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Lição 10 Alcançando as almas Pág. 1 _______________________________________________________________________________________________ Capítulo 4 Obreiros de nossas fileiras Deus está olhando para este mundo com muito interesse. Ele sabe da capacidade de servir do ser humano. Considerando Seus obreiros, tanto homens como mulheres, através dos séculos, Ele tem preparado o caminho para eles, dizendo: “Enviar-lhes-ei os Meus mensageiros, e verão grande luz brilhando no meio das trevas. Os que estão no serviço de Cristo usarão seus talentos para glória de Seu nome. Sairão a trabalhar para Mim com grande zelo e devoção. Por meio de seus esforços, a verdade apelará a milhares de maneira irresistível, e os espiritualmente cegos receberão a visão para ver a Minha salvação. A verdade se fará tão destacada que, mesmo aquele que passar correndo, poderá ler. Diferentes maneiras aparecerão para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nessa obra serão diferentes dos métodos usados no passado, todavia, ninguém, por causa disso, poderá bloquear o caminho pelo criticismo.” {T7 25.1} Nem sempre aqueles a quem Deus escolhe são obreiros talentosos, de acordo com os conceitos do mundo. Às vezes são selecionadas pessoas iletradas. Para essas Ele dá um trabalho especial. Elas alcançam uma classe a que os outros não podem ter acesso. Abrindo o coração para a verdade, elas se tornam sábias por meio de Cristo. Sua vida inala e exala a fragrância da bondade. Suas palavras são cuidadosamente pensadas antes de falar. Lutam para promover o bem-estar de seus semelhantes. Levam o alívio e a felicidade aos necessitados e desanimados. Compreendem a necessidade de permanecer sempre debaixo do treinamento de Cristo, para que possam trabalhar em harmonia com a vontade de Deus. Estudam a melhor maneira de seguir o exemplo de Cristo em carregar a cruz da renúncia própria. São testemunhas de Deus, revelando Sua compaixão e amor, dedicando toda a glória Àquele a quem amam e servem. {T7 25.2} Constantemente estão aprendendo do grande Mestre, e sempre alcançando os mais altos degraus da excelência, contudo, _______________________________________________________________________________________________ Testemunhos para a igreja, vol. 7, pp. 25-41 Diversos 3, Dezembro, 2016

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Lição 10 Alcançando as almas Pág. 1__________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo 4Obreiros de nossas fileiras

Deus está olhando para este mundo com muito interesse. Ele sabe da capacidade de servir do ser humano. Considerando Seus obreiros, tanto homens como mulheres, através dos séculos, Ele tem preparado o caminho para eles, dizendo: “Enviar-lhes-ei os Meus mensageiros, e verão grande luz brilhando no meio das trevas. Os que estão no serviço de Cristo usarão seus talentos para glória de Seu nome. Sairão a trabalhar para Mim com grande zelo e devoção. Por meio de seus esforços, a verdade apelará a milhares de maneira irresistível, e os espiritualmente cegos receberão a visão para ver a Minha salvação. A verdade se fará tão destacada que, mesmo aquele que passar correndo, poderá ler. Diferentes maneiras aparecerão para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nessa obra serão diferentes dos métodos usados no passado, todavia, ninguém, por causa disso, poderá bloquear o caminho pelo criticismo.” {T7 25.1}

Nem sempre aqueles a quem Deus escolhe são obreiros talentosos, de acordo com os conceitos do mundo. Às vezes são selecionadas pessoas iletradas. Para essas Ele dá um trabalho especial. Elas alcançam uma classe a que os outros não podem ter acesso. Abrindo o coração para a verdade, elas se tornam sábias por meio de Cristo. Sua vida inala e exala a fragrância da bondade. Suas palavras são cuidadosamente pensadas antes de falar. Lutam para promover o bem-estar de seus semelhantes. Levam o alívio e a felicidade aos necessitados e desanimados. Compreendem a necessidade de permanecer sempre debaixo do treinamento de Cristo, para que possam trabalhar em harmonia com a vontade de Deus. Estudam a melhor maneira de seguir o exemplo de Cristo em carregar a cruz da renúncia própria. São testemunhas de Deus, revelando Sua compaixão e amor, dedicando toda a glória Àquele a quem amam e servem. {T7 25.2}

Constantemente estão aprendendo do grande Mestre, e sempre alcançando os mais altos degraus da excelência, contudo, todo o tempo, estão se sentindo apreensivas com suas fraquezas e deficiências. São atraídas para cima pela sua força e admiração amorável por Cristo. Praticam Suas virtudes e tentam viver de forma semelhante a Ele. Ao testemunhar, tornam-se uma bênção ao mundo e uma honra para o Seu Redentor. Sobre elas, Cristo diz: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” Mateus 5:5. {T7 26.1}

Esses obreiros precisam ser encorajados. O trabalho que fazem, não é para ser visto pelos homens, mas para glorificar a Deus. Têm a Sua aprovação. O Senhor colocará esses obreiros em conexão com os de comprovada habilidade, para preencherem os espaços deixados por eles. Ele se sentirá satisfeito quando eles são apreciados; porque eles são elos na Sua corrente de serviço. {T7 26.2}

*****Homens que são importantes aos seus próprios olhos, convencidos de suas habilidades

superiores, menosprezam esses obreiros humildes e contritos; todavia, Deus não os perde de vista. Ele assinala todos aqueles que estão dispostos a ajudar os necessitados. Nas cortes celestiais, quando os remidos forem salvos, eles estarão bem perto do Filho de Deus. Brilharão com esplendor nas cortes do Senhor, honrados por Ele porque sentiram prazer em ministrar àqueles por quem Ele deu a Sua vida. {T7 26.3}

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Deus agirá sobre homens de posição humilde para proclamar a mensagem da verdade presente. Muitos desses estarão correndo para cá e para lá, direcionados pelo Espírito de Deus a levar a luz aos que estão em trevas. A verdade será como um fogo a arder-lhes nos ossos, enchendo-os de um fervoroso desejo de iluminar aqueles que estão em trevas. Muitos, mesmo entre os iletrados, proclamarão a Palavra do Senhor. Crianças serão impelidas pelo Espírito Santo a sair e anunciar a mensagem do Céu. O Espírito será derramado sobre aqueles que se submeterem a Suas incitações. Sacudindo os antiquados regulamentos e movimentos cautelosos dos homens, unir-se-ão ao exército do Senhor. {T7 26.4}

*****No futuro, homens de vida simples serão impressionados pelo Espírito do Senhor a

deixar seu emprego para se dedicar à proclamação da última mensagem de misericórdia. Tão rápido quanto possível, estarão preparados para esse trabalho, e o êxito vai coroar seus esforços. Cooperam com as agências do Céu; porque estão dispostos a gastar-se completamente no serviço do Mestre. Ninguém está autorizado a impedir esses obreiros. Serão abençoados por Deus na proclamação da grande comissão. Nenhuma palavra de reprovação deve ser dirigida contra esses que semeiam a semente do evangelho nos lugares mais difíceis. {T7 27.1}

As melhores coisas da vida — simplicidade, verdade, pureza e imaculada integridade — não podem ser compradas ou vendidas; são de graça para os ignorantes e para os educados, para os negros e para os brancos, para os humildes camponeses e para os reis em seus tronos. Obreiros humildes que não confiam na sua própria força, mas que trabalham com simplicidade, confiando sempre em Deus, irão compartilhar o regozijo do Salvador. Suas perseverantes orações atrairão pessoas à cruz. Em cooperação com os esforços abnegados deles, Jesus comoverá os corações, operando milagres na conversão de almas. Homens e mulheres se reunirão na igreja para a adoração. Casas de oração serão edificadas, e escolas estabelecidas. O coração dos obreiros encher-se-á de regozijo ao verem a salvação de Deus. {T7 27.2}

*****Quando os redimidos estiverem na presença de Deus, irão constatar quão distantes

estavam de compreender o que o Céu considera como sucesso. Ao revisar seus esforços para alcançar êxito, verificarão quão simplórios foram nos seus planos, quão insignificantes seus supostos sofrimentos, quão irrazoáveis suas dúvidas. Verificarão como imprimiam frequentemente falhas em seu trabalho quando não criam de facto na Palavra de Deus. Uma verdade ficará muito clara: a posição que uma pessoa ocupa não a prepara para entrar nas cortes celestiais. Descobrirão, também, que muita honra outorgada ao homem deveria ser dirigida somente a Deus, a quem pertence toda glória. Dos lábios do coro angelical e do exército de redimidos ressoará: “Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem Te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque só Tu és santo.” Apocalipse 15:3, 4. {T7 28.1}

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Capítulo 5Estendendo os triunfos da cruz

“Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” Romanos 8:32. {T7 29.1}

Quando essa Dádiva maravilhosa e preciosa foi concedida, todo o Universo celestial foi desafiado num enorme esforço para compreender o insondável amor de Deus, e para despertar nos corações humanos uma gratidão proporcional ao valor da Dádiva. Nós, para quem Cristo deu a Sua vida, ficaremos divididos entre duas opiniões? Dedicaremos a Deus somente uma pequena parte da capacidade e poder que Ele nos emprestou? Como podemos fazer isso, quando sabemos que Ele, como Comandante de todo Céu colocou de lado Suas vestes e coroa real, e, compreendendo a raça humana desesperançada, veio à Terra assumindo a natureza humana para tornar possível unir nossa humanidade com Sua divindade? Ele Se tornou pobre para que pudéssemos possuir o tesouro celestial, “para nós um peso eterno de glória mui excelente.” 2 Coríntios 4:17. Para nos salvar, foi descendo de humilhação em humilhação, até que Ele, o divino-humano, Cristo sofredor, foi levantado sobre a cruz, para atrair a Si mesmo, todos os homens. O Filho de Deus não poderia ter mostrado tão grande condescendência e chegado a um nível tão baixo. {T7 29.2}

