027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo1

    Universidade Estadual Paulista UNESPFaculdade de Engenharia de Ilha Solteira FEIS

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica

    Controle Discreto com Modos

    Deslizantes em Sistemas Incertos com

    Atraso no Sinal de Controle

    Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Ps

    Graduao da Faculdade de Engenharia de Ilha

    Solteira da Universidade Estadual Paulista

    UNESP/FEIS, como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do ttulo de Doutor em Engenharia

    Eltrica, rea de concentrao em Controle e

    Automao.

    por

    Jean Marcos de Souza RibeiroEngenheiro Eletricista FEIS/UNESP

    Mestre em Engenharia Eltrica FEIS/UNESP

    Ilha Solteira, Agosto de 2006

    Orientador: Prof. Dr. Jos Paulo Fernandes Garcia FEIS/UNESP

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    Controle Discreto com Modos Deslizantes em Sistemas Incertoscom Atraso no Sinal de Controle

    Jean Marcos de Souza Ribeiro

    TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA FACULDADE DE ENGENHARIADE ILHA SOLTEIRA UNESP, COMO PARTE DOS REQUISITOSNECESSRIOS PARA A OBTENO DO TTULO DE DOUTOR EMENGENHARIA ELTRICA (DR).EM 30/08/2006

    _________________________________________________Prof. Dr. Marcelo Carvalho Minhoto Teixeira - Coordenador

    COMISSO EXAMINADORA:

    _________________________________________________Prof. Dr. Jos Paulo Fernandes Garcia Orientador

    _________________________________________________Prof. Dr. Marcelo Carvalho Minhoto Teixeira

    _________________________________________________Prof. Dr. Edvaldo Assuno

    _________________________________________________Prof. Dr. Fuad Kassab Junior

    _________________________________________________Prof. Dr. Marco Henrique Terra

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    Quando passares pelas guas, estarei contigo, e quando passares pelos rios, eles no te submergir.Quando passares pelo fogo, no te queimars, nem a chama arder em ti. Pois eu sou o Senhor teu Deus

    o Santo de Israel, o teu Salvador... no temas! (Isaas 43:1-2)

    A Deus pelo seu imensurvel amor e

    fidelidade, por ser minha retaguarda e

    meu lugar seguro e por dar sentido ao

    meu viver.

    OFEREO

    Aos meus pais, Ferrari e Flausina, pelo

    incentivo, fora, apoio e, principalmente, pelo

    amor incondicional que me sustenta em cada

    momento de luta.

    DEDICO

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    Agradecimentos

    Toda minha fora vem dEle e no teria sentido comear meus agradecimentos sem

    mencion-lo: Obrigado Deus!

    Aos meus pais que, com sabedoria e pacincia, me do fora nos momentos de

    dificuldade, me ajudam em cada nova fase, novo passo, novo objetivo e que fazem

    minha vida valer a pena.As minhas irms Joicee Gisley, pela fora, amizade e carinho. Ao meu sobrinho Vitor

    que me d nimo s de estar por perto.

    Ao meu orientador Prof. Dr. Jos Paulo, pela amizade, sabedoria, compreenso,

    educao, conselhos, enfim por todos anos de boa convivncia, minha eterna gratido.

    A querida professora Lizete, que teve uma importante participao em minha formao

    desde os anos graduao e que acompanhou de perto todos meus passos no programa de

    ps-graduao, me ajudando, aconselhando e dando idias no desenvolvimento do meu

    trabalho.

    A minha namorada, pelo amor, pacincia, apoio e fora em minhas lutas.

    Aos professores Edvaldoe Marcelopelas importantes contribuies cientficas e pela

    amizade fortalecida ao longo desses anos.

    Aos tcnicos Adilson, Aderson, Chaves, Everaldo e Hidemassa, que participaram

    sempre de todo desenvolvimento da pesquisa.Minha gratido tambm s professoras ricae Neusinhapelas sugestes no trabalho.

    A todos amigos do Laboratrio de Controle e Automao da FEIS, com os quais pude

    compartilhar conhecimentos, idias, boas risadas e amizades vedadeiras.

    Finalmente Capes pelo suporte financeiro e auxlios fornecidos durante a execuo

    deste trabalho.

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    RESUMO

    Este trabalho apresenta trs novas estratgias de controle discreto. O enfoque principaldo trabalho foi dado ao Controle Discreto com Modos Deslizantes (CDMD) aplicados

    em sistemas que possuem atraso no processamento do sinal de controle. As novas

    estratgias de controle objetivam a elaborao de leis de fcil implementao prtica e

    que ao mesmo tempo sejam robustas a incertezas da planta. Uma caracterstica destas

    novas abordagens para controle discreto com atraso no tempo a utilizao de um

    Controle com Modos Deslizantes sem a necessidade de predio do sinal de controle. Os

    mtodos de projeto propostos podem ser aplicados no controle de plantas estveis ou

    instveis com atraso no sinal de controle. Uma das estratgias foi elaborada para realizar

    controle apenas em sistemas discretos que no possuem atraso no sinal de controle,

    enquanto que as demais so utilizadas para controle em sistemas com atraso. So

    apresentadas simulaes e resultados de implementaes prticas, sobre uma planta

    estvel de Controle Automtico da Gerao (CAG) e sobre um Sistema Pndulo

    Invertido, que caracteriza bem uma planta instvel. Os resultados comprovam a eficcia

    dos novos controladores.

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    ABSTRACT

    This work presents three new strategies of discrete-time control. The main focus of thework was given to the Sliding Mode Control (SMC) applied in systems that present

    delay in the processing of the control sign. The new control strategies provide laws of

    control of easy practical implementation and that at the same time are robust to

    uncertainties of the plant. A characteristic of these new approaches, for discrete-time

    control with delay-time, is the use of a Sliding Mode Control without the need of

    prediction of the control signal. The proposed design methods can be applied in the

    control of stable or unstable plants, with delay in the control signal. One of the strategies

    was elaborated to accomplish control just in discrete-time system without delay-time in

    the control sign, while the others are used for control in systems with delay-time.

    Simulations and experimental results are shown on a stable plant of Automatic

    Generation Control (AGC) and on Inverted Pendulum System, that is an unstable plant.

    The results prove the controllers' effectiveness.

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    Lista de Figuras

    2.1 A superfcie deslizante a interseco das i-simas superfcies existentes............................................21

    2.2 Ilustrao bidimensional do domnio do modo deslizante.......................................................................22

    2.3 Diagrama de blocos do sistema em exemplo............................................................................................40

    2.4 Controle descontnuo sem camada limite e com camada limite..............................................................41

    2.5 Trajetria dos estados e lei de controle sem usar camada limite.............................................................41

    2.6 Trajetria dos estados e lei de controle usando camada limite............................................................... 42

    3.1 Diagrama de bloco descrevendo um tpico sistema com atraso. ............................................................ 443.2 Diagrama de bloco descrevendo um tpico sistema com atraso. ............................................................ 44

    3.3 Estratgia de controle com preditor proposto por Smith. .......................................................................45

    3.4 Controle EV/MD para o sistema sem atraso - robustez. .........................................................................49

    3.5 Controle EV/MD para o sistema com atraso. ..........................................................................................50

    5.1 Sistema pndulo invertido.........................................................................................................................71

    5.2 Equipamento utilizado para realizao do controle sobre o sistema pndulo invertido. ......................74

    5.3 Representao esquemtica do sistema pndulo invertido com o dispositivo de controle..................75

    5.4 Representao em diagrama de blocos da simulao do pndulo invertido utilizando CCMD...........76

    5.5 CCMD realizado por um computador: simulaes com perodo de amostragem de 0.001 seg..........765.6 CCMD realizado por um computador: simulaes com perodo de amostragem de 0.065 seg........... 77

    5.7 Controlador contnuo emulado em um computador digital ....................................................................77

    5.8 CCMD realizado por um computador: resultados experimentais com perodo de amostragem de0.001 seg....................................................................................................................................................78

    5.9 CCMD realizado por um computador: resultados experimentais com perodo de amostragem de 0.01seg. .............................................................................................................................................................78

    5.10 Diagrama de blocos representando o procedimento para simulao do CDMD aplicado ao pnduloinvertido. ....................................................................................................................................................79

    5.11 CDMD realizado por um computador digital: simulao com perodo de amostragem de 0.01 seg. 80

    5.12 CDMD realizado por um computador digital: simulao com perodo de amostragem de 0.1 seg... 805.13 Controlador discreto implementado em um computador digital. .........................................................81

    5.14 CDMD realizado por um computador: resultados experimentais com perodo de amostragem de0.001 seg....................................................................................................................................................81

    5.15 CDMD realizado por um computador: resultados experimentais com perodo de amostragem de0.01 seg. .....................................................................................................................................................82

    8.1a Planta, observador e lei de controle utilizando a estratgia CDMD-A. ...............................................98

    8.1b Planta, observador e lei de controle utilizando a estratgia CDMD-B. ...............................................98

    8.2 Planta do sistema de Controle de Gerao. ..............................................................................................98

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    8.3 Resposta do sistema com entrada atrasada h=0.15 seg e perodo de amostragem de 0.20 seg,

    utilizando o projeto contnuo convencional CEV-MD.........................................................................1038.4 Resposta do sistema com CEV-MD, proposto no Captulo 5 (equao 5.32), com entrada atrasada em

    h=0.15 seg e perodo de amostragem de 0.20 seg.................................................................................103

    8.5 Resposta do sistema com CDMD-A, proposto no Captulo 6 (equao 6.12), com entrada atrasada emh=0.15 seg e perodo de amostragem de 0.20 seg.................................................................................104

