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  • Nione Torres 1, Kellen M. Escaraboto Fernandes2. O AMOR E O CIME SOB

    OLHAR CLNICO DA ANLISE DO COMPORTAMENTO.

    A anlise do comportamento compreende que falar de sentimentos pressupe dizer tanto

    de uma relao organismo-ambiente, bem como de todo o conjunto de alteraes

    produzidas neste organismo e todos os aspectos constituintes de tal relao: a filognese

    (histria da espcie), a ontognese (histria do indivduo) e a cultura. No contexto

    analtico comportamental, os sentimentos so vistos como produto colateral em uma

    contingncia de reforamento. Isso significa que os sentimentos no tm status causal e

    nem assumem posio hierrquica em relao a outros produtos da contingncia, como

    por exemplo, o comportamento publicamente observvel. Dentro do contexto

    teraputico, os sentimentos auxiliam na identificao das contingncias atuantes na vida

    do cliente, e nesse sentido, cabe ao terapeuta se comportar como audincia no-punitiva

    estabelecendo um ambiente que propicie a expresso de sentimentos, a fim de que a

    reflexo e anlise destes torne o cliente apto a identificar e descrever as contingncias

    nas quais est inserido, ampliando assim, seu repertrio para mudana. Este trabalho

    tem como objetivo demonstrar como a Clnica Comportamental analisa os sentimentos

    amor e cime como se d a construo de tal repertrio nos seres humanos.

    Palavras chaves: anlise clnica do comportamento, amor, repertrio comportamental.

    1 Mestre em Psicologia Clnica na rea de Anlise do Comportamento pela Pontifcia

    Universidade catlica de Campinas. Psicloga Clnica pelo IACEP Londrina. Endereo: Rua Farrapos, 111. Jd. Canad. Londrina-PR. E-mail: [email protected]

    2 Especialista em Anlise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina e em

    Educao Especial pela Universidade Norte do Paran. Mestranda em Neuropsicologia Clnica

    pela Universidad Miguel de Cervantes Espanha. Professora de Ps graduao pela Universidade Norte do Paran e Psicloga Clnica pelo IACEP Londrina.

  • O amor e o cime: intervenes teraputicas.

    Considera-se fato inquestionvel, independentemente do momento histrico,

    social ou econmico da humanidade desde os tempos mais remotos at os dias de hoje,

    que os seres humanos precisam uns dos outros e isto adquire uma maior dimenso

    quando se refere a um estado sentido que se denominou de amor experincia afetiva

    idiossincrtica e nica para cada ser humano (Guilhardi, 2007). Assim, seres humanos

    anseiam por um relacionamento especial em suas vidas (uma pessoa que busca outra

    pessoa para estar ao seu lado para o que der e vier, que seja seu cmplice, e que a

    defenda ou seja, que reforce seu comportamento a partir das contingncias

    vivenciadas da/na prpria relao). Enfim, relacionar-se tem um lugar especial na vida

    dos seres humanos saudveis: um vnculo maior, mais profundo e ntimo que qualquer

    outro.

    Entretanto, estamos habituados como seres pertencentes a uma comunidade

    scio-verbal, a ler, a ouvir e at a falar do amor em uma linguagem tanto de senso

    comum, quanto artstica como religiosa, o que, talvez, torne um pouco rdua a tarefa de

    compreender mais profundamente sobre este estado sentido (o amor). Por outro lado,

    uma viso cientfica do amor luz da Anlise do Comportamento poder nos dar esse

    suporte. Sabemos que a Anlise do Comportamento est de mos dadas com a Etologia

    e a Neurocincia (ou seja, prope-se o modelo de seleo do comportamento pelas suas

    conseqncias), dessa forma, o amor pode ser compreendido como sendo um aspecto do

    nosso comportamento selecionado pela histria filogentica, ontogentica e cultural.

    Guilhardi (2007), neste sentido, acrescenta que a histria filogentica

    caracterizada como primeiro nvel, ou seja, h a predominncia de determinaes

    gentica e biolgicas: os seres humanos mostram grandes semelhanas existncia,

    portanto, do amor ertico, que peculiar a todos os membros da mesma espcie. Num

    segundo nvel, enxerga-se a histria ontogentica: o amor se constitui a partir da histria

    de desenvolvimento de cada pessoa em particular (experincias pessoais). No h como

    negar: este segundo nvel interage com o primeiro - o que resultar em padres

    individuais nicos, que no se repetem. Ainda para Guilhardi (2007), ser tal aspecto

    que far com que as pessoas amem seres diferentes uns dos outros, assim como as faro

    reagir s peculiaridades um do outro de maneira bastante prpria e com importante

    amplitude.