Esse é o mistério da piedade, o mistério que tem inspirado agentes celestiais a ministrar à humanidade caída a fim de despertar um profundo interesse pelo plano da salvação. Esse é o mistério que tem comovido todo o Céu a se unir com o homem para levar avante o grande plano de Deus para a salvação do mundo arruinado. {T7 29.3}

O trabalho da igreja

As agências humanas são comissionadas a trabalhar para levar os triunfos da cruz a todas as partes. Como Cabeça da igreja, Cristo tem autoridade para chamar todo aquele que se diz crer nEle para seguir o Seu exemplo de desprendimento e sacrifício próprio, trabalhando pela conversão daqueles sobre quem Satanás e seu vasto exército estão atuando para destruir. O povo de Deus é chamado para marchar sem demora sob a bandeira ensanguentada de Jesus Cristo. Incessantemente devem continuar sua batalha contra o inimigo, pressionando a luta até aos seus portais. A cada um que se ajunta às fileiras mediante a conversão, deve ser designado seu posto de dever. Cada qual deve estar disposto a ser ou fazer qualquer coisa nessa batalha. Quando os membros da igreja envidarem todos esforços para levar a mensagem, vivenciarão a alegria do Senhor e alcançarão êxito. O triunfo vem após decidido esforço. {T7 30.1}

O Espírito Santo, nossa eficiência

Cristo, em Sua capacidade mediadora, dá aos Seus servos a presença do Espírito Santo. É a eficiência do Espírito que habilita as agências humanas a serem representantes do Redentor na obra de salvar almas. Para nos unir com Cristo nessa atividade, devemos nos colocar sob a influência modeladora do Seu Espírito. Assim, através do poder outorgado, __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 7, pp. 25-41 Diversos 3, Dezembro, 2016

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podemos cooperar com o Senhor, unidos com Ele como obreiros na salvação de almas. A todos os que se oferecem ao Senhor para o serviço, sem nada reter para si, é concedido poder para atingir imensuráveis resultados. {T7 30.2}

O Senhor está ligado a um compromisso eterno de suprir com poder e graça a todos que são santificados pela obediência à verdade. Cristo, a quem é dado todo poder no Céu e na Terra, coopera favoravelmente com Seus representantes — os sinceros que dia após dia participam do pão vivo “que desceu do Céu”. João 6:50. A igreja da Terra unida com a igreja do Céu pode realizar todas as coisas. {T7 31.1}

Poder concedido aos apóstolos

No dia de Pentecostes, o Infinito revelou-Se com poder à igreja. Por intermédio do Espírito Santo, Ele desceu das alturas do Céu como um vento impetuoso na casa onde os discípulos estavam reunidos. Foi como se, por séculos, essa influência estivesse restringida, e então o Céu passasse a se regozijar em poder derramar sobre a igreja as riquezas do poder do Espírito. E, sob a influência do Espírito, as palavras de penitência e confissão se misturaram com cânticos de louvor por pecados perdoados. Palavras de agradecimento e de profecia foram ouvidas. Todo o Céu se curvou para observar e adorar a sabedoria sem igual e incompreensível amor. Perdidos em maravilhas, os apóstolos e discípulos exclamaram: “Nisto está o amor.” 1 João 4:10. Eles se apossaram da dádiva distribuída. O que aconteceu? Milhares se converteram num dia. A espada do Espírito, novamente afiada com poder e banhada por raios do Céu, rompeu sobre os descrentes. {T7 31.2}

O coração dos apóstolos estava repleto de uma benevolência tão profunda, mas tão profunda, que os impeliu a testificar até aos confins da Terra. Deus os proibiu de gloriar-se a não ser na salvação de nosso Senhor Jesus Cristo. Encheram-se de intenso interesse em ajudar a acrescentar à igreja os que deveriam ser salvos. Convidaram os crentes a se levantar e fazer sua parte, para que todas as nações pudessem ouvir a verdade, e a Terra encher-se da glória do Senhor. {T7 31.3}

O mesmo poder deve ser revelado hoje

Pela graça de Cristo os apóstolos foram feitos o que eram. Foi sincera devoção, humildade e fervente oração o que os levou a íntima comunhão com Ele. Assentaram-se com Ele nos lugares celestiais. Compreenderam a enormidade do débito para com Ele. Mediante perseverante e fervorosa oração obtiveram a dotação do Espírito Santo, e saíram, carregados com o fardo da salvação de almas, cheios de zelo para estender os triunfos da cruz. E com seus esforços muitas pessoas foram trazidas das trevas para a luz, e diversas igrejas foram estabelecidas. {T7 32.1}

Seremos menos fervorosos do que os apóstolos? Não haveremos de, fundamentados em fé viva, reclamar as promessas que os levaram a, da profundeza de seu ser, implorar ao Senhor Jesus o cumprimento de Sua palavra: “pedi e recebereis”? João 16:24. Não virá o Espírito de Deus hoje, em resposta à oração fervorosa e perseverante, suprindo de poder os homens? Não está Deus hoje dizendo aos Seus obreiros que oram, que confiam e crêem, que estão abrindo as Escrituras aos ignorantes da verdade: “Eis que Eu estou convosco __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 7, pp. 25-41 Diversos 3, Dezembro, 2016

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todos os dias, até à consumação dos séculos”? Mateus 28:20. Por que, então, a igreja é tão fraca e tão pouco espiritual? {T7 32.2}

Assim como os discípulos se encheram do poder do Espírito, e saíram para proclamar o evangelho, também hoje os servos de Deus devem fazer o mesmo. Cheios de um desejo altruísta de dar a mensagem de misericórdia àqueles que estão nas trevas do erro e descrença, devemos tomar o trabalho do Senhor. Deu-nos a parte que nos cabe realizar em cooperação com Ele, e também enternecerá o coração dos descrentes para levarem avante o Seu trabalho nas regiões mais distantes. Muitos já estão recebendo o Espírito Santo, e não demorará muito quando o caminho será bloqueado por desatenta indiferença. {T7 32.3}

Para que foi registrada a história da obra dos discípulos, trabalhando com zelo santo, animados e vitalizados pelo Espírito Santo, se não para que hoje o povo do Senhor obtivesse inspiração para por Ele trabalhar ardorosamente? O que o Senhor fez por Seu povo naquele tempo é igualmente ou mais necessário que faça pelos Seus na atualidade. Tudo que os apóstolos realizaram, deve hoje repetir cada membro da igreja. E nós devemos trabalhar com tanto maior fervor, e ser acompanhados do Espírito Santo em medida tanto maior, pois o aumento da impiedade exige um mais decidido apelo ao arrependimento. {T7 33.1}

Em quem a luz da verdade presente está brilhando deve existir compaixão por aqueles que estão nas trevas. A luz de todos crentes deve refletir raios claros e distintos. Ele está esperando que hoje seja realizado um trabalho semelhante ao que o Senhor fez através de Seus comissionados mensageiros, após o Pentecostes. Nesse tempo, quando chegar o fim de todas as coisas, não deveria o zelo da igreja ser ainda maior do que aconteceu na igreja primitiva? O zelo pela glória de Deus levou os discípulos a dar testemunho da verdade com extraordinário poder. Não deveria esse zelo incendiar nosso coração com o desejo de contar a história do amor divino, de Cristo crucificado? Não deveria o poder de Deus ser ainda mais poderosamente revelado hoje do que no tempo dos apóstolos? {T7 33.2}

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Capítulo 6A obra nas cidades

Sonhei que vários irmãos nossos estavam reunidos em concílio, estudando planos de trabalho para esta época do ano. Julgavam preferível não penetrar nas cidades grandes, mas começar pelas localidades pequenas, distantes das cidades; aí encontrariam menos oposição da parte do clero e evitariam despesas avultadas. Arrazoavam que, sendo em pequeno número, nossos pastores não poderiam ser dispensados para instruir nas cidades os que aceitassem a verdade, e que, por motivo da maior oposição que ali encontrariam, iriam precisar de mais auxílio do que em igrejas de pequenas localidades rurais. Desse modo, em grande parte, se perderia o fruto de uma série de conferências na cidade. {T7 34.1}

Ainda se insistiu que, em vista de serem escassos os nossos recursos e com as muitas alterações causadas pelas mudanças que poderiam acontecer numa igreja de cidade grande seria difícil formar uma igreja que fosse um auxílio para a causa. Meu esposo instava com os irmãos para que traçassem sem demora planos mais amplos e empregassem em nossas grandes cidades, esforços extensos e completos, que melhor correspondessem ao caráter de nossa mensagem. Um obreiro relatou incidentes de sua experiência nas cidades, mostrando que fora quase um fracasso, ao passo que apresentara melhor êxito nas localidades pequenas. {T7 34.2}

Um Ser de dignidade e autoridade — presente em todas as nossas reuniões de comissões — escutava com o mais profundo interesse todas as palavras. Falou deliberadamente e com perfeita segurança: “O mundo todo”, disse, “é a grande vinha de Deus. As cidades e vilas constituem parte dessa vinha. Elas têm que ser atingidas. Satanás buscará interpor-se e desanimar os obreiros, para impedi-los de apresentar a mensagem de luz e advertência nos lugares mais importantes, assim como nos mais remotos. Empregará esforços desesperados para levar o povo a voltar-se da verdade para a falsidade. Anjos do Céu são enviados para cooperar com os esforços dos mensageiros de Deus na Terra. Os pastores devem ter coragem, e manter a fé e a esperança inabaláveis, como o fez Cristo, seu Líder vivo. Têm que conservar-se humildes e contritos perante Deus.” {T7 34.3}

Deus pretende que Sua Palavra, com suas mensagens de advertência e encorajamento, atinja os que estão em trevas e desconhecem a nossa fé. Ela deve ser levada a todos, e lhes servirá de testemunha, quer lhe dêem ouvidos, quer a rejeitem. Não considere que é sua a responsabilidade de convencer e converter os ouvintes. Unicamente o poder de Deus é capaz de abrandar o coração das pessoas. Devemos expor a Palavra da vida, para que todos os que desejarem tenham a chance de receber a verdade. Se voltarem as costas à verdade de origem celestial, ela lhes será a condenação. {T7 35.1}

