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por-abo-mfa221112-1º dia 2ª fase Primeiro Dia (5/12/2012) ESCOLA 1. Aguarde a autorização do fiscal para abrir o caderno de questões e iniciar a prova. 2. Verifique se seu nome e seu número de inscrição estão corretos. 3. Duração da prova: 4 horas. 4. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. 5. A solução de cada questão deve ser feita nos espaços correspondentes. 6. Este caderno de prova contém páginas destinadas a rascunho. O que estiver escrito nessas páginas NÃO será considerado na correção da prova. 7. Verifique se este caderno de prova contém 10 (dez) questões, a proposta de redação e se a impressão está legível. 8. NÃO escreva no verso desta folha. BOA PROVA! Ciente dessas informações, assino o canhoto abaixo. FUVEST 2012 ________________________ NOME:___________________________________ CARREIRA/CURSO ________________________ _________________________________________ 5/12/2012 (quarta-feira)

Transcript of  · sobre o mundo real, é em si mesma uma importante informação: a transmissão das notícias é...

por-abo-mfa221112-1º dia

2ª fase – Primeiro Dia (5/12/2012)

ESCOLA

1. Aguarde a autorização do fiscal para abrir o caderno de questões e iniciar a

prova.

2. Verifique se seu nome e seu número de inscrição estão corretos.

3. Duração da prova: 4 horas.

4. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta.

5. A solução de cada questão deve ser feita nos espaços correspondentes.

6. Este caderno de prova contém páginas destinadas a rascunho. O que estiver

escrito nessas páginas NÃO será considerado na correção da prova.

7. Verifique se este caderno de prova contém 10 (dez) questões, a proposta de

redação e se a impressão está legível.

8. NÃO escreva no verso desta folha.

BOA PROVA!

Ciente dessas informações, assino o canhoto abaixo.

FUVEST 2012

________________________

NOME:___________________________________ CARREIRA/CURSO ________________________ _________________________________________

5/12/2012 (quarta-feira)

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NÃO

ESCREVA

NESTA

PÁGINA

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NÃO

ESCREVA

NESTA

PÁGINA

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Q. 01 Gente que mamou leite romântico pode meter o dente no rosbife* naturalista; mas em lhe

cheirando a teta gótica e oriental, deixa logo o melhor pedaço de carne para correr à bebida da

infância. Oh! meu doce leite romântico!

Machado de Assis, Crônicas.

*Rosbife: tipo de assado ou fritura de alcatra ou filé bovinos, bem tostado externamente e

sangrante na parte central, servido em fatias.

a) A imagem do “rosbife naturalista” — empregada, com humor, por Machado de Assis, para

evocar determinadas características do Naturalismo — poderia ser utilizada também para se

referir a certos aspectos do romance O cortiço? Justifique sua resposta.

b) A imagem do “doce leite romântico”, que se refere a certos traços do Romantismo, pode

remeter também a alguns aspectos do romance Til, de José de Alencar? Justifique sua

resposta.

Q. 02

Tanto Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, quanto Memórias de um sargento de

milícias, de Manuel Antônio de Almeida, são classificadas como sendo obras pertencentes à

estética romântica do século XIX. Percebe-se, no entanto, que em alguns aspectos elas fogem

dos preceitos do Romantismo.

a) Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

b) Ainda considerando essas duas obras, como os narradores apresentam as personagens

Luisinha e Joaninha? As duas correspondem aos preceitos do Romantismo? Justifique.

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QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 01

[01] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 01

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 02

[02] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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1 Questão 02

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Q. 03 Considerando o contexto histórico-literário e as obras Capitães da areia, de Jorge Amado,

Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade e Vidas secas, de Graciliano Ramos

na íntegra, aponte de cada uma das três obras:

a) Um temas particular ou específico. Explique.

b) Um tema “geral” ou universal, explicando-o.

Q. 04 Em seu poema chamado “Graciliano Ramos:”, João Cabral de Melo Neto coloca-se no lugar

desse escritor e desenvolve quatro afirmações:

I. “Falo somente com o que falo:” (= com os meios que uso para expressar-me, com o estilo

que emprego).

