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Faculdades Integradas Alcântara Machado
Turma 18103A08
RELATÓRIO SOBRE A VILA MARIA ZÉLIA
SÃO PAULO – SP
ANO 2012
Faculdades Integradas Alcântara Machado
Turma 18103A08
RELATÓRIO SOBRE A VILA MARIA ZÉLIA
Texto relacionado à Vila Maria Zélia
destacando suas características, sua história,
os patrimônios históricos e a influência que a
vila teve sobre a cidade de São Paulo.
SÃO PAULO – SP
ANO 2012
INTEGRANTES DO GRUPO
BRUNO MAXWEL RIANE POPPI
RA: 5715682 RA: 5869180
ALINE PIRES LUCAS CALIXTO
RA: 5772147 RA: 5847264
RENAN GALINDO LETICIA BORGES
RA: 5740346 RA: 5822250
SUMÁRIO
Introdução ...............................................................................................
Contexto – político, econômico e geográfico (virada do séc. XIX para o séc. XX e início do séc. XX) ..................................................................
Quadro da habitação social em São Paulo no início do séc. XX ...........
A inserção da vila operária como opção de moradia e suas principais características e exemplos ........................................................................
Jorge Street ..................................................................................................
A concepção urbana da Vila Maria Zélia e suas características espaciais ......................................................................................................
A unidade habitacional na Vila Maria Zélia: tipologias e sistema construtivo ..................................................................................................
Conclusão .....................................................................................................
Referências Bibliográficas ..........................................................................
Introdução
A Vila Maria Zélia foi idealizada e construída por Jorge Street no início do séc XX, no
momento em que a cidade estava no auge da prosperidade cafeeira, e do surgimento
de pequenas fábricas.
Com a responsabilidade social de abrigar os operários de sua fábrica de tecelagem de
juta, surgiu a primeira Vila Operária, afastada do centro urbano, que além de solucionar
problemas da habitação também é responsável por melhorias na higienização.
Uma de suas principais características são as influências arquitetônicas inglesas. A Vila
hoje está isolada em meio a um bairro consolidado e convive com problemas referentes
á conservação de seus Patrimônios Históricos.
Contexto – político, econômico e geográfico (virada do séc. XIX para o séc. XX e início do séc. XX)
No início do século XIX, São Paulo era uma pequena cidade, que estava no começo de
sua expansão e posteriormente se tornaria a capital do Estado e uma das mais ricas do
Brasil.
A cidade crescia devagar e de forma desorganizada, com exceção das principais vias,
as ruas eram irregulares, tortuosas e formavam uma teia desordenada. A cidade girava
basicamente em torno de um “triângulo” formado pelas atuais: Rua Direita, Rua XV de
Novembro e a Rua São Bento, onde se concentrava a política, religião, economia, e a
maior concentração da população em meados do século XIX.
Devido à cidade estar localizada perto dos rios Pinheiros e Tietê, além de outros rios
que na época existiam e que atualmente são na maioria canalizados, ouve muitas
pontes construídas ligando o centro às outras cidades, porém sempre haviam
alagamentos e as pontes sempre estavam em constantes reformas e reparos, apesar
disso a cidade continuou depois expandindo para as margens desses rios, que por ser
uma região de várzea, ela está continuamente alagada.
Em 1858, Robert Avé-Lallemant, um importante médico e explorador alemão, vem para
São Paulo conhece-la, ao ouvir tantos elogios e maravilhado com as noticias, eles quis
conferi-las pessoalmente, pois muitos comentavam lhe sobre o aspecto da cidade. Ao
chegar ele observa a cidade no alto da colina, característica marcante de sua geografia,
ele reconhece muitos pontos positivos, mas ressalta que apesar das belas avenidas,
muitas ruas eram feias e como já foi dito anteriormente, eram tortuosas e desregulares.
Com a chegada do café, ouve uma enorme transformação na cidade e no Estado, a
marcha do café fez surgir importantes cidades, e São Paulo ao receber a ferrovia, além
de promover uma expansão no seu território em direção à Luz, se tornou a principal
rota por onde o café passava vindo do interior, principalmente do oeste paulista, em
direção ao porto de Santos.
A cidade sofreu uma grande mudança, recebeu influências europeias tanto no modo de
viver das pessoas como também em grande parte para a arquitetura. A cidade ganhou
um padrão de construção, e umas das principais obras, e talvez a principal da época,
seria o Teatro Municipal.
