02 maria de fátima pedroso
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Derivação dos limites de exposição ocupacional e o peso das evidências
Prof. Dra. Maria de Fatima Pedrozo
✽Georgius Agricola, 1556
✽1ª. Publicação: De Re metállica
✽Bernardo Ramazzini, 1713
✽De morbis artificum diatriba
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EDOENÇA
Revolução Industrial e Condições de trabalho
Transformações econômicas, tecnológicas e sociais, a partir de
1750
Saúde ocupacional Higiene industrial Toxicologia Legislação trabalhista
Revolução química
1880 – mais de 10.000 substâncias sintetizadas
Produção e uso de novas substâncias
Efeitos adversos
Da Revolução Química aos Limites de exposição ocupacional (OEL)
Observação das condições de saúde dos trabalhadores e
mortes
Necessidade de controlar a exposição
Estabelecimento de valoreslimites para o ambiente de trabalho
1° OEL para CO
1883GRUBER
OEL p/ Poeiras c/ altas conc.quartzo
1916África do SulMinas de ouro
1926US
Bureauof mines
OEL 33 subst.
1912Kobert -Alemanha
OEL agudo p/ 20 subst.
1941ACGIH
1ª. Lista MAC p/Subst.
1942ACGIH
1945COOK
Tabela de MAC p/ 63 subst.
Lista de MAC p/ 132 subst.
1970EUA
LeiTLVs
PAUSTENBACH et al. The history and biological Basis of occupational exposure limits for chemical agents. In: ROSE, V.E.; COHRSSEN, B. Patty’s industrial hygiene. 6 ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 2011.
1938Alemanha
OEL 100 subst.
Como determinar a concentração “segura” da substância no
ambiente de trabalho?
Estudos com Animais de Experimentação
✽ J.W. Trevan , 1927 - DL50
✽Draize, 1944 : teste de irritação ocular/dérmica
✽ Alguns anos depois- US National Institute on Cancer– padronizou
estudo de carcinogenicidade em camundongos e ratos, doses
diárias,2 anos.
✽ 1960s, Talidomida – Estudo sobre desenvolvimento e reprodução
✽1980s – Diretrizes OECD -Estudos de Avaliação de toxicidade
Proc. R. Soc. Lond. B 1 July 1927 vol. 101 no. 712 483-514
Finalidade dos Estudos experimentais
Identificação do perigo das substâncias químicas
Efeitos adversos
Agudo Crônico
Efeito carcinogênico
Efeito Não carcinogênico
10
Estudos de toxicidade para avaliação de risco
estágio de vida
Concepção nasci/o fase adulta senescência óbito
Estudos de toxicidade
Agudo
Subcrônico
Crônico
Reprodução
Desenvolvimento
Efeito órgão -especifico
11
Estudos toxicológicos
✽Toxicidade aguda ( OECD 401, 402, 403, 420,423, 425)
✽ Irritação dérmica/ocular (OECD 404, 405)
✽Sensibilização dérmica (OECD 406)
✽Toxicidade subcrônica – 14 ou 28 d ( OECD 407)
✽Toxicidade subcrônica – 90 d roedores ( OECD 408, 409)
✽Toxicidade crônica (OECD, 452)
✽Carcinogenicidade (OECD 453, 451)
✽Genotoxicidade (OECD, 471-486)
✽Desenvolvimento (OECD, 414)
✽Reprodução (OECD, 415-416)
✽Neurotoxicidade (OECD, 424)
✽Toxicocinética ( OECD, 417)
Identificação do perigo
Estudos Epidemiológicos:
fornecem informações mais relevantes sobre efeitos à saúde humana
Avaliam exposições em seus ambientes naturais, na presença de fatores de risco concomitantes como dieta e hábitos (tabagismo).
Identificação do perigo
-identificação do tipo e natureza dos efeitos adversos à saúde
estudos com homem
estudos toxicológicos com animais
estudos REA (SAR)
Toxicidade x Risco
Toxicidade
Caracterização do risco
Exposição
- Identificação do Perigo - Avaliação dose-resposta
Avaliação dose-resposta
Pergunta:Qual a dose “segura” para o homem?
