· racas serão abastecidas com produtos doados pela comunidade, ... 2019 JORGE HUGO SOUZA GOMES...

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www.joaoxxiii.com.br - 2018 Junho Povoado pelos amantes dos livros e por escritores, o Plane- ta Literatura do Colégio João XXIII pode ser considerado uma espécie de habitat dos leitores. O evento aconteceu de 2 a 5 de maio, reunindo 32 projetos transdisciplinares que gravita- ram em torno dos personagens literários, além de oferecer uma feira do livro e o contato direto com autores. Planeta Literatura é habitat dos leitores Festa Junina terá tradição e novidades! Foto: Bea Lehsten.

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www.joaoxxiii.com.br

- 2018Junho

Povoado pelos amantes dos livros e por escritores, o Plane-ta Literatura do Colégio João XXIII pode ser considerado uma espécie de habitat dos leitores. O evento aconteceu de 2 a 5

de maio, reunindo 32 projetos transdisciplinares que gravita-ram em torno dos personagens literários, além de oferecer uma feira do livro e o contato direto com autores.

Planeta Literatura é habitat dos leitores

Festa Junina

terá tradição

e novidades!

Foto: Bea Lehsten.

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FALA, JOÃO - Jornal do Colégio João XXIIIFechamento em 13/06/2018.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Laura Maria da C. Eifler SilvaVice-Presidente: José Alencar LummertzDiretora Financeira: Andrea Tabajara Bichinho TrajanoDiretor de Obras e Patrimônio: Alexandre Ozorio KloppemburgDiretora Jurídica: Aline Carraro PortanovaDiretor de Comunicação / Editor: Joao Batista Santafé Aguiar - Reg. Prof. 4826/DRT-RS

INSTITUTO EDUCACIONAL JOAO XXIIIDiretora Geral: Anelori LangeVice-Diretora Geral: Maria Tereza Coelho

Reportagens e Redação: Rosina DuarteAssessoria de Imprensa e Colaboração: Luana Dalzotto de Castro AlvesDiagramação e editoração: Patrick de MedeirosRevisão: Profa. Carmen Lucia Pacheco de Araújo

Festa Junina 2018 será mais comunitária e cultural

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não haverá a costumeira barraquinha de quitutes feitos e vendidos pelos es-tudantes com a finalidade de arrecadar fundos para a formatura. Algumas bar-racas serão abastecidas com produtos doados pela comunidade, incluindo os tradicionais bolos, as rapadurinhas de amendoim, o pinhão, o cachorro quen-te, a pipoca entre outras delícias juninas. Os terceirizados ficarão encarregados de oferecer churros, queijo coalho, quentão, churrasquinho e churraspão.

Com relação aos brindes das brinca-deiras da Argola, da Pescaria e da Boca do Palhaço, serão oferecidos em menor quantidade, evitando que estes sejam o foco da festa. Apresentações culturais e musicais também estão previstas. Mas

COMPAREÇA

E VENHA

ACOMPANHADO

DE UM OU MAIS

AMIGOS

Imagem da edição 2017 da festa Junina do João XXIII.

nenhuma dessas novidades exclui a tra-dição das danças e da fogueira acesa ao entardecer.

Como ingresso opcional para a Festa, a Escola aceitará, na entrada, 1 kg de alimento não perecível a ser doado a uma instituição de caridade. A comunidade pode trazer convidados para a Festa - é uma grande oportunidade de novas fa-mílias conhecerem a escola, deixando os nomes nas secretaria das etapas ou junto à portaria.

Todos devem também trazer suas canecas para utilização durante a festa evitando a utilização de copos descar-táveis.

Quem considera todas as Festas Ju-ninas iguais poderá mudar de opinião depois de participar da Festa Junina do Colégio João XXIII de 2018. Sem abrir mão da fogueira e das brincadeiras tra-dicionais que garantem sua identidade, o evento apresentará surpresas, algu-mas delas reservadas para divulgação na tarde do dia 16 de junho entre 14 horas e 17h30min. “Neste ano teremos uma comemoração mais comunitária e cultural”, anuncia a vice-diretora Maria Tereza Coelho.

Para começo de conversa, revela, a Festa está sendo organizada por uma comissão formada por integrantes de diversos segmentos da comunidade escolar. Com a ausência do “terceirão”,

Foto: Audiovisual João XXIII.

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Planejamento Estratégico do João será consolidado no segundo semestre

Qual o motivo e a importância de mudança de organograma?

No nosso modelo de gestão há uma sobreposição de tarefas entre o Peda-gógico e a Fundação. É preciso fazer essa distinção. Tem, ainda, o debate sobre a implantação de uma Ouvidoria. Outro item importante é o Núcleo de Formação, Pesquisa e Inovação. En-fim, existem várias propostas novas. Mas o fundamental é estabelecer um organograma mais radial e menos hie-rárquico.

E quais os próximos passos?

Bem, em primeiro lugar o Comitê de Governança deve acolher as suges-tões geradas no workshop, rever o estatuto e o regimento interno. Logo, fará a devolução para os participantes da discussão e para os conselheiros de diversas áreas com a finalidade de ampliar ainda mais a participação da comunidade escolar. Também o Comitê de Fidelização deverá realizar os ajus-tes na proposta de funcionamento da Ouvidoria. Só depois de concluído esse processo, o novo organograma será votado pelo Conselho, em julho. Pa-ralelamente, os Comitês de Captação e Comunicação seguem construindo estratégias para o ingresso de novos alunos na Escola.

A recente renovação do Conselho tem impacto nesse processo?

Foi renovado cerca da 50% do Conse-lho. Até as vagas de suplentes foram preenchidas. Muitos dos eleitos nunca tinham participado do processo. Ocor-reu uma oxigenação, sem dúvida. E eu vejo relação direta desse novo interes-se com o Planejamento Estratégico. Muitos pais e mães sentiram-se moti-vados a participar a partir dos debates do PE. Antes de serem empossados, no dia 29, eles foram apresentados ao Conselho e informado sobre as ativi-dades e responsabilidades dos conse-lheiros.

E o que é esperado para o segundo semestre?

Vencida a discussão do organogra-ma, o Comitê de Governança tem pela frente a reorganização da constituição do Conselho Deliberante, do sistema periódico de definição da escolha da direção pedagógica e dos processos de trabalho. Será a consolidação do PE.

O PE será consolidado no segundo semestre de 2018. Nesta entrevista, a presidente da Fundação Educacio-nal João XXIII, Laura Eifler, fala sobre as atividades dos primeiros quatro meses do ano e adianta os próximos passos do processo. Comenta tam-bém sobre a renovação do Conselho após a eleição dos novos integrantes ocorrida em maio.

Laura, poderias atualizar a comuni-dade escolar sobre o andamento do Planejamento Estratégico?