Não devemos ocultar a verdade nos recantos da Terra. Ela deve ser proclamada; deve brilhar em nossas grandes cidades. Cristo, em Seus trabalhos, Se punha à margem do lago e nas grandes estradas, onde encontrava pessoas de todas as partes do mundo. Ele emitia a luz verdadeira; semeava a semente do evangelho; resgatava a verdade de sua mistura com o erro, apresentando-a em sua original simplicidade e clareza, de modo que os homens a pudessem compreender. {T7 35.2}

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O Mensageiro celestial que connosco estava, disse: “Jamais percam de vista o facto de que a mensagem é mundial. Deve ela ser dada a todas as cidades, a todas as vilas; deve ser proclamada nos caminhos e valados. Não limitem a proclamação da mensagem.” Na parábola do semeador, Cristo apresentou uma ilustração de Sua própria obra e da de Seus servos. A semente caiu sobre toda espécie de solo. Parte dela caiu em terreno estéril, contudo, nem por isso deixou o semeador de trabalhar. A semente da verdade deve ser lançada em todos os lugares. Onde quer que haja acesso, deve ser exposta a Palavra de Deus. Semeada sobre todas as águas. Talvez não se note logo o resultado dos labores, mas não se pode desanimar. Falemos as palavras de Cristo. Trabalhemos de acordo com os Seus planos. Devemos ir por toda parte, como fez Ele em Seu ministério na Terra. {T7 35.3}

O Redentor do mundo tinha muitos ouvintes, mas poucos seguidores. Noé pregou ao povo cento e vinte anos antes do dilúvio, e bem poucos souberam dar valor a esse precioso tempo de graça. Exceto Noé e sua família, ninguém mais foi contado entre os crentes, nem entrou na arca. De todos os habitantes da Terra, somente oito pessoas aceitaram a mensagem; mas aquela pregação condenou o mundo. A luz foi dada para que cressem, a rejeição da luz valeu-lhes a ruína. Nossa mensagem para o mundo será um cheiro de vida para todos quantos a aceitarem, e de condenação para todos os que a rejeitarem. {T7 36.1}

O Mensageiro Se volveu para um dos presentes, e disse: “Suas ideias acerca do trabalho para este tempo são demasiadamente acanhadas. Sua luz não deve se limitar a um espaço pequeno, nem ser posta debaixo do alqueire ou da cama; deve ser posta no castiçal, para que produza claridade para todos quantos estão na casa de Deus — o mundo. É preciso ter mais ampla concepção da obra.” {T7 36.2}

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Capítulo 7A obra na grande Nova Iorque

Santa Helena, Califórnia1 de Setembro de 1902Chegou o tempo para fazer decididos esforços para proclamar a verdade em nossas

grandes cidades. A mensagem deve ser dada com tal poder que os ouvintes sejam convencidos. Deus suscitará obreiros para fazer esse trabalho. Eles não devem ser impedidos. Deus lhes está dando essa obra. Eles ocuparão esferas peculiares de influência e levarão a verdade aos lugares mais desprezíveis. Alguns que outrora eram inimigos, se tornarão colaboradores valiosos, propagando a obra com seus próprios recursos e influência. {T7 37.1}

Nas grandes cidades, as missões devem ser estabelecidas onde os obreiros podem ser treinados para apresentar ao povo a mensagem especial para este tempo. Há necessidade de toda instrução possível para essas missões. {T7 37.2}

Sob a direção de Deus, foi iniciada a missão na cidade de Nova Iorque. Esse trabalho deve continuar no poder do mesmo Espírito que o estabeleceu. Os que levam a responsabilidade da obra na Grande Nova Iorque devem ter o auxílio dos melhores obreiros que se possa conseguir. Seja instalado ali um centro para a obra de Deus, e tudo quanto for feito seja um símbolo da obra que o Senhor deseja ver realizada em todo o mundo. {T7 37.3}

Se nesses grandes centros pudessem estabelecer uma obra médico-missionária por homens e mulheres de experiência, com uma representação correta dos verdadeiros princípios médicos missionários, seria de grande poder para causar uma impressão favorável sobre o povo. {T7 37.4}

Em toda cidade penetrada, deve-se lançar sólido fundamento para uma obra permanente. Cumpre seguir os métodos do Senhor. Fazendo trabalho de casa em casa, dando instruções bíblicas às famílias, o obreiro pode obter acesso a muitos que estão buscando a verdade. Abrindo as Escrituras, fazendo oração, exercendo fé, deve ele ensinar ao povo o caminho do Senhor. {T7 38.1}

No território da Grande Nova Iorque tem o Senhor muitas almas preciosas que não dobraram os joelhos a Baal; e há os que, pela ignorância, têm andado no caminho do erro. Sobre esses deve brilhar a luz da verdade, a fim de verem Cristo como o Caminho, a Verdade e a Vida. {T7 38.2}

Temos de apresentar a verdade no amor de Cristo. Essa obra não deve ser feita com extravagância ou exibição. Deve ser feita à maneira de Cristo. Cumpre fazê-la com humildade, na singeleza do evangelho. Não sejam os obreiros intimidados por aparências exteriores, por desanimadoras que sejam. Ensinemos a Palavra, e, por meio de Seu Espírito, o Senhor enviará convicções aos ouvintes. {T7 38.3}

Depois de a verdade ter impressionado os corações, e de homens e mulheres a terem aceito, todos devem ser tratados como propriedades de Cristo, não como propriedades do homem. Nenhum ser humano deve se apossar de outros para controlá-los, dizendo-lhes o que devem fazer, proibindo-os de fazer isto ou aquilo, comandando, ditando, agindo como um oficial de pelotão do exército. Essa era a maneira de agir dos sacerdotes e líderes no __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 7, pp. 25-41 Diversos 3, Dezembro, 2016

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tempo de Jesus; todavia, essa não é a forma correta. Os obreiros devem trabalhar irmanados numa unidade cristã, mas sem exercer uma autoridade inadequada sobre aqueles que aceitam a verdade. A mansidão de Cristo deve ser notada em tudo que falam e fazem. {T7 38.4}

O obreiro deve mostrar seu crescimento na graça pela submissão à vontade de Deus. Assim conseguirá uma rica experiência. Da mesma forma que pela fé ele recebe, crê e obedece as palavras de Cristo, também haverá um esforço intenso; será alimentada uma fé que opera por amor e purifica a alma. O fruto do Espírito será visto na vida, e a eficiência do Espírito será percebida no trabalho. {T7 38.5}

Cristo é nosso exemplo, nossa inspiração, nossa maior recompensa, “Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” 1 Coríntios 3:9. Deus é o Construtor, mas o homem tem sua parte a desempenhar. Ele deve cooperar com Deus. “Porque nós somos cooperadores de Deus.” 1 Coríntios 3:9. Nunca devemos esquecer as palavras: “somos cooperadores de Deus.” {T7 39.1}

Lembre-se que trabalhando com Cristo como seu Salvador pessoal, Ele é sua força e sua vitória. Essa é a parte que todos devem assumir. Para todos os que assim agem, vem a promessa: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.” João 1:12. Cristo declara: “Porque sem Mim nada podereis fazer.” João 15:5. E a alma humilde e crente responde: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” Filipenses 4:13. {T7 39.2}

Cristo é o simpatizante e compassivo Redentor. A Sua comissão foi: “Ide por todo o mundo.” Marcos 16:15. Todos devem ouvir a mensagem de advertência. Um prêmio de grande valor é assegurado àqueles que estão participando da carreira cristã. Os que correm com paciência receberão uma coroa de vida que não perece. {T7 39.3}

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Capítulo 8Não demorar mais

Nossos obreiros não estão alcançando o que deveriam. Nossos líderes não se despertaram para a obra que deve ser feita. Quando penso nas cidades nas quais pouco foi feito, onde há milhares que precisam ser advertidos da breve volta do Salvador, sinto um intenso desejo de ver homens e mulheres saindo para a obra com o poder do Espírito, cheios do amor de Cristo por almas que perecem. {T7 40.1}

Os que vivem em nossas cidades — próximo de nossas portas — estão sendo estranhamente negligenciados. Esforços organizados deveriam estar à disposição para oferecer-lhes a mensagem da verdade presente. Um novo cântico deve ser colocado na sua boca. A terceira mensagem angélica deve ser compartilhada com aqueles que estão agora nas trevas. {T7 40.2}

Devemos estar bem alerta, à medida que os caminhos se abrem, para fazer avançar o trabalho nas grandes cidades. Estamos muito atrasados em acompanhar a luz dada para entrar nessas grandes cidades e aí erigir memoriais para Deus. Passo a passo temos de dirigir as pessoas à plena luz da verdade. E temos de continuar o trabalho até que uma igreja seja organizada e construída. Fico encorajada em pensar que muitos, fora de nossa fé, ajudarão consideravelmente com os seus recursos. A luz que me foi dada mostra que em muitos lugares, especialmente nas grandes cidades da América, os recursos virão dessas pessoas. {T7 40.3}

Os obreiros das cidades devem ler cuidadosamente o décimo e o décimo primeiro capítulo de Hebreus, apropriando-se de suas instruções. O décimo primeiro capítulo relata as experiências de homens fiéis. Os que trabalham para Deus nas cidades devem sair na fé, fazendo o seu melhor. À medida que vigiam, trabalham e oram, Deus ouvirá e responderá suas petições. Obterão uma experiência valiosa para o seu trabalho. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.” Hebreus 11:1. {T7 40.4}