    8.6 Resposta do sistema com CDMD-B, proposto no Captulo 7 (equao 7.31), com entrada atrasada emh=0.15 seg e perodo de amostragem de 0.20 seg.................................................................................104

    8.7 Representao em diagrama de blocos do sistema pndulo invertido, controlado com CDMD, napresena de atraso do sinal de controle. ................................................................................................106

    8.8 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD, proposto no Captulo 5 (equao 5.32), comatraso de 0.01 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg.....................................................................106

    8.9 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD, proposto no Captulo 5 (equao 5.32), comatraso de 0.04 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg (instvel). ...................................................107

    8.10 Representao em diagrama de blocos do sistema pndulo invertido, controlado com CDMD-A, napresena de atraso do sinal de controle. ................................................................................................108

    8.11a Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-A, proposto no Captulo 6 (equao 6.12),com atraso de 0.01 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg.............................................................108

    8.11b Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-A, proposto no Captulo 6 (equao 6.12),com atraso de 0.04 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg.............................................................109

    8.12 Representao em diagrama de blocos do sistema pndulo invertido, controlado com CDMD-B, napresena de atraso do sinal de controle e com incertezas.....................................................................110

    8.13 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-B, proposto no Captulo 7 (equao 7.31), comatraso de 0.01 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg.....................................................................110

    8.14 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-B, proposto no Captulo 7 (equao 7.31), comatraso de 0.04 seg e perodo de amostragem de 0.06 seg.....................................................................111

    8.15 Equipamento utilizado para realizao da implementao prtica dos controles sobre o sistemapndulo invertido. ...................................................................................................................................112

    8.16 Esquema do sistema pndulo invertido com o dispositivo de controle .............................................113

    8.17 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-A, com perodo de amostragem de 0.005 seg eatraso de 0.004 seg. Implementao atravs de computador. ..............................................................114

    8.18 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD, com perodo de amostragem de 0.005 seg e

    atraso de 0.004 seg. Implementao atravs de computador. ..............................................................1148.19 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-A, com perodo de amostragem de 0.010 seg eatraso de 0.009 seg. Implementao atravs de computador. ..............................................................115

    8.20 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD, com perodo de amostragem de 0.010 seg eatraso de 0.009 seg. Implementao atravs de computador. ..............................................................115

    8.21 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-B, com perodo de amostragem de 0 .005 seg eatraso de 0.0025 seg. Implementao atravs de computador. ............................................................116

    8.22 Resposta do sistema Pndulo Invertido com CDMD-B, com perodo de amostragem de 0 .010 seg eatraso de 0.005 seg. Implementao atravs de computador. ..............................................................116

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    Lista de Smbolos e Abreviaturas

    A/D Conversor Analgico/Digital

    B Matriz de entrada

    C Matriz de sada

    CAG Controle Automtico da Gerao

    CCMD Controle Contnuo com Modos Deslizantes

    CDMD Controle Discreto com Modos Deslizantes

    CEV Controle com Estrutura Varivel

    CMD Controle com Modos Deslizantes

    D/A Conversor Digital/Analgico

    EDF Equao Diferencial Funcional

    EDO Equao Diferencial Ordinria

    EDP Equao Diferencial Parcial

    EV Estrutura Varivel

    FTMF Funo de Transferncia de Malha Fechada

    ),( xtf Matriz de estados no-linear da planta

    G Planta

    mG Modelo da Planta

    grad Gradiente

    h Atraso

    K Ganho escalar

    m Dimenso do vetor de entradas

    MD Modos Deslizantes

    MIMO Sistema com mltiplas entradas e mltiplas sadas

    n Dimenso do vetor de estados

    p Dimenso do vetor de sada

    S Ganhos da superfcie de deslizamento

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    SAT Sistemas com Atraso no Tempo

    sgn Funo sinal

    SISO Sistema com uma entrada e uma sada

    mT Modelo do Atraso

    )(tu Sinal de controle contnuo no tempo

    equ Controle equivalente

    ku Sinal de controle discreto no tempo

    nu

    Controle descontnuo

    ),( xtV Funo de Lyapunov

    x Vetor de estados estimado

    )(tx Estados da planta no sistema contnuo

    kx Estados da planta no sistema discreto

    ky Sada discreta

    )(ty Sada contnua

    Superfcie de deslizamento contnua no tempo

    Ganho escalar

    f Incertezas

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    Sumrio

    1. INTRODUO............................................................................................................................................ 13

    2. CONTROLE COM ESTRUTURA VARIVEL E MODOS DESLIZANTES.................................18

    2.1 Modelo do Sistema ..................................................................................................................192.1.1 Superfcie de Deslizamento .............................................................................................................192.1.2 Modos Deslizantes ...........................................................................................................................202.1.3 Condies de Existncia de um Modo Deslizante .........................................................................21

    2.2 O Mtodo do Controle Equivalente........................................................................................24

    2.3 Reduo de Ordem ..................................................................................................................26

    2.4 Forma Regular .........................................................................................................................30

    2.5 Projeto do Controlador ............................................................................................................32

    2.6 Sistemas Incertos e CEV/MD.................................................................................................35

    2.7 Trepidao................................................................................................................................38

    2.8 Comentrios .............................................................................................................................42

    3. SISTEMAS COM ATRASO NO CONTROLE......................................................................................43

    3.1 Motivao e Apresentao do Problema sob o Enfoque CEV/MD...................................... 47

    3.2 Comentrios .............................................................................................................................50

    4. OBSERVADORES DE ESTADO DE SISTEMAS INCERTOS COM ATRASO NO CONTROLECOM EV/MD.................................................................................................................................................... 52

    4.1 Projeto do Observador............................................................................................................. 554.1.1 Algoritmo para o Projeto do Observador Robusto.........................................................................58

    4.2 Comentrios .............................................................................................................................60

    5. UM NOVO CONTROLADOR COM MODOS DESLIZANTES DISCRETO NO TEMPO(CDMD) .............................................................................................................................................................61

    5.1 Controle Contnuo com Modos Deslizantes (CCMD) ..........................................................625.1.1 Projeto da Superfcie de Deslizamento...........................................................................................635.1.2 Projeto da Lei de Controle Contnua...............................................................................................63

    5.2 Nova Estratgia de Controle Discreto com Modos Deslizantes (CDMD)...........................655.2.1 Projeto da Superfcie de Deslizamento...........................................................................................665.2.2 Projeto da Lei de Controle Discreta................................................................................................665.2.3 Anlise da Robustez da Estabilidade ..............................................................................................69

    5.3 O Modelo Pndulo Invertido................................................................................................... 71

    5.4 Sistema Pndulo Invertido com CMD....................................................................................72

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    5.5 Simulaes e Resultados Experimentais................................................................................745.5.1 Controle Contnuo com Modos Deslizantes (CCMD)...................................................................75

    5.5.1.1 Simulaes................................................................................................................................755.5.1.2 Implementao prtica..............................................................................................................77

    5.5.2 Controle Discreto com Modos Deslizantes (CDMD)....................................................................795.5.2.1 Simulaes................................................................................................................................795.5.2.2 Implementao prtica..............................................................................................................80

    5.6 Comentrios .............................................................................................................................82

    6. CONTROLE DISCRETO COM MODOS DESLIZANTES PARA SISTEMAS COM ATRASONO SINAL DE CONTROLE E SEM ESTIMATIVA DAS INCERTEZAS (CDMD-A).....................84

    6.1 Modelo Discreto com Atraso ..................................................................................................84

    6.2 Projeto da Superfcie Deslizante Discreta..............................................................................866.3 Projeto da Lei de Controle Discreta .......................................................................................87

    6.4 Anlise da Robustez da Estabilidade...................................................................................... 87

    6.5 Comentrios .............................................................................................................................89

    7. CONTROLE DISCRETO COM MODOS DESLIZANTES PARA SISTEMAS SEM E COMATRASO NO SINAL DE CONTROLE E COM ESTIMADOR DE INCERTEZAS (CDMD-B).....90

    7.1 Controle Discreto com Modos Deslizantes (CDMD-B) sem atraso no sinal de controle... 907.1.1 Projeto da Superfcie Deslizante Discreta ......................................................................................917.1.2 Projeto da Lei de Controle Discreta................................................................................................91

    7.2 Controle Discreto com Modos Deslizantes (CDMD-B) com Atraso no Sinal de Controle 937.2.1 Projeto da Superfcie Deslizante Discreta ......................................................................................947.2.2 Projeto da Lei de Controle Discreta................................................................................................95

    7.3 Comentrios .............................................................................................................................96

    8. RESULTADOS: SIMULAES DOS CONTROLES CDMD, CDMD-A E CDMD-BAPLICADOS A UMA PLANTA ESTVEL E UMA INSTVEL, E IMPLEMENTAES DOSCONTROLADORES SOBRE O SISTEMA PNDULO INVERTIDO.................................................97

    8.1 Simulaes do CDMD, CDMD-A e CDMD-B, Aplicados a uma Planta Estvel: ControleAutomtico de Gerao (CAG) com Entrada Atrasada...............................................................97

    8.1.1 Sistema CAG com Projeto Contnuo Convencional CEV-MD...................................................1008.1.2 Sistema CAG com o Novo Projeto CDMD..................................................................................101

    8.1.3 Sistema CAG com o Novo Projeto CDMD-A .............................................................................1018.1.4 Sistema CAG com o Novo Projeto CDMD-B..............................................................................102

    8.2 Simulaes do CDMD, CDMD-A e CDMD-B, Aplicados a uma Planta Instvel: ModeloPndulo Invertido com Entrada Atrasada...................................................................................105

