02 - Plano aula Homilética

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Homilética – Aula 02 (25/03/2009) Assunto: O uso de Textos Bíblicos e a classificação de sermões. Turma: Avançado em Teologia – CEEDUC Referências Básicas: ROBINSON, Haddon W. Pregação Bíblica: o desenvolvimento e a entrega de sermões expositivos. SOUZA, Itamir Neves de. Carta aos Romanos. Um Evangelho Singular. O uso de textos bíblicos. O uso de textos bíblicos deve ser prioridade no trabalho do pregador. Alguns recursos da oratória aliados as mudanças radicais no processo de comunicação que os novos tempos têm trazido aos nossos dias, tem levado muitos pregadores a usarem outras fontes para suas mensagens. Isso pode ser perfeitamente digno no que se refere a palestras profissionais, mas jamais será aceito no exercício da pregação. Extrair mensagens para a igreja de Cristo de textos como histórias, mensagens motivacionais, livros de auto-ajuda, páginas de jornal ou revistas, é simplesmente inadmissível. Lamentavelmente já estamos convivendo com esta terrível realidade. Todos os autores sérios que tratam da homilética concordam quanto à necessidade e prioridade dos textos bíblicos nos sermões pregados á igreja de Deus. O conceituado autor Blackwood disse: “Onde o ministro encontra a verdade de Deus, para ir ao encontro das necessidades dos homens hoje em dia? Em primeiro lugar na Bíblia” (1981, pg. 48). Blackwood é ainda mais categórico quando diz que “... o pastor considera o texto como o manancial bíblico do sermão, a nascente de que tira a mensagem central” (1981, pg. 48).

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Plano de aula 02 do Professor Pb Esdras Carvalho da disciplina Homilética.

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Homilética – Aula 02

(25/03/2009)

Assunto: O uso de Textos Bíblicos e a classificação de sermões.

Turma: Avançado em Teologia – CEEDUC

Referências Básicas:

• ROBINSON, Haddon W. Pregação Bíblica: o desenvolvimento e a entrega de sermões expositivos.

• SOUZA, Itamir Neves de. Carta aos Romanos. Um Evangelho Singular.

O uso de textos bíblicos.

O uso de textos bíblicos deve ser prioridade no tra balho do pregador. Alguns recursos da oratória aliados as mudanças radicais no processo de comunicação que os novos tempos têm trazido aos nossos dias, tem levado muitos pregadores a usarem outras fontes para suas mensagens. Isso pode ser perfeitamente digno no que se refere a palestras profissionais, mas jamais será aceito no exercício da pregação.

Extrair mensagens para a igreja de Cristo de textos como histórias, mensagens motivacionais, livros de auto-ajuda, pági nas de jornal ou revistas, é simplesmente inadmissível. Lamentavelme nte já estamos convivendo com esta terrível realidade.

Todos os autores sérios que tratam da homilética concordam quanto à necessidade e prioridade dos textos bíblicos nos sermões pregados á igreja de Deus.

O conceituado autor Blackwood disse: “Onde o minist ro encontra a verdade de Deus, para ir ao encontro das necessidad es dos homens hoje em dia? Em primeiro lugar na Bíblia” (1981, pg. 48) .

Blackwood é ainda mais categórico quando diz que “. .. o pastor considera o texto como o manancial bíblico do sermão, a nasce nte de que tira a mensagem central” (1981, pg. 48).

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Convêm darmos atenção as desafiadoras palavras de J ohn Stott quando afirma: “Tomo por certo que teremos um texto. Isso porque não somos especuladores, mas expositores” (2003, pg. 228).

Acredito que essas afirmações já sejam suficientes para conscientizar a todos os pregadores, especialmente os mais modernos, sobre a necessidade de basear todos os sermões pregados á igreja em textos bíblicos. Não pode ser diferente.

Se concordamos que temos que ter textos bíblicos pa ra sustentarmos nossas mensagens então vejamos os pontos principais concernentes ao uso correto de textos bíblicos. Os pontos principai s que veremos serão: razões para o uso de textos bíblicos, vantagens do uso de textos bíblicos, critérios para a escolha de textos bíblicos.

Razões para o uso de textos bíblicos

Pelo menos três razões tornam indispensável o uso de textos bíblicos:

• Confere autoridade à mensagem pregada: é realmente a palavra de Deus, e não a palavra de algum autor qualquer de auto-ajuda.

• Confere autoridade ao pregador: este é visto como mensageiro de Deus, pois está transmitindo a mensagem de Deus.