  • J no terceiro nvel, o cultural, observa-se a influncia dos aspectos culturais na

    aprendizagem do amor. Assim, por exemplo, possvel citar que somente grupos

    culturais dispem condies e proporcionam estratgias e conseqncias para

    desenvolver em seus membros sensibilidade pelo outro, como bem assinala Guilhardi

    (2007). O autor acima citado finaliza que o amor pleno composto pela interao

    equilibrada dos trs nveis expostos.

    Seqenciando de forma similar este olhar sobre amor, Zortea, Machado e

    Borloti (2008), em seus estudos, vo explicit-lo trazendo tona, premissas oriundas de

    uma metodologia de cincia - ou seja, premissas estas distintas do senso comum, da

    religio e da arte.

    Para os autores acima citados, no que se refere Anlise do Comportamento

    atual, tais premissas so baseadas em trs fundamentos de gnese epistemolgica e que

    foram sintetizados por Owen (2003) como se segue:

    Monismo: tudo o que fazemos (pensar, sentir, dar nome ao sentir ou qualquer outra relao, mesmo aquelas as quais no sabemos que

    fazemos) comportamento e tem uma natureza nica, como todos os

    demais fenmenos da natureza, e simbolizar este tudo uma forma especializada de comportamento social; 2) Contextualismo: o

    significado de um comportamento (como no caso de dizer Eu te amo, por exemplo) est nas condies que ocasionam o comportamento; 3) Contextualismo funcional: os comportamentos

    abertos (o dizer Eu te amo) e os encobertos (o sentir amor) so definidos em termos da sua relatividade funcional a outros eventos

    (estar junto, compartilhar idias, sentir teso, etc.) em um contexto cultural e histrico especfico (Owen, 2003).

    possvel agora nos aprofundar um pouco mais no amor. Skinner (1969/1991,

    p.3) discute sobre esse sentimento ao abordar o papel que os sentimentos tem na Anlise

    do Comportamento afirmando que quando algum diz Eu o amo o mesmo que fazer

    uma descrio total do que sente em uma relao que poderia ser descrita como voc

    refora meu comportamento e, assim, me d prazer, pois a relao entre ambiente e

    organismo, e no a pessoa que se comporta, que fortalecida (reforada, por assim

    dizer).

    Evidentemente existem propriedades reforadoras no amor. Tais propriedades

    foram denominadas por Skinner (1985/1987) de prazer e de fortalecimento. Ambas so

    sentidas como diferentes e concomitantes:

    Sentir prazer no sentir a inclinao que nos leva a agir como um amante; e quando emitimos novamente os operantes que foram

    reforados no incio de uma relao amorosa, por exemplo, no

    sentimos o mesmo prazer que sentimos no momento em que o

  • reforamento ocorreu. Se pessoas que se amam se comportam em

    funo de estarem juntas ou de evitarem a separao porque seus

    comportamentos so mantidos por conseqncias reforadoras, ou

    seja, por conseqncias que aumentam a probabilidade de essas

    pessoas se comportarem novamente em funo de estarem juntas e de

    sentirem prazer ao estarem juntas. Qualquer anlise do amor que

    desconsidere qualquer um desses efeitos ser incompleta. Um sujeito

    amante no sujeito porque sente ou porque age como um amante.

    Ele sente e age como amante, em ltima instncia, como produto da

    sua prpria interao, j que o amante no um expectador indiferente a absorver o mundo como uma esponja (Skinner, 1974/1982, p. 67). Em sntese, como um sentimento, o amor-prazer

    sentido por um amante to importante quanto a prpria alterao do

    seu comportamento e a consequncia que produz na pessoa amada.

    tudo isto o que nos leva a cham-lo de amante (e aqui inclui o dizer

    Eu te amo) (ZORTEA, MACHADO, BORLOT, 2008).

    A despeito destas questes, ainda ressalta-se que a comunidade verbal,

    notadamente, d nome aos sentimentos, e o faz sem que haja evidncias empricas e ou

    funcionais, com a finalidade de atribuir nomes de sentimentos aos estados corporais.

    Dessa maneira, amor se torna sentimento quando se nomeia um estado corporal

    sentido em contingncias de reforamento especficas. Na verdade, as contingncias

    que so relevantes uma vez que o estado sentido em um contexto pode se assemelhar ao

    estado sentido em outro por exemplo, a palpitao sentido na paixo e no medo.

    A Anlise do Comportamento nos confere que denominar amor um estado

    sentido ocorre porque no decorrer da histria de vida o comportamento de nomear esse

    estado corporal nessas contingncias especficas foi e reforado pela comunidade

    verbal.