    8.2.1 Sistema Pndulo Invertido com a Nova Estratgia CDMD ........................................................1058.2.2 Sistema Pndulo Invertido com a Nova Estratgia CDMD-A....................................................1078.2.3 Sistema Pndulo Invertido com a Nova Estratgia CDMD-B ....................................................109

    8.3 Implementaes do CDMD, CDMD-A e CDMD-B, Aplicados a uma Planta Instvel:Modelo Pndulo Invertido com Entrada Atrasada.....................................................................112

    8.3.1 Resultado da Implementao das Estratgias CDMD e CDMD-A ............................................1138.3.2 Resultado da Implementao da Estratgia CDMD-B ................................................................115

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    xii

    9. CONCLUSES..........................................................................................................................................117

    9.1 Concluses Gerais .................................................................................................................117

    9.2 Trabalhos Publicados.............................................................................................................118

    9.3 Sugestes de Trabalhos .........................................................................................................119

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................................120

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    Captulo 1 13

    CAPTULO 1

    1. INTRODUO

    H algumas dcadas o estudo de sistemas dinmicos com atraso no tempo

    tem sido foco de considervel ateno por parte de vrios pesquisadores, que se sentiram

    atrados pela busca de um melhor critrio para anlise e soluo de problemas causados

    pelo atraso [1,2,3]. Esta concentrao de esforos, na pesquisa de solues de problemas

    para sistemas com atraso no tempo, motivada pelo fato de que o fenmeno de atraso

    encontrado em vrios problemas da engenharia [4], e pode ser responsvel pelocomprometimento do desempenho do controlador e, at mesmo, pode levar

    instabilidade todo sistema controlado.

    Sistemas com Atraso no Tempo (SAT) tambm so chamados de sistemas

    com tempo morto, sistemas hereditrios ou equaes com argumento divergentes. Eles

    pertencem a uma classe de equaes diferenciais funcionais (EDFs) as quais so de

    dimenso infinita, ao invs de equaes diferenciais ordinrias (EDOs). Muitas

    pesquisas esto sendo feitas sobre este tema [7]. O que pode motivar esse interesse e

    desenvolvimento to contnuo? Quatro pontos podem dar uma possvel explicao:

    i) SAT um problema aplicado: bem conhecido que, junto com as expectativas

    crescentes de desempenhos dinmicos, engenheiros precisam dos modelos do

    processo que se comportam mais prximo do real possvel. Muitos processos incluem

    fenmenos com atraso no tempo na dinmica interna deles. Por exemplo,

    Kolmanovskii e Myshkis [8] e Niculescu [9] do exemplos de atraso em biologia,

    qumica, economia, mecnica, viscoelasticidade, fsica, fisiologia, dinmica de

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    Captulo 1 14

    populao e tambm em cincias da engenharia. Alm disso, atuadores, sensores,

    redes de campo, que normalmente so envolvidas em loops de realimentao,

    introduzem tal atraso. Assim, eles so fortemente envolvidos em reas de

    comunicao e tecnologia de informao. Ento, o interesse para EDF contnua

    crescendo em todas as reas cientficas e, especialmente, em engenharia de controle.

    ii) sistemas com atraso ainda no apresentam bom desempenho a muitos

    controladores clssicos: pode-se pensar que a aproximao mais simples consiste no

    mtodo substituir o atraso por funes de dimenses finitas. Infelizmente, ignorar

    efeitos que so representados adequadamente por EDFs no uma alternativa geral: a

    melhor situao (atrasos constantes e conhecidos), conduz ao mesmo grau de

    complexidade no projeto de controle. Casos crticos (atrasos com tempo variado, por

    exemplo), potencialmente desastroso em termos de estabilidade e oscilaes.

    iii) Propriedades do atraso tambm trazem resultados surpreendentes j que vrios

    estudos mostraram que a introduo voluntria de atraso tambm pode beneficiar o

    controle [7]. Por exemplo, para EDOs: amortecimento e estabilizao [61].

    iv) apesar de sua complexidade, SAT freqentemente aparecem como simples

    modelos de dimenso infinita na rea mais complexa de equaes diferenciais

    parciais (EDP): como mencionado em Kolmanovskii e Myshkis [8], "normalmente

    no difcil mostrar que o aparecimento do atraso em uma equao diferencial

    resulte de alguma simplificao essencial do modelo".

    Em geral, os sistemas em malha fechada, com atrasos nas malhas, esto

    sujeitos a mais problemas de estabilidade do que os sistemas sem atrasos. Um atraso h

    modelado pela funo de transferncia she [11], assim a equao caracterstica do

    sistema ter coeficientes que dependem do atraso, podendo levar o sistema

    instabilidade. Conhecendo-se exatamente o valor do atraso e tendo-se uma planta

    estvel, Smith [14] props uma tcnica, com preditor, capaz de suprir os efeitos

    causados pelo atraso e garantir a estabilidade do sistema atrasado podendo-se assim

    utilizar normalmente os controladores. Controladores baseados em preditores incluem

    um preditor para compensar o atraso, ou, pelo menos, minimizar seu efeito. Para o

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    16/126

    Captulo 1 15

    projeto de um controlador baseado em preditor, o sistema com atraso pode ser

    transformado em um sistema livre de atraso na malha de controle, contudo o efeito do

    atraso estar presente no numerador da funo de transferncia em malha fechada,

    podendo assim alterar o desempenho de sistema [15,20]. Contudo, na prtica, nem

    sempre possvel ter-se uma planta estvel com valor conhecido do atraso no tempo.

    O atraso est presente em vrios sistemas dinmicos devido a: i) utilizao,

    na planta e/ou malha de controle, de dispositivos microprocessados, que necessitam de

    um tempo para o processamento de informaes; ii) atraso no sistema de medio das

    variveis de controle do sistema, e iii) prpria natureza da planta, que pode apresentar

    atrasos embutidos em sua funo de transferncia. Vrios exemplos de sistemas

    eletrnicos, biolgicos, mecnicos, qumicos, podem ser dados a respeito da presena de

    atraso em um sistema, por exemplo, sistemas de controle industrial atravs de

    dispositivos microprocessados, computao do sinal de controle, controle via rede,

    fenmenos de transporte, transmisso pneumtica, canais de comunicao, processos

    qumicos e trmicos, problemas de radiao etc [2]. Nestes sistemas, a sada no

    comear a responder a uma entrada antes de transcorrer o tempo de atraso [21].Durante muito tempo as pesquisas, relacionadas ao controle de sistemas com

    atraso, sempre geravam trabalhos que abordavam a estratgia de preditores, derivados

    dos preditores de Smith, na tentativa de sanar os problemas de plantas instveis e

    incertezas no atraso, exemplo disso que vrios trabalhos so encontrados na literatura

    com o ttulo A new Smith Predictor.... Porm as malhas de controle propostas,

    embora apresentem bons resultados, nem sempre so de fcil implementao, por

    exemplo, Lee e Lee [2]; Mondi, Garcia e Lozano [23]. Este trabalho prope uma

    soluo simples e factvel a este problema, atravs de um controlador robusto, que

    utiliza a estratgia de Controle com Estrutura Varivel e Modos Deslizantes (CEV-MD).

    O CEV/MD foi primeiramente proposto e elaborado nos anos 50, na Unio Sovitica

    por Utkin e outros [5,6,7]. Basicamente, sistemas CEV-MD tm como principais

    caractersticas: robustez na estabilidade e no desempenho diante de determinadas classes

    de incertezas e no linearidades [10,12]. No entanto, tais caractersticas podem no

    existir em sistemas com atraso no sinal de controle, caso tais atrasos no sejam

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    17/126

    Captulo 1 16

    considerados durante o projeto. Neste trabalho proposta uma soluo para o problema

    de atraso no sinal de controle gerado por um computador digital, atravs de um

    controlador com Modos Deslizantes.

    Outro problema o projeto de controladores capazes de minimizar os efeitos

    das incertezas. Muitos resultados podem ser encontrados na literatura, como a

    abordagem pela equao de Riccati [16,17,22], por Linear Matrix Inequalities LMI

    [24,25,26] e o mtodo min-max [27]. Essas abordagens no consideram uma

    compensao para a entrada com atraso. Em [28] investigou-se o problema de

    estabilizao robusta para sistemas incertos com entradas com atraso usando a teoria de

    controle H . Em [29,30] aplica-se a teoria de modos deslizantes em sistemas incertos

    com atraso no estado. Nos trabalhos apresentados em [31,32,33] aplica-se CEV/MD em

    sistemas com atraso no controle considerando somente o caso em que h acesso pleno

    aos estados.

    Especificamente em CEV/MD, o problema do atraso mais evidente, uma

    vez que este mtodo utiliza uma lei de controle com chaveamento de alta velocidade

    para conduzir e manter a trajetria dos estados de uma planta em uma superfcieespecfica escolhida no espao de estados (chamada de superfcie de deslizamento ou

    superfcie de chaveamento). Este chaveamento depende dos estados atuais e executado

    pelo sinal de controle. Se o efeito do atraso no for minimizado, o chaveamento poder

    no direcionar a trajetria do sistema para a superfcie de deslizamento planejada,

    podendo com isto levar o sistema instabilidade. Para evitar que os efeitos do atraso

    interfiram de maneira mais acintosa na estrutura de controle, este trabalho prope a no

    utilizao da componente chaveada da estrutura de controle (CEV), que ser substituda

    por um controle sem descontinuidade, tratando assim de um controlador apenas em

    Modos Deslizantes (MD).

