB(total) e PIB per capita crescem a taxas decrescentes.

• Estagnação Econômica é quando o PIB per capitaestá constante.

• Recessão Econômica é a situação na qual o PIB(total) e o PIB per capita diminuem.

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Evolução do PIB

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PIBpm (R$ milhões de 2014) PIB per capita (R$ de 2014)

1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA

BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos

Fonte: IBGE

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2014

Ano

PIB

tota

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Evolução do PIB

PIB

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PIBpm (R$ milhões de 2014) PIB per capita (R$ de 2014)

1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA

de 1968 a 2014: os ciclos

Fonte: IBGE

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Após a recessão de 2009, houve forte crescimento econômico em

2010, seguido de desaceleração de 2011 a 2014. E 2015?

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Page 22: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

O PIB do Brasil em 2015

• As estimativas do FMI (divulgadas em começo de

outubro deste ano) indicam que o PIB do Brasil

reduzirá de 3,0% em 2015 e caíra 1% em 2016.

• As estimativas do FMI para o crescimento do PIB

dos demais BRICS para 2015 são:

Rússia (-3,8%), China (6,8%), Índia (7,3%) e

África do Sul (1,4%).

• Veja notícia no site:

http://www.valor.com.br/brasil/4257942/pib-do-

brasil-deve-recuar-3-em-2015-e-1-em-2016-preve-

fmi

Page 23: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Conteúdo

1) Conceito de PIB e sua maneira de ser

mensurado

2) Evolução da economia brasileira de

1968 a 2014: os ciclos econômicos

3) Importância da agropecuária e do

agronegócio na economia brasileira

4) Instrumentos de política

macroeconômica

5) Inflação no Brasil

Page 24: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Definição de agropecuária

• Agropecuária é o grupo de atividades que usam aterra como fator de produção seja para o plantiode culturas, para a criação de animais, o plantiode florestas, a aquicultura, por exemplo.

• Agricultura passa a ser um sub-setor daagropecuária, e a Pecuária é outro sub-setor daagropecuária.

• Por que é importante distinguir agricultura depecuária?

• Ambas podem ter desempenhos diferentes esofrerem impactos distintos das políticaseconômicas.

Page 25: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Definição de agronegócio

• O termo agronegócio é a tradução do termo

agribusiness e se refere ao conjunto de atividades

realizadas pela agropecuária e pelas atividades que

lhe fornecem insumos ou industrializam ou

distribuem os produtos agropecuários e

agroindustriais.

• O agronegócio é uma agregação de atividades,

divididas em, no mínimo, quatro segmentos.

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Esquema do AgronegócioSeg-

mento I

Ofer-

tantes

de insu-

mos

para a

agrope-

cuária

Seg-

mento II

Agro-

pecuária

Seg-

mento

III

Agro-

indústri

as

Seg-

mento

IV

Distri-

buição

Há autores que chamam o segmento I de “indústria para a agricultura” (ou atividades antes

da porteira) e o segmento III de “indústria da agricultura”. Mas observe que o Segmento I

pode englobar atividades de serviços, e agricultura é distinta de agropecuária.

Outra distinção importante é entre CAI (complexo agroindustrial, colocado acima) e SAG

(sistema agroindustrial).

Page 27: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

3.1 - Análise da Participação da

agropecuária e do agronegócio na

Constituição do PIBCF

• O Sistema de Contas Nacionais do

Brasil nos fornece o produto a custo de

fatores de cada setor da economia

brasileira, os quais são: agropecuária,

indústria e serviços.

Page 28: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

3.1.1 - Tendência de participação da

agropecuária no PIB

• A tendência histórica da participação daagropecuária no PIB em qualquer país é dediminuir, pois a demanda de alimentos é inelásticaa variação na renda.

• Isto ocorreu no Brasil de 1948 a 1997.

• No entanto, de 1997 a 2003, essa participaçãoaumentou devido a quatro fatores: melhora nospreços recebidos versus preços pagos pelaagropecuária, melhora na relação preços agrícolasversus preços industriais, aumento daprodutividade e aumento das exportações.

Page 29: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Há uma tendência histórica de queda da participação da agropecuária no PIB pois a

demanda de alimentos é inelástica a variações na renda. Mas essa queda não é

homogênea. Veja a recuperação de 1997 a 2003 e a crise dos anos 2005 e 2006.

A indústria perde importância a partir de 1987 devido à tercerização (que transfere

renda da indústria para os serviços) e a partir de 2011 com a desindustrialização

causada pelas importações.

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AGROPECUÁRIA

INDÚSTRIA

SERVIÇOS

Gráfico 2 - participação dos setores na composição do PIB brasileiro - 1947 a 2014

Fonte: IBGE

Page 30: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

As participações da agropecuária e do setorserviços no PIB diminuíram no período de 1947 a1986, enquanto a participação da indústriaaumentava.

De 1986 a 1997, as participações da indústria e daagropecuária caíram, enquanto aumentou aparticipação do setor serviços no PIB.

De 1998 a 2003, a situação inversa ocorreu, ouseja, as participações da agropecuária e da indústriana composição do PIB aumentaram, enquantocaíram as participações do setor serviços.

Nos anos de 2005 e 2006 houve forte queda daimportância da agropecuária no PIB, com relativaestabilização desta participação entre 5,2% e 5,7%do PIBPM entre 2007 e 2014.

Page 31: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 2

• Em 1997, as participações da agropecuária e

da indústria no PIB foram, respectivamente,

5,3% e 25,4%. Em 2003, essas

participações foram, respectivamente, 7,2%

e 27,0%. Quais foram as taxas de

crescimento das participações da

agropecuária e da indústria no PIB no

período de 1998 a 2003?

Page 32: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

A crise de 2005 e 2006 e os anos seguintes

• Os anos de 2005 e 2006 presenciaram significativa redução doPIB da agropecuária em relação a 2004, devido à grande quedade preços de produtos agropecuários, atribuída em parte àvalorização cambial.

