-quadras

33
Rua das Mercês, 8 9000-420 – Funchal Telef (+351291)214970 Fax (+351291)223002 Email: [email protected] [email protected] http://www.madeira-edu.pt/ceha/ (sd), Quadras, COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO: (sd), Quadras, F unchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira- edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/literatura/-quadras.pdf, data da visita: / / RECOMENDAÇÕES O utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras, usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprir escrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática, de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente responsável pela infracção aos comandos aplicáveis.

description

Email:[email protected] [email protected] http://www.madeira-edu.pt/ceha/ (sd),Quadras, (sd), Quadras, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira- edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/literatura/-quadras.pdf,datadavisita:// RuadasMercês,8 9000-420–Funchal Telef(+351291)214970 Fax(+351291)223002 - QLI~, (-111 certos 1;iiicc.s d'ai~ioi- Coilio soubcstc aprc.nc 11.1- 0 qtic diz 11111 t;il ;IIIC~OI- :

Transcript of -quadras

Page 1: -quadras

Rua das Mercês, 89000-420 – FunchalTelef (+351291)214970Fax (+351291)223002

Email: [email protected]@madeira-edu.pt

http://www.madeira-edu.pt/ceha/

(sd), Quadras,

COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO:

(sd), Quadras, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/literatura/-quadras.pdf, data da visita: / /

RECOMENDAÇÕESO utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras,usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao

rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprirescrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática,de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente

responsável pela infracção aos comandos aplicáveis.

Page 2: -quadras

Coilio soubcstc aprc.nc 11.1-

0 qtic diz 11111 t;il ; I I IC~OI- :

- Q L I ~ , (-111 certos 1;iiicc.s d'ai~ioi- I.: 11 iiic.utir;i uni tlc\\ .c~i.? . , .

Page 3: -quadras

Quantas hor;is felizcs c tranc~uillr~i De certo ha-rle passrrr em tua ft-cntc. O qiic possa viver ctchrnarnente Assomado ao balcão d'essris pupillas !

Odeio-te e acredito Que ao mesmo tei~ipo te acloro, Pois maldigo, se te fito, E, se não te vejo, choro.

As graças eram tres - não ha duvida alguma- íioje -3 certo porém; qualquer que o diga mente ; As graças eram tres, só tres antigamente; Depois que esta nasceu, existe apenas uina.

Não tenho que te pagar, hretn me ficas, a dever; Se eu te ensinei a querer, Tu me ensinaste a oIvidar.

Perguntas, que é atnor i - E: um desejo, Em parte tcrrtnal, e em parte santo: -O que não sei cIizer, quando te canto, O (1uc sinto sóriic~ite se te vejo.

Page 4: -quadras

,\ltnd;i ~ L I C 111c crnt~;~lc ;L colifi;i~l~;k I)t. rluc I)CLIS inc dnr i a fc perdida. Jlctii liaja o (lu' itiventou cstn cspcs;int;;i : - que a morte c! o coinc(;o t-i'outra vida!

TCtn pacicncin, coração ; Que é iilellior. p<.lo cliic vt-jo. I)cscj;ir a. posscbssrici, Que possuir serri cicscjo.

Lri~isa~;-~nc tanto pCcni., íJuc. c.lic.grliici :i pt~rc-c.l )<.r, Quc iriiiito iiic (Icirc ninar ( J L I C ~ ~ I t;itito 111t' faz sofirc~r.

()iiaticfo tninh;i eras oiitr'ora. Só no tci~ anior eu cri ; Mas em nada creio agora, Desde que não creio crn ti.

Dizem os homens, ao vêr os teus encantos, estreIla : - Ntzsc~r, sómentc pr'a vel-a, Depois dc v&!-a, t~lor.t.cz*!. . .

Traduc@io dc Luiz da Silva. IIARION DE C A ~ ~ P O A ~ ~ O R *

Page 5: -quadras
Page 6: -quadras

O Imi-r~i~iiil!o vogava ligcit-o pilo i-io trnnil~iillo c scrciio, que reflectia, i i :~

sua traiisp,zrcrici;i cr)~stnlIiii:i, o nzu! do firiiinmeiito, t-splcndi<lo, n';i(jiit'll~i tarde de veráo, ciii que o sol z siiiiiin :io loiige, esbatciido-se elii iiii.i;ts tiiit;ii clc sangiie c fogo. Sentados :i pOpp:i, G:ict:iiio c Ijcatiice, ns tiiãus ti-uc;dns ii'uin contacto apnison:ido e q~iciitc, iiiu<ios, da inudvz do cstasis, dcisnvaiii-sc icvar, coino ii'uiii bcrqo fl~ictiinrite, pelo l)arquinlio, vog;irido ligeiro no i-io tranquillo e sereno, que reflectia, ii;i sua trniisparcncia cr~~<t:klli~i:i, o :izul do iirm:uncnto, esplrndi(lo, n'nque1l;i tnnle <]c ~ i ~ r ã o . . .

Das innrgens vrrdejaiites r floridas vinlin o ciciar cln ~iinngciii ondulada pela brisa e o ol6r boin c simplrs da k)nlsniiiina; Ciactnno e Hentriw, as in;<os

Page 7: -quadras

trocadas n'um contacto apaixonado e quente, tnudos, da mudez do extrrsis, con. templavain-sr, eiiil~evccidos, tio cticntito d'nqi~ell;i t;irtlc de verzo, em que o sol se sumia, ao longe, eslxití-titlo-se c~i i meias tintas dc sangue e fogo, e das mar. gens verdejniites e floridas viiilin o cici;ir da r;itii:igctn ondiilrida pela brisa e o olor bom e sirnples da bnlsniniiia. . .