II. “Falo somente do que falo:” (= dos assuntos de que trato, dos aspectos que privilegio).

III. “Falo somente por quem falo:” (= em nome de quem falo, a quem dou voz em minha obra).

IV. “Falo somente para quem falo:” (= a quem me dirijo ao escrever, de que modo trato o leitor).

Imitando o procedimento de João Cabral, coloque-se no lugar de Graciliano Ramos e

desenvolva cada uma dessas quatro afirmações, tendo como referência o romance Vidas

secas.

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QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 03

[03] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 03

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 04

[04] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 04

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Q. 05

Leia a hipotética manchete de jornal:

Prefeitos de oito capitais pedem ajuda para o Presidente.

Fora de um contexto, tal como aí se apresenta, ela é ambígua.

a) Esclareça os dois sentidos possíveis.

b) Reescreva-a, eliminando a ambiguidade.

Q. 06 Considere o período:

“Esse é o tal coronel Ponciano, que transformou uma onça em burro de sela.”

(José C. de Carvalho, O Coronel e o Lobisonem)

a) Qual é o alvo da ação de transformar?

b) Reescreva a oração três vezes e, em cada uma delas, substitua o verbo “transformar”

pelos verbos abaixo, adequando tempo e regência verbais, de modo a manter a integridade

sintática e semântica originais.

B1. Reduzir –

B2. Fazer -

B3. Tornar –

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QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 05

[05] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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1 Questão 05

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 06

[06] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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1 Questão 06

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Q. 07

Leia o trecho abaixo extraído da nota preliminar do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha:

“... tivemos um papel singular de mercenários inconscientes. Além disto, mal unidos àqueles

extraordinários patrícios pelo solo em parte desconhecido, deles de todo nos separa uma

coordenada histórica o tempo.

Aquela campanha lembra um refluxo para o passado (...).” (p. X)

a) Qual a crítica implícita na passagem: “refluxo para o passado”? b) Justifique a crase no pronome demonstrativo masculino “àqueles”.

Q. 08 Leia os trechos abaixo:

a) "Gostou? Leva pra casa. "

b) "Gostou? Leve pra casa. "

a) Do ponto de vista da Norma Gramatical Brasileira, qual dois trechos está correto? Explique.

b) Embora incorreto, um dos trechos é aceitável como variante linguística. Explicite qual e o

porquê. Reescreva o trecho, adequando-o à Norma Gramatical.

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QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 07

[07] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 07

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 08

[08] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 08

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Q. 09 Leia o trecho abaixo: A crítica ao trabalho disciplinar de tipo fabril e à subordinação do consumo à produção

padronizada foi revertida, por um lado, na difusão social da produção e, pelo outro, na

articulação da valorização dentro do próprio processo de circulação.

(Giuseppe Cocco “A riqueza dos pobres contra a pobreza dos ricos”

IN: Le Monde Diplomatique – Brasil; p. 4, Abril/09)

a) Há um erro de paralelismo sintático no trecho acima. Identifique e Explicite-o. (0,5) b) Reescreva o trecho, corrigindo-o. (0,5)

Q. 10 Leia o excerto abaixo:

“O resto da semana andei feliz como passarinho. Ponciano de Azeredo Furtado só faltava voar,

tão leve ia meu passo. E sábado, dentro do comprometido, entrava o coronel em Mata-Cavalo,

bem montado e melhor sabonetado. No beiçal da varanda, fiz o bragado ficar nas patas do

coice, galhardia que encheu a vista de Juquinha.”

(José Cândido de Carvalho, O Coronel e o Lobisomem, p. 72)

a) O trecho alterna o foco narrativo entre primeira e terceira pessoa, artifício pouco

utilizado em narrativas convencionais. Explique o efeito de sentido provocado por

esse recurso, tendo em vista a sequência narrativa do contexto. (0,5)

b) Embora o trecho compreenda uma variação linguagem regional pouco comum, é

possível compreender a mensagem transmitida. Substitua as palavras abaixo com

sinonímias de modo que satisfaçam o sentido no contexto em que figuram: (0,5)

B1. Bragado -

B2. Galhardia –

por-abo-mfa221112-1º dia

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 09

[09] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 09

QUADRO DESTINADO À RESPOSTA DA QUESTÃO 10

[10] TEXTOS ESCRITOS FORA DESTE QUADRO (OU A LÁPIS) NÃO SERÃO CONSIDERADOS PELO CORRETOR.

