026 Manual Sd Psicologia Relacoes Grupo Panico Chefia e Lide

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Vida Alheia e Riquezas Salvar M9 - 1 UNIDADE I Noções de Psicologia 1. PSICOLOGIA 1.1. Raízes do Pensamento Psicológico Os fenômenos psíquicos preocupam o homem desde a mais remota antiguidade. O homem primitivo imaginava, que dentro dele haveria um ser invisível que o comandava; os doentes mentais eram tidos como sendo possuídos por maus espíritos que precisavam ser queimados ou exorcizados. Desta forma ele atribuía o que não podia explicar ao misticismo. Daí etimologicamente o vocábulo psicologia deriva de duas palavras gregas que significam: Psychê - alma; Logos - discurso ou ciência, portanto o 1 º conceito de psicologia foi: "ciência que estuda a alma". Para que a psicologia pudesse surgir como ciência, era necessário uma mudança de mentalidade, onde os fatos pudessem ser observados naturalmente, o que veio acontecer um pouco mais tarde. 1.2. O Aparecimento da Psicologia Como Ciência Com o desenvolvimento da Psicologia, começou-se a notar a impropriedade deste conceito, e desligando-se da Filosofia, a Psicologia começa a impor-se como ciência experimental no domínio da fisiologia. É fundado então o laboratório de Psicologia no ano de 1879, por Wilhelm Wundt (alemão). Este objetivava estudar comportamentos que pudessem ser observados e medidos, sendo então o responsável pela psicologia como ciência. A partir deste ponto várias escolas e campos em psicologia surgiram. A corrente representativa e atual é a Behaviorista (de behavior - comportamento em inglês), que define a Psicologia como ciência do comportamento. 1.3. Conceito Atual de Psicologia Psicologia é a "ciência do comportamento humano", e o seu objeto é o que as pessoas fazem, como e porque o fazem. Contudo, comportamento, atualmente em psicologia, tem um sentido mais amplo, aplicando-se tanto a comportamentos externos, quanto aos aspectos internos (sentimentos e pensamentos). Ela procura compreender, predizer e quando necessário modificar o comportamento. A Psicologia não aceita "concluções mágicas", tampouco é um "achismo", como os leigos pensam, ela utiliza observações, pesquisas, experimentos para chegar a conclusões científicas. 1.4. A Psicologia e a Formação do Soldado BM Por ser a atividade profissional do soldado BM essencialmente grupal e ainda, por estar constantemente convivendo e lidando com vários tipos de pessoas em situações diversas, faz-se necessário o conhecimento maior sobre nós, os outros e o convívio grupal.

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Vida Alheia e Riquezas SalvarM9 - 1

UNIDADE I

Noções de Psicologia

1. PSICOLOGIA

1.1. Raízes do Pensamento PsicológicoOs fenômenos psíquicos preocupam o homem desde a mais remota antiguidade.O homem primitivo imaginava, que dentro dele haveria um ser invisível que o comandava;

os doentes mentais eram tidos como sendo possuídos por maus espíritos que precisavam serqueimados ou exorcizados. Desta forma ele atribuía o que não podia explicar ao misticismo. Daíetimologicamente o vocábulo psicologia deriva de duas palavras gregas que significam: Psychê -alma; Logos - discurso ou ciência, portanto o 1º conceito de psicologia foi: "ciência que estudaa alma".

Para que a psicologia pudesse surgir como ciência, era necessário uma mudança dementalidade, onde os fatos pudessem ser observados naturalmente, o que veio acontecer umpouco mais tarde.

1.2. O Aparecimento da Psicologia Como CiênciaCom o desenvolvimento da Psicologia, começou-se a notar a impropriedade deste conceito, e

desligando-se da Filosofia, a Psicologia começa a impor-se como ciência experimental no domínio dafisiologia. É fundado então o 1º laboratório de Psicologia no ano de 1879, por Wilhelm Wundt(alemão). Este objetivava estudar comportamentos que pudessem ser observados e medidos, sendoentão o responsável pela psicologia como ciência.

A partir deste ponto várias escolas e campos em psicologia surgiram.A corrente representativa e atual é a Behaviorista (de behavior - comportamento em

inglês), que define a Psicologia como ciência do comportamento.

