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ORATÓRIA A oratória trata-se de um método de discurso. A arte de como falar em público. É um conjunto de regras e técnicas que permitem apurar as qualidades pessoais de quem se destina a falar em público. Na Grécia Antiga, e mesmo em Roma, a oratória era estudada como componente da retórica (ou seja, composição e apresentação de discursos), e era considerada uma importante habilidade na vida pública e privada. Aristóteles e Quintiliano estão entre os mais conhecidos autores sobre o tema na antiguidade. A Oratória surge por uma necessidade do homem de se expressar bem e fazer-se compreender, ou seja, é um conjunto de regras que constituem a arte do bem falar. E a capacidade de se comunicar bem é também uma exigência de mercado, que procura pessoas com qualificações profissionais, competências multifuncionais e várias disponibilidades. Estas definições clássicas de oratória não mudaram. A oratória continua sendo a forma mais elevada de comunicação, uma arte mediante, a qual se influi de modo positivo sobre a natureza humana. A oratória é "uma forma de discurso cuidadosamente preparado e expresso com dignidade e eloquência, com a finalidade de satisfazer a mente e inspirar o coração para levar a fé e a ação". A Oratória não é um dom, se aprende! 1. MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

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ORATÓRIA

A oratória trata-se de um método de discurso. A arte de como falar em público. É um conjunto de regras e técnicas que permitem apurar as qualidades pessoais de quem se destina a falar em público.

Na Grécia Antiga, e mesmo em Roma, a oratória era estudada como componente da retórica (ou seja, composição e apresentação de discursos), e era considerada uma importante habilidade na vida pública e privada. Aristóteles e Quintiliano estão entre os mais conhecidos autores sobre o tema na antiguidade.

A Oratória surge por uma necessidade do homem de se expressar bem e fazer-se compreender, ou seja, é um conjunto de regras que constituem a arte do bem falar. E a capacidade de se comunicar bem é também uma exigência de mercado, que procura pessoas com qualificações profissionais, competências multifuncionais e várias disponibilidades.

Estas definições clássicas de oratória não mudaram. A oratória continua sendo a forma mais elevada de comunicação, uma arte mediante, a qual se influi de modo positivo sobre a natureza humana.

A oratória é "uma forma de discurso cuidadosamente preparado e expresso com dignidade e eloquência, com a finalidade de satisfazer a mente e inspirar o coração para levar a fé e a ação".

A Oratória não é um dom, se aprende!

1. MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

O medo é uma característica humana e é visto dentro da Oratória como a principal emoção a dificultar o pronunciamento do discurso, impedindo que o orador se exponha publicamente.

Carnegie (1999) aponta que o medo é o que derrota as pessoas em suas expectativas, o autor afirma ser um sentimento que demonstra o desejo de fugir de algo que produza danos, sendo um surto de ação destinado a evitar a dor – um mecanismo de defesa.

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Um estudo realizado nos EUA, por Thonssen & Gilkinson citado por Carvalho (2004) aponta que os sintomas do medo são: nervosismo antes de se levantar para falar; dificuldade em procurar com calma as palavras; voz estranha; tremor nas pernas; falta de ar; e o embaralhar das palavras pelo medo do esquecimento.

Você tem horror de falar em público?

Se a resposta é sim, fique calmo. Você está na companhia de quase toda a humanidade.

Pesquisa feita pelo jornal inglês Sunday Times com 3.000 americanos. A pergunta era: qual o seu pior medo? As respostas:

41% disseram que era falar em público

32% têm mais medo de altura

22% de insetos

22% de ter problemas financeiros

19% de doença

19% da morte

O Medo é motivado por:

Perfeccionismo;

Autoimagem negativa;

Autocrítica excessiva;

Barreiras verbais e não-verbais;

Sensação de ridículo;

Instabilidade emocional;

Cobranças externas;

Experiências anteriores frustrantes;

Medo de assumir a responsabilidade do sucesso;

Falta de conhecimento, habilidade e atitude inerente à comunicação eficaz; e

Não estar acostumado a falar em público.