    A seguir, citaes de pessoas que esto em processo psicoterpico em que se

    possvel observar tais consideraes, ao mesmo tempo em que se observam citaes de

    poetas sobre este mesmo sentimento quando as pessoas vivenciam o estado sentido que

    chamamos de amor:

    CLIENTE:

    Eu queria poder vincular uma coisa dessa: estou no meu melhor momento; por

    que no pode ser mais divertida essa procura? Por que tanta frustrao nos

    encontros? Teria que ir sem expectativas! isso? Mas como? Afinal, me explica, o

    que o amor? Acho que no sei jogar esse jogo! Cada vez mais me conveno disso!

    Gente, eu quero algum para eu amar... para me amar... (35 a. assumiu

    recentemente sua homossexualidade)

  • Na vida e no amor, no temos garantias...

    Nem toda pessoa que te convida para sair para casar...

    Nem todo beijo para romancear...

    E nem todo sexo bom para descartar...ou se apaixonar...ou se culpar!!

    (Trenelly, B. 2008)

    CLIENTE:

    Estou feliz sozinho... quietinho... Eu procuro um amor que eu nunca encontrei...

    Algo leve... nada pesado... Que me d paz... Eu descobri nestes dois ltimos anos

    que no preciso de tantos conflitos por to pouco...ficar indo atrs...ficar provando

    que amo! Acho que isto no amor no... Eu quero o que Frejat fala: procuro um

    amor que seja bom para mim! (Sexo M. 23 a. ficando).

    O amor uma demanda da terra, o profundo desejo de vivermos sem linguagem,

    sem fala, como os animais em sua paz absoluta. Queremos atingir esse absoluto,

    que est na calma felicidade dos animais

    (Trenelly, B. 2008).

    CLIENTE:

    Ele tem me procurado, mas quero amor... no quero apenas transar... Aceitava

    fazer tudo o que ele queria (nem acredito, hoje, no que eu fazia)... Era sexo... sexo...

    E eu achava que aquilo era amor... acreditei no amor dele!... Agora tanto faz...

    Amor para mim muita conquista... precisa ser terno, ter muita conversa. Hoje j

    nem sei se o que sinto amor... Parece que s tinha sexo... (Sexo F, 25 a. terminou

    um namoro h 3 meses).

    ...O amor sonha com a pureza,

    Sexo precisa de pecado...

    (...) O amor tem jardim, cerca, projeto. O sexo invade tudo isso.

    Amor uma construo...

    Amor fala muito...sexo grita, geme, ruge, mas no se explica.

    Amor prosa...Sexo poesia...

    (Jabor, 2004)

  • CLIENTE:

    Ser que ainda amo meu marido? Nossa: explodi com ele esta semana!...Tive

    tanta raiva dele...tanto dio!...Agora passou! Vou lhe contar...Meu Deus, como ele

    pode pensar isso de mim! Como somos diferentes! Como tudo di! A gente tem que

    aguentar, me responda? (Sexo F. 42 a. casada h 15 a., padro scio-cultural inverso

    do marido e provedora economicamente da famlia).

    Gostar di... Muitas vezes voc vai sentir raiva, cimes, dio, frustrao. Faz parte.

    Voc convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo...

    (Jabor, A. 2007)

    CLIENTE:

    Hoje tenho pena dele...j me separei emocionalmente dele faz tempo...eu sei

    disso!... Voc tem razo! Eu sempre tive esperanas de que ele ia mudar.

    Tentei...mas tentei...tentei tanto!... Amei muito este homem!... Lembro-me que j

    tinha 5 a. de casada e ainda quando ouvia o barulho do carro dele entrando na

    garagem, meu corao disparava de tanta alegria... Ele entrava, passava por mim

    sem me olhar...voltava e perguntava o que eu tinha feito para ele comer... Fui

    perdendo a admirao por ele... (Sexo F. 50 a., 27 anos de casamento, pediu

    recentemente separao).

    Em meu corao congelado,

    Fragmentos de amor,

    Pelo tempo levados.

    Saudades de tais que quais nunca me pertenceram.

    E em silncio compreendo

    O porqu de tanto gelo.

    (Arajo, K. 2008)

    Embora as falas dos clientes e as dos poetas apresentam-se didaticamente

    separadas, as mesmas demonstram importantes similaridades, e, que pautam aspectos

    at aqui discutidos:

  • a) quando o ser humano interrogado qual o sentido do amor, ele naturalmente ir

    buscar as contingncias responsveis por um sentido que tem significado no sentimento

    de amor. Dessa maneira, segundo Zortea, Machado & Borloti (2008), pode-se

    constatar:

    O significado do sentimento de amor est nas contingncias de reforamento verbais ao longo dessa histria e definido por situaes

    especficas para estados corporais especficos, diferenciadas pelos

    antigos gregos em trs palavras: Eros, Philia e gape, as quais

    descrevem contingncias relevantes de seleo, no s da seleo

    natural, mas tambm da seleo por conseqncias durante o

    reforamento operante que ocorre em dada cultura (Skinner,

    1989/1991). Assim, a forma verbal genrica Eu te amo x pode ter implicaes romnticas, ticas e polticas, a depender do x envolvido (ZORTEA, MACHADO, BORLOTI, 2008).