• Chama o pregador à responsabilidade: o mensageiro sabe que precisa se dedicar cada vez mais, uma vez que sua missão implica em interpretar corretamente a bíblia e fazer uma ligação perfeita, entre a mensagem bíblica e a necessidade do ouvinte.

Vantagens do uso de textos bíblicos

O uso de textos bíblicos oferece ao pregador pelo menos três grandes vantagens:

• Condicionamento mental: o pregador poderá ater-se apenas ao texto que escolheu e condicionar sua mente exclusivamente a ele. Isso lhe dará maior facilidade para lutar contra as divagações próprias de quem está com os pensamentos altamente acelerados enquanto prega.

• Profundidade: o pregador que se dedicar ao estudo técnico e esforçado de seu texto sairá da superficialidade, maior mal das pregações atuais.

• Impacto: o impacto dessa mensagem sobre o povo será muito maior e mais produtivo. Isso porque essa mensagem não será uma coletânea de idéias fragmentadas e misturadas em uma única mensagem, mas sim, a exploração aprofundada de uma única idéia extraída de uma porção das escrituras. Um texto bíblico.

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Importante: Não estamos dizendo que as mensagens não devem ter outros textos relacionados ao assunto e ao texto base, tão pouco que textos seculares não sirvam para despertar o pregador para temas distintos. Também é óbvio que o pregador escolherá versículos que reforcem a sua tese, bem como textos diversos para usar como citações enquanto prega. O que enfatizamos aqui é a necessidade de se ter um texto base, ou seja, uma porção das escrituras que vai servir tanto como fonte de inspiração da mensagem, quanto, como bússola orientadora da linha de argumentação do pregador. Em síntese queremos dizer que as pregações devem ser bíblicas, ou seja, sobre a bíblia.

Critérios para a escolha de textos bíblicos

Quando alguém se dispõe a preparar um sermão a primeira pergunta não pode ser outra se não: sobre qual texto pregarei?

Aqui, neste momento, partimos do princípio de que o pregador já tem seu assunto latejando no coração e está a procura de um texto bíblico para elaborar sua mensagem.

Então vejamos alguns critérios para a escolha do texto bíblico:

• Relação com o assunto: como é doloroso ouvir o pregador que lê um texto sobre oração e prega sobre missões. Parece óbvio, mas é necessário orientar: deve ser escolhido um texto bíblico que possua perfeita relação com o assunto que se pretende pregar.

• Completude: o texto escolhido deve ser completo em si mesmo. Ou seja, deve conter a idéia toda que ele expressa dentro dele somente, sem que seja necessário buscar o complemento da idéia em outra parte das escrituras, próxima ou distante. “O senhor é meu pastor, nada me faltará” (Sl. 23:1), é um caso de texto completo em si mesmo. Já o texto que diz: “... mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo,...” (Hb. 9:7) não pode ser considerado, em hipótese alguma um texto completo. Necessita no mínimo dos versículos 5, 6 e 8 para que se tenha uma estrutura textual mais completa.

• Clareza: O texto deve também ser claro o suficiente para a assimilação por parte dos ouvintes. O ideal é que se evite a todo custo os textos obscuros. O texto que será usado como base do sermão deve ser de fácil interpretação e também, deve ser perfeitamente ajustado a capacidade de interpretação do próprio pregador. Pregadores iniciantes devem usar textos bem simples. Já os pregadores experientes e conhecedores da bíblia poderão ampliar seus limites na escolha do texto, desde que não extrapolem.

• Objetividade: ao recomendarmos o uso de textos objetivos queremos dizer que devem ser textos inseridos na realidade dos ouvintes. Devem ser textos capazes de corresponder às necessidades dos ouvintes.

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• O fator multiplicidade: chamamos fator multiplicidade o caso de sermões que são baseados em mais de um texto. Seguidamente os alunos me perguntam se é correto o pregador convidar a igreja para ler mais de um texto e, sobre eles (os textos lidos) basear sua mensagem. Isso é fazer uso de textos múltiplos. Prefiro aconselhar que tanto quanto for possível isso seja evitado. Todavia se o pregador quiser recorrer a este recurso poderá fazê-lo, desde que tenha os devidos cuidados. O Pr. Elienai Cabral sugere que se use textos múltiplos somente nas seguintes ocasiões: a) para perguntar e responder: Salmos 8.16 e Romanos 8.16; b) Para apresentar um problema e apontar a solução: Lucas 21.25 e João 14.27; c) Para mostrar vários aspectos de uma mesma verdade: Salmos 55.22 e Gálatas 6.2, 6.5; d) Para mostrar a seqüencia de um pensamento: Mateus 16.16, João 7.12, 10.20 (1981, p. 70).

