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ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR: INTRODUÇÃO PÓS-CRÍTICA
Paulo Henrique Costa Nascimento. Graziela Zambão Abdian. Faculdade de
Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.
CAPES.
Políticas Educacionais, Gestão de Sistemas e Organizações, Trabalho e Movimentos
Sociais.
RESUMO
Nos anos oitenta os estudos na área da Administração escolar no Brasil, perspectiva
empresarial, encontraram uma frente crítica que promoveu uma ruptura com seus
fundamentos e concepções constituindo a perspectiva democrática: o lugar de solução para os
problemas educacionais. Porém, na década de noventa e na primeira década dos anos dois mil
é possível observar os contornos de uma nova tendência que tem o cotidiano escolar como
nicho de elementos que podem contribuir para construção de uma nova perspectiva na área
através de pesquisas de campo e de mapeamento que realizam uma ampliação das temáticas e
um campo de experimentação de aplicações de processos de gestão que permitem
descentralizar a ideia de que a perspectiva democrática seria lugar com a agenda dos
problemas e soluções da educação. O problema é que mesmo com esses acontecimentos o
conhecimento na área não desenvolveu uma nova perspectiva. Afinal, por que essa nova
tendência não assume frente enquanto perspectiva executando uma ruptura com a perspectiva
democrática? A hipótese é que o embate entre as perspectivas se consolidou como
fundamento do conhecimento na área, assim cada perspectiva assinala na outra os problemas
criando uma dualidade. Deste modo, o objetivo deste projeto é investigar, através dos
procedimentos teórico-metodológicos da esquizoanálise, as razões que contribuíram para que
o conhecimento na área não desenvolvesse uma nova frente crítica e não avançasse
construindo uma nova perspectiva.
Palavras-chave: Teoria da Administração escolar no Brasil; Dualidade; Esquizoanálise.
Introdução
O conhecimento em Administração escolar no Brasil possui pouco menos de um
século e, mesmo assim, passou por conflitos que geraram mudanças significativas nas teorias
pedagógicas e nas práticas escolares que, nesta dinâmica, puderam influenciar na publicação
da Constituição brasileira, nas políticas educacionais, nos programas de pós-graduação, nas
pesquisas científicas, nos periódicos e, por fim, construiu e consolidou sua própria instituição:
Associação Nacional de Política e Administração Escolar – ANPAE. O movimento é
dinâmico e recíproco porque tanto a produção do conhecimento em Administração escolar no
Brasil influenciou a produção de novas práticas como o movimento social e político
desencadearam demandas para a construção de novos referenciais para a área.
Seus primeiros escritos, do final da década de trinta, apoiaram-se na universalidade e
racionalidade da TGA (Teoria Geral da Administração) que foi fundamento da administração
de fábricas e empresas. Assim, a Administração escolar foi caracterizada como ramo da TGA
sobre as instituições escolares. Este período configura a perspectiva empresarial de
Administração escolar no Brasil e se destacam, principalmente, os escritos de Carneiro Leão
(1939), José Querino Ribeiro (1938; 1952) e Myrtes Alonso (1976), pois se centraram no
diretor como lugar privilegiado para condução dos rumos e metas da administração do
trabalho escolar através da aplicação de técnicas da administração empresarial.