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Questão 10

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REDAÇÃO

Vigilância epistêmica* é a preocupação que todos nós deveríamos ter com relação a tudo o

que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados,

para não acreditarmos em tudo o que é escrito e dito por aí. É preciso vigiar o futuro para

sabermos separar o joio do trigo**.

Hoje boa parte dos sites de busca indexam tudo o que encontram pela frente à internet, mesmo

que se trate de uma grande bobagem ou de evidente inverdade. Qualquer opinião emitida,

vista como um direito de todos, é divulgada aos quatro cantos do mundo. De fato, alguns

desses sites de busca deveriam colocar, nos primeiros lugares, páginas de renomadas

Universidades, preocupadas com a verdade.

Todos precisamos estar muito atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e

lemos:

se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, se é um especialista

comprovado, se sabe do que está falando;

se quem nos fala ou escreve, na verdade, é um idiota que ouviu falar algo e

simplesmente repassa, aos outros, o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente

nada de útil.

Aumentar nossa vigilância e preocupação com a verdade é necessidade cada vez mais

premente num tempo que todos os gurus chamam de Era da Informação.

Discordo, profundamente, desses gurus. Estamos, na realidade, na Era da Desinformação, de

tanto lixo e ruído sem significado que, na maior parte das vezes, nos são transmitidos, todos os

dias, eletronicamente, sem que exista o menor cuidado com a precisão e seriedade do que se

emite, por parte das fontes que colocam matérias na rede. É mais uma conseqüência dessa

idéia que a maioria das pessoas tem sobre a liberdade de expressar o que bem quiser, de

expressar qualquer opinião que seja, como se opiniões não precisassem se basear no rigor

científico, antes de serem emitidas.

Stephen Kanitz, Revista Veja, 03/10/2007. Adaptado.

* Vigilância epistêmica = capacidade de ficar atento e perceber se uma afirmação tem ou

não valor científico.

** Separar o joio do trigo = no contexto, capacidade de diferenciar observações equivocadas,

mentiras mesmo, de outras afirmações que contêm verdades.

por-abo-mfa221112-1º dia

Países se unem em projeto da ONU

Tesouros informativos de vários países estarão disponíveis gratuitamente para qualquer

internauta, a partir deste mês, com a formação da Biblioteca Digital Mundial, uma iniciativa

da ONU. O portal terá, na primeira fase, mapas, fotografias e manuscritos, com textos

explicativos em sete línguas, inclusive português. Na segunda fase, será possível consultar

livros. A Biblioteca Nacional brasileira é uma das participantes.

O Estado de S. Paulo, 02/10/2007. Adaptado.

O acesso à Informação (em sua maioria, eletrônica) se tornou o direito humano mais

zelosamente defendido. E aquilo sobre o que a informação mais informa é a fluidez do mundo

habitado e a flexibilidade dos habitantes. O noticiário – essa parte da informação eletrônica

que tem maior chance de ser confundida com a verdadeira representação do mundo lá fora é

dos mais perecíveis bens da eletrônica. Mas a perecibilidade dos noticiários, como informação

sobre o mundo real, é em si mesma uma importante informação: a transmissão das notícias é a

celebração constante e diariamente repetida da enorme velocidade da mudança, do acelerado

envelhecimento e da perpetuidade dos novos começos.

Zygmunt Bauman. Modernidade Líquida. Adaptado.

Instrução: Os textos apresentados trazem reflexões e notícias sobre o mundo digital.

Com base nesses textos e em outras informações e idéias que julgar pertinentes,

redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando de modo claro e coerente.

