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    030 Esquizofrenia Refratria

    ltima reviso: 20/08/2013

    Estabelecido em: 30/06/2009

    Responsveis / Unidade

    Adelaide Duarte Ubaldino Pereira - Mdica | HGV

    Eliane Mussel - Mdica | HGV

    Hlio Lauar de Barros - Mdico | IRS

    Mrcia Amaral Montezuma- Mdica | HGV

    Zilda Maria Nunes Campos - Mdica | CHPB

    Colaboradores

    Dante Galileu Guedes Duarte - Mdico | HGV

    Dbora Corra Teixieira - Mdica | HJXXIII

    Hairton Ayres Azevedo Guimmares Farmacutico | HGV

    Helian Nunes de Oliveira Mdico | IRS

    JooVinicius Salgado Mdico | IRS

    Valria Fonseca Pinto - Enfermeira | HGV

    Revisores

    20/08/2013

    Carlos Eduardo Lages Belm Mdico | IRS

    Fernanda Carneiro Guimares Enfermeira | IRS

    Vanuza Fortes - Mdica | CCPC

    23/08/2012

    Eliane Mussel -Mdica | HGV

    Disponvel em www.fhemig.mg.gov.br

    e intranet

  • Pg. 102 030 Esquizofrenia Refratria

    INTRODUO / RACIONAL

    A esquizofrenia e os denominados transtornos esquizofrnicos constituem um grupo de

    distrbios mentais graves, sem sintomas patognomnicos, caracterizados por distores do

    pensamento e da percepo, por inadequao e embotamento do afeto sem prejuzo da

    capacidade intelectual, embora ao longo do tempo possam aparecer prejuzos cognitivos.

    Acomete cerca de 1% da populao. Seu curso varivel, aproximadamente 30% dos casos

    apresentam recuperao completa ou quase completa, cerca de 30% com remisso incompleta e

    prejuzo parcial de funcionamento, e cerca de 30% com deteriorao importante e persistente da

    capacidade de funcionamento profissional, social e afetivo. O uso de antipsicticos o

    tratamento de escolha e a adeso ao tratamento o principal fator de bom prognstico. A

    cronificao e a baixa adeso dos pacientes ao tratamento - sejam por fatores ligados aos efeitos

    colaterais da medicao, insuficincia de suporte scio-familiar ou por embaraos do servio

    pblico de sade - so fatores que dificultam o diagnstico da refratariedade nestes quadros.

    Porm, mesmo nas melhores condies, cerca de 30% dos pacientes esquizofrnicos no

    apresentam resposta adequada, permanecendo com importantes sintomas positivos. Para estes,

    reservado o termo de Esquizofrenia Refratria (ER), cuja medicao de escolha a Clozapina(5,9).

    No Brasil, em um estudo de 1992, foram encontradas prevalncias de 0,3% a 2,4% da populao

    para psicose em geral. Em relao carga global das doenas, esses transtornos so responsveis

    por 1,1% dos AVAI (Anos de Vida Ajustados para Incapacidade) e por 2,8% dos AVI (Anos de Vida

    com Incapacidade).

    OBJETIVOS

    Orientar o profissional no diagnstico da esquizofrenia refratria.

    Padronizar a indicao da Clozapina e seu uso seguro.

    Orientar os profissionais quanto aos tratamentos no farmacolgicos.

    Orientar o manejo adequado dos efeitos colaterais da clozapina.

    SIGLAS

    APA - American Psychiatric Association

    AVAI - Anos de Vida Ajustados para

    Incapacidade

    AVI - Anos de Vida com Incapacidade

    BPRS-A - Brief Psychiatric Rating Scale -

    Anchored

    CAC - Centro de Acolhimento de Crise

    CID - Classificao Internacional de

    Doenas

    ICG - Impresso Clnica Global

    DM - Diabetes Mellitus

    ECT - Eletroconvulsoterapia

    EEG - Eletroencefalograma

    ER - Esquizofrenia Refratria

    FHEMIG - Fundao Hospitalar do Estado

    de Minas Gerais

    HAS - Hipertenso Arterial Sistmica

    IMC - ndice de Massa Corporal

    OMS - Organizao Mundial de Sade

    PTI - Projeto Teraputico Individual

    SAS/MS - Secretaria de Ateno Sade do

    Ministrio da Sade

    SNC - Sistema Nervoso Central

    TC - Tomografia Computadorizada

    TER - Termo de Esclarecimento e

    Responsabilidade

    SM 03 Impresso de encaminhamento

    Sade Mental, pactuado com a Prefeitura

    Municipal de Belo Horizonte

    TMAP - Texas Medication Algorithm Project

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 103

    MATERIAL / PESSOAL NECESSRIO

    Mdico, Enfermeiro, Tcnico de Enfermagem, Farmacutico, Terapeuta Ocupacional, Psiclogo,

    Assistente Social;

    Antipsicticos padronizados na rede hospitalar da FHEMIG;

    Material mdico hospitalar;

    Formulrios padronizados.

    ATIVIDADES ESSENCIAIS

    1. Diagnstico de Esquizofrenia Refratria

    No existem sintomas patognomnicos e ainda no foram identificados parmetros laboratoriais

    para identificar esta patologia. Portanto, o diagnstico baseia-se na histria clnica e no exame

    do estado mental do paciente.

    1.1. Diagnstico clnico da Esquizofrenia Refratria

    Para o diagnstico de Esquizofrenia este protocolo utiliza os critrios da OMS (ANEXO I).

    Segundo a maioria dos autores, a principal caracterstica da Esquizofrenia Refratria a

    persistncia dos sintomas positivos de moderada a grave intensidade, apesar do tratamento

    adequado. Por sintoma positivo entendem-se alucinaes, ideias delirantes, comportamentos

    e ideias bizarras, agitao psicomotora e alteraes de linguagem. recomendvel considerar

    refratrio ao tratamento o paciente que apresentar persistncia de sintomas de humor

    recorrentes, tentativas de suicdio ou ideao suicida, comportamento agressivo incontrolvel,

    sintomas negativos moderados a graves ou prejuzo cognitivo moderado a grave.

    O critrio at ento mais utilizado para definir a ER era o de Meltzer e Kane (2007) que

    apresenta uma viso tridimensional: histrico do adoecimento, gravidade atual dos sintomas e

    confirmao atravs do uso em monoterapia de dois antipsicticos tpicos e dois atpicos.

    Entretanto, este protocolo foi elaborado conforme o Protocolo Clnico e Diretrizes

    Teraputicas do Ministrio da Sade de abril de 2013, que no utiliza as expresses

    comumente empregadas para a classificao dos antipsicticos, como tipicidade (tpicos e

    atpicos) ou perodo de sntese (primeira e segunda geraes). Essa classificao tornou-se

    obsoleta e incorreta na medida em que foram surgindo novas evidncias de que os

    antipsicticos constituem um grupo heterogneo de medicamentos, com mecanismos de

    ao, eficcia, efeitos adversos e data de desenvolvimentos distintos entre si, razo pela qual

    os medicamentos sero citados nominalmente. Para a escolha do tratamento, devem ser

    considerados os frmacos j utilizados, o estgio da doena, a histria de resposta e adeso e

    o risco-benefcio.

    A clozapina poder ser considerada em caso de refratariedade h pelo menos dois

    medicamentos utilizados por pelo menos seis semanas, em doses adequadas, e se no houver

    melhora de pelo menos 30% na escala BPRS-A (ANEXO II). Tambm pode ser utilizada em caso

    de elevado risco de suicdio e discinesia tardia de repercusso significativa, mesmo antes de se

    completarem seis semanas ou de se observar melhora de 30% nessa mesma escala.