• A tabela a seguir apresenta as participações dos setores no PIB.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Agropecuária 6,7 5,5 5,1 5,2 5,4 5,3 4,9 5,1 5,3 5,6 5,6

Indústria 28,7 28,6 27,8 27,1 27,4 25,7 27,4 27,2 25,4 24,4 23,4

Serviços 64,6 65,9 67,1 67,7 67,2 69,1 67,8 67,7 69,4 70,0 71,0

Em 2004, o PIBPM a preços de 2014 da agropecuária foi de R$ 264,36

bilhões, passando a R$ 223,40 bilhões em 2005 (queda de 15,5%), R$

218,21 bilhões em 2006 (nova queda de 2,3%), recuperando para R$ 233,55

bilhões em 2007, R$ 255,36 bilhões em 2008, R$ 247,81 bilhões em 2009,

R$ 246,24 bilhões em 2010, R$ 270,21 bilhões em 2011, R$ 282,67 bilhões

em 2012, R$ 310,35 bilhões em 2013 e R$ 306,95 bilhões em 2014.

Page 33: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

PIB da agropecuária e de seus componentes

A produção vegetal (agricultura, silvicultura e exploração florestal) representou

67,7% do PIB da agropecuária em 2009 e a produção animal (pecuária e pesca) os

outros 32,3%. Observe que a grande queda de renda da agropecuária em 2005 foi

advinda da agricultura, a qual melhora em 2006, com a pecuária tendo piora.

Page 34: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Os setores econômicos são sujeitos, também, a ciclos

específicos. Destacam-se a crise da agropecuária em 2005 e

2006 e o baixo crescimento industrial a partir de 2005, com

queda nos três últimos anos.

O setor serviços é o mais importante na composição do PIB

brasileiro, mas seus componentes têm crescimentos distintos.

Page 35: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

As mudanças na composição do

setor serviços

• É importante observar as mudanças que têmocorrido na composição do setor serviços.

• Em períodos de inflação alta, o setor financeiroteve grande participação na composição doPIB brasileiro. Diminuindo essa participaçãoquando a inflação diminuiu.

• Outro segmento importante na composição doPIB do setor serviços é o de administraçõespúblicas.

Page 36: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Participações das instituições financeiras no PIB: 7,8% em 1986,

25% em 1993, 6,8% em 2000 e 6,7% em 2014.

Participações das administrações públicas no PIB: 8,0% em

1986, 11,1% em 1993, 15,5% em 2000 e 16,8% em 2014.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1947

1950

1953

1956

1959

1962

1965

1968

1971

1974

1977

1980

1983

1986

1989

1992

1996

1999

2002

2005

2008

2011

2014

PE

RC

EN

TA

GE

M

ANO

SERVIÇOS

INST. FINAN.

ADM. PUBLICAS

OUTROS SERV

Gráfico 3 - participação do setor serviços e de seus componenntes no PIB - 1947 a 2014

Page 37: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

1.5.2 - Participação do agribusiness no PIB

brasileiro

• Denomina-se de agribusiness ou complexoagroindustrial (CAI) - termos normalmenteusados como sinônimos - o conjunto deatividades realizadas pela agropecuária epelos setores diretamente a ela vinculados.

• Portanto, o complexo agroindustrial é oconjunto formado pela sucessão deatividades vinculadas à produção e àtransformação de produtos agropecuários.

Page 38: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Visão sistémica da economia

• O complexo agroindustrial (CAI) apresenta

uma visão sistêmica da economia,

evidenciando como certos segmentos

fornecem insumos à agropecuária e outros

segmentos procedem à transformação

industrial e à distribuição dos produtos in

natura ou transformados.

Page 39: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Esquema do Agronegócio

Seg-

mento I

Ofer-

tantes

de insu-

mos

para a

agrope-

cuária

Seg-

mento II

Agro-

pecuária

Seg-

mento

III

Agro-

indústri

as

Seg-

mento

IV

Distri-

buição

Page 40: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Dimensão do agronegócio

• A queda de importância do agronegócio no PIB em 2005 (em 1,9p.p.) em relação a 2004 deveu-se, principalmente, à crise daagropecuária em 2005 (-1,2 p.p.).

1959 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Agropecuária 17,2 6,4 7,2 6,7 5,5 5,1 5,2 5,4 5,3 4,9 5,1 5,3 5,6 5,6

Agronegócio 52,8 25,0 26,3 25,5 23,6 22,8 23,2 23,8 22,5 22,5 23,1 22,2 22,5 22,4

Os dados das Contas Nacionais sobre a participação da agropecuária

no PIB brasileiro só computam as atividades realizadas da “porteira

para dentro”. Se for adotado o conceito de complexo agroindustrial,

tem-se uma participação maior do agronegócio no PIB.

Tabela: Participação da agropecuária e do agronegócio no PIB

brasileiro

Fonte: IBGE e CEPEA

Page 41: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 3

• 3.a) Calcule a relação (participação do PIB

do agronegócio/participação do PIB da

agropecuária) em 1959 e em 2014.

• 3.b) O que essa relação indica?

Page 42: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

A tendência geral é do agronegócio perder importância no PIB da

economia brasileira, mas com flutuações de um ano a outro. O

agronegócio passou de 52,8% do PIB brasileiro em 1959 para 22,4% em

2014. Por que o agronegócio aumentou de importância no PIB brasileiro

de 2000 a 2003?

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

19

59

19

70

19

75

19

80

19

85

19

90

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

Perc

enta

gem

AnoFonte: Montoya e Guilhoto (1999), Furtuoso e Guilhoto (2001) e CEPEA.

Page 43: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Dimensão do agronegócio na economia

• Por que há uma tendência à redução do

agronegócio na economia brasileira até a

década de 1990?

• A demanda de alimentos é inelástica a

variações da renda.

• Como se mensura o agronegócio?

• Qual é a dimensão do agronegócio em

outros países?

Page 44: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Importância do agronegócio no PIB

de alguns países – 1997País %

Argentina 32,20

Brasil 28,07

Chile 32,10

Colômbia 32,10

Costa Rica 32,50

México 24,50

Holanda 8,70

EUA 8,10

Fonte: dados apresentados por Guilhoto (1999)

Page 45: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Dimensão do agribusiness nas regiões do

Brasil

• O agronegócio pode ter:

Importância diferente nas distintas regiões doBrasil,

A importância do agronegócio em uma mesmaregião ao longo do tempo pode aumentar, diminuirou ficar estável,

Os componentes do agronegócio podem terdiferentes composições entre as regiões,

A participação do agronegócio entre os estados deuma mesma região em um mesmo ano pode sermuito diferente.

