-Sexo não tem feminino? -Só tem sexo masculino? -É. Quer ... · Um homem rico estava muito mal,...
Transcript of -Sexo não tem feminino? -Só tem sexo masculino? -É. Quer ... · Um homem rico estava muito mal,...
Sexa
- Pai........-Hummmmm?
- Como é o feminino de sexo?- O quê?
- O feminino de sexo.- Não tem.
- Sexo não tem feminino?- Não.
- Só tem sexo masculino?- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e Feminino.
- E como é o feminino de sexo?- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "SEXO" é masculina. O SEXO
masculino, o SEXO feminino.- Não devia ser "A SEXA"?
- Não.- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "SEXO" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?- Sexo mesmo.Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?- É. Quer dizer...Olha aqui. Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino,
certo?- Certo.
- São duas coisas diferentes.- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a
palavra.- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega! Vai brincar, vai.O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- Temos que ficar de olho nesse guri...- Por quê?
Ele só pensa em gramática.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Sexa. In:Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
No texto “Sexa”, de Luís Fernando Veríssimo,
A)a conjunção porque é empregada, ao longo da narrativa, para indicar as conclusões do pai sobre o assunto discutido.B) a interação entre os personagens foi finalizada de modo
bem-sucedido no desfecho da crônica em análise.C) a pontuação é um importante instrumento, uma vez que é
empregada expressivamente para demarcar a mudança de humor de um dos personagens da narrativa.
D) o duplo sentido da palavra sexo é um fator acessório para garantir a textualização da crônica.
E) o neologismo que dá título ao texto promove dificuldade de compreensão do sentido geral da crônica.
Alternativa incorreta. A conjunção é empregada para indicar uma ideia de explicação.
Alternativa incorreta. A interação entre pai e filho é finalizada de forma abrupta, já que o pai perde a paciência com seu filho após tantos
questionamentos. Alternativa correta. A alternância de sinais de pontuação, principalmente, no emprego da frase Porque não, usada em um momento com ponto de
exclamação e em outro com ponto final, indica a alteração do humor do pai em relação às dúvidas do seu filho.
Alternativa incorreta.A ambiguidade é um fator fundamental para a construção do humor do texto.
Alternativa incorreta. O neologismo sexa é facilmente compreendido pelo contexto, uma vez que é a partir do seu uso que o garoto retratado na crônica
começa a apresentar dúvidas a seu pai sobre a flexão de gêneros na gramática.
Conteúdo: Ponto de referência: Fatores de textualização - Unidade 2 -
Disponível em: <http://www.abmp.com.br/listas/fotos/587/4.jpg>.Acesso em: 30 nov.2015.
A finalidade comunicativa do anúncio anterior está centrada na
A) ambiguidade presente na oração a gente vence mais fácil.B) ausência de marcas de interlocução.
C) divulgação de ações preventivas e solidárias.D) importância de combater doenças como a obesidade.
E) relevância de práticas esportivas na atualidade.
Alternativa incorreta. A ambiguidade está presente na oração Se você entrar
em campo.Alternativa incorreta. O texto emprega marcas de aproximação com o público
alvo, como o uso do pronome você e do termo a gente.Alternativa correta. A campanha emprega a ambiguidade de forma a
estimular o leitor a aderir à campanha que divulga o combate ao câncer infantojuvenil.
Alternativa incorreta. A obesidade não é mencionada na campanha em questão.
Alternativa incorreta. O texto usa o esporte de modo metafórico para divulgar o combate ao câncer infantojuvenil.
VÍRGULA (,)
É usada para:a) separar expressões que marcam tempo, lugar e outras circunstâncias, colocadas no início ou no meio da frase:Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
fechadas.Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair!
Neste local, não é permitida a entrada de fumantes.
b) separar entre si elementos dispostos em enumeração:Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
c) isolar o vocativo:Então, Janice, não há mais o que se dizer!
d) isolar o aposto:João, aluno da 5ª série, apresentou ótimo rendimento.
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas,
no entanto, assim, entre outros.As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto
é, não querem abrir mão dos lucros altos.
PONTO E VÍRGULA (;)É usado para separar itens
enumerados:A Matemática se divide em:
– geometria;
– álgebra;
– trigonometria;
– financeira.