  • Pg. 104 030 Esquizofrenia Refratria

    1.2. Diagnstico laboratorial

    O diagnstico da ER basicamente clnico. Exames laboratoriais podem ser teis para

    diagnstico diferencial dos transtornos referentes aos CID F00 a F09. Lembrar-se de quadros

    clnicos com base orgnica, como sfilis, lpus, porfiria, hipoglicemia, tireotoxicose,

    toxoplasmose, encefalopatia heptica, epilepsia e outros. Podem ser sintomas e sinais de

    alerta: sudorese, pele fria, estigmas de hepatopatia, AIDS . Realizar exames elementares de

    laboratrio alm de TC e EEG, se indicados.

    1.3. Diagnstico diferencial

    Para o diagnstico diferencial com a Esquizofrenia, considerar os CID:

    F00 a F09 Transtornos mentais orgnicos (demncias, delirium e outros como os

    quadros clnicos sugeridos e os acima);

    F10 a F19 Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substncia

    psicoativa;

    F21 Transtorno esquizotpico;

    F22 Transtorno delirante persistente;

    F25 Transtorno esquizoafetivo;

    F31 Transtorno bipolar.

    1.4. Critrios de excluso do diagnstico

    a) Hipersensibilidade aos frmacos;

    b) Psicose alcolica ou txica;

    c) Dependncia ou abuso atual de frmacos psicoativos;

    d) Embora resposta ao tratamento, ausncia de evoluo satisfatria da doena

    (cronificao);

    e) Ausncia de aderncia ao tratamento ou falta de acompanhamento mdico adequada.

    1.5. Fatores que podem interferir no diagnstico

    a) Intolerncia ao tratamento (sedao, parkinsonismo, aumento de peso, disfuno sexual, etc.);

    b) Comorbidades.

    2. Tratamento da Esquizofrenia Refratria

    2.1. Farmacolgico

    Segundo as novas orientaes do Ministrio da Sade, todos os antipsicticos, com exceo

    da clozapina, podem ser utilizados no tratamento, sem ordem de preferncia, desde que

    preenchidos os critrios de incluso do protocolo do Ministrio. Os tratamentos devem ser

    realizados com um medicamento de cada vez (monoterapia), de acordo com o perfil de

    segurana e a tolerabilidade do paciente. Em caso de falha teraputica - definida como o uso

    de qualquer desses frmacos por pelo menos seis semanas, nas doses adequadas, sem

    melhora de pelo menos 30% na Escala Breve de Avaliao PsiquitricaBPRS-A (ANEXO II), uma

    segunda tentativa com algum outro antipsictico dever ser feita.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 105

    Caso haja intolerncia por efeitos extra piramidais, estaro indicados, aps ajuste de dose,

    biperideno ou propranolol. No caso de persistncia dos efeitos mesmo aps essa alternativa,

    estar indicada a substituio por outro antipsictico com menor perfil de efeitos

    extrapiramidais como olanzapina, quetiapina ou ziprasidona. Recomenda-se a avaliao dos

    sintomas extrapiramidais pelas escalas Simpson-Angus Rating Scale (SARS), Barnes Akathisia

    Rating Scale (BARS) e Abnormal Involuntary Movement Scale (AIMS). Os sintomas

    extrapiramidais motores devem descrever a ocorrncia de pelo menos um dos seguintes

    grupos: distonia, discinesia, acatisia e parkinsonismo (tremor, rigidez e bradicinesia). Devem

    tambm ter ocorrido nos trs primeiros meses de tratamento, normalmente nas primeiras

    semanas.

    Caso haja intolerncia a clozapina por agranulocitose, aps sua indicao por refratariedade, a

    troca poder ser por olanzapina, quetiapina, risperidona ou ziprasidona, preferencialmente as

    que no foram utilizadas nos dois tratamentos iniciais (1).

    2.1.1. Indicao da clozapina

    Existe consenso de que todos os antipsicticos possuem potncia semelhante na maioria dos

    pacientes. Porm, a clozapina o nico medicamento que demonstrou eficcia clnica nos

    casos de esquizofrenia refratria (10,14), portanto, o antipsictico de primeira escolha para

    os pacientes portadores de ER, sendo considerado medicamento padro-ouro no tratamento

    desta populao. Inexiste evidncia de que a adio de um segundo antipsictico, aps a

    indicao de clozapina, possa trazer benefcios ao paciente.

    Para indicao da clozapina, todos os critrios do item 1 (Diagnstico da Esquizofrenia

    Refratria) devero ser preenchidos. Deve se levar em considerao as caractersticas prprias

    do paciente e os riscos relacionados aos efeitos colaterais possveis. Considerar a presena de

    um familiar ou responsvel legal interessado, participativo, disponvel, com funcionamento

    global adequado e com adeso ao servio de atendimento psiquitrico ambulatorial ou de

    internao. No caso de paciente cronicamente asilado, requerida a presena de um

    funcionrio da instituio disponvel e capaz de manejar estressores do ambiente de forma

    continuada. Pacientes com diagnstico de esquizofrenia com risco de suicdio atual e aqueles

    que desenvolverem discinesia tardia com repercusso significativa devero ser tratados com

    clozapina.

    2.1.2. Critrios de excluso - Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas - Medicamentos

    Excepcionais MS/2013 (ANEXO III)

    Avaliar criteriosamente as condies que excluem o diagnstico de ER e levar em considerao

    os quadros abaixo:

    1. Doena grave renal, heptica ou cardaca;

    2. Psicose alcolica ou txica atual;

    3. Dependncia/abuso atual de drogas psicoativas;

    4. Situao potencial de gravidez e/ou lactao;

    5. Paciente com histria de agranulocitose ou uso atual de drogas mielossupressoras;

    6. Impossibilidade de adeso ou acompanhamento continuado.

    2.1.3. Benefcios esperados

    A melhora clnica definida como uma diminuio de pelo menos 30% nos escores da

    escala BPRS-A.

  • Pg. 106 030 Esquizofrenia Refratria

    2.1.4. Critrios para interrupo da Clozapina

    Em funo do mecanismo de ao diferente (mais lento) deste frmaco, ter indicao

    de interrupo de tratamento o paciente que, aps seis meses de uso de 300-

    800mg/dia, no apresentar melhora clnica, no aderir ao tratamento e s avaliaes

    (escalas) ou apresentar, a qualquer tempo, efeitos adversos como convulses, citopenia

    (leuccitos totais abaixo de 3.000/mm3 ou neutrfilos abaixo de 1.500/mm3 ou plaquetas

    abaixo de 100.000/mm3) ou conforme avaliao mdica especializada. O paciente que,

    por qualquer das razes acima, tiver que interromper o uso de clozapina, poder iniciar

    tratamento com quetiapina, ziprasidona, olanzapina ou risperidona.

    2.1.5. Efeitos colaterais e manejo do uso da clozapina - (ANEXO IV)

    Os efeitos colaterais mais importantes so sndrome metablica, agranulocitose e

    epilepsia. Os dois primeiros podem ser minimizados com acompanhamento mdico

    adequado exigindo monitorizao peridica do paciente. A sialorria um efeito

    colateral frequente que pode prejudicar a adeso ao tratamento. A epilepsia e quadros

    de retardo mental podem estar associados ou preceder quadros de esquizofrenia e,

    nestes casos, imprescindvel avaliao prvia e liberao da neurologia, e reviso caso

    aconteam convulses.

    2.1.6. Monitorizao

    Alguns aspectos devem ser avaliados antes do incio do tratamento: idade, dados

    antropomtricos: altura, peso, IMC, circunferncia abdominal e do quadril, trs medidas

    de presso arterial em datas diferentes, dosagens sanguneas de colesterol total e

    fraes, triglicrides, glicemia de jejum.

    indispensvel realizar um hemograma com diferencial de leuccitos e contagem de

    plaquetas antes do incio da clozapina.

    Registrar a histria pessoal e familiar prvia de suicdio, obesidade, hipertenso arterial

    sistmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e outras comorbidades clnicas, histria pessoal

    de sndrome neurolptica maligna e distonia/discinesia, tentativa de suicdio, obesidade

    e outras comorbidades.

