01 - Registros de algumas aves raras ou com …sul do Brasil, e relatos de três novas espécies...

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1 Ivo Rohling Ghizoni-Jr. * 2 Marcos Antonio Guimarães de Azevedo Resumo Nos últimos anos o conhecimento sobre a avifauna de Santa Catarina vem ganhando no- vas inserções quanto a composição e distribu- ição em virtude de pesquisas de campo. Neste sentido, são aqui apresentados registros rele- vantes de 36 espécies de aves com distribui- ção pouco conhecidas e/ou raras neste estado brasileiro, colhidos tanto na porção litorânea quanto nos seus limites ocidentais: Cairina moschata, Botaurus pinnatus, Ixobrychus in- volucris, Plegadis chihi, Platalea ajaja, Mycteria americana, Sarcoramphus papa, Leptodon cayanensis, Geranospiza caerules- cens, Leucopternis lacernulatus, Harpyhali- aetus coronatus, Percnohierax leucorrhous, Spizaetus melanoleucus, S. ornatus, Herpe- totheres cachinnans, Micrastur semitorqua- tus, Charadrius modestus, Limosa haemasti- ca, Numenius phaeopus, Tringa solitaria, Are- naria interpres, Crotophaga major, Asio flam- meus, Caprimulgus longirostris, Macropsa- lis forcipata, Hylocharis chrysura, Calliph- lox amethystina, Drymophila squamata, Cin- clodes pabsti, Phylloscartes kronei, Knipole- gus nigerrimus, Piprites pileata, Mimus triu- rus, Polioptila dumicola, Molothrus oryzivo- pa, Leptodon cayanensis, Geranospiza caerulescens, Leucopter- rus e Euphonia chalybea. Adicionalmente são também relatados os nis lacernulatus, Harpyhaliaetus coronatus, Percnohierax leu- primeiros registros de Oreopholus ruficollis no município de Bi- corrhous, Spizaetus melanoleucus, S. ornatus, Herpetotheres ca- guaçu, Tachycineta meyeni em Governador Celso Ramos e Mimus chinnans, Micrastur semitorquatus, Charadrius modestus, Limosa gilvus para Garopaba, todos na região litorânea. São discutidos bre- haemastica, Numenius phaeopus, Tringa solitaria, Arenaria inter- vemente aspectos sobre a atual distribuição e o atual status de con- pres, Crotophaga major, Asio flammeus, Caprimulgus longiros- servação de algumas espécies. tris, Macropsalis forcipata, Hylocharis chrysura, Calliphlox Unitermos: aves, distribuição, Oreopholus ruficollis, Tachyci- amethystina, Drymophila squamata, Cinclodes pabsti, Phyllos- neta meyeni, Mimus gilvus, Santa Catarina cartes kronei, Knipolegus nigerrimus, Piprites pileata, Mimus triu- rus, Polioptila dumicola, Molothrus oryzivorus and Euphonia Abstract chalybea. Additionally, the first recorders of Oreopholus ruficollis Records any birds rare or distribution little known of the for the Biguaçu, Tachycineta meyeni for Governador Celso Ramos Santa Catarina state, southern Brazil, with the description of and Mimus triurus for Garopaba, all in the coast of SC are presen- three new species for the State. In recent years, the composition ted. Aspects on the current distribution and the current status of con- and the distribution of the birds come gaining new insertions in San- servation for any species are argued briefly. ta Catarina (SC) state. In these are presented records of 36 species birds with distribution little known and/or rare in Santa Catarina in Key words: birds, distribution, Oreopholus ruficollis, Tachyci- such a way for the coast as for the west of the state are presented: Ca- neta meyeni, Mimus gilvus, Santa Catarina irina moschata, Botaurus pinnatus, Ixobrychus involucris, Plega- Título abreviado: Três novas aves para Santa Catarina dis chihi, Platalea ajaja, Mycteria americana, Sarcoramphus pa- 9 771981 887003 4 5 1 0 0 ISSN 1981-8874 33 Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br Registros de algumas aves raras ou com distribuição pouco conhecida em Santa Catarina, sul do Brasil, e relatos de três novas espécies para o Estado Figura 1: Mapa do Estado de Santa Catarina indicando os pontos de registro das aves (Santa Catarina 2000).

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1Ivo Rohling Ghizoni-Jr. *2Marcos Antonio Guimarães de Azevedo

ResumoNos últimos anos o conhecimento sobre a

avifauna de Santa Catarina vem ganhando no-vas inserções quanto a composição e distribu-ição em virtude de pesquisas de campo. Neste sentido, são aqui apresentados registros rele-vantes de 36 espécies de aves com distribui-ção pouco conhecidas e/ou raras neste estado brasileiro, colhidos tanto na porção litorânea quanto nos seus limites ocidentais: Cairina moschata, Botaurus pinnatus, Ixobrychus in-volucris, Plegadis chihi, Platalea ajaja, Mycteria americana, Sarcoramphus papa, Leptodon cayanensis, Geranospiza caerules-cens, Leucopternis lacernulatus, Harpyhali-aetus coronatus, Percnohierax leucorrhous, Spizaetus melanoleucus, S. ornatus, Herpe-totheres cachinnans, Micrastur semitorqua-tus, Charadrius modestus, Limosa haemasti-ca, Numenius phaeopus, Tringa solitaria, Are-naria interpres, Crotophaga major, Asio flam-meus, Caprimulgus longirostris, Macropsa-lis forcipata, Hylocharis chrysura, Calliph-lox amethystina, Drymophila squamata, Cin-clodes pabsti, Phylloscartes kronei, Knipole-gus nigerrimus, Piprites pileata, Mimus triu-rus, Polioptila dumicola, Molothrus oryzivo-

pa, Leptodon cayanensis, Geranospiza caerulescens, Leucopter-rus e Euphonia chalybea. Adicionalmente são também relatados os nis lacernulatus, Harpyhaliaetus coronatus, Percnohierax leu-primeiros registros de Oreopholus ruficollis no município de Bi-corrhous, Spizaetus melanoleucus, S. ornatus, Herpetotheres ca-guaçu, Tachycineta meyeni em Governador Celso Ramos e Mimus chinnans, Micrastur semitorquatus, Charadrius modestus, Limosa gilvus para Garopaba, todos na região litorânea. São discutidos bre-haemastica, Numenius phaeopus, Tringa solitaria, Arenaria inter-vemente aspectos sobre a atual distribuição e o atual status de con-pres, Crotophaga major, Asio flammeus, Caprimulgus longiros-servação de algumas espécies.tris, Macropsalis forcipata, Hylocharis chrysura, Calliphlox Unitermos: aves, distribuição, Oreopholus ruficollis, Tachyci-amethystina, Drymophila squamata, Cinclodes pabsti, Phyllos-neta meyeni, Mimus gilvus, Santa Catarinacartes kronei, Knipolegus nigerrimus, Piprites pileata, Mimus triu-rus, Polioptila dumicola, Molothrus oryzivorus and Euphonia Abstractchalybea. Additionally, the first recorders of Oreopholus ruficollis Records any birds rare or distribution little known of the for the Biguaçu, Tachycineta meyeni for Governador Celso Ramos Santa Catarina state, southern Brazil, with the description of and Mimus triurus for Garopaba, all in the coast of SC are presen-three new species for the State. In recent years, the composition ted. Aspects on the current distribution and the current status of con-and the distribution of the birds come gaining new insertions in San-servation for any species are argued briefly.ta Catarina (SC) state. In these are presented records of 36 species

birds with distribution little known and/or rare in Santa Catarina in Key words: birds, distribution, Oreopholus ruficollis, Tachyci-such a way for the coast as for the west of the state are presented: Ca-

neta meyeni, Mimus gilvus, Santa Catarinairina moschata, Botaurus pinnatus, Ixobrychus involucris, Plega-Título abreviado: Três novas aves para Santa Catarinadis chihi, Platalea ajaja, Mycteria americana, Sarcoramphus pa-

