02. Desarmando as bombas de satanás - mania de presumir

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Desarmando as bombas de satanás: Mania de presumir Todos nós sabemos que telepatia não existe. Mas mesmo reconhecendo que a telepatia não existe, agimos muitas vezes como se ela fosse uma das nossas habilidades. Essa ilusão pode se manifestar de duas formas: Por meio da presunção de que sabemos o que os outros estão pensando e Através da premissa de que os outros não só podem como têm a obrigação de saberem o que estou pensando sem eu ter de lhes dizer. É verdade que às vezes somos capazes de prever reações e comportamentos de pessoas que conhecemos bem e vice-versa. O problema aparece quando presumimos que sabemos como alguém vai reagir sempre. O hábito de presumir Todo mundo, em alguma medida, faz suposições acerca dos pensamentos, desejos e necessidades dos outros. Isso é normal. As premissas são uma espécie de atalho mental e são fundamentais para que a vida caminhe. Se tivéssemos de investigar cada sorriso, cada gesto ou cada expressão casual que ouvíssemos aqueles que nos cercam não nos tolerariam e nós mesmos viveríamos cansados. Em nossos relacionamentos nós detectamos pistas sobre o outro e extraímos delas conclusões. A maioria de nós faz isso bastante bem e quase sempre as pessoas nos dão pistas bem claras a respeito de como estão num certo momento. Nossos relacionamentos poderiam ser descritos como um grande trabalho de investigação. Observamos dicas e as pistas de todo tipo. Atribuímos significado ao que vemos e ouvimos e também ao que não vemos e ouvimos. A aquilo que aconteceu e também ao que não aconteceu. Tiramos conclusão da linguagem corporal (expressões, gestos e posturas) e

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Desarmando as bombas de satanás:Mania de presumir

Todos nós sabemos que telepatia não existe. Mas mesmo reconhecendo que a telepatia não existe, agimos muitas vezes como se ela fosse uma das nossas habilidades.

Essa ilusão pode se manifestar de duas formas: Por meio da presunção de que sabemos o que os outros estão pensando e Através da premissa de que os outros não só podem como têm a obrigação

de saberem o que estou pensando sem eu ter de lhes dizer.É verdade que às vezes somos capazes de prever reações e comportamentos de

pessoas que conhecemos bem e vice-versa. O problema aparece quando presumimos que sabemos como alguém vai reagir sempre.

O hábito de presumirTodo mundo, em alguma medida, faz suposições acerca dos pensamentos, desejos e

necessidades dos outros. Isso é normal. As premissas são uma espécie de atalho mental e são fundamentais para que a vida caminhe.

Se tivéssemos de investigar cada sorriso, cada gesto ou cada expressão casual que ouvíssemos aqueles que nos cercam não nos tolerariam e nós mesmos viveríamos cansados.

Em nossos relacionamentos nós detectamos pistas sobre o outro e extraímos delas conclusões. A maioria de nós faz isso bastante bem e quase sempre as pessoas nos dão pistas bem claras a respeito de como estão num certo momento.

Nossos relacionamentos poderiam ser descritos como um grande trabalho de investigação. Observamos dicas e as pistas de todo tipo.

Atribuímos significado ao que vemos e ouvimos e também ao que não vemos e ouvimos.

A aquilo que aconteceu e também ao que não aconteceu.Tiramos conclusão da linguagem corporal (expressões, gestos e posturas) eInterpretamos aquilo é dito.Quando você era criança e encontrava sua mãe esperando você na porta de braços

cruzados, batendo o pé, com a testa franzida e os lábios comprimidos, você certamente sabia que ela estava brava.

Se você encontra uma amiga de cabeça baixa, olhos inchados e o rosto molhado de lágrimas é difícil concluir que ela está chateada?

Dá para perceber quando alguém está nervoso, feliz, ansioso ou em qualquer outro estado de espírito, pois está mais ou menos na cara.

Também tiramos conclusões daquilo que é falado não apenas ouvindo o que é dito, mas avaliando o tom de voz, a ênfase, o volume e o contexto da situação.

O certo, porém, é que mesmo que sejamos todos um tipo de Sherlock Holmes, investigando tudo ao derredor, precisamos admitir que podemos estar errados.

Erros de interpretação

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Quanto mais conhecemos alguém mais consciência teremos dos sinais que ela emite nas mais diversas situações. Sempre que está infeliz ela ouve determinada música, quando está nervosa sempre bate a porta, etc. Essa previsibilidade é que nos leva à conclusão que sabemos o que o outro está pensando.

Mas isso pode criar muitos problemas quando acreditamos que sabemos o que se passa:

Com todo mundo perfeitamente o tempo inteiro.