1.3. Conceito Atual de PsicologiaPsicologia é a "ciência do comportamento humano", e o seu objeto é o que as pessoas

fazem, como e porque o fazem. Contudo, comportamento, atualmente em psicologia, tem umsentido mais amplo, aplicando-se tanto a comportamentos externos, quanto aos aspectos internos(sentimentos e pensamentos). Ela procura compreender, predizer e quando necessário modificar ocomportamento.

A Psicologia não aceita "concluções mágicas", tampouco é um "achismo", como os leigospensam, ela utiliza observações, pesquisas, experimentos para chegar a conclusões científicas.

1.4. A Psicologia e a Formação do Soldado BMPor ser a atividade profissional do soldado BM essencialmente grupal e ainda, por estar

constantemente convivendo e lidando com vários tipos de pessoas em situações diversas, faz-senecessário o conhecimento maior sobre nós, os outros e o convívio grupal.

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2. O GRUPO E SUAS CARACTERÍSTICAS

2.1. As Relações Humanas em GrupoConstantemente em nosso dia-a-dia convivemos com um número indeterminado de pessoas,

por vezes nos comunicamos e interagimos, e por outras somente nos esbarramos.A primeira etapa na percepção de uma pessoa é formar uma "impressão" acerca de

outrem. Através dessa impressão, dirigimos o nosso comportamento interpessoal.A nossa conduta em relação a ela depende, pois, da experiência que tivemos com ela.

Como ela se demonstrou na relação conosco. O comportamento (atitudes, conduta) das pessoasé o que nos leva a percebê-las e julgá-las.

É bom lembrar, contudo, que todos nós temos "pontos cegos" na percepção e "atalhos nomodo de pensar", o que causa uma imagem distorcida da realidade e imprecisa das pessoas quenos cercam.

Assim, o percebedor antes de compreender o outro, encaixa-o, rotula-o, através de umestereótipo, e por causa desse julgamento "congelado" passa a interagir deturpadamente com ooutro.

Desta forma, por conta destas possíveis percepções distorcidas, devemos no trato com ooutro, sermos claros, fiéis as nossas próprias idéias, e principalmente nos policiarmos quanto onosso temperamento e ações impensadas, pois você representa a Corporação de BombeirosMilitares, e suas atitudes refletem na imagem desta instituição.

2.2. O Grupo SocialConsideramos uma coleção de pessoas um grupo quando suas atividades se relacionam

mutuamente, de uma forma sistemática, para um determinado fim. Um grupo deve ser concebidocomo um sistema cujas partes se interrelacionam.

Para Durkheim "grupo é uma reunião de indivíduos que possui unidade interna e nãosimplesmente um aglomerado de gente".

Concluindo, para existir um grupo, precisamos ter as seguintes condições:v pessoas

v interação

v objetivo comumDe acordo com este critério, por exemplo, uma equipe de futebol, o seu capitão, o treinador,

o presidente, o secretário do clube a que eles pertencem, constituem um conjunto de peçasnecessárias ao funcionamento do todo, sendo finalidade comum ganhar jogos de futebol. Por istoconstituem um grupo, assim como vocês, que têm por objetivo comum êxito ao término do curso.

2.3. Aspectos que Caracterizam o Grupo SocialAs pessoas em qualquer formação grupal obedecem rotinas que podemos caracterizá-las

por: Normas, Papel e Meta.

2.3.1. NormasServem como esquemas de referência, que orientam os sentimentos, as opiniões, e as

ações dos elementos do grupo.Entende-se por normas, as regras, costumes e padrões que regulamentam o que é aprovado,

e o que "não é feito" pelos membros do grupo.

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2.3.2. PapelÉ o padrão do comportamento de uma pessoa em grupos sociais, ou seja, é um padrão de

ações aprendidas, executadas numa situação social, sua natureza e função dependem da percepçãoque a pessoa tem da situação e da expectativa dos outros no grupo.

2.3.3. MetaSomente podemos falar de metas de grupo na medida em que as metas de seus membros

individuais coincidem com a do grupo a que pertencem, e na medida em que só podem maximizarseus resultados através da realização da meta do grupo.

O sucesso de nossas relações grupais acontecem, quando conseguimos nos ajustar aestas rotinas citadas.