    Neste trabalho aborda-se o projeto de MD em sistemas incertos com atraso

    devido computao do sinal de controle. Alm da sistematizao do projeto, algumas

    anlises so feitas considerando observadores preditivos que tambm utilizam EV/MD.

    Do Captulo 2 ao 4 so apresentados anlises e estratgias de CEV-MD para

    sistemas contnuo no tempo.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    18/126

    Captulo 1 17

    No Captulo 2, so apresentados os aspectos mais relevantes de Sistemas

    com Controle de Estrutura Varivel e Modos Deslizantes.

    No Captulo 3, descreve-se uma introduo sobre preditores de Smith e

    alguns conceitos relacionados a sistemas com atraso no sinal de controle. Tambm,

    neste captulo, apresenta-se um exemplo numrico cujos resultados obtidos em

    simulaes ilustram a importncia de se considerar os atrasos na sistemtica de projeto

    CEV/MD.

    No Captulo 4, apresentado um observador proposto por Spurgeon e

    Davies [12,38], porm com uma abordagem que leva em considerao o atraso no

    tempo [21,61] e utiliza a estratgia CEV/MD.

    A partir do Captulo 5 so apresentadas as novas estratgias de Controle com

    Modos Deslizantes (CMD), considerando processamento digital e atraso no controle,

    alm de incertezas na planta.

    No Captulo 5, apresentado um novo controlador discreto no tempo, que

    leva em considerao o processamento digital, mas no leva em conta o atraso no sinal

    de controle [19,52]. Simulaes e resultados de implementaes deste controladortambm so apresentados neste captulo.

    No Captulo 6, apresentado tambm um novo controlador discreto, com

    modos deslizantes, que leva em considerao, alm do processamento digital, tambm o

    atraso no sinal de controle [30]. No Captulo 7 apresentado mais um controlador

    discreto, cuja estratgia compensar os efeitos do atraso no sinal de controle e

    incertezas da planta, atravs de sua estimao.

    Finalmente, no Captulo 8 so apresentados os resultados finais de

    simulaes e implementaes em laboratrio das trs novas estratgias de controle

    discreto proposto neste trabalho. So mostrados os resultados de simulaes do Controle

    Automtico da Gerao (CAG) e tambm resultados obtidos de simulaes e

    implementaes realizadas sobre o sistema pndulo invertido.

    No Captulo 9 so dadas as concluses finais e sugestes para prximos

    trabalhos.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 18

    CAPTULO 2

    2. CONTROLE COM ESTRUTURA VARIVEL E MODOSDESLIZANTES

    A caracterstica de um sistema de Controle com Estrutura Varivel e Modos

    Deslizantes (CEV/MD) uma lei de controle chaveada em alta velocidade, que ocorre

    quando o estado do sistema cruza certas superfcies descontnuas no espao de estados.

    Essas superfcies so projetadas de forma que a dinmica dos estados obedea a um

    comportamento desejado quando em deslizamento. A estrutura de controle usualmenteno-linear e resulta em um sistema com estrutura varivel que pode ser considerado

    como uma combinao de subsistemas, cada um com uma estrutura fixa e que opera em

    uma regio especfica do espao de estados [5].

    Assim, a estratgia de CEV/MD utiliza uma lei de controle chaveada para

    conduzir e manter a trajetria dos estados de uma planta em uma superfcie especfica

    (chamada superfcie de deslizamento ou superfcie de chaveamento), ou sobre a

    interseco de todas as superfcies escolhidas no espao de estados. Quando a trajetriados estados atinge esta superfcie e nela permanece, diz-se que o sistema est na

    condio de deslizamento ou em modo deslizante e, nesta situao, o comportamento do

    sistema sofre menor influncia por parte de alteraes paramtricas ou de distrbios

    externos, o que d a caracterstica robusta ao sistema controlado.

    A existncia de um modo deslizante requer a estabilidade da trajetria de

    estado para a superfcie de deslizamento. Uma lei de controle chaveada deve ento ser

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    Captulo 2 19

    projetada para assegurar que a trajetria de estados se dirija superfcie de deslizamento

    (alcanabilidade) e nela permanea durante todo o tempo subseqente (atratividade) [6].

    Assegurar a existncia de um modo deslizante na superfcie de deslizamento

    um caminho necessrio no projeto de CEV/MD. Projetar a dinmica da superfcie

    um caminho complementar do problema.

    Assim, so duas as etapas principais no projeto:

    (a)Projeto de uma superfcie de deslizamento, tal que a dinmica da planta, quando em

    deslizamento, tenha uma trajetria desejada;

    (b)Desenvolvimento de uma lei de controle tal que satisfaa as condies de existncia

    e alcanabilidade ao modo deslizante.

    2.1 Modelo do Sistema

    Considera-se uma classe de sistemas no-linear no vetor de estado )(tx e

    linear no vetor controle )(tu , da forma [34]

    )(),(),(),,()( tuxtBxtfuxtftx +==

    (2.1)

    onde o vetor de estado nx , o vetor controle mu , nxtf ),( , e

    mnx),( tB . Alm disso, cada elemento de ),( xtf e ),( xtB so assumidos contnuos,

    com derivadas contnuas e limitadas com respeito t e x .

    2.1.1 Superfcie de Deslizamento

    A superfcie de deslizamento ou superfcie de chaveamento ( ) 0x = um

    espao fechado (n-m) dimensional em nR , determinado pela interseco de m

    superfcies de chaveamento de dimenso (n-m). As superfcies de chaveamento so

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    Captulo 2 20

    projetadas tal que o sistema, restrito a superfcie ( ) 0x = , tenha comportamento

    desejado.

    Seja a superfcie de deslizamento definida por

    { }0))((|)( =txtx . (2.2)

    Cada entrada (t)ui do controle chaveadomu(t) tem a forma

    =

    +

    0com

    1

    0com

    (x(t))(t, x)u

    , m,i,

    (x(t))

    (t, x)u

    (t, x)u

    i

    -

    i

    ii

    i

    (2.3)

    onde { }0))((|)( =txtxi

    a i-sima superfcie de deslizamento associada com a

    superfcie de deslizamento (2.2) de dimenso (n-m).

    As superfcies de deslizamento so projetadas tais que a resposta do sistema

    restrito { }0))((|)( =txtx tenha o comportamento desejado.

    Considera-se neste trabalho, a superfcie de deslizamento da forma

    { }0)())((|)( == txStxtx , (2.4)

    em que S chamada matriz da superfcie de deslizamento, sendo nxmS .

    Por simplicidade, a notao utilizada para designar a superfcie de

    deslizamento ser

    0)())(( == tSxtx . (2.5)

    2.1.2 Modos Deslizantes

    Depois de projetada a superfcie de deslizamento desejada, o prximo

    aspecto importante de CEV/MD garantir a existncia de um modo deslizante. Um

    modo deslizante existe se na vizinhana da superfcie de deslizamento, 0(x(t)) = , a

    tangente ou vetor velocidade da trajetria de estado sempre est direcionado para

    superfcie de deslizamento. Conseqentemente, se a trajetria do estado intercepta a

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    Captulo 2 21

    superfcie de deslizamento, o valor da trajetria de estado ou ponto representativo se

    mantm dentro de uma vizinhana de { }/ ( ) 0x x = . Se o modo deslizante existe em

    ( ) 0x = , ento ( )x chamado superfcie de deslizamento. Como visto na Figura 2.1,

    o modo deslizante no pode existir na i-sima superfcie deslizante ( ) 0i x =

    separadamente, mas somente na interseco de todas superfcies.

    Figura 2.1 A superfcie deslizante a interseco das i-simas superfcies existentes.

    Um modo deslizante ideal existe somente quando a trajetria de estado )(tx

    da planta controlada satisfaz 0))(( =tx para todo 0tt , para algum 0t . Isto requer

    chaveamentos infinitamente rpidos. Em sistemas reais, todas as funes com controle

    chaveados tem imperfeies tais como retardamento, histereses, etc., que foram os

    deslizamentos ocorrerem em uma freqncia finita. A trajetria de estado ento oscila

    em uma certa vizinhana da superfcie de deslizamento. Esta oscilao chamada

    trepidao. Portanto, o modo deslizante real no ocorre sobre as superfciesdescontnuas, mas dentro de uma camada limite [5,6].

    2.1.3 Condies de Existncia de um Modo Deslizante

    A existncia de um modo deslizante requer estabilidade da trajetria para a

    superfcie de deslizamento 0(x(t)) = , ou no mnimo para uma vizinhana desta, ou

    (x0, t0)

    (x1, t1)

    1= 0

    2= 0= 0

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    Captulo 2 22

    seja, os estados devem aproximar-se da superfcie assintoticamente. A maior vizinhana

    chamada a regio de atrao. Geometricamente, o vetor tangente ou derivada no tempo

    do vetor de estado, dever apontar para a superfcie de deslizamento, na regio de

    atrao.

    O problema de existncia assemelha-se a um problema de estabilidade

    generalizada, ento o segundo mtodo de Lyapunov fornece um conjunto natural para a

    anlise. Assim, a estabilidade para a superfcie de deslizamento requer a seleo de uma

    funo de Lyapunov generalizada ),( xtV que definida positiva e tem uma derivada

    negativa em relao ao tempo, na regio de atrao [34].