    b) quando se fala de amor est, na verdade, se referindo a um misto, e ao mesmo tempo,

    a uma somatria de sentimentos que vm e vo ininterruptamente. Certamente, pode-se

    assim identificar uma lista completa e interminvel deles. medida que a relao vai

    sendo construda, os parceiros conhecero e aprendero:

    momentos de ternura e de aspereza; de alegria e de tristeza; de proteo e de abandono; de aconchego e de raiva; de tolerncia e de

    incompreenso; de aceitao e de rejeio; de aproximao e de

    esquiva; de segurana e desconfiana; de intimidade do corpo e do

    emocional e de enfado; de desejo e de repulsa; de prepotncia, de

    humildade, de dependncia, de cumplicidade... (GUILHARDI, 2007; TORRES, 2008)

    c) ainda, quando se fala de amor possvel discriminar que nessa to desejada

    intimidade especial que o comportar-se no amor est sendo aprendido pelo ser humano,

    assim como estaro interagindo, ao mesmo tempo, em tal construo tanto o modelo de

    amor que a pessoa aprendeu a partir de suas primeiras experincias (ou seja, sua prpria

    histria de contingncias), quanto as contingncias vivenciadas na prpria relao

    naquele momento em que ela est ocorrendo (Guilhardi, 2007).

    Na verdade, constata-se que a aprendizagem do amor vai acontecendo, se

    mantendo, se desenvolvendo, segundo estudos de Guilhardi (2007), e finalmente, se

    fortalecendo sem que, muitas vezes, o parceiro discrimine a relao contingencial que

    est relacionada ao desenvolvimento do padro comportamental. Por certo, nesse

    contexto (ao mesmo tempo, processo) surgiro conflitos e com eles uma ampla

    variabilidade comportamental dos parceiros envolvidos, que vo desde simples

    dificuldades de entendimento - de comunicao ou de idias, por exemplos no

  • relacionamento at sua prpria ruptura. Evidentemente estaro, ao mesmo tempo,

    emergindo comportamentos de desamparo, dor, tristeza, ansiedade, raiva, medo, solido

    (entre tantos outros) que tornaro, medida que se mantm e se prolongam, o vnculo

    vulnervel ou at mesmo construtivo.

    Por outro lado, pessoas que experienciam relaes afetivas de perfil construtivo:

    a) discriminam que a perfeio no faz parte do universo dos humanos;

    b) dispem a desenvolver habilidades:

    empatia (aprender a se colocar no lugar do outro);

    assertividade (expressar sentimentos e pensamentos, saber dizer no);

    flexibilidade de pensamento e de aes;

    dar suporte emocional (dar coloem fases difceis do processo de viver);

    aceitao, compaixo, acolhimento, comprometimento, parceria, humildade e

    identificao, com vistas a tornar o relacionamento saudvel e reforador,

    promovendo, consequentemente, uma maior descoberta do parceiro e de si

    mesmo.

    Abaixo, so apresentados de forma sucinta e objetiva alguns comportamentos

    que fazem parte das habilidades acima citadas, e que, a partir de sua aprendizagem na

    relao amorosa, conseqncias extremamente reforadoras podero advir e tornar o

    vnculo uma fonte de crescimento, bem-estar emocional e maturidade:

    Estabelecer, com clareza, os prprios limites ao parceiro(a);

    Aceitar os limites descritos por ele(ela);

    Expressar claramente o que sente, sem esperar que o outro adivinhe seus

    pensamentos;

    Aprender a agradecer as gentilezas e aprender a retribuir gestos de carinho;

    Ficar atento s idiossincrasias e respeit-las;

    Negociar quando houver interesses divergentes;

    Indagar o outro sobre seus desejos e suas vontades;

    Demonstrar comportamentos de apreciao no comportamento da pessoa;

    Comportar-se de forma que fique claro ao parceiro(a) o quanto a companhia

    dele(a) prazerosa;

    Demonstrar interesse pelos projetos e atividades dele(a);

    Planejar atividades com amigos de ambos (juntos ou separados);

  • Comportar-se cordialmente ao receber os amigos do outro;

    Respeitar a necessidade de momentos de solido (sua e do outro ainda que

    estes no ocorram simultaneamente);

    Diante de brigas e conflito comportar-se de maneira que no se arrependa no dia

    seguinte (lembre-se de que a raiva passa, a mgoa fica);

    Ter seus prprios interesses e amigos independentes do(a) parceiro(a);

    Comportar-se de forma respeitosa com relao aos amigos e interesses do outro

    ainda que independentes dos seus.