2.4. A Formação e a Importância do GrupoA formação em grupo ocorre a princípio pela própria tendência natural do homem a se

agrupar, é o que chamamos de instinto gregário (ou afiliativo), que advém da própria razão desuprir as necessidades fisiológicas e as psicológicas (proteção e afeto).

Na adolescência este instinto afiliativo se transforma num centro de interesse social (interesseeconômico, amizade, etc).

A importância da convivência em grupo está na ajuda e apoio, sem os quais, na realidade,não poderíamos sobreviver. Isto é sentido especialmente em condições de tensão ou em situaçõesde mudanças. Um outro fator importante é o aumento da "auto-estima", quando nos sentimoscorrespondendo as expectativas do grupo.

De forma geral, adquirimos em grande parte as crenças, sentimentos e atitudes dos gruposem que participamos. Eles nos influenciam sempre, quer direta ou indiretamente, consciente ouinconscientemente, por serem os "padrões" de um grupo algo muito poderoso.

3. O PROBLEMA DO EQUILÍBRIO EM GRUPOS DE TRABALHOExistem dois problemas básicos:1º ) É o de movimentar os membros do grupo na direção da meta de um modo coordenado.2º ) Manter as relações suficientemente harmoniosas e os resultados pessoais elevados

para que os membros não abandonem o grupo.O problema de criar o equilíbrio entre as exigências da tarefa com que o grupo se defronta

e as exigências pelos sentimentos pessoais e interpessoais dos membros do grupo é o quechamamos de problema de equilíbrio.

Uma das atividades do chefe (ou líder) é manter este equilíbrio.

3.1. Processos Dinâmicos do Grupo que Afetam o EquilíbrioRejeição: Isolamento acompanhado de pressão para afastar elementos indesejados, acontece

no início das relações grupais.Conflito: Forma de oposição ativo, com componentes de agressividade.Competição: Ação comportamental desencadeada pelo espírito de rivalidade. Por ser rejeitado

o indivíduo entra em conflito gerando competição.Acomodação: Entrosamento meramente superficial, derivado da competição.Aculturação: Incorporação substancial de hábitos e costumes estranhos, a si próprio.

Cansado de conflito e competição o indivíduo resolve aculturar-se.Adaptação: Ajustamento contínuo e gradual. Quando o indivíduo supera os processos anteriores.

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3.2. Integração do Indivíduo ao GrupoViver em comum exige, de modo geral, uma constante revisão de nosso comportamento.

Isto pode ser feito através de uma "auto-análise", pois só assim corrigiremos certas atitudes eevitaremos certas reações. Para o indivíduo viver em sociedade precisa de um aprendizado, deum treinamento e naturalmente conhecer seu grupo e todos os fatos de ordem psicológica quepossa garantir sua permanência neste mesmo grupo.

O processo de integração de um indivíduo em grupo é facilitado ou dificultado pelo ambienteem que se desenvolve o indivíduo. O fator que favorecerá a integração do indivíduo será o decorresponder as expectativas do grupo.

É importante observar sobretudo, que devemos ser coerentes com nós mesmos.

4. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPOA importância do trabalho em grupo está na:v Realização de obras e tarefas que seriam impossíveis de se realizarem sozinhas.

v Troca de idéias, esclarecimento de dúvidas e até reformulações de conceitos.

v Auto-afirmação, disciplina e educação do indivíduo.

v Proteção do homem moral e física. É de grande valia para o indivíduo se sentir segurocom relação ao seu grupo.

v Humanização do homem - onde o grupo força cada elemento a refrear seus impulsosnaturais, respeitando-se mutuamente, pela própria necessidade de auto-preservação.

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Atitudes do Participante de um Grupo1. Regra Fundamental: considerar-se responsável pelo fracasso do grupo. Considerar a

liderança como simples delegação, que pode, a qualquer momento, ser substituida. Estar dispostoa assumir também a liderança sempre que solicitado. Não considerar ninguém mais ou menosimportante. Não admitir relações de dominação ou de submissão.

2. Procurar por-se à vontade de contribuir para que o mesmo aconteça com os companheiros.Velar pela coesão do grupo, evitando atitudes que provoquem sua desagregação. Velar peloscompanheiros sem preconceito ou simpatias. Relaxar o espírito. Permitir que o grupo produzacomo grupo.