    Definio 1: Um domnio D no espao fechado 0 = um domnio de modo

    deslizante se para cada 0> , existe 0 > , tal que qualquer movimento iniciado dentro

    de uma vizinhana de dimenso n de D pode deixar a vizinhana de dimenso n

    de D somente atravs da vizinhana de dimenso n da fronteira de D (Figura 2.2).

    x1

    x2

    D

    Pontolimite de D

    Vizinhanado ponto

    limite de D

    =0x1

    x2

    D

    Pontolimite de D

    Vizinhanado ponto

    limite de D

    =0

    Figura 2.2 - Ilustrao bidimensional do domnio do modo deslizante.

    Teorema 2.1: Para o domnio D, de dimenso )( mn ser o domnio de um modo

    deslizante, suficiente que, para D , de dimenso n , exista uma funo ),,( xtV

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    Captulo 2 23

    diferencivel com respeito a todos os seus argumentos, satisfazendo as seguintes

    condies [5]:

    (a) ),,( xtV definida positiva em relao , isto , ),,( xtV > 0 com 0 e t, x

    arbitrrios, 0)0,,( =xtV ; e na esfera = para todo

    x e algum t, tem-se:

    i) p

    h)x,V(t,inf ==

    , 0hp > (2.6)

    ii) 0H,H)x,V(t,sup p

    >==

    (2.7)

    ondepp Hh e dependem de 0)se0( hp .

    (b)A derivada em relao ao tempo de ),,( xtV para o sistema (2.1) tem um supremo

    negativo para todo x , exceto para x na superfcie de deslizamento onde o

    controle na entrada no est definido, e por isso a derivada de ),,( xtV no existe.

    Nota 2.1: Um modo deslizante globalmente alcanado se o domnio de atrao todo

    o espao de estados. De outra forma o domnio de atrao um subconjunto do espao

    de estado.

    Considere o sistema de equao (2.1), com a notao

    u) f(t, x,(t)x =

    (2.8)

    e a seguinte estratgia geral de controle

    =

    +

    0se

    0se

    (x)(t, x)u

    (x)(t, x)u

    u . (2.9)

    De acordo com [35], as trajetrias de estado do sistema (2.8), com controle

    (2.9), na condio de deslizamento, 0(x(t))= , so as solues da equao

    10,f)f-(1f(t)x 0- =+= +

    onde )ux,f(t,f),ux,f(t,f -- == ++ .

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 24

    Resolvendo a equao 0f,grad 0 = para tem-se

    )f-(f,grad

    f,grad

    -

    -

    +=

    .

    Sendo:

    (a) ( ) 0f-f,grad - >+ , e

    (b) 0f,grad + e 0f,grad , em que a notao, ba, , denota o

    produto interno entre a e b, tambm escrito como a.b, e grad o gradiente de (x) .

    Assim, pode-se concluir que, a soluo de (2.8) com controle (2.9) existe e

    unicamente definida em 0(x(t)) = [35]. Nota-se tambm que esta tcnica pode ser

    usada para determinar o comportamento da planta no modo deslizante [34, 35].

    O mtodo de Filippov [35] apresentado resumidamente acima uma tcnica

    que torna possvel a determinao do movimento de um sistema num modo deslizante.

    0f representa a velocidade mdia, x , da trajetria de estado restrita superfcie de

    deslizamento. Uma outra tcnica mais simples o mtodo do controle equivalente

    descrito a seguir.

    2.2 O Mtodo do Controle Equivalente

    O mtodo do controle equivalente [5, 34] utilizado para determinar o

    movimento do sistema restrito superfcie de deslizamento 0(x(t)) = . Suponha queem 0t , a trajetria de estado da planta intercepta a superfcie de deslizamento e um

    modo deslizante existe para 0tt . A existncia de um modo deslizante ideal implica

    que ( ) 0)( =tx e 0(x(t)) = para todo 0tt .

    Diferenciando ,0)( =x em relao t, tem-se

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    Captulo 2 25

    0xx

    =

    .

    Substituindox por (2.1), tem-se

    [ ] 0B(t, x) uf(t, x)x

    xx

    eq =+

    =

    (2.10)

    onde ueq chamado de controle equivalente e soluo da equao (2.10).

    Para calcular ueq, assume-se que o produto matricial B(t, x)x

    no

    singular para todo te x . Ento,

    f(t, x)x

    B(t, x)

    x

    -u

    -

    eq

    =

    1

    . (2.11)

    Aps a substituio deste ueq em (2.1), a equao resultante descreve o

    comportamento do sistema restrito superfcie de deslizamento, desde que a condio

    inicialx(t0) satisfaz ( ) 0)( 0 =tx .

    Assim, dado ( ) 0)( 0 =tx , a dinmica do sistema sobre a superfcie de

    deslizamento para 0tt , dada por

    f(t, x)x

    B(t, x)x

    x)I - B(t,x

    -

    =

    1

    . (2.12)

    Supondo que a superfcie de deslizamento linear e dada por

    ,tSxtx 0)())(( == ento Sx

    =

    , e (2.12) reduz-se a

    [ ][ ]f(t, x)SS B(t, x)x)I - B(t,x -1= . (2.13)

    Observe que (2.12), juntamente com a restrio 0(x)= determina o

    movimento do sistema sobre a superfcie de deslizamento. Ento, o movimento do

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    27/126

    Captulo 2 26

    sistema (2.1), restrito superfcie de deslizamento, ser governado por um conjunto de

    equaes de ordem reduzida.

    Algumas aplicaes de controle requerem uma superfcie de deslizamento

    variando no tempo: 0x),( =t . Neste caso, ( ) xx

    t

    t, x

    +

    = e o controle

    equivalente toma a forma

    +

    =

    t

    f(t, x)x

    B(t, x)x

    -u

    -

    eq

    1

    . (2.14)

    2.3 Reduo de Ordem

    Por simplicidade, ser estudado o caso em que a superfcie de chaveamento

    linear, 0)( == xSx . Como mencionado anteriormente, em um modo deslizante, o

    sistema equivalente deve satisfazer no somente a dinmica de estado de dimenso n,

    mas tambm as m equaes algbricas, 0)( =x . Estas restries reduzem a dinmica

    do sistema de um modelo de n-simaordem para um modelo de (n-m)-simaordem.

    Suponha que o sistema no-linear (2.1) restrito superfcie de

    deslizamento (2.4), isto , ,Sx(t) (x(t)) 0== com o sistema dinmico dado por

    (2.13), ento, possvel resolver m variveis de estado, em termos das )( mn

    variveis de estado, se o posto de [ ] mS = .

    Se o posto [ ] mS = , implica que B(t, x)x

    no singular para todo te

    x .

    Para obter a soluo, resolve-se para as m variveis de estado

    ( )x,,x n1m-n + em termos das )( mn variveis de estado que permanecem.

    Substituindo estas relaes nas )( mn equaes de (2.13) e nas equaes

    correspondendo a mvariveis de estado, o sistema resultante de ordem )( mn descreve

    o sistema equivalente com condio inicial satisfazendo 0(x)= .

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    28/126

    Captulo 2 27

    Exemplo 2.1: Para esclarecer o procedimento acima, considere o sistema

    )()(),( tuBtxxtAx +=

    , sendo que

    =

    =

    10

    00

    01

    00

    00

    ;

    ),(),(),(),(),(

    10000

    ),(),(),(),(),(

    00100

    00010

    ),(

    2524232221

    1514131211 B

    xtaxtaxtaxtaxta

    xtaxtaxtataxtaxtA

    Assume-se que a terceira e quinta linhas de A(t,x) tm elementos no-

    lineares variantes no tempo e so limitados. O mtodo de controle equivalente leva ao

    seguinte dinmica, conforme (2.13).

    [ ][ ] (t)A(t, x) xSS BI - Bx -1=

    dado ( ) 0)(0

    =tx para qualquer t0.

    Se os parmetros da superfcie de chaveamento linear so dados por:

    11 12 13 14 15

    21 22 23 24 25

    S S S S S S

    S S S S S

    =

    ento

    13 15

    23 25

    S SSB

    S S

    =

    Para simplificar o exemplo, escolhe-se 123152513 = SSSS .

    Especificamente, escolhe-se 1,2 25231513 ==== SSSS . Assim,

    ( )

    25 15

    1 23 13

    13 25 15 23

    1 1

    1 2

    S S

    S SSB

    S S S S

    = =

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    29/126

    Captulo 2 28

    O que leva seguinte equao,

    )(

    20220

    10000

    00

    00100

    00010

    )(

    241422122111

    142412221121 tx

    SSSSSS

    SSSSSStx

    =

    sujeito a 0)( =x .

    De 0)( =x resulta que

    13 11 12 14

    25 21 22 24

    4

    2 1

    1 1

    xx S S S

    xx S S S

    x

    =

    Observa-se da equao, que a principal vantagem do controle com estrutura

    varivel a eliminao da influncia dos parmetros da planta quando o sistema est

    sobre a superfcie de deslizamento.

    Obs.: Isso vlido desde que os parmetros estejam casados, ou seja, possam ser

    compensados pelas entradas do sistema.

    Resolvendo a equao acima parax3ex5.

    13 11 12 14

    25 21 22 24

    4

    1 1

    1 2

    xx S S S

    xx S S S

    x

    =

    O sistema linear invariante no tempo equivalente de ordem reduzida dadopor:

    =

    3

    2

    1

    241422122111

    142412221121

    3

    2

    1

    ~

    ~

    ~

    222

    010

    ~

    ~

    ~

    x

    x

    x

    SSSSSS

    SSSSSS

    x

    x

    x

    sendo que 432211~,~,~ xxxxxx === .

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 29

    Um exemplo de como o projeto de controle pode ser realizado o seguinte:

    suponha que uma limitao de projeto exige que o sistema equivalente tenha os

    seguintes plos {-1, -2, -3}, resultando na equao caractersitica desejada.