Ao longc, n'iitiin volt:i clo rio, entrc rnnssi(;os (1~: vcrtliii:i, rippai-ccia o lineamento ndiisto tio c:istc.lio C I O \ 12orc~lli, \.c.llin hji-t:ilc.z:i c.;ii.i.chg:id:t <Ic tradi- ções e lendas, ondc Gactniio nascera, cinco I~istros nritc's, chiiti-c> os afagos da mãe carinhosa e 1)on c. os ollini-cs sc.vc.1-os de tres gc ra~ões de íloges, conser- vadas na sala riobre, ern rnoldurrrs iniponcntes. Gaetano e Heati-ice, contem- plando-se, cmhcvecidos, no encanto d'aqiiella tarde de verão, em que o sol ac+ára de sumir-se, deixavam-se levar, corno ri'utn berço fluctuantc, novos Moysés do amor, pelo barquinho, que vogava ligeiro no rio tranquillo e sereno, approxitnando-se mais e mais do castello dos f;ortclli, cL1jo lineamento adusto apparecia, nlítm, por entre tnrissiços de twdiir:i. . .

As trevas começavam n a1nstr;ir-se sol>rc. o rio. c das margens verde- jantes e floridas vinha o c i c i ;~ dn ramagem, ondulntin pcla brisa, o olbr bom c siinples da balsamina, o fulgir interinittente dos pyri1;inipos e o som agreste do concerto nocturno de u n a orchestra dc ralos; n natureza convidava CIO

amor, e Gaetano e Reatrice, deixando-se levar, como n'u111 berço fluctua~xtr, pelo barquinho, que vogava ligeiro no rio tranquillo e sereno, uniram os labios n'urn longo beijo, nota suavissima intercalada na rnelodia dos campos. As tre- vas coriieçavam a alastrar-se sobre o rio. . .

Page 8: -quadras

Era um comboio de noivos a carga feliz do barquinho, que vogava li. gei1.0 n o rio trniicpillo e sercno; a viagem tocrira o tevmirrtls, e, n'um pequeno porto talhado pela natureza, Gaetnno e Neatrice deseinbarcarain lkpidos. Pof cntre massiços de verdura, viam-se illuiniiiadas em festa as jcmellas ogivaes do lidusto castello dos Borelli, vellin fortaleza curregada de tradiçaes e de lendas* Poucos passos aiidados, Bcatrice, apoiada no braço cte Gaetano, transpunha pela pi-itncira vcz o ainplo portal d'aquelln casa solarenga, onde tres gemç6e8 de doges de olhar çevero eram conservadas na sala nobre, em molduras im poiientes. Era uln cotnboio de noivos a carga feliz do barquinho, que aportára ali, n'acluelln noite de verxo, em que a ramagem ciciava ondulada pela brisa, a balsan.iina impregnava o ar do seu 0161- bom e sitnples, os pyrilampos ft~lgicrrn ínterrnitteiltes, uma orchestra de ralos acordava os echos campcsinos, e a tiircza inteira convidava ao amor. . .

Page 9: -quadras
Page 10: -quadras

OS OLHOS DE FULVIA

Das que por voto e por sagrado officio Giinrdavarn castidade e o fogo santo Era Fulvin dc sringuc o mais patricio.

Olhos profunclos, o cabe110 um ~nanto. Dentes eburneos, hoinbros d'alabastro, As pornas tumidas, - um vivo encanto !

Cada um dos seus olhos era um astro; E essa Vestal, na Persia, houvera sido Unia deusa entre os Guebrús de Zuronstro.

Que perfeito e ineflascl o esculpido Das suas mãos tão Iiriaes, tão brancas, Como as da deusa aivissima cte GuicIo:

A ousada curva astral das suas aricas Fazia sê&, - sêde que estancava Seu labió, - e tu, Sciencia, nunca estaricas !

Page 11: -quadras

Mas ~~: ida se compara :i espi-ttb+,50 l)sn\.n.

Profunda, penctrrii-itc, :igutl;i c. fsin, 1)o (3C'U fillgêllt~ (31113~ (]lita 1;1~('111;1\';1.

Ciicia ui~i (10s topazios, ( ~ L I C ' 1iizi;i

Na sita ilicc, cntr:it.:i, c-oino iiiri glllllcb.

Ein l~lctio coi.:xqào ( I ( . t1iic.iii ;i \i,i.

Sciis ollios, d:irtlej:indo c~strnnlio iiitnc..

Dotriiti;ivriin, tcrri\~cis tB SC~S(>I I ( ),,

Como oi, ollios o1~~ii111ic.o~ ( 1 uiii K~iiii(..

Eraiii ta1ic.z :issirn tem ollios, - I*c~i~iis ! Quando, dcius:i entre. o s tlriisc.~, os inovcstc., Reliiiidos servos triis. coiiti-n os Ilellenos.

Filtrado esse feiino o t linr celc~stt* Pelas isis cOr d'oiro f~ilvo, l~clio. Jorrava os tons rnortncs clo Sol n o oeste,

Quando o igneo se csbrite n o ;imarcllo.

Page 12: -quadras

Nocivo ao i*staclv c1ii Egrc'ja é o systcinn do indiffereiitismo pleno, o qual foi nbert;ii~it~iite conclc~iiii;i(lo por Christo. qoíx decretou a independencin, mas de fi,rr~ia :ilg-iiriin 3 iridiffi'rt'li(;;t, r3iitru as tfu;~$ socieclades.

A missZo cliie ri religião desciiipc.nIla na. coiisecu~ão do fim do Estado é irnportantissirna, c. n sua influeiicia, principalmerite ri'este ponto, poderosa.