Page 46: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Participação do agronegócio no PIB das regiões

e do Brasil – 1995 e 2004 (valores em %)

1995 2004

Norte 26,2 33

Nordeste 28,3 29

Centro-Oeste 38,1 45

Sudeste 23,2 21

Sul 52,5 49

Brasil 30,4 30

Observação: os dados deste slide e dos próximos sobre o agronegócio

consideram a série anterior de PIB do IBGE e, portanto, superdimensionam a

importância do agronegócio no PIB em relação à série atual. Por exemplo, pela

série atual a importância do agronegócio no PIB do Brasil foi de 25,7% em 2004.

Fonte: Parré (2000, p. 99) e Guilhoto et al. (2007, p. 40)

Page 47: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Tabela 3 - Participação do agronegócio no PIB regional e sua distribuição segundo os

segmentos – Brasil – 1995

Participações dos segmentos no PIB do agribusiness

Região Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV

Participação

do

agribusiness

no PIB

Norte 14,3 40,1 19,0 26,5 26,2

Nordeste 12,1 37,5 14,5 35,8 28,3

Centro-Oeste 28,3 39,4 7,2 25,0 38,1

Sudeste 15,3 23,3 19,7 41,7 23,2

Sul 20,1 29,6 19,9 30,4 52,5

Brasil 17,6 29,5 17,7 35,1 30,4

Fonte: Parré (2000, p. 99).

Importância dos segmentos do agronegócio por

região

Observação: a última coluna não é a soma da linha. A última coluna é a

importância do agronegócio no PIB de cada região e os dados das colunas 2 a 5

são a importância de cada segmento no valor da última coluna.

Page 48: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Importância do agronegócio em nível de Estado –

ano de 2004 (é a percentagem do agronegócio no

PIB do Estado)

• Região Norte (33%): AC (25,15%), AP (15,37%), AM(22,35%), PA (44,93%), RO (43,43%), RR (19,50%) e TO(36,25%).

• Região Nordeste (29%): AL (34,37%), BA (31,87%), CE(25,45%), MA (32,42%), PB (40,04%), PE (23,55%), PI(29,14%), RN (29,26%) e SE (20,42%).

• Região Sudeste (21%): ES (29,06%), MG (24,59%), RJ(7,35%) e SP (25,59%).

• Região Sul (49%): PR (44,82%), SC (54,46%) e RS(49,22%).

• Região Centro-Oeste (45%): DF (3,83%), MT (67,13%),MS (78,56%) e GO (58,04%)

Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 88 a 171)

Page 49: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 4

• Considerando as informações para a

importância do agronegócio nos PIB dos

estados brasileiros em 2004, qual era o

estado que apresentava a maior importância

do agronegócio na economia estadual? Em

que estado o agronegócio era menos

importante na economia estadual em 2004?

Page 50: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Importância das regiões no PIB total e no PIB

do agronegócio brasileiro (valores em %)

região Importância da

região no PIB

do agronegócio

do Brasil

Importância da

região no PIB

total do Brasil

Norte 5,9 5,3

Nordeste 13,7 14,1

Centro-Oeste 11,4 7,5

Sudeste 39,2 54,9

Sul 29,8 18,2

Brasil 100 100

Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 39).

Page 51: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Outros indicadores de importância do

agronegócio ou da agropecuária na economia

brasileira

• Até agora foi dada atenção apenas ao PIB

como indicador da importância de um setor

(agropecuária ou agronegócio) na economia.

• No entanto, outros indicadores também

podem ser considerados, como por exemplo:

número de empregados, importância na

geração das exportações ou do saldo

comercial, número de empresas.

Page 52: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Esses outros indicadores dão à agropecuária ou ao

agronegócio uma importância muitas vezes maior

do que se apenas considerar a parcela do PIB que

esses setores geram.

• Por exemplo, os trabalhadores da agropecuária

representaram 28,3% das pessoas ocupadas no

Brasil em 1992, 24,2% em 1999, 20,6% em 2001,

19% em 2003, 16,8% em 2008 e 13,6% em 2013.

• Apesar de estar ocupando menos pessoas (devido a

sua modernização), a agropecuária tem maior

importância na geração de emprego (13,6% em

2013) do que de PIB (5,6% em 2013).

Page 53: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Importância da

agropecuária:

18,4 milhões

de pessoas

ocupadas em

1992 (28,3%

do total) e 12,8

milhões

empregadas em

2013 (13,6%).

Os segmentos II e III do agronegócio têm mantido, desde

2008, uma importância entre 30% e 40% no total exportado

pelo Brasil, tendo balança comercial positiva e crescente.

Page 54: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Apesar da queda de importância dos produtos agropecuários e agroindústriais

no total exportado pelo Brasil de 1961 (quando foi de 87% do total exportado

pelo Brasil) até 1986 (quando esse percentual foi de 38,4%), nos últimos dez

anos essa percentagem varia entre 30% e 40%. Chegou a ser 38,4% em 2009,

mesmo percentual de 1986. Em 2012, ele foi de 36,1%.

0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0

100,01

96

1

19

64

19

67

19

70

19

73

19

76

19

79

19

82

19

85

19

88

19

91

19

94

19

97

20

00

20

03

20

06

20

09

20

12

Participação dos produtos agropecuários e agroindústriais nas exportações brasileiras

%

Ano

Page 55: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

As exportações dos produtos agropecuários e agroindustriais (dos segmentos II

e III do agronegócio brasileiro) sempre ultrapassam as importações. Em 2000,

essas exportações totalizaram US$ 16 bilhões e as importações, US$ 5,2

bilhões. Em 2012, essas exportações foram de US$ 87,6 bilhões e as

importações de US$ 12,2 bilhões.

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.00045.00050.00055.00060.00065.00070.00075.00080.00085.00090.00095.000

19

61

19

63

19

65

19

67

19

69

19

71

19

73

197

5

19

77

19

79

19

81

198

3

19

85

19

87

19

89

19

91

19

93

19

95

19

97

19

99

20

01

20

03

20

05

20

07

200

9

20

11

Milh

ões d

e U

S$

Ano

Gráfico 7.2 Evolução das exportações e importações de produtos da agropecuária e da agroindústria- 1961 a 2012

exportação

importaçãoFonte: FAO e IPEA.

Page 56: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Balança comercial = exportações importações

A balança comercial dos segmentos II e III do agronegócio brasileiro é

sempre superavitária. Em 2012, o saldo dessa balança foi de US$ 76,5

bilhões, contra o déficit de US$ 46,7 bilhões dos produtos não

agropecuários e não agroindustriais.