    O paciente deve ser monitorado com hemogramas semanais nas primeiras dezoito

    semanas de tratamento e, aps esse perodo, o monitoramento se torna mensal. Em

    caso de citopenia, um hematologista dever ser consultado.

    Dentre os efeitos colaterais, os metablicos merecem ateno especial, pois alm de

    constiturem causa de abandono de tratamento, podem colaborar para o aumento do

    risco de comorbidades cardiovasculares e risco de mortalidade. Deste modo, adotamos a

    sugesto de cronograma de monitoramento clnico metablico conforme o ANEXO V. Em

    caso de alterao, uma avaliao com clnico dever ser solicitada e o risco-benefcio

    discutido em conjunto com a famlia e o paciente.

    2.1.7. Liberao da clozapina na FHEMIG e na Secretaria de Medicamentos Especiais

    Para obteno dos medicamentos:

    a) No hospital:

    Preenchimento do formulrio de solicitao de Clozapina para a Farmcia do Hospital

    com preenchimento da Escala Breve de Avaliao Psiquitrica referente aos itens 3, 4,

    7, 13, 14 da BPRS-A (ANEXO II).

    Preenchimento do Termo de Esclarecimento e responsabilidade TER (ANEXO VI).

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 107

    b) Relao de documentos e exames para abertura de processo para solicitao da

    medicao na Secretaria Estadual de Medicamentos Especiais, a fim de garantir a

    continuao do tratamento ps-alta, quando a famlia no dispuser de meios para

    adquirir o medicamento:

    Laudo para solicitao, avaliao e autorizao de medicao preenchido pelo

    mdico assistente;

    Termo de Consentimento Informado assinado por paciente ou familiar;

    BPRS-A preenchida pelo mdico assistente;

    Relatrio mdico legvel constando: identificao do mdico e paciente, diagnstico,

    indicao do medicamento e tempo de tratamento, caractersticas clnicas e evoluo

    da doena, tratamentos prvios e outras informaes pertinentes;

    Resultado de hemograma e plaquetas.

    2.1.8. Posologia

    O tratamento iniciado de forma gradual a fim de minimizar os riscos de efeitos

    colaterais como hipotenso ortosttica, sedao e taquicardia. A dose inicial

    recomendada da clozapina de 12,5 a 25 mg/noite que pode ser aumentada a cada dois

    ou trs dias at alcanar 100m/dia. A seguir, o aumento pode ser de 50mg/dia a cada

    dois ou trs dias at que doses de 300-400 mg/dia sejam alcanadas, geralmente em

    duas a trs semanas, em duas tomadas (meia-vida de 12 a 16horas). Entretanto, a dose

    mxima recomendada de 900 mg/dia. Os pacientes idosos costumam responder a

    doses mais baixas de at 300 mg/dia. A faixa teraputica habitual se encontra entre 200-

    500 mg/dia.

    3. Situaes Especiais de Risco

    3.1. Interaes medicamentosas

    A clozapina no deve ser utilizada simultaneamente com frmacos com conhecido

    potencial indutor de mielossupresso;

    A clozapina pode potencializar os efeitos centrais do lcool, de inibidores da MAO e

    depressores do SNC como hipnticos, anti-histamnicos e benzodiazepnicos;

    Recomenda-se cuidado especial ao se iniciar o tratamento em pacientes que estejam

    tomando (ou tenham tomado recentemente) benzodiazepnico ou qualquer outro frmaco

    psicosedativo, pois esses pacientes podem ter maior risco de colapso circulatrio que, em

    raros casos, pode ser grave e acompanhado de parada cardaca ou respiratria;

    Dada a possibilidade de efeitos aditivos, deve-se ter cuidado ao se administrar

    simultaneamente frmacos com propriedades anticolinrgicas, hipotensoras ou depressoras

    respiratrias;

    O uso concomitante de ltio ou outros frmacos psicoativos pode aumentar o risco de

    desenvolvimento de Sndrome Neurolptica Maligna (SNM);

    obrigatria a informao ao paciente ou ao seu responsvel legal dos benefcios,

    potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de medicamentos

    preconizados neste protocolo. O TER obrigatrio ao se prescrever medicamento do

    Componente Especializado da Assistncia Farmacutica.

  • Pg. 108 030 Esquizofrenia Refratria

    Por suas propriedades anti-alfa-adrenrgicas, a clozapina pode reduzir o efeito hipertensor

    da norepinefrina ou de outros agentes predominantemente alfa-adrenrgicos e reverter o

    efeito pressor da epinefrina;

    A administrao concomitante de substncias conhecidas por induzir as enzimas citocromo P450 pode diminuir os nveis plasmticos de clozapina, tais como: substncias que induzem

    a atividade de 3A4 como, por exemplo, carbamazepina, fenitona e rifampicina, que

    tambm elevam risco de agranulocitose.

    Em casos de suspenso do uso de nicotina, a concentrao plasmtica da clozapina pode ser aumentada, induzindo ao incremento dos efeitos adversos;

    A concentrao plasmtica de clozapina aumentada pelo consumo de cafena (1A2) e, reduzida aproximadamente a 50% num perodo de cinco dias seguidos livres de cafena;

    Nveis elevados de concentraes plasmticas de clozapina foram relatados em pacientes que a utilizaram associada a inibidores seletivos da recaptao da serotonina (ISRS), como a

    paroxetina, a sertralina, a fluoxetina e o citalopram, elevando risco de sndrome

    neurolptica maligna;

    Interao importante com quinolonas.

    3.2. Gravidez e lactao

    Embora o risco em humanos no esteja ainda claramente estabelecido, o uso durante a

    gestao depende de avaliao criteriosa se o benefcio compensa claramente qualquer risco

    potencial.

    Estudos em animais sugerem que a clozapina possa ser excretada no leite materno. Assim,

    mulheres em tratamento com o medicamento no devem amamentar.

    3.3. Idosos

    Maior risco de desenvolver hipotenso, taquicardia, constipao e reteno urinria. Em

    geral, idosos obtm benefcio com doses em torno de 300mg/dia que deve ser alcanada de

    maneira gradual e lenta.

    4. Outras terapias

    4.1. Eletroconvulsoterapia

    A ECT tem demonstrado benefcios em pacientes com sintomas refratrios a substncias neurolpticas. Contudo h ainda poucos estudos com evidncia de eficcia apoiando a ECT como estratgia de potencializao para pacientes com ausncia de resposta a clozapina. H citaes sugerindo melhor resposta com a combinao ECT/Clozapina em casos resistentes a esta ltima. Resposta prvia favorvel ao procedimento e tolerabilidade a frmacos (inclusive a clozapina) devem ser considerados na indicao. Por estas razes, a indicao da ECT dever ser avaliada pela equipe assistencial considerando-se o risco-benefcio em cada caso. O procedimento dever atender ao (Protocolo Clnico 042- Eletroconvulsoterapia).

    4.2. Estimulao Magntica Transcraniana

    No h ainda evidncias que corroborem seu uso, embora estudos demonstrem diminuio

    de alucinaes auditivas persistentes.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 109

    4.3. Psicoterapia

    Como monoterapia, os resultados so inferiores ao uso da medicao sozinha. Em

    associao com tratamento farmacolgico apresenta benefcio independente da linha a ser

    utilizada. Sempre que estiver disponvel deve ser instituda.

    4.5. Outras reas: terapia ocupacional, assistncia de enfermagem e ateno farmacutica

    Dentro de suas especificidades e associadas ao tratamento mdico e psicoterpico

    constituem abordagem multi e interdisciplinar que a partir das necessidades de cada caso

    iro possibilitar a elaborao de um projeto teraputico individual.