Relação Dose-Resposta numa população
✽% população de expostos que responde a cada nível de dose experimental
✽Variação na suscetibilidade
Resposta da
população
Dose x
100 %
Indivíduossuscetíveis
Indivíduos Resistentes
dose baixa
dose média
dose alta
População ExpostaGde número
%
RESPoSTA
%
de
resp
osta
Dose (mg)
Distribuição
de frequência
acumulativa
Distribuição de frequência
50 70 100 150 200 250
100
75
50
25
5
Dados experimentais em altas doses e exposição humana em baixas doses
BioensaiosEstudos toxicocineticos c/ animais
Estudos epidemiologicos ocupacionais
Estudos toxicocinéticos homem
Estudos epid ambientais
Biomarcadores de exposição
Exposição/doses de
Interesse regulatório
??Estudos in vitro
Dados emergentes (-omicas)
Bai
xas
do
ses
Alt
as d
ose
s
A extrapolação para baixas doses apresentacomponentes biológicos e estatísticos
✽Av. dose-resposta e tipo de efeito
✽Variabilidade inter e intra-espécie
QUESTÃO CHAVE: entender os efeitos em“baixas doses” em diversos níveis deorganização
Molécular Célular órgão / tissular Individual Populacional
Pathway
Quais alteraçõesbiológicas ocorremem baixas doses ?
Qual é o aumento naprobabilidade de
ocorrência dos efeitosadversos em um indivíduo?
Quais são as diferenças intra e inter
individuais ?
Quais as possíveis alternativas?
Modelos de extrapolação e tipo de danos biológicos
✽Efeito determinístico
✽Limiar de dose
✽Efeito estocástico
✽Sem limiar de dose
Modelos
“Linear”
Utilizado :
✽ Não ha conheci/o sufici/e do MOA
✽ MOA indicação de linearidade
“Não-linear”
Utilizado:
✽ Efeitos não carcino
✽ Efeitos carcino se MOA indica não-linearidade
LED10
Dose
Resposta
DRf = LED10/(UFAH x UFH x …)
LED10
Dose
Resposta
Fator de inclinação carcino = 0.1/LED10
AVALIAÇÃO DOSE-RESPOSTA
EFEITOS NÃO CARCINOGÊNICOS GENOTÓXICOS
Se um limiar é assumido, pode-se estimar um
nível de exposição abaixo da qual se acredita não haver efeitos adversos
Ponto de partida (POD): dados experimentais
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE PARA EFEITOS
NÃO CARCINOGÊNICOS
NOAEL- (No Observed Adverse Effect Level)
LOAEL- (LOW Observed Adverse Effect Level)
BMD – (dose de benchmark)
COMO ESTIMAR A DOSE “SEGURA” /
DOSE DE REFERÊNCIA?
DRf - Dose estimada (com incerteza de até mais
de uma ordem de grandeza) à qual uma população humana pode se expor diariamente (ingestão/inalação/absorção cutânea) semapresentar efeitos adversos à saúde
DRf= POD
FI
FI: fator de incerteza (que reflete os vários
tipos de dados usados p/ estimar DRf)
LIMITE DE EXPOSIÇÃO
OCUPACIONALDNEL - derived no-effect level
DRF = NOAEL
Fatores de incerteza
NOAEL
Fatores de incerteza
Diferença interespécie
Diferença intraespécie
10 10
Res
post
a
Dose
0.1
FIH
FIS
FIL
FID
FIA
Homem
crônico Animal
crônico
Animal
Subcronico
Reprodução
PBPK
Vários efeitos críticos
Pele Fígado Câncer Malformação
Rim Neurotoxicidade
Imunotoxicidade
MODO DE AÇÃO
Identificação do Perigo
Avaliação dose-resposta
PONTO DE PARTIDA
Vários Estudos
Vários efeitos críticos Pele
Fígado
Câncer
Malformação
Rim Neurotoxicidade Imunotoxicidade
MODO DE AÇÃO
Identificação do Perigo
Avaliação dose-resposta PONTO DE PARTIDA
Extrapolação
MOA Linear
MOA Não Linear
MOA ???? DRf/CRf
Se câncer DNA reativo , default linearSe não câncer, DRf/CRf
Melhor métodoIncertezas/variabili//
ExtrapolaçãoLinear
Dose (mg/kg-d)
Inc
idê
nc
iad
otu
mor
?
?
xx
%
POD
Linear ou Não linear?