O desenvolvimento econômico ocorre principalmente com a vinda do café, pois a
cidade se torna um importante ponto de ligação entre o interior e o porto de Santos,
esse desenvolvimento propiciou o surgimento de pequenas indústrias e isso trouxe a
vinda de muitos trabalhadores, principalmente estrangeiros, em sua maioria italiana,
portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses e judeus, chegando a uma
porcentagem um pouco absurda onde São Paulo era ocupada por apenas 10% de
brasileiros.
Perímetro urbano da Cidade de São Paulo – 1900
Na passagem do século XIX ao XX, a cidade já estava totalmente transformada com o
fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o
estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também
auxiliado pela política do café com leite que por meio da qual a oligarquia mineira e a
paulista passaram a se revezar no poder até 1930.
A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o
aumento da população e das riquezas é acompanhado pela degradação das condições
de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e
doenças. Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas em quatro dias.
As modificações realizadas na cidade pelos governantes entre 1899 a 1919
contribuíram para o clima de desenvolvimento da cidade; alguns estudiosos consideram
que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período. Com o crescimento
industrial da cidade, no século XX, a área urbanizada da cidade passou a aumentar,
sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras.
Desencantados com o trabalho nas fazendas de café, ainda administradas com
mentalidade escravocrata, os imigrantes foram para a capital e se instalaram no bairro
do Brás e em suas cercanias, engrossando as pequenas vilas nascidas ao longo da
ferrovia. Entre estas, o bairro do Ipiranga; a Água Branca e a Lapa, na Zona Oeste; a
Vila Prudente; os bairros da Mooca, Brás, Pari, Belém e Bom Retiro.
Os operários se organizaram em associações e promoveram greves, como a que
ocorreu em 1917 e parou toda a cidade de São Paulo por muitos dias.
Greve Geral de 1917
Os bairros operários eram formados por ruas estreitas e sem calçamento, não
possuíam saneamento básico, e a população vivia em cortiços e casas geminadas, que
apresentavam elevada concentração humana, favorecendo a disseminação de
doenças. Já os bairros ricos eram cortados por amplas e arborizadas avenidas e
recebiam todos os benefícios públicos – rede de água, sistema de esgoto, farta
iluminação e calçamento.
Entrada da Vila Maria Zélia - 1917
Jorge Street, um importante empresário e industrial brasileiro, trouxe conhecimento e
gerou uma transformação na área construtiva, ele idealizou um projeto da Vila Maria
Zélia que seria uma vila operária, a primeira do Brasil nessas proporções e importância,
para abrigar os funcionários de sua fábrica de juta. Todos os materiais utilizados são
100% importados, pois em São Paulo grande parte das obras era feitas de taipa em
pleno início do século XX.
Isso contribuiu muito para a cidade, talvez não pela vila em si, mas pelas influências
que Jorge Street trouxe do exterior, como a criação de escola, igreja, praças, armazém
tudo dentro da própria vila, além dos materiais trazidos, contribuindo na criação das
próximas vilas, mas principalmente ajudando no desenvolvimento da arquitetura e da
na mudança de vida da população, pois trouxe sistema de saneamento básico para a
vila, e todos estes fatores não se comparam a nenhuma outra vila, onde na maioria
delas tinha poucas condições para se viver.
No final da década de 20, ocorre uma grande quebra na economia mundial, a famosa
“Crise de 29”, quando os EUA quebram devido a sua enorme produção e ocasionando
um excedente na produção. Esse acontecimento afetou todo o mundo, e uma das
vítimas se tornou o próprio Jorge Street, que de tantas dívidas perdeu a vila para o
INSS que tomou posse do local.
Quadro da habitação social em São Paulo no inicio do séc. XX
Neste período a cidade de São Paulo passava de Vila Provinciana para Metrópole
Industrial. Parte da população era assalariada e morava em casas com alguns cômodos
ou cortiços, e muitos trabalhadores viviam em habitações coletivas A insalubridade era
um grande fator delimitante na saúde da cidade, movimentando os recursos para
construções adequadas para a população que vivia em más condições a tempo.
A partir desses problemas o poder público incentivou as construções de Vilas Operárias
que iria proporcionar melhoria de vida ao trabalhador, resolveria os problemas públicos
de higiene e seria um empreendimento barato para os investidores.
Um grande fator que também impulsionou a produção dessas habitações coletivas foi o
processo de imigração para a cidade de São Paulo, gerando mão de obra em larga
escala. O recurso usado pelo Poder Público para favorecer a formação destas foi a
isenção dos impostos para esses conjuntos e o cumprimento de modelos de habitação
econômica e higiênica.