Nos final dos anos setenta fortaleceram críticas aos conceitos e princípios da
perspectiva empresarial enfatizando sua conivência com o modo de produção capitalista e
desmistificando a ideia de que a escola deveria permanecer sobre efeito das mesmas relações
existentes na empresa e, deste modo, construiu-se a especificidade da função da escola em
detrimento das funções das organizações fabris e corporativas e, também, destacou-se a
contribuição que a escola poderia fornecer à transformação deste modo de produção surtindo
efeitos na configuração política e social abrangentemente. Este período configura a
perspectiva da gestão democrática de Administração escolar e destacam-se, principalmente,
os escritos de Miguel Arroyo (1979), Maria de Fátima Félix (1984) e Vitor Paro (1986), os
quais enfatizam a especificidade da organização do trabalho na escola, criticam a
racionalidade da TGA, o modo de produção capitalista e defendem a gestão democrática nas
instituições escolares. Ainda nesta década, as pesquisas científicas, segundo Souza (2006b),
estiveram voltadas, em sua maioria, para a temática da “Direção escolar” e tendiam para
“definição do papel do diretor na escola” ou evidenciavam “a face pedagógica do diretor”
(p.19). Entretanto, nas obras dos autores referenciados neste parágrafo, é privilegiada a
análise crítica da teoria e da prática da Administração educacional e escolar brasileira,
denunciando sua atuação favorável à manutenção da ordem capitalista e acenando para a
possibilidade de sua contribuição para a transformação social, é subsidiada por nova base
teórica, de natureza marxista.
A década de noventa e a primeira década dos anos dois mil são marcadas pela
abrangência da temática crítica desenvolvida pela gestão democrática com a publicação de
coletâneas (OLIVEIRA, 2008) convivendo com tendências modificadas de administração
empresarial (MELLO, 1997; LÜCK, 2006). Neste mesmo período, as pesquisas científicas
aumentam substancialmente nos programas de pós-graduação e permitem a abertura de um
campo de experimentação dos pressupostos da gestão democrática através de trabalhos de
campo, análises dos processos de gestão1 e uma ampliação das temáticas do conhecimento na
área2. O importante é que estas pesquisas vão descentralizar a gestão democrática como fator,
por excelência, de garantia de qualidade do ensino na medida em que analisam instituições de
ensino constatando não possuírem gestão democrática ou destacando os empecilhos para sua
implementação e construindo propostas para sua consolidação.
O embate entre a perspectiva empresarial e a democrática atravessou – segundo
Wittmann (1987), Silva Jr (2002), Russo (2004), Sander (2007), Dabrach e Mouquer (2009) –
os escritos e se consolidou como base, fundamento, dos debates e discussões na área em nossa
atualidade. A insistência destas duas perspectivas como base do embate e a escassez de
trabalhos de natureza conceitual e teórica fomentaram a emergência de uma preocupação com
o avanço do conhecimento na área e fez pulular trabalhos de estado da arte e pesquisas de
mapeamento3 mostrando seu percurso e reivindicando a construção de novos conhecimentos,
caminhos e perspectivas.
Neste contexto podemos observar os contornos, porém não muito nítidos, de uma
nova tendência na área que tem o cotidiano escolar como alvo de investigação e que podem
ser vistos nos trabalhos de Barroso (1996), Brito (1997), Teixeira e Porto (1997), Barroso
(2002), Silva Jr (2002), Russo (2004), Sander (2007) e Abdian (2010). Alguns deles destacam
1 Estas pesquisas são visíveis nos trabalhos O Estado da Arte em Política e Gestão da educação no Brasil: 1991-1997 de Wittmann e Gracindo (2001) e Os caminhos da produção científica sobre Gestão escolar no Brasil de Souza (2006a) que abrange produções de 1981 a 2001.2 Em Wittmann e Gracindo (2001) são onze: Direito à Educação e Legislação; Escola Instituições Educativas e Sociedade; Financiamento da Educação; Gestão da Escola; Gestão da Universidade; Gestão de Sistemas Educacionais; Municipalização e Gestão Municipal; Planejamento e avaliação de Sistemas Educacionais; Políticas da Educação; Profissionais de Educação; Público e Privado na Educação. Em Souza (2006b) são: Gestão Democrática; Direção escolar; Conselho de escola; Processos e instrumentos de Gestão em geral; Associação de Pais e Mestres; Outros.3 Estas pesquisas abrangem a Literatura, Anais de eventos da ANPAE e ANPED, Teses, Dissertações e Periódicos da ANPAE e Nacionais: Wittmann e Gracindo (2001); Maia (2004); Castro e Werle (2004; 2009); Souza (2006a; 2006b); Abdian e Manfio (2010); Martins e Silva (2010); Oliveira e Lopes (2010); Souza (2010); Martins (2011); Rodrigues, Rocha e Stoffel (2011); Martins e Sousa (2012).