*****A minha mente está profundamente agitada. Há muito trabalho para ser feito em

diversas cidades. Obreiros devem partir para as nossas grandes cidades e realizar reuniões campais. Nessas reuniões os melhores talentos devem ser empregados, para que a verdade possa ser proclamada com poder. Devem participar pessoas com diversos dons. Uma única pessoa não possui todos os dons indispensáveis para o trabalho. Para tornar uma reunião religiosa bem-sucedida, são necessários vários obreiros. Ninguém deve monopolizar sozinho todo trabalho importante. {T7 41.1}

Ao proclamar a verdade nessas reuniões o poder do Espírito alcançará os corações. O amor de Cristo, recebido no coração, vai banir o amor ao erro. {T7 41.2}

Há necessidade dessas conferências religiosas como as que se faziam nos primeiros estágios da obra, reuniões campais separadas dos negócios administrativos da Associação. Nessas reuniões os obreiros devem se sentir livres para transmitir o conhecimento da verdade para aqueles que são de fora. {T7 41.3}

Arranjos devem ser feitos em nossas reuniões campais para que os pobres possam obter alimento saudável e bem preparado, ao preço mais reduzido possível. Deve haver, __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 7, pp. 25-41 Diversos 3, Dezembro, 2016

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também, um restaurante servindo pratos saudáveis e atraentes. Isso será algo educativo para muitos que não são de nossa fé. Esse procedimento não deve ser olhado como algo diferente das reuniões religiosas. Os vários ramos da obra de Deus se articulam uns com os outros, todos colaborando em perfeita harmonia. {T7 41.4}

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Capítulo 4A reunião campal

A reunião campal é um dos mais importantes instrumentos em nossa obra. É um dos métodos mais eficazes para chamar a atenção do povo, e alcançar todas as classes com o convite evangélico. O tempo em que vivemos é de intensa agitação. Ambição e guerra, prazer e ganho de dinheiro, absorvem o interesse das pessoas. Satanás sabe que seu tempo é curto e tem posto todos os seus agentes no trabalho, de modo que os homens sejam enganados, iludidos, ocupados e arrebatados, até que o tempo de graça expire e a porta da misericórdia se encerre para sempre. É nosso trabalho levar ao mundo inteiro — a cada nação, tribo, língua e povo — as salvadoras verdades da mensagem do terceiro anjo. Tem sido um problema difícil saber como alcançar o povo nos centros densamente populosos. Não temos permissão de entrar nas igrejas. Nas cidades, os salões grandes são caros e, em muitos casos, apenas poucas pessoas vão aos melhores salões. Os que não nos conhecem falam mal de nós. As razões de nossa fé não são compreendidas pelo povo, e temos sido considerados como fanáticos, como quem ignorantemente guarda o sábado em lugar do domingo. Temo-nos achado perplexos em nossa obra, por não saber como romper as barreiras do mundanismo e dos preconceitos, apresentando ao povo a preciosa verdade que tanta significação encerra para eles. O Senhor nos tem indicado que as reuniões campais são um dos mais importantes instrumentos na realização dessa obra. {T6 31.1}

Necessitamos planejar sabiamente para que o povo tenha oportunidade de ouvir por si mesmo a última mensagem de misericórdia ao mundo. Deve o povo ser advertido a preparar-se para o grande dia de Deus, que está muito próximo. Não temos tempo a perder. Temos de realizar os maiores esforços para alcançar as pessoas onde estão. O mundo está atingindo agora os limites da impenitência e desrespeito às leis do governo divino. Em cada cidade de nosso mundo a advertência precisa ser proclamada. Tudo que puder ser feito, deve ser feito sem demora. {T6 32.1}

Nossas reuniões campais têm outro objetivo, que vem antes desse. Devem promover a vida espiritual entre nosso próprio povo. O mundo, em sua sabedoria, não conhece a Deus. É incapaz de ver a beleza, a amabilidade, a bondade e a santidade das verdades divinas. Para que os homens consigam entendê-las, precisa existir um canal que as comunique ao mundo. A igreja foi constituída para ser esse canal. Cristo revela-Se a nós para que O revelemos aos outros. Através de Seu povo devem se manifestar as riquezas e a glória de Seu indescritível dom. {T6 32.2}

Deus confiou a nossas mãos uma obra por demais sagrada, e necessitamos de nos ajuntar em reuniões para receber instruções, a fim de nos habilitarmos a realizar essa obra. Precisamos compreender que parte seremos individualmente chamados a desempenhar na edificação da obra de Deus na Terra, em vindicar Sua santa lei, e em exaltar o Salvador como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João 1:29. Precisamos nos reunir e receber o toque divino a fim de compreendermos qual deve ser nossa obra no lar. Os pais precisam compreender como poderão enviar os filhos e filhas do santuário do lar, educados de tal maneira que estejam preparados para brilhar como luzes no mundo. Necessitamos compreender como realizar a divisão do trabalho, e como cada parte da obra

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deve ser levada avante. Cada um deve entender qual a sua parte, para que exista harmonia nos planos e na ação do trabalho combinado de todos. {T6 32.3}

Alcançando as multidões

No sermão do Monte, Cristo disse aos discípulos: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” Mateus 5:14-16. Se nossas reuniões campais forem dirigidas como devem ser, serão realmente uma luz no mundo. Elas devem ser realizadas nas grandes cidades e vilas onde a mensagem da verdade não foi proclamada. E devem continuar por duas ou três semanas. Talvez seja, às vezes, aconselhável realizar uma reunião campal por várias ocasiões no mesmo local; mas, em regra, o lugar de reuniões deve ser mudado de ano para ano. Em vez de se efetuarem enormes reuniões em outras localidades, haverá mais benefício em ter reuniões menores em muitos lugares. Assim a obra se estenderá continuamente para novos campos. Somente quando o padrão da verdade for erguido em um local e for considerado seguro deixar que os novos crentes avancem por si é que devemos planejar entrar em novos campos. Nossas reuniões campais são poderosas, e quando realizadas num local em que a comunidade possa ser despertada, revelar-se-ão um poder muito maior do que quando, por conveniência de nosso próprio povo, são realizadas num local em que, em virtude de reuniões prévias e da rejeição da verdade, o interesse do público tenha sido anulado. {T6 33.1}

Tem-se cometido um erro em realizar reuniões campais em sítios fora de mão, e em continuar a fazê-las no mesmo lugar durante anos. Assim se tem feito para poupar despesas e trabalho; mas a economia deve ser feita noutras coisas. Especialmente em novos campos, a falta de meios torna às vezes difícil cobrir as despesas de uma reunião campal. Deve-se exercer cuidadosa economia, delineando-se planos não dispendiosos; pois assim muito se pode poupar. Porém, sem prejudicar a obra. Esse método de apresentar a verdade ao povo provém de nosso Deus. Quando se tem de trabalhar em benefício das pessoas, e levar a verdade aos que a desconhecem, a obra não deve ser prejudicada para poupar despesas. {T6 34.1}

Nossas reuniões campais devem ser conduzidas de modo a se obter o maior benefício possível. Seja a verdade adequadamente apresentada e representada por aqueles que nela crêem. Ela é luz, a luz do Céu que o mundo necessita, e tudo aquilo que manifesta o Senhor Jesus Cristo é luz. {T6 34.2}

Uma lição prática

Toda reunião campal deveria ser uma lição prática de asseio, ordem e bom gosto. Temos de prestar atenção à economia e evitar desperdício; entretanto, tudo que se relacione com os terrenos deve ser feito com capricho e bem arrumado. A apresentação do local deve ser atrativa. E em todo o nosso trabalho deveríamos apresentar disciplina de organização e ordem. {T6 34.3}

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Tudo deve ser arranjado de modo a impressionar tanto o nosso próprio povo quanto o mundo com a santidade e importância da obra de Deus. As regras observadas no acampamento dos israelitas são um exemplo para nós. Foi Cristo quem concedeu aquelas instruções especiais a Israel, e Ele pretende que elas se apliquem também a nós, os que vivemos nos dias finais do mundo. Devemos estudar cuidadosamente as especificações da Palavra de Deus e pôr em prática essas orientações como sendo a vontade de Deus. Que tudo o que se relaciona com o acampamento seja puro, saudável e limpo. Especial atenção deve ser dada às instalações sanitárias, e homens de são juízo e discernimento devem verificar que não haja qualquer tipo de contaminação ou disseminação de doenças e morte em parte alguma do acampamento. {T6 34.4}

As barracas devem ser fixadas com segurança e, sempre que houver risco de chuva, devem ser abertas valas ao redor das mesmas. Que isso não seja de modo algum negligenciado. Doenças sérias e mesmo fatais têm sido contraídas pela falta dessa precaução. {T6 35.1}

Devemos sentir que somos os representantes de verdades de origem celestial. Temos de apresentar louvores Àquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Mantenhamos sempre em mente que os anjos de Deus caminham pelo acampamento, contemplando a ordem e arranjos de cada barraca. Para a multidão de pessoas que comparece ao acampamento, todos os arranjos constituem ilustração das crenças e princípios do povo que lidera as reuniões. Devem, pois, constituir a melhor ilustração possível. Todas as cercanias devem representar uma lição. Especialmente as barracas das famílias, com seu bom gosto e ordem, devem prover um lampejo da vida doméstica, sendo um constante sermão quanto aos hábitos, costumes e práticas dos adventistas do sétimo dia. {T6 35.2}

Garantindo a participação

Enquanto estávamos preparando uma reunião campal próximo de uma grande cidade onde nosso povo era pouco conhecido, pareceu-me, uma noite, achar-me numa comissão de preparo da referida reunião. Foi proposto que se fizessem grandes esforços, e se incorresse em grandes despesas para distribuir estudos e outros impressos. Estavam-se tomando providências para a execução desse plano, quando Alguém que é sábio em conselhos, disse: {T6 35.3}

“É melhor armar as tendas, começar as reuniões, então fazer propaganda, e mais será conseguido. A verdade falada pelo pregador vivo terá maior influência do que quando anunciada nos jornais. Mas ambos os métodos unidos terão ainda mais força. {T6 36.1}