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ISSN 1981-8874

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Registros de algumas aves raras ou com distribuição pouco conhecida em Santa Catarina, sul do Brasil, e relatos de três novas espécies para o Estado

Figura 1: Mapa do Estado de Santa Catarina indicando os pontos de registro das aves (Santa Catarina 2000).

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A avifauna de Santa Catarina (SC), desde a obra revisiva de Ro- Ordem Ciconiiformessário (1996), vem sofrendo adições constantes quanto à sua com- Família Ardeidaeposição (e.g. Branco 2000, Branco et al. 2004, 2007; Naka et al. Botaurus pinnatus (Wagler, 1829) – socó-boi-baio2000; Carrano et al. 2002; Ghizoni-Jr. 2004; Ross e Piacentini Botaurus pinnatus é amplamente distribuído desde o México, 2003; Azevedo e Ghizoni-Jr. 2005; Ghizoni-Jr. e Silva 2006; Rupp Nicarágua ao Equador e Guianas, Paraguai, nordeste da Argentina et al. 2007, 2008; Ghizoni et al. 2009; entre outros) e distribuição e em praticamente todo o Brasil (del Hoyo 1992). Em SC são co-(Albuquerque e Bruggemann 1996; Marterer 1996; Naka et al. nhecidos dois registros históricos para Camboriú e São José e ou-2000, 2001; Mazar-Barnett et al. 2000; Zimmermann 1993, 1995, tro, mais recente, para Itapema (Rosário 1996).2000; Pacheco e Fonseca 2002; Müller e Fortes 2005; Müller et al. Um indivíduo foi observado em 20/VII/2003 em Laguna 2005; Amorim e Piacentini 2006; Azevedo 2006; Piacentini et al. (28º34'43''S, 48º50'46''W) e em 30/VI/2009 um indivíduo atraves-2004, 2005, 2006; Azevedo e Ghizoni-Jr. 2008; Accordi e Barcel- sou uma estrada secundária em Governador Celso Ramos los 2008; Rupp et al. 2007, 2008; Favretto et al. 2008) entre outros. (27º25'17''S, 48º36'06''W) quando foi fotografado (Figura 3). Du-

Visando ampliar este conhecimento, o presente trabalho tem o rante todo o trajeto, permaneceu com o pescoço levantado com o bi-objetivo de apresentar informações inéditas ou complementares de co para cima, até chegar ao lado de uma cerca quando alçou vôo, 36 espécies de aves com distribuição pouco conhecidas, seja em re- pousando adiante em área aberta com ciperáceas e gramíneas altas giões onde antes ainda não haviam sido citadas ou raras tanto para o onde permaneceu imóvel. Cerca de três horas após foi novamente litoral quanto para o oeste do Estado. Além disso, três novas espé- observado a cerca de 500 metros de distância, quando alçou vôo pou-cies são citadas para SC. sando bem próximo e com o pescoço ainda levantado (vide figura).

Os dados apresentados foram obtidos durante diversos traba- Não é considerada ameaçada globalmente e no Paraná é consi-lhos de levantamento e monitoramento avifaunístico para diagnós- derado 'deficiente de dados' (DD) (Straube et al. 2004).ticos ambientais, realizados entre 2003 e 2009. Além disso, tam-bém foram realizadas incursões esporádicas constituindo observa-ções oportunísticas.

Para algumas das espécies, quando possível, foram realizados re-gistros fotográficos. Para todas as localidades apresentadas são for-necidas coordenadas geográficas. Em alguns casos, indivíduos fo-ram coletados e cada exemplar-testemunho (voucher) citado está acompanhado de acrossemia e número de coleção. A nomenclatura científica e ordem taxonômica seguem o Comitê Brasileiro de Re-gistros Ornitológicos (CBRO 2009) e os nomes vernáculos se-guem Rosário (1996) e Sick (1997).

Ordem AnseriformesFamília AnatidaeCairina moschata (Linnaeus, 1758) – pato-do-matoO pato-do-mato é amplamente distribuído pela América tropical des-

de o sul do México ao leste do Peru e Norte do Uruguai (del Hoyo 1992), incluindo todo o território brasileiro (Sick 1997). Rosário (1996) cita dois registros para SC, um para Laguna e outro para Três Barras, as-sim como Corrêa et al. (2008). Além disso, Favretto e Geuster (2008) citam para Vargem Bonita e Favretto et al. (2009) para Água Doce.

Em 06/III/2008 um casal foi observado em um lago da Florestal Gateados (27º59'47”S, 50º48'46”W), município de Campo Belo do Sul. Outro registro foi realizado em Campos Novos em 26/V/2009, quando um casal sobrevoava de um lago a outro sobre Ixobrychus involucris (Vieillot, 1823) – socoí-amarelolavoura (27º31'24''S, 51º26'47''W), quando pousaram e foram foto- Ixobrychus involucris é um pequeno socó que habita banhados grafados (Figura 2), alçando vôo a seguir para um dos lagos. com vegetação aquática e palustre, com distribuição disjunta, no

Não é considerada ameaçada globalmente (IUCN 2007), sendo con- norte da Colômbia até o Norte da Venezuela, Guianas, Suriname, siderada como 'em perigo' no Rio Grande do Sul (Bencke et al. 2003). Chile, sul da Bolívia, Argentina, centro-sul e nordeste do Brasil

(del Hoyo 1992; Sick 1997).É citada historicamente para duas localidades de SC não haven-

do, contudo, nenhum registro atual (Rosário 1996). Um indivíduo foi observado em 21/I/2003 em Laguna (28º34'48''S, 48º50'50''W) e, em 30/VI/2009, em Biguaçu (27º25'33''S, 48º36'54''W), às mar-gens de um canal com vegetação marginal em restinga aberta. Nes-ta ocasião foi apenas observado em vôo quando se pôde diagnosti-car o aspecto geral das costas amarela com estrias pretas, pousando a cerca de 20 metros em meio á vegetação de banhado (Typha do-minguensis) quando não mais foi observado. Em 13/X/2009 um in-divíduo (Figura 4) foi resgatado em um córrego em Itapema (27º05'00''S, 48º35'00''W) por Javier Toso da Fundação do Meio Ambiente do mesmo município, com uma fratura em uma das patas e foi encaminhado a Santur de Balneário Camboriú onde recebeu tratamento veterinário e solto dias após.