O PE será consolidado no segundo semestre de 2018 e os 13 comitês se-guem se encontrando e se preparando para isso. No dia 27 de abril, tivermos um workshop para discutir a propos-ta de mudança do organograma, que deverá reorganizar toda a estrutura da Fundação. Participaram integrantes dos comitês da Governança, de Satis-fação, de Comunicação, de Captação e de Fidelização. Também foi convidada a Equipe Técnica e todos que tivessem interesse. Formamos quatro grupos com representantes dos diversos seg-mentos. Chegamos a debater, inclusi-ve, os estatutos internos que precisam ser alterados. Ao final, foram apresen-tadas as sugestões que serão analisa-das pelo Comitê de Governança. Ainda haverá um prazo para o encaminha-mento de minutas.

Foto: Audiovisual João XXIII.

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Titulares

CBB 2018 - 2020 JOANA HENNEMANN

MB 2018 - 2019 JANAINA TÓLIO

MD 2018 - 2019 DENISE BAIRROS BARBOSA

NB 2017 - 2019 MILENA DEMAMAN SILVA TYBA

ND 2017 - 2019 ANDREA TABAJARA BICHINHO TRAJANO/MANDATO SUSPENSO/Dir. Financeira 2018-2019 (Art.16 Reg.Interno)

NF 2018 - 2020 VÍNICIUS SERPA BASSETTI

NH 2018 - 2019 LUCIA VIANNA XAVIER

NJ 2018 - 2020 MAUREN MARTINS DE MARTINS BARCELLOS

1B 2018 - 2019 JARIR ABDEL HAMID MUSTAFA

1D 2018 - 2019 TATIANA TONIOLO BAGGIO

1F 2017 - 2019 CAROLINE SOARES DE ABREU

1H 2017 - 2019 FRANCISCO DE PAULA BASTOS DE FREITAS

2B 2017 - 2019 MÍRIAN FONTOURA MOREIRA

2D 2018 - 2019 ELISANDRA FABIANA MOREIRA

2F 2017 - 2019 BIANCA DA SILVA ALVES

2H 2017 - 2019 MARCUS SOFIA ZIEGLER

3B 2018 - 2020 DANIELA PASTRE CAMARGO

3D 2018 - 2020 MICHELE MIRANDA SCHWANCK FERNANDES

3F 2018 - 2020 FERNANDA MACHADO DE OLIVEIRA

3H 2018 - 2020 REGIS ALBERTO WEBER

4B 2018 - 2020 AMARILDO MACIEL MARTINS

4D 2017 - 2019 DANIEL JULIANO DOEDERLEIN SOARES

5A 2017 - 2019 ALEXANDRE OZORIO KLOPPEMBURG/ MANDATO SUSPENSO/Dir. Obras e Patrimônio 2018-2019 (Art.16 Reg.Interno)

5C 2018 - 2019 LETICIA BECKER HOMRICH

5E 2017 - 2019 MIRELLE BARCOS NUNES

5G 2017 - 2019 FRANCIS CAMPOS BORDAS

6A 2017 - 2019 ALINE CARRARO PORTANOVA/MANDATO SUSPENSO/Dir. Jurídica 2018-2019 (Art.16 Reg.Interno)

6C 2017 - 2019 CRISTIANE JUNG ABARNO DIAS

6E 2017 - 2019 BEVERLÊ DA SILVA

7A 2017 - 2019 EUNICE AITA ISAIA KINDEL

7C 2018 - 2020 GILBERTO PINTO VIEIRA

7E 2017 - 2019 FÁBIO JUNGES SUBTIL

8A 2017 - 2019 MIGUEL REIS NINOV

8C 2018 - 2020 MARIO LEAL LAHORGUE

8E 2017 - 2019 MARIA LUIZA PONT

9A 2017 - 2019 LÍGIA BEATRIZ ECHENIQUE BECKER

9C 2018 - 2020 FABIANO DE VARGAS E SILVA

9E 2018 - 2020 RENATA CASTILHOS SEVERINI

1A 2018 - 2021 JOÃO BATISTA SANTAFÉ AGUIAR/MANDATO SUSPENSO/Dir. Comunicação 2018-2019 (Art.16 Reg.Interno)

1C 2017 - 2019 MÁRCIA DI GIORGIO CARDOSO

2A 2017 - 2020 LIANE ELISA FRITSCH

2C 2018 - 2020 ANNA LUIZA SURITA DUARTE

2E 2018 - 2020 CLAÚDIA PAIVA NUNES

Suplentes

MB 2018 - 2019 ELIANE COSTANTIN

MD 2018 - 2019 RENATA ORTIZ PEDRINI

NB 2018 - 2019 FABRÍCIO VALMORBIDA MARÇAL PESSÔA

ND 2017 - 2019 SANDRO DUARTE DA SILVA /Titular interino (Art.16 parag. Único Reg. Interno)

NF 2018 - 2020 HANYK DE FARIA MELO ORSI

NJ 2018 - 2020 ANELISE DA ROSA CRISTIMANN

1B 2018 - 2019 CHRISTIANNE SOUZA DE OLIVEIRA

1D 2018 - 2019 VIVIANE FIGUEIREDO CACERES

1F 2018 - 2019 PAULA VIANNA NUNES

1H 2017 - 2019 RODRIGO FARDIN DO NASCIMENTO RICCIARDI

2B 2017 - 2019 JOICE PAVEK FIGUEIRÓ

2D 2018 - 2019 MARCELO RODRIGUES PINTO

2F 2017 - 2019 JORGE HUGO SOUZA GOMES

2H 2017 - 2019 GILSON INACIO WIRTH

3D 2018 - 2020 BEATRIZ DE MEDEIROS DURAND

3F 2018 - 2020 ENAURA CASTRO

3H 2018 - 2020 DANIEL MAIA

4B 2018 - 2020 ALOISIO ROCHA

4D 2017 - 2019 JOICE VOSS VALADÃO

5A 2017 - 2019 BEATRIZ DE LIMA ABRAHÃO/Titular interino (Art.16 parag. Único Reg. Interno)

5C 2018 - 2019 VANESSA FELIZARDO RODRIGUES

5E 2017 - 2019 BEATRIZ LEHSTEN

5G 2017 - 2019 DARLIANE RAIMUNDO FAGUNDES

6A 2017 - 2019 SÉRGIO SCHARDONG FILHO/Titular interino (Art.16 parag. Único Reg. Interno)

6C 2017 - 2019 CRISTIANE DE PAULA VIEIRA

6E 2017 - 2019 ADRIANA GOMES

7A 2017 - 2019 ÂNGELA ALBRECHT

7E 2017 - 2019 DENISE LUCE SCHMITZ

8E 2017 - 2019 DENILSON GONÇALVES DE OLIVEIRA

9A 2018 - 2019 PAULA MIRANDA DE BRITTO

9C 2018 - 2020 CLARISSE ALABARCE NERY

9E 2018 - 2020 VIVIAN CRISTIANE SCHAEFER

1A 2018 - 2021 EDUARDO ANTONIO DE OLIVEIRA TAVARES/Titular interino (Art.16 parag. Único Reg. Interno)

2C 2018 - 2020 EDGAR DA SILVA ARISTIMUNHO

2E 2018 - 2020 JAQUELINE MOLL

A posse de 42 novos conselheiros da Fundação Educacional João XXIII acon-teceu em 5 de junho. Depois da ceri-mônia, o Conselho Deliberante aprovou a construção de prédios destinados à Manutenção e Serviços. O processo de renovação do Conselho Deliberante é preparado desde o início do ano por uma

Comissão Eleitoral. Alguns dias antes, os novos membros já haviam se encontrado com a Diretoria Executiva da Fundação, cuja composição atual é formada por pais e mães Conselheiros As reuniões acontecem normalmente na última terça-feira de cada mês e são abertas à comunidade escolar.