“Não é o melhor plano manter uma determinada maneira de trabalhar, ano após ano. É preciso mudar a ordem das coisas. Concedendo tempo e oportunidade, Satanás se prepara para reunir suas forças, e trabalhará para destruir toda alma que seja possível. {T6 36.2}

“Não se deve despertar a oposição antes de o povo ter oportunidade para ouvir a verdade, e saber a que estão fazendo oposição. Sejam reservados meios para fazer uma vigorosa obra depois da reunião, de preferência a fazê-la antes. Se for possível conseguir um prelo que funcione durante a reunião, imprimindo folhetos, notícias e jornais para serem distribuídos, isso terá considerável influência.” {T6 36.3}

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Em algumas de nossas reuniões campais, grandes grupos de obreiros se têm organizado para sair pela cidade e seus subúrbios distribuindo literatura e convidando o povo para as reuniões. Por esse meio tem se conseguido centenas de pessoas como assistência regular durante a última metade das reuniões; pessoas que, de outro modo, mal teriam pensado a respeito delas. {T6 36.4}

Precisamos empregar todo meio razoável de levar a luz ao povo. Que a impressora seja usada, e que se utilizem todos os meios de publicidade para chamar a atenção quanto ao trabalho. Isso não deve ser considerado como não essencial. Em cada esquina vêem-se cartazes e placas anunciando o que está ocorrendo, de várias formas, algumas das quais são do mais objetável caráter. Deveriam aqueles que possuem a luz da vida satisfazer-se com débeis esforços quanto a chamar a atenção das massas para a verdade? {T6 36.5}

Os interessados na verdade têm de enfrentar os enganos e falsas apresentações dos ministros populares, e não sabem como reagir a essas coisas. A verdade apresentada pelo pregador vivo deve ser publicada na maneira mais condensada possível, e amplamente disseminada. Na medida do possível, publiquem-se nos jornais as importantes palestras proferidas em nossas reuniões campais. Assim, a verdade que foi apresentada a um limitado número, terá acesso a muitas mentes. E em casos em que tenha havido desfiguração da verdade, o povo terá oportunidade de saber exatamente o que o pastor disse. {T6 37.1}

Coloque sua luz num ponto bem alto, para que possa iluminar a todos os que estão na casa. Se a verdade nos foi dada, devemos torná-la tão clara aos outros, que os sinceros de coração possam reconhecê-la e alegrar-se em seus brilhantes raios. {T6 37.2}

Natanael orou para que pudesse saber se a Pessoa anunciada por João Batista como sendo o Messias, era de facto o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Enquanto depositava suas perplexidades diante de Deus e suplicava por luz, Filipe o chamou e, em sinceros e jubilosos tons, exclamou: “Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.” João 1:45. {T6 37.3}

Ocorre que Natanael tinha preconceitos contra o Nazareno. Através de falsos ensinamentos, a descrença ergueu-se em seu coração, e ele perguntou: “De Nazaré pode sair alguma cousa boa?” Filipe não tentou combater o preconceito e descrença do amigo. Apenas disse: “Vem e vê.” João 1:46. Isto foi sábio, pois tão logo Natanael viu a Jesus, convenceu-se de que Filipe estava certo. Sua descrença desapareceu, e a fé firme, forte e repousante tomou conta de sua alma. Jesus elogiou a confiante fé de Natanael. {T6 37.4}

Existem muitos na condição de Natanael. Nutrem o preconceito e a descrença porque nunca entraram em contato com as verdades especiais para estes últimos dias, ou com o povo que as sustenta; não lhes será necessário mais do que assistir a uma reunião plena do Espírito de Cristo para que desapareça sua incredulidade. Não importa o que tenhamos de enfrentar, quanta oposição, quantos esforços para afastar as pessoas da verdade de origem celeste, temos de dar publicidade a nossa fé, para que pessoas sinceras possam ver, ouvir e convencer-se por si mesmas. Nosso trabalho é dizer, tal como fez Filipe: “Vem e vê.” João 1:46. {T6 38.1}

Não sustentamos doutrina alguma que desejemos esconder. Para aqueles que foram ensinados a guardar o primeiro dia da semana como sendo sagrado, o aspecto mais objetável de nossa fé é o sábado do quarto mandamento. Por acaso não declara a Palavra __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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de Deus que o sétimo dia é o sábado do Senhor? Sim, essa não é uma questão fácil, mudar do primeiro para o sétimo dia da semana como dia de guarda. Envolve uma cruz. Colide frontalmente com os preceitos e práticas dos homens. Pessoas eruditas têm ensinado ao povo a tradição, até que este se tenha enchido de descrença e preconceito. Ainda assim, precisamos dizer a tais pessoas: “Vem e vê.” Deus requer que proclamemos a verdade, e que ela ponha a descoberto o erro. {T6 38.2}

A participação dos membros da igreja

É importante que os membros de nossas igrejas assistam às reuniões campais. Os inimigos da verdade são muitos; e como pequeno é o nosso número, cumpre-nos apresentar uma frente tão forte quanto possível. Individualmente, necessitamos dos benefícios da reunião, e Deus vos convida a ser os primeiros nas fileiras da verdade. {T6 38.3}

Dirão alguns: “É caro viajar, e nos seria preferível economizar o dinheiro e dá-lo para o avanço da obra onde é tão necessário.” Não se deve raciocinar assim; Deus nos chama a ocupar o lugar que nos pertence nas fileiras de Seu povo. Tanto quanto for possível, é necessário fortalecer a reunião estando presente, nós e nossa família. Façamos um esforço extraordinário para assistir à reunião do povo de Deus. {T6 39.1}

Irmãos e irmãs, é muito melhor deixar que os negócios sofram um pouco do que perder o ensejo de ouvir a mensagem de Deus. Nenhuma desculpa deve nos impedir de obter toda vantagem espiritual possível. Necessitamos de todo raio de luz. Precisamos nos habilitar para dar a razão da esperança que há em nós, com mansidão e temor. Não se pode perder um privilégio assim. {T6 39.2}

No passado o Senhor instruiu Seu povo a se reunir três vezes por ano para tributar-Lhe culto. A essas santas convocações ia o povo de Israel, levando dízimos, ofertas pelo pecado e ofertas de gratidão à casa do Senhor. Encontravam-se para contar as misericórdias de Deus, tornar conhecidas as Suas maravilhosas obras e dar louvores e ações de graças ao Seu nome. E deviam unir-se no serviço sacrifical que apontava a Cristo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Assim seriam eles ser preservados do poder corruptor do mundanismo e da idolatria. A fé, o amor e a gratidão deviam ser mantidos vivos no coração deles e, por meio de sua associação nessa sagrada adoração, deviam ser mais estreitamente ligados a Deus e uns aos outros. {T6 39.3}

Nos dias de Cristo, essas festas eram assistidas por vastas multidões vindas de todas as terras; e, houvessem elas sido conservadas como era intenção do Senhor, no espírito do verdadeiro culto, a luz da verdade poderia ter sido comunicada por meio deles a todas as nações do mundo. {T6 39.4}

Para os que moravam distante do tabernáculo, mais de um mês de cada ano era gasto para assistir a essas santas convocações. O Senhor viu que essas reuniões eram necessárias à vida espiritual de Seu povo. Precisavam desviar-se de seus cuidados terrenos para comungar com Deus, e contemplar as realidades invisíveis. {T6 40.1}

Se os filhos de Israel necessitavam dessas santas convocações em seu tempo, quanto mais as necessitamos nós nesses dias finais de perigo e conflito! E se o povo do mundo então precisava da luz que Deus confiara a Sua igreja, quanto mais dela necessitarão agora! {T6 40.2}__________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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O tempo atual é de molde a todos irem em socorro do Senhor, em socorro do Senhor contra os poderosos. Avigoram-se as forças do inimigo, e, como um povo, somos falsamente apresentados. Desejamos que o povo se relacione com nossas doutrinas e obra. Queremos que saibam o que somos e o que cremos. Precisamos abrir caminho até o coração deles. Que o exército do Senhor se ache em campo a fim de representar a obra e a causa de Deus. Não há desculpa. O Senhor necessita de nós. Ele não faz Sua obra sem a cooperação do instrumento humano. Frequentemos as reuniões campais, ainda que isso nos custe algum sacrifício. E vamos dispostos a trabalhar. Além disso, devemos fazer todo esforço para levar os amigos, não em nosso lugar, mas connosco, para estarem ao lado do Senhor e obedecer-Lhe os mandamentos. Precisamos ajudar os que mostram interesse em ir, dando-lhes, se necessário, comida e alojamento. Os anjos comissionados a ministrar aos herdeiros da salvação, nos farão companhia. Deus fará grandes coisas por Seu povo. Abençoará todo esforço para honrar-Lhe a causa e promover o avanço de Sua obra. {T6 40.3}

O preparo do coração

Precisamos lembrar que, nessas reuniões, há duas forças em operação. Uma batalha invisível a olhos humanos está sendo travada. Está em campo o exército do Senhor, buscando salvar almas. Satanás e suas legiões também estão em atividade, buscando por todos os meios possíveis enganar e destruir. O Senhor ordena-nos: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Efésios 6:11, 12. Dia a dia prossegue a batalha. Se nossos olhos pudessem abrir para ver em operação os instrumentos bons e os maus, não haveria frivolidade e vaidade, nem gracejos e brincadeiras. Se todos se revestissem de toda a armadura de Deus e combatessem corajosamente as batalhas do Senhor, obter-se-iam vitórias que fariam tremer o reino das trevas. {T6 40.4}

Nenhum de nós deve ir à reunião campal confiando nos pastores ou nos obreiros bíblicos para torná-la uma bênção para nós. Deus não quer que Seu povo dependa inteiramente dos pastores. Não quer que se enfraqueçam dependendo do auxílio de criaturas humanas. Não devem, como crianças impotentes, apoiar-se em outros. Como despenseiro da graça de Deus, todo membro de igreja deve sentir sua responsabilidade individual de ter vida e raiz em si mesmo. Cada um deve sentir que, em certa medida, o êxito da reunião depende dele. Não é correto dizer: “Não sou responsável. Nada terei a fazer nessa reunião.” Quem se sente assim está dando a Satanás oportunidade de operar por seu intermédio. Ele vai encher sua mente com maus pensamentos, dando-lhe alguma coisa para fazer em suas fileiras. Em vez de somar com Cristo, você estará dividindo. {T6 41.1}