Facil é de ver, que, ao Estnclo, que tem na religião sancção c apoio, compete favorecer o ~1e~senvolviml.rito tl'aquclla que mais e melhor auxiliar o seu fim.

E qual das religiões fornec-r ao Estado rnaior nuiiiero de garantias, inaior somma de bencficios!

Qual a que sobre o Estado escrce innis bencficn influencia i É o que vninos dizer, expeiiclciiclo o s~~sterna que abraçamos, fimndos

no principio de que ri Egreja c o Estatlo se devetn prestar mutuo auxilio.

Page 13: -quadras

Antes porbin digainos, eir 1,rcvcs palni,i-as. n rnz;io p«r(liict n;Lo f.ill:íinos lia táo proc1am:icla forinula dc h lon tn l~~i i i l~~r t - A Egi-cjlz /i;ltpc t io rs t f i l lu li- Z~YC,) -~rc'ser~an(lo-n~ )s para ,zprc*sc.iitnl-:i agora.

Xão tcin este principio titulos qcic o possam Irizc~- arvoi-;ir c111 I);ist> de uin novo system;i ; nao lhe conferiinos taes foros, pois qiie, cl~iaiito ;i ii(is, é c * l l c a iiinn modiíicaçáo mal entendida e inril interprc-.t:idn por muitos.

Vcjatnos os frictos : Etn 1861, o conde de Cavour declara, nas. sessoi-s de 21 de inarço e 9

cie abril, que ;i Italin recebe, preconisa. re~conlirce e susttbiit;i o principio de Montale tnbert.

Volvem dois annos, e, ein 1863, 6 o proprio Ríontaleilibcrt, clutbrn, n'utn notavel discurso, protesta contra n applicaqso, qutl ao ncu spstrina SGra dada, declara cpc o liaviarn viciado, proclnnia, que desvjn e quer as 1iL)erdntic.s rla Egreja fundadas nas 1ibrrtl;idc.s publicas e nffinnn. por iiltiino, (111~ vi' o seu

principio realisado na 13elgicn. Na I3clgira, pois, via hhntaleiirl~ert posta etri pratica n sua Sortniila. E: cpal u systciiia adoptrido na Helgica i -- O rln inrlepei~dc~ncin c0111 re-

ciprocas relaqões :i~nigavcis; o systema cia coordenaçao, ncluellc cluc pclrfilha- rnas e (que acicptos mais sinceros e convictos conta.

Ein cousri nlgitina, pois, diffcrc, seguiido o proprio testctnunlio do auctor, o principio de Montalctribert do principio da coortienaçao.

Traduz-se no scguinte a tão afamada formltla : A l2bevdade da Eg~gh só rr'uttz povo Ibre pode existir; n Egj*+ J<> s r r ~

I i ~ r e q~lclndo e ~ i s t i r n l?herd.de i20 Estm'b.

Page 14: -quadras
Page 15: -quadras

Allis soluc;a~itlo, ctfflicti~.;t. \'endo-scl tão infcliz, I'c.ris:t (.i11 I Iciis c ) . corri Ii 1 IL.;L. 5~11 110117C 111\'0(,<1 C' ~)C' ITIC:IL.

I'oz-sLa ;1. Correr, c.~lt;l~ll~lll;t f i1 Siigii- serliprc, n fiigit-, E:mcluniito as forçiis q~ic. tin1i;i

Lh'o podcriun pcrmittir.

Ctiliipri;i, por csta sortt.. :I t-onc1ic;ão promcttic1:i i iquClle quc, ein vez c1;i t~ioi-i(.. I)oiri Ihe fizera da vida;

E ns feras, olhantlo ;iclitt.Jla Formosura setn rival, L)eixavain passar a bclia, Sem lhe fazer nrnh~itn mal.

;'i noitc dcsccndo viriha. . . ()ue noitct escura, Senhor ! E a pobre IJranca, sósinha, E transida de pavor,

Ajoelha, exhaustn, ofkgantc. . . Eis, subito, descortina, Distantcx, muito distante, Ulna casa pequenina.