-60000

-40000

-20000

0

20000

40000

60000

80000

100000

1961

1964

1967

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

2009

Milh

õe

s d

e U

S$

Ano

Gráfico 7.3 Evolução da balança comercial brasileira - 1961 a 2012

agropecuária+agroindústria

não-agrícola

totalFontes: FAO e Ipea.

Page 57: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Conteúdo

1) Conceito de PIB e sua maneira de ser

mensurado

2) Evolução da economia brasileira de 1968

a 2014: os ciclos econômicos

3) Importância da agropecuária e do

agronegócio na economia brasileira

4) Instrumentos de política

macroeconômica

5) Inflação no Brasil

Page 58: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4 – Políticas macroeconômicas

• As principais políticas macroeconômicassão:

• Política fiscal

• Política monetária

• Política cambial

• Política de rendas

• Política comercial

Page 59: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4.1 - A Política Fiscal

• A política fiscal se refere às

decisões sobre tributação e gastos

por cada uma das esferas de poder

público (o Governo Federal, os

Governos Estaduais e os Governos

Municipais).

• Há três tipos de tributos: taxa,

contribuição e impostos.

Page 60: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa

• “Taxa é a denominação que se dá ao tributo

que tem como fato gerador o exercício, pelo

governo, do poder de polícia e de fiscalização,

ou o custeio de determinado serviço público

posto à disposição da comunidade de modo

geral”.

• Exemplos: taxa de coleta de lixo, taxa de

licenciamento de veículos.

Page 61: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Contribuição

• “Contribuição é uma denominação aplicada aos

tributos destinados a custear serviços públicos

recebidos diretamente pelo contribuinte”, seja no

passado ou no futuro.

• Há dois tipos de contribuições: as contribuições sociais

e as contribuições de melhorias.

• Contribuições sociais: pagamentos ao INSS.

• Contribuições de melhoria: ressarcimento ao setor

público por melhorias de infraestrutura econômica.

Page 62: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Impostos

• “Imposto é a denominação que se dá ao

tributo que tem como fato gerador um

fenômeno econômico independente de

qualquer atividade estatal”.

• Há dois tipos de impostos:

os impostos diretos

os impostos indiretos

Page 63: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Os impostos diretos são aqueles queincidem sobre a renda ou sobre opatrimônio dos indivíduos ou firmas.

• São exemplos de impostos diretos:

o Imposto de Renda Sobre Pessoa Física(IRPF) e Sobre Pessoa Jurídica (IRPJ),

o Imposto sobre a Propriedade TerritorialRural (ITR),

o Imposto Predial e Territorial Urbano(IPTU), e

o Imposto sobre a Propriedade deVeículos Automotores (IPVA).

Page 64: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Os impostos indiretos são aqueles

cobrados nas transações econômicas e

que são repassados aos preços dos

bens e serviços.

• Exemplos de impostos indiretos são:

Imposto sobre a Circulação de

Mercadorias e sobre Serviços de

Transportes e Comunicações (ICMS), e

Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI).

Page 65: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Carga Tributária Bruta

• Produto Interno Bruto (PIB) é a renda gerada na

economia sob as formas de salários, lucros, juros e

aluguéis ao longo de um período, por exemplo, um ano.

• Carga Tributária Bruta é a relação tributos/PIB.

• CTB é crescente no Brasil. Na tabela a seguir os valores

estão em percentagens.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

29,46 30,67 32,36 32,16 33,19 33,75 33,94 33,97 34,00 32,93 33,19 34,11 33,88 35,04 35,42

Fonte: IBPT para dados de 2000 a 2014 (exceto o dado de 2011 que é

oriundo do MF). Nota: as percentagens desta tabela não incluem os

royalties. Esses valores de CTB consideram a nova série do PIB.

Page 66: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 5

• Quantos pontos percentuais aumentou a carga

tributária bruta no Brasil entre 2000 e 2014?

Qual foi a taxa de crescimento percentual da

carga tributária bruta?

Page 67: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4.2 - A Política Monetária

• A política monetária diz respeito ao

controle do governo sobre a oferta de

moeda. Através disso, o Governo

Federal influencia a determinação da

taxa de juros.

• A política monetária é de uso exclusivo

do governo federal e é executada pelo

Banco Central do Brasil.

Page 68: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

A taxa de juros

• A taxa de juros é o valor (preço) do

aluguel do dinheiro.

• Esse preço é fixado como uma

percentagem do valor emprestado.

• A taxa de juros é fixada no mercado

através do cruzamento das curvas de

oferta e demanda de moeda.

Page 69: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada
Page 70: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Influência do Banco Central

• O BACEN não fixa a taxa de juros.

Quem fixa a taxa de juros é o mercado.

• O BACEN tem a capacidade de alterar

a curva de oferta de moeda. Assim

atuando, o BACEN conduz o mercado a

aumentar ou diminuir a taxa de juros.

Page 71: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada
Page 72: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Os intermediários financeiros

• Os bancos comerciais são intermediários no

repasse de recursos entre os agentes

econômicos.

• Eles tomam recursos dos agentes com

orçamentos superavitários e os repassa aos

agentes com orçamentos deficitários.

• Os bancos cobram um spread entre a taxa

de juros de captação e a taxa de juros de

empréstimo.

Page 73: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxas de empréstimo e de captação

• Taxa de juros de empréstimo = [(1 + taxa dejuros de captação)(1 + spread)] – 1

• Com taxas em valores decimais.

• Exemplo.

• A taxa de juros apresentada dois slides atrásé a média vigente para toda a economia(média entre taxas de empréstimos ecaptação).

• Existem várias taxas de empréstimos e decaptação, diferentes para pessoas físicas ejurídicas.

Page 74: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de juros nominal e real

• A equivalência entre taxas de juros real

e nominal e a taxa de inflação obtém-se

através da seguinte equação:

• (1+r*)(1+) = (1+r)

• onde: r* é a taxa de juros real em

valores decimais, é a taxa de inflação

em valores decimais e r é a taxa de

juros nominal em valores decimais.

Page 75: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de juros nominal e real

Page 76: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de juros nominal e real

• Considere o seguinte exemplo: r = 45%

= 0,45 e = 100% = 1. Nesse caso,

a taxa de juros real é:

Page 77: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Uma taxa de juros real negativasignifica um subsídio ao tomador deempréstimo, sendo que ocorre umatransferência de renda do agente queconcede o crédito ao tomador decrédito.

