O potencial econômico do jornalismo na era digital

Jornalismo on-lineProfessor mestre Artur Araujo (araujofamilia@gmail.com)

Web X Impresso Os jornais offline mantêm uma tendência de alta

no Brasil, são o presente do jornalismo, mas as tendências internacionais apontam uma guinada nesse setor.

Segundo Walter de Mattos Junior, diretor do grupo Lance, a web ainda está em desvantagem: um cliente offline equivale a 100 clientes on-line (dados atribuídos ao financista norte-americano Warren Buffet)

Web: uma tendência de alta Em 2012, os

jornais on-line vão superar os jornais off-line como fonte primária de informações.

Os jornais de internet tendem a crescer.

Fonte: Marta Gleich (Grupo Zero Hora)

Internet: crescimento acelerado

Segundo dados da Price Waterhouse Global, os jornais impressos em 2010 vão aumentar seu faturamento em 6% e a internet, em 18% (Marta Gleich)

A barra azul é a expectativa de crescimento no período

2006/2007 e a barra vermelha, do crescimento em 2010

Perspectivas do Estadão Segundo o executivo Marco Chiaretti do

Estadão, a divisão on-line do grupo hoje representou em 2007 3% do faturamento, mas deve crescer este ano (2008) de 7% a 8%.

Uma projeção de crescimento

Os anúncios on-line no mundo vão crescer 28% em 2007, enquanto as demais mídias não crescem mais do que 4% (estimativas apresentadas por Marta Gleich, do Zero Hora)

A web ganha massa crítica Segundo dados do IBGE, a internet

residencial já atinge 20 milhões de pessoas.

Isso significa que 11% da população brasileira já acessa internet de casa.

Há, portanto uma massa crítica capaz de mudar a realidade do consumo de mídia.

Quem banca a qualidade do on-line? O off-line! Os grandes sites jornalísticos são

amparados atualmente pelas grandes marcas.

Para Antonio Carlos Manuel Teixeira Mendes, diretor superintendente da Folha, é o jornal que paga e tem de pagar pela é o jornal que paga e tem de pagar pela qualidade do on-linequalidade do on-line.

Grandes marcas na web são as grandes marcas offline

De onde veio a notícia? As marcas já estão se consolidando na web e

um indício disso é que não se diz mais que uma notícia “veio da internet”, mas sim do UOL, por exemplo.

Ao sustentar os sites, as empresas jornalísticas estão investindo nas suas marcas no novo ambiente.

As grandes marcas são fundamentais para garantir o sucesso das iniciativas on-line.

Se não dá dinheiro, por que manter? Antonio Carlos Manuel Teixeira Mendes

afirmou que manter a qualidade jornalística na internet é sinônimo de manter os princípios que garantem a credibilidade jornalística.

Notícias na internet ganham espaço

A internet é fonte de informação primária para 7% dos brasileiros e os jornais são para 12%. A tendência é aumentar.

Ocupar espaço na internet é fundamental para as empresas jornalísticas, de modo a reforçar a marca.

Por que publicar na web? Aos sites vinculados aos grandes jornais

cabe usar boa parte desse material, pois a internet confere repercussão imediata ao que foi publicado e dá aos leitores a chance de participar, fortalecendo o vínculo com o jornal.

A “nuvem de informação” Marco Chiaretti, do Estadão, defende que

a meta atual das empresas jornalísticas é envolver o público em uma “nuvem de informação”, conjugando todas as mídias (tv, web, rádio, jornal e celular).

No caso do celular, Chiaretti defende o uso do wap e do sms como recursos extras para atrair o internauta para a marca da empresa jornalística.

Perspectivas de negócio

Venda de conteúdo: o caso Reuters

Elias Machado, da Universidade de Santa Catarina, destaca que 95% do faturamento da Reuters vêm da oferta de produtos de informação para clientes específicos e que apenas 5% vem propriamente da venda de notícias.

Caberia às empresas jornalísticas on-line achar esses caminhos para crescer e se desenvolver.

Notícias: vida útil de 28 a 30 dias Segundo Elias Machado, a notícia que

chega ao jornal via Reuters já circulou antes em meios privilegiados. O modelo de negócios reutiliza a notícia cada vez em patamares diferentes. Por isso, uma notícia pode ter até 30 dias de vida útil para a Reuters.

Qual o modelo comercial da web?

Elias Machado destaca que considera a venda de publicidade um modelo apropriado para o jornalismo impresso, mas que a adoção desse conceito na web não tem sido tão bem-sucedida e deve-se pensar em alternativas a ele.

Machado destacou também que pensar o ciberespaço como audiência não tem se mostrado a forma mais rentável até o momento.

Publicidade: um mercado saturado Elias Machado destaca também que os

jornais não andam interessados em aumentar tiragem porque o meio publicitário está saturado e pensar a internet com base no modelo de venda de publicidade torna o bolo ainda menor.

Publicidade customizada

Fonte: Apresentação de Antonio Manuel Teixeira Mendes, diretor superintendente da Folha

Conteúdo aberto ou fechado?

O caso Tribuna de Santos O caso A Gazeta (Vitória/ES) Notícias na internet Qual melhor formato? O que disponibilizar na web antes?

O caso Tribuna de Santos Márcio Calves, editor chefe de A Tribuna

de Santos, narrou a experiência, que já dura três meses, do fechamento do conteúdo da versão impressaversão impressa no site.

Ele afirmou que a iniciativa foi muito criticada, mas ainda não há planos de mudar.

Uma audiência em declínio O gráfico ao lado mostra

o impacto da audiência em page views da área da versão impressa.

A queda foi superior a 50%.

A Tribuna já planeja abrir de novo os classificados.

O caso A Gazeta (Vitória/ES)

Segundo Antonio Carlos Leite, de A Gazeta, o site havia fechado há 2 anos o conteúdo do site.

Há 3 meses, a empresa voltou a abrir o conteúdo, mas apenas aos domingos. O resultado foi um sensível aumento de acessos nesse dia.

O foco atualmente é valorizar a notícia local, o chamado “jornalismo comunitário”. Ele chegou a dizer que o site deles é o único site especializado em notícias capixabas.

Uma tendência O The New York Times, após uma

experiência de fechamento, decidiu, em 2007 abrir o conteúdo extra

O Wall Street Journal, do empresário de mídia Rupert Murdoch, passou também a oferecer gratuitamente também seu conteúdo na rede.

Um dia todo diante de uma banca de jornal A maioria das pessoas vive diante do

computador hoje em dia. O público passa o tempo todo diante de uma

banca de jornal. Cabe aos jornais aproveitar essa oportunidade

proporcionada pela web. A estratégia hoje mais recomendada é se

consolidar no ciberespaço, apesar de a rentabilidade ser ainda bem inferior à de outras mídias.