que a participação da comunidade, professores, alunos, funcionários e etc. não valem apenas
para gestão da escola, mas, principalmente, para criação histórica do próprio conhecimento
em Administração escolar. Ora, as pesquisas científicas, periódicos e eventos recentes vão
intensificar a experimentação com trabalhos de campo4 na área que, por um lado, enfocam as
“diversas dimensões que marcam o trabalho, a organização e as relações humanas vivenciadas
e praticadas no cotidiano escolar” e, por outro, “estudos dedicados a analisar a legislação e
aspectos de gestão de políticas educacionais, programas e projetos dos sistemas de ensino” e
suas respectivas “repercussões nas unidades escolares” (MARTINS; SILVA; TAVARES,
2011, p. 92).
Essa nova tendência vem tomando forma desde os anos noventa e na primeira década
dos anos dois mil assume frente nas pesquisas5. Mas afinal, por que essa nova tendência não
assume frente como uma nova perspectiva executando uma ruptura com a perspectiva
democrática, tal como a perspectiva democrática assumiu frente à perspectiva empresarial?
Ou melhor, por que o conhecimento em Administração escolar não avançou?
Segundo Wittmann (1987), Russo (2004), Sander (2007) e Drabach e Mousquer
(2009), o conhecimento em Administração escolar não avança por manter como seu
fundamento o embate entre as duas perspectivas, ou melhor, por manter uma espécie de
dualidade. Assim, quando a perspectiva democrática criou corpo e, logo após, a tendência do
cotidiano apareceu, foi de pronto pensada como ressurgimento da perspectiva empresarial sob
nova roupagem – ou seja, apareceu uma nova tendência e, em seguida, é pensada sobre base
do embate entre perspectivas, por dualidade: empresarial e democrática.
Para Wittmann (1987), essa dualidade é empecilho para o avanço e terminaria
somente quando a perspectiva democrática tornar-se hegemônica e abandonar a perspectiva
empresarial e os pressupostos da TGA. Para Russo (2004), essa dualidade é empecilho porque
a perspectiva democrática ainda não se consolidou como prática e permanece em seu processo
de construção teórica, ou seja, ela influenciará novas práticas se ela for predominante prática e
teoricamente. Sander (2007) afirma que a dualidade impede a verificação de outras dimensões
e seus respectivos impactos na gestão da escola, na formação do conhecimento na área e o
avanço. Drabach e Mousquer (2009), ao invés de manterem a dualidade como base dissolve-
as em uma grande convergência com as tendências empresariais mostrando que
4 São elencadas quatro categorias no Estado da arte: gestão, autonomia escolar e órgãos colegiados de Martins (2011): Relações e Práticas Intra-escolares; Programas e Projetos; Espaço e Canais de Participação Intra-escolares; teorias e conceitos – Martins, Silva e Tavares (2011).5 Segundo Martins, Silva e Tavares (2011), na produção científica discente são 174 produções – 42% – sobre as Relações e Práticas Intra-escolares que analisam as organizações e as vivencias humanas no cotidiano escolar e 161 produções – 40% – sobre Programas e Projetos que analisam a repercussão dos programas nas escolas.
“correspondendo à passagem do fordismo/taylorismo ao toyotismo no mundo das fábricas, no
campo educacional teve-se a passagem à gestão democrática” (p. 280), neste caso, a dualidade
seria empecilho para evidenciar práticas empresariais contidas no âmago da perspectiva
democrática.
A crítica de tais autores demonstra que o conhecimento na área não se redobrou
criticamente sobre si pressupondo que a gestão democrática não se consolidou ou como se ela
fosse incorruptível e fidedigna por natureza, recolocando os problemas da gestão na
perspectiva oposta. Neste registro, o que, além da dualidade, teria impedido que a perspectiva
democrática se voltasse para si criticamente? Quais elementos no conhecimento impediriam
que ela fosse pensada de outra maneira? Será possível pensá-la de outra maneira?