Neste momento os parques industriais se tornaram bairros habitacionais e industriais. A
formulação dessa habitação podia ser direcionada para diferentes cargos dentro da
indústria, porém o mais utilizado eram as edificações padronizadas.
As Vilas proporcionaram as primeiras experiências de massificação tanto pelas plantas
arquitetônicas quanto pela uniformidade do entorno desses blocos. Devido a
localização afastada dessas áreas onde eram construídas, era necessário obras de
infraestrutura como rede de esgoto, luz e água, com a intenção não apenas de atrair a
classe operária, mas também visando o desenvolvimento dessas regiões menos
habitadas.
Ao todo eram seis tipos de plantas para três tipos de casas diferentes, onde as maiores
eram as que possuíam características de chalé. As linhas usadas eram geometrizadas
em todo o quarteirão residencial e as fachadas possuíam ornamentos.
Com esses dados concluímos que a Habitação Social foi formada a partir dessas Vilas
Operárias, que foi a grande propulsora no desenvolvimento da malha urbana, momento
em que o projeto passa de interesse de convívio de lar para ser de interesse produtivo
e de lazer. Projeto que possui acervo cultural muitas vezes trazido pelo próprio arquiteto
e que podem ser observados ainda nos dias atuais fazendo parte da história da
formação da cidade de São Paulo.
Jorge Luiz Street nasceu na cidade do Rio de janeiro em 22 de Dezembro de 1893, filho
de uma brasileira com um engenheiro austríaco.
Inicio seus estudos no Brasil, nos colégios Almeida Martins e Vitória, mas concluiu na
Alemanha, onde morou com a família Schiling. Formou- se na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro em 1863,e fez aperfeiçoamento no exterior.
A partir de 1890, começa a se dedicar a indústria têxtil, pois já havia recebido ações da
fábrica de sacaria de juta de seu Pai, casou-se com Zélia Frias, com quem teve seis
filhos, foi diretor da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, coma junção desta
Sociedade com o Centro de Fiação e Tecelagem em 1900, o que resultou na formação
do Centro Industrial do Brasil, passou a ser Secretario Geral ate 1927.
Em 1912 começou a construção da fábrica e a vila operária Maria Zélia, em São Paulo,
deu este nome ao espaço em homenagem a sua filha que faleceu devido a uma
tuberculose.
A Vila Maria Zélia foi a primeira vila operaria do Brasil, como foi mencionado antes em
questão de importância e referência para outras vilas, projetada pelo arquiteto Paul
Pedraurrieux.
Jorge Street acompanhou e chefiou as obras da vila de perto, pois acreditou que "não
ia construir nenhuma obra de caridade, mas sim uma obra de justiça e de direito social",
já que mostrou respeito para com seus operários reconhecendo reivindicações e tendo-
as como justas e necessárias, julgava as greves como um meio eficaz de se obter
justiça, foi percussor do direito trabalhista no Brasil, contribuiu com a elaboração de leis
trabalhistas, entre estas: a regulamentação da sindicalização, assistência social e
proteção ao trabalho.
Street se destacava pela sua capacidade de elaboração e concepção de propostas
alternativas e por sua excentricidade, inovou na época construindo na vila escolas
distintas para meninos e meninas, praças, coretos, jardins, capela, espaço para festas,
ambulatório médico, dentista e até mesmo um açougue. As edificações na vila foram
inspiradas em cidades europeias, mas o que se destaca no projeto da vila é a
abrangência que enquadra a vida material dos trabalhadores residentes.
Foi projetada para abrigar 2100 operários de sua companhia de tecidos de juta, e nos
dias de hoje possui 200 casas com mais de 600 habitantes, a Vila Maria Zélia, mais que
um sonho e um local pacato, significa a tentativa de apropriação de uma história
coletiva, esquecida no meio da cidade. Proporciona identidade da memória, na medida
em que impede o esquecimento da situação da classe operária em São Paulo, e ainda
hoje é muito visitada e usada para gravações televisivas e pesquisas, uma história de
dificuldades e de diversas experiências. Assim, a memória na cidade não serve de
exaltação ou conservação dos ideais paulistanos, mas para repensarmos a luta dos
trabalhadores, a conquista de seus direitos e a situação da moradia e da segregação
entre os bairros ainda hoje.
Faleceu em São Paulo em de Fevereiro de 1939.
Jorge Street em um festa na Vila Maria Zéli
A concepção urbana da Vila Maria Zélia e suas características espaciais.