O êxito da reunião depende da presença e do poder do Espírito Santo. Todo o que ama a causa da verdade, deve orar pelo derramamento do Espírito. E o quanto estiver em nosso alcance, cumpre-nos remover todo obstáculo a Sua atuação. O Espírito jamais poderá ser derramado enquanto os membros da igreja nutrirem desarmonia e amargura uns contra os outros. Inveja, ciúmes, ruins suspeitas e maledicências, são coisas de Satanás, e barram __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

Lição 10 Alcançando as almas Pág. 18__________________________________________________________________________________________________________________

eficazmente o caminho à operação do Espírito Santo. Coisa alguma neste mundo é tão preciosa para Deus como Sua igreja. Coisa alguma é por Ele guardada com tão cioso cuidado. Coisa alguma ofende tanto ao Senhor como um acto que prejudique os que Lhe estão fazendo o serviço. Ele chamará a contas todos quantos ajudam Satanás em sua obra de criticar e desanimar. {T6 41.2}

Os que são destituídos de compaixão, ternura e amor, não podem fazer a obra de Cristo. Antes de se poder cumprir a profecia: O fraco será “como Davi”, e a casa de Davi “como o anjo do Senhor” (Zacarias 12:8), os filhos de Deus precisam afastar todo pensamento de suspeita com referência a seus irmãos. Os corações devem bater em uníssono. A beneficência cristã e o amor fraternal devem ser manifestados muito mais abundantemente. Soam aos meus ouvidos as palavras: “União, união!” A solene e sagrada verdade para este tempo deve unificar o povo de Deus. Importa que morra o desejo de supremacia. Todos os outros objetos de interesse devem ser absorvidos por um único: quem se assemelhará mais a Cristo no caráter? Quem esconderá mais completamente em Cristo o próprio eu? {T6 42.1}

“Nisto é glorificado Meu Pai”, diz Cristo, “em que deis muito fruto.” João 15:8. Se há um lugar em que os crentes devam dar muito fruto, é em nossas reuniões campais. Nessas reuniões são observados nossos actos, nossas palavras e o espírito que mostramos, e nossa influência é de tão vasto alcance como a eternidade. {T6 42.2}

A transformação do caráter deve ser perante o mundo, o testemunho do amor de Cristo no coração. O Senhor espera que Seu povo manifeste que o poder redentor da graça pode operar sobre o caráter faltoso, e fazer com que ele se desenvolva em simetria, sendo abundantemente frutífero. {T6 42.3}

A fim de cumprirmos os desígnios de Deus, porém, há uma obra preparatória a fazer. O Senhor nos pede que esvaziemos o coração do egoísmo que é a raiz de toda alienação. Ele anseia derramar sobre nós Seu Santo Espírito em fartas medidas, e que aplainemos o caminho mediante a renúncia. Quando o próprio eu for entregue a Deus, nossos olhos serão abertos para ver as pedras de tropeço que nossa dessemelhança com Cristo tem posto no caminho dos outros. Tudo isso Deus nos manda remover. Diz Ele: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis.” Tiago 5:16. Então poderemos ter a certeza experimentada por Davi quando, depois de confessar o seu pecado, orou: “Torna a dar-me a alegria da Tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores a Ti se converterão.” Salmos 51:12, 13. {T6 43.1}

Quando a graça de Deus reinar no interior, a alma será circundada por uma atmosfera de fé, ânimo e amor cristão, atmosfera revigoradora para a vida espiritual de todos os que a respiram. Então podemos ir à reunião campal, não somente para receber, mas para comunicar. Todo aquele que é participante do amor perdoador de Cristo, todo o que foi esclarecido pelo Espírito de Deus e convertido à verdade, por essas preciosas bênçãos sentir-se-á devedor a toda alma com quem se põe em contato. Os que são humildes de coração serão usados pelo Senhor para alcançar almas de quem o pastor ordenado não se pode aproximar. Serão impulsionados a proferir palavras que revelam a salvadora graça de Cristo. {T6 43.2}

E, beneficiando aos outros, serão eles próprios abençoados. Deus nos dá oportunidade de comunicar graça, para que nos possa encher novamente de mais graça. A esperança e a __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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fé se robustecerão à medida que o instrumento de Deus opera com os talentos e os recursos fornecidos por Ele. Terá um agente divino a cooperar com ele. {T6 43.3}

Assuntos comerciais

Nossas reuniões campais devem, o quanto possível, ser dedicadas a interesses espirituais. Não se devem tornar ocasião para efetuar reuniões de comissões. Reúnem-se obreiros de todas as partes do campo, e parece uma ocasião favorável para considerar assuntos de negócios relacionados com os vários ramos da obra, e para o preparo de obreiros nos vários ramos também. {T6 44.1}

Todos esses interesses são importantes, mas quando são considerados numa reunião campal, pouca é a oportunidade que resta para tratar das relações práticas da verdade para com as pessoas. Os pastores são distraídos de sua obra de edificar os filhos de Deus na santíssima fé, e a reunião campal não preenche o fim a que se designava. {T6 44.2}

Em muitas dessas reuniões a maior parte do povo não tem interesse; e se pudessem assistir a todas, retirar-se-iam cansados, em lugar de ter recebido refrigério e benefício. Muitos ficam decepcionados por falhar sua esperança de receber auxílio da reunião campal. Os que vieram em busca de luz e de forças, regressam para casa pouco mais habilitados a trabalhar na família e na igreja, do que o estavam antes de assistirem às reuniões. {T6 44.3}

Os assuntos administrativos devem ser tratados pelos que são especialmente designados para isso. E, o quanto possível, devem ser apresentados ao povo em outras ocasiões, e não nas reuniões campais. Instruções relativas à colportagem, à obra da Escola Sabatina e às minúcias do trabalho missionário devem ser dadas nas igrejas locais, ou em reuniões especialmente designadas. O mesmo quanto às classes culinárias. Se bem que essas sejam boas em seu devido lugar, não devem ocupar o tempo de nossas reuniões campais. {T6 44.4}

Os presidentes de Associação e os pastores devem dedicar-se aos interesses espirituais do povo, e portanto serem dispensados do trabalho mecânico que acompanha as reuniões. Os pastores devem estar prontos para agir como mestres e guias na obra do acampamento, quando a ocasião o exija, mas não ser levados ao ponto de exaustão. Devem sentir-se refrigerados, em animada disposição de espírito, pois isto é essencial ao máximo benefício da reunião. Devem ser capazes de proferir palavras de ânimo e coragem, e lançar sementes de verdade espiritual no solo dos corações sinceros, de modo a brotar e produzir precioso fruto. {T6 45.1}

Os pastores devem ensinar o povo a se aproximar do Senhor e a conduzir outros a Ele. Devem-se adotar métodos, delinear planos pelos quais a norma seja elevada, e o povo seja ensinado quanto ao modo como conseguir purificar-se da iniquidade e elevar-se pela adesão aos princípios puros e santos. {T6 45.2}

Deve haver tempo para exame do coração, para a cultura do espírito. Quando a mente está ocupada com assuntos de negócios deve haver necessariamente carência de poder espiritual. A piedade pessoal, a fé genuína e a santidade do coração devem ser conservadas diante do espírito até que o povo compreenda sua importância. {T6 45.3}

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Precisamos possuir o poder de Deus em nossas reuniões campais, do contrário não nos será possível prevalecer sobre o inimigo das almas. Cristo diz: “Sem Mim, nada podeis fazer.” {T6 45.4}

Os que se ajuntam nessas reuniões campais devem ser impressionados com o facto de que o objetivo das mesmas é atingir a experiência cristã mais elevada, crescer no conhecimento de Deus, fortalecer-se com vigor espiritual; e a menos que compreendamos isso, as reuniões serão infrutíferas. {T6 45.5}

Auxílio ministerial

Nas reuniões campais ou conferências em tendas, junto ou próximo às grandes cidades, deve existir abundante auxílio ministerial. Em todas as nossas reuniões campais a força ministerial deve ser a máxima possível. Não é sábio lançar contínua carga sobre um ou dois homens. Sobrecarregados, eles se tornam física e mentalmente exaustos, e assim se incapacitam para a obra a eles designada. Para que possam dispor de forças necessárias para as reuniões, os ministros devem fazer arranjos antecipados para que seu campo de trabalho fique sob o cuidado de pessoas responsáveis que, embora não sendo talvez aptas a pregar, possam levar avante a obra de casa em casa. Em Deus muitos poderão agir valorosamente, e seus esforços redundarão em resultados cuja riqueza os surpreenderá. {T6 46.1}

Em nossos grandes encontros se fazem necessários muitos dons. Novos talentos devem ser trazidos à obra. O Espírito Santo deve ter a oportunidade de operar na mente. Então a verdade será apresentada com solidez e poder. {T6 46.2}

Ao dirigir os importantes interesses das reuniões próximo de uma grande cidade, é essencial a cooperação de todos os obreiros. Devem eles manter-se na própria atmosfera das reuniões, travando conhecimento com as pessoas ao entrarem e saírem, mostrando-lhes a máxima cortesia, bondade e terna consideração. Devem estar dispostos a falar-lhes em tempo e fora de tempo, espreitando a ocasião de ganhar seu coração. Que os obreiros de Cristo mostrem a metade da vigilância que manifesta Satanás, que está sempre nas pegadas dos seres humanos, sempre bem alerta, pronto para armar alguma armadilha ou laço para a sua destruição. {T6 46.3}