    Cabe ao terapeuta discriminar se o cliente possui estas habilidades, uma vez que

    muitos indivduos apresentam dificuldades para amar o que significa que tais

    comportamentos precisam, em primeiro lugar, serem aprendidos na relao teraputica,

    que tambm uma relao de intimidade.

    O resultado dessa construo deve trazer ao relacionamento uma relao de

    intimidade criando condies, assim, para a aceitao de sentimentos e emoes, para

    flexibilizao de controle verbal, como tambm, para ampliao de um espao para que

    novos comportamentos sejam construdos e/ou reconstrudos aqueles existentes.

    Desse vnculo surgir, certamente, um clima de confiana, respeito, honestidade

    e compartilhamento propiciando um processo de determinao recproca ou seja,

    terapeuta e cliente so mutuamente tocados pelos efeitos dessa interao (Braga e

    Vanderberghe, 2004).

    Enfim, a realidade dos versos de Mrio Quintana: No existem prncipes nem

    princesas. Amor no se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos.

    Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo

    tambm de seus defeitos. O amor s lindo quando encontramos algum que nos

    transforme no melhor que podemos ser. Destaca ainda que um casal feliz aquele

    feito de dois bons perdoadores. O amor no te fazer dizer a culpa ..., mas te faz dizer

    me perdoe. O amor no te faz compreender o outro, te faz tentar sentir a diferena, te

    faz colocar-se no lugar do outro.

    Assim como o amor, o cime tambm um fenmeno universal e humano,

    constitudo a partir de fatores que ocorrem no passado do indivduo e que repercutem

    em sua vida adulta, podendo ser compreendido de diferentes formas, de acordo com

    cada cultura (Buss, 2005).

  • O comportamento de enciumar-se uma queixa comum na Terapia Analtico

    Comportamental. Tal assunto faz-se relevante considerando que o cime permeia

    importantes questes ligadas atividade do psiclogo, especialmente na terapia

    individual e de casais, na terapia infantil, na compreenso e interveno diante da

    violncia domstica e at na atuao nas organizaes.

    Anlises e consideraes sobre cime respaldadas na Anlise do

    Comportamento j foram feitas por Costa (1998/ 2005), Parriot (1991) e pelo prprio

    Skinner (1948/1976; 1969/1984).

    Na obra Contingncias de Reforo, Skinner (1969/1984) analisa o cime partindo do exemplo de

    Otelo, personagem de Shakespeare. Skinner afirma que o

    comportamento ciumento emitido por Otelo, de matar a

    esposa sufocada, constitudo tanto de respostas

    emocionais pblicas quanto privadas ou encobertas,

    chamando ateno para o fato destas respostas (pblicas e

    privadas) no possurem relao de causalidade entre si.

    Sugere que a emisso de uma resposta emocional operante

    (sufocar) pode ocorrer conjuntamente a outras respostas

    emocionais (por exemplo, raiva da esposa infiel). Uma consequncia provvel da resposta de sufocar a esposa

    que ela pode eliminar a prpria fonte de reforadores pela

    qual o indivduo ciumento estava competindo. Embora ao

    longo do captulo Skinner (1969/1984) tambm use o

    termo sentimento para referir-se s emoes, identifica-se

    que ele as denomina especificamente de respostas. Em

    sntese, para Skinner, o cime um comportamento

    composto de diferentes respostas emocionais. Tal

    compreenso pouco contribui para diferenciar o cime de

    outros fenmenos. (COSTA E BARROS, 2009, p. 137)

    A Anlise do Comportamento, ao falar de sentimentos e/ ou emoes, aponta

    para uma relao organismo-ambiente e todo o conjunto de alteraes incondicionadas

    e/ou condicionadas ( partir do condicionamento operante e respondente) produzidas

    nesse organismo, bem como os aspectos que constituem tal relao (a filogenia, a

    ontogenia e a cultura).

    Nesse sentido, Skinner (1995, 1989) enfatiza:

    Os terapeutas comportamentais atribuem o que feito a dois tipos

    de conseqncias seletivas: comportamento inato seleo

  • natural e comportamento aprendido ao reforamento operante.

    (...) Existe, por exemplo, um lado operante na emoo. O medo

    no s uma resposta das glndulas e dos msculos lisos, mas

    tambm uma probabilidade reduzida de movimento em direo ao

    objeto temido e uma alta probabilidade de afastamento dele. O

    lado operante da raiva uma probabilidade maior de causar dano

    a algum e uma menor probabilidade de ser agradvel. Enquanto

    o estado corporal resultante de condicionamento respondente

    usualmente chamado de sentimento, o estado resultante do

    condicionamento operante, observado pela introspeco,

    geralmente chamado de estado da mente (p. 103-104).