    5. Encaminhamentos/integrao

    absolutamente necessrio trabalharmos junto aos servios de referncia e contra-

    referncia, onde o tratamento dever ser desenvolvido;

    Preenchimento de formulrio de encaminhamento SM 03 (SIGH) conforme a contratualizao;

    Quando indicado o tratamento com medicamentos liberados pela Secretaria Estadual de

    Medicamentos Especiais, agilizar o processo de obteno do mesmo, preenchendo os

    formulrios necessrios e orientando os familiares sobre os procedimentos, conforme

    enumerados no item 2.1.7.

    ITENS DE CONTROLE

    1- Nmero absoluto de pacientes com diagnstico de esquizofrenia refratria / Nmero

    absoluto de pacientes com esquizofrenia (Esq. Ref./Esq. Total).

    2- Nmero absoluto de formulrios de solicitao de clozapina na farmcia do hospital /

    Nmero absoluto de pacientes com esquizofrenia refratria tratados. Meta: 100%.

    REFERNCIAS

    1. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Leponex: Clozapina. Disponvel em: http://www4. anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM[26137-1-0]

    2. American Psychiatric Association. Manual Diagnstico e estatstico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2002

    3. Asenjo Lobos C; Komossa K; Rummel-Kluge C; Hunger H; Schmid F; Schwarz S; et al. Clozapine versus other atypical anti psychotics for schizophrenia. Cochrane database systrev. 2010;(11): cd006633.

    4. Blumberger, DM; Fitzgerald PB; Mulsant BH; Daskalakis ZJ. Repetitive transcranial magnetic stimulation for refractory symptoms in schizophrenia. Curr Opin Psychiatry. 2010;23(2):85-90.

    5. Bressan, Rodrigo Affonseca; Elkis, Helio. Esquizofrenia Refrataria. 2ed. So Paulo: Segmento Farma, 2007.

    6. Dalgalarrondo,P.Psicopatologiaesemiologiadostranstornosmentais.2ed.PortoAlegre:Artmed,2008.440p.

    7. Elkis, Helioetal. Consenso Brasileiro sobre antipsicticos de segunda gerao e distrbios metablicos. Rev. Bras. Psiquiatr. So Paulo, v.30, n.1, Mar. 2008.

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    8. Elkis, H.; Meltzer ,Y. Esquizofrenia refratria. In: Revista Brasileira de Psiquiatria, vol.29, suppl.2.

    So Paulo, out 2007.

    9. Essali A; Al-Haj Haasan N; LiC, RathboneJ. Clozapin ever sus typical neuroleptic medication for schizophrenia. Cochrane Data base Syst Rev. 2009; (1): CD000059.

    10. Gomes, Fabiano Alves.Comorbidades Clnicas em Psiquiatria. So Paulo: Atheneu, 2012.

    11. IPAP Schizophrenia Algorithm. International Psychopharmacology Algorithm Project, 2006

    12. KaneJ; Honig feld G; Singer J; Meltzer Hy. Clozapine for thetreatment-resistant schizophrenic. Adouble-blind comparison with chlorpromazine. Arch Gen Psychiatry. 1988; 45(9):789-96.

    13. Kane, J M. Pharmacologic treatment of schizophrenia. Dialogues in Clinical Neuroscience. 2010 September; 12(3): 345357. 14. Lewis Sw; Barnes Tr; Davies L; Murray Rm; Dunn G; Hayhurst Kp, et al. Randomized controlled trial of effect of prescription of clozapine versus other second generation antipsychotic drugs in resistant schizophrenia. Schizophr Bull. 2006;32(4):715-23.

    15. Ministrio da Sade. Portaria n 364, de 9 de abril de 2013. Protocolos Clnicose diretrizes teraputicas esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos2013. 16. Organizao Mundial de Sade. Classificao de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: Descries clnicas e diretrizes diagnsticas. Porto Alegre: Artes Mdicas; 1993.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 111

    ANEXO I

    Critrios Diagnsticos CID-10

    O critrio de sintomas dividido em 2 tipos: sintomas mais especficos (nos quais a presena de

    um deles suficiente) e outros menos especficos e que ocorrem em outros transtornos, nos quais

    so necessrios 2 ou mais. Este utiliza a letra G maiscula para critrios gerais de cada grupo

    diagnstico.

    Esquizofrenia:

    G1: Pelo menos uma das sndromes, sintomas e sinais listados no item 1 ou pelo menos dois dos

    sinais e sintomas listados no item 2 devem estar presentes pela maior parte do tempo durante um

    episdio de doena psictica que dure pelo menos um ms (ou por algum tempo durante a

    maioria dos dias):

    1) Sintomas de maior hierarquia:

    Eco, insero, roubo ou irradiao do pensamento;

    Delrios de controle, influncia ou passividade, claramente referindo-se ao corpo ou aos

    movimentos dos membros ou a pensamentos, aes ou sensaes especficas; percepo

    delirante;

    Vozes alucinatrias comentando o comportamento do paciente ou discutindo entre elas

    sobre o paciente ou outros tipos de vozes alucinatrias vindo de alguma parte do corpo;

    Delrios persistentes de outros tipos que sejam culturalmente inapropriados e

    completamente impossveis (p. ex. ser capaz de controlar o tempo ou estar em comunicao

    com aliengenas).

    2) Sintomas de menor hierarquia:

    Alucinaes persistentes, de qualquer modalidade, quando ocorrer em todos os dias, por

    pelo menos um ms, quando acompanhadas por delrios (os quais podem ser superficiais ou

    parciais), sem contedo afetivo claro ou quando acompanhadas por ideias superestimadas

    persistentes;

    Neologismos, interceptaes ou interpolaes no curso do pensamento, resultando em

    discurso incoerente ou irrelevante;

    Comportamento catatnico, tal como excitao, postura inadequada, flexibilidade crea,

    negativismo, mutismo e estupor;

    Sintomas "negativos", tais como apatia marcante, pobreza de discurso, embotamento ou

    incongruncia de respostas emocionais (deve ficar claro que estes sintomas no so de

    correntes de depresso ou medicamento neurolptico).

    G2: Clusulas de excluso diagnstica mais comumente usadas:

    Se o paciente tambm preenche os critrios para episdio manaco, episdio depressivo ou

    misto os critrios listados nos itens 1 e 2 devem ter sido satisfeitos antes que a perturbao

    do humor se desenvolvesse;

    O transtorno no atribuvel a doena cerebral orgnica ou a intoxicao, dependncia ou

    abstinncia relacionada a lcool ou drogas. Na avaliao da presena dessas experincias

    subjetivas e comportamentos anormais, deve-se tomar especial cuidado para evitar avaliao

    falso-positiva, especialmente quando esto envolvidos modos de expresso e

    comportamento cultural ou sub culturalmente influenciados ou um nvel de inteligncia

    abaixo do normal.

  • Pg. 112 030 Esquizofrenia Refratria

    ANEXO II

    Escala Breve de Avaliao Psiquitrica - Verso Ancorada

    BPRS-A com sugesto de perguntas Fonte: Brief Psychyatric Rating Scale Anchored BPRS-A (Worner et al., 1998)

    Paciente: Nmero: Data:

    Entrevistador: Fase:

    Instrues

    A Escala composta de 18 itens a serem avaliados. Os itens assinalados com OBSERVAO

    (3,4,7,13,14,16,17,18) devem ser avaliados tomando por base OBSERVAES feitas durante a

    entrevista. Os itens assinalados com RELATO DO PACIENTE devem ser avaliados a partir de

    informao RELATADA (ou seja, SUBJETIVA) referente ao perodo escolhido (em geral uma

    semana). As perguntas-guia em negrito devem ser formuladas diretamente nos itens em que

    se avalia o relato do paciente.