Conselho Deliberante é renovado

Foto: Audiovisual João XXIII.

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No próximo mês e no segundo se-mestre do ano, os professores e os es-tudantes do Colégio João XXIII estarão envolvidos com três Olimpíadas: His-tória, Física e Matemática. Voltada aos estudantes do 8º ano ao Ensino Médio, a Olimpíada Nacional de História do Brasil - 10ª edição é composta por seis fases a distância e uma presencial. No João XXIII, 24 estudantes estão participando do evento que começou em 9 de maio e segue até 18 de agosto. “O evento, além de ser uma oportunidade para os estudantes terem contato com fontes de História do Brasil (não facilmente encon-tradas em livros didáticos) é uma chance para refletir sobre aspectos da História do país de forma mais aprofundada e complexa. Esse tipo de Olimpíada, que exige o trabalho em grupo, é interessan-te para o estreitamento de laços entre os estudantes, ponto que está sendo cada vez mais valorizado nas discussões con-temporâneas sobre educação”, opina a professora Patrícia Dyonisio de Carvalho.

Por sua vez, a Olimpíada Brasileira de Física (OBF), em sua primeira fase, mobilizou 31 estudantes do 9º ao EM

Olimpíadas de História, Física e Matemática mobilizam professores e estudantes do João

que responderam questões objetivas sobre os temas propostos. A segunda fase, marcada para o dia 18 de agosto, apresentará questões dissertativas e a terceira, prevista para 6 de outubro, será uma prova experimental e teórica.

Já a Olimpíada Brasileira de Mate-mática (Obmep) teve, neste ano, 119 inscritos. Voltada para estudantes do 6º ao EM, a competição acontece em duas etapas e os candidatos são divididos em três níveis: nível 1 para alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental; nível

2, para alunos do 8º e 9º ano do EF e nível 3, alunos do Ensino Médio. A pri-meira fase, com prova objetiva, ocorreu em 5 de junho, no próprio João XXIII. A próxima, prevista para 15 de setembro, é a aplicação de prova discursiva. Para o professor Cassio Kiechaloski Correia de Mello, a participação dos jovens “é importante para despertar interesse em uma matemática ainda mais aplicada, já que a prova não tem compromisso com o conteúdo e sim com o raciocínio lógi-co”. A fim de dar suporte aos candidatos,

A professora de Física Marina Valenzuela e a estudante Amália Garcez, da 1ºC, no lançamento da réplica de foguete durante a Mostra Brasileira de Foguetes

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Em 21 de maio, a creche Boa Esperança, localizada na Vila Orfanotrófio, ganhou 10 novos computadores, disponibilizados para as 310 crianças e adolescentes atendidos pela instituição. A instalação dos computado-res, assim como a prepara-ção da sala para receber os equipamentos, contou com o apoio financeiro da Funda-ção Educacional João XXIII e da Associação dos Profes-sores do Colégio (APJ). Os equipamentos foram doados pelo BarraShoppingSul, por intermédio do superinten-dente do local, Marco Aurélio Jardim Neto, pai dos estu-dantes Felipe e Alice Xavier da Silva Jardim.

Creche Boa Esperança recebe 10 novos computadores

A doação reforçou a parce-ria de 37 anos que a Escola mantém com a creche. Nesse ano, além dos com-putadores, o João XXIII colaborou com a Páscoa das crianças, por meio da conversão do valor da pri-meira edição do Brechó de Uniformes e da campanha de arrecadação de cho-colates feita pelo Grêmio Estudantil (GEJ). Roupas quentinhas para o inverno feitas pelo Serviço Comu-nitário da Escola (Secom), também estão sendo pro-duzidas mais peças com as lãs arrecadadas durante o IV João em Ação, realizado em abril.

a Coordenação Pedagógica das etapas envolvidas está organizando grupos de estudos. “Nosso acompanhamento não é apenas na Escola. Ano passado fomos com o grupo selecionado para a fase final à UFRGS. E neste ano queremos repetir o cuidado”, informa Cassio.

Em 2017, 111 estudantes do João XXIII se inscreveram na Obmep. Desses, 10 passaram para a segunda fase e seis receberam menções honrosas - dois de cada nível, além do 14º lugar no nível 3 conquistado pelo ex-aluno Eduardo Cas-telli Kroth. “Diante da certeza de que, no-vamente, estaremos bem representados, desejo, principalmente, que os estudan-tes possam se divertir e aprender um pouco mais sobre matemática”, comenta o professor Luciano Stropper da Silva.

No período de 27 de junho a 13 de julho, ocorre, ainda, o João Matemágica na Etapa 1º ao 5º ano do Ensino Fun-damental. Apesar de não levar o selo “Olimpíada” no nome, o evento obedece os mesmos princípios de uma olimpíada matemática e de jogos de xadrez.

Algo semelhante ocorre com a Mos-tra Brasileira de Foguetes da qual toma-ram parte quatro estudantes da 1ª série do EM. Eles construíram e lançaram fo-guetes feitos com garrafas pet no dia 18 de maio. Os jovens tiveram o apoio da professora Marina Sanfelice Valen-zuela e os lançamentos aconteceram na própria Escola. As 200 melhores equipes serão selecionadas para participarem da Jornada de Foguetes, em Barra do Piraí, Rio de Janeiro.