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Resulta no monólogo Negativo:

Sou um desastre quando estou lá na frente;

Fico vermelho como um pimentão;

E se as pessoas rirem de mim?;

Detesto falar, prefiro ouvir;

Fico quieto e assim não incomodo ninguém;

Não gosto da minha imagem;

Não tenho talento para isso;

Vou falar o quê?;

Discurso só é bom para os políticos;

Falo bem para duas ou três pessoas, no máximo; e

Muita gente me apavora.

1.1COMO SUPERAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Não existe fórmula milagrosa para “vencer” o medo, mas uma série de recomendações que em conjunto o ajudarão neste sentido:

Domine o assunto sobre o qual irá falar;

Pratique, pratique e pratique o que vai falar. Treine em voz alta;

Canalize a energia do Nervosismo para o entusiasmo;

Seja breve;

Falar em público deve ser aceito como uma honra;

Só você sabe que está nervoso;

Falar diante do espelho;

Usar um gravador;

Usar uma câmera de vídeo;

Praticar com amigos; e

Fazer um curso de Oratória.

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Na definição proposta por Cohen, citado por Polito (1993), o medo, mecanismo de defesa acarreta um processo de liberação de adrenalina no sangue, descontrolando o organismo, provocando tremor nas pernas, secura ou excesso de saliva na boca, tremor na voz entre outros. O autor afirma que o medo surge da possibilidade de se acreditar que algo possa sair errado em uma apresentação, e que as principais causas do medo advêm do desconhecimento do assunto; da falta de prática de falar em público e falta de conhecimento de si próprio.

O medo, todavia, também é utilizado como um acessório natural que ajuda a melhorar o discurso, devido às mudanças químicas que ocorrem no organismo, trazendo benefícios ao orador, como o dinamismo e o entusiasmo.

2. COMUNICAÇÃO

2.1COMUNICAÇÃO VERBAL E CORPORAL

Tem-se provado em inúmeras ocasiões que um discurso devidamente bem preparado e apresentado, pode transmitir ideias e modificar atitudes como nenhum outro meio de comunicação.

Para aprender a falar em público é parecido com aprender a jogar tênis ou futebol. A prática é muito importante e quanto mais se prática, mais se aprende.

Falar corretamente nem sempre legitima os objetivos essenciais da comunicação que são convencer e persuadir. Há uma diferença essencial entre falar bem (utilizar com eficiência os recursos gramaticais, as metáforas e os argumentos criativos) e dizer bem (sintonizar-se com os ouvintes de forma natural, persuasiva e empática).

“Não basta falar corretamente. É preciso saber comunicar-se!”

Falar bem desperta a admiração pelo excelente uso da linguagem e pela demonstração dos conhecimentos adquiridos. Dizer bem é interagir com o público-alvo, é unir expressão e persuasão, é saber exprimir-se. As palavras são secas e estéreis enquanto não se transformam em ideias vivas, expressas com lógica e emoção.

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Espera-se com isso que em suas comunicações falar e dizer se harmonize perfeitamente.

2.2 RETER A ATENÇÃO DO PÚBLICO

Um estudo realizado pela UCLA (Universidade da Califórnia de Los Angeles), pelo psicólogo Albert Mehrabian, mostra que :

7% do impacto provocado no público vêm da parte verbal da apresentação (palavra);

38% os maiores impactos vêm do Tom de voz; e

55% e da linguagem corporal (fisiologia).

2.3EXPRESSÃO CORPORAL

As Expressões Corporais, juntamente com a voz e a palavra, são responsáveis pelo transporte da mensagem do orador para o público.

Todo o nosso corpo fala quando estamos nos comunicando.

A posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar.

Postura

- Postura ao Falar em Pé:

Pés e Pernas

Ligeiramente afastados (posição 11h e 5min);

Bem apoiados;

Apoiar-se sobre os dois pés ao mesmo tempo; e

Evitar movimentá-los com frequência.

Corpo

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Ereto; e

Ombros erguidos.

Braços

No início do discurso, os braços podem ficar ao longo do corpo, com as mãos semiabertas ao lado das pernas, até que se inicia a gesticulação que acompanhará naturalmente a exposição das ideias.

Mãos

Juntas ao corpo;

Na altura da cintura;

Como se estivesse manipulando uma bola; e

Mãos soltas com dedos se tocando levemente

As mãos constituem um recurso expressivo que valoriza a mensagem e enriquece a comunicação.