    Incio da entrevista

    Comece com estas perguntas e utilize as mesmas para completar o item 18 (Orientao):

    Qual seu nome completo? E sua idade? Onde voc mora? Est trabalhando atualmente? (J

    trabalhou anteriormente? Em qu?) Quanto tempo faz que voc est aqui? Conte-me porque

    motivo voc foi internado. Quando isso comeou? O que aconteceu depois? Voc pode me

    dizer que dia hoje (semana-ms-ano)?

    1 Relato

    do Paciente

    PREOCUPAO SOMTICA: Grau de preocupao com a sade

    fsica. Avaliar o grau no qual a sade fsica percebida como um

    problema pelo paciente quer as queixas sejam baseadas na

    realidade ou no. No pontuar o simples relato de sintomas

    fsicos. Avaliar apenas apreenso (ou preocupao) sobre

    problemas fsicos (reais ou imaginrios).

    Pergunta-guia

    Como costuma ser sua sade fsica (do corpo)? Como esteve sua

    sade no ltimo ano? Voc est preocupado com algum problema

    de sade agora? Voc sente que tem alguma coisa incomum

    acontecendo com seu corpo ou cabea?

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Ocasionalmente fica levemente preocupado

    com o corpo, sintomas ou doenas fsicas.

    Leve: Ocasionalmente fica preocupado com o corpo de forma

    moderada ou frequentemente fica levemente apreensivo.

    Moderado: Ocasionalmente fica muito preocupado ou

    moderadamente preocupado com frequncia.

    Moderadamente grave: Frequentemente fica muito preocupado.

    Grave: Fica muito preocupado a maior parte do tempo.

    Muito grave: Fica muito preocupado praticamente o tempo todo.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 113

    2 Relato

    do Paciente

    ANSIEDADE: Preocupao, medo ou preocupao excessiva

    a cerca do presente ou futuro. Pontuar somente a partir de

    relato verbal das experincias subjetivas do paciente. No

    inferir ansiedade a partir de sinais fsicos ou mecanismos de

    defesa neurticos. No pontuar se restrito a preocupao

    somtica.

    Pergunta-guia

    Voc est preocupado com alguma coisa? Voc tem se sentido

    tenso ou ansioso a maior parte do tempo? (Quando se sente

    assim, voc consegue saber o por qu? De que forma suas

    ansiedades ou preocupaes afetam o seu dia a dia? Existe

    algo que ajuda a melhorar essa sensao?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    No relatado.

    Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente ansioso.

    Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente ansioso ou

    frequentemente se sente levemente ansioso.

    Moderado: Ocasionalmente se sente muito ansioso ou

    frequentemente se sente moderadamente ansioso.

    Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito

    ansioso.

    Grave: Sente-se muito ansioso a maior parte do tempo.

    3 Observao do

    Paciente

    RETRAIMENTO AFETIVO: Deficincia no

    relacionamento com o entrevistador e na situao da

    entrevista. Manifestaes evidentes dessa deficincia

    incluem: falta de contato visual (troca de olhares); o paciente

    no se aproxima do entrevistador; apresenta uma falta de

    envolvimento e compromisso com a entrevista. Diferenciar

    de AFETO EMBOTADO, no qual so pontuados deficincias

    na expresso facial, gestualidade e tom de voz. Pontuar a

    partir de observaes feitas durante a entrevista.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Ocasionalmente deixa de encarar o

    entrevistador.

    Leve: Como acima, porm mais frequente.

    Moderado: Demonstra dificuldade em encarar o

    entrevistador, mas ainda parece engajado na entrevista e

    responde apropriadamente a todas as questes.

    Moderadamente grave: Olha fixamente o cho e afasta-se

    do entrevistador, mas ainda parece moderadamente

    engajado na entrevista.

    Grave: Como acima, porm mais persistente e disseminado.

    Muito grave: Parece estar areo, nas nuvens

    ouviajando(totalausnciadevnculoemocional)edesproporcio

    nalmentenoenvolvidoounocomprometidocomasituaodae

    ntrevista(Nopontuarseexplicadopeladesorientao).

  • Pg. 114 030 Esquizofrenia Refratria

    4 Observao do

    Paciente

    DESORGANIZAO CONCEITUAL: Grau de

    incompreensibilidade da fala. Incluir qualquer tipo de

    desordem formal de pensamento (por exemplo, associaes

    frouxas, incoerncia, fuga de ideias, neologismos). NO

    incluir mera circunstancialidade ou fala manaca, mesmo que

    acentuada. NO pontuar a partir de impresses subjetivas

    do paciente (por exemplo, meus pensamentos esto

    voando , no consigo manter o pensamento, meus

    pensamentos se misturam todos). Pontuar SOMENTE a

    partir de observaes feitas durante a entrevista.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Levemente vago, toda via de significao clnica

    duvidosa.

    Leve: Frequentemente vago, mas possvel prosseguir a

    entrevista.

    Moderado: Ocasionalmente faz afirmaes irrelevantes, uso

    infrequente de neologismos ou associaes moderadamente

    frouxas.

    Moderadamente grave: Como acima, porm mais

    frequente.

    Grave: Desordem formal do pensamento presente a maior

    parte da entrevista, tornando-a muito difcil.

    Muito grave: Muito pouca informao coerente pode ser

    obtida.

    5

    Relato

    do paciente

    SENTIMENTOS DE CULPA: Preocupao ou remorso

    Desproporcional pelo passado. Pontuar a partir das

    experincias subjetivas de culpa evidenciadas por meio

    de relato verbal. No inferir sentimentos de culpa a partir

    de depresso, ansiedade ou defesas neurticas.

    Pergunta-guia

    Nos ltimos dias voc tem se sentido um peso para sua

    famlia ou colegas? Voc tem se sentido culpado por alguma

    coisa feita no passado? Voc acha que o que est passando

    agora um tipo de castigo? (Por que voc acha isso?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente culpado.

    Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente culpado ou

    frequentemente se sente levemente culpado.

    Moderado: Ocasionalmente se sente muito culpado ou

    frequentemente se sente moderadamente culpado.

    Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito

    culpado.

    Grave: Sente-se muito culpado a maior parte do tempo ou

    apresenta delrio de culpa encapsulado.

    Muito grave: Apresenta sentimento de culpa angustiante e

    constante ou delrios de culpa disseminados.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 115

    6 Observao do

    Paciente

    TENSO: Avaliar inquietao motora (agitao)

    Observada durante a entrevista. No pontuar a partir de

    experincias subjetivas relatadas pelo paciente.

    Desconsiderar patognese e presumida (por exemplo,

    discinesia tardia).

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Fica ocasionalmente agitado.

    Leve: Fica frequentemente agitado.

    Moderado: Agita-se constantemente ou frequentemente;

    torce as mos e puxa a roupa.

    Moderadamente grave: Agita-se constantemente; torce as

    mos e puxa roupa.

    Grave: No consegue ficar sentado, isto , precisa andar.

    Muito grave: Anda de maneira frentica.

    7 Observao do

    Paciente

    MANEIRISMOS E POSTURA: Comportamento motor

    incomum ou no natural. Pontuar apenas anormalidade de

    movimento. NO pontuar aqui simples aumento da

    atividade motora. Considerar frequncia, durao e grau do

    carter bizarro. Desconsiderar patognese presumida.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Comportamento estranho, mas de significao

    clnica duvidosa (por exemplo, um riso imotivado ocasional,

    movimentos de lbio infrequentes).

    Leve: Comportamento estranho, mas no obviamente bizarro

    (por exemplo, s vezes balana a cabea ritmadamente de

    um lado para outro, movimenta os dedos de maneira

    anormal intermitentemente).

    Moderado: Adota posio de ioga por um breve perodo, s

    vezes pe a lngua para fora, balana o corpo.

    Moderadamente grave: Como acima, porm mais frequente,

    intenso ou disseminado.

    Grave: Como acima, porm mais frequente, intenso ou

    disseminado.