Fotos (p. 6-7): Audiovisual João XXIII

Profissionais da Creche Boa Esperança e do Colégio João XXIII durante a entrega da sala e do recebimento dos computadores doados por intermédio da Escola

PLANETA LITErATUrA

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Personagens, leitores e escritores povoam o Planeta Literatura

De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” - desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro - 30% dos brasi-leiros nunca compraram um livro na vida. Já o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) emitiu a som-bria previsão de que os es-tudantes brasileiros podem demorar mais de 260 anos para atingir o nível de leitura dos alunos dos países ricos. Na contramão desses índi-ces, o Planeta Literatura do Colégio João XXIII traça sua rota em torno da produção literária, sendo povoado por uma legião de leitores e es-critores. Com o tema “”Perso-nagens de todos os tempos”, o evento aconteceu de 2 a 5 de maio no Colégio João XXIII, reunindo 32 projetos

autores. Isabella Andrade e Sthefany Araújo (9C), por exemplo, jamais imaginaram que um país chamado Chade, localizado em um continente marcado pela pobreza como a África, era um dos mais sau-dáveis do mundo. A razão, ex-plicavam as meninas, é que lá não chega comida industriali-zada na mesma proporção em que as regiões inseridas no mundo globalizado. Típico da região, a infusão rooibos – de sabor agradável semelhantes ao chá mate – era oferecida como brinde aos visitantes. Encontrá-lo não foi tarefa fá-cil. Ricardo Alabarse, também no 9C, acabou cumprindo a façanha. “Tentei no Mercado Público, mas estava fecha-do. Acabei achando no Bar-ra Shopping”, contou. Mas o chá africano não era único do Planeta, pois o 7º ano também ofereceu o seu “7HT Grade Presents: Tea Time With Alice” que, aliás, atraiu as abelhas do Meliponário, sem qualquer risco para os participantes,

apresentava peculiaridades e informações a respeito de diversos pontos do mundo, proporcionando descobertas não apenas aos expectado-res como também aos seus

transdisciplinares, além de uma feira do livro e o contato direto com autores.

Um sábado radioso de ou-tono – 5 de maio – foi o gran-de dia do Planeta. As portas do Colégio se abriram para re-ceber a comunidade escolar e seus convidados. O pátio da Escola ficou repleto de pro-duções peculiares realizadas pelos estudantes junto com seus professores. No centro, o gazebo abrigava as barra-cas de livros, como uma ilha cercada de criações literárias por todos os lados.

Já na entrada, o mun-do se descortinava para os visitantes com uma espé-cie de mapa mundi elabora-do pelas turmas do 9º ano, participantes do “Quality of Life Wordwide”. O trabalho

Lobos, bruxas, príncipes, mágicos, princesas, bailarinas, monstros e fadas

Foto: Audivisual João XXIII.

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pois elas não são agressivas. Apesar de Ricardo ter ga-

rimpado um chá exótico, sua mãe não dispensou o café, ou melhor, o Café Literário “E agora José? Exposições dos ‘Josés’ – Carlos Drum-mond de Andrade-José”, abordado pelo 9º ano a partir o compêndio dos 100 melho-res poemas do autor. Clari-

ce Alabarse se emocionou ao ponto de embargar a voz com o trabalho da meninada que, entre outras criações em torno do tema, apresentou a música “Rosa de Hiroshima”: “A grande questão é o amor... o amor próprio. No momento em que gostas de ti, passas para o outro. Assim se cura o mundo. Vocês têm um gran-

de potencial para fazer essa mudança. Vocês têm o poder da fagulha”.

Essa “fagulha”, sem dú-vida, acendeu a criatividade como podia ser constatado por quem compareceu ao Colégio na manhã de sába-do, 5 de maio. Incentivados pelas coordenadoras, pela direção e pelos professores,

muitos compareceram ves-tindo seus personagens. O Planeta foi habitado por lo-bos, bruxas, príncipes, má-gicos, princesas, bailarinas, monstros e fadas, além de uma sereia morena de lábios verdes envergando uma saia--cauda coberta de escamas e entremeadas com algas cintilantes. Codinome: Iara. Nome verdadeiro: Fabiana Souza. Profissão: contado-ra de histórias da Bibliote-ca Zilah Totta. Iara-Fabiana fazia questão de registrar a parceria com Miguel Cury na criação do personagem. “Ele fez um molde do meu corpo com jornal e fita crepe para depois modelar o tecido e co-lar os pedacinhos de acetato”. Curiosamente, a mulher peixe caminhava pelo pátio – com seus passinhos miúdos tolhi-dos pelo figurino – de mãos dadas com Chapeuzinho Ver-melho, ou melhor, com Luna Souza Lima, sua filha (aluna do 1º ano).

Fotos (p. 9): Bea Lehsten.

HOTSITENeste ano os smar-tfones e tablets pu-deram acessar com layout específico toda a programação e os acontecimentos do Planeta Literatura pelo endereço

planetaliteratura.joaoxxiii.com.br

Enquanto a professora do 5º ano Marilei Weiss encarnou a princesa Bela, do clássico a “A Bela e a Fera”, a contadora de histórias Fabiana Souza e a filha e aluna do 2º ano, Luna Lima, vestiram-se de Iara e Chapeuzinho Vermelho. A Valentina Braga, do 4ºF, também escolheu uma princesa para trazer ao Planeta Literatura desse ano

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Uma tagarela boneca de trapos e uma menina perdi-da entre dois mundos ins-piraram as representações teatrais das professoras da Educação Infantil “Sítio do Pica Pau Amarelo: Emília e a Pílula Falante” e “Dorothy no Mundo Mágico de Oz”. Neste caso, o “respeitável público” seguia a lendária Estrada de Tijolos Amarelos que condu-

própria encerrou o “Dorotthy no Mundo Mágico de Oz” com emocionada mensagem que refletia sobre os dilemas dos personagens Leão, Homem de Lata e Espantalho: “Não há medo que a coragem não seja capaz de superar; não há problema que uma mente inteligente não possa resol-ver; e não há maldade que os bons sentimentos não consi-gam vencer”.

Outros personagens ínti-mos do mundo infantil como Os três porquinhos, João e Maria e Pinóquio também ti-veram seus lugares no pro-jeto “Where Does Fantasy Live?”, do 2º ano e “Pinóquio em ação”, do 6º ano. E a fanta-sia e o teatro foram o tom do 4º ano com duas produções: “Romeo and Juliet & Notícias do Mundo Encantado; o 1º Te-lejornal dos Contos de Fadas”. E o lobo, por sua vez, reinou no Ginásio de Esportes onde estava exposta a produção do 1º ano do EF “Então quem é?”, inspirada na obra da escrito-

zia à sala 305, onde foi apre-sentado o espetáculo. Para eleger as ideias norteadoras do trabalho e, posteriormen-te, escolher o tema, adaptar os livros, construir os diálo-gos, os cenários e os figuri-nos, a equipe passou por um processo divertido e reflexi-vo idealizado pela coorde-nadora da etapa Márcia Elisa Valiati. No dia da estreia, ela

Foto: Bea Lehsten.

Foto: Audivisual João XXIII.

Foto: Audivisual João XXIII.

Tijolos amarelos e muito mais

A equipe da Educação Infantil Luciene Barroso, Scheyla Diniz, Clara Coelho, Fernanda de Souza, Aurélio Mendonça, Julliana Alves, Renata Martellet, Camila Bettim, Marinna Schmal, Márcia Valiati, Ana Paula Stoll, Anderson Bopsin, Luciana Colussi e Nathália Cargnin, sempre pronta para entrar no mundo da imaginação.