• No exemplo acima, observe que otomador de empréstimo deveriadevolver, no mínimo, R$ 2,00 para cadaR$ 1,00 tomado de empréstimo(considerando correção monetária de100% devido a inflação).

Page 78: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• Porém, o tomador de empréstimo

devolveu apenas R$ 1,45.

• Assim, dos R$ 2,00, apenas R$ 1,45 foi

devolvido, havendo a transferência de

R$ 0,55.

• Portanto, dos R$ 2,00, R$ 0,55 foi

transferido do emprestador para o

tomador de crédito. Isto dá subsídio de

0,55/2 igual a 27,5%.

Page 79: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Evolução das taxas de juros

no Brasil• Desde 1995, com a queda das taxas de

inflação, a tendência tem sido deredução das taxas de juros nominais(gráfico a seguir).

• No entanto, as taxas de juros reaisainda se mantêm positivas.

• O valor da taxa de juros real dependemuito do índice de inflação consideradono cálculo.

Page 80: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Evolução das taxas de juros nominal e real efetiva – taxa

Selic – janeiro de 1995 a dezembro de 2014

Taxas de juros deflacionadas pelo IGP-DI: 1o mandato FHC: 1,01% a.m; 2o mandato

FHC: 0,25% a.m.; 1o mandato Lula: 0,92% a.m.; 2o mandato Lula: 0,34% a.m; 1o

mandato de Dilma: 0,33% a.m. Usando IPC-FIPE as taxas, foram, respectivamente,

1,32%, 0,91%, 0,97%, 0,45% e 0,37% a.m.. Claramente, as taxas de juros reais

foram menores no 2o governo Lula e no 1o governo Dilma, mas ainda positiva e altas

em relação a outros países.

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

1995 0

1

1995 0

7

1996 0

1

1996 0

7

1997 0

1

1997 0

7

1998 0

1

1998 0

7

1999 0

1

1999 0

7

2000 0

1

2000 0

7

2001 0

1

2001 0

7

2002 0

1

2002 0

7

2003 1

2003 7

2004 0

1

2004 0

7

2005 0

1

2005 0

7

2006 0

1

2006 0

7

2007 1

2007 0

7

2008.0

1

2008.0

7

2009.1

2009.7

2010.1

2010.7

2011.0

1

2011.0

7

2012.0

1

2012.0

7

2013.0

1

2013.0

7

2014.0

1

2014.0

7

Perc

enta

gem

Mês taxa de juros real-IGP taxa de juros real-FIPE

taxa de juros nominal

1o. Gov. FHC 2o. Gov. FHC 1o. Gov. Lula 2o. Gov. Lula 1o. Gov. Dilma

Page 81: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de juros real básica projetada (% a.a.)

País Taxa ao ano

em

20/04/05

Brasil 12,9

Turquia 7,3

África do Sul 5,2

Hungria 5,1

México 4,6

Austrália 3,7

Israel 3,1

Inglaterra 3,0

Polônia 2,8

China 2,4

País Taxa ao ano

em

29/04/09

China 6,6

Hungria 6,4

Brasil 5,8

Argentina 4,3

Turquia 1,7

Portugal 1,7

Tailândia 1,5

Taiwan 1,4

Espanha 1,4

França 0,9

Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2005Fonte: Folha de São Paulo, 30/04/2009

País Taxa ao ano

em

22/01/15

Rússia 6,4

Brasil 5,4

Índia 3,4

China 3,2

Hungria 1,8

Colômbia 1,6

Indonésia 1,2

Taiwan 1,1

Polônia 1,0

Turquia 0,6

Fonte: Estado de São Paulo, 22/01/2015

Page 82: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4 – Políticas macroeconômicas

• As principais políticas macroeconômicassão:

• Política fiscal

• Política monetária

• Política cambial

• Política de rendas

• Política comercial

Page 83: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4.3 - A Política Cambial

• A política cambial refere-se à

determinação da taxa de câmbio.

• A política cambial, de modo

semelhante à política monetária, é

de uso exclusivo do governo

federal e é executada pelo Banco

Central do Brasil.

Page 84: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

• O conceito de taxa de câmbio utilizado na

economia brasileira é o conceito britânico de

taxa de câmbio () e se refere à quantidade

de unidades monetárias brasileiras (isto é, a

quantidade de reais) trocadas por cada

unidade de moeda estrangeira.

• Assim, dizia-se que no Brasil se trocavam

R$ 1,69 por cada unidade de dólar em

dezembro de 2010.

Conceito de taxa de câmbio

Page 85: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Desvalorização e

Valorização do real:• Situação inicial (maio de 2015):

• R$ 3,06 = US$ 1.00

• Desvalorização do real:

• R$ 3,37 = US$ 1.00 ()

• Valorização do real:

• R$ 2,75 = US$ 1.00 ()

Page 86: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 6• Em fevereiro de 2003, a taxa de câmbio era R$ 3,50

por US$ 1.00. Em dezembro de 2010 a taxa de câmbio

foi de R$ 1,69 por US$ 1.00. Qual foi a taxa de

valorização cambial nesse período?

• Quem perdeu e quem ganhou com essa valorização

cambial?

Page 87: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Efeitos esperados da variação cambial

Efeitos esperados:

Desvalorização cambial: QX x

QM m

Valorização cambial: QX x

QM m

Page 88: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Temos:

PE R$= PEUS$ e

PMR$= PMUS$

Se PEUS$ e PMUS$ são constantes, tem-se:

PER$ Qx x

PMR$ Qm m

Seja:

PER$ = o preço bruto em reais recebido pelo exportador brasileiro.

PEUS$ = o preço bruto em dólar recebido pelo exportador brasileiro.

PMR$ = o preço em reais pago pelo importador brasileiro.

PMUS$ = o preço em dólar pago pelo importador brasileiro.

= taxa de câmbio (quantidade de reais trocados por cada unidade de dólar).

Page 89: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Outras variáveis afetando X e M

• Sempre que houver desvalorização

cambial haverá X e M?

• Outras variáveis afetam o desempenho das

exportações e importações, tais como:

1) Preços em dólar dos produtos

2) Busca de novos mercados

3) Contratos de exportação e importação.

Page 90: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Regime cambial atual

• A partir de 13 de janeiro de 1999, o Banco

Central adota o sistema de taxa de câmbio

com flutuação suja, o dirty floating Exchange

rate, no qual o mercado determina a taxa de

câmbio e o Banco Central entra no mercado

comprando ou vendendo dólar, mas sem pré-

determinar as regras de sua atuação.