    Muito grave: Postura bizarra durante a maior parte da

    entrevista, movimentos anormais constantes em vrias reas

    do corpo.

  • Pg. 116 030 Esquizofrenia Refratria

    8 Relato

    do Paciente

    IDEIAS DE GRANDEZA: Autoestima (autoconfiana)

    Exagerada ou apreciao desmedida dos prprios talentos,

    poderes, habilidades, conquistas, conhecimento, importncia

    ou identidade. NO pontuar mera qualidade grandiosa de

    alegaes (por exemplo, sou o pior pecador do mundo,

    todo o pas est tentando me matar) a menos que a

    culpa/persecutoriedade esteja relacionada a algum atributo

    especial exagerado do indivduo. O paciente deve declarar

    atributos exagerados; se negar talentos, poderes, etc., mesmo

    que afirme que outros digam que ele possui tais qualidades,

    este item no deve ser pontuado. Pontuar a partir de

    informao relatada, ou seja, subjetiva.

    Pergunta-guia

    Nos ltimos dias voc tem se sentido com algum talento ou

    habilidade que a maioria das pessoas no tm? (Como voc

    sabe disso?) Voc acha que as pessoas tm tido inveja de voc?

    Voc tem acreditado que tenha alguma coisa importante para

    fazer no mundo?

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: mais confiante do que a maioria, mas isso

    apenas de possvel significncia clnica.

    Leve: Autoestima definitivamente aumentada ou talentos

    exagerados de modo levemente desproporcional s

    circunstncias.

    Moderado: Autoestima aumentada de modo claramente

    desproporcional s circunstncias, ou suspeita-se de delrio

    de grandeza.

    Moderadamente grave: Um nico (e claramente definido)

    delrio de grandeza encasulado ou mltiplos delrios de

    grandeza fragmentrios (claramente definidos).

    Grave: Um nico e claro delrio / sistema delirante ou

    mltiplos e claros delrios de grandeza com os quais o

    paciente parece preocupado.

    Muito grave: Como acima, mas a quase totalidade da

    conversa dirigida aos delrios de grandeza do paciente.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 117

    9 Relato

    do Paciente

    HUMOR DEPRESSIVO: Relato subjetivo de sentimento

    de depresso, tristeza, estar na fossa, etc. Pontuar

    apenas o grau de depresso relatada. No pontuar

    inferncias de depresso feitas a partir de lentificao

    geral e queixas somticas. Pontuar a partir de

    informao relatada, ou seja, subjetiva.

    Pergunta-guia

    Como tem estado seu humor (alegre, triste, irritvel)? Voc

    acredita que pode melhorar? (Como esse sentimento tem

    afetado seu dia a dia?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Ocasionalmente se sente levemente

    deprimido.

    Leve: Ocasionalmente se sente moderadamente

    deprimido ou frequentemente se sente levemente

    deprimido.

    Moderado: Ocasionalmente se sente muito deprimido ou

    frequentemente se sente moderadamente deprimido.

    Moderadamente grave: Frequentemente se sente muito

    deprimido.

    Grave: Sente-se muito deprimido a maior parte do

    tempo.

    Muito grave: Sente-se muito deprimido quase todo o

    tempo.

    10 Relato

    do Paciente

    HOSTILIDADE: Animosidade, desprezo, agressividade,

    Desdm por outras pessoas fora da situao da entrevista.

    Pontuar somente a partir de relato verbal de

    sentimentos e atos do paciente em relao aos outros.

    No inferir hostilidade a partir de defesas neurticas,

    ansiedade ou queixas somticas.

    Pergunta-guia

    Nos ltimos dias voc tem estado impaciente ou irritvel

    com as outras pessoas? (Conseguiu manter o controle?

    Tolerou as provocaes? Chegou a agredir algum ou

    quebrar objetos?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Ocasionalmente sente um pouco de raiva.

    Leve: Frequentemente sente um pouco de raiva ou

    ocasionalmente sente raiva moderada.

    Moderado: Ocasionalmente sente muita raiva ou

    frequentemente sente raiva moderada.

    Moderadamente grave: Frequentemente sente muita

    raiva.

    Grave: Expressou sua raiva tornando-se verbal ou

    fisicamente agressivo em uma ou duas ocasies.

    Muito grave: Expressou sua raiva em vrias ocasies.

  • Pg. 118 030 Esquizofrenia Refratria

    11 Relato

    do Paciente

    DESCONFIANA Crena (delirante ou no) de que outros

    Tm agora ou tiveram no passado intenes discriminatrias

    ou maldosas em relao ao paciente. Pontuar apenas se o

    paciente relatar verbalmente desconfianas atuais quer se

    refiram a circunstncias presentes ou passadas. Pontuar a

    partir da informao relatada, ou seja, subjetiva.

    Pergunta-guia

    Voc tem tido a impresso de que as outras pessoas esto

    Falando ou rindo de voc? (De que forma voc percebe isso?)

    Voc tem achado que tem algum com ms intenes contra

    voc ou se esforado para lhe causar problemas? (Quem? Por

    qu? Como voc sabe disso?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Raras circunstncias de desconfiana que

    podem ou no corresponder realidade.

    Leve: Situaes de desconfiana ocasionais que

    definitivamente no correspondem realidade.

    Moderado: Desconfiana mais frequente ou ideias de

    referncia passageiras.

    Moderadamente grave: Desconfiana disseminada ou

    ideias de referncia frequentes.

    Grave: Claros delrios de perseguio ou referncia no

    totalmente disseminados (por exemplo, um delrio

    encapsulado).

    Muito grave: Como acima, porm mais abrangente,

    frequente ou intenso.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 119

    12 Relato

    do Paciente

    COMPORTAMENTO ALUCINATRIO (ALUCINAES):

    Percepes (em qualquer modalidade dos sentidos) na

    ausncia de um estmulo externo identificvel. Pontuar

    apenas as experincias que ocorreram na ltima semana.

    NO pontuar vozes na minha cabea ou vises em minha

    mente a menos que o paciente saiba diferenciar entre essas

    experincias e seus pensamentos.

    Pergunta-guia

    Voc tem tido experincias incomuns que a maioria das

    pessoas no tem? Voc tem escutado coisas que as outras

    pessoas no podem ouvir? (Voc estava acordado nesse

    momento? O que voc ouvia-barulhos, cochichos, vozes

    conversando com voc ou conversando entre si? Com que

    frequncia? Interferem no seu dia a dia?) Voc tem visto coisas

    que a maioria das pessoas no pode ver?(Voc estava

    acordado nesse momento? O que voc via-luzes, formas,

    imagens? Com que frequncia? Interferem no seu dia a dia?)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Apenas se suspeita de alucinao.

    Leve: Alucinaes definidas, porm insignificantes,

    infrequentes ou transitrias.

    Moderado: Como acima, porm mais frequentes (por

    exemplo, frequentemente v a cara do diabo; duas vozes

    travam uma longa conversa).

    Moderadamente grave: Alucinaes so vividas quase todo

    o dia ou so fontes de incmodo extremo.

    Grave: Como acima e exercem impacto moderado no

    comportamento do paciente (por exemplo, dificuldades de

    concentrao que levam a um comprometimento no

    trabalho).

    Muito grave: Como acima, com grave impacto (por

    exemplo, tentativas de suicdio como resposta a ordens

    alucinatrias).

    13

    Observao

    do Paciente

    RETARDAMENTO MOTOR: Reduo do nvel de

    Energia evidenciada por movimentos mais lentos. Pontuar

    apenas a partir de comportamento observado no

    paciente. NO pontuar a partir de impresses subjetivas do

    paciente sobre seu prprio nvel de energia.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Significao clnica duvidosa.

    Leve: Conversa um pouco mais lentamente,

    movimentos levemente mais lentos.

    Moderado: Conversa notavelmente mais lenta, mas no

    arrastada.

    Moderadamente grave: Conversa arrastada, movimenta-se

    muito lentamente.