Os professores dos anos iniciais também estão no time dos que vestem os personagens. Em pé, Carina Pfaffenseller, Andreia Laurino, Silvana Meireles, Maristela Sebrão, Mariza Tavares e agachados Matheus Moura, Bernadete Sambaqui, Bárbara Durgante e Melissa Klein.

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ra Cristina Dias, a respeito de um dos personagens mais temidos da literatura infan-til. Por meio de enigmas e adivinhações, as crianças expressaram sentimentos inusitados e curiosos com relação ao animal. Alguns demonstravam simpatia e até ternura: “É fofinho e tem bigodes”; outros traduziram

temor: “Tem dentes pontu-dos e garras afiadas. Apetite muito grande,é carnívoro e faz um barulho de arrepiar”. Houve, ainda, quem descre-vesse o lobo com fascínio e poesia: “Tem pelos no cor-po/tem dentes caninos/tem olhos noturnos/que brilham no escuro”.

O Ginásio, entretanto não

res de Educação Física do 1º ano do EF, responsáveis pelo projeto “Ler e Brincar! O livro das Bolhas de Sabão”.

Nem só de ficção viveu o Planeta, porém; pessoas marcantes que viraram per-sonagem de livros também atraíram a atenção dos estu-dantes da 2ª série do EM. Por meio do projeto “Memória de los Olvidados”, eles buscaram inspiração na psiquiatra Nise da Silveira, entre outras. E, como acontece em todos os eventos do João, não faltou trilha sonora no Planeta Lite-ratura que contou com diver-sas apresentações no pátio e no palco, incluindo a abertura de cada espetáculo do “Ro-meo and Juliet” feita pelo 4º ano com um sonoro “Sejam Bem-Vindos ao Mundo dos Personagens!”.

albergou só lobos de papel. Sob seu teto, abrigou-se, por exemplo, uma “Caverna rupestre: a ‘Casa’ que guar-da uma História!”, moldada pelo 2º ano do EF. Todas es-sas criações ganhavam um ar onírico com a nuvem de bo-lhas de sabão emanadas da “fábrica de bolhas de sabão” organizadas pelos professo-

Foto: Audivisual João XXIII.

As professoras da Educação Infantil Clara Coelho e Scheyla Diniz interpretando “Dorothy no Mundo Mágico de Oz”

Nathalia Cargnin e Renata Martellet encenando “Sítio do Pica Pau Amarelo: Emília e a Pílula Falante”

Foto: Audivisual João XXIII.

PLANETA LITErATUrA

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Intervenções são como pedras joga-das em um lago: alteram a lisura da água, criam ondas concêntricas, revolvem o fundo. No Planeta Literatura, o ecléti-co projeto da 2ª série do Ensino Médio detiveram os passos dos visitantes por breves momentos. “Performances: In-tervenções Artística – desenvolvido nas aulas de Língua Inglesa das professoras Helena César e Janaína de Pinho a partir

Performances impactam os visitantes

de textos e vídeos sobre performances de ícones mundiais como Marina Abra-movich – ultrapassou a simples apresen-tação criativa de um tema. Ele foi con-cebido para provocar reflexão e impacto. E provocou, especialmente com as de-núncias sobre os escandalosos números brasileiros da violência contra mulheres e transexuais feitas por estudantes, en-tre eles garotos de salto alto e perucas

coloridas. Em um ato sem nome – mas oportunamente apelidado “Protesto na Pele” meninas pintaram frases em si pró-prias para demonstrar indignação con-tra o uso do corpo da mulher, sempre obrigada a se cobrir. “Alguns corpos são objetos, outros são piada. As pessoas temem o corpo. A roupa é uma censura e o preconceito nos prende”, alertavam as estudantes, entre elas Agatha Floria-no Pires, Renata Campos e Isis Rospide. Uma das inspirações da performance, revelaram, foi o Poema Sujo de Ferrei-ra Gullar: “(...) Do corpo / Mas o que é o corpo? Meu corpo feito de carne e osso / Esse osso que não vejo, maxilares, cos-

Foto: Audivisual João XXIII.

Foto: Júlia Dutra.

Foto: Audivisual João XXIII.

Foto: Audivisual João XXIII.

Foto: Joana Eifler.

Os estudantes da 2ª série do EM Agatha Landell de Moura, Pedro Pozzobon, Antônio Olivé, Júlia Weber, Renata de Campos, Mateus Aristimunho e João Pedro Dias nas diversas atuações realizadas dentro do projeto de Língua Inglesa “Performances: Intervenções Artísticas”

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Contatos imediatos com os escritores

Os estudantes do João fazem contatos imediatos de primeiro grau com os escritores convidados para participar do Planeta Literatura. Nes-ta última edição, inúmeros autores estiveram presentes, representando diferentes gerações, gêneros e pro-postas literárias. Entre eles, Cristina Dias, Paulo Flavio Ledur, Rafael Gui-marãens, Bruno Fabrício Cruz e João Camilo Portal.

No sábado, Santiago, Rafael, João Camilo e Bruno – ou B.F. Cruz, como costuma assinar – sentaram juntos para receber a comunidade escolar. Em comum, tinham o dom de traduzir histórias em livros. Todavia, a linguagem escolhida por cada um nas obras lança-das eram totalmente diversas.

Autor premiado por d iversas obras, Rafael investe no relato jor-nalístico, embasado na pesquisa his-tórica. Sua relação com o Colégio é antiga, pois a filha Elisa foi aluna do João XXIII. Apesar disso, só em maio de 2018 estreou no Planeta. No dia dos autógrafos constatou, com certo encanto, que o evento é uma espécie de síntese da proposta pedagógica da Escola. Ao contrário dele, o também multipremiado cartunista Santiago é um velho conhecido da comunidade escolar, tendo participado de outros eventos, palestras ou debates sobre o papel do humor na crítica social e na política. Mas no álbum exposto – “A menina do circo Tibúrcio” – ele optou por relembrar fatos vividos na infân-cia interiorana.

telas / flexível armação que me sustenta no espaço / que não me deixa desabar como um saco / vazio / que guarda vís-ceras todas / funcionando (...)”

Outras colegas trilharam um cami-nho diferente. Vestidos como a geração “Paz e Amor” dos anos 60, os jovens cantaram ao sol, declamaram poesias, contaram histórias e convidaram os passantes para sentar em diante de-les e olhá-los nos olhos. Houve, ainda, quem optasse pela distribuição de flo-res. Vermelhas, lembravam cada um dos estudantes mortos nas chacinas dos colégios dos Estados Unidos. Bran-cas, espalhavam alegria e delicadezas. Helena Lucas Leite e Ethiene Fogaça Fernandes, ambas da 2C, explicavam a intenção de interferir positivamente no estado de espírito dos visitantes. “Sorria. Você nunca sabe quem vai se apaixonar pelo seu sorriso”, dizia um de-les, barrando qualquer possibilidade de manter a seriedade ao recebê-lo.