Deixe as mãos acompanharem naturalmente a sua fala. Seus movimentos ilustrarão um pensamento, reforçarão ideias;

Não faça gestos exagerados; e

Não passe as mãos pelo rosto ou pela cabeça. Isso denota tensão e ansiedade.

- Postura na Tribuna

Postura ao se dirigir à tribuna:

Mantenha a calma;

Estar preparado para ser chamado;

Ter tudo à mão;

Levantar-se, abotoar paletó/ ajeitar a roupa, antes de andar;

Andar com firmeza, sorrindo;

Entrar pelo lado mais fácil; e

Cuidar escadas, degraus, fios, etc...;

Posição das Pernas

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Paralelas à tribuna;

Centro da tribuna-microfone; e

Afastadas da tribuna.

Posição do Corpo

Não estar muito próximo à tribuna;

Ao girar o corpo cuidado com posição do microfone;

Posição ereta;

Posição que lhe permita movimento; e;

Não debruçar, ou apoia-se sobre a tribuna.

Posição das Mãos

Juntas ao corpo ou levemente apoiados sobre a tribuna;

Não agarrar a tribuna;

Mantê-las acima da tribuna;

Não segurar ou apertar uma mão com a outra; e

Não manipular anel, relógio, caneta, papel.

Na Tribuna

Posicionar o papel adequadamente;

Olhar o público vagarosamente despreocupado (com leve sorriso);

Não ser displicente;

Posicionar microfone;

Olhar novamente e iniciar sua locução; e

Ao saudar ou falar de alguém presente, sempre olhar para ela.

Gestos

Naturalidade;

Diversificar;

Convictos;

Suaves em palavras suaves e rápidos em palavras rápidas (Coerentes);

Sincronia com a palavra ou frase;

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Não muito amplos e próximos ao corpo;

Não abusar de gestos;

Determinar dentro de uma frase a informação de maior importância; e

Tomar o lugar das palavras não pronunciadas, através de gestos.

Olhar

Não olhe só para um lado da plateia, mas para onde houver pessoas;

Dividir a Plateia em quadrantes (W) 1, 2, 3, 4;

Olhe para o público, de modo natural e tranquilo;

Não fixe o olhar numa só pessoa para não inibi-la;

Se estiver muito tenso e agitado, eleja um espectador que lhe pareça mais receptivo e olhe para ele durante os primeiros minutos da apresentação; e

Receba a resposta positiva e recorra a ela quando precisar.

Semblante

O semblante trabalha também como indicador de coerência e de sinceridade das palavras;

Deve demonstrar exatamente aquilo que estamos dizendo. Isto fica bem caracterizado quando falamos de assuntos que provocam tristeza, alegria, agressividade ou atitudes de simpatia;

Evite excessos no trabalho do jogo fisionômico. Contrair frequentemente a face e o nariz, fechar os olhos, franzir a testa de maneira exagerada poderá transformá-lo num orador caricato e despersonalizado; e

O abuso da comunicação facial chama demasiada atenção da plateia.

2.4A APARÊNCIA E A IMAGEM PESSOAL

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As roupas e os acessórios que você escolhe e a maneira como os usa, fazem parte dos elementos que o revelam ao mundo.

As regras para se compor uma imagem visual observam os seguintes aspectos, abaixo especificados.

- Sugestões para homens

Mantenha a barba e o cabelo bem cuidados. Se tiver bigode, ele não deve ultrapassar a linha do lábio superior;

Compre ternos com bom caimento. Nas ocasiões mais formais, prefira usar preto, cinza ou azul-marinho, com sapatos pretos. O marrom entristece a imagem. Os ternos de cor lisa aceitam mais facilmente outras peças. Observe se a roupa está bem passada, os vincos marcados. Dê preferência a camisas de fibra natural. Não use camisa de mangas curtas sob o paletó;

A gravata é um elemento que revela a personalidade do usuário. O tecido, o desenho, o nó, tudo pode definir se ele é introvertido, extrovertido, e outras características. Evite gravatas muito coloridas;

O cinto deve acompanhar a cor dos sapatos e as meias devem cobrir as panturrilhas;

Os punhos da camisa não podem aparecer mais que dois centímetros sob o paletó;

Não ponha nada nos bolsos para não fazer volume; e

Busque a melhor imagem sem perder suas características e gostos

Pessoais.