    Grave: difcil manter a conversa, quase no se movimenta.

    Muito grave: Conversa quase impossvel, no se move

    durante toda a entrevista.

  • Pg. 120 030 Esquizofrenia Refratria

    14 Observao do

    Paciente

    FALTA DE COOPERAO COM A ENTREVISTA:

    Evidncia de resistncia, indelicadeza, ressentimento e falta

    de prontido para cooperar com os entrevistados. Pontuar

    exclusivamente a partir das atitudes do paciente e das

    reaes ao entrevistador e situao de entrevista. NO

    pontuar a partir de relato de ressentimento e recusa

    cooperao fora de situao de entrevista.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: No parece motivado.

    Leve: Parece evasivo em certos assuntos.

    Moderado: Monossilbico, fracassa em cooperar

    espontaneamente.

    Moderadamente grave: Expressa ressentimento e

    indelicado durante a entrevista.

    Grave: Recusa-se a responder algumas questes.

    Muito grave: Recusa-se a responder maior parte das

    questes.

    15 Relato

    do Paciente

    ALTERAO DE CONTEDO DO PENSAMENTO

    (DELRIOS): Gravidade de qualquer tipo de delrio.

    Considerar convico e seu efeito em aes. Pressupor

    convico total se o paciente agiu baseado em suas crenas.

    Pontuar a partir de informao relatada, ou seja, subjetiva.

    Pergunta-guia

    Voc tem acreditado que algum ou alguma coisa fora de

    voc esteja controlando seus pensamentos ou suas aes

    contra a sua vontade? Voc tem a impresso de que o rdio

    ou a televiso mandam mensagens para voc? Voc sente que

    alguma coisa incomum esteja acontecendo ou est para

    acontecer?

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No relatado.

    Muito leve: Suspeita-se ou h probabilidade de delrio.

    Leve: s vezes o paciente questiona suas crenas (delrios

    parciais).

    Moderado: Plena convico delirante, porm delrios tm

    pouca ou nenhuma influncia sobre o comportamento.

    Moderadamente grave: Plena convico delirante, porm

    os delrios tm impacto apenas ocasional sobre o

    comportamento.

    Grave: Delrios tm efeito significativo (por exemplo,

    negligencia responsabilidades por causa de preocupaes

    com a crena de que Deus).

    Muito grave: Delrios tm impacto marcante (por exemplo,

    para de comer porque acredita que a comida est

    envenenada).

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 121

    16 Observao do

    Paciente

    AFETO EMBOTADO: Responsividade afetiva diminuda,

    caracterizada por dficits na expresso facial, gestualidade e

    tom de voz. Diferenciar de RETRAIMENTO AFETIVO no qual

    o foco est no comprometimento interpessoal mais do que

    no afetivo. Considerar grau e consistncia no

    comprometimento. Pontuar a partir de observaes feitas

    durante a entrevista.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Ocasionalmente parece indiferente a assuntos

    que so normalmente acompanhados por demonstrao de

    emoo.

    Leve: Expresso facial levemente diminuda ou voz

    levemente montona ou gestualidade levemente limitada.

    Moderado: Como acima, porm de forma mais intensa,

    prolongada ou frequente.

    Moderadamente grave: Achatamento de afeto, incluindo

    pelo menos duas ou trs caractersticas (falta acentuada de

    expresso facial, voz montona ou gestualidade limitada).

    Grave: Profundo achatamento de afeto.

    Muito grave: Voz totalmente montona e total falta de

    gestualidade expressiva durante toda a avaliao.

    17 Observao do

    Paciente

    EXCITAO: Tom emocional aumentado, incluindo

    irritabilidade e expansividade (afeto-hipomanaco). No

    inferir afeto de afirmaes a partir de delrios de grandeza.

    Pontuar a partir de observaes feitas durante a

    entrevista.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Significao clnica duvidosa.

    Leve: s vezes irritadio ou expansivo.

    Moderado: Frequentemente irritadio ou expansivo.

    Moderadamente grave: Constantemente irritadio ou

    expansivo, s vezes enfurecido ou eufrico.

    Grave: Enfurecido ou eufrico durante maior parte da

    entrevista.

    Muito grave: Como acima, porm de tal modo que a

    entrevista precisa ser interrompida prematuramente.

  • Pg. 122 030 Esquizofrenia Refratria

    18 Observao do

    Paciente

    DESORIENTAO: Confuso ou falta de orientao

    adequada em relao a pessoas, lugares e tempo.

    Pontuar a partir de observaes feitas durante a

    entrevista.

    Pergunta-guia

    Qual seu nome completo? E sua idade? Onde voc mora?

    Est trabalhando atualmente? (J trabalhou anteriormente?

    Em qu?) Quanto tempo faz que voc est aqui? Conte-me

    porque motivo voc foi internado. Quando isso comeou? O

    que aconteceu depois? Voc pode me dizer que dia hoje

    (semana-ms-ano)?Voc tem conseguido se concentrar?

    Como est sua memria? (Caso necessrio, faa exame

    especfico). Reentrevista: Voc pode me dizer que dia hoje

    (semana-ms-ano)? Voc pode me dizer o que tinha ontem

    no jantar?

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    No observado.

    Muito leve: Parece um pouco confuso.

    Leve: Indica 2003 quando na verdade 2004.

    Moderado: Indica1992.

    Moderadamente grave: No sabe ao certo onde est.

    Grave: No faz ideia de onde est.

    Muito grave: No sabe quem .

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 123

    Escala Breve de Avaliao Psiquitrica BPRS

    Folha de Respostas

    Paciente: Idade: Sexo:

    Escore: 0 (No relatado), 1 (Muito leve), 2 (Leve), 3 (Moderado), 4(Moderadamente grave),5 (Grave), 6 (Muito grave)

    Data:

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    Esc

    ore

    1. Preocupao

    somtica

    2. Ansiedade

    3. Retraimento

    afetivo

    4. Desorganizao

    conceitual

    5. Sentimentos de

    culpa

    6. Tenso

    7. Maneirismos e

    postura

    8. Ideias de

    grandeza

    9. Humor

    depressivo

    10. Hostilidade

    11. Desconfiana

    12. Comportamento

    alucinatrio (alucinaes)

    13. Retardamento

    psicomotor/motor

    14. Falta de cooperao

    com a entrevista

    15. Alterao de contedo

    do pensamento (delrios)

    16. Afeto

    embotado

    17. Excitao

    18. Desorientao

    Escore Total

  • Pg. 124 030 Esquizofrenia Refratria

    ANEXO III

    Fluxograma de Tratamento da Esquizofrenia Refratria

    Risperidona, Clozapina, Quetiapina, Ziprasidona e Olanzapina

    Portaria SAS/MS n 846, de 31 de outubro de 2002

    Fonte: Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas - Medicamentos Excepcionais Ministrio da Sade

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 125

    ANEXO IV

    Quadro com manejo de efeitos colaterais

    Mo

    nit

    ora

    o

    Hem

    ato

    lg

    ica

    Manter tratamento

    Leuccitos>3500/mm

    Neutrfilos>2000/mm

    Em qualquer fase do tratamento

    Aumentar nvel de alerta

    (dois hemogramas semanais)