Page 91: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de câmbio com flutuação suja

• O Mercado fixa a taxa de câmbio, com o BACEN

atuando quando julgar necessário.

• O BACEN só atua aumentando a demanda ou a oferta

de divisas.

Quantidade de divisas

Demanda de divisas (importadores

e BACEN)

Oferta de divisas (exportadores e

BACEN)E

0

QUS$0

Que fatores afetam a taxa de câmbio?

Page 92: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Fatores determinantes da taxa de câmbio

1) Liquidez internacional e grau de confiança no Brasil. Maior liquidez e maior confiança há mais entrada de dólar no Brasil

2) Diferença entre a taxa de juros real no Brasil e no exterior. Maior diferença há entrada de mais dólar no Brasil

3) Atuação do BACEN. BACEN compra dólar . BACEN vende dólar

4) O comportamento dos preços de ativos especulativos, como ações. Valor das ações aumenta, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Valor das ações diminui, investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar

5) O comportamento previsto para as contas do balanço de pagamentos. Se essas contas tendem a melhorar, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Se as contas do balanço de pagamento tendem a piorar, os investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar . Os investidores afetam, nesse caso, a taxa de câmbio através de operações futuras com dólar.

O comportamento e a tendência da taxa de câmbio pode variar de um dia a outro, e ao longo do dia de acordo como as forças acima

estão atuando.

Page 93: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Efeitos da taxa de juros sobre a taxa de câmbio –

período de janeiro de 2003 a julho de 2008

(antes da crise financeira)

De janeiro de 2003 até julho de 2008, o investidor estrangeiro, motivado (1)

pela alta taxa de juros interna, (2) pela confiança na economia brasileira e (3)

pela alta liquidez internacional, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o

deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda

deslocou-se para a esquerda pelo fato do investidor nacional fugir do dólar.

Quantidade de divisas

DUS$

O’US$

F1,59

QUS$

OUS$

E

D’US$

3,50

Page 94: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Evolução da taxa de câmbio nominal no Brasil – julho

de 1994 a maio de 2015

R$ 3,81/US$ 1,00 em outubro de 2002, R$ 2,15 em dezembro de 2006, R$ 1,59 em julho

de 2008 e R$ 1,80 em setembro de 2008. Mas, devido à crise financeira, a taxa de

câmbio saltou para R$ 2,39 em dezembro de 2008 e R$ 2,31 em março de 2009. Mas

caiu a partir de março de 2009, ficando em R$ 1,69 em dezembro de 2010 e R$ 1,56

em junho de 2011. Volta a subir em 2012, estando no patamar de R$ 2,00 por dólar.

Em 2013 e 2014, com o quadro político nacional, o dólar voltou a aumentar.

Flutuação

suja

Page 95: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Efeitos da crise financeira sobre a taxa de

câmbio (agosto de 2008 a fevereiro de 2009)

De agosto de 2008 a fevereiro de 2009, devido à crise financeira, o

investidor estrangeiro vendeu suas carteiras de títulos no Brasil, comprou

dólar no mercado doméstico e o enviou ao exterior (deslocamento da curva

de demanda de dólar para a direita). De outro lado, diminuíram a concessão

de novos empréstimos aos exportadores brasileiros (a curva de oferta de

dólar se deslocou para a esquerda). Consequentemente, a taxa de câmbio

aumentou.

Quantidade de divisas

D’’US$

O’US$

F1,59

QUS$

O’’US$

G

D’US$

2,39

Page 96: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Efeitos dos leilões de venda de câmbio do

BACEN

Quando a taxa de câmbio encontra-se em patamar alto, o BACEN pode

fazer leilões de venda de dólar, deslocando a curva de oferta de dólares para

a direita e, consequentemente, reduzindo a taxa de câmbio.

Quantidade de divisas

DUS$

O’’’US$

H2,15

QUS$

O’’US$

G2,39

Page 97: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

O pós-crise financeira – desde março de

2009

Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela

grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na

economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo,

trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta

de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo

fato do investidor nacional fugir do dólar.

Quantidade de divisas

DUS$

O’US$

F1,69

QUS$

OUS$

E

D’US$

2,39

Page 98: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Taxa de câmbio real versus dólar: R$ 1,56 em 01/08/2008, R$ 1,64 em

01/09/2008, R$ 2,42 em 03/03/2009 , R$ 1,56 em 07/07/2011, R$ 1,76

em 06/03/2012, R$ 2,09 em 17/12/2012, R$ 2,86 em 11/02/2015 e R$

3,38 em 28/07/2015.

Não é possível prever, com precisão, a taxa de câmbio devido a serem

muito mutantes os fatores que a pressiona (ver seis slides para trás).

Pós-crise

financeira

Page 99: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

O pós-crise financeira – de março de 2009

a julho de 2011

Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela

grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na

economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo,

trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta

de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo

fato do investidor nacional fugir do dólar.

Quantidade de divisas

DUS$

O’US$

F1,59

QUS$

OUS$

E

D’US$

2,39

Page 100: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Efeitos da dívida europeia, do quadro político nacional e

do FED (julho de 2011 a julho de 2015)

De julho de 2011 a julho de 2015, devido ao quadro político nacional, crise

da dívida na Europa e ameaça de aumento da taxa de juros nos EUA, o

investidor estrangeiro tem vendido suas carteiras de títulos no Brasil,

comprando dólar no mercado doméstico e o enviando ao exterior

(deslocamento da curva de demanda de dólar para a direita). De outro lado,

diminuíram a entrada de capitais (investimento em carteira) no Brasil.

Consequentemente, a taxa de câmbio aumentou.

Quantidade de divisas

D’’US$

O’US$

F1,59

QUS$

O’’US$

G

D’US$

2,86

Page 101: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Consequências da alta volatilidade da taxa de

câmbio na economia brasileira

• A alta volatilidade da taxa de câmbio dificulta a negociação de produtos cotados em dólar.

• Exercício 7:

Suponha que um comprador (fábrica de papel) tenhaadquirido uma tonelada de celulose a US$ 810 em13/10/2015 pagando R$ 3,825 por dólar. Em21/10/2015, a mesma tonelada de celulose foi adquiridaa US$ 810, mas a taxa de câmbio foi de R$ 3,9386 pordólar.