Seguindo estas dicas o pregador terá a tranqüilidad e de saber que está usando corretamente o texto bíblico base da sua men sagem.

A Classificação de sermões

Os três tipos mais conhecidos de sermão são também os mais aceitos e mais abordados pelos professores e autores da homilética: temático, textual e expositivo. Esta divisão trata da forma ou estrutura homilética que assume o sermão.

Há autores que ampliam a classificação e tratam, por exemplo, de sermões classificados por assunto (evangelísticos, doutrinários, devocionais, Interpretativos, Éticos, etc.).

Há também a classificação quanto ao método psicológico (normativos, persuasivos, cooperativos, interrogativos, etc.).

Defini-los corretamente, fazer a escolha certa na h ora de optar por um ou outro, além de observar a questão do estilo pessoal do pregador são tarefas muito importantes. Por isso estudaremos ago ra sobre os tipos de sermão e a escolha ideal considerando o sermão apen as e simplesmente quanto a sua forma homilética.

O sermão temático

O sermão temático é aquele que independe de qualquer outra fonte e recurso que não o próprio tema. É chamado também de sermão tópico.

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Neste sermão o pregador determina o assunto que deseja abordar e então, lança-se ao desafio de elaborar a mensagem, única e exclusivamente a partir do seu tema.

Na importante definição de Braga, a pregação temáti ca é aquela “cujas divisões principais derivam do tema, independenteme nte do texto” (2002, p.17).

Já em uma definição apresentada por Broadus é neste tipo de sermão que “... o assunto pode ser dividido conforme sua própr ia natureza e conforme nosso objetivo prático no tratá-lo... e, o s diferentes métodos práticos de se dividir um assunto são extremamente numerosos e variados, e nisso o pregador pode livremente exerci tar sua capacidade analítica e imaginativa” (2003, p.155).

Por tanto podemos definir o sermão temático como: u m sermão que se origina no tema, gira em torno do tema e culmina co m o fim esperado pela própria natureza do tema.

Vantagens do sermão temático

São várias as vantagens de se usar o sermão temático. A seguir enumeramos algumas delas:

• Facilidade para o preparo: É o sermão mais fácil para se preparar. O pregador tem liberdade para organizar as idéias, estabelecer as divisões principais, buscar os textos bíblicos aleatoriamente para respaldar seus argumentos. Entre outras facilidades.

• Unidade de pensamento: nesse tipo de sermão é mais fácil o pregador manter a unidade de pensamento. Basta que ele trabalhe exclusivamente o tema proposto.

• Variedade de assuntos: o pregador é quem escolhe sobre o que quer pregar.

Desvantagens do sermão temático

Convém observarmos também os riscos em que incorremos ao usarmos o sermão temático:

• Superficialidade bíblica: parece-me que este é o maior risco que se corre com o uso exclusivo de sermões temáticos. Uma vez que o pregador não precisa se preocupar com estudo técnico e rígido do texto bíblico e

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pode, livremente buscar versículos por toda a bíblia para respaldar suas idéias, é notório o risco da superficialidade.

• Isolamento de textos bíblicos: tenho constatado também este problema nas pregações atuais. A menção de textos que, quando devidamente isolados (nem sempre intencionalmente, mas muitas vezes sim) corroboram o argumento do pregador. Cito um caso bem recente. Assisti a um pregador que pregava sobre o tema “Oração” (observe-se já o erro da amplitude do tema), e, dizia ele, que a oração é a “lenha que mantém o fogo aceso na vida do crente”. Sua base era o texto de Provérbios 26.20a somente a parte “a” (outro perigo contra o qual se deve tomar muito cuidado): “Sem lenha, o fogo se apaga;...”. Para este “pregador” essa lenha a que se referiu o escritor sagrado era a oração. Ora, bastava a leitura correta do próprio versículo para saber que a lenha deste versículo se refere ao “maldizente” enquanto que, o fogo, refere-se a “contenda”. Parafraseando: “sem a presença do maldizente cessa o fogo da contenda”. Leia agora o versículo na íntegra: “Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda”. (PV 26.20 – ARA). Por isso aponto o isolamento de textos como um risco que se corre ao se usar sermões temáticos.

• Secularização da mensagem: há que se tomar cuidado com o problema de secularizar de mais as mensagens. Principalmente no caso de sermões que tratem de problemas sociais.