- Sugestões só para mulheres

Não use maquiagem pesada, mas tons leves e harmoniosos que não chamam muita atenção. A melhor maquiagem para uma apresentação é aquela que o público não nota;

Use poucas joias ou bijuterias e evite as barulhentas;

Nos eventos mais formais, prefira um tailleur (alfaiate) ou vestido com

blazer;

Evite usar roupas que marcam o corpo, sejam transparentes, muito decotadas ou com fendas nas pernas;

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Não estreie roupas numa apresentação. Use pelo menos umas duas vezes para sentir-se bem dentro delas; e

Use sapatos de salto médios.

- Sugestões para homens e mulheres

Não siga modismos, mas adapte as últimas tendências da moda ao seu estilo e ao trabalho que você faz. Seu toque pessoal fará a diferença. Na dúvida, escolha o padrão clássico para se vestir. Em viagens, leve duas opções de roupas e acessórios para enfrentar mudanças súbitas de temperatura;

Cuide bem da pele e das unhas que, de preferência, devem ser curtas. Evite perfumes fortes, principalmente em ambientes fechados; e

A roupa que você usa deve promover seu marketing pessoal de maneira discreta, elegante e eficaz. Vestir-se bem é uma arte que também se aprende.

Pense nisso!

3. COMO ESCREVER UM DISCURSO PARA SER LIDO

3.1A ESCOLHA DO PAPEL

Evite papéis brancos que reflitam a luz, dificultando a leitura. Utilize papéis opacos, de cor acinzentada ou bege;

Papéis muito finos podem fugir ao controle das mãos na tribuna. Procure utilizar papéis mais densos (90g).

3.2DISPOSIÇÃO DO TEXTO NO PAPEL

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Digite seu discurso em espaço duplo ou triplo e dobre essa distância entre os parágrafos;

Utilize apenas dois terços superiores da página;

Deixe margens largas para eventuais anotações;

Escreva o texto em apenas uma face da folha;

No final da folha, termine as frases com ponto final;

Escolha tipos grandes e legíveis (negrito);

Misture números com palavras (85 milhões);

Numere as páginas; e

Não use clipes ou grampos. Deixe as folhas soltas.

3.3O QUE O ORADOR NÃO DEVE FAZER AO INICIAR UM DISCURSO

Pedir desculpas ao auditório por problemas de saúde, desconhecer o assunto, cansaço: o auditório vai se preparar para perceber suas falhas;

Demorar para entrar no assunto;

Piadas sem graça reação fria do auditório com graça, normalmente já é

conhecido;

Começar com palavras vazias (bem, bom, ah...);

Discursos muito longos;

Muitos detalhes complexos;

Uma voz baixa ou afônica;

Fazer perguntas ao auditório (somente reflexões firmar posição sobre assuntos polêmicos); e

Abusar de chavões (a união faz a força/ quem sai na chuva é para se molhar/quem não se comunica se trumbica).

3.4O QUE O ORADOR DEVE FAZER

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Aproveitar as circunstâncias:

Lugar: Elogiar o lugar, pessoas, cultura;

Tempo: Datas de aniversário, padroeiro;

Pessoa: Comentar sobre uma pessoa da plateia;

Fazer citações: Trechos de autores no início, pensamentos, passagens históricas, afirmação de autoridades do passado, frase de alguém do auditório;

Informação que cause impacto: Falar sempre que é exclusiva antes de comentar a frase;

Reconhecer as qualidades do adversário ou da situação oposta;

Elogiar o auditório;

Frases simples com palavras conhecidas;

Conhecimento da matéria e

Não exceder no tempo.

“Quando falar, cuide para que suas palavras sejam melhores que o silêncio” Provérbio Indiano

4. PARTES DE UM DISCURSO

4.1INTRODUÇÃO

O ponto de partida, onde a plateia deve ser preparada para receber bem o restante do discurso. Usar frases de impacto exclusivo, saudação não muito extensa. Deve ser a introdução das ideias a serem expostas posteriormente. Expor contrastes de ideias sobre o assunto. Nunca perca a oportunidade de caprichar na introdução, pois é o impacto inicial que fará com que todos fiquem atentos durante o discurso. Deve durar aproximadamente 1/5 de um discurso.