Figura 2: Cairina moschata, Campos Novos, SC. Foto de IRG.

Figura 3: Botaurus pinnatus, Biguaçu, SC. Foto de IRG.

Não ameaçada globalmente (IUCN 2007), é considerado DD no Platalea ajaja Linnaeus, 1758 – colhereiroPR Straube et al. (2004). O colhereiro é amplamente distribuído na América do Sul a leste

dos Andes, América Central, México e no sul dos Estados Unidos (del Hoyo 1992). Em SC é mais freqüente na vertente atlântica com vários registros (Silva e Fallavena 1995; Branco 2000, 2007; Bran-co et al. 2004; Naka et al. 2002), havendo apenas um registro histó-rico no oeste de SC para Joaçaba (Rosário 1996).

Durante trabalho de monitoramento da avifauna em Campos No-vos, um indivíduo de Platalea ajaja foi fotografado em 09/III/2009 em lago natural entremeado com campos nativos e lavouras (27º31'01''S, 51º26'29''W) na companhia de vários Dendrocygna vi-duata (Figura 6).

Família ThreskiornithidaePlegadis chihi (Vieillot, 1817) – caraúna-de-cara-brancaPlegadis chihi apresenta distribuição disjunta, no hemisfério

norte no México, América Central e EUA; no sul, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil (del Hoyo 1992). Neste, ocorre nos Estados do sul, e parte do sudeste e centro oeste (Sick 1997). É citado para cinco localidades para a região litorânea de SC (Rosá-rio 1996; Rosário 2004; Branco 2007) e Azevedo (2006) cita-o pa-ra Bom Jardim da Serra. Em 11 e 12/X/2008 foram observados ban- Família Ciconiidaedos de dezenas de indivíduos em Palmitos (27º08'35''S, Mycteria americana Linnaeus, 1758 – cabeça-seca53º10'24''W) (Figura 5) e (27º08'25''S, 53º16'49''W) respectiva- Mycteria americana é amplamente distribuído desde o sudoeste mente, formando bandos mistos com Phimosus infuscatus (Piacen- dos EUA, América Central e ao leste da América do Sul até o norte tini et al. em prep.) em ambientes abertos com pastagens próximas da Argentina em todo o Brasil (del Hoyo 1992; Sick 1997). Em SC ao rio Uruguai, sendo o primeiro registro para o oeste de SC. Em é citado em três registros históricos para o nordeste do Estado (Ro-17/VIII/2004 vários bandos foram vistos ao entardecer (possivel- sário 1996). Amorim e Piacentini (2006) citam-no para Tubarão no mente para formar dormitório, uma estimativa com cerca de 8.000 sul de SC e Favretto e Geuster (2008a) registraram-no pela primei-indivíduos) nos fundos da Barragem do Rio São Bento em Sideró- ra vez para o oeste, em Luzerna.polis, sul de SC. Em 28/V/2009 três indivíduos foram observados em lagoa natu-

Não é ameaçada globalmente (IUCN 2007) sendo 'quase amea- ral circundada de lavoura em Campos Novos (27º30'04''S, çada' (NT) no PR (Straube et al. 2004). 51º20'52''W) junto com Pseudoleistes guirahuro (Figura 7).

Ordem CathartiformesFamília CathartidaeSarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) – urubu-reiSarcoramphus papa é amplamente distribuído desde o México à

Bolívia, norte da Argentina, Uruguai e por todo o Brasil (Sick

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Figura 4: Ixobrychus involucris, Itapema, SC. Foto de Javier Toso.

Figura 5: Plegadis chihi à direita com Jacana jacana à esquerda, Palmitos, SC. Foto de IRG.

Figura 6: Platalea ajaja á esquerda com Dendrocygna viduata á direita, Campos Novos, SC. Foto de IRG.

Figura 7: Mycteria americana á direita com Pseudoleistes guirahuro á esquerda, Campos Novos, SC. Foto de IRG.

1997). Rosário (1996) cita oito registros, Bisheimer et al. (2004), Piacentini et al. (2006) e Tortato e Rupp (2007) citam-no para Uru-bici, Florianópolis e Doutor Pedrinho respectivamente.

Foram registrados indivíduos no Alto da Boa Vista em Rancho Queimado (27º42'15''S, 49º09'09''W) em 05/XII/2008; Campos Novos (27º34'25''S, 51º27'48''W) (Figura 8) em 18/IV/2007 nas margens do rio Uruguai; na Florestal Gateados em Campo Belo do Sul (28º00'00''S, 50º46'46''W) em 08/IV/2007 e 06/III/2008; em Praia Grande (29º11'11''S, 49º59'00''W) no sul de SC em 20/XII/2004 e em Alfredo Wagner (27º46'34''S, 49º24'38''W) em 09/IX/2009 quando foi observado à beira da rodovia BR-282 se ali-mentando de restos de um Dasypus novemcinctus (tatu-galinha) que havia sido atropelado. Ao lado, três Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta) esperavam a sua vez.

É ameaçada no RS como 'criticamente em perigo' (Bencke et al. 2003).

Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) – gavião-pernilongo

O gavião-pernilongo ocorre do México à Argentina e em todo o Brasil (Sick 1997). Em SC há apenas três registros, um para o Par-que Estadual do Tabuleiro (PEST), Lontras, Itapoá e Três Barras (Albuquerque e Brüggemann 1996; Rosário 1996; Patrial et al. 2004; Corrêa et al. 2008).

Em 07/V/2008 um indivíduo foi observado sobrevoando uma borda de floresta à beira da BR-101 em Joinville (26°22'10''S, 48°51'30''W) quando pousou e foi fotografado (Figura 10). Logo após alçou vôo para dentro da floresta. Na sequência, um casal de L. lacernulatus foi observado no mesmo local (ver espécie a se-guir). Em 19/VIII/2009 novo registro foi feito em Siderópolis (28º36'40''S, 49º34'54''W).

Ordem FalconiformesFamília AccipitridaeLeptodon cayanensis (Latham, 1790) – gavião-de-cabeça-

cinzaO L. cayanensis é amplamente distribuído em áreas florestadas

pela América do Sul e é considerado pouco comum fora da Amazô-nia (Sick 1997). Em SC há poucos e esparsos registros em Santo Amaro da Imperatriz (Albuquerque e Bruggemann 1996), em Grão-Pará e Urubici, São Domingos e Cerro Negro (Joenck e Aze-vedo 2006; Azevedo e Ghizoni-Jr. 2006).