A partir do fim do século XIX e inicio de século XX, difundiu-se largamente pelo Brasil a
prática de criação de vilas operárias em cidades e de núcleos fabris em localidades
rurais. A vila Maria Zélia foi a primeira vila operaria a ser construída no Brasil na sua
proporção. Até 1929, a casa operária era ainda definida como uma edificação que devia
contar no máximo três peças entre aposentos e salas, além de cozinha e as áreas
privadas, o poder público que impunha restrições normativas à habitação operária,
promoveu e estimulou sua produção através da iniciativa privada, com lei de isenção de
impostos, difundindo a vila como modelo de habitação perfeita, econômica e higiênica,
Jorge Street seguiu o padrão de habitação unifamiliar, que além de satisfazê-lo,
privilegiava também os empreendedores.
As áreas industriais caracterizavam-se, pelas centenas de casas enfileiradas
diretamente sobre as calçadas ou no interior das quadras, pelas pequenas oficinas ou
fabriquetas ao longo dos quarteirões, pelos armazéns comerciais nos principais
cruzamentos viários, destacando-se apenas em sua paisagem urbana, as grandes
fábricas e a igreja.
A vila Maria Zélia foi construída pelo arquiteto francês Pedarieux, por ser construída em
um local afastado e escondido em meios às fabricas e as linhas férreas, a vila foi
planejada com todos os suportes de saúde, educação, alimentação e recriação para
que os moradores pudessem ter um conforto maior e não ter que deslocar para longe.
Consequentemente, os projetos de arquitetura da vila tendiam a partir da ideia de
minicidade, cujo programa era definido em função das características particulares do
empreendimento que contavam com vários equipamentos coletivos. A vila possuía
perto de 200 casas e os dois grupos escolares com capacidade de 400 pessoas cada
um, os moradores pagavam um aluguel inferior a 2/3 daquele exigido por outros
proprietários fora do estabelecimento.
A vila contem uma arquitetura que se refere a linguagem clássica tais como frontão,
entablamento, óculo, platibanda, colunas, pilastras e alpendres, inseridas em
equipamentos de uso coletivo (hospital, escola, armazém de consumo, etc.) e,
especialmente, em casas, sejam elas destinadas a proprietários, a gerentes ou a
operários, enquanto as igrejas se remetem, sobretudo, ao românico e ao gótico.
As casas, na maioria, estão
dispostas em blocos que recebem
um tratamento formal que integra
as pequenas habitações em um
elemento construtivo único,
ampliando os efeitos plásticos do
conjunto, os quais são valorizados
pelas construções que abrigavam
os equipamentos de uso coletivo.
Um aspecto curioso nas fachadas
destas casas é o uso de motivos
decorativos que remetem ao
mundo industrial, apliques no
reboco compõem quadriláteros que
sugerem chapas de metal ou
compõem pequenos prismas que
remetem a parafusos e formas
circulares que lembram manivelas.
Presume-se que seu modelo tenha sido inspirado na vila operária de Saltaire,
construída em 1851 pelo empresário têxtil Titus Salt. O projeto da Maria Zélia foi
realizado em 1912, em Bradford, fato que confirma a hipótese levantada.
A vila Maria Zélia abriu as portas para que outras vilas operassem fossem construídas,
e também contribuiu muito com o crescimento da cidade de São Paulo especialmente
nos bairros do Brás e Belenzinho. Hoje a vila ainda possui vários moradores, com um
grau de parentesco significativo com os operários da época, a fábrica de juta não
funciona mais, e as grandes arquiteturas como a creche, as escolas, o restaurantes
encontra-se em estado de abandono.
Muitas casas foram modificadas de sua forma original. Infelizmente a vila apesar de
tombada não tem a sua historia preservada, assim como deveria ser. Pois o papel da
vila foi muito importante para a cidade. As vindas de fabricas, operários e
consequentemente as vilas operarias tornou a São Paulo em uma grande cidade
econômica.
A Vila Maria Zélia possui prédios Tombados pelo Patrimônio Histórico Cultural, isto é, a
preservação de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo para a
população.
Os Órgãos Públicos que possuem autorização para o tombamento não apenas desses
mas também de outros Patrimônio são: de âmbito Federal o IPHAN(Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) , de âmbito Estadual
CONDEPHAAT(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico
do Estado de São Paulo) e Municipal o CONPRESP.