4.2DESENVOLVIMENTO

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Deve abordar no mínimo dois pontos de vista do mesmo assunto. Deve ser coerente com a introdução, conter dados oficiais, não exagerar nos dados, citar fontes dos dados utilizados, citarem exemplos que deram certo e/ou não, citar fatos que a plateia tenha vivenciado ou fatos atuais, apresentar soluções para aquilo que o discurso propõe utilizar contrastes e comparação de épocas, de pessoas, de fatos, citarem experiências pessoais. Responder as perguntas imaginárias dos espectadores. Deve durar aproximadamente 3/5 de um discurso.

4.3CONCLUSÃO

Recapitular, em poucas palavras, o que foi dito anteriormente. Não utilizar frases como "para concluir...", "concluindo", "resumindo...", "para encerrar...", ou seja, a plateia deve perceber a conclusão pelo conteúdo e não por palavras. Utilizar preferencialmente: "em vista do acima exposto...", "refletindo sobre tudo isso...", "importantes conclusões...". Deixar uma reflexão na mente dos ouvintes. Não encerrar com "muito obrigado", procure agradecer a atenção, presença ou oportunidade durante o discurso.

4.4SUGESTÕES PARA UM BOM DISCURSO

- Iniciar a fala

Comece interpretando o verso de um autor famoso ou com uma citação de alguém respeitado;

No início do texto/discurso, cumprimente os ouvintes;

Não usar a palavra "demais" na saudação;

Pronome de Tratamento: (Atenção para a sequência);

Pronome de tratamento (Excelentíssimo);

Tratamento respeitoso: Senhor+título, se tiver;

Nome; e

Cargo

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Exemplo:

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos Bons.”

(Martins Luther King).

Cumprimento o(a) Senhor(a) .................................................... Coordenador(a) do Concurso de Oratória – Edição 2016.

Senhoras, Senhores,..................Boa Noite!

- Concluindo um discurso

Evite um dos erros mais graves e mais comuns na conclusão: “Era isso o que eu tinha para dizer. Muito obrigado!”;

Não fique parado na frente do público esperando que os aplausos cessem. Saia enquanto as pessoas ainda estiverem aplaudindo;

Não saia da tribuna balançando a cabeça negativamente, cabisbaixa, fazendo comentários autodepreciativos, revelando que não gostou do seu discurso; e

Saia da tribuna com a postura e fisionomia de quem fez uma grande apresentação.

5. APRESENTAÇÃO DO DISCURSO

5.1PAUSA

o artifício pelo qual o orador respira, permite reflexão nos ouvintes, dá espaço para que a sua voz se dissipe e permite que a próxima palavra seja recebida com exclusividade. Também usada para mudar de assunto.

Algumas regras sobre pausas:

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Faça uma pausa quando começa a falar;

Faça uma pausa quando for necessário pela pontuação;

Quando fizer uma pausa, faça-a claramente; e

Varie a duração das pausas.

5.2MÉTODO DE MARCAÇÕES

Pausa expressiva (/): serve para valorizar a informação transmitida ou a que vem a seguir, facilita a respiração e proporciona ritmo e melodia à leitura;

Grifar com caneta/ Destaca texto: é sugerido que as palavras mais importantes sejam sublinhadas ou grifadas, inclusive com diferença nas cores.

5.3PONTUAÇÃO

“Se todos concordam eu não discordo”(Concordou ou não concordou?) Rui Barbosa

“Se todos concordam, eu não discordo”. (Concordou)

“Se todos concordam eu não, discordo”. (não concordou)

- Exercício de Pontuação

Exemplo:

“Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”

5.4ÊNFASE

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Serve para destacar a palavra que pretendemos afirmar. Em toda a frase deve haver uma palavra ou um conjunto delas que precisam receber ênfase, para que o assunto seja mais bem entendido.

A ênfase pode dar brilho a seu discurso e ajudar-lhe a destacar os pontos principais.

Muitos discursos são interpretados erroneamente porque o orador não põe ênfase em nada e deixa a interpretação das palavras a critério do ouvinte.

Ensaie, por exemplo, a seguinte frase, enfatizando as palavras em negrito e note os diferentes efeitos:

Nós devemos fazer isto. (Os outros não o farão).

Nós devemos fazer isto. (É imperativo que o façamos).