3. Procurar conhecer cada companheiro e travar relações com todos. Desfazer, nosintervalos, a má impressão que sua atitude possa ter causado durante a discussão. Avaliarsempre a repercussão que sua participação causa nos demais membros do grupo.

4. Ser pontual e obedecer às regras estabelecidas pelo grupo, como se fossem de seupróprio interesse pessoal. Cada membro é tão responsável pelo grupo quanto a liderança. Proporregras para resolver os impasses. Considerar os impasses como problema seu.

5. Não esquecer "Seu Direito" termina quando começa o direito dos outros. Não monopolizara discussão. Ser cordato e acessível. Não personalizar as opiniões. Ser objetivo: Não colocar nogrupo suas emoções dirigir-se sempre pelos fatos.

6. Participe ao máximo dentro do grupo. Um elemento apático, ou não participante; constrangeo grupo todo e contribui para desfazer a coesão grupal. Ser generoso dando a máximo decontribuição. Ser condescendente com os mais humildes.

7. O trabalho em grupo não é competição, mas colaboração. Não procurar dividir ouobstruir: Tentar solucionar os impasses, descobrir soluções para o grupo progredir.

8. Atender a liderança como desejaria ser atendido quando estiver em seu lugar. A liderançaencarna no momento, o interesse do grupo.

9. Não contribua para o aparecimento de subgrupos, nem tentar assumir a posição deliderança quando para isso não tiver sido convidado. Pelo contrário, ajudar a liderança quando elafalhar. Fazer isso é contribuir para a sobrevivência do grupo e mostrar maturidade para a vidacomunitária. Considerar culpa sua o fracasso da liderança e de cada membro. Ficar atento àscontribuições de cada um. Elogiar os companheiros.

10. Trazer sua colaboração ao trabalho de grupo. Valorizar a contribuição dos companheiros.Estudar o assunto que vai ser discutido. Não deixar a discussão entrar em "ponto morto". Ouvircom atenção os companheiros. Ajudá-los com perguntas e esclarecimentos. Discordar com elegânciae bom humor. Ser esportivos.

5. MANIFESTAÇÃO DO COMPORTAMENTO COLETIVOO comportamento coletivo envolve primordialmente um grande número de pessoas

interatuantes. Ao contrário dos grupos, elas não estão reunidas de acordo com algum princípio defiliação; as multidões parecem simplesmente surgir.

Multidão ou comportamento coletivo, é um grupo temporário, constituído de numerosaspessoas, próximas umas das outras, e que apresentam grau elevado de tensão emocional, emface de uma situação de interesse comum. Por exemplo, cem indivíduos em uma praça pública,que passeiam cada um num canto, despreocupadamente, podem nada representar se não estiveremcomo que "mordidos" ou estimulados por algo, ou seja, além da quantidade e da proximidadefísica é necessário que exista tensão emocional e um interesse comum.

No poder da "Lei da unidade mental das multidões", o indivíduo sofre uma importantetransformação. Surge um comportamento primitivo, irracional, ele perde o seu autocontrole e atua

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de um modo impulsivo, irracional possivelmente bestial, fazendo coisas que o escandalizariam seestivesse sozinho. Há ausência de discernimento e de espírito crítico.

Outro fator importante, são atitudes espontâneas, dinâmicas, de grande mobilidade quevariam de ânimo, finalidade e composição, como por exemplo: linchamento, tumultos, pânicos defuga etc.

Na multidão, os processos psicológicos são:- Emoções intensificadas;- Descarga de inibições;- Remoção dos sentimentos de responsabilidade e das faculdades críticas;- Contágio e- Sensação de poder.Estes itens podem ser explicados pela perda de identidade física, ficando mais fácil

colocar seus instintos em ação.

5.1. Modalidades de MultidãoÉ bom lembrar que todas mantém mesmas características, diferenciando-se através da

intensidade do comportamento.v Multidão casuais: O comportamento tem pequena carga afetiva; resultam do

aparecimento de algo que chame momentaneamente a atenção, sem provocar fortes reações.v Multidões convencionais: Formadas pelos espectadores que assistem a uma parada

militar, jogos etc.v Multidões expressivas: As tensões emocionais se manifestam em atos inofensivos.

Por exemplo, discurso político, passeatas pública etc.v Turba: Multidões agressivas.