• Intelectualismo: Ficar só no campo das idéias sem tocar nos problemas que afetam os ouvintes e apontar as soluções que a bíblia oferece.

• Indolência: Trata-se de um método fácil. Isso aumenta os ricos de o pregador não se dedicar aos estudos aprofundados da bíblia. Além da maior propensão ao “sermão de dez minutos”. Aqueles casos em que já no púlpito da igreja, o pregador elabora em dez minutos um sermão que pretende pregar por 30 minutos ou até 1 hora. Alguns pregadores se orgulham dessa “capacidade”, ou seria negligência?

Quando usar o sermão temático

É necessário dizer que este, como todos os outros tipos de sermão, é um sermão válido. É um sermão que a homilética afirma ser correto e que pode ser perfeitamente bíblico, desde que o pregador tome os cuidados acima mencionados.

Portanto é correto afirmar que este sermão pode ser usado, e as vezes, deve ser usado. Vamos ver em que ocasiões o sermão temático é o mais adequado:

• Congressos e conferências: há congressos e conferências que tem o tema bem definido e que, ao pregador, exige-se que respeite o tema e o aborde com qualidade.

• Eventos específicos: não se deve pregar sobre escatologia em uma comemoração de aniversário de alguém, mas pode-se pregar (claro que nos referimos a mensagens curtas e rápidas) sobre “O dom da Vida”.

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• Cultos de temática livre: quando o culto não é dedicado a alguma causa especial, ou a algum assunto especial, o pregador poderá optar por um tema de seu próprio interesse ou desejo.

• Cultos de temática definida: logicamente que o pregador já está inserido no contexto que cerca a própria temática do culto.

Quando não usar o sermão temático

Sobre isso há uma importante sugestão dada por Broa dus quando orientava seus alunos a se guardarem e “evitar o em prego exclusivo deste tipo de sermão” (2003, p. 156).

Minha opinião

O uso excessivo de sermões temáticos, especialmente pelos pregadores mais projetados pela mídia (nem todos podem de fato ser chamados de evangelistas, embora se proclamem como tais) tem em pobrecido a pregação dos nossos dias e formado uma geração de c ristãos evangélicos raquíticos espiritualmente, além de nov os pregadores (discípulos) preguiçosos, superficiais e, conseqüen temente, manipuladores de auditórios.

Esdras Fernando Carvalho

Sermões textuais

Um sermão textual é um sermão sobre um texto bíblico. O sermão textual é o sermão que tem suas idéias e tópicos extraídos exclusivamente do texto bíblico. Até mesmo o tema nasce do texto bíblico escolhido. Um, dois ou no máximo três versículos é o ideal para que um sermão seja considerado textual.

O professor Itamir Neves de Souza diz que o sermão textual “é um método que baseia-se na abordagem de uma pequena po rção das escrituras”. (2004, p. 51). Para ele “na pregação t extual as estruturas básicas do desenvolvimento do sermão são retiradas do próprio texto escolhido porque este nos dá também os limites da p regação. Além disso, destaca-se que é o texto que fornece a idéia ou o assunto sobre o qual a pregação discorrerá” (2004, p. 51).

Por sua natureza detalhista, Broadus nos mostra em uma abordagem mais minuciosa que o sermão textual pode ser dividi do em dois tipos distintos que merecem ser considerados aqui. Ele di z que “os sermões textuais incluem duas variedades distintas, os que apresentam um só assunto, e aqueles que discutem vários assuntos” (2 003, p. 156). O primeiro tipo de sermão textual é o que aborda um s ó assunto que é

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originado no texto e é desenvolvido com certas divi sões que são sugeridas ou reconhecidas na análise do próprio tex to. “As divisões então tiradas do texto, embora comumente não consti tuam análise completa do assunto, devem ser de tal maneira relac ionadas ao assunto e as partes dele entre si que, juntas, formem uma est rutura, num todo simétrico. Do contrário, sentir-se-á que o discurso é fragmentário e incompleto” (2003, p.157).

O outro tipo de sermão textual é aquele em que, mes mo estando ele baseado em uma pequena porção das escrituras, um ve rsículo ou três no máximo, abordam vários assuntos ao mesmo tempo. Os temas são diferentes em si mas estão, de alguma forma, relaci onados por um fato, por uma pessoa ou por um local, portanto, podem sim , ser tratados em uma única mensagem. Para ilustrar ele usa o exemplo de Judas dizendo que “assuntos aparentemente tão diversos como suicí dio, ingratidão, avareza e remorso podem ser tratados em um sermão s obre Judas, não só por pertencerem a essa pessoa, mas por estarem, no caso dele, intimamente ligados; como também aparentemente se p oderá tratar dele numa ordem diferente: avareza, ingratidão, remorso e suicídio...” (2003, p. 158).