    Leuccitos3000/mm

    Neutrfilos1500/mm

    18semanasiniciais

    Leuccitos2500/mm

    Neutrfilos1000/mm

    Aps18semanas

    Interromper o tratamento

    Leuccitos

  • Pg. 126 030 Esquizofrenia Refratria

    S

    iste

    ma N

    erv

    oso

    Cen

    tral Efeito colateral Caracterstica Conduta

    Convulses Risco maior com doses maiores Reduo da dose. Associar

    cido valprico/valproato

    Sintomas obsessivo-

    compulsivos

    Efeitos anti-serotoninrgicos da

    clozapina

    Reduo da dose

    Associar ISRS

    Delirium

    Maior risco em idosos e em

    pacientes com transtorno

    cognitivo orgnico

    Aumento gradual da dose

    Uso de fisostigmina

    Retirada gradual da clozapina

    Sedao Efeito colateral mais comum

    Tolerncia em longo prazo

    Aumento gradual da dose

    Maior dose noite

    Efe

    ito

    s M

    eta

    b

    lico

    s Ganho de peso Diminui aderncia

    Aumento da mortalidade

    Pesar regularmente. Programa

    de alimentao saudvel

    Surgimento de diabetes Diminui aderncia

    Aumento da mortalidade

    Monitorar sintomas de diabetes

    Descontinuar clozapina

    Uso de anti diabticos

    Dislipidemia

    Associada a obesidade,

    diabetes, estilo de vida, infarto,

    doenas isqumicas

    Programa de alimentao

    saudvel

    Mudanas de estilo de vida

    Uso de estatinas

    Ou

    tro

    s efe

    ito

    s co

    late

    rais

    Sialorria / hipersilia Prejuzo na deglutio

    Pior durante o sono

    Elevar a cabecira da cama

    Uso de pirenzepina

    Sndrome neurolptica

    maligna Apresentao atpica

    Interromper clozapina

    Medidas de suporte

    ECT

    Constipao Ocorreemat14%dos pacientes Dieta rica em fibras

    Uso de laxativos

    Nusea Ocorre mais tardiamente no

    tratamento

    Uso de metoclopramida

    Uso de inibidores H2

    Elevao de enzimas

    hepticas

    Dose-dependente

    Efeito leve e transitrio

    Dosagem srica peridica

    Monitorar manifestaes de

    hepatite

    Enurese Motivo de constrangimento

    Abordagem direta dos sintomas

    Programa despertares noturnos

    Uso de alfa-agonistas,

    amitriptilina

    Fonte: Bressan, Rodrigo Affonseca; Elkis, Helio. Esquizofrenia Refrataria. 2ed. So Paulo:

    Segmento Farma, 2007.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 127

    ANEXO V

    Sugesto de Monitorizao Metablica

    Sugesto de monitorizao metablica para pacientes com esquizofrenia

    em uso de clozapina

    Parmetro Clnico Inicial 3 meses 6 meses 1 ano e

    atualmente

    Histria Familiar e

    Histria Pregressa X

    Tabagismo X X X X

    Atividade fsica e dieta X X X X

    ECG X

    Peso X X X X

    Altura X

    Circunferncia

    Abdominal X X X X

    Glicemia de jejum X X X

    Perfil lipdico X X X

    Presso arterial X X X X

    Fonte: Gomes, Fabiano Alves. Comorbidades Clnicas em Psiquiatria. So Paulo: Atheneu, 2012.

  • Pg. 128 030 Esquizofrenia Refratria

    ANEXO VI

    Termo de Esclarecimento e Responsabilidade - TER

    Risperidona, Quetiapina, Ziprasidona, Olanzapina e Clozapina

    Eu,______________________________________________________________________________________________________

    (nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) sobre benefcios, riscos, contra indicaes e

    principais efeitos adversos relacionados ao uso de risperidona, quetiapina, ziprasidona, olanzapina

    e clozapina, indicadas para o tratamento da esquizofrenia.

    Os termos mdicos foram explicados e todas as dvidas foram esclarecidas pelo mdico:

    _________________________________________________________________________________________________________

    (nome do mdico que prescreve).

    Assim, declaro que fui claramente informado (a) de que o medicamento que passo a receber pode

    trazer os seguintes benefcios:

    Reduo dos sintomas e da frequncia das crises;

    Reduo das internaes hospitalares.

    Fui tambm claramente informado (a) a respeito das seguintes contraindicaes, potenciais efeitos

    adversos e riscos:

    Clozapina: medicamento classificado na gestao como categoria B (pesquisas em animais

    no mostraram anormalidades nos descendentes, porm no h estudos em humanos; risco

    para o beb muito improvvel);

    Risperidona, Quetiapina, Ziprasidonae Olanzapina: medicamentos classificados na gestao

    como categoria C (pesquisas em animais mostraram anormalidades nos descendentes,

    porm no h estudos em humanos; o risco para o beb no pode ser descartado, mas um

    benefcio potencial pode ser maior do que os riscos);

    Clozapina: contraindicada nos casos de leucopenia (contagem de clulas brancas do sangue

    abaixo de 3.500 clulas/mm3). So necessrios controles peridicos com hemograma

    (semanal nas primeiras 18 semanas e mensal aps);

    Efeitos adversos mais comuns da risperidona: agitao, nervosismo, alteraes de viso,

    disfuno sexual, tonturas, alteraes na menstruao, tremores, movimentos involuntrios,

    insnia, distrbios urinrios, agressividade, diminuio da concentrao e da memria,

    vermelhido e coceira na pele, fraqueza, cansao, priso de ventre, tosse, boca seca, diarreia,

    sonolncia, dor de cabea, m digesto, nuseas, ganho de peso;

    Efeitos adversos mais comuns da quetiapina: priso de ventre, vertigens, sonolncia, boca

    seca, indigesto, aumento de peso, tontura ao levantar;

    Efeitos adversos mais comuns da ziprasidona: sonolncia, insnia, tonturas, presso baixa,

    tremores, alteraes cardacas, fraqueza, dor de cabea, priso de ventre, boca seca, aumento

    da salivao, nuseas, vmitos, nervosismo, agitao;

    Efeitos adversos mais comuns da olanzapina: dor de cabea, sonolncia, insnia, agitao,

    nervosismo, ansiedade, boca seca, tonturas ao levantar, taquicardia, inchao, amnsia,

    febre,vermelhido na pele, inquietao,priso de ventre,dor abdominal, ganho de peso,

    aumento do apetite, rigidez na nuca, dores no corpo;

    Efeitos adversos mais comuns da clozapina: aumento da frequncia cardaca, palpitaes,

    tonturas, priso de ventre, febre, dor de cabea, cansao, sonolncia, produo aumentada

    ou diminuda de saliva, aumento de suor, nuseas, vmitos, enjo, viso turva, aumento de

    peso, alterao das clulas do sangue (agranulocitose, eosinofilia, granulocitopenia,

    leucopenia, trombocitopenia);

    Medicamentos contraindicados em casos de hipersensibilidade (alergia) aos frmacos ou aos

    componentes da frmula.

  • 030 Esquizofrenia Refratria Pg. 129

    Estou ciente de que este medicamento somente pode ser utilizado por mim, comprometendo-me

    a devolv-lo caso no queira ou no possa utiliz-lo(s) ou se o tratamento for interrompido. Sei

    tambm que continuarei a ser atendido (a), inclusive em caso de desistir de usar o medicamento.

    Autorizo o Ministrio da Sade e as Secretarias de Sade a fazerem uso de informaes relativas

    ao meu tratamento, desde que assegurado o anonimato.

    ( ) Sim ( ) No

    Meu tratamento constar do seguinte medicamento:

    ( ) Risperidona

    ( ) Quetiapina

    ( ) Ziprasidona

    ( ) Olanzapina

    ( ) Clozapina

    Local: Data:

    Nome do paciente:

    Carto Nacional de Sade:

    Nome do responsvel legal:

    Documento de identificao do responsvel legal:

    Assinatura do paciente ou do responsvel legal

    Mdico responsvel: CRM: UF:

    Assinatura e carimbo do mdico

    Data: ______/______/_________

    Observao:

    Este Termo obrigatrio ao se solicitar o fornecimento de medicamento do Componente

    Especializado da Assistncia Farmacutica e dever ser preenchido em duas vias: uma ser

    arquivada na farmcia, e a outra, entregue ao usurio ou a seu responsvel legal.

  • Pg. 130 030 Esquizofrenia Refratria