6. EFEITO DE TURBAÉ um fenômeno causado por uma situação anormal qualquer na qual surge um líder

negativo excitando a multidão, tornando-a agressiva, é geralmente precedido por:1º ) Crise: Uma situação anormal provocada por uma ocorrência específica.2º ) Reação Circular: Fase de intensa excitação, em que o comportamento de cada

indivíduo se reflete na conduta dos que lhe são próximos, retornando com efeito ampliado.3º ) Ação de Um ou Vários Líderes: Costumam surgir durante a fase de reação circular,

arrastando a multidão e levando-a a agir de forma violenta e descontrolada.

7. O LÍDER NEGATIVO NO COMPORTAMENTO COLETIVONo comportamento coletivo a comunicação é de importância primordial.Foi comprovado que há um "marca passo" durante um considerável período de tempo,

antes de começar a agir.O "marca passo" é ação dos membros individuais, tentando apurar primeiro o que os

demais pretendem fazer.Nestas condições há uma hipersensibilidade as pistas. Qualquer ação realizada por um

indivíduo pode fornece uma pista orientadora que precipitará o comportamento dos demais.

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A primeira pessoa a fazer estas coisas deve ter um aspecto independente, um tanto imuneà influência social e indiferente ao comportamento ou opiniões dos outros.

O líder negativo é então o precipitador do pânico, é o que oferece a primeira pista, ou seja,é quem deflagra o pânico, já que o momento é propício para uma manifestação, então através deimitação, generalizam tensão emocional para todos os participantes, chegando a ser incontrolável.

Se desejamos controlar as multidões, devemos evitar o surgimento do "líder do pânico".

8. MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS TÍPICAS NO PÂNICO

8.1. Medo - FugaO medo de modo geral intensifica os movimentos de fuga, que se destinam a conduzir o

indivíduo para longe do estímulo amedrontador.

8.2. Cólera - AgressãoOs atos de coibição (repressão) age como estímulo para provocar a cólera levando a

reação inata da luta.

8.3. AnsiedadeQuando temos medo sabemos o que nos ameaça, somos dinamizados pela situação,

nossa percepção é aguçada e tomamos medidas para fugir ou evitar de outras maneiras o perigo.Quando estamos ansiosos, porém, sentimo-nos ameaçados sem saber o que fazer para enfrentaro perigo. A ansiedade é a sensação de estar "agarrado", "oprimido", e em vez de tornar maisaguda a percepção, em geral torna-a embotada.

Uma pessoa que atravessa a rua e vendo um carro aproximar-se a toda velocidade senteo coração bater acelerado e apressa o passo, calculando a distância entre o carro e ela própriapara saber o quanto ainda falta para se encontrar em segurança. Ela sente medo, que a estimulaa correr para local seguro. Mas se, ao atravessar, for surpreendida no meio da rua por carrosvindos de direções opostas, fica sem saber para onde se voltar. O coração bate mais depressa e,em vez da sensação anterior de medo, entra em pânico, sente a visão nublada e o impulso paracorrer cegamente em qualquer direção. Depois que os carros tiverem passados, talvez sintafraqueza e um vazio na boca do estômago. Isto é ansiedade. Pode ocorrer em maior ou menortensão:

- Menor: Antes de um exame, onde o seu futuro está em jogo;- Maior: Profundo terror, suor, quando por exemplo um ente amado morre, etc. Quanto

mais intensa é a emoção mais penosa se torna.A ansiedade desorienta, afastando temporariamente o conhecimento nítido do que e de

quem ele é, enevoando a realidade que o rodeia. Causa reações físicas como: transpiraçãoexcessiva, palpitações, opressões na região do estômago, alterações respiratórias, etc.

Por isto, em sua atividade fim o Bombeiro Militar deve evitar a ansieddade.

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UNIDADE II

Chefia e Liderança

1. LIDERANÇASegundo Tead: "Liderança é a atividade de influenciar pessoas a cooperar na consecução de

um objetivo que considerem, por si mesmos desejável".Nesta definição encaixa-se o significado etimológico do vocábulo Líder ("Leader") em língua

inglesa: "Pessoa que vai a frente para guiar ou mostrar o caminho, ou que precede ou dirige qualqueração, opinião ou movimento", ou seja, é o poder que possuem determinadas pessoas num grupo, deinfluenciar e conjugar outras pessoas em torno de uma causa ou idéia.