É por tanto correto afirmar que o sermão textual é aquele que é totalmente condicionado ao texto bíblico escolhido, a tal ponto, que do próprio texto nascerão as divisões principais e o p róprio tema da mensagem.

As vantagens do uso de sermões textuais

Segundo Blackwood o sermão textual apresenta as seguintes vantagens (2008, p.197):

1. Fixa a atenção num texto da bíblia: Esse método tem a conveniência de manter a Bíblia aberta num ponto só, sem precisar procurar outros textos.

2. É fácil de preparar: As idéias estão visíveis no texto.

3. Ajuda o ouvinte a acompanhar a mensagem: As várias partes da mensagem estão próximas, dentro do texto, o que facilita o acompanhamento pelo ouvinte.

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4. Leva o ouvinte à bíblia: Em vez de a bíblia apoiar o assunto, o próprio assunto sai da bíblia, diminuindo, por tanto, o risco de secularismo ou de assuntos não bíblicos.

Desvantagens do sermão textual

Blackwood também relaciona as possíveis desvantagens deste método. São elas:

1. O método não pode ser aplicado a todos os textos: Nem todos os textos da bíblia trazem afirmações diretas que o dividam em idéias claras.

2. Risco de artificialismo: Se o texto não tem as idéias bem divididas, há o perigo de o pregador tirar lições que a passagem não ensina.

3. Risco de desinteresse: Se as idéias não forem fortes, o sermão pode tornar-se mecânico, repetitivo e ficar dentro do que é óbvio e evidente no texto.

4. Difícil aplicação prática: Como o texto é pequeno, pode limitar muito o espaço para aplicação das idéias na vida prática.

A Pregação Expositiva

Definições

Nas palavras de Hadonn W. Robinson:

“A pregação expositiva é a comunicação de um concei to bíblico, derivado de, e transmitido através de um estudo histórico, g ramatical e literário de uma passagem em seu contexto, que o espírito Santo primeiramente aplica à personalidade e experiência do pregador, e depois, através dele, a seus ouvintes” (Robinson, 2002, p. 22).

Nas palavras de W. Koller:

“Aquele processo único pelo qual Deus, mediante seu mensageiro escolhido, se introduz na família humana e coloca p essoas perante Si,

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face a face...ela é seu recurso característico par a chegar aos corações dos homens, com a mensagem planejada para salvar a alma...” (1984, p. 9).

Nas palavras de James Braga:

“O sermão expositivo é aquele em que uma porção mai s ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material deste tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéia s progressivas que giram em torno de uma idéia principal” (2002, p. 47 ).

John Stott nos diz:

“Toda pregação Genuína é pregação expositiva” (2003 , p. 132).

O que não é pregação expositiva

1. Exegese: não é exegese versículo-por-versículo, ao contrário do que alguns pregadores supõem. Não se trata de apresentar A interpretação de cada versículo do texto com base em informações lingüísticas, como se fosse um dicionário a traduzir palavra por palavra.

2. Comentário bíblico: o sermão expositivo também não é um comentário bíblico, uma explicação contínua ou uma seqüência de pensamentos sem nenhum vínculo entre si.

3. Esboço temático forçado: Não é um esboço baseado em um texto único. É preciso que o assunto provenha do texto, e não que o texto seja arranjado para adaptar-se ao assunto que o pregador tem na cabeça.

Conceitos importantes

A passagem governa o sermão

1. O pensamento do escritor bíblico determina a substância de um sermão expositivo.

• A passagem bíblica e o hino nacional em um jogo de futebol;

• “O pregador empreende a apresentação de livros específicos da (Bíblia) como alguns homens abordariam o último Best

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seller. O pregador procura levar a seu povoa mensagem de unidades específicas da palavra de Deus.

2. A pregação expositiva é, no seu âmago, mais uma filosofia do que um método: “Você, como pregador, procura curvar seu pensamento às Escrituras, ou emprega às Escrituras para apoiar seu pensamento?”

3. Perguntas diferentes: a) “O que você prega é ortodoxo ou evangélico?” b) Você tem um alto conceito da bíblia ou crê que ela é a palavra infalível de Deus?”

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