Escolha determinada
pelo MOA
35
Extrapolação linear para baixas doses
✽Assume-se que exista uma relação linear entre dose e resposta biológica
Dose-resposta linear
%
resp
ost
a
Regiãode riscoaceitável
Regiãodos dados Experimentais
AVALIAÇÃO DOSE-RESPOSTA
Dose (mg/kg-d)
Incid
ência
de c
ãncer
?XX %
POD
Extrapolação linear como proceder ?
14
Definição OELs - 1ª Etapa
Identificação do perigo das substâncias químicas
Efeitos adversos
Agudo Crônico
Efeito carcinogênico
Efeito Não carcinogênico
✽Integralidade dos dados
✽Adequabilidade dos dados
✽Confiabilidade : desenho do estudo e descrição dos resultados
✽Relevância: todos os parâmetros relevantes devem estar incluídos
AVALIAÇÃO DOS DADOS TOXICOLÓGICOS
39
A) Qualidade da informação.
B) Poder estatístico dos estudos.
C) Número e tipo de efeitos estudados.
D) Consistência das observações em diferentes estudos.
E) Relevância da duração e das vias de exposição
utilizadas, tanto para a espécie animal como para o
homem.
F) Relevância dos níveis de dose e das espécies utilizadas
para o homem.
G) Informação sobre toxicocinética.
Elementos de Julgamento
✽ atribuir pesos/valores aos diferentes estudos
levantados previamente = informação disponível
sobre a substância de interesse.
✽ O peso a ser conferido a determinada evidência é
influenciado pela confiabilidade, adequabilidade e
relevância do estudo realizado, consistência dos
resultados, natureza e severidade dos efeitos
Peso das evidências
41
✽ Qualidade dos dados disponíveis
✽ Tipos de dados (Homem> animal> in vitro)
Dados positivos e negativos são considerados
42
Peso das evidências
Fatores que contribuem para o peso das evidências
Evidências em animais
Múltiplas observações (Espécies, sexos, idade, órgão/ tecido)
Via de administração igual a da provável exposição humana
TK e TD comparável entre as espécies
Severidade e progressão das lesões: relação dose resposta,
malignidade, tumor incomum
Maior peso às evidências
Evidências em Humanos
N° de estudos independentes com resultados consistentes
critérios causais satisfeitos: temporalidade, força da
associação, dose-resposta, plausabilidade biológica, …
Fatores que contribuem para o peso das evidências
Evidências em animais
poucos estudos
Resultados inconsistentes
Única espécie e sexo
Via de adm ≠ exposição humana ; TK e TD ≠
incidência elevada de tumores comuns à espécie
Menor peso às evidências
Evidências em Humanos
Poucos estudos
Resultados inconsistentes
Poucos critérios causais satisfeitos
Objetivo da avaliação da toxicidade
✽Através dos estudos e testes, colecionar
resultados apropriados para avaliar os
possíveis riscos à saúde humana, em
determinadas condições de exposição
Século XXI
Caracterização química
Vias toxicidade
Estudos/testesorientadores
Dose –resposta eModelos de extrapolação
Avaliação de toxicidade e caracterização do RiscoKrewski et al., 2010
Avaliação dose-resposta
Modo de açãoCaracterizaçãoquímica
composto
Produto debiotransformação
Detecção das perturbações biológicas
Viaafetada
Medidas da Dose in vitro
Analise da Dose-resposta para o eventoChave toxicidade
Estudos epidemiológicos
Calibração in vitroe dosimetria humana
Dados de exposição humana
Identificação do perigoAvaliação da exposição
Caracterização do risco
DRf= PODFI
48
Eventos –chave(vias relacionadas com a toxicidade)
Receptores / Enzimas / etc.Interação molecular direta
Vias de regulação / Genômica
Processos celulares
Tecidos/ Orgãos/ efeitos críticos
substância
Avaliação de riscoGerenciamento
do risco
Identificaçãodo perigo
AvaliaçãoDose resposta
Caracterizaçãoda exposição
Caracterizaçãodo risco
Opções degerenciamento
ConsideraçõesLegais e estatutárias
Politicas
Fatoressociais
Fatoreseconômicos
Tecnologiadisponível
Formulação do problema
Estudos com Animais de Experimentação