Page 16: -quadras

~~~~~~r~ II,LUS?'RAI)A 2 5 5

Un alina a Ileus eiitao envia

I-:, ciri iiltiirio clsforc;~, ~iriindo 'Todas as forc;;is que. tvtii,

(-orrc, corrch, c 1;i \.nt. ilido . . . Caininliriiido scniprc além . . .

I )ca escarpado C. :ilto iiior-itc 1)cscc. inal firme, n collina, I< chega, afinal, clefrontc. I)a vivc.nd:r peq~iciiiiiii.

Page 17: -quadras
Page 18: -quadras

bal

tãc

Page 19: -quadras

quistli.einos os agra<lccimeiitos dos lcitorcs c lionrniiios c ;il>riili;iiit:iiiios as p a ginas da nossa pub1ic;ic;ào :

todas as inrliffcrcnças, que actiian-i c01)1-~ a mnioi-in cln socic~clnde por- tugilcr.n, é ;i iiiditti-rciiqn religiosa n iiiais iniport;iiit<~. por qiirb clri iiiaior lição c. lnaiç pi-o{~irido ri:sinnincnto. 'I'ejainos ;i..; cnlisas. Li~oiigc.n~~;iin-.i(. espiritos

pouco ntilatlos, quc a refoiina, no sc.ciiltj xvr, 1120 cncoiiti-asst. prosr.1~-tos em I'ortLignl c quc o riiido iiiipctiioso, < I L I ~ nss~ist;~\-n os cciitsos tlo cntlio1icisrr)o curopcu, 1150 nchnssc- ccho n'cste ~nndcstc, i-incào do occideiitc.

(/A Inquisiçáo, a Conip:~nliin cle Jesiis, n oi-dcrn dos cloininic;iiios, todas ,zs outras oivlcns religiosas, irmandades, confiarias e o clero sccular contribui- ratri, certamente, parri afastar a lucta rcligiosn, f;izentlo prcsç,-io \~iolt.nta sobre 0 s ccrt.1~-os das gcraçucs cluc passaram. l'odaviri, seriaii-i fi-ustrritlos os seus in- tentos, c tlcbalclc teriam senicndo, sem qiic a collicitn coi-i-c~spoi:tlcsse aos seiis esforc;os c fadigas, sc o tori-:?o tiatal 11ão fosse- ul~c~rrimo, o clima apro- psiaclo e a raça jrí a-,pnrciliatln para este asscdio de conscicncins.

<(A reuni50 de todas estas circun-istanc-ias dei1 ri cgrejli Iiisitnnn umas ap- parcncias de mrtnsiclão c dc tsnnqui1lid:idc mystica, qiie só n espaços era des- pertada p e ! ~ crepitar das fogueiras c10 Santo Officio, ontfe se estoi-cinrn o s in- felizes, coiidcmnados por judaizarcin, ou alguns ;illucinaclos, qiie se i-cputavam em doce praticri com Bclzeb~ith. Eiii uma irinra~illia paz tloi tu~i-iulos. Mas, apesar do carncter de criiel intolcrancin, cliie predoininavn 110 conjcincto das leis civis e cn:ionicas, cotneçava n del->uxai--se iima indifi-erenqn prof~~nda , uii, antes, urna certa iiicred~ilidade, 110s poucos homens, qiic n liqr?o dos livros e o contacto com estratigeiros trnziain arredados dos tcri-orcs, qiic 03 carce- rei; c?n Iiiquisição inf~iiidiarn.

?.4s qiieixas, quc rcboain, pelos gribinctes dn governnção pul,lica, con- tra :ilgtin~as deinasias cln iinprensa e contra os clninores dn opinião, iiinas ve- zes insoffi-idx, outi-ns desvairndn, deviam scr o i-emoi-so pungciitc dos nossos Iior~lcns de Eçtnclo, porque, 1130 só, com uinn insensata irnprevidencin, ril~ando- nain as ltons praticas de govc:rno. tnas crisii;nin, cscmplificai-itlo, o desprezo pcfn lei e o esqiicciniei-ito das tnnis rudiinentnres noq0es c10 decoro e da di- gnidade politicn. Os t.xcinplos, que partein do poder, i-asgnin profiindos sulcos

e m orgrtiiist~os rutles e pouco cultos e nada 1i;il)ituados n ni.guri-iei;tos espc- ciosos, c a tergivei-saç(Scs de uma tecliosn li~~pozrisia politicri. O sopliisma e a simul:ição permanentes, preconisados, c o i ~ ~ o meios kabeis dC govci-nas, são ele- nientos funestos e dissolventes, que, em periodos inais ou menos liliiit:idos, pro- vocntii seinpre represalias terriveis, e preparam expiações trcrncnd,is. A ficqão. impcrnndo eiii tuclo, clcsclc n interpretação dos artigos das lcis, oiide estao es- tntuidns as libcrclades publicas, até á manutenção das garantias do direito; o

Page 20: -quadras

engano c uma transp;lrente zornlriarin, polluindo todos 0s actos pilblicos, desde a protcci-co desenfi-ca~la, (]ue Se occulta, I~ypocritameiit~, dctrnz de uln simula-

cro dc colicursos, até iis rccompciisas rnunificcntes, ~ 0 1 1 , que s<. isoriia ine- pcia, tocio este coiijur1cto de torpissirnas causas origilin a f;ils,i or ic i l~n<;~o de urna sociedncie, em plena deconiposic;%o inorn].