Pois bem, existe uma frente de trabalhos recentes, especificamente três, que vão
investigar os pressupostos da gestão democrática. Porém, eles são realizados sobre base do
referencial de Foucault e Deleuze e não são propriamente da área da Administração escolar,
apesar de tê-la como objeto. O primeiro é a dissertação de Calixto (2009) do programa de pós-
graduação em Educação da área de Psicologia da educação: a autora vai explorar os conceitos
de poder pastoral e governamentalidade, de Foucault, para mostrar como tendências da
Psicologia e tendências econômicas são elementos de saber-poder na docilização da vida
através de um discurso de liberdade na gestão democrática, no projeto pedagógico, na
formação continuada e etc. A segunda é a tese de Cervi (2010) do programa de pós-graduação
em Ciências Sociais: a autora explorou os conceitos de sociedade de controle e
governamentalidade, o primeiro de Deleuze e o outro de Foucault, para construir as práticas
discursivas atuais que interferem sobre a formação do gestor escolar, essas, por sua vez,
atuam não para ludibriar no sentido ideológico, mas para fabricar no sentido maquínico a
nova subjetividade do gestor. A última é a tese de Klaus (2011) do programa de pós-
graduação em Educação da área de Estudos Culturais em Educação: a autora utiliza o
referencial de Foucault explorando o conceito de governamentalidade para mostrar como a
gestão democrática é um discurso interpelado de técnicas empresariais e ao invés de
reivindicar educação contextualizada e politizada, reivindica menos Estado e abastecimento
do neoliberalismo através de capitais humanos.
Não é só na área da Administração escolar que este referencial vem trazendo
contribuições. Elas, conhecidas como “teorias pós-críticas” (PARAÍSO, 2004; 2012), estão
trazendo contribuições e problematizações para área das Ciências Humanas com base nas
“correntes teóricas que conhecemos sob os rótulos de pós-estruturalismo e de pós-
modernismo” (PARAÍSO, 2004, p. 284). Na área da educação estas teorias oferecem
contribuições para análise de políticas públicas, currículo, questões de gênero, étnicas e etc.
Dentro das teorias tradicionais destas áreas, a teoria pós-crítica vem “questionado o
conhecimento (e seus efeitos de verdade e de poder)”, o “sujeito (e os diferentes modos e
processos de subjetivação), os textos educacionais (e as diferentes práticas que estes
produzem e instituem)” (PARAÍSO, 2004, p. 287). Elas – sejam para a área da Administração
escolar, ou para as Ciências Humanas e as Ciências da Educação – “utilizam uma série de
ferramentas conceituais, de operações analíticas e de processos investigativos que as destacam
tanto das teorias tradicionais como das teorias críticas que as precederam.” (PARAÍSO, 2004,
p. 284).
Partindo destes pressupostos, este projeto tem como intuito investigar quais
elementos na história do conhecimento em Administração escolar no Brasil – analisando
principalmente os aspectos do “conhecimento (e seus efeitos de verdade e de poder)”
(PARAÍSO, 2004, p. 287) – impedem um redobrar crítico sobre si e o avanço da área
buscando fomentar indícios de uma nova maneira de pensar esse conhecimento. Para isso,
será utilizado, dentro das teorias pós-críticas, o pós-estruturalismo de Deleuze e Guattari,
adotando, assim, o referencial teórico-metodológico da esquizoanálise6 – conhecidos também
como método: micropolítico, cartográfico, diagramático, topológico, rizomático e
estratoanalítico.