Em 23/X/2009 um indivíduo foi observado em Governador Cel-so Ramos (27º20'38''S, 48º36'34''W) e em 29/V/2009 um casal foi observado sobrevoando campo aberto de um capão a outro de flo-resta em Campos Novos (27º32'33''S, 51º27'14''W). Em 14/VIII/2009 um indivíduo foi observado sobrevoando sobre o rio Irani em Arvoredo (27º02'40''S, 52º28'25''W), oeste de SC quando Leucopternis lacernulatus (Temminck, 1827) – gavião-foi fotografado (Figura 9). Outro registro foi realizado no dia pombo-pequeno26/IX/2009 as margens do mesmo rio no município de Xanxerê Leucopternis lacernulatus é endêmico da vertente atlântica des-(26º59'27''S, 52º23'30''W) quando um casal foi visto na construção de a Paraíba a SC (Sick 1997). Rosário (1996) cita cinco registros, de um ninho. Outro casal foi observado sobrevoando em compor- todos para o nordeste de SC, Albuquerque e Brüggemann (1996) ci-tamento reprodutivo em 30/VIII/2009 em Águas Mornas tam-no para o PEST e Branco (2000) para Itajaí.(27º44'42''S, 48º57'14'') (Jorge L. B. Albuquerque, com. pess.). Em 07/V/2008 um casal foi observado sobrevoando floresta à

É considerada 'criticamente em perigo' no RS (Bencke et al. beira da rodovia BR-101 em Joinville (26°22'01''S, 48°51'40''W), 2003). logo após a observação de G. caerulescens e, no dia 01/X/2009, na

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Figura 8: Sarcoramphus papa, Campos Novos, SC. Foto de IRG.

Figura 9: Leptodon cayanensis, Arvoredo, SC. Foto de IRG.

Figura 10: Geranospiza caerulescens, Joinville, SC. Foto de IRG.

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estrada do Piraí (26º17'35''S, 48º56'26''W) quando foi fotografado Percnohierax leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824) – ga-(Figura 11). Recentemente foi registrado na Ilha de Santa Catarina vião-de-sobre-branco(Ghizoni-Jr. et al. em prep.). Três registros foram feitos em 26 e Percnohierax leucorrhous é um gavião florestal, distribuído des-27/VIII/2009 (27º03'40''S, 48º36'45''W) e 18/IX/2009 de o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai e (27º06'19''S, 48º38'16''W) em Itapema sobrevoando sobre floresta nas áreas montanhosas ao longo dos Andes (Sick 1997). Em SC há atlântica. alguns registros ao longo da encosta atlântica e um para o oeste (Ro-

É considerada 'vulnerável' mundialmente (IUCN 2009), no Bra- sário 1996).sil (Brasil 2003), sendo considerada 'em perigo' (EN) no PR (Strau- Um registro foi feito em Campo Belo do Sul (28°00'18''S, be et al. 2004). 50°46'56''W) em 08/III/2008; em Faxinal dos Guedes (26º47'04''S,

52º17'05''W) quando foi observado pousado com um roedor nas garras; no Parque Estadual das Araucárias (PEA) em São Domin-gos (26º27'59''S, 52º34'19''W) foi observado atacando um bando misto de aves quando não obteve êxito e tão logo presenciou nossa presença, voou e pousou em uma araucária. Exaltado, balançava sua cauda de um lado a outro quando foi fotografado (Figura 13); e no PEST foi observado sobrevoando floresta em São Bonifácio (27º53'44''S, 48º52'12''W) em 20/VI/2006.

É considerada 'criticamente ameaçada' no Rio Grande do Sul (Bencke et al. 2003) e 'deficiente de dados' (DD) no Paraná (Strau-be et al. 2004).

Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot, 1817) – águia-cinzentaA águia-cinzenta é amplamente distribuída pelas áreas abertas

de campos e cerrados do centro sul da América do Sul (IUCN 2009) e no centro-oeste, nordeste e sul do Brasil (Sick 1997). Em SC é co-nhecido da região dos campos de altitude da serra geral (Albuquer-que et al. 2006; Rosário 1996).

Em 21/V/2009 um indivíduo foi observado na parte baixa da ser-ra geral em Anitápolis (27º55'07''S, 49º16'02''W) quando foi foto-grafado (Figura 12). Este vem a ser o registro mais oriental de SC.

Harpyhaliaetus coronatus é considerado em perigo mundial-mente (IUCN 2007) 'vulnerável' segundo Brasil (2003) assim co-mo no PR (Straube et al. 2004) e RS (Bencke et al. 2003).

Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) – gavião-patoSpizaetus melanoleucus é amplamente distribuído desde o Méxi-

co à Argentina e em todo o Brasil (Sick 1997). É um gavião que até recentemente só tinha registros históricos, todos para o nordeste de SC (Rosário 1996) e recentemente Legal et al. (2009) fizeram re-gistros para Guabiruba e Brusque.

Uma série de registros foram feitos no PEA em São Domingos (26°27'51''S, 52°34'00''W) (Figura 14) a partir de 26/II/2007, sen-do inclusive observados indivíduos com plumagem juvenil, o que pode indicar reprodução na área; na Florestal Gateados em Campo Belo do Sul (28°01'18''S, 50°50'20''W) em 07/III/2008, Nova Tren-to (27°18'34''S, 49°04'08''W) em 23/III/2007, ao lado do aeroporto de Joinville (26°16'06''S, 48°56'46''W) em 28/VII/2006 e na estra-da do Piraí (26°13'11''S, 48°47'52''W) em 26/08/2006, estes últi-mos, distantes cerca de 15 km em linha reta. Outro registro foi feito no Parque Nacional das Araucárias (PNA) no município de Ponte Serrada (26º47'55''S, 51º58'19''W) em 19/X/2008 por Adrian Rupp (com. pess.).

Não é ameaçada globalmente (IUCN 2007) sendo considerada 'em perigo' (EN) para o PR (Straube et al. 2004) e 'criticamente em perigo' (CR) para o RS (Bencke et al. 2003).

Figura 11: Leucopternis lacernulatus, Joinville, SC. Foto de IRG.

Figura 12: Harpyhaliaetus coronatus, Anitápolis, SC. Foto de IRG.

Figura 13: Percnohierax leucorrhous, São Domingos, SC. Foto de IRG.

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margens do rio Irani, afluente do rio Uruguai. Este vem a ser o pri-meiro registro para o interior de SC. Por estar a cerca de seis quilô-metros de distância em linha reta, possivelmente deva se tratar do mesmo indivíduo ou casal. Belton (1994) cita a espécie para Garru-chos no noroeste gaúcho as margens do rio Uruguai.

É considerada 'vulnerável' no RS (Bencke et al. 2003).

Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) – gavião-de-penachoSpizaetus ornatus é amplamente distribuído pela América do

Sul e Brasil (Sick 1997). Em SC é conhecido de cinco registros da vertente atlântica, sendo dois atuais (Rosário 1996). Kajiwara (2000) registrou um casal para Abelardo Luz no oeste de SC e Men-donça-Lima et al. (2006) fizeram vários registros em Capão Alto e Campo Belo do Sul.