DOIS-PONTOS (:)É usado para:
a) fazer uma citação ou introduzir uma fala:Ele respondeu:
— Não, muito obrigado!
b) indicar uma enumeração:Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com
pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e
não responda à professora.
O mistério da herança
Um homem rico estava muito mal, agonizando.
Dono de uma grande fortuna, não teve tempo de fazer o seu
testamento.
Lembrou, nos momentos finais, que precisava fazer isso. Pediu,
então, papel e caneta.
Só que, com a ansiedade em que estava para deixar tudo
resolvido, acabou complicando ainda mais a situação, pois
deixou um testamento sem nenhuma pontuação.
Escreveu assim:
Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.
Morreu, antes de fazer a pontuação.
A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes: a
irmã, o sobrinho, o padeiro e os pobres.
GRUPO 1: SOBRINHOGRUPO 2: IRMÃ
GRUPO 3: PADEIROGRUPO 3: POBRES
O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do padeiro. Nada dou
aos pobres.
A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã.
Não a meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do padeiro. Nada dou
aos pobres.
O padeiro não deixou por menos:
Deixo meus bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do padeiro. Nada dou
aos pobres.
Chegaram os pobres da cidade
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A
meu sobrinho? Jamais ! Será paga a
conta do padeiro? Nada! Dou aos
pobres.
O poder da VírgulaVírgula pode indicar pausa ... Ou não:
Não, espere.Não espere.
Pode ser a solução:
Vamos perder, nada foi resolvido.Vamos perder nada, foi resolvido.
Pode condenar ou salvar:
Não tenha clemênciaNão, tenha clemência.
A vírgula muda uma opinião:
Não queremos saber.Não, queremos saber.
A vírgula pode ser feminista
Se o homem soubesse o valor que
tem a mulher, andaria de quatro à sua procura.
A vírgula pode ser machista
Se o homem soubesse o valor que
tem, a mulher andaria de quatro à sua procura.
A vírgula pode criar heróis
Pausa para a dúvida:
Heroi ou Herói
Muita gente ainda faz confusão na hora de pôr em prática as novas regras de acentuação e hifenização.
E quem pensa que o corretor ortográfico dos computadores resolve todos os problemas está
sujeito a decepções.
A maioria dos redatores já aprendeu que ideia perdeu o
acento, assim comogeleia, plateia,
estreia, diarreia, cefaleia e tantas outras palavras paroxítonas cuja
sílaba tônica é um ditongo aberto.
É bom estar atento à regra: perderam o acento os ditongos
abertos tônicos das paroxítonas, isto é, aqueles que aparecem na
penúltima sílaba da palavra.
É isso o que explica o fato de “heroico” se escrever sem acento e de “herói” manter o acento. “Heroico” é paroxítona, “herói” é
oxítona.
Muito bem. O acento do ditongo aberto das oxítonas, bem como o
dos monossílabos tônicos (céu,
véu, réu), manteve-se. É por isso que continuam acentuadas
palavras como lençóis, anzóis,
anéis, pastéis, carretéis, papéis,
fiéis, tonéis etc.
A confusão, todavia, é frequente, como se vê no trecho abaixo:“... milicianos ainda fieis a
Gbagbo”
Laurent Koudou Gbagbo (Mama, perto de Gagnoa, 31 de maio de 1945) é um
político, historiador e escritor marfinense. É pesquisador da
Universidade de Cocody, em Abidjan, e foi presidente do país de 26 de
outubro de 2000 a 4 de dezembro de 2010, ou, segundo seus partidários,
até 11 de abril de 2011.
Nenhum corretor eletrônico corrige esse erro. Por que será? É preciso observar que a forma “fieis”, sem acento, é uma das conjugações do
verbo “fiar” (que vós fieis – presente do subjuntivo, segunda pessoa do plural) – por esse motivo, o corretor eletrônico não avisa quando alguém se esquece de pôr o acento. É preciso, portanto, ficar atento à regra gramatical e não
deixar todo o trabalho para a máquina.
A construção correta seria a seguinte:
... milicianos ainda fiéis a Gbagbo
Esse problema ocorre também com “papéis” (substantivo) e
“papeis” (verbo “papar”), “pastéis” (substantivo) e “pasteis” (verbo),
entre outros casos.
A vírgula muda uma opinião
Não queremos saberNão, queremos saber.