Como uma luva

Advogado, astrólogo e escritor, B.F.Cruz é fascinado por aventuras me-dievais e já ambientou suas criações nesse período histórico. Em “Espada de Uriel”, autografado no Planeta, en-tretanto, inspirou-se em sua própria “viagem de reencontro”, resultante na migração de carreira”. Nele, fala nas escolhas do ser humano – e não as da família – e na busca pelos reais valo-res . Embora não seja um livro escrito exclusivamente para adolescentes, o autor acredita que cai como uma luva para essa faixa etária, marcada por “um momento crucial de transformação”.

Como ele, João inseriu experiências pessoais em uma realidade recriada. Com apenas 20 anos e uma adoles-cência longe dos livros, descobriu-se escritor após passar por um momento afetivo difícil. “Comecei com cartas de amor, depois usei a palavra para orga-nizar a minha dor e a escrita acabou incorporando em mim. A Literatura foi minha psicanálise e hoje é meu ofí-cio”, diz o jovem autor, que editou “Um eterno quase” de forma independente. “Ninguém publica autor de primeiro li-vro. Isso é um reflexo da mercantiliza-ção do mercado”, constatou durante as suas tentativas. Ao ser questionado a respeito pela estudante Isabella Be-cker, João avisou que não existe fór-mula nem atalho, mas a aconselhou a seguir escrevendo, a não desistir diante das dificuldades. “É possível”, garante e ele é a prova disso.

Foto: Bea Lehsten.

• O Brasil ocupa o primeiro lugar em assassinato de travesti e transgêneros do mundo.

• Entre 2008 e 2016 foram re-gistrados 868 relacionados à transfobia, tirando os que não foram registrados pela polícia.

• Apenas em 2017 foram con-tabilizados 179 assassinatos de travestis e transgêneros.

• Em média, a cada 48 horas uma pessoa trans é assassi-nada no Brasil.

• Entre 2017 e 2018 houve um aumento de 15% no número de assassinatos de transgê-neros e travestis.

• A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos.

• No Brasil, 90% das pessoas trans vivem da prostituição.

Você sabia?

Fonte: Relatório da Associação de Travestis e Transexuais (ANTRA), ONG Transgender Europe e ONU.

PLANETA LITErATUrA

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“E se eles ganhassem vida?” Com esse desafio, os estudantes do 3º ano mer-gulharam na criação coletiva de personagens que saíram do papel e realmente cria-ram vida para surpresa geral. No último dia do Planeta, as crianças encontraram, lado a lado com seus desenhos, bo-necos absolutamente idênti-cos criados pela educadora, contadora de histórias e ar-tesã Marcia Rysdyck, mãe da professora Ana Carolina Rysdyck da Silva. Nada foi esquecido ou simplificado: a linha um pouco torta, as ore-lhas de tamanhos diferentes a cor exata, o material certo

Para sempre na memória

para reproduzir a textura es-boçada pelos autores. “Fiquei oito dias fazendo apenas isso. Foi uma imersão. Imaginava o que pensaram, o que conver-saram”, conta ela. Ao aceitar a incrível tarefa, ela só fez uma exigência: queria traba-lhar em cima dos originais e não das cópias dos trabalhos infantis. “Não sei explicar o motivo, mas algo se perde na reprodução... a alma, talvez”.

A artesã não poupou es-forços para dar uma forma tridimensional às criações da gurizada. Primeiro criou os moldes, depois elegeu os diferentes tecidos e refle-tiu muito sobre como adap-

Fotos (p. 14-15): Bea Lehsten.

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tar detalhes que só o papel aceita. Um cabelo com raízes escuras e pontas claras, por exemplo, exigiu pintura arte-sanal em dois tempos sobre uma lã especial. O cuidado não é apenas fruto do perfec-cionismo da artesã: “A criança observa tudo. Se faltar uma estrela em um desenho com muitas estrelas, ela sente fal-ta e cobra”.

O resultado, porém, com-pensou com o encantamento da gurizada. Bruno Jobim, por exemplo, ficou “enlouqueci-do” – segundo sua mãe, Ju-liana – ao ver o personagem, desenhado em parceria com outros colegas, transforma-

do em boneco. “Camisa 10” era uma mistura de Pelé, Ro-naldinho Gaúcho e Neimar. Tinha asas para voar na hora de fazer gols e garras de ca-ranguejo para o caso de atuar como goleiro. Também usava brinco na orelha e cabelo moicano.

Cidade das criançasOs bonecos do 3º ano, po-

rém, não eram os únicos a ar-rancar elogios dos visitantes do prédio da Etapa 1º ao 5º. Transformado em mostra de arte, o espaço acolheu mui-tos outros trabalhos criati-

vos, entre eles um curioso infográfico humano ideali-zado pelo 5º ano e montado com fitas no chão. O projeto, batizado “Pedro Malasartes de, e por todas as partes”, era interativo. Cada assis-tente deveria cumprir as ins-truções dos apresentadores – “aperte a minha mão”, “se-gure a mala”, “pegue um livro e sente”, “pegue as sílabas e monte a palavra secreta” - para tomar conhecimento das artimanhas deste irreveren-te personagem da literatura infantojuvenil.

Próximo ao Malasartes, lá estavam os povos originários brasileiros, representados

pelo projeto “Linguagem da Arte: Utilitários Indígenas” re-alizado pelo 4º ano que, sobre o mesmo tema, apresentou, ainda, “Linguagem do Movi-mento como Caminho para Estudar os Indígenas: Jogos Joãodígenas”. A capital tam-bém ganhou uma versão mi-niatural na mesma argila dos objetos tribais. O trabalho do 3º ano “Uma Porto Alegre em 3 Dimensões” apresentou es-culturas de diversos pontos da cidade como a Ponte de Pedra, o Centro Administra-tivo, os Estádios de Futebol e as igrejas. Uma legítima cida-de das crianças.

Os estudantes do 5º ano Luana Hertel, Leticia Lange e Bernardo Camozzato Torres da Silva, Rafael de Oliveira e Laura Ongaratti, João Francisco Paes, Felipe Vernieri e Antônio Dias no projeto “Pedro Malasartes por toda as partes”

PLANETA LITErATUrA

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Como todo o espetáculo, o Planeta Literatu-ra também tem seus bastidores e, como todo o planeta,sua órbita. Para realizar a festa dos li-vros, todos os setores da Escola giram em torno do evento, desde a Direção até a Manutenção e os Serviços Gerais, passando pela Supervisão/Coordenação Pedagógica; Serviço de Orienta-ção e Psicologia (SOP); Administrativo; Áudio e Vídeo; Informática e, é claro, Biblioteca, es-tudantes e professores de todas as etapas e componentes curriculares.