((Al'~l1t:l1nos, taml~c'm, COlnO CnliSa cln iiirliff~renq~ pi>litirn, n\.idrz corri qiie rnliitos procurani co1locnc;ócs rendosas c. riicl-<-ês lionoi-ific;ls. Para esta pra social, que vae miiinn(10 n. socicílacle port~igiirzn, o rc>tnc(lio sci poderia vir do poclCr. e infelizinente c' do poder que partc~ii as triit;iti\-;is < I c suborno, e 6 elle qiietu abriu dc par em par as portas a esta csrlloln de corsiipç,ío e <lc c~nismo. N'iim pniz, s ~ m indiistrias vnliosns, nciii uin coiii~ricsci~~ olitIleilto, r, por isso, sem um campo vasto para variadas riptidces, i. fricil c.st,i colht.ita de conscie~icias, e é dc sol~rn o cxeinplo, para contaii~iiinr tniiitos cspiritos finios e iiiipncirptes, e nrrefecrr etigenlios, que nZo resisteiii ;is cotriiiioilidndes e go- sos da nossa cplictnera civilisaçáo. I<m todos os pnizcs c.clucados com roblls- tez, na cschola da 1il)erdade e do progrcsso, ser fiinccionnrio piiL>lico C qiinsi urn dcscloiro e uma dcinonstração de pobreza de actividncle c t.~iel*gia in- tellectual. I<1n França, em Inglaterra, na Allèmrinlin, erri Italirt, na I3c.lgicii e nas duas Americns, andam os primeiros nomes, c d'estcs os mais corispiciios, cn- t r e g ~ i ~ s ri emprezas particulares de todos os gcncros, e driritlo provas incc.ssnn- tes dos seus arduos estudos e cia sua elevada capncidaclc. 1;tn I'ortugnl, so- nha-se com um cargo p~iblico, c o ideal mais pci.fcito d'csta ~ncl:iticliolica nl- lucinação é um lognr de conselheiro no Tribunal de Cotitns oii i10 Suprc~ino Tribunal Aclininistrativo. A mediocridncle dos idcnes da a rntkdidn da facilidade das corrupções. A prcguiqa indigena accoinmodri-se n'estes fofos leitos (10 orçamento, recitando a plirnse do poeta latino: «Deus nobis hxc otia fe-

cit. »

((0 auctor do livro -A Soc iekde de Be1pdi1~, exprime-se, por esta fGrma, ácerca tlc Histnarck: ~ ~ 1 1 6 s q~i'ori rnkprise coinp1t:tement l'hiimnriitk, ori Ia do- niine; cnr alors ori sait ai1 juste cc qu'on peut nttcndre ou esigi.r de Ia ciil~i- dite de cellli-ci, de l'envie de celui-là, de la hnsscsse de 1'1111, (?e 1'114.pocrisie

de l'nutre. Le prince cst cytiique en même temps que sccptique; clès qu'il s'imaginr qlllllne conscic~iicc rst indécise, i1 essaITe de l'aclictes, ct neuf fois sur dix Ia chosc lui rélissit,-cnr les hotnrncs sont liclics, ct sc clonnent toujolirs a celui de qci'ils cspèrent queiqiie chosc.>

«Tacito ou Sallustio diriam nielhor, n'este confronto de duas s ( ~ i c -

dades pervertidas até 6 medulla espinhal. cAs llcresias de I,llthero e de Calvino ~ e p r c ~ e n t n ~ a n l a lllctn, c Ilicta

gigmtes. Protestavam 0s dissidentes - mas, para protcstnr, 6 ~)r<.ciio cri'r, 6

neccssario ter fé n'oiitra doutrina, 6 forqoso coinlxiter por ~113, c, para es-

Page 21: -quadras

tas pelejas da razáo hurnana, carece-se de ccrebro p~ira coiicc.1 ~ . i - . cl'urna vas- tissima instrucção para argumentar e d'urna grande somlnn d'c.iic.~-~i;l c de co- ragein para arrostar com os odios e pcrsegiiiç6es dos ;i(Ivci-~;ii-io~ c sorfrer o desterro c o rnartyrio, na defesa cl'unia ideia. hI:is, corno os c-c~i-c.1 ,i.os t-stavarn atroplli;idos e a erudição era nullri, s6 as cl1aiiitii;is (10 S;itito Of5c-io, oii d o inferno, podiam dar clarõcs a espiritos dcl)c.i\ oii e1ik.1-irius. I,'ci(jiii se originou um gr:indc innl (le cjiic iião cogitarani, nem prt.vir:iiii ; i> clt,.;i-ti-os;is çonse- q U C l ~ ~ i 3 s os milagreiros igiinros. r\"i>st;~ iiict-cia c«iist;intct, ~i'(.st;i i-i,gucii.a irrc- media\rcl, não se analysaviiin as 1msc.s dc ncnliumn religiiío, li20 ,cb f;izi:t n syn- thesc das crcnças dos outros povos, c, pclri pai-alj~sin cc~rc~l)r:il, iio (pie dizia respeito a estas vastissiinns qucstr5cs, trocava-sc n rc.ligião pc.l;i -ii~jc~rstiq2o, o fervor da crença pclo frinatismo, e o culto piedoso c. cbtliíic-;iiitc. p~.ln pratica liturgica e syinl)olica, que sti iallava lios sentidos, n;i siia f(')i-in;i tn ;it ci.i:il, e dei - xava o espirito ~ncrgulliado na peior e r-ia mais clissol~~c~iitc. (Ir . totlrts as ap- prehensóes : a apprchcnsão rla propria iiinnidnde. Era o niliili~,iiio rc~ligioso.

«Quando a França, cjue forri dos reis christianissitnoi;, ;i0 c-1;iiiio dos raios d'aquelle Sinai, oiidc se proc1:imarain os direitos do lioin'in, :li-i-chiii~~c;ou a 'uva á cdrte de Roina, qucl~rnntlo com as tracliqócs d a pntiia dc. i;. 1,iriz t. cic Bos- suet, n naç5o port~igu~zn sentiu-se siirprehcndidn c clc.sliini1 )r;i(l;i. S;LO seguira, nem aconipnnhára as rliffercntcs phases da evolii~ào rc.ligios:i ; (Icsc-onliccia e ignorava absolutamente a historia exacta de todas a5 tr;i~~sfi,l-tli;~qóc~s, porque as crenças iam passando; não siispeitava sequer que fossc. clihcuti\-c1 tudo quanto a Egrqia tnrinda crer - dogmas e mysterios srnin pnrn elln as pala- vras sagradas, que suspctidiam, no ccrebro, todos os raciocinio.; ; sul)itatnente, sem prepriracao prévia, nem solugão de continuidade, a luctn sc.ligiosa surge- lhe, não em exame de dogmas, não em vacillaç6ès soL)rc pontos clc doutrina, ncio em qiiestões de ceriinonia ou de ritual, mas face a fricc., poriclo-lhe em duvida a ciivindcic-le de Cliristo, e chegando até no estrcino CIOS delir-ios, a t é prestar culto, em França, á deusa da Razâo, ornada com o I~arrcte phr-3.gio da liberdade. Por isso