Pois bem, este projeto é continuação de uma pesquisa7 que desenvolveu os
procedimentos teórico-metodológicos da esquizoanálise e investigou as possíveis
contribuições da noção de Sociedade de controle para a teoria da Administração escolar e,
através dela, analisou o Paradigma multidimensional de Administração escolar que tem suas
fundamentações na perspectiva democrática de gestão escolar: este paradigma
multidimensional é uma tentativa de análise múltipla elaborada por Sander (2007) para fugir
da análise dual. Naquele momento, foram levantados os elementos da Sociedade de controle e
da filosofia esquizoanálitica que lhe fundamenta destacando as noções de sistema aberto,
modulação e máquina panóptica e os conceitos de estrato, agenciamento, máquina abstrata e
linhas de fuga que delineiam seus procedimentos teórico-metodológicos. Como resultado
obteve-se os elementos de saber-poder contidos no paradigma multidimensional que o faz
dual e, por outro lado, a esquizoanálise trás contribuições para uma análise que partiria da
multiplicidade ao invés da dualidade.
6 Esta perspectiva teórico-metodológica será detalhada no item Metodologia deste projeto.7 Pesquisa intitulada Administração escolar: contribuições a partir da análise da sociedade de controle financiada pela Capes (Edital Capes/Inep n. 38/2010) no período de 01/03/2012 a 30/12/2012 e pela FAPESP (processo: 12/13576-5) no período de 01/01/2013 a 31/012/2013.
Esta perspectiva teórico-metodológica foi desenvolvida por Deleuze e Guatarri como
resultado de críticas e problematizações dos modos de análise das perspectivas nomotéticas e
dualista. O primeiro problema é que elas atribuem causa única ou o embate entre dois
elementos contraditórios que, por sua vez, formam uma totalidade como causa na composição
de seus objetos e procedimentos de análise. Para os autores as formações dos objetos e
procedimentos de análise, dentro de uma perspectiva teórica, necessitariam pressupor uma
multiplicidade de causas em sua composição de maneira que seus múltiplos componentes
desestabilizem uns aos outros impedindo a criação de uma totalidade. Assim, essas múltiplas
causas dão ao pesquisador uma margem maior de elementos que podem estar contidos em
determinado domínio social ou objeto que se analise. Em contraposição, as perspectivas
nomotética e dualista podem impedir o pesquisador de analisar, ou até mesmo conhecer,
outras circunstâncias e fatores que influenciam sobre os resultados de determinado objeto
analisado.
Outro problema é o da relação teoria e prática. Ele circunscreve-se na ideia de que a
teoria é algo que se aplica sobre uma prática, uma realidade. Isso significa adoção de modelos
teóricos que se apliquem na prática verificando nela seus domínios ideológicos, seus déficits
para implementação de um modelo e prescrevendo o que a prática deve fazer para se adequar
e obter eficiência ou qualidade que o modelo propõe. Deste ponto de vista o que se apresenta
como deficitário para aplicação de um modelo e suas respectivas mudanças em nome da
qualidade está somente na prática, ou seja, não se desconfia que os próprios procedimentos de
análise de uma perspectiva teórica poderiam ter déficits ou limites analíticos e, por isso,
necessitaria também de modificações. Para Deleuze e Guattari a teoria é também uma prática
e, deste modo, possui processos de dominação, déficits de formulação e de processos
analíticos.
Se a teoria também é uma prática ela suscita para os autores, ao invés de uma relação
teoria e prática, uma relação prática e prática, cada uma contendo também uma dimensão
teórica. As teorias e hipóteses das pessoas do cotidiano, antes vistas somente como práticas,
poderiam modificar os procedimentos analíticos do pesquisador e também sua perspectiva
teórica. Ou seja, uma relação de autocrítica do pesquisador e sua comunidade científica. Essa
dupla crítica dos autores – ao dualismo e a relação teoria e prática – contribui com a
distribuição dos focos de análise que são direcionados para um processo de rearticulação entre
teoria e prática dentro de uma multiplicidade, revezamentos de teoria e prática, que permite
que o conhecimento se redobre criticamente sobre si.
Objetivo Geral:
Investigar as razões que contribuíram para que o conhecimento em
Administração escolar no Brasil não desenvolvesse uma nova frente crítica e não avançasse
construindo uma nova perspectiva.