Desde o começo do ano letivo, os projetos transcurriculares começam a ser gestados. O tema é sempre foco de muitos debates e a equipe da Biblioteca tece uma verdadeira teia de relações com as editoras e com os autores, ao mesmo tempo em que dá conta das solicita-ções de consultas para embasar as criações dos grupos. Conciliar as datas e garantir a presença de um time de escritores capazes de dialogar com os interesses da comunidade escolar exige paciência, perseverança e critério.

A montagem da mostra é um quebra cabe-ças. Cada projeto necessita uma estrutura e um espaço específico e todos precisam conviver em harmonia. Para isso, entra em ação o pes-soal dos Serviços Gerais, da Manutenção e do Apoio Pedagógico. A meteorologia, invariavel-mente, representa uma grande preocupação. Chuva é proibitiva, mas ventanias inesperadas também atrapalham bastante.

Nos dias do evento, funcionários dos mais diversos setores colaboram nas tarefas e, no final da manhã de sábado, quando a função encerra, a equipe da limpeza assume. Na se-gunda-feira quando a rotina retorna, o João se apresenta com a feição cotidiana e serena dos dias letivos comuns.

Na órbita do Planeta Afeto é

o melhor presente

Fotos (p. 16-17): Audivisual João XXIII

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Nenhum presente, por mais belo, singular ou valioso que seja, se compara a um gesto de afeto. Por isso, a Educação Infantil organizou uma quinze-na de celebrações ao amor ma-terno. Os “Encontros Afetivos entre Mães e Filhos” iniciaram no dia 15, prolongando-se até o final de maio. As histórias “Qual a Cor do Amor?”, na turma de Maternal H, e “O Pintor de Lem-branças“ na turma do Nível F, deram início às vivências per-meadas de afeto e traduzidas na expressividade criativa das

crianças junto de suas mães. Dentre as diversas propostas, envolvendo muitas linguagens expressivas, lúdicas, relacio-nais e simbólicas, crianças e mães viveram momentos em que a música, a dança, a pintu-ra, as modelagens, as histórias, as construções com caixas, e a “caça ao tesouro” foram con-textos reveladores da riqueza do ser e do estar juntos.

Os Encontros Afetivos entre Mães e Filhos aprofundaram as amizades e demonstrações de respeito na Educação Infantil

PLANETA

LITErATUrA

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Uma manhã luminosa de outono so-norizada por risos e vozes de famílias alegres está a quilômetros de distância do clima sombrio – artigo de primeira necessidade para “Uma noite de terror, mistério e suspense”. Por isso, a profes-sora de Língua Portuguesa Raquel Leão e os estudantes do 7º ano escolheram o entardecer do dia 3 de maio para re-alizarem a Roda de Leitura dos contos soturnos escritos por eles, além de ou-tros textos da literatura clássica como “O corvo”, de Edgar Allan Poe e “Ismália”, de

Monstros, terrores e paradoxos

Alphonsus de Guimaraens. Fogueiras e velas complementaram o cenário para a apresentação dos monstros particulares inventados pelos jovens autores.

Essa foi apenas uma das atividades inspiradas no livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, que gerou uma espécie de consórcio pedagógico firmado pelas disciplinas de Língua Portuguesa, Artes, Música e História, do qual tomaram parte os professores Raquel Leão Luz, Mari-sa Krás Borges, Mateus Chaves, Claudia Lottermann, Patrícia Dionísio e Luciana

Fogueiras e velas complementaram o cenário para a apresentação dos monstros particulares inventados pelos jovens autores.

A estudante Larissa Both e a mãe Adriana Neumann na atividade do Planeta Literatura “Uma noite de terror, mistério e suspense”, planejada pelo 7º ano

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Beckel Pacheco “A leitura de ‘Frankens-tein’ foi frustrante para os estudantes”, confidencia Raquel. Eles esperavam uma história de terror e se depararam com um triste romance de amor e solidão. Daí nasceu a ideia da construção dos paradoxos, ou melhor, do projeto “Mitos e Monstros: Entre Orfeu e Frankenstein”.

Nas aulas de Arte os estudantes montaram grandes bonecos articula-dos, colados e costurados com linha como colchas de retalhos. Os corpos de papel – expostos como uma instalação

na grande mostra do Planeta Literatura – exibiam faces contraditórias como: bele-za/horror ou lembrança/esquecimento.

Frankenstein – espécie de Prome-teu moderno – também virou objeto de estudo nas classes de História abrindo as portas para a releitura de vários ou-tros mitos. Alguns deles, como “Orfeu” migrou para as aulas de Música, onde mostrou sua feição nacional – a peça teatral “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes – à frente das composições do movimento Tropicália, resultando em um

micro-musical apresentado no sábado. Ainda durante o evento foram exibidos os vídeos “Um minuto de terror, igual-mente produzidos pelos estudantes do 7º ano. Esse espiral de criações, de certa forma, repetiu a saga do ser (o monstro) criado por um homem (o cientista), a par-tir de partes de outros homens, sendo, todos eles, concebidos pela mente de uma mulher (a escritora).

Fotos (p. 18-19): Audivisual João XXIII

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Prepare a pipoca porque a “XVI Mostra de Curtas: Uma escola de Cinema” do João XXIII vem aí. Lançado durante o Planeta Litera-tura, no começo de maio, o evento acontecerá em 4 de outubro, quando serão apre-sentados os filmes produzi-dos pelos estudantes da 1ª série do Ensino Médio. Em 2018 serão 13 produções – quatro delas legendadas em inglês ou espanhol –, base-adas nos seguintes contos: “A mulher do farmacêutico” (Anton Tchekhov); “O Barba Azul” (Charles Perrault); “O primeiro beijo” (Clarice Lis-pector); “A queda da Casa de Usher” (Edgar Allan Poe), esse nos três idiomas; “Um

É dada a largada da Mostra de Curtas

artista da fome” (Franz Ka-fka); “Venha ver o Pôr do Sol” (Lygia Fagundes Telles); “Noi-te do Almirante” (Machado de Assis); “Contrabandista” (Si-mões Lopes Neto; “A mulher no espelho” (Virgínia Woolf), também com legendas em inglês e espanhol.

“A l iteratura e o cine-ma, embora com diferentes linguagens, têm o mesmo princípio: a intenção de co-municar algo. Assim, as dis-ciplinas de Literatura, Língua Portuguesa, Redação, Arte, Língua Inglesa e Língua Es-panhola são espaços adequa-dos para estabelecer relações possíveis e procedentes en-tre literatura, arte, língua e cinema, pois elas podem

se aproximar na fruição, no estudo e na pesquisa, prin-cipalmente quando se trata de despertar ou aprimorar a sensibilidade estética e as di-mensões da leitura. É por isso que este Projeto aproxima a Língua Portuguesa por meio da adequação da linguagem na Redação de um roteiro ci-nematográfico, a Literatura, focando na leitura de contos selecionados pelos professo-res, as línguas adicionais, ar-ticulando o roteiro à produção escrita, por meio de legendas e ao cinema e à arte, por meio da percepção de uma lingua-gem visual coerente à adap-tação dos contos trabalhados em sala de aula”. A apresen-tação consta no manual/re-

gulamento dirigido aos estu-dantes que desempenharão funções na pré-produção, produção e pós-produção cinematográfica, a partir do acesso à técnica específica e vivenciarão a experiência de produção coletiva de forma lúdica e criativa.