mesmo que o salto foi iinmenso, por isso mcctno o desmo- ronatneilto foi enorme. Itltclligencias adormecidas, cerc.l)ros anctniros c profiin- damente pertiirbados nâo distinguiram hypothcses, não meditrirnin 110 valor de certas crenças, nem na pequenez do homein, ainda quando é ut11 erudito ou itm sabio, para decidir absolutamente da existci-icia do I'ocler Supremo, que rege l-iarmoniosamente o universo. A depressão moral, qiic Gra tào fre- neticamente proclamada, como testemunho vivo da mais esple~iclorosa fé, deu os seus funestos resultados. Este cretinismo secular assignalou a sua incons- ciente i~idepcndencia pcla increti~~lidade, pelo materialismo, finaltnente, pela mais profunda indifferença religiosa.

«Negada absolutamente a revelação em materia de crenças, por classes

Page 22: -quadras

a quem nao sobeja a illustração c o estudo scientifico, para se ampararem nas iuctas dolorosns da existencia e para enfrearem appetites e desejos ardentes, que levam, por vezes, á vereda do crime - que ha a fazer?

K Vcjniiios : «Qiint>.;cluer que sejam os desvairainentos e as allucinações, que se ma-

nifestem, ri ' t>btc pcriodo dc trnnsiç30, as leis sociologicas são necessarins e ía- taes, 1130 obcclecem a aconteciinentos inesperados, nem se clesviani, na sua acc;ão, pelos cnpriclios da liiitnrinidride. A C V O ~ U Ç Z O religiosa ha-de cotitinuar na sua innrchci, scin sobresaltos nem lacunas, ti.ansforinando apenas os cletnen- tos em cluc se apoia a crença, sem quebrar o elo que a prende ás heranças semitica e aryniin. Toclavia, n'esta phase de descrença e de lucta, carecemos de uin ideal, que illuininc os indifferentes, porque sem vinculo moral nao ha possibilidr~de cle esistcncia para qualquer povo, nem para qualquer collectivi- dade liurnana.

«A esclioln evolucionista considera o progresso no que contribue para a felicidade do homem e no que tende a augmental-a directameiite c indirecta- mente a Savorecel-a. mas o que faz á felicidade do homeni, observa um evo- lucionista, e, cm sentido abstracto, a aptidão para satisfazer as suas necessida- des de qualquer natureza, quer dizer a liberdade - a liberdade, regulada e limi- tada pela eg~inldade, sua correlativa necessaria, por isso que o lioinern vive no estado social. » Por uma fbrma mais generica, diremos, a adaptação completa d o homem á vida social. <Ter por si mesmo a faculdade de fazer o que deve ser feito, é ser organicamente moral. . . A perfeição consiste na posse de h- culdades exactamente apropriadas a satisfazer estas condições ; e a lei moral é a formula da linha que temos a seguir para as poder satisfazer.> É uma ex- pressão conhecida das leis naturaes, que toda a manifestação da actividade é acompanhada d'uin certo prazer. Este prazer diminue, desapparece, e trans- forma-se em sofkitnento, na proporção das resistencias interiores ou exteriores, que a actividade encontra. Pela mesma ordem de ideias somos levados a ai- firmar, que todos os espiritos educados sentem necessariamente uma grande satisfação em sc sentir collocados a par de outros seres superiores, na proporção e m que se approximam do seu proprio ideal, se identificam, por assim dizer, com elle, ao passo que esta satisfação corresponde a um grande soflrimento Intellect~ial, quando se vêem abatidos da sua categoria, do logar que occupa- vain, e vão caliir rio livel dos entes, que Ihes são a todos os respeitos inferio- res, Ora, para que a sensibilidade, produzida por estes factos, tenha uma certa intensidade, é necessario que o espirito esteja educado, por isso que a susce- ptibilidade da. consciencia vae augrnentando, á mcdida que ella se desenvolve, e a vivacidade do remorso dá a grandeza da nossa elevação moral. E evi- dente, que o remorso, com todos os seus escrupuios dolorosos, as suas tortu-

Page 23: -quadras

ras interiores c as suas expro1)ações intimas, póde fcrir os scrcs, náo na razão inversa, mas na razão directa do seu aperici6onniciito. O reinosso, pois, e d'urna grande utilidade na vida inoral, porqcie, se cxprinic :i conscicncia que tivcmos d'um erro que praticámos, mostra. triinl~ciii, cluc nlcniiçámos a noção d'esse erro, d'essa imperfeição, c, para fiigiriiios no soffriiiicnto pr!tigcnte, que o rcinorso nos causa, cvitnreinos a rcpctiqão d'cssc facto, que coiitraria por alguma f0rmn as leis sociaes que nos regem.