Quando na verdade nós presumimos os pensamentos: de algumas pessoas com alguma exatidão parte do tempo

Vamos enumerar as razões porque nos enganamos quando acreditamos em tudo o que presumimos.

1. Você faz suposição a respeito do outro com base em você mesmoVeja o exemplo de Caim. Ele temia ser morto por alguém, mas não havia

assassinos na terra a não ser ele próprio. Ele presumia pensamentos homicidas em outros porque ele mesmo os tinha.

2. Você faz suposição com base num comportamento passadoIsso é previsibilidade. Sem isso os relacionamentos se tornam impossíveis.

Experiências anteriores são uma boa fonte de informação, mas o problema é que pode ocorrer exceções.

Você chega em casa sua mãe está na porta, batendo o pé, com os braços cruzados, a testa franzida e os lábios apertados. Você percebe que sua mãe está brava porque ela sempre agiu assim quando estava brava. Porém dessa vez pode ser que ela esteja brava, mas não com você, ou pode estar ansiosa com algo que não tenha nada a ver com você.

3. Você faz suposição com base no que imagina que vai acontecerIsso é o que comumente se chama colocar o carro na frente dos bois. Nem adianta

convidá-lo para liderar, ele não vai aceitar e se aceitar eu até sei como vai ser.Você não tem como saber a reação do outro antes de fazer o convite e não tem

como saber de antemão como ele se sairá na liderança.O pior é que se a pessoa aceitar o convite e se tornar um líder, você vai interpretar

cada atitude dela de forma a confirmar suas pressuposições.

4. Você faz suposições com base no que desejaSua ex-noiva liga para você para lhe dar os pêsames pela morte de seu pai. Você

logo pensa: ela ainda me ama. Só pode me amar, caso contrário não me ligaria.Pode ser que sim, pode ser que não. Mas antes de sair e comprar uma aliança é

melhor confirmar os sentimentos dela.

5. Você chega a uma conclusão com base em dados insuficientes

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Duas curvas não formam necessariamente um círculo. A reação negativa de uma ou duas pessoas não indica necessariamente a opinião de toda a igreja.

Você conclui: minha igreja não gosta da minha pregação. Mas foi apenas uma pessoa que fez a crítica

6. Você interpreta mal as dicas visuais e verbaisSó porque você captou corretamente o estado de espírito de alguém não quer dizer

que você vai acertar também na causa do problema. E mesmo que tenha acertado a causa no passado não quer dizer que vai acertar dessa vez.

Você conclui: minha igreja não gosta da minha pregação. Já é o segundo irmão que dorme durante a pregação.

7. A sua conclusão não leva em conta a existência de diferenças culturais e de personalidade

Eles certamente não gostaram da minha pregação. Não ouvi nem um “amém”.

Desarmando a bomba da mania de presumirÉ absolutamente vital desistirmos de tentar usar telepatia. Mas isso é difícil porque

implica em se tornar vulnerável e correr riscos. A telepatia evita a necessidade de falarmos claramente e talvez descobrirmos que a nossa suspeita é realmente verdadeira.

Parece mais confortável viver presumindo do que se expor e saber a verdade.Precisamos reconhecer que ainda que seja útil em muitas ocasiões, o hábito de

presumir nem sempre dá certo.

1. Reconheça o tipo de pensamentoO primeiro passo é dar nome aos bois. Ao percebermos que estamos nos irritando

com um líder por algo que acreditamos que ele está pensando, antes de confrontá-lo podemos simplesmente nos questionar: será que sei realmente o que ele está pensando? Será que não estou presumindo?

2. Questione suas premissasO líder não veio na reunião de discipulado. Você presume que ele não deseja estar

com você. Mas quais evidências você tem para afirmar isso? Ele pode ter faltado por inúmeras razões. Ele já faltou anteriormente? Ele se justificou? Porque você não aceitou as justificativas?

3. Crie uma imagem melhor do outroIsto é o mesmo que dizer: seja benigno. Em vez de alimentar uma imagem daquele

líder como alguém que o resiste ou não tem compromisso, substitua essa imagem por algo positivo. Com base nessa nova imagem tente agora reinterpretar os fatos tirando novas conclusões.

4. Expresse claramente suas conclusõesNem sempre é possível ou desejável se expressar claramente. Há pessoas que se

sentem muito pressionadas quando abordas diretamente e algumas vezes não dá para

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perguntar para a igreja inteira sua opinião a nosso respeito. Mas falar claramente deve ser o nosso padrão com aqueles que nos são mais próximos.

5. Creia na resposta do outroUma vez que perguntamos ao outro se as nossas conclusões a respeito dele são

reais, precisamos acreditar naquilo que ele disser. É melhor eventualmente ser traído que viver desconfiado e Jesus disse que a nossa palavra deve ser sim sim e não não. O que passa disso vem do maligno.