E essas edificações tombadas na vila despertam dúvidas tanto nos moradores quanto
aos pesquisadores de seu limites de tombamento que podem impor que o imóvel seja
preservado integralmente, interna ou externamente, apenas sua volumetria, e as áreas
verdes à fachada. Outro duvida corriqueira é o uso e as reformas que esses imóveis no
fator de uso, é necessário que a nova reforma não cause prejuízos na preservação e
nas características do edifício e também é necessário a aprovação do órgão
responsável pelo tombamento, este caso se repete para as reformas ou restaurações.
E o tombamento de fato é apenas uma forma para a preservação e é também a mais
confiável. Esse processo se dá pela abertura de um processo de tombamento que é
avaliado por um corpo técnico e que será encaminhado aos responsáveis pela
preservação, quando aprovado o proprietário recebe uma notificação e enquanto a
decisão final é tomada, o imóvel fica legalmente protegido contra destruição ou
descaracterizações, o processo é encerrado com a inscrição no Livro Tombo e feita
uma comunicação formal aos proprietários.
Imagem do Colégio do Meninos – Como era antes e com esta agora, um patrimônio histórico em degradação
SISTEMAS CONSTRUTIVOS: VILA MARIA ZÉLIA
Depois da chegada das estradas de ferro a São Paulo, uma nova tecnologia é trazida: o
tijolo de barro. Isso influência as novas construções da cidade que antes eram, em sua
maioria, de taipa.
Com a expansão da cidade a vila operária, que é objeto de nosso estudo, é construída
a leste, além do rio Tamanduateí, com traçado ortogonal e com edifícios comunitários
próximos uns aos outros e ao acesso principal.
A tipologia das residências
Em estilo inglês, as casas trazem um traçado nos frisos que seria o início da expansão
do “Art Decó” em São Paulo.
O padrão das residências é um pavimento único, germinadas, em quarteirões com
calçadas todas cimentados (apesar de a rua não ser pavimentada), com as fachadas
voltadas para as ruas principais, enquanto nas travessas só tinham janelas. Os
quarteirões residenciais, dentro de um corpo contínuo de casas geminadas, são
tratadas como um todo.
Eram seis formatações, para três tipos de casas: casa tipo, esquina e chalé. As casas
de esquina eram maiores, as restantes possuíam dois quartos apenas e não tinham
acesso direto ao interior das casas. Os chalés foram construídos em 1920, e tinham
dimensões maiores do que as anteriores.
As áreas verdes estão presentes em alguns recuos entre as casas e a rua, fazendo-se
assim um jardim. As árvores de maior porte estavam no acesso principal e próximas ao
rio.
Vista aérea da Vila Fonte: Secretaria da cultura de Sp
Os materiais
Construída em alvenaria de tijolo, revestida com cimento e pó de pedra. Nos edifícios
maiores a estrutura é de ferro fundido.
Assoalho, forro e esquadrias em madeira. O piso em madeira ou em ladrilho francês. A
cobertura das telhas planas é de cimento-amianto vindas da Inglaterra. Nos chalés foi
usada a telha do tipo Marselha, como na figura ao lado.
Material importado usado nas construções
Conclusão
Concluímos com a pesquisa mais aprofundada sobre a Vila Maria Zélia, que mesmo
sendo uma região hoje considerada como referência de qualidade de vida, tanto em
relação as questões de habitação quanto para a questão social, as edificações
tombadas pelo patrimônio histórico passam por um processo de degradação que deve
ser impedido.
Ela teve muita importância, apesar de não ser muito lembrada, principalmente pelos
moradores do próprio bairro onde a vila está inserida, contribuiu pelos materiais usados
na época, que eram considerados uma inovação. A estrutura que foi feita, e as
influencias trazidas por Jorge Street que devem ser lembradas, e entender assim como
ocorreu esse projeto e esta relação que a vila teve com a cidade.
São partidos arquitetônicos e culturais muito importantes na formação da história cidade
que devem ser preservados. E também a falta de conhecimento dos próprios
moradores sobre o valor histórico que possuem suas residências, faz com que eles
acabem desrespeitando as limitações para seus imóveis e modificando segmentos
importantes que constituem as tipologias de cada edificação, e prejudicando um
patrimônio histórico e conta uma pedaço da historia de São Paulo.
Referências
Sites:
http://www.vilamariazelia.com.br/
http://lemad.fflch.usp.br/node/291
http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/saopaulo-historia.php
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao10/materia03/
http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/e_nobre/AUP274/aristocracia_cafeeira.htm
Alguns Arquivos em PDF encontrados na net e em outras fontes.