    O comportamento de enciumar-se, no nvel filogentico, pode ter sido

    selecionado em funo de vantagens evolutivas para espcie. No nvel ontogentico

    obedece histria de vida de cada indivduo e aos processos envolvidos na instalao

    e/ou manuteno do comportamento de sentir cime. Em nvel cultural, Costa (2001)

    ressalta os valores vigentes em sociedades capitalistas, como exclusividade e

    competio, que contribuem para a ocorrncia de comportamentos ciumentos, bem

    como outras conseqncias reforadoras, uma vez que, comportar-se apresentando a

    classe de respostas denominada como cime em algumas culturas indicativo da

    representao do comportamento denominado amor.

    Costa (2005) cita autores contemporneos como Menezes e Castro (2001), os

    quais entendem o cime como um sentimento que ocorre em uma situao que sinaliza

    possibilidade de perda de reforo para outro indivduo, podendo envolver a emisso de

    respostas coercitivas que visam evitar esta perda e a produo de consequncias

    reforadoras e/ou punitivas para o comportamento dos indivduos envolvidos.

    Diante dos aspectos expostos acima, pode-se compreender o cime levando em

    considerao algumas perspectivas, quer sejam, o cime pode ser compreendido como

    um comportamento privado e, como um comportamento, deve-se recorrer ao modelo de

    seleo por conseqncias, sendo produto de condicionamento respondente e operante.

    Enquanto evento comportamental privado, pode controlar operantes pblicos

    (interrogar, seguir a (o) parceira (o), dentro outras classes de comportamentos) e esta

    sujeito a regras sociais.

    O cime romntico pode ser organizado a partir de um comportamento onde

    ocorre a interpretao de um estmulo como sendo um aviso que vai perder o objeto

    reforador e, portanto, o parceiro passa a emitir todos os operantes para evitar a perda

  • dos reforadores (geralmente respostas aversivas e agressivas modeladas por

    contingncias na historia de vida da pessoa) e respondentes pareados a processos de

    extino que o organismo j tenha sofrido anteriormente. Desta forma, pode ser

    considerado um problema quando as conseqncias produzidas pelas relaes

    funcionais produzem eventos que sejam ao mesmo tempo aversivos e contingentes.

    Banaco (2005) citado por Costa (2005) faz uma anlise interessante do

    cime romntico partindo dos significados de cime encontrados no dicionrio Novo

    Aurlio (Ferreira, 1999). O cime apresentado como um fenmeno que se relaciona

    ou sinnimo de amor, cuidado, posse, suspeita ou certeza da infidelidade, competio,

    rivalidade, inveja e medo da perda. Tambm destaca a falta de habilidade do indivduo

    ciumento, da habilidade maior do concorrente (rival), da falta de controle sobre a posse

    nas afeies e/ou da infidelidade. Sugere que o cime seria uma emoo social

    (provavelmente em contraposio s emoes bsicas ligadas especificamente

    filognese) como o amor, por envolver contingncias sociais.

    Diante das definies expostas acima pode-se perceber o quanto este

    comportamento pode produzir contingncias tanto aversivas quanto reforadoras.

    Quando chegam a terapia, os clientes que apresentam dificuldades de relacionamento

    afetivo ou interpessoal, esperam que o terapeuta lhes fornea ferramentas para resolver

    as suas dificuldades. comum atriburem estes problemas aos comportamentos das

    outras pessoas, apresentando dificuldades para analisar as relaes funcionais entre os

    comportamentos e as variveis ambientais que os determinam.

    A cliente A, 24 anos, sexo feminino chega a terapia relatando estar casada h,

    aproximadamente, um ano. Chora muito na primeira sesso e diz para a terapeuta que

    este o seu ltimo recurso antes do processo de separao. Quando questionada sobre a

    queixa afirma ser extremamente ciumenta e relata que faz inmeras perguntas ao

    parceiro, liga diversas vezes durante o dia e, quando ele no atende fica insistindo at

    que o faa. Tambm conta que tem o proibido de sair com amigos, que as brigas e choro

    so freqentes e que j houve episdios em que aconteceram agresses verbais e fsicas.

    Relata que o que a motivou a procurar a terapia foi a ltima briga do casal, na qual

    atirou-se do carro em movimento.

    Ao ser questionada sobre a histria do relacionamento conta que sempre se

    comportou desta forma, porm com menor intensidade. O parceiro, diante de seus

    comportamentos, tentava amenizar a situao dizendo que a amava e brincava dizendo

  • que ela ficava linda ciumenta. Ele tambm reforava o comportamento da cliente

    destacando que ela no precisava se preocupar e que jamais a trocaria por ningum.

    Quando mudaram as contingncias e o comportamento da cliente aumentou em

    intensidade e frequencia o parceiro passou a responder de forma diferencial, fingindo

    que no a estava escutando, tentando ignorar todo o jogo agressivo e manhoso (sic).