Que cada dia seja considerado o mais importante para o trabalho. Esse dia ou noite pode representar a única oportunidade que alguém terá para ouvir a mensagem de advertência. Mantenha isso sempre em mente. {T6 46.4}

Quando os ministros permitem ser afastados de seu trabalho para visitar as igrejas, não apenas esgotam suas forças físicas, como ainda roubam a si próprios do tempo necessário ao estudo, oração e meditação diante de Deus. Assim se inabilitam para realizar a obra quando e onde ela deveria ser feita. {T6 47.1}

Coisa alguma é mais necessária na obra do que os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar por nossa vida diária que temos paz e descanso em Deus. Sua paz no coração irá refletir-se no semblante. Dará à voz um poder persuasivo. A comunhão com Deus comunicará elevação moral ao caráter e a todo procedimento. Os homens observarão, como no caso dos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Isso comunicará aos trabalhos do pastor um poder ainda maior do que o que provém da influência de sua pregação. Desse poder não deve ele permitir que seja privado. A __________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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comunhão com Deus mediante a oração e o estudo de Sua Palavra não deve ser negligenciada, pois aí é que está a fonte de seu poder. Nenhuma atividade em prol da igreja deve ter precedência em relação a isso. {T6 47.2}

Temos uma concepção demasiado pequena de Deus e das realidades eternas. Se os homens andarem com Deus, Ele os esconderá na fenda da Rocha. Assim ocultos, poderão eles ver a Deus, tal como ocorreu com Moisés. Com o poder e a luz que Deus outorga, eles compreenderão melhor e realizarão mais do que alguma vez haviam imaginado ser possível. {T6 47.3}

Maior habilidade, tato e sabedoria são necessários na apresentação da Palavra e na alimentação do rebanho de Deus do que muitos supõem. Uma apresentação árida e sem vida da verdade deprecia a mais sagrada mensagem conferida por Deus aos homens. {T6 47.4}

Aqueles que ensinam a Palavra precisam viver cada hora em consciente e viva comunhão com Deus. Os princípios da verdade, da justiça e da misericórdia necessitam estar dentro deles. Devem abeberar-se da Fonte de toda sabedoria moral e poder intelectual. Seu coração necessita estar vivo sob as profundas impressões do Espírito de Deus. {T6 48.1}

A fonte de todo poder é ilimitada; se os irmãos, em sua grande necessidade, procurarem que o Espírito Santo trabalhe em sua própria alma, se entrarem em reclusão com Deus, assegurem-se de que não comparecerão diante do povo com a alma árida e sem ânimo. Ao orarem mais e contemplarem a Jesus, vocês deixarão de exaltar o eu. Se, pacientemente, exercitarem a fé, confiando implicitamente em Deus, reconhecerão a voz de Jesus dizendo: “Subi para aqui.” Apocalipse 11:12. {T6 48.2}

Todos devem ser obreiros

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Efésios 4:11-13. {T6 48.3}

Esse texto apresenta um vasto programa de trabalho, que deve ser trazido às nossas reuniões campais. Todos esses dons precisam ser exercitados. Todo obreiro fiel ministrará com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. {T6 48.4}

Os que estão se preparando para qualquer ramo da obra devem aproveitar toda oportunidade de trabalhar na reunião campal. Onde quer que se realizem essas reuniões, os rapazes que receberam preparo em assuntos médicos devem sentir que é seu dever desempenhar sua parte. Devem ser animados a não somente agir como médicos,

mas também a falar sobre os pontos da verdade presente, dando a razão de sermos adventistas do sétimo dia. Esses jovens, uma vez que lhes seja facultada a oportunidade de trabalhar com pastores mais experientes, terão muito proveito e bênçãos. {T6 49.0}

Há para cada um alguma coisa a fazer. Toda pessoa que crê na verdade deve permanecer em seu lugar, dizendo: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías 6:8. Ao se envolverem no trabalho durante a reunião campal, todos podem aprender como atuar com êxito na igreja local. {T6 49.1}__________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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Quando devidamente dirigidas, as reuniões campais são uma escola em que pastores, anciãos e diáconos podem aprender a fazer trabalho mais perfeito para o Mestre. Elas devem ser uma escola onde os membros da igreja, adultos e jovens, tenham oportunidade de aprender mais perfeitamente o caminho do Senhor, onde os crentes possam receber um preparo que os auxilie a ajudar outros. {T6 49.2}

Os pais que comparecem à reunião campal deveriam prestar especial atenção às lições que são administradas para sua orientação. A seguir, na vida doméstica, por preceito e exemplo, compartilhem eles essas lições com os filhos. Ao lutarem assim para salvar seus filhos das influências corruptoras do mundo, observarão melhoras em sua família. {T6 49.3}

O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros de nossas igrejas, não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que cada um receba algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para Ele. Que a todos seja ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-conversos devem ser treinados como colaboradores de Deus. Se postos a trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se tornarão fortes; os ignorantes, inteligentes; assim todos se prepararão para apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele. {T6 49.4}

Oração e aconselhamento

Aqueles que atuam nas reuniões campais deveriam unir-se frequentemente em oração e aconselhamento, para que possam agir inteligentemente. Nessas reuniões há muitas coisas a demandarem atenção. Contudo, devem os ministros tomar tempo diariamente, reunindo-se a fim de orar e tomar conselho entre si. Devem certificar-se de que tudo está sendo conduzido corretamente, ou, conforme as palavras que me foram ditas, “vocês devem estar em pé, ombro a ombro, marchando em linha reta, ninguém se afastando.” Quando a obra é conduzida dessa forma, existe unidade de coração, logo haverá também harmonia de ação. Será esse um meio maravilhoso de trazer a bênção de Deus sobre o povo. {T6 50.1}

Antes de proferirem um sermão, devem os ministros reservar tempo para buscar em Deus sabedoria e poder. Em tempos passados muitas vezes os ministros se afastavam para orar juntos, e não interrompiam as preces até que o Espírito de Deus respondesse as preces. Retornavam então do lugar de oração com a face iluminada; ao falarem à congregação, suas palavras possuíam poder. Atingiam o coração das pessoas, porque o Espírito que lhes outorgava as bênçãos, preparava também os corações para o recebimento da mensagem. Existe muito mais do que aquilo que reconhecemos, sendo feito pelo universo celestial na preparação do caminho para a conversão das pessoas. Devemos agir em harmonia com os mensageiros do Céu. Desejamos mais de Deus; não devemos imaginar que nossas palestras e sermões sejam capazes de realizar a obra. A menos que as pessoas sejam alcançadas através de Deus, jamais serão alcançadas. Temos de depender unicamente de Deus, reclamando Sua promessa: “E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zacarias 4:6. {T6 50.2}

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Quando aqueles aos quais Deus confiou responsabilidades como líderes temerem e tremerem diante dEle por causa da responsabilidade do trabalho; quando sentirem a própria indignidade, e buscarem humildemente ao Senhor; quando se purificarem de tudo aquilo que Lhe desagrada; quando suplicarem diante dEle até saberem que receberam perdão e paz, então Deus Se manifestará por intermédio deles. Então o trabalho avançará com poder. {T6 51.1}

Meus coobreiros, precisamos ter a Jesus, o precioso Jesus, habitando em nosso coração muito mais plenamente, se quisermos obter sucesso em apresentá-lO ao povo. Achamo-nos em grande necessidade da influência celestial, do Espírito Santo de Deus, para conceder poder e eficiência a nossa obra. Necessitamos abrir o coração a Cristo. Precisamos de mais firme fé e mais fervente devoção. Temos de morrer para o eu, acariciando na mente e no coração um amor adorável por nosso Salvador. Quando buscarmos ao Senhor de todo o coração, vamos encontrá-lO, e nosso coração transbordará de Seu amor. O eu será afogado em sua insignificância e Jesus será tudo para a alma. {T6 51.2}

Cristo apresenta a nós, os sedentos, a água da vida, para que bebamos livremente; ao fazê-lo, teremos a Cristo dentro de nós, como fonte de água que salta para a vida eterna. Então nossas palavras serão cheias de umidade. Estaremos preparados para irrigar outros. {T6 51.3}

Temos de aproximar-nos de Deus. Temos de ser Seus coobreiros, caso contrário fraquezas e erros serão percebidos em tudo que empreendermos. Se nos fosse permitido administrar os interesses da causa de Deus segundo nossos próprios caminhos, não haveria razão para se esperar muito; entretanto, se o eu se esconder em Cristo, todo nosso trabalho será forjado em Deus. Tenhamos fé nEle a cada passo. Ao mesmo tempo que reconhecemos nossa fraqueza, não sejamos desprovidos de fé, e sim crentes. {T6 51.4}

Se tomarmos a Deus pela palavra, veremos Sua salvação. O evangelho que apresentamos para a salvação de almas que perecem, deve ser o mesmo evangelho que salva nossa própria vida. Necessitamos receber a Palavra de Deus. Temos de comê-la, temos de vivê-la; é ela a carne e o sangue do Filho de Deus. Precisamos comer Sua carne e beber Seu sangue — receber pela fé os Seus atributos espirituais. {T6 52.1}

Devemos receber luz e bênção para termos algo a compartilhar. É privilégio de cada obreiro, andar em primeiro lugar com Deus no lugar secreto da oração, e então falar às pessoas como porta-voz de Deus. Homens e mulheres que comungam com Deus, que têm a Cristo habitando dentro de si, tornam sagrada a própria atmosfera, pois são cooperadores dos anjos. Tal testemunho é necessário neste tempo. Necessitamos do poder enternecedor de Deus, do poder que conduz a Cristo. {T6 52.2}