Objetivos específicos:
Investigar nos materiais de mapeamento, história e estado da arte quais
consideram ser os principais autores de fundamentação teórica, como se desenvolveu e se
constituiu o conhecimento na área da Administração escolar no Brasil.
Analisar os dados e resultados através dos procedimentos teórico-
metodológicos da esquizoanálise de Deleuze e Guattari destacando os elementos que
fomentam o desdobrar crítico, os elementos que impossibilitam e os que possibilitam uma
nova forma de pensar o conhecimento em Administração escolar.
Metodologia
Esta pesquisa abordará a história do conhecimento em Administração escolar no
Brasil através dos procedimentos teórico-metodológicos da esquizoanálise de Deleuze e
Guattari: Deleuze (1988), Deleuze e Guattari (1997a; 1997b; 2011a; 2011b; 2012). Portanto,
será dividida em três etapas e o material utilizado será a obra de Deleuze e Guattari e
bibliografia secundária; será utilizado também material bibliográfico da área de
Administração escolar no Brasil: livros, teses, dissertações e artigos (qualis A1 e A2). O uso
específico desses materiais será descrito abaixo conforme cada etapa: as obras dos autores por
sua metodologia e conceitos e o material bibliográfico por sua descrição do conhecimento da
área.
A primeira etapa consiste na análise da emergência dos “heterogêneos” e do
“estrato” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b): como se formou a área de conhecimento em
Administração escolar no Brasil e como ela se estabeleceu como um embate dual. Nesta etapa
realiza-se uma análise da formação histórica do conhecimento da área sobre base de uma
perspectiva dualista, porém, buscando elementos que estão fora da dualidade – elementos que
coexistem de maneira periférica, ignorada: a diferença deste procedimento dual daquele que é
utilizado na área é que na área o conhecimento é pensado através da totalidade dual que
ignora os elementos que seus procedimentos não alcançam, por isso, são dados como
“inexistentes”. Para isso deve-se analisar porque esses elementos são ignorados e quais outras
relações entre teoria e prática – revezamentos de teoria e prática – eles exigem para poderem
existir no conhecimento da área revelando várias possibilidades de pensar teoria e prática e
várias impossibilidades de aplicação dessas teorias na prática: é o processo de formação dos
heterogêneos ou multiplicidades. Este tipo de formação histórica do conhecimento chama-se
estrato: divisão teoria e prática, comum, e a divisão conteúdo e expressão, dos heterogêneos.
Para revelar os heterogêneos e o estrato os materiais bibliográficos da Administração
escolar no Brasil estarão divididos em três categorias principais: mapeamento (estado da arte,
levantamento bibliográfico, linha histórica e trajetória do conhecimento), história da área (diz
respeito às instituições, circunstâncias históricas, culturais e sociais da educação geral e da
Administração escolar nela inserida) e de fundamentação teórica (modelos e método de
análise). Pretende-se extrair deste material qual sua concepção de conhecimento na área e
como ele se construiu; quais objetos aparecem, e em quais condições, em alguns autores e em
outros não; quais autores da área são considerados de fundamentação teórica, autores de base.
Destes autores de fundamentação pretende-se extrair, também, quais suas concepções de
conhecimento na área e como ele se construiu; quais objetos aparecem, e em quais condições,
em alguns autores e em outros não. Os resultados da análise dos autores da área juntam-se a
terceira categoria e a complementam. Cabe ressaltar que estas categorias não são fixas, de
modo que pode ocorrer, no decorrer da pesquisa, a construção de outras categorias que
auxiliem na análise.
A segunda etapa consiste – Deleuze e Guattari (1997b) – na construção de um “plano
de consistência” através da análise dos processos de “territorialização” e “desterritorialização”
realizada pelas “máquinas abstratas” nos “agenciamentos”: quais estratégias de saber-poder
garantem um embate dual de modo a ignorar outros elementos, outras possibilidades de crítica
e de pensar o conhecimento na área. Nesta etapa realiza-se uma análise da formação histórica
do conhecimento da área sobre base de uma perspectiva múltipla dos heterogêneos.