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Atenção: Leia atentamente as instruções no caderno de questões antes de preencher essa folha.

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RESPOSTAS

Q. 01

a) Sim, pois o Naturalismo, escola literária a que se filia o romance “O cortiço”, desenvolve

narrativas que reproduzem a realidade para desenvolver a tese de que o homem está

sujeito a um inevitável condicionamento biológico e social, retratando a agressividade, a

violência e o erotismo que compõem a personalidade humana. Os personagens de “O

cortiço” são condicionados pelo meio em que vivem e sujeitos aos seus instintos mais

primários, simultaneamente vítimas e provocadores de violência, traição, miséria e

exploração social. João Romão tem como amante uma escrava a quem ele convence ter

alforriado e que, desesperada por ter sido traída e denunciada à polícia, se suicida. Rita

Baiana e Firmo vivem uma relação marcada por atração carnal. Jerônimo, português, a

princípio bom chefe de família e trabalhador honesto, é corrompido pelo meio em que vive,

entrega-se a prazeres, abandona a família e mata Firmo. Por isso, o zoomorfismo, técnica

narrativa que iguala animais e seres humanos guiados por instintos, sugere a sociedade

agressiva e sangrenta, metaforicamente sugerida na frase machadiana “rosbife naturalista”.

b) A metáfora “doce leite romântico” alude a uma estética marcada pela subjetividade,

sentimentalismo, emotividade, exotismo e idealização de personagens. Em Til, José de

Alencar privilegia a temática amorosa numa narrativa plena de metáforas e comparações,

descrições de paisagem idílica, enaltecedora do interior paulista. Berta é uma figura

idealizada, pois se mostra perfeita, extremamente altruísta a ponto de abrir mão de sua

realização amorosa para deixar a amiga feliz.

Q. 02

a) Sim, essas obras fogem em alguns aspectos dos preceitos românticos. Em Viagens, o

narrador faz profunda crítica à situação política de Portugal no século XIX, não idealizando

as paisagens e revelando a situação precária de cidades, povoados, estradas e depredação

de monumentos. Em Memórias, também há a desconstrução de ideias românticos á medida

que o protagonista é um herói malandro, não virtuoso, que consegue sucesso ás custas de

ajuda de parentes e amigos, pois é incapaz de gerir a própria vida.

b) Em Viagens, Joaninha é uma moça pura, amada por todos, era a menina dos rouxinóis,

angelical. Ela cuidava dos feridos, velava enfermos, gentil e nobre. Luisinha, em Memórias,

é uma boa moça, porém feia, magra demais, com o queixo enterrado no peito e isenta de

virtudes. Assim, Joaninha é idealizada, símbolo de perfeição, portanto respondendo aos

preceitos do Romantismo, enquanto Luisinha, ao apresentar imperfeições, não corresponde

ao ideal feminino romântico.

Q. 03

a) Em Capitães, podemos apontar como tema “particular” o enfoque dado à desigualdade

social, concretizada nas imagens da Cidade Alta e Cidade Baixa, em Salvador, nos anos

30. Em Sentimento, uma particularidade está no tom nostálgico do poeta ao retratar a

infância na terra natal (Itabira), além de trazer imagens da cidade do Rio de Janeiro. Em

Vidas secas, o caráter particular está na descrição do ambiente árido e inóspito do sertão

brasileiro.

b) Um tema universal apresentando em Capitães é a importância da infância bem assistida

para a formação do adulto – a triste vida dos meninos do trapiche espelha o abandono e a

falta de cuidados, consequentemente a delinquência.

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Em Sentimento, um tema universal é a angústia, a descrença em um futuro promissor uma

vez que se percebe que o homem não valoriza a vida, é capaz de matar seu semelhante

por meio de guerras e lutas pelo poder.

Em Vidas secas, um tema que pode ser considerado geral é o fato de o homem se sentir

alheio em sua própria pátria, tendo de migrar por algum motivo. Também podemos observar

supremacia do conhecimento sobre a ignorância, a valorização dos mais abastados.