    3 2( ) 6 11 6A = + + +

    A equao caracterstica do sistema equivalente

    3 212 22 24 14 12 24 14 22 11 21 11 24 14 21( ) ( 2 ) ( ) ( )A S S S S S S S S S S S S S S = + + + + +

    Os coeficientes de potncias semelhantes de produzem o conjunto deequaes

    11

    12

    1424 22

    2124 14

    22

    24

    0 1 1 0 1 2 6

    1 1 0 0 11

    0 0 0 0 6

    S

    S

    SS S

    SS S

    S

    S

    =

    Uma soluo que realiza o objetivo do projeto de controle :

    1 1.833 2 6 1

    1 1.833 1 0 1S

    =

    Concluindo, o sistema equivalente de ordem reduzida com os autovalores

    desejados xAx ~~~ =

    , sendo que,

    =

    6833.11

    600010~

    A

    A facilidade na resoluo deste exemplo se deve ao fato de que a dinmica

    do sistema original foi dado na forma cannica de Luenberger. Os sistemas que no

    esto nesta forma freqentemente exigem uma transformao para uma forma mais

    geral denominada forma regular.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    31/126

    Captulo 2 30

    2.4 Forma Regular

    Suponha que a planta dinmica (2.1) tenha a seguinte forma regular

    +=

    =

    (t, x)uB(t, x)fx

    (t, x)fx

    222

    11

    (2.15)

    onde mn-m xx 21 e . Assume-se que ),(2 xtB seja uma funo matricial, mm ,

    no singular.

    Assume-se uma superfcie de deslizamento linear da forma

    [ ] 02

    121

    x

    xSS (x) =

    = , (2.16)

    com )(1mnmS e mmS 2 no singular.

    Ento, no modo deslizante

    111

    22 xS- Sx-= (2.17)

    e

    ( )111

    21111 ,, xS- Sxtf(t, x)fx-==

    (2.18)

    Observe que se f1 tem uma estrutura linear do tipo

    xAxA(t, x)fx 21211111 +==

    ento a dinmica de ordem reduzida fica,

    [ ] 111212111 xSS- AAx -=

    (2.19)

    que tem a estrutura de malha fechada FAA 1211 +

    comS- SF

    -

    1

    1

    2=. Se o par

    ( )1211 ,AA controlvel, ento possvel calcular Ftal que FAA 1211 + proporcione a

    caracterstica dinmica desejada. Tendo encontrado F, pode-se calcular [ ] SS 21 tal

    que 11

    2 S- SF-= . Assim, completa-se o projeto da superfcie de deslizamento.

    Para o caso de uma superfcie de deslizamento no-linear da forma

    0)()( 2211 =+= xSxx (2.20)

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    32/126

    Captulo 2 31

    que linear em2

    x e no-linear em1

    x , a dinmica de ordem reduzida do sistema (2.15)

    num modo deslizante ter a forma

    ( )( )111

    21111 )( x, - St, xft, xfx -==

    . (2.21)

    Nota 2.2: Para transformar o sistema dinmico (2.1) para a forma regular (2.15),

    considera-se o caso de uma superfcie de deslizamento linear (2.16) e uma

    transformao invariante no tempo, linear e no singular xTz= . Derivando z em

    relao a t, vem

    ut, xBTt, xfTxTz )()( +==

    . (2.22)

    Se

    = BBT

    20

    (2.23)

    ento, na nova coordenada, a dinmica da planta (2.1) :

    +==

    uztBztfzztfz

    ),(),(),(

    222

    11

    . (2.24)

    Logo, num modo deslizante a dinmica de ordem reduzida , por (2.18),

    dada por

    )( 111

    2111 zSS, -t, zfz-

    =

    (2.25)

    onde [ ] 12121 -TSSSS = .

    Nota 2.3: Para transformar o sistema dinmico (2.1) para a forma regular (2.15),

    considera-se o caso de uma superfcie de deslizamento linear (2.16) e no existindo

    uma transformao linear tal que (2.23) seja satisfeita, ento primeiro deve-se recorrer a

    uma transformao no-linear da forma

    == t, xT

    t, xTt, xTz

    )(

    )()(

    2

    1 (2.26)

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    33/126

    Captulo 2 32

    onde

    (a) nn:,T )( uma funo diferencivel cuja inversa tambm

    diferencivel,

    (b) n-mn T :),(1 e

    mn T :),(2 .

    Diferenciando z em (2.26) em relao a t, tem-se

    )()( t, xt

    Txt, x

    x

    Tz

    +

    =

    . (2.27)

    Substituindo (2.1) em (2.27) vem

    t

    Ttut, xB

    x

    Tt, xf

    x

    Tz

    +

    +

    = )()()(

    . (2.28)

    Se a transformao tem a propriedade

    =

    =

    (t, x)Bt, xB

    x

    T

    x

    T

    t, xBxT

    22

    1

    0

    )()( (2.29)

    ento nas novas coordenadas, as equaes descrevendo o sistema (2.1) so:

    ( ) (t, z)ft

    T(t, z)Tt,f

    x

    Tz

    111

    1~ =

    +

    =

    ( ) ( ) ( ) (t, z) uB(t, z)fu(t, z)Tt,BxT

    (t, z)Tt,t

    T

    (t, z)Tt,fx

    T

    z

    22

    222

    2

    ~~~

    +=

    +

    +

    =

    . (2.30)

    2.5 Projeto do Controlador

    No projeto de controle, o objetivo a obteno de uma lei de controle tal

    que satisfaa as condies de existncia e alcanabilidade ao modo deslizante. A

    suposio que a superfcie de deslizamento j tenha sido projetada.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 33

    Em geral, o controle um vetor m dimensional que tem a estrutura da forma

    =

    +

    0)(para)(

    0)(para)(

    xt, xu

    xt, xuu

    i

    -

    i

    ii

    i (2.31)

    onde [ ] 0(x),(x),)( m1 ==T

    x

    .

    Uma estrutura muito utilizada para o controle (2.31)

    inieqi uuu += (2.32)

    onde iequ a i-sima componente do controle equivalente equ (que contnuo) e onde

    inu a parte descontnua ou parte chaveada do controle nu .

    Para o sistema (2.1), com um controlador tendo a estrutura (2.32), tem-se

    ( )[ ]

    [ ]

    n

    neq

    neq

    B(t, x) ux

    B(t, x) ux

    B(t, x) uf(t, x)

    x

    uuB(t, x)f(t, x)x

    x

    x

    (x)

    =

    ++

    =

    ++

    =

    =

    Sem perda de generalidade, assume-se que It, xBx

    =

    )( , sendo I a matriz

    identidade. Entonu(x)

    =

    . Esta condio permite uma fcil verificao das

    condies suficientes para a existncia e alcanabilidade de um modo deslizante, isto ,

    condies que satisfazem a condio de Lyapunov 0(x)quando0 iii

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 34

    Observe que este controle satisfar as condies suficientes para a existncia

    de um modo deslizante, pois

    ( ) 0se0sgn (x)(x)(x) iiiiii

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 35

    ondeL

    mm

    uma matriz constante definida positiva. A condio para a existnciade um modo deslizante facilmente vista

    0.(x)se0,(x)L(x)-(x))( T

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    37/126

    Captulo 2 36

    Definio 2.1: As parcelas de incertezas f e B que encontram-se na imagem de

    ( )xtB , para todos valores de texso chamadas incertezas casadas [10].

    Considerando que todas as incertezas so do tipo casadas, possvel represent-

    las em um nico vetor ( ) ( ) ( )( )tutrtxte ,,, . Ento o sistema (2.38) pode ser representado

    por

    =

    ++=

    00 x)x(t

    u)(t, x, r,B(t, x) eB(t, x)uf(t, x)x. (2.39)

    Considere a seguinte estrutura de controle para o sistema (2.39)

    neq uuu += (2.40)

    ondeeq

    u o controle equivalente assumindo todas incertezas e(t, x, r, u) nulas en

    u

    parte no-linear do controle projetado sem desconsiderar as incertezas. Considerando

    0)x,t( = , tem-se

    +

    =

    fx

    t

    Bx

    -ueq

    1

    (2.41)

    assumindo que

    B

    x

    no singular e que ( ) 0,,, =urxte . Agora, necessrio

    considerar as incertezas na planta e desenvolver uma expresso paranu . Para isto,

    assume-se que

    x)(t,u)r,x,e(t, (2.42)

    onde )x,t( uma funo escalar com valores no negativos. Tambm, introduz-se a

    funo com valores escalares

    x)(t,x)(t, += (2.43)

    onde 0> .

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 37

    Antes de especificar a estrutura do controle, escolhe-se a funo de

    Lyapunov generalizada,

    )()(21

    )( t,xt, xt, xV T= . (2.44)

    Para assegurar a existncia de um modo deslizante e atratividade para a

    superfcie, suficiente escolher um controle com estrutura varivel tal que

    0)(

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 38

    De fato, diferenciando a equao (2.44) em relao ao tempo, tem-se

    )( BeBufx

    t

    V TT ++

    +

    =

    . (2.49)

    Substituindo (2.47) em (2.49), vem

    -x

    f -

    x

    f -

    x

    t

    V TTTT

    +

    =

    0

    x

    -

    x

    x

    T

    TTT

    T

    como a chamada Camada Limite de espessura 2 . Considere a lei de controle:

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 2 39

    2

    ( , ) ( , ) se

    ( , ) ( , )

    , se

    T

    T

    eq T

    T

    eq

    B t x t xx

    u ,u

    B t x t xx

    u p

    =

    + K suficiente

    para estabilizar o sistema em malha fechada. Contudo, se um atraso na forma e-sh, sendo

    h o valor do atraso, for introduzido no caminho direto da sistema G, a estabilidade,usando a escolha do Kanterior, no garante a estabilidade, pois a nova FTMF

    sh

    sh

    eKs

    eK

    SR

    SY

    ++=

    1)()(

    ,

    fazendo com que a soluo de K para estabilizar este sistema no seja bvia. A

    exponencial no numerador no preocupante, pois pode ser considerada como um

    distrbio ou algo que compromete apenas o desempenho do sistema. Contudo, a

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 44

    componente exponencial presente no denominador o que dificulta o calculo do ganho

    K. Algumas tcnicas de aproximao so utilizadas para o termo e-sh: expanso em srie

    de Taylor, aproximao Pade, transformao equivalente digital no domnio z [59], entre

    outras. Porm, essas aproximaes geram resultados divergentes e no precisos.