O interesse pelas pessoas faz com que a mesma se torne estimada, bem quista. Se vocêpossui esta tendência natural, ou seja, se você se interessa pelas criaturas humanas de modo geral, sevocê é uma "pessoa dada", já terá uma condição intrínseca de líder. O líder deve ter acima de tudo umtemperamento sociável.

Há duas maneiras distintas de decidir quem é o líder de um grupo:1º ) Critério Direto: Quando os membros de um grupo concordam, que uma determinada

pessoa é o líder, escolhendo-a.2º ) Critério Indireto: Quando alguém estranho ao grupo, nomeia um determinado membro

para ser líder.

1.1. O Papel do LíderOs principais papéis de um líder são:v Iniciação e coordenação das atividades dos membros em relação a meta;v Relacionamento do grupo com o mundo exterior;v Integração dos elementos e;v Manutenção da estrutura do grupo.

1.2. Fatores que Afetam o Surgimento do LíderHá dois aspectos distintos para o surgimento do líder:v Deve-se aos tipos de situações, procedimentos e conjunturas: propriedades externas;v Deve-se aos tipos de pessoas (características da personalidade: propriedades internas).

1.3. Importância do LíderO líder é importante por si mesmo, sem ele é provável que nenhum grupo possa agir acertadamente

na direção de seus fins.Ele sintetiza em si as regras e valores do seu grupo. Esse o considera como membro que

melhor interpreta a linha de ação coletiva cuja as soluções melhor se adaptam ao sistema devalores em vigor. Pode ser dito que o líder coloca o bem estar geral acima do seu próprio, casoentrem eles em conflito. Percebe, também, "intuitivamente" as tendências da ação do grupo eorienta-o na direção acertada. Sua antevisão dos meios e modos de ajudá-lo é muito grande eessa razão é o que faz escolhido e importante.

Em síntese o líder é o responsável pela produtividade e estrutura do grupo.

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2. CHEFIA

2.1. Definição de ChefeÉ aquele que tem a tarefa de fazer funcionar o pessoal, ou de tomar deliberações e

incorporá-los em ordens e instruções gerais específicas.Chefia é assumir a responsabilidade pelo resultado final da atividade de várias pessoas

que operam em conjunto.

2.2. Tipos de Chefia2.2.1. Persuasiva ou Democrática

Se caracteriza pelo respeito à dignidade humana, leva em consideração o elemento humano,com toda a sua complexidade e diferenciação das responsabilidades e limitações dos indivíduossob o ponto de vista físico, intelectual e moral.

Chefe persuasivo é aquele cuja a autoridade emana do seu exemplo, da sua habilidade,da sua capacidade e se alicerça no elevado padrão de disciplina e eficiência que exige de si e deseus subordinados.

2.2.2. AutoritáriaÉ predominantemente despótica. É aceita e reconhecida pelo emprego da autoridade ou da

força.Chefe autoritário é aquele que insiste na obediência cega com completa subordinação à

sua vontade; qualquer crítica ou indagação lhe parecerá insolente e perigosa. Busca uma obediênciaimposta, por não ter capacidade de discuti-la.

2.2.3. Laissez-FaireÉ aquela em que o líder limita-se a fazer o que o grupo pretende.Chefe Laissez-Faire em geral é uma pessoa muito insegura, que tem receio de assumir

responsabilidades; não dá instrução nenhuma, cada um de seus subordinados faz o que quer, aconfusão é completa.

2.2.4. CarismáticaÉ o dom natural de liderar.Chefe carismático, o grupo vive submisso às suas idéias.

2.2.5. PaternalistaSituada entre a democrática e a autocrática. Consiste em resolver os problemas para o grupo.Chefe paternalista é protetor, mas náo é inspirador como o democrático. O grupo não

desenvolve a livre iniciativa.

2.3. Chefia MilitarÉ a arte de influenciar e conduzir homens a um determinado objetivo obtendo sua obediência,

confiança, respeito e leal cooperação.A chefia militar é em essência, o próprio exercício do comando.O objetivo é fazer da Corporação uma organização capaz de cumprir fielmente qualquer

missão e em condições de agir convenientemente, mesmo na ausência de ordens.Comando é a autoridade que o militar exerce legalmente sobre os seus subordinados, em

virtude do posto, graduação ou função.

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