O plano de consistência, “isto é, o modo de conexão” (DELEUZE; GUATTARI,
1997b, p. 223), “reúne concretamente os heterogêneos, os dispares enquanto tais: garante a
consolidação dos conjuntos vagos, isto é, das multiplicidades.” – “Jamais unificações,
totalizações, porém consistências ou consolidações.” – deste modo, “se opõe ao plano de
organização e desenvolvimento.” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 222). Em suma, “só
tem consistência, aquilo que aumenta o número de conexões a cada nível da divisão ou da
composição.” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 223, grifos dos autores).
Para construir esse plano é preciso, primeiramente, analisar os heterogêneos sobre a
dinâmica do agenciamento. Essa análise parte dos elementos do estrato, porém, os
“agenciamentos já são algo distinto dos estratos. Contudo, fazem-se nos estratos”
(DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 218), mas “se o agenciamento não se reduz aos estratos,
é porque nele a expressão torna-se um sistema semiótico, um regime de signos, e o conteúdo,
um sistema pragmático, ações e paixões” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 218-219,
grifos dos autores). Segundo Deleuze e Guattari (1997b, p. 217), nos estratos teoria e prática
não se distinguem, mas nos agenciamentos conteúdo e expressão distinguem-se e cada um
possui sua própria relação teoria e prática. Assim, as “regras concretas de agenciamento
operam, pois segundo dois eixos: por um lado qual a territorialidade do agenciamento, quais
são o regime de signo e o sistema pragmático?” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 220).
Neste eixo é preciso saber qual território os heterogêneos dão ao agenciamento montando um
regime de signos e o sistema pragmático: territorialização, ou desterritorialização relativa.
“Em cada caso é preciso encontrar um e outro: o que se faz e o que se diz?” (DELEUZE;
GUATTARI, 1997b, p. 219). “Por outro lado [segundo eixo], quais são as pontas de
desterritorialização, e as máquinas abstratas que elas efetuam?” (DELEUZE; GUATTARI,
1997b, p. 222). Nesta etapa analisa-se a desterritorialização negativa e a relativa – a
desterritorialização absoluta pertence à terceira etapa.
Desterritorialização “é o movimento por qual se abandona o território” (DELEUZE;
GUATTARI, 1997b, p. 224). Mapeando os processos de desterritorialização é possível
encontrar a máquina abstrata que os efetua, elas “definem-se pelo quarto aspecto dos
agenciamentos, isto é, pelas pontas de descodificação e desterritorialização.” (DELEUZE;
GUATTARI, 1997b, p. 227): “consistem em matérias não formadas e funções não formais.”
(DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 227). Este é o momento da análise em que se revelam as
relações de saber-poder contidas no conhecimento em Administração escolar, pois as
máquinas são responsáveis por desterritorializar, mas também territorializar. Isso porque ela
pode desterritorializar negativamente “bloqueia a linha de fuga” (DELEUZE; GUATTARI,
1997b) – essa linha é objeto de análise da terceira etapa – e reterritorializa em um estrato: “se
é verdade que máquinas abstratas abrem os agenciamentos, são igualmente máquinas
abstratas que os fecham.” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 231). Então seu sentido
positivo é desterritorializar de modo que a territorialização tem papel secundário, “porém, não
obstante, permanece relativa” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 224). Em suma, existe
“uma tetravalência do agenciamento: 1) conteúdo e expressão; 2) territorialidade e
desterritorialização” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 222).
Os resultados obtidos através dos materiais bibliográficos da área na primeira etapa
serão analisados sobre os quatro aspectos do agenciamento. Para isso pretende-se analisar
como as teorias de fundamentação, os mapeamentos e a história da área compreendem – cada
um a sua maneira – como se formou o conhecimento na área, quais objetos e as condições
desses objetos. Deve-se extrair deste material, por um lado a expressão, os desvios que cada
categoria faz uma da outra e como elas deixam de se complementar para formar uma
articulação descritiva e o que essa articulação diz; por outro lado o conteúdo, os desvios que
cada categoria faz uma da outra para complementar as rachaduras, as coisas mal explicadas,
tanto para o conhecimento quanto para a história da área; por fim a relação entre um e outro.