    Assim, Smith [14] apresentou um algoritmo com preditor cujo objetivo era

    eliminar os efeitos do atraso na equao caracterstica do sistema em malha fechada

    garantindo assim uma melhor realizao da malha de controle.

    Para ilustrar o desenvolvimento de Smith utiliza-se o diagrama de bloco,

    considerando o atraso na sada da malha

    Figura 3.1 Diagrama de bloco descrevendo um tpico sistema com atraso.

    onde, no domnio da freqncia, R representa a entrada, C o controlador, L os

    distrbios, GPa dinmica da planta, TPo atraso e YPa sada do sistema. Para um sistema

    simples de primeira ordem1+

    =s

    KG

    P

    PP

    com atraso puro p

    hs

    P eT = , pode-se obter

    dois sistemas subdivididos entre um sistema livre de atraso e um puramente com atraso,

    desde que a varivel fictcia B pudesse ser acessada como na Figura 3.2.

    Figura 3.2 Diagrama de bloco descrevendo um tpico sistema com atraso.

    Nesta condio o atraso TP movido para fora da malha de controle e o sinal Y P

    ser o mesmo sinal de B, porm com o atraso. Portanto a estabilidade do sistema

    garantida, pois a equao caracterstica deste sistema no depende do atraso. Contudo

    C GP TPB

    L

    R +

    -

    + + YP

    C GP TPB

    L

    R +

    -

    + + YP

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 45

    esta realizao no possvel, pois este atraso distribudo e no se pode acessar a

    varivel B antes do efeito do atraso.

    Smith [14] props uma soluo para este problema tendo-se como objetivo

    eliminar a influncia do atraso na equao caracterstica do sistema em malha fechada.

    Um modelo do preditor de Smith descrito em diagrama de blocos do sistema abaixo

    [59]

    Figura 3.3 Estratgia de controle com preditor proposto por Smith.

    A parte pontilhada GSP o preditor,1+

    =s

    KmG

    mm

    o modelo da planta e

    mhsm eT

    = o modelo do atraso.

    A FTMF, considerando L=0, do sistema apresentado na Figura 3.3

    PPmmm

    PPP

    TCGTCGGC

    TCG

    sR

    sY

    ++=

    1)(

    )(

    Se o modelo da planta e do atraso descrevem fielmente a planta real, ou seja,

    Pm GG = e Pm TT = , a FTMF se reduz a

    m

    PPP

    GC

    TCG

    sR

    sY

    +=

    1)(

    )(

    mostrando que os efeitos do atraso no tempo so removidos do denominador da funo

    de transferncia e conseqentemente facilitando a metodologia de projeto para o

    controlador C. Contudo, sabe-se que na realizao desse procedimento praticamente

    C GP TPB

    L

    R +

    -

    + + YP

    -

    Tm

    Gm

    +

    -

    +

    GSP

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 46

    impossvel garantir quePm

    GG = ePm

    TT = , sendo assim, esta metodologia proposta

    por Smith no a mais vivel a ser utilizada na implementao de controladores para

    sistemas com atraso no tempo, a no ser que junto ao preditor proposto por Smith exista

    um bom sistema adaptativo para compensar as diferenas entre a planta real e o modelo.

    Por este motivo, neste trabalho utilizado um novo conceito de anlise e projeto

    de controle, utilizando um Controlador em Modos Deslizantes, onde o atraso

    compensado na escolha adequada da superfcie deslizante.

    Pode-se considerar que existem dois tipos de atrasos em processos: atrasos de

    transferncia e atrasos de transporte. Em termos prticos, o atraso de transferncia

    conseqncia dos efeitos combinados devido propriedade que tm partes de um

    processo em armazenar energia ou material e propriedade de partes que tm em resistir

    transferncia de energia ou material. O atraso de transporte o intervalo de tempo

    relacionado com o transporte de massa ou energia de um ponto a outro do processo e

    durante o qual a perturbao ainda no chegou ao ponto observado [6].

    Estes atrasos de transporte, tambm chamados tempo morto, atraso puro, dead

    time, time delay, ocorrem quando h um fenmeno de transporte de material ou energiaou h, por exemplo, um clculo matemtico no dispositivo de controle que ocasiona um

    atraso na resposta.

    No caso de um sistema com uma entrada e uma sada, se este contiver atraso de

    transporte puro, a equao que o descreve dada por

    )()( = tuty (3.1)

    sendo )(ty sua sada, )(tu o sinal de entrada e o tempo de atraso.

    Em termos de sistemas descritos no espao de estados, pode-se ter atrasos nos

    estados e/ou no controle. Sua descrio , genericamente, dada por [27, 28]

    = =

    +=p

    i

    q

    j

    jjiii rtuBrtxAtx1 1

    )()()(

    (3.2)

    ondei

    rej

    r so atrasos fixos, para pi1 , qj1 ,ii

    mn BeAux ,, de

    dimenses apropriadas.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 47

    Sistemas com uma entrada e atraso no controle, na notao (3.2), ficam

    )()()( htuBtxAtx +=

    . (3.3)

    A presena de atrasos nos sistemas tem como conseqncia maior dificuldade no

    projeto dos controladores sob o ponto de vista de se obter robustez e estabilidade.

    A seguir sero apresentadas algumas consideraes que envolvem o problema de

    CEV/MD aplicado a sistemas incertos com atraso no controle.

    3.1 Motivao e Apresentao do Problema sob o Enfoque CEV/MD

    Considere um sistema com incertezas e com acesso pleno aos estados,

    mn ux

    txtftButAxtx

    ++=

    ,

    ))(,()()()(

    (3.4)

    onde ))(,( txtf representa as no linearidades e incertezas do sistema.

    Apresenta-se, atravs de um exemplo numrico, um projeto CEV/MD que

    torna o sistema (3.4) robusto em relao s incertezas. Mostra-se tambm, queconsiderando o mesmo sistema (3.4) incluindo um atraso no controle, o mesmo no

    apresenta robustez.

    Em [5], proposta a lei de controle EV/MD da forma:

    ( )

    +

    +=+=||)(||

    )(||)))(,(||max||,(||)()(

    tMx

    tNxtxtfxtxLxuutu NLeq (3.5)

    sendoL,Me Nmatrizes constantes; )(x o ganho da parte no-linear que depende de

    ||))(,(|| txtf , todos definidos em [5]. um escalar constante para evitar a trepidao

    [36].

    No trabalho apresentado em [5], usando a lei de controle (3.5),

    demonstrada a robustez do sistema (3.4) em relao s incertezas e no linearidades

    casadas [4] e so feitas anlises a respeito da influncia das incertezas no casadas na

    dinmica em modo deslizante.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    49/126

    Captulo 3 48

    A seguir, ser dado um exemplo numrico, em que procura-se mostrar que o

    sistema (3.4), com a lei de controle (3.5), robusto em relao s incertezas, mas que

    no robusto quando h atraso no controle.

    Exemplo 3.1:Seja o sistema linear dado pela planta nominal

    13 ,

    )()()(

    +=

    ux

    tButAxtx

    onde

    =

    =

    5

    0

    0

    ;

    500

    49.9319.0365.0

    432.598.32277.0

    BA .

    Projetando um controlador EV/MD, com lei de controle (3.5), conforme [5],

    e realizando as simulaes para o sistema nominal, obtm-se as respostas no tempo

    mostradas na Figura 3.4. Nesta figura, foram superpostas as respostas do sistema

    nominal e no-nominal, com o mesmo controlador EV/MD (3.5). Os valores da matriz

    1A fora das condies nominais consideradas no projeto do controle original, so

    =

    000.500

    49.9319.1365.0

    432.5000.50277.4

    1A .

    Os parmetros do projeto CEV/MD so:

    1.0=

    [ ]09.1796.758.0 =L

    [ ]1.011.0 =N

    [ ]1.011.0 =M

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    50/126

    Captulo 3 49

    Figura 3.4 - Controle EV/MD para o sistema sem atraso - robustez.

    Pode-se notar que o sistema manteve-se estvel tanto para o caso em que

    considera-se os parmetros nominais de projeto, como para a situao em que o sistema

    apresenta parmetros com valores numricos fora de suas condies nominais.

    Numa terceira simulao, manteve-se o mesmo controle com EV/MD (3.5),

    as mesmas matrizes nominais A e B , e considera-se um atraso no controle, tal que o

    sistema tem a forma

    13 ,

    )()()(

    +=

    ux

    tButAxtx

    com sendo o atraso no controle considerado constante e igual a 0.02 segundos.