Nós devemos fazer isto. (Não somente pensá-lo).

Nós devemos fazer isto. (E não outra coisa).

Leia a frase abaixo respondendo cada pergunta dando ênfase à resposta solicitada:

Ontem eu fui de automóvel com meu irmão à escola.

QUEM?

COM QUEM?

COMO?

QUANDO?

ONDE?

5.5ENTONAÇÃO DE VOZ

O ato de levantar e baixar o tom de voz fazem com que o discurso seja agradável para o público.

Exemplo:

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“PRIMEIRO ELA SE MOSTROU RADIANTE COMO AS ESTRELAS LOGO APÓS O DESESPERO PARECE PENETRAR EM SUA ALMA DEPOIS SE ENCHE DE FÚRIA E CIÚMES SUA VOZ PARECE DE AÇO DEPOIS PENSA EM NUVENS BRANCAS NA LUZ DO LUAR E SUA VOZ SE TORNA SUAVE E BELA.”

5.6QUALIDADE DE UM ORADOR

- Memória

Fundamental para o sucesso de uma oratória. Quem lê a oratória por inteiro não tem tempo de "vender" o conteúdo com a fisiologia. Ao mesmo tempo esteja sempre prevenido contra a fuga de memória levando com você pequenos bilhetes e lembretes.

Se for falar em nome de outras pessoas, escreva o que for ler e leia bastante sem esquecer a fisiologia. Sempre que for citar dado ou a fonte dos mesmos é importante ler, ou dar a impressão que está lendo para demonstrar verdade aos dados.

- Criatividade

Usar a imaginação e criar constantemente. Cada fato ou acontecimento pode ser "encaixado" em alguma ocasião, em algum discurso. Pense em duas pessoas contando a mesma piada e numa delas você se diverte e na outra você fica indiferente. Possivelmente a criatividade de quem contou foi à diferença.

- Entusiasmo

É o Deus interior. Não causará impacto o discurso se o orador não estiver alimentado, sintonizado e interessado pelo conteúdo. Um bom orador vibra a cada afirmação e o auditório capta esta vibração. O poder de convencimento está na vibração do orador e na qualidade dos argumentos.

- Síntese

Transmitir o que pensa no menor número de palavras. Nem sempre um discurso curto quer dizer que seja resumido. Há quem repita em

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várias partes de sua oratória o mesmo ponto de vista. Há quem discurse por vários minutos tendo conteúdo que não cause um cansaço de sua plateia.

- Sinceridade

Não há milagre que faça você convencer alguém de alguma coisa que você não esteja convencido antes. A palavra tem que transmitir e refletir o seu comportamento. A arte de saber falar requer compromisso com a verdade, pois ao semearmos vento, colhemos tempestades.

- Dicas para um bom discurso

Qualidade

A qualidade de um discurso depende dos itens abaixo expostos.

Respiração

Auxilia a manter o orador calmo e dominando o conteúdo. A respiração correta é aquela que enche os pulmões de ar permitindo que uma pessoa, dado certo de exercícios, aumenta o fôlego.

Isto dá ao expositor maior alcance de voz. Porém, é necessário que saiba educar a saída do ar: a garganta e a boca devem se abrir de forma farta e tranquila ao falar. Contudo, de forma discreta, delicada e sem exagero.

Dicção

É importante falar as palavras por inteiro. Demonstra que você está interessado e valoriza a língua que está falando. Por exemplo, esquecer os "s" e "r" ao final de uma palavra: "fizemo", "leva", "trazê". Esquecer os "Is" intermediários: "janero", "tercero". Trocar o "L" pelo "U": Brasiu; faciu;

Velocidade

A Velocidade depende da palavra que você estiver utilizando. Obviamente que ao falar a palavra "velocidade" haverá uma rapidez maior de que a palavra "lentamente".

A alternância do volume e da velocidade proporciona um colorido especial à fala e, com esse ritmo agradável, será possível motivar e envolver mais facilmente os ouvintes.

Vocabulário

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O melhor vocabulário é aquele que se adapta a todas as ocasiões. Embora simples, transmita as ideias claramente. Devemos selecionar o vocabulário de acordo com sua plateia. Se for heterogênea, colocar sinônimos em palavras mais difíceis. Para enriquecer seu vocabulário devemos praticar leitura e treinar sua utilização. Podemos também enriquecer muito nosso vocabulário ouvindo outra pessoa falar e cebendo como é que foi formada a frase.