Este movimento revela os processos de desterritorialização relativa, as relações de saber-
poder que mantém o embate dual de modo a ignorar outros elementos, fomentam uma
autocrítica do conhecimento na área: essa desterritorialização mantém o estrato aberto,
portanto já é agenciamento, para a análise da linhas de fuga na terceira etapa.
A terceira etapa, referente ao último aspecto do segundo eixo dos agenciamentos,
consiste na análise das “linhas de fuga” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b) que concluí a
construção do plano de consistência e permite realizar uma crítica ao modo de pensar o
conhecimento em Administração escolar no Brasil e indicar os contornos de uma nova
perspectiva na área: pensada através da multiplicidade. Esta etapa é concomitante as outras
porque essa linha vai se articulando no desenvolver da análise. Os materiais são, portanto, os
mesmos das outras etapas, mas possui sua especificidade. Elas devem ser anotadas e, de certa
maneira, acumuladas para serem descritas nesta etapa: sua lógica se dá pela articulação com
outras, por isso precisa se acumular. O que interessa não são os objetos que articula, mas sim
a própria articulação: o modo múltiplo de pensar que se impõe ao modo dual, permitindo a
existência de outros modos de pensar. Esse processo de anotá-las e permitir seu acúmulo é o
movimento de mapeamento das desterritorializações “absolutas” (DELEUZE; GUATTARI,
1997b, p. 225), chamadas de “linhas de fuga”, no decorrer de toda pesquisa: essa
desterritorialização é a mais processual, pois a territorialização não acontece, ou melhor a
territorialização que ela efetua acontece na própria desterritorialização. Um exemplo disso são
os nômades ou o teatro itinerante que faz do seu não-lugar, de sua circulação, um lugar: um
lugar não-fixo, uma “matéria-movimento” (DELEUZE; GUATTARI, 1997b, p. 229). Este
projeto, especialmente a terceira etapa, constitui prolegômenos para pesquisas futuras.
Cronograma:
2016 Mar./Ago. - Levantamento bibliográfico. - Análise do material sobre mapeamento da área. - Análise do material sobre história da área. - Análise do material sobre fundamentos teóricos da área. - Participação nas disciplinas do programa de pós-
graduação. - Participação em grupo de pesquisa. - Elaboração e desenvolvimento da dissertação: Estrato.
2016 Set./Dez. - Levantamento bibliográfico dos autores de fundamentos
teóricos da área. - Análise do material sobre mapeamento da área. - Análise do material sobre fundamentos teóricos da área. - Análise do material sobre os autores de fundamento da
área. - Descrição dos procedimentos teórico-metodológicos da
esquizoanálise. - Participação nas disciplinas do programa de pós-
graduação. - Participação em grupo de pesquisa. - Participação e publicação de trabalhos em eventos. - Elaboração e desenvolvimento da dissertação.
2017 Jan./Mar.
2017 Abr./Set.
- Análise do material bibliográfico da área. - Participação nas disciplinas do programa de pós-
graduação. - Participação em grupo de pesquisa. - Participação e publicação de trabalhos em eventos. - Elaboração e desenvolvimento da dissertação: segundo
eixo do agenciamento. - Elaboração e desenvolvimento de artigo científico. - Qualificação da dissertação de mestrado
2017 Out./Dez. - Análise e descrição das anotações sobre as linhas de fuga. - Participação em grupo de pesquisa. - Participação e publicação de trabalhos em eventos. - Finalização e publicação de artigo científico em periódico
qualificado. - Finalização da dissertação: descrição do plano de
consistência. - Defesa da dissertação.
2018Jan./Mar.
Referências
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