Com Coordenação Peda-gógica de Mirian Zambona-to e Orientação Educacional de Silvia Hervella, a Mostra envolve os professores Ibirá Souza Costa, Eduardo Rosa Almeida, A l ine Braga de Lima, André Luis da Rocha, Helena Rocha Cesar, Letícia Finkenauer e Janaína de Pi-nho Silveira.

Fotos (p. 20-21): Audiovisual João XXIII.

POVO DO JOÃO

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O cineasta gaúcho Jorge Furtado, ex-pai da Escola, cita Friedrich Wi-lhelm Nietzsche quando fala sobre o Colégio João XXIII. Para ele, trata-se de uma Escola que “cria criadores”, como pregava o pensador alemão. Um dos fundadores da Casa de Cinema, Furtado dirigiu vários filmes, entre eles “Ilha das Flores”; “O homem que copiava”; “Saneamento Básico, o fil-

Jorge Furtado Como foi a tua experiência na Escola e qual o legado que o João deixou para tua família?

Quando falo em escola sempre penso em Nietzsche. Ele dizia que é preciso criar um criador. E esse foi o critério na escolha de um colégio para nossa filha Alice. Ela fez os primeiros anos em uma escola pequena e, quando chegou o momento de trocar, visitamos vários lugares. Nesse mundo competitivo onde vigora a meritocracia, grande parte dos estabelecimentos de en-sino viraram pistas de corrida para passar no Vestibular. Penso diferente. Para mim, deve ser um espaço de prazer e criação, além, é claro, de aprendizado. Quando conhecemos o João nos decidimos ime-diatamente. Hoje Alice e seus colegas são pessoas de bem com a vida, alegres, pro-gressistas, solidários e humanistas. Esse é o legado.

O João desenvolve o projeto Mostra de Curtas há 16 anos. Na tua opinião, qual o valor dessa experiência na educação de um adolescente?

O trabalho com o cinema desenvolvido pelo Colégio foi das nossas motivações na hora da escolha. Na sociedade atu-al o audiovisual é parte importante na vida das crianças. Elas mais veem do que leem. Então, essa alfabetização au-diovisual é necessária. Ao participarem de um projeto assim, elas entendem como uma história, uma notícia, um li-vro viram imagem. São mobilizados para lerem bons livros, a integrar a Litera-tura e a Língua Portuguesa com outros idiomas e até com a ciência. No tempo em que estive vinculado ao João, par-ticipei muitas vezes da Mostra não só como pai, mas como jurado e, também, orientando os participantes. Foi muito bacana. Minha sugestão é de que o pró-ximo passo desse projeto seja organizar um site com os filmes premiados anual-mente. Dá, inclusive, para fazer uma re-trospectiva dando às pessoas a oportu-nidade de votar e eleger as preferências do público entre todos os premiados ao longo dos anos. Seria uma espécie de Festival dos Festivais.

me”; “Mercado de Notícias”; “Meu tio matou um cara”; “Real Beleza”; “Hou-ve uma vez dois verões”; “Doce Mãe”; entre outros. Escreveu, também, ro-teiros para séries (como “Comédia da Vida Privada”, “Agosto” e “A Invenção do Brasil”), programas de TV (“Nada Será Como Antes”, “Mister Brau”, “MAIS”) e livros “Pedro Malazarte a e Arara Gigante” e “MAIS”

PLANETA LITErATUrA

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regras do Brechó:

1. Os uniformes recebidos em doação para a venda devem es-tar em bom estado de conserva-ção e lavados.

2. As peças passarão por uma triagem. Os uniformes muito comprometidos pelo uso serão aceitos apenas para doação, não entrando no acervo do Brechó.

3. Não serão aceitos cartões de débito ou crédito.

4. A renda obtida com a venda dos uniformes será revertida à Creche Boa Esperança.

5. Ao final do evento, os uni-formes remanescentes que não estiverem em bom estado de conservação serão doados para instituições beneficentes.

Brechó de inverno em pleno outono

Um outono com cara de inverno foi cenário perfeito para o segundo Brechó de Uniformes do ano, idealizado para atender à necessidade de se abrigar nos meses frios. O evento aconteceu nos dias 22, 23 e 24 de maio, das 8h às 18h30min, na sala de estar em frente ao Grêmio Estudantil. Além da possibilidade de doação e troca, o Brechó disponibili-zou peças pelo preço de R$ 10,00. O valor arrecadado com as vendas será destina-do à creche Boa Esperança que atende cerca de 310 crianças e adolescentes.

O primeiro Brechó de 2018 ajudou a comprar os ninhos de Páscoa dos alunos da creche. Em outras edições, além de alimentos e produtos de higiene, a do-ação contribuiu para fazer melhorias no local. A parceria do João XXIII com a ins-tituição acontece desde a inauguração do local, há 37 anos.

Organizadoras do Brechó, as mães Beatriz Lehsten, Giovana Toniolo e Ka-ren Weber convocaram as famílias para participarem ativamente do evento. A cada edição do Brechó, elas aconselham os pais e mães a selecionar, junto com seus filhos, os itens a serem doados. Re-comendam, ainda, que conversem a res-

A poesia é viva, mas não tem rosto nem nome. É assim na Sociedade dos Poetas Vivos do Colégio João XXIII. Orientados pelo professor Ibirá Costa, os integrantes deste grupo praticam a palavra poética abrindo mão da autoria. No Planeta, eles mostraram uma pequena parte do trabalho. Confira:

A poesia vive no João

peito da importância social da iniciativa e o quanto peças dispensáveis para alguns podem reverter para o conforto de outros.

Eu venho da dorDas lágrimasDo sangue dos loucosMinha morada é o caosNo sonho imaturoNas noites insanasNa dor da injustiçaSou a luz das almas obscurasUm resquício de esperançaÉ tão escuro por aqui

O sonho da liberdade

Queria ter ódio na escrita

queria poder escrever

críticas ao governo

protestos contra a corrupção

manifesto contra o capital

alguma demonstração de

rebeldia

pois é isso que minha mente

pedeMas no final

é o coração que vos

escreve

Foto: Júlia Dutra.

Neste ano, além de novas regras, o Brechó de Uniformes vai ganhar mais uma edição

Foto: Audivisual João XXIII

Na próxima edição, cobertura especial da Festa Junina