~Cornprclicndidas as leis da evol~içZo, (Iue acornpnnhain mnravilhosn- mente o progresso e descnvolviinento dc todos os seres, o liomcin, poildo as suas aptidões ao serviço d'csta grandiosa conccpqão, c~ i i hnrinonia coni o seu ideal - que s t pódc ser a affirma~ão do bcllo e do justo - satisfaz plena- mente as necessidades do scu organismo e náo sc afasta dos scus clevcres moraes, aferidos pelos dictxnes da propria conscicncia. c Quniido n m u d a n ~ a que se opéra i riossa vista estiver concluida, » cscrevc Speiiccr, <<quaiido t o d o o homein utiir no seu coraçrlo, a um amor entranliaclo pela libèrdatlc, vivos sentitncntos de syinpathia pelos seus seinclliantcs, toclo-. os estorvos legacs ou violencias particulares, que a individualidatle ainda encontra, hão-de desappa- recer; ninguem seri tolliido rio seu desenvolviincnto, porqcic, iiianteiido os seus proprios direitos, lia-de respeitar cada uin os direitos dos outros.>:

«Este respeito pelos direitos dos outros affirrna-se da nossa parte pelo ciitnprirncilto de deveres e csta consideração pelos oiitros traduz-sc eín con- siderrição por nós mcsinos e pela nossa digniclade de homem. Ha rcciproci- dade de serviços, e, consequeiltetnente, reciprocidade de interesses e dc senti- mentos.

&Corno diz utn distiiicto escriptor : ((0 hoineiii tein necessidade de se sentir grandc, de ter por iiistantes conscieiicia da sul~limidade da sua vontade. B

É pela I~icta que elle adquire a coiiscieiicia d'este seiitiinento: lucta contra si e contra as suas paixões, ou contra os obstaculos ii~aterines e intellectunes que o ccrcam. Quando triumplia, applaudc-o a sua prspria coiisciericin, e acha a recompensa no apcrkiçonineilto do seu ol-gniiisrno c na licrriiign dc novas acções reflesrls, que traiisrnittirá ás gerac;óes que lhe s~~cceclc~rcin.

«E este é o maior de todos os prctnios. i l s i-ecompcnsns sociaes, con- feridas em fórii-ia de privilegio, vão dcstipparccendo ii't.stc: i~ivelamciito da Ilu- inanidadc. As rccoinpensris cla estima publica e dn pop~i1riricl:ide tcntlem a siibrnergir-se t;iinl)cni, n'este tnar procclloso <Ia <It~inc)crnci;i. Os feticlies das po- pulaqóes sclvagcns c os hei-ocs das civilisaqões einl~ryonarias r ã o seiido bpca- dos dos scus pedestacs de gi-ailito. Rcstatn OS 1iotneiis da SCICI~C~;L-S;^LO esses os iinicos giiias c os fachos de lciz das inodemas gt.sag.õcs. Toclns as nossas atteriç6es cstgo voitaclas para as ideias abstractas da scieiicin e para as suas luminosas applicaçóes, assim como todos os nossos desvelos e carinlios expan-

Page 24: -quadras

dem-se em soccorrer e levantar os iilklizes, que, por vicios hereditarios de or- ganismo, ou por desvios de ignorancia, ou por enfcrinidade cerebral, tecrn a he- rança da iniserin c. da dt?sconsideração publicri.

«Sejainos intolerantes comnosco no cumpritnento rigoroso dos nossos deveres, tenlininos o osgullio de que coiicosrenios, quanto ein nossas forças c a b e para os dcstinos cjuc estão reservados ao Iioirirtii e qiic coopernnios, nos limites estreitos clas nossas faculcfadès, para o clcsenvolvimento e harino- nia d'este dcslurnbrante e subliirie pocrnn, cliic sç clinnin o Universo.

«Tenliatnos a tolerancia do arrios para coin os que sofietn, qualqiier q u e seja a causa e a origem da sua inferioridade. Aspirar a felicidade é o idciil dc todos os entes -infelizes d'aquelles qcic não póclcin ou ngo s:ibc.in satisfazer essas aspirações. E:-giicl-os e cslo:-ç:il-os é aiiidri nssitn ausiliar o pensailicnto

2 da creac;Ao.

«Levetnos, pois: ri indulgencia a ~ é onde o permit5r a scgiirança social ; empreguemos todos os meios para lcvar a luz aos ccrcbros adormecidos e nar- cotizados ; não poiipeinos esforcos para clesenvolvcr o sentimerko nos orga- nismos atropliiados-e d'utna sociedade anetnica, que Iiicta cotn o pesadelo devido ri herança secular de erros e de falsas noções, façamos utii povo de. homens livres, ciosos do seu verdadeiro prestiino c da sua propria dignidade.

«Façamos com que a caridade não seja apenas o tllc~itso,. onde vem receber applausos utna frilsri piedade, ou utn nrcliloso i n t c r e s ~ ~ politico.

«Não busquemos clistincç:lo de superioridade, ou de inferioridade, nos en- tes a qti\-in acudimos-qualquer que seja a sua gradunção, ou o scu descnvol- vimento, na vida physica e intellcctual, temos o dever de os soccorrer e de os , guiar.

« ~ ~ o c u r e m o s um1 rerdadi, que nós, 1ioinc:is d- todas a: crcnqas, de to- das a s doiitrinns e de todo; os cultos possritnos acceitar, c seja ella. o pacto da nossa alliança. «Es:a Lrerdnde, pensa Spencei-, ácerca da qcial todos os 110-

mens estão tacitamente de accordo, desde o fetichista até ao critico mais frio nas c r e n p s humanas, deve ser a que ntjs bciscatnos. Se a religião e a sciencia pódcin reconciliar-se, é sobre este facto, o mais profu:ido, o inais i-:isto c o mais ce:tn drx todo3: que o poder sup:emo dc que o u:iivcrso é :i manifesta- ção para iiój-5 cotnpletaincnte itnpenrtravc1.x Accordes n'cstci ideia, proliin-