    Sob condio de procedimento de extino a cliente passa a apresentar variabilidade, a

    fim de que o reforador fosse novamente apresentado (brigas intensas). Tal condio

    acabou sendo fortalecida pela intermitncia apresentada pelo esposo, o qual tambm no

    sabia como responder a situao.

    Uma analise funcional do caso pode ser apresentada em forma de tabela:

    AS CR SC

    PR

    IME

    IRO

    MO

    ME

    NT

    O

    Sensao de medo,

    angustia e ansiedade

    Sensao de no

    receber ateno

    desejada de seu

    objeto de posse

    Necessidade de

    preservao do

    objeto de posse

    Controlar seu objeto

    de posse (manipular,

    possuir e alienar)

    Cuidar para que no

    se perca seu objeto

    de posse

    Sentir-se culpado

    por ter feito algo de

    errado para seu

    objeto de posse

    Ateno do objeto de

    posse

    Aumento da

    necessidade de

    preservar seu objeto

    de posse

  • SE

    GU

    ND

    O M

    OM

    EN

    TO

    Aumento da

    necessidade de

    preservar seu objeto

    de posse

    Quaisquer respostas

    que faam com que

    o objeto de posse

    continue dando

    ateno para o

    sujeito (choro,

    ligao telefnica,

    ameaas)

    Invadir e

    desrespeitar o espao

    do objeto de posse

    Suspeita de

    rivalidade

    A situao se agrava

    quando ntida a

    superior capacidade

    de atrao de outrem

    em relao ao objeto

    de posse

    TE

    RC

    EIR

    O M

    OM

    EN

    TO

    A situao se agrava;

    Sensao de

    inferioridade e

    incapacidade de lidar

    com a situao;

    Brigas, choros,

    agresses fsicas e

    verbais;

    Iminncia da

    separao;

    importante destacar que na, histria de contingncias da cliente, seu pai traiu

    a sua me, o que concomitou em separao conjugal. A me, por sua vez, relatava a

    cliente que o mesmo tinha acontecido porque ela no cuidou direto do marido, no

    discriminando para a mesma o que seria este cuidar (dar ateno, produzir

    conseqncias reforadoras positivas).

    A partir do exposto acima, pode-se apresentar algumas intervenes propostas

    acerca do comportamento da cliente. A anlise funcional foi o ponto de partida para o

    entendimento do problema. Sturmey (1996) afirma que o terapeuta precisa entender o

  • propsito do comportamento para a pessoa, o que necessariamente implica em anlises

    funcionais mais amplas que tentem relacionar funcionalmente todo o repertrio ou pelo

    menos boa parte dele. Assim fez-se necessrio entender a funo do relacionamento e

    dos comportamentos de cimes dentro da histria de aprendizagem; quais foram seus

    modelos e como aprendeu sobre o que um relacionamento e como o casal aprendeu a

    se relacionar, destacando pontos em que apresentam problemas e condies

    reforadoras positivas.

    Outro ponto de destaque foi o estabelecimento de reforo diferencial para

    relatos que descreviam contingncias e sentimentos. Conforme sugerem Banaco (1999)

    e Silvares e Gongorra (2005), o terapeuta deve fortalecer descries mais acuradas,

    modelando descries que contemplem os elementos da trplice contingncia.

    Tambm foi necessrio quebrar regras e autoregras como, as citadas pela

    cliente, em que acreditava que o cime apimenta a relao. Alguns autores (Matos,

    2001; Meyer, 2005; Nico, 1999) destacaram que as autoregras formuladas ao longo da

    histria de exposio s contingncias podem fazer com que a pessoa comporte-se de

    maneira incoerente com as contingncias em vigor.

    Uma forma eficaz de quebrar tais regras colocar a cliente sob controle das

    contingncias, principalmente das conseqncias (ganhos e perdas) correlacionadas ao

    seu comportamento. Foram estabelecidas assim novas regras como apimentar a relao

    atravs do cuidado, carinho e bom relacionamento sexual. importante destacar a

    necessidade do cuidado que o profissional deve apresentar ao expor o cliente as

    contingncias da relao, uma vez que uma contingncia no exerce controle pela sua

    simples presena. necessrio uma histria de reforamento que a estabelea como

    estmulo antecedente e para que, consequentemente, sejam produzidos reforadores.

    O favorecimento de autoconhecimento da cliente ajudou- a a entender seu

    padro comportamental, uma vez que o resgate da sua histria fez com que ela

    compreendesse o quanto respondia as regras e generalizaes estabelecidas ao longo da

    sua vida. Tambm auxiliou na ampliao de repertrio adequado. Segundo Skinner

    (2004/1974) uma pessoa pode saber que est fazendo alguma coisa, que tende a

    fazer alguma coisa, que fez alguma coisa ou o porqu de ter feito alguma coisa.