Necessidades da igreja

Muitos chegam às reuniões campais com o coração cheio de murmuração e queixa. Por intermédio da obra do Espírito Santo, devem estes ser levados a compreender que suas murmurações constituem ofensa a Deus. Devem ser levados a reprovar a si próprios, pois permitiram ao inimigo exercer controle sobre sua mente e julgamento. As queixas devem converter-se em arrependimento, a incerteza e abatimento em sincera indagação: “De que modo poderei adquirir fé genuína?” {T6 52.3}__________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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Quando o homem é participante da natureza divina, o amor de Cristo é um princípio permanente na alma, e o próprio eu e suas peculiaridades não serão exibidos. Contudo, é triste ver os que deveriam ser vasos de honra, manifestarem indulgência na gratificação da natureza inferior, andando em caminhos que a consciência condena. Homens que professam ser seguidores de Cristo descem a um baixo nível, sempre lamentando suas limitações, mas jamais sobrepujando a Satanás e calcando-o debaixo dos pés. Culpa e condenação constantemente sobrecarregam a alma, e o clamor destes bem pode ser: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7:24. Pela condescendência com o pecado é destruído o respeito próprio; e uma vez ausente este, diminui-se o respeito aos outros; concluímos que os outros sejam tão injustos como nós. {T6 52.4}

Em nossas convocações anuais essas coisas devem ser apresentadas ao povo, que deve ser encorajado a buscar em Cristo a libertação do poder do pecado. Ele diz: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós.” Jeremias 29:13, 14. O padrão deve ser elevado, e a pregação deve ser de caráter inteiramente espiritual, para que o povo possa ser levado a ver as razões de sua fraqueza e infelicidade. Muitos se sentem infelizes porque não são santos. Somente a pureza de coração e a inocência de mente podem ser abençoadas por Deus. Quando o pecado é acariciado, terminará por produzir nada além da infelicidade; e o pecado que desemboca na maior infelicidade é o orgulho de coração, a ausência de simpatia e amor cristãos. {T6 53.1}

Como apresentar a mensagem

Em toda parte existem corações clamando pelo Deus vivo. Sermões insuficientes para a alma faminta têm sido apresentados pelas igrejas. Em tais palestras não existe aquela manifestação divina que toca a mente e cria fervor no coração. Os ouvintes não conseguem dizer: “Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?” Lucas 24:32. A maior parte dos ensinos apresentados não possui poder para despertar o pecador ou convencer as pessoas do pecado. As pessoas que vêm ouvir a Palavra necessitam de uma apresentação clara e distinta da verdade. Alguns que uma vez provaram a Palavra de Deus estiveram por longo tempo vivendo numa atmosfera em que não existe Deus, e agora almejam a presença divina. {T6 53.2}

A primeira e mais importante coisa a fazer é abrandar e subjugar a alma, apresentando o nosso Senhor Jesus Cristo como o Salvador que perdoa pecados. Jamais deveria ser pregado um sermão, ou apresentada instrução bíblica sobre qualquer assunto, sem que os ouvintes fossem encaminhados ao “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Toda verdadeira doutrina torna a Cristo o centro, todo preceito recebe força de Suas palavras. {T6 54.1}

Mantenham diante do povo a cruz do Calvário. Mostrem o que causou a morte de Cristo — a transgressão da lei. Não seja encoberto o pecado, ou tratado como coisa de pouca importância. Deve ele ser apresentado como agressão contra o Filho de Deus. Então indiquem Cristo às pessoas, contando-lhes que a imortalidade advirá tão-somente ao O receberem como seu Salvador pessoal. {T6 54.2}__________________________________________________________________________________________________________________Testemunhos para a igreja, vol. 6, pp. 31-57 A reunião campal 3, Dezembro, 2016

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Façam o povo perceber quão longe tem estado das ordenanças do Senhor, ao adotar condutas mundanas e se conformar com princípios mundanos. Isso o tem feito transgredir a lei de Deus. {T6 54.3}

*****Muitos no mundo fixam suas afeições em coisas que, em si mesmas, não são más;

contentam-se, entretanto, com essas coisas, e não buscam o maior e mais elevado bem que Cristo lhes deseja conceder. Não devemos procurar rudemente privar as pessoas das coisas que lhes são preciosas. Revelem a elas a beleza e preciosidade da verdade. Conduzam-nas a contemplarem a Cristo em amabilidade; então elas deixarão tudo aquilo que afastaria dEle as suas afeições. Esse é o princípio pelo qual o Salvador Se relaciona com os homens; é o princípio que deve ser trazido para dentro da igreja. {T6 54.4}

Cristo veio a este mundo “para pregar boas-novas aos mansos; ... a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos.” Isaías 61:1. O Sol da Justiça nascerá “e salvação trará debaixo das suas asas.” Malaquias 4:2. O mundo está repleto de homens e mulheres que carregam um pesado fardo de tristeza, sofrimento e pecado. Deus envia a esses os Seus filhos, para que lhes revelem Aquele que tomará sobre Si o fardo e lhes dará descanso. É a missão dos servos de Cristo ajudar, abençoar e curar. {T6 54.5}

*****O tema favorito de Cristo era o caráter paternal e o abundante amor de Deus. Esse

conhecimento de Deus foi o próprio dom de Cristo aos homens, e esse dom, entregou-o a Seu povo, para que seja comunicado ao mundo. {T6 55.1}

*****Ao apresentarmos ao povo as várias lições e advertências da mensagem especial para o

tempo presente, devemos ter em mente que nem todas são igualmente apropriadas para as congregações que formam as nossas reuniões campais. Mesmo Jesus disse aos discípulos, com os quais estivera durante três anos: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.” João 16:12. Temos de esforçar-nos por apresentar a verdade de um modo que as pessoas estejam preparadas para ouvir e apreciar seu valor. O Espírito de Deus está operando na mente e coração dos homens, e temos de agir em harmonia com isso. {T6 55.2}

Algumas verdades já são do conhecimento das pessoas. Em algumas estão elas interessadas e prontas a aprender mais. Mostrem-lhes o valor dessas verdades, e a relação das mesmas com outras que ainda não são compreendidas. Assim se despertará o desejo de maior luz. Quem assim procede, “maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2:15. {T6 55.3}

*****Seja a verdade para esse tempo apresentada não em longos e elaborados discursos, mas

em pequenas apresentações, diretamente ao ponto. Não pensem que, havendo apresentado uma vez certo ponto, é possível passar logo a outros mais, e que os ouvintes reterão tudo aquilo que foi apresentado. Existe perigo em se passar muito rápido de um ponto a outro. Apresentem lições breves, em linguagem direta e simples, e repitam-nas com frequência. {T6 56.1}

*****

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Não apresentem um sermão logo em seguida ao anterior, mas concedam um período de repouso, para que a verdade seja fixada na mente, e para que tanto os ministros quanto o povo tenham a oportunidade de meditar e orar. Assim as pessoas crescerão no conhecimento e na experiência religiosa. {T6 56.2}

*****Mantenham a mente concentrada nalguns poucos pontos vitais. Não apresentem ideias

sem importância em seus sermões. Deus não quer que vocês imaginem estar sendo impressionados pelo Seu Espírito, se sua mente se afasta do assunto, introduzindo matérias estranhas, que não possuem conexão com o texto em estudo. Ao divagar para longe de linhas retas, apresentando aquilo que desvia a mente do assunto, vocês perdem o ponto de apoio e enfraquecem tudo o que disseram previamente. Ofereçam a seus ouvintes trigo puro, totalmente peneirado. {T6 56.3}

Sejam cuidadosos para nunca perderem o senso da presença do divino Vigia. Lembrem-se de que estão falando não apenas diante de uma assembleia de homens, como também diante de Alguém a quem devem sempre reconhecer. Falem como se todo o universo celestial estivesse diante de vocês. {T6 56.4}

*****Uma noite, antes de uma importante reunião, pareceu-me, enquanto dormia, achar-me

em reunião com os irmãos, escutando a Alguém que falava com autoridade. Disse Ele: “Assistirão a esta reunião muitas pessoas sinceramente ignorantes das verdades que hão de ser apresentadas. Elas ouvirão e ficarão interessadas porque Cristo as está atraindo; a consciência lhes diz que o que ouvem é verdade, pois tem a Bíblia por base. É importante ter o máximo cuidado ao tratar com essas pessoas. {T6 57.1}

“Ofereçam porções da mensagem que elas sejam capazes de apreender e assimilar. Embora possam parecer estranhas e surpreendentes, muitos hão de reconhecer com alegria que se projeta através da Palavra de Deus uma nova luz; ao passo que, se novas verdades forem apresentadas de uma só vez, essas pessoas terão dificuldade para compreendê-las, correndo o risco de se afastarem e nunca mais voltar. Alguns interessados, na tentativa de partilhar as novidades, poderão distorcer o que ouviram. Outros poderão modificar as Escrituras ao ponto de deixar confusa a cabeça de quem os ouve. {T6 57.2}

“Aqueles que estudarem os métodos da didática de Cristo e se educarem em seguir Sua orientação, atrairão grande número de pessoas, mantendo o interesse dos ouvintes como Cristo fez no passado. Em cada reunião, Satanás se achará no acampamento a fim de lançar sua sombra infernal entre o homem e Deus, para interceptar cada raio de luz que possa brilhar na alma. Mas, quando a verdade em seu caráter prático for insistentemente apresentada ao povo com amor, muitos se convencerão, porque o Espírito Santo de Deus impressionará os corações. {T6 57.3}

“Revestir-se de humildade e orar para que os anjos de Deus estejam estreitamente unidos com você para impressionar a mente do povo; pois não é você que dirige o Espírito Santo, mas é ao Espírito Santo que compete dirigir você. É o Espírito Santo que torna a verdade admirável. Mantenha a verdade prática sempre perante o povo.” {T6 57.4}

Não saliente os aspectos da verdade que são uma reprovação dos costumes e práticas do povo enquanto eles não tiverem ocasião de saber que acreditamos em Cristo, em Sua divindade e preexistência. Insistamos no testemunho do Redentor do mundo. Ele diz: “Eu,

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Lição 10 Alcançando as almas Pág. 27__________________________________________________________________________________________________________________

Jesus, enviei o Meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas.” Apocalipse 22:16. {T6 58.1}

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