7.1) Quanto se pagou em reais em cada um desses diaspela mesma tonelada de celulose?

7.2) Qual foi a diferença em reais paga nesse período de 6dias úteis?

Page 102: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Meta:

controle da

inflação

Política

monetária

contracionista

Aumenta a

taxa de

juros

Lógica das políticas macroeconômicas de 1995 a 2006

Aumenta os

gastos do

governo com

juros

Aumenta a

arrecadação tributária

(T C)

Há entrada de

dólar no

Brasil para

especulação

Taxa de

câmbio se

valoriza

Controla a inflação

Page 103: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

4 – Políticas macroeconômicas

• As principais políticas macroeconômicassão:

• Política fiscal

• Política monetária

• Política cambial

• Política de rendas

• Política comercial

Page 104: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

3.4 Política de Rendas

• A política de rendas constitui-se em

uma série de regulamentações que

restringem o uso dos fatores de

produção e/ou determina valores

mínimos ou máximos para pagamento

pelo uso desses fatores ou por produtos

elaborados em uma economia.

Page 105: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exemplos de políticas de renda

• São exemplos de políticas de renda:

legislação trabalhista, definindo regras de uso daforça de trabalho e sua remuneração;

Políticas ambientais: baseiam-se em normas querestringem o uso de fatores de produção ou o modode combiná-los, de forma a minimizar os impactosnegativos dos processos de produção e de seusprodutos sobre o meio ambiente.

política de zoneamento de uso da terra, definindoque porção do espaço físico pode ser utilizada ecomo; e,

políticas de correções de preços (como planos decongelamento de preços).

Page 106: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Legislação trabalhista

• A legislação trabalhista estabelece

limites máximos para a jornada de

trabalho (44 horas por semana), salário

mínimo para o trabalhador e encargos

sobre o salário a serem pagos pelo

empregador.

• O salário mínimo é fixado em lei. Foi

proposto pela Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT) em 1942, mas seu valor

real varia ao longo do tempo.

Page 107: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Encargos trabalhistas

• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

• PIS sobre a folha de pagamento

• Pagamento ao Instituto Nacional de Seguro Social

• Férias e 1/3 de abono de férias por ano.

• 13o salário.

• RAT, Sistema S, salário educação e INCRA.

• Correspondem a acréscimos entre 47,44% e

59,14% em relação ao salário pago.

• Para cada R$ 100 de salário, o empregador tem

folha de pagamento de R$ 147,44 ou R$ 159,14

Page 108: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Encargos trabalhistas na

demissão

• Há encargos trabalhistas também na

demissão de um trabalhador.

• Paga-se: aviso prévio, multa do saldo

do FGTS, férias e 13o salário a vencer e

os encargos legais sobre as férias e 13o

salário a vencer.

Page 109: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 8

Suponha que uma empresa precise de serviçosde portaria e limpeza e se depara com duassituações: contratar funcionários próprios outerceirizar os serviços. Os salários para essesprofissionais totalizam R$ 1.000,00 por mês.No mercado, existem empresas deterceirização oferecendo esses serviços porpreços entre R$ 1.300,00 e R$ 1.500,00 pormês. Qual é a melhor opção para a empresa?

Page 110: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Política Ambiental

Código Florestal Lei do Gerenciamento

Costeiro

Lei da Fauna Silvestre Lei da Exploração

Mineral

Lei da Política Nacional

do Meio Ambiente

Lei de Recursos Hídricos

Page 111: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Política de Zoneamento do uso da terra

• O Governo Federal, ao definir o uso da

vegetação nativa em um imóvel rural,

define o uso da terra. Há três áreas

definidas em lei:

• 1) áreas de preservação permanente (a

serem preservadas)

• 2) reserva legal (pode ser explorada, mas

não pode ser destruída)

• 3) áreas livres para uso

Page 112: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Políticas de congelamento de

preços e salários

• Cinco planos que congelaram, por lei,preços, salários e câmbio. Eles tiveramresultados e duração distintos. Eles foram:

• Plano Cruzado (fevereiro de 1986)

• Plano Bresser (junho de 1987)

• Plano Verão (janeiro de 1989)

• Plano Collor I (março de 1990)

• Plano Collor II (fevereiro de 1991)

Page 113: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Tipos de instrumentos

macroeconômicos

• Os instrumentos de políticaeconômica genéricos que nosinteressam são:

a política fiscal,

a política monetária,

a política cambial,

a política de rendas, e

política comercial

Page 114: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

3.5 - Política Comercial

• Política comercial é um conjunto de medidas e

estratégias, públicas ou privadas, que afetam as

transações comerciais de um país e que alteram

o processo de integração econômica do país com

o resto do mundo.

• Os instrumentos públicos de política comercial

são combinações das políticas fiscal, monetária,

cambial e de rendas.

• Há que se destacar que alguns instrumentos da

Política Comercial são operados pela iniciativa

privada.

Page 115: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Política Comercial

• Um dos objetivos da Política Comercial émelhorar o saldo da Balança Comercial(que é a diferença entre as exportaçõese as importações de mercadorias).

• Os instrumentos de Política Comercialpodem se divididos em:

1) instrumentos de estímulo àsexportações;

2) instrumentos de restrições àsimportações.

Page 116: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Instrumentos de estímulo às

exportações

• Os principais instrumentos de

estímulos às exportações são:

1) subsídios às exportações;

2) acordos bilaterais de comércio;

3) área de intercâmbio comercial;

4) atividades de promoção comercial:

feiras, exposições, câmaras comerciais

e viagens de negócios.

Page 117: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Subsídios às exportações

• São pagamentos diretos ou indiretos feitos

pelo governo para encorajar as

exportações.

• Podem ser feitos através de reembolsos,

redução de impostos ou concessão de

crédito subsidiado.

• Tratam-se de combinações das políticas

fiscal (redução de impostos e reembolsos)

e monetária (crédito subsidiado).

Page 118: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Acordos bilaterais

• São acordos entre duas economias,

normalmente uma grande e outra

pequena, onde a economia grande dá

quotas de importação ou alíquotas de

importação preferenciais ao país pequeno.

• Combina-se política fiscal (alíquota de

importação) com política de rendas (quota

de importação).

Page 119: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Área de Intercâmbio Comercial

• É a situação na qual um conjunto de países

diminui as barreiras tarifárias e não tarifárias

para o comércio entre eles, mas mantendo-

as para o comércio com países não membros

do acordo.