Q. 04

I. “Falo somente com o que falo”, ou seja, com concisão, economia vocabular, recorrendo a

estruturas fragmentárias, períodos curtos, próximos da técnica cinematográfica, com

exibição das mesmas imagens, focalizadas sob ângulos diversos (Estes recursos

compõem, em Vidas Secas, uma poética da secura, da carência e da opressão, que

expressa tanto a aridez do sertão nordestino, como a visão fragmentária e a “mudez

introspectiva”, a “afasia simbólica”, em que vivem os retirantes, aprisionados também pela

incapacidade de comunicação verbal).

II. “Falo somente do que falo”, ou seja, da realidade social e psicológica do sertanejo, oprimido

pela inclemência do meio geográfico e pela sociedade excludente, desigual, injusta e

arcaica.

III. “Falo somente por quem falo”, ou seja, dou voz aos “viventes”, para fazê-los “falar” exibindo

as seqüelas sociais e psicológicas da violência, com a intenção de harmonizar a

objetividade da crítica do narrador onisciente com a sua capacidade de, prismaticamente,

traduzir pelo discurso indireto livre os conflitos, as angústias e os sonhos dos retirantes,

homens e animais, captados em sua interioridade dolorosa e problemática.

IV. “Falo somente para quem falo”, com o desejo de mobilizar o leitor, de levá-lo à consciência

e desta à ação transformadora em relação à realidade que retrato e denuncio.

Q. 05

a) Primeiro sentido: ajuda do Presidente (Presidente seria agente da ação de ajudar);

Segundo sentido: ajuda direcionada ao Presidente (Presidente seria paciente da

ação de ajudar)

b) Prefeitos de oito capitais pedem ajuda do Presidente;

Ou

Prefeitos de oito capitais pedem ajuda para auxiliar o Presidente.

Q. 06

a) o alvo da ação de transformar é “onça”.

b) B1. Reduzir – Esse é o tal coronel Ponciano, que reduziu uma onça a burro de sela.

B2. Fazer - Esse é o tal coronel Ponciano, que fez de uma onça burro de sela.

B3. Tornar – Esse é o tal coronel Ponciano, que tornou uma onça burro de sela

Q. 07

a) A crítica implícita é que a campanha de Canudos foi um ato de incivilidade, de barbárie, que

lembra tempos mais antigos de guerras e matanças sem ética nem racionalidade.

por-abo-mfa221112-1º dia

b) A crase ocorre diante do pronome masculino “aquele” porque o termo regente “unidos”

requer preposição “A” que se contrai no encontro com “a” de aqueles. Por exemplo: unidos

a aqueles = àqueles.

Q. 08

a) O segundo trecho está correto, porque a forma verbal LEVE conjugada no Modo Imperativo

da terceira pessoa do singular deve correlacionar-se à forma verbal GOSTOU que também

está na terceira pessoa do singular.

b) Embora incorreta diante da Norma Culta Brasileira, o trecho I transmite a mesma informação

do trecho considerado correto, por isso ele é aceito também. Corrigido, ficaria: Gostou? Leve

para casa. Ou ainda: Gostaste? Leva para casa.

Q. 09

a) O erro de paralelismo ocorre em: “por um lado” e “pelo outro”. O primeiro par (por um lado)

utiliza artigo INDETERMINADO “UM”, e o segundo par (pelo outro) utiliza a contração da

preposição “per” mais o artigo DETERMINADO “O”. Deveria ter utilizado o mesmo tipo de

construção com indeterminação.

b) “...foi revertida, POR UM lado na difusão social da produção e, POR outro, na articulação...”

Q. 010

a) Ponciano, o coronel e a primeira pessoa fundem-se em uma só voz. O narrador

seleciona a pessoa (terceira ou primeira pessoa, alternando o nome e patente) mais

adequada para expor ora o lado mais respeitoso (coronel); ora o lado mais comum;

(Ponciano), ora o lado mais íntimo e subjetivo: “meu”, “fiz”. Este último evoca maior

intimidade e valoriza as ações do narrador como pessoa próxima à amada.

b) B1. Bragado - animal

B2. Galhardia – ação