    Neste sentido, perceber o prprio comportamento pode ser til ao tentar mudar.

    Diante dos aspectos acima expostos pode-se perceber a condio de

    mudana da cliente a qual passou a ficar sob controle de eventos positivamente

    reforadores. Tais eventos, atuando como conseqncias positivas contriburam para o

  • fortalecimento e ampliao do repertrio ntimo do casal, o qual passou a responder a

    contingncias naturais da relao. A diminuio da freqncia de comportamentos

    pertencentes a categoria comportamental enciumar-se , tornou possvel a aquisio de

    novos padres comportamentais, incluindo respostas de cuidado e afeto de um para com

    o outro.

    O amor e o cime: falando sobre sentimentos.

    Pode-se perceber ao logo da explanao que, tanto em uma sesso de terapia

    quanto na vida, o amor e o cime podem ser dois assuntos amplamente discutidos. As

    pessoas comportam-se, influenciam-se mutuamente e ao falarem sobre sentimentos os

    relatos geralmente so genricos e no descrevem com preciso as contingncias

    relacionadas, principalmente porque comum, aprenderem a nomear o sentimento e no

    as relaes que estabeleceram tal comportamento.

    Neste contexto pode-se perceber que ao terapeuta cabe ensinar aos clientes que

    sentir comportar-se. Fundamentado na definio de comportamento proposta por

    Skinner (1938/1991), o qual aponta que comportamento a parte do funcionamento do

    organismo que est engajada em agir sobre ou ter intercmbio com o mundo externo,

    pode-se entender junto do cliente que sentir uma ao que estabelece uma relao, a

    qual engloba o ambiente e no simplesmente causado por ele.

    Os sentimentos amor e cime, portanto, esto correlacionados a tal definio,

    uma vez que podem ser considerados classes de respostas diante de determinados

    estmulos, o que foi denominado por Skinner (1938, 1991) de comportamento operante.

    Outro ponto que mereceu a condio de que tais comportamentos, por serem

    operantes, no acontecem a despeito do contexto em que o indivduo est. Com o

    tempo, passam a ocorrer somente em determinadas situaes (emisso de respostas que

  • produzem reforadores) e podem aumentar sua intensidade e freqncia de acordo com

    o contexto de cada indivduo. Desta forma, o terapeuta....

    Tambm pode-se observar que falar sobre sentimentos na Terapia Analtico

    Comportamental relevante da perspectiva que a maioria dos clientes, quando chegam

    para um tratamento, acreditam que o amor ou o cime esta relacionado a aquilo que

    ocorre dentro da pele de uma pessoa (Skinner, 1953/ 1965) e acabam justificando seus

    comportamentos a essas causas internas, sendo comuns os relatos eu s briguei com

    ele porque fiquei com raiva ou eu tenho cime porque o amo.

    Para a Anlise do Comportamento, a emoo no um estado do organismo ou

    justificativa para as aes. Skinner (1953/ 1965) destaca que uma alterao em um

    conjunto amplo de comportamentos e de operaes ambientais. Este conjunto amplo

    envolve a interao entre comportamentos respondentes e operantes, os quais esto sob

    controle de uma classe de estmulos (antecedentes ou conseqentes) e, tais estmulos

    eliciam, portanto, respostas. No caso das emoes, as respostas respondentes esto sob

    controle dos msculos lisos e glndulas e um episdio emocional refere-se a relao

    entre eventos ambientais e todas as alteraes em um conjunto amplo de diferentes

    classes de respostas (Skinner, 1953/1965).

    Outro ponto que mereceu destaque foi o cuidado que deve ser tomado em

    relao as descries dos clientes, uma vez que um episdio corporal pode ter diferentes

    nomes, de acordo com cada cultura e histria de contingncias de cada indivduo, ou

    seja, o mesmo nome pode ser usado sob controle de diferentes contingncias

    (Thomaz, 2011).

    Fundamenta-se tal aspecto em Darwich e Tourinho (2005), os quais sugerem

    que a definio ou nomeao de um episdio emocional deve ser produto no s da

  • discriminao de condies corporais como tambm da relao de contingncia entre os

    estmulos e as respostas.

    Diante do exposto, pode-se observar o quanto as emoes que aparecem

    descritas na clnica, as quais chama-se episdio emocional implicam em condies

    ambientais que alteram o organismo como um todo de tal forma que h uma interao

    entre o comportamento operante e respondente (Skinner, 1953/1965).

    Assim a condio do cliente assumir a terapia passa a ser estabelecido (em

    contexto clnico e mais tarde generalizado para outros ambientes) como condio de

    assumir responsabilidade pelo que e como se comporta, ou seja, o cliente torna-se

    autor da sua prpria mudana.

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