• Combinam-se política fiscal (alíquotas de

importação) com política de rendas (barreiras

não tarifárias, referindo-se à maneira pela

qual os produtos são elaborados).

Page 120: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Área de Intercâmbio Comercial

• Esses acordos podem se estabelecer

sob as formas de:

1) zona de livre comércio (como o

Mercosul)

2) mercado comum, com ampla

integração dos mercados de produtos e

fatores (como a União Européia)

Page 121: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Atividades de promoção comercial

• As principais atividades de promoçãocomercial são: feiras, exposições,câmaras comerciais e viagens denegócios.

• Elas são realizadas conjuntamente pelosetor público e pelo setor privado,visando divulgação dos produtosnacionais e procura de parceiros nocomércio internacional.

Page 122: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Políticas de restrições às importações

• As principais políticas de restrições às

importações são:

1) restrições quantitativas às importações,

2) impostos de importação,

3) controles cambiais.

Page 123: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Restrições quantitativas às

importações

• Trata-se de uma política de rendas que

consiste em limitar, em volume e/ou valor, as

importações.

• Pode ser feita através de quotas de

importações, proibição de importações (caso

de barreiras não tarifárias) e/ou monopólio

estatal nas importações. Esse último, pode

regular o montante importado de acordo com

as necessidades de equilíbrio do saldo da

Balança Comercial.

Page 124: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Impostos de importação

• É uma mudança da política fiscal na qual se

estabelecem impostos específicos

(chamados de tarifas) sobre os produtos

importados.

• Essa política pode ser implementada sob a

forma de imposto específico (em valor

nominal), ad valorem (em percentagem sobre

o valor do produto) ou mista (uma parte do

imposto é fixa e a outra é proporcional ao

preço do produto).

Page 125: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Controles cambiais

• Consiste em modificações da política

cambial de modo a:

1) dificultar a compra de dólares necessários

à importação de certos produtos;

2) haver cobrança de taxas de câmbio

maiores na venda de dólares necessários

à importação de certos produtos.

Page 126: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Controles cambiais

• Os controles cambiais podem ser

estabelecidos através:

1) depósito prévio para compra de cambiais,

onde o importador paga à vista por

cambiais a receber no futuro;

2) esquemas burocráticos que atrasam a

compra de divisas;

3) vigência de múltiplas taxas de câmbio na

economia.

Page 127: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Exercício 9

• Se houver uma redução drástica do saldo

comercial do Brasil, quais devem ser as

medidas de política comercial a serem

adotadas?

Page 128: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Conteúdo

1) Conceito de PIB e sua maneira de ser

mensurado

2) Evolução da economia brasileira de

1968 a 2014: os ciclos econômicos

3) Importância da agropecuária e do

agronegócio na economia brasileira

4) Instrumentos de política

macroeconômica

5) Inflação no Brasil

Page 129: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: TEORIA E

EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Page 130: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E

ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO

Inflação é a situação de aumentos contínuos e

generalizados dos preços dos bens e

serviços em uma economia.

Page 131: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E

ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO

Inflação é a situação de aumentos contínuos e

generalizados dos preços dos bens e

serviços em uma economia.

• É uma situação, um estado em que se encontra

a economia.

Page 132: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E

ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO

Inflação é a situação de aumentos contínuos e

generalizados dos preços dos bens e

serviços em uma economia.

• Os aumentos de preços são contínuos e

generalizados, mas não necessariamente à mesma

taxa. Alguns preços podem subir mais do que

outros, podendo alguns preços ficarem constantes

ou até caírem. O que importa é que a média de

preços (que define o índice de preços) suba.

Page 133: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E

ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO

Inflação é a situação de aumentos contínuos e

generalizados dos preços dos bens e

serviços em uma economia.

• A inflação se refere a todos os bens e serviços

de uma economia, finais e intermediários.

Page 134: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E

ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO

Abrangência da inflação:

• É um fenômeno que ocorre ao longo do tempo,

em todos países, desenvolvidos ou não.

• As taxas de inflação variam dentro de um

mesmo país em períodos diferentes.

• Não há relação definida entre nível de

desenvolvimento e taxa de inflação de uma

economia.

Page 135: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

TEORIAS SOBRE A INFLAÇÃO

Primeiras

teorias

• Teoria da Inflação de Demanda

• Teoria da Inflação de Custo

Outras

teorias

• Teoria Monetarista da Inflação

• Teoria Keynesiana da Inflação• Versão estruturalista

• Versão inercialista

(final da década de

1940 e dec. de

1950)

(a partir da década

de 1950)

Page 136: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

TEORIA DA INFLAÇÃO DE

DEMANDA

A inflação de demanda ocorre quando há o deslocamento

para cima e para a direita da curva de demanda agregada.

P

nível de preços

PIB (y)

OA

DAy0

DA’

y1

yd = C + Ip + G + X – M

P0

P1

Inflação: P1 – P0

Taxa de inflação:P1 – P0

P0

Page 137: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Aula 8

TEORIA DA INFLAÇÃO DE

DEMANDA

A curva DA desloca-se para a direita quando:

• G (ocorre aumento dos gastos do governo)

• reduz a arrecadação de tributos

• há aumento das expectativas de lucro dos investimentos

• há aumento exógeno das exportações

• há diminuição exógena das importações

P

nível de preços

PNB (y)

OA

DAy 0

DA’

y 1

yd = C + Ip + G + X – M

Page 138: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Aula 8

TEORIA DA INFLAÇÃO DE CUSTO

A inflação de custo ocorre quando há o deslocamento para

a esquerda e para cima da curva de oferta agregada.

P

nível de preços

PIB (y)

OA

DA

y0

OA’

y2

Na inflação de custo: o PIB cai (y)

Na inflação de demanda: o PIB aumenta ( y)

P0

P2

Inflação: P2 – P0

Taxa de inflação:P2 – P0

P0

Page 139: 04-11-15 Apostila Macroeconomia Aplicada

Aula 8

TEORIA DA INFLAÇÃO DE CUSTO

A curva OA desloca-se para a esquerda quando:

• há aumento do salário real acima do aumento da

produtividade do trabalho

• há aumento dos preços de insumos importantes na

estrutura de produção do país

• há aumento exógeno na margem de lucro das empresas

P

nível de preços

PNB (y)

OA

DA

y 0

OA’

y 2

P0

P2