    Os resultados grficos so mostrados na Figura 3.5. Pode-se notar que este

    pequeno atraso levou o sistema instabilidade e que portanto, o controlador com

    EV/MD (3.5) no manteve a estabilidade para esta situao.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 50

    Figura 3.5 - Controle EV/MD para o sistema com atraso de 0.02 segundos.

    Este exemplo deixa evidente que a no considerao de atrasos no projeto

    CEV/MD poder tornar o sistema instvel, mesmo que estes atrasos sejam

    numericamente pequenos.

    3.2 Comentrios

    Na maioria dos sistemas reais existem atrasos. Sob o ponto de vista de

    controle, a presena destes atrasos pode influenciar negativamente no que diz respeito

    ao desempenho do sistema, caso no sejam levados em considerao no projeto de

    controle.

    No projeto de controle por modos deslizantes, so feitas vrias

    consideraes para determinar o controlador com Estrutura Varivel tal que minimize a

    influncia das incertezas e perturbaes. Com estas incertezas e perturbaes limitadas,

    a lei de controle normalmente consegue conduzir o sistema estabilidade, desde que

    este no apresente atraso no controle.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 3 51

    No entanto, como visto no Exemplo 3.1, um pequeno atraso no controle

    poder implicar em instabilidade do sistema, quando este atraso no for levado em

    considerao no projeto CEV/MD.

    No Captulo 4, a seguir, aborda-se a questo do atraso no projeto de um

    observador com CEV/MD, proposto em [21,60]. Neste trabalho, este observador ser

    utilizado para estimar os estados que sero utilizados na malha de controle discreto do

    sistema CAG, verificando assim sua eficincia mesmo na presena de atraso no sinal de

    controle.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 52

    CAPTULO 4

    4. OBSERVADORES DE ESTADO DE SISTEMAS INCERTOSCOM ATRASO NO CONTROLE COM EV/MD

    O acesso pleno aos estados de um sistema para aplicaes de estratgias de

    controle nem sempre possvel, por isso o estudo de observadores que estimem com

    eficincia os valores dos estados sempre foi de grande importncia. Edwards e Spurgeon

    [38] propuseram um observador muito eficiente utilizando a estratgia EV/MD. Baseado

    neste observador, Garcia [21,60] props uma nova soluo para o observador com MD,porm, que leva em considerao o atraso proveniente da computao do sinal de

    controle.

    Neste captulo, portanto, ser apresentado um observador para uma planta

    que apresenta atraso no controle e acesso somente sada [21,60]. Assim, para compor a

    superfcie de deslizamento e a lei CEV/MD, utilizou-se um observador, tambm com

    EV/MD, como apresentado esquematicamente na Figura 4.1.

    Figura 4.1 - Esquema para o projeto.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 53

    Seja o sistema incerto com atraso na entrada

    0,)(,)()(,)0(

    )()(

    ))(),(,()()()(

    00 =+==

    =

    ++=

    hutuuxx

    txCty

    htutxtfhtuBtxAtx

    t

    (4.1)

    onde nx , mu , py e

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 54

    Lema 4.2:Seja 0A uma matriz estvel decomposta como

    =2221

    1211

    0AA

    AAA

    onde )()(11pnpnA e ppA 22 . Suponha que P seja a matriz de Lyapunov para 0A

    que tem a forma diagonal em blocos dada por

    =2

    1

    0

    0

    P

    PP

    onde )()(1pnpnP e ppP 2 . Ento as sub-matrizes 11A e 22A possuem

    autovalores estveis [38].

    Proposio 4.1:Seja o sistema ),,( 0 CBA para o qual existe o par ),( FP relacionado

    ao observador proposto em [43]. Ento existe uma transformao no singular Ttal que

    a tripla com respeito as novas coordenadas ),,( 0 CBA possui as seguintes propriedades:

    ( i )

    =2221

    1211

    0AA

    AAA

    onde pppnpn AA 22)()(

    11 , e ambas so estveis.

    ( ii )

    =T

    FPB

    *22

    0onde ppP *22 com 0)(

    *22

    *22 >=

    TPP

    ( iii ) [ ]pIC 0=

    ( iv ) a matriz de Lyapunov 11 )( = TPTP T tem a forma diagonal em

    blocos dada por

    2

    1

    0

    0

    P

    P

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 55

    onde as matrizes )()(1

    pnpnP e ppP

    2

    [38].

    Suponha que a matriz B seja escrita como

    =2

    1

    B

    BB

    onde mpmpn BB 2)(

    1 , .

    Considere o problema de resolver a equao matricial

    02121

    =+ BTB (4.2)

    para ppnT )(12 .

    Lema 4.3: Se existe um observador tal que o erro decai assintoticamente para sistemas

    do tipo (4.1), ento existe uma transformao ppnT )(12 tal que 02121 =+ BTB [38].

    Lema 4.4:Uma matriz ppnT )(12 satisfazendo 02121 =+ BTB existe se, e somente

    se, mBrank =)( 2 [38].

    Proposio 4.3:Existe um observador robusto, tal que o erro decai assintoticamente se,

    e somente se, ),( 11 mAA detectvel [38].

    Corolrio 4.1:Quando pm= , um observador robusto existe se, e somente se, 11A

    estvel [38].

    4.1 Projeto do Observador

    Considere o sistema dado em (4.1) e suponha que exista uma mudana de

    coordenadas com respeito a uma matriz no singular 1T tal que o sistema possa ser

    escrito como

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 56

    ))(),(,()()()()(

    )()()(

    2222121

    121111

    htutxtBhtuBtyAtxAty

    tyAtxAtx

    +++=

    +=

    (4.3)

    onde ppn yx ,)(1 , a matriz 11A tem autovalores estveis e

    =

    2221

    1211111

    AA

    AAATT ,

    =2

    1

    0

    BBT

    com .,,,, 222)(

    21)(

    12)()(

    11pppppnpppnpnpn BAAAA

    Considere agora o observador da forma

    +

    ++=

    +=

    vPFeAA

    htuBtyAtxAty

    eAtyAtxAtx

    y

    s

    y

    122222

    222121

    12121111

    )(

    )()()()(

    )()()(

    (4.4)

    onde ppT PBPF = 222 , uma matriz definida positiva e simtrica , 11A

    estvel, sA22 uma matriz qualquer estvel. Seja os erros dos estados estimados

    definidos por )()()(111

    txtxte = e )()()( tytytey

    = . O vetor v definido por

    =

    =

    0,0

    0,1

    y

    y

    y

    y

    e

    ee

    e

    v

    (4.5)

    com 01> .

    Atravs de alguns clculos, chega-se a:

    ++==

    ))(),(,()()()()()(

    21

    222121

    1111

    htutxtBvPFteAteAteteAte

    y

    s

    y

    (4.6)

    Teorema 4.1:Existe uma famlia de matrizes definidas positivas e simtricas 2P , tais

    que a dinmica do erro dada pela equao (4.6) assintoticamente estvel.

    Prova:

    A prova similar a apresentada em [38], com a diferena de que o

    observador considerado aqui possui um atraso h na entrada.

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 57

    Sejam )()(1

    pnpnQ e ppQ

    2

    , matrizes de projeto definidas

    positivas e simtricas e define-se ppP 2 como a nica soluo definida positiva e

    simtrica da equao de Lyapunov

    .)( 2222222 QPAAPTss =+

    Define-se

    12121

    22213 QAPQPAQT +=

    e nota-se que TQQ 33 = e 3Q definida positiva.

    Seja )()(1pnpnP a nica soluo definida positiva e simtrica da

    equao de Lyapunov

    3111111 QPAAPT =+ .

    Considera-se

    y

    T

    y

    T

    y ePeePeeeV 21111 ),( += (4.7)

    como uma candidata a funo de Lyapunov. Derivando (4.7), vem

    222

    121222111311

    22

    ),(

    BPevFeeQe

    eAPeePAeeQeeeV

    T

    y

    T

    yy

    T

    y

    T

    yy

    TTT

    y

    +

    ++=

    (4.8)

    Note que

    1212

    1

    22211121222112

    12121

    2212121

    2 )()(

    eAPQPAeeAPeePAeeQe

    eAPQeQeAPQe

    TTT

    yy

    TT

    y

    T

    y

    y

    T

    y

    +=

    (4.9)

    Substituindo (4.9) em (4.8) e escrevendo ye~ no lugar de )( 1212

    12 eAPQey ,

    tem-se

    222

    12121

    222111311

    22~~)(),(

    BPevFeeQe

    eAPQPAeeQeeeV

    T

    y

    T

    yy

    T

    y

    TTT

    y

    +

    +=

    y

    T

    y

    T

    y eQeeQeeeV~~),( 21111

    .

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 4 58

    Logo, 0),(1

    ==

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    Captulo 5 65

    0)()()(

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 5 66

    onde mk

    S e mxnG uma matriz constante, projetada de forma que o sistema

    seja assintoticamente estvel quando este entra na condio de deslizamento. A lei de

    controle (5.7) realizada por um computador digital. O controle gerado em cada

    instante de amostragem k, onde o perodo de amostragem. Com um controlador

    digital, a i-sima entrada de controle )(tui tem valor constante entre os instantes de

    amostragens

    +

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 5 67

    kT

    kk SSV 21

    = . (5.22)

    Para garantir a condio de existncia para a superfcie de deslizamento

    discreta, impe-se que

    kk VV

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

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    Captulo 5 68

    A equao (5.29) pode ser reescrita como

    0,)(2

    1

    1

    2

    1

    = kkkk VxfGxGV (5.41)

  • 7/21/2019 027-Tese Jean Marcos de Souza Ribeiro

    72/126

    Captulo 5 71

    Ou seja, a condio de atratividade , que kk

    VV