Conhecimento

A credibilidade do orador está intimamente ligada ao CONHECIMENTO que ele demonstra possuir sobre o assunto.

A matéria da apresentação precisa estar embasada nas informações que ele adquiriu com sua atividade profissional, experiência ou estudos realizados.

Esteja sempre preparado para falar. Se não for comunicado com antecedência, recuse. Se não dominar o assunto que terá que falar é melhor não se manifestar.

- O que não fazer em um discurso

Quando ler e quando não ler o discurso

Discurso de oradores de turmas de formandos, de paraninfos, de presidentes de qualquer entidade ao serem empossados, de cientistas ou técnicos na apresentação de temas que requerem exatidão de pormenores, é indicado para leitura, de oradores de turmas de formandos porque representam outras pessoas e, portanto, têm a responsabilidade de transmitir a linha de pensamentos de todo o grupo, de presidente de qualquer entidade porque terão de externar a linha de conduta da sua administração e esta não poderá ser improvisada, de cientistas ou técnicos, quando tratarem de assuntos que não possam conter erros ou omissões, porque somente lendo o que foi preparado haverá a certeza de que não ocorrerá falha. A não ser nesses casos que acabamos de mencionar, a fala deverá ser sempre de improviso, isto é, sem leituras.

Como improvisar um discurso

Deixar a mente fabricar instantaneamente um pensamento, envolvê-lo com as ricas roupagens das palavras articuladas ao som da musicalidade da voz e abandonadas por elegante gesticulação. Eis

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aqui o sonho do orador no seu mais elevado desejo. É o verbo surgindo do nada, tomando corpo, definindo forma e transformando-se em mensagem, nascida do improviso, da inteligência e da coragem. Este é um desejo que poucos conseguem transformar em realidade.

Um bom improviso pode levar até uma vida inteira para ser feito. São anos de meditação, ruminando lentamente as informações, as causas e as consequências de um fato. De repente surge a oportunidade e a ideia está ali preparada para ser transmitida fluentemente, sem titubeios. Foi improviso sim.

Talvez o orador nem soubesse que iria usar da palavra naquele momento para falar sobre aquele assunto. Mas não inventou nada subitamente, apenas ordenou todos os pensamentos que há muito rondavam sua mente.

A cultura, o automatismo da fala, fruto do treino e da experiência, o vocabulário pronto, a presença de espírito, a capacidade de observação, a memória, a confiança e a coragem são elementos essenciais para a improvisação.

De posse do conhecimento, bastará ao comunicador estabelecer um método para organizar suas linhas de raciocínio e desenvolver o tema.

Fazer comparações entre passado, presente e futuro;

Usar argumentos de um orador anterior;

Citar algo que lhe aconteceu e que diga respeito ao assunto;

Ter um assunto e debater os pontos positivos e negativos do mesmo;

Usar alguém do auditório;

Usar a data do discurso se for importante;

Citar uma frase de alguém famoso; e

Lembre-se que tem uma cadeira te esperando.

- O discurso e o resultado

Pode-se pronunciar um discurso por diversas razões. Pode ser feito para informar o público, para dar uma explicação, para levantar um

Page 21: jcicuritiba.com.brjcicuritiba.com.br/materiais-oratoria-nas-escolas... · Web viewEstas definições clássicas de oratória não mudaram. A oratória continua sendo a forma mais

protesto ou para motivar uma ação sobre algo. Pode ter sido planejado com cuidado.

Meticuloso, desde o momento em que se colocaram por escrito as primeiras ideias até o final, pode ter sido pronunciado com uma técnica perfeita, porém se não brotou do coração, se não foi feito com sinceridade nada se alcançará e por certo ninguém irá crer no que você disse.

Regra mais importante: ESTAR PREPARADO!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNEGIE, Dale. Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios. Rio de Janeiro: Record, 1999.

CARVALHO, Gumae. Melhor gestão de pessoas. São Paulo: Segmento, 2004.

POLITO, Reinaldo. Técnicas e segredos para falar bem. São Paulo: IOB Publicações Jurídicas, 1993.