Outro registro foi feito em 08/III/2008 na Florestal Gateados (28°01'20''S, 50°47'10''W) em Campo Belo do Sul. Um indivíduo juvenil foi encontrado morto com uma bala de arma de fogo no pei-to (Figura 15) no PEA em São Domingos (26°27'44''S, 52°34'36''W) pelo guarda-parque Juarez Caméra no dia 20/VI/2008, que o preservou em refrigerador, sendo posteriormen-te encaminhado para a coleção da FURB em Blumenau (FURB 13438). Várias campanhas e horas de campo (ca. 200 h) foram rea-lizadas no PEA, no entanto apenas S. melanoleucus havia sido re-gistrado até então (ver espécie precedente). É possível que esse ju-venil tenha sido proveniente de dispersão de áreas próximas, como Micrastur semitorquatus Vieillot, 1817 – gavião-relógioa Estação Ecológica da Mata Preta em Abelardo Luz, situado a cer- Micrastur semitorquatus é um gavião que habita a orla de mata ca de 20 km de distância onde há registros recentes da espécie (Ka- desde o México à Argentina é amplamente distribuído e incomum jiwara 2000). em todo o Brasil (Sick 1997). Em SC são apresentados alguns re-

É considerada 'extinta' no RS (Bencke et al. 2003) mas Mendon- gistros, todos na vertente atlântica (Rosário 1996).ça-Lima et al. (2006) cita novos registros e nidificação no extremo Dois registros foram feitos no PEA em 22/VI/2005 e 12/V/2006 norte do estado. No PR é considerada 'em perigo' (Straube et al. em São Domingos (26°27'33''S, 52°34'22''W); em 30/V/2008 em 2004). Campos Novos (27º32'11''S, 51º27'06''W); 19/XI/2008 em Anitá-

polis (27º51'34''S, 49º04'26''W); 20/XII/2000 em Itapoá (26º05'29''S, 48º38'32''W), e em 20/VII/2007 um registro de Elsi-mar S. Silva, na florestal Gateados (28º01'41''S, 50º47'09''W) em Campo Belo do Sul.

Ordem CharadriiformesFamília CharadriidaeCharadrius modestus Lichtenstein, 1823 – batuíra-de-peito-

avermelhadoCharadrius modestus é visitante meridional de inverno (Sick

1997; Hayman et al. 1986). Ocorrem em ambientes litorâneos tan-to do Oceano Pacífico no Chile, e no Atlântico na Argentina, Uru-guai e Brasil (Hayman et al. 1986). Neste, alcança o PR, havendo um registro atual para o sul de SC (Rosário 1996).

Três indivíduos foram observados em 05/VI/2007 na barra do Família Falconidae Camacho em Laguna (28º36'26”S, 48º51'38”W), onde forragea-Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) - acauã vam junto a Arenaria interpres (ver descrição abaixo), Charadrius Herpetotheres cachinnans ocorre desde o México até a Argenti- semipalmatus e Himantopus melanurus. Em 29/VI/2009 mais qua-

na e em todo o Brasil (Sick 1997). Para SC, há cinco registros, to- tro indivíduos foram registrados (Figura 17) na foz do rio Tijucas dos para o litoral (Rosário 1996; Patrial et al. 2004; Piacentini et al. (27º14'57”S, 48º36'53”W) em município com mesmo nome. Esta-2006). vam forrageando em região interpraial onde dividiam espaço com

Em duas ocasiões H. cachinnans foi observado no oeste de SC Chroicocephalus maculipennis, Anas bahamensis, Himantopus em Arvoredo em 07/IV/2009 (27º00'00”S, 52º23'41”W) e em Xa- melanurus, Rynchops niger, Haematopus palliatus, Sternula su-vantina em 02/VI/2009 (27º02'15”S, 52º25'46”W) (Figura 16), às perciliaris e Vanellus chilensis. Em 09/VII/2009 um grupo de 10 in-

Figura 14: Spizaetus melanoleucus, São Domingos, SC. Foto de IRG.

Figura 15: Indivíduo juvenil de Spizaetus ornatus encontrado morto no Parque Estadual das Araucárias (PEA), São Domingos, SC. Foto de IRG.

Figura 16: Herpetotheres cachinnans, Xavantina, SC. Foto de IRG.

39Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br

divíduos forrageando foi observado em área com lagoas abandona- Família Scolopacidaedas de carcinicultura com vegetação rasteira em Biguaçu Limosa haemastica (Linnaeus, 1758) – maçarico-de-bico-(27º25'22”S, 48º36'41”W). virado

Limosa haemastica inverna no Pólo Norte (Hayman et al. 1986) e é visitante da primavera e verão no Brasil sendo pouco frequente no litoral do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul (Sick 1997). Em SC é citado apenas para Biguaçu (Rosário 1996). Um segundo re-gistro foi feito no mesmo município (27º25'25''S, 48º36'34''W) em 20/X/2009 quando foi fotografado (Figura 19).

Oreopholus ruficollis (Wagler, 1829) – batuíra-de-papo-ferrugíneo

Oreopholus ruficollis ocorre no sul da América do Sul, no Chile, Argentina e durante as migrações invernais chega até o Equador na costa do Pacífico e Rio Grande do Sul no Atlântico (Belton 1994; Sick 1997; Hayman et al. 1986).

Durante levantamento da avifauna em Biguaçu (27º25'35”S, 48º36'54”W) em 30/VI/2009 um indivíduo foi observado em so-

Numenius phaeopus (Linnaeus, 1758) - maçaricãobrevôo baixo, pousando a cerca de 20 metros, quando foi fotogra-Numenius phaeopus é cosmopolita (com exceção da Antártida) fado (Figura 18). Permaneceu forrageando em companhia de um

em áreas litorâneas, nidifica nas regiões polares do Ártico (Hay-Vanellus chilensis, em área de banhado aberto com fundo lodoso man et al. 1986). No Brasil é visitante do norte, ocorrendo em toda por 40 minutos, quando saiu do alcance visual. É o primeiro regis-a região litorânea do Brasil (Sick 1997; Belton 1994), rareando pa-tro para SC, sendo este o ponto mais setentrional para a costa litorâ-ra o Sul (Hayman et al. 1986). Em SC é citado para Porto Belo (Ro-nea Atlântica. Fora da época reprodutiva, pode ocorrer em bandos sário 1996) e Tijucas (Branco et al. 2004).de até 100 ou mesmo poucos indivíduos isolados (Hayman et al.

Em 18/VI/2009 três exemplares foram registrados na enseada 1986; Belton 1994), no entanto, uma busca no entorno foi feita no de Tijucas (27º16'33”S, 48º36'50”W) em município de mesmo no-mesmo dia e nos seguintes, mas nenhum outro espécime foi obser-me (Figura 20). Forrageavam no lodo na região intermarés. Logo vado.que nos aproximamos, começaram a andar, mantendo uma distân-cia segura sem vocalizar, comportamento descrito em Hayman et al. (1986).

Figura 17: Charadrius modestus, Tijucas, SC. Foto de IRG.

Figura 18: Oreopholus ruficollis, Biguaçu, SC. Foto de IRG.

Figura 19: Limosa haemastica, Biguaçu, SC. Foto de IRG.

Figura 20: Numenius phaeopus, Tijucas, SC. Foto de IRG.

Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br40

Tringa solitaria Wilson, 1813 – maçarico-solitário 2008) e Favretto e Geuster (2008) citam-no para o rio do Peixe em Tringa solitaria é o menor representante do gênero, ocorre em to- Joaçaba.

do o Brasil e é visitante do verão vindo do norte (Sick 1997; Hay- Durante monitoramento pós-enchimento da Pequena Central Hi-man et al. 1986). Em SC quatro registros são citados, todos para a drelétrica (PCH) Plano Alto em Faxinal dos Guedes (26º57'54”S, vertente atlântica (Rosário 1996; Branco 2007). 52º20'09”W) e PCH Alto Irani em Xanxerê (27º00'00''S,

Um espécime foi observado em São Carlos, no dia 04/X/2007 52º24'52''W), ambas no rio Irani, vários registros foram feitos entre em açude abandonado próximo ao rio Uruguai (27º04'35''S, 2007 a 2009. Um ninho com cinco ninhegos foi observado em 53º02'54''W) (Figura 21). Este vem a ser o primeiro registro docu- 12/I/2009 sob uma árvore seca ás margens do mesmo rio em Xan-mentado para o interior de SC. No RS é escasso, no entanto, há vári- xerê (26º59'25”S, 52º23'38”W) (Figura 23). Em 27/X/2009 um os registros para o interior na depressão central do Estado (Belton bando foi observado no rio Chapecó em Coronel Freitas 1994). (26º52'28''S, 52º47'13''W).

É considerada 'vulnerável' no RS (Bencke et al. 2003) por ocor-rer apenas em vegetação em bom estado de conservação nas mar-gens de rios e os registros apresentados aqui suportam isso. No en-tanto, tanto o RS e SC estão próximos do limite sul de distribuição da espécie.

Arenaria interpres (Linnaeus, 1758) – vira-pedraArenaria interpres ocorre nas Américas, desde o pólo Ártico até

o norte da Argentina e Chile, rareando para o sul (Hayman et al. 1986). É visitante do norte, ocorrendo em todo o Brasil, inclusive no interior (Sick 1997), sendo mais comum para o litoral gaúcho (Belton 1994). Em SC há um registro para Laguna (Rosário 1996) e outro para Itajaí (Branco 2007). Ordem Strigiformes

Em 05/VI/2007 três espécimes foram observados na barra do Ca- Família Strigidaemacho em Laguna (28º36'26”S, 48º51'38”W) (Figura 22), forrage- Asio flammeus (Pontoppidan, 1763) – mocho-do-banhadoando com Himantopus melanurus e Charadrius modestus (ver co- Asio flammeus apresenta ampla e complexa distribuição no glo-mentários prévios). bo e no Brasil ocorre em Minas Gerais a São Paulo e RS (Sick

1997).Rosário (1996) cita-o apenas como de informação bibliográfica

sem localidade específica. Müller et al. (2005) citam-no para Cha-

Ordem CuculiformesFamília CuculidaeCrotophaga major Gmelin, 1788 – anu-corocaO anu-coroca ocorre desde o Panamá ao nordeste da Argentina

(Narosky e Yzurieta 1993; Sick 1997), e em todo o Brasil (Sick 1997). É raro em SC com registros para o extremo-oeste do Estado e outro histórico para Blumenau (Rosário 1996), Além destes, é ci-tada sua ocorrência para o rio Chapecó nos municípios de São Do-mingos e Ipuaçu (Piacentini et al. 2006; Azevedo e Ghizoni-Jr.

Figura 21: Tringa solitaria, Águas de Chapecó, SC. Foto de IRG.

Figura 22: Arenaria interpres, Laguna, SC. Foto de IRG.

Figura 23: Crotophaga major, Xavantina, SC. Foto de IRG.

Figura 24: Asio flammeus, Alfredo Wagner, SC. Foto de IRG.

41Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br

pecó e Favretto et al. (2009) para Água Doce no oeste e meio-oeste Em 19/IX/2007 um indivíduo foi observado pousado as mar-de SC respectivamente. gens de estrada de terra em Arvoredo (27º00'03”S, 52º26'35”W) on-

Em 18/II/2008 foi observado no final de tarde sobrevoando uma de foi fotografado (Figura 26). Em 24/XI/2007 foi observado tam-plantação de soja, em Campos Novos (28º05'05”S, 50º35'26”W); bém em Abdon Batista (27º32'20”S, 50º59'14”W) no meio oeste de em 28/II/2008 foi observado pousado na beira da estrada sobre SC.mourões, em Curitibanos (28º05'05”S, 50º35'26”W) e em 30/IV/2008 foi observado forrageando sobre campo aberto nativo no final de tarde no Alto da Boa Vista em Alfredo Wagner (27º41'47”S, 49º09'32”W), pousando no solo na sequência, quan-do foi fotografado (Figura 24).

Ordem CaprimulgiformesFamília CaprimulgidaeCaprimulgus longirostris Bonaparte, 1825 – bacurau-da-

telhaCaprimulgus longirostris é um bacurau que ocorre na Colôm-

bia, Peru, Venezuela, Chile, Uruguai e no Brasil no sul, sudeste e parte do nordeste (Sick 1997).

Em SC há dois registros para o oriente do Estado (Rosário 1996) Ordem Apodiformese Rupp et al. (2007) fizeram mais dois registros para Blumenau e Família TrochilidaeDoutor Pedrinho. Hylocharis chrysura (Shaw, 1812) – beija-flor-dourado

Em Balneário Camboriú (26º59'S, 48º37'W), um indivíduo vo- Hylocharis chrysura é um beija-flor amplamente distribuído no calizava intensamente durante toda a noite e madrugada, mas tam- centro sul da América do Sul e no sudeste e sul do Brasil (Sick bém eventualmente durante o dia (inclusive com o sol a pino), ocu- 1997). Em SC, apenas um registro de Itajaí era conhecido (Rosário pando sempre o mesmo telhado de um prédio de seis andares situa- 1996) e recentemente foi citado por Accordi e Barcellos (2008) e do no centro da cidade. Registros diários foram obtidos entre os me- Favretto e Geuster (2008) para Zortéa e Joaçaba respectivamente.ses de março de 1996 e janeiro de 1997, quando o local não mais foi Em 05/V/2009 um indivíduo foi fotografado (Figura 27) na por-visitado. Embora a espécie tenha sido procurada até janeiro de ção florestal do balneário de São Carlos (27º04'51”S, 1999 por buscas não-sistemáticas naquele município, ela não foi lo- 53º03'05”W).calizada em nenhum outro local da cidade.

Em 12/I/2009 um espécime foi registrado em Xavantina (26º57'36”S, 52º20'32”W) onde foi fotografado (Figura 25). Na manhã de 13/I/2009 um indivíduo, provavelmente juvenil, foi en-contrado morto, possivelmente por atropelamento.

Macropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) – bacurau-tesoura-grande Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) – estrelinha

Macropsalis forcipata ocorre do Espírito Santo, São Paulo, Para- Calliphlox amethystina é um beija-flor amplamente distribuído ná até o Rio Grande do Sul e nordeste da Argentina (Sick 1997; Na- pelo Brasil (Sick 1997). Em SC, Rosário (1996) cita três registros, rosky e Yzurieta 1993). Rosário (1996) cita apenas um registro his- todos no Vale do Itajaí e Albuquerque e Brüggemann (1996) citam-tórico para o norte de SC. Na seqüência, Rupp et al. (2007) regis- no para o PEST.traram-no na Reserva Biológica do Sassafrás em Doutor Pedrinho Um casal foi observado durante 18 a 21/XI/2008 em Anitápolis no Vale do Itajaí, Legal e Cadorin (2008) citam-no para Vidal Ra- (27º51'36”S, 49º04'28”W), normalmente pousados em vegetação mos, Accordi e Barcellos (2008) e Favretto e Geuster (2008) fazem sobre banhado (Typha dominguensis) (Figura 28). Outro registro citações para Piratuba e Joaçaba, respectivamente, ambos no meio fotográfico foi feito por Fernando Brüggemann (com. pess.) no pá-oeste de SC. tio de sua casa em Rancho Queimado (27º40'27”S, 49º00'48”W).

Figura 25: Caprimulgus longirostris, Xavantina, SC. Foto de IRG.

Figura 26: Macropsalis forcipata, Arvoredo, SC. Foto de IRG.

Figura 27: Hylocharis chrysura, São Carlos, SC. Foto de IRG.

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Família FurnariidaeCinclodes pabsti Sick, 1969 - pedreiroCinclodes pabsti era considerada uma espécie endêmica dos

campos de altitude do RS e SC (Sick 1997). No entanto, Freitas et al. (2008) recentemente registraram-no em Minas Gerais. Em SC há cinco locais entre São Joaquim e Bom Jardim da Serra (Rosário 1996; Azevedo 2006) e Pacheco e Fonseca (2002) citam-no para São Joaquim.

Outro registro foi feito em São Joaquim (28º13'52''S, 50º08'21''W) em 18/X/2004 e Painel (28º07'12''S, 50º06'44''W) em 01/V/2007. Outros dois exemplares foram observados no Alto da Boa Vista em Alfredo Wagner (27º40'23”S, 49º09'26”W) em 20/VIII/2008 (Figura 30). Este vem a ser um registro fora do pla-nalto catarinense, já que os fragmentos de campo ou áreas abertas são disjuntos.

É considerada 'quase ameaçada' segundo IUCN (2009) e sua po-pulação está em declínio.

Ordem PasseriformesFamília ThamnophilidaeDrymophila squamata (Lichtenstein, 1823) – pintadinhoDrymophila squamata é endêmica e típica das florestas baixas

do sul e sudeste do Brasil (Sick 1997). Em SC é citada com base em literatura de cunho genérico por Rosário (1996) e Naka et al. (2000) citam-no pela primeira vez para a RPPN Volta Velha em Ita-poá, nordeste de SC, sendo ainda citado como integrante ocasional de bando misto em trabalho na mesma reserva (Ghizoni-Jr. e Aze-vedo 2006).

Em 14/VI/2009 e 07/VII/2009 foram observados casais em Ita-poá (26º10'36''S, 48º37'30''W) (Figura 29) em floresta quaternária a cerca de 10 km da RPPN Volta Velha. Como citado por Naka et al. (2000), é comum, sendo frequente localmente, mesmo a região sen-do limite sul de distribuição da espécie.

Família TyrannidaePhylloscartes kronei Willis & Oniki, 1992 – maria-da-

restingaEste pequeno tiranídeo descrito recentemente é endêmico do

Brasil e ocorre na vertente atlântica do sul e sudeste do Brasil (Sick 1997). Em SC é citado pela primeira vez por Naka et al. (2000) para as restingas baixas de Itapoá e Joinville, nordeste do Estado. Pa-checo e Laps (2001) citam-no para a Serra do Tabuleiro e Joinville assim como Mazar-Barnett et al. (2004) que faz outra citação para Planície Alta a cerca de 400 metros de altitude neste mesmo muni-cípio. Cadorin e Legal (2008) citam-no para Nova Trento e Legal et al. (2008) para o Parque Nacional da Serra do Itajaí. Naka et al. (2000) citam a possibilidade dos registros litorâneos de Rosário (1996) tratarem-se de P. kronei e não de P.ventralis. Piacentini e Campbell-Thompson (2006) registraram um Phylloscartes na Pra-ia do Rosa em Garopaba, sendo provavelmente P. kronei (“diferia levemente do desenho de P. ventralis... o registro foi obtido próxi-mo a uma área de restinga”).

Vários registros no litoral catarinense são apresentados nos mu-nicípios de Porto Belo (27º08'23”S, 48º31'59”W) em 18/VI/2009; Governador Celso Ramos (27º18'21”S, 48º32'36”W) em 10/V/2005 onde foi fotografado (Figura 31), e (27º20'55”S, 48º32'33”W) em 26/VI/2008; Palhoça (27º50'32''S, 48º37'23''W) em 17/XII/2003; Itapema (27º05'07”S, 48º35'54”W) em 12/V/2009 e (27º06'23”S, 48º40'15”W) em 04/XII/2006; Itapoá

Figura 28: Calliphlox amethystina, Anitápolis, SC. Foto de IRG.

Figura 29: Drymophila squamata, Itapoá, SC. Foto de IRG.

Figura 30: Cinclodes pabsti, Alfredo Wagner, SC. Foto de IRG.

43Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br

(26º10'40”S, 48º37'10”W) em 13/VI/2009, 06/VII/2009 e Família Hirundinidae07/VII/2009. Em 09/V/1998, um indivíduo em restinga arbustiva a Tachycineta meyeni (Cabanis, 1850) – andorinha-chilenacerca de 100 metros da linha de maré, na praia do Gravatá em Nave- Tachycineta meyeni é migrante de inverno no sul do Brasil e sua gantes. ocorrência é conhecida para a região litorânea dos estados do Rio

É considerada 'vulnerável' mundialmente (IUCN 2009) no Bra- Grande do Sul (Belton 1994) assim como para o Paraná (Scherer-sil (Brasil 2003), RS (Bencke et al. 2003) e PR (Straube et al. Neto e Straube 1995) não havendo registros publicados para SC.2004). No entanto, P. kronei é relativamente freqüente e abundante Alguns indivíduos foram observados em 18/VII/2008 em Go-localmente, sendo registrada no mesmo local em dias subseqüentes vernador Celso Ramos (27º19'17''S, 48º35'56''W) quando cerca de ou mesmo tempos depois, sendo mais facilmente ouvidos que ob- 15 indivíduos estavam pousados em fios de energia quando foram servados, o que parece indicar a alta especificidade com o ambiente fotografados (Figura 33). Sua identificação só foi possível devido a e territorialidade. análise de fotos desses indivíduos. A ausência de sinal branco na

fronte e o azul marinho predominante sem tons esverdeados em su-as costas são características diagnósticas (Belton 1994). Tais carac-terísticas só são observadas quando os espécimes estão pousados. Em vôo pode ser confundida facilmente com sua congênere T. leu-corrhoa. Vários indivíduos foram observados entre 13 e 18/XII/2008 na Praia da Pinheira em Biguaçu (27º52'43''S, 48º36'04''W) por Fernando Straube (com. pess.) e outro registro fo-tográfico foi realizado em 15/XII/2004 por Thomaz Silva em Tuba-rão e disponível em (http://www.wikiaves.com.br/foto.php? f=50345&p=1&t=s&s=1477). Este vem a ser o primeiro registro de T. meyeni para SC que, no entanto, não havia sido devidamente substanciado.

Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) – maria-preta-de-garganta-vermelha

Knipolegus nigerrimus é uma ave característica de paisagens abertas e rochosas, que se distribui no Brasil em populações disjun-tas do sudoeste de Alagoas ao centro da Bahia e do Espírito Santo e sul de Minas Gerais ao nordeste do RS (Ridgely e Tudor 1994).

Em SC, Rosário (1996) faz uma citação para Joinville e Amorim e Piacentini (2006) registraram-no em Lages, Bocaina do Sul, Uru-bici e Bom Jardim da Serra. Uma fêmea foi fotografada (Figura 32) no Alto da Boa Vista em Alfredo Wagner (27º40'30”S, 49º09'23”W) em 18/VI/2004.

Família PipridaePiprites pileata (Temminck, 1822) – caneleiro-de-chapéu-

pretoPiprites pileata ocorre em regiões serranas ao longo da floresta

atlântica desde o Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul e nordeste da Argentina em Misiones (Narosky e Yzurieta 1993; Sick 1997).

Em SC há um registro histórico para o norte de SC e São Joa-quim (Rosário 1996), Albuquerque e Brüggemann (1996) citam-no para o PEST e Santos et al. (2008) registraram-no recentemente para Timbó Grande e Rio Negrinho.

Em 08/IX/2008 um indivíduo foi observado participando em bando misto em Anitápolis (27º49'16''S, 49º05'58''W) e nova-mente foi registrada em 20/V/2009 no mesmo município

Figura 31: Phylloscartes kronei, Governador Celso Ramos, SC. Foto de IRG.

Figura 32: Knipolegus nigerrimus, Alfredo Wagner, SC. Foto de IRG.

Figura 33: Tachycineta meyeni, Governador Celso Ramos, SC. Foto de IRG.

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(27º51'33''S, 49º04'28''W) distante cerca de cinco quilômetros Família Polioptilidaedo primeiro. Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) – balança-rabo-de-

É considerada mundialmente ameaçada como 'vulnerável' máscara(IUCN 2009) assim como pelo Brasil (2003) e 'em perigo' no RS Polioptila dumicola é distribuído pela América do Sul desde o (Bencke et al. 2003) e PR (Straube et al. 2004). Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia e no Brasil nos Estados do

PA, GO, MG, SP, PR e RS. Em SC foi citado por Ghizoni-Jr. (2004) Família Mimidae para o oeste, Accordi e Barcellos (2008) para Lages, e Amorim e Pi-Mimus gilvus (Vieillot, 1807) – sabiá-da-praia acentini (2006) para Tubarão.Mimus gilvus é típico dos litorais do nordeste do Brasil e no nor- Em 21/I/2003 um indivíduo foi observado em Laguna

te da região neotropical (Sick 1997). No sul do Brasil apenas há re- (28º34'43''S, 48º50'46''W), em 20/I/2005 em Jaguaruna gistros no Paraná (Scherer-Neto e Straube 1995; Bornschein et al. (28º38'14”S, 48º56'57”W) e em Biguaçu (27º25'38”S, 1997), não havendo até o momento registros para SC. 48º37'02”W) em 30/VI/2009 e 09/VII/2009, onde foi fotografado

Em 16/XII/2008 um indivíduo foi observado pousado sob um (Figura 35), todas em ambiente de restinga.fio de luz em restinga nas dunas do Siriú em Garopaba (28º00'35''S, 48º38'20''W), logo após alçou vôo (Fernando Stra-ube e Maria Cecília Vieira-da-Rocha, com. pess.). Este vem a ser o primeiro registro para SC. Possivelmente, sua densidade deve ser baixa, já que várias campanhas de amostragem foram realizadas pelos autores na região e apenas M. triurus (ver espé-cie a seguir) e M. saturninus foram registradas até então. Além deste, há um registro fotográfico de São Francisco do Sul, norte de Santa Catarina feito por Alex M. Souza em 29/IV/2009 (http://www.wikiaves.com.br/foto.php?f=20504).

Mimus triurus (Vieillot, 1818) – calhandra-de-três-rabosMimus triurus é amplamente distribuído pelo centro-sul da Amé-

rica do Sul, presente no Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia (Sick 1997; Narosky e Yzurieta 1993; Sigrist 2005). No Brasil é vi-sitante de inverno (Sick 1997). Belton (1994) cita como registro es-parso e ocasional de indivíduos solitários durante o inverno no lito-ral e para o interior até Porto Alegre. Bornschein et al. (1994) regis-tram-no para SC e PR todos na planície quaternária em restinga. O outro registro para o PR é para o noroeste (Anjos e Seger 1988) em área de campo.

Ocorreram dois registros na Praia do Sol, Laguna, distantes cer-ca de dois quilômetros, no dia 04/VI/2007 (28º24'12”S, 48º44'58”W) quando foi fotografado (Figura 34) e em 29/IX/2007 (28º25'07”S, 48º45'23”W).

Família IcteridaeMolothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) – iraúna-grandeMolothrus oryzivorus é amplamente distribuído desde o México

à Bolívia e Argentina e em todo o Brasil onde fora da Amazônia é pouco comum (Sick 1997). Em SC é conhecido apenas de um re-gistro histórico para Blumenau (Rosário 1996).

Em 01/VI/2009 um indivíduo foi observado em Arvoredo (27º03'05”S, 52º27'37”W) oeste de SC, pousado sobre uma árvore esparsa em meio à pastagem com um bando de Molothrus bonarien-sis (Figura 36). À primeira vista, chamou a atenção pelo porte avan-tajado em relação a M. bonariensis. Ali permaneceu por cerca de cin-co minutos quando alçou vôo para fora do alcance do observador, en-quanto o bando de M. bonariensis voltou ao solo para forragear.

É considerada 'em perigo' no RS (Bencke et al. 2003).Figura 34: Mimus triurus, Laguna, SC. Foto de IRG.

Figura 35: Polioptila dumicola, Biguaçu, SC. Foto de IRG.

45Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154 - Março/Abril 2010 - www.ao.com.br

AgradecimentosSomos gratos a ETS (Energia, Transporte e Saneamento), Ambi-

ens Consultoria Ambiental, Caruso-Jr Estudos Ambientais & Enge-nharia e Maurique Consultoria Ambiental pela logística em alguns trabalhos de campo; a Florestal Gateados na pessoa de Valdir D. Ri-beiro; a Anderson Martins pela paciência em desenhar e plotar os pontos no mapa. À Adrian E. Rupp, Fernando M. Brüggemann, Ja-vier Toso, Elsimar S. da Silva, Fernando C. Straube e Jorge L. B. Albuquerque por cederem suas informações e Evair Legal e Fer-nando C. Straube por sugestões ao texto.

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