darnentc religiosa, prcateinos todos ein coinmiiii~ no Incogiioscivcl o culto, q u c mais pódc ir em 1iar1noiii;i coin as leis d ; ~ evol~iç20, e fnqaiiios coin qiie n c;i- ridade, etn tudo c para com todos, na cspniisibilidacli. d'cstc iio~-~illissirno scn- tiinento, seja O p;-itnciro testein:1nh3 da n0s.a regciicrn~ão politic:~ c socinl. 9

Page 25: -quadras

M toda a Hespanha, antes do cstal)c~lccimento das u i i i ~ ~ r s i ~ l ~ ~ t l e s , hai7ia li- vrarias pul~licas nas s6s catlicdracls, c n;is colIcgi:id~is irinis ii1sigilt.s. Os mes-

tre-escolas tinlinm A scin conta 11qcic.llcs dcpositos l~il>iiogi-:i~)liicos, c criiin en- carregados, coin outros cccfesiasticos do~itos, dc cnsinnr as pChso:is q u e se de- dicnv:iin ás Iettras e h cgrcja.

AtC ao reiríado de I). Diniz, inuitos ecclcssinsticos cst~icl;ii~i, proiessam e cxercitntn a medicina.

Tninhem nos mosteiros se ènsinava a graiiiinatic:~, n logicn, a pl-iiloso- phin, a theologia.

Ko anno de 1082, estabeleceu O bispo L>. Pntci-no, cm Coi~nl~i-a, um col- legio, oii seliiinario, destinado a tloutrinar riioços clc bons costumes, nas lettras sagradas, e a os 11al)ilitar para rccèbcrein o grau dc prcsl)ytero, no intuito d e prover de concgos a sua cathedral.

Desde a fiindação tlo mosteiro de Santa Cruz de Coiinl)ra, depois do anno de I I 30, houve n'aquella casa estuclos rcgul:~rc~s, e doiitos inestres de gran~rnatica, pliilosophia, e theologiil. Cedo coineqou no incsmo mosteiro a cxcellente pratica de irem alguns conegos estudar crn França as sciencias, que, por aquelles tempos, erarn cultivadas.

No anno cte 12G9, effectua-se, no ~iiosteiro da congregação de Santa Ma- ria de Alcobaça, a abertura de estudos publicos de gratninatica, logica e theo- logia.

No anno de 1286, D. Dorriingos Yardo, bispo de Evora e de Lisboa, e cllanccller-mór d'el-rei D. Lliniz, funda o collcgio, ou se~ninario, da invoca- ção dos Santos Paulo, Eloy e Clemetite, na íi-egciczia de S. Har oineu, em Lisboa, para dez cnpellães, vinte inerceeiros e seis escoiares de &, grego, theologia e canones. A fuildaçrio roi propriai~~r~nte a de um asyln dc pobrcs, com a denomiiiaçáo de I-Iospital de S. Piiulo; nias o fiindndor dedicou o altar mar da egrcja de S. I3artholomc~i a S. I'nulo. com I 2 cnpellács s;icerdotes; outro a Santo Eloy, coin 14 merceeiros pol~i-es, e o terceiro altar a S. Cle- iIít.nte, coin seis cstudaiites pobres, quatro (20s quaes estudnriain grammatica e pliilosopliia; um thcologia; c outro canoiies. ( 1 )

( 1 ) Veja (:lriciildos [itternt-;os do prelado de Bcjrr. . I 7 9 1 . ~ q . 30. - I\'leu~orin do conteco cJrc. ii'l litt. grega em P01-tuga1. . . por fr. Fortunaco de S. Boaventura.-Histo- ria c~cc1csinstia-r Jcl. eg)-cij.~ de Lisboa. . . por D. Rodrigo da (:unha, 1613,

Page 26: -quadras

hTn scgiindn inctadc do scculo srii, esta17ain jcí ein psatidc rcputnçno os e s t l i d ~ ~ tlicoiofiicos. 110s ~oiivciitos (10s rc>ligicsos cic S. I )oiiiingos c de S. 1:rnn- cisco. Ainda depois da fitndaqáo clri Ci~i~.c~i-si~lntic~ dt. I,isl)on, contiiiúri n t1ic.o- logia ri sei- ei-isinncln, 110s clnusti-os dos tloriiiiiicniios c. tlos fi-aiiciscnnos; c. s t i fio p-incipio d o ~c i i i l o x\., nppiirecc (lociiiiiciito ( I c sç ciisinnr :icliicll:i sciciicia na ~iiivcssidr~clc. O ílocuiiiento d'oiitií> isto sc iiifct.~> i. iiiiin cnrtn il'cl-rci I). Jo.;io I, datada do 25 clc oiitiiL)ro da cra <li. 14;s (nririo (li. i.rru)). 1ist:i <-;irt;i t1i:;pciisn do pag:mento de frcfiios ate ti-c>s lcntcs ;i(% Icis, nti. ti-cs dcxcrc~tacs, dc gi-nininatica até quatro, clc logica ;itk d o i , iIc pli)~sicn (nic~i1iciii:i) i i ~ i i . <Ic tlico- login iiin, dc rnusica uni. ( 2 )

Os cstutlos cluc lioiive cri1 I'oi-tiignl ntt ; to nririo dc 1290 ti;Ti> tiiilinrn ri

importnncili e cai-actcr dc rsfirrios :r]-trrs, neiri ;i foi-inn clc. Uiiivcrsid;ttlc. Es- sas fciçõcs c iinturcza sóincntc as tc.111 o cst;iI~clccit~ic~rtc~ crcndo c.ni l.isL,oa no aiino dc 1290. ( 3 )

Josfi SIT.VES*I.KE I<II:I:IR~).

POSITIVISMO

i - UE poucos adeptos conta o systemn positivista é bem clnrameiitc con-

4 c fessado por Suartt Mil1 : a

E (I phraser de Stiiart hlill nos seriiinos para expcnclcr o qiic i a c ler-se :

Mais amplamente falla o conscllieiro José Silvestre Itibeiro d'cste collegio ou se- minario, no capitulo especial: ~E.~ tudos í : í~ .~ O I - ~ ~ E I I Z X e l i g i ~ ~ n . ~ ~ , in\erto 11.1 5o.i v;ilio\i\- sima Historin dos cstabelecit~zerttos scieittificos, litierarios e nriisticos dc> Z'ot.tt1g~71, tios

s~rccessivos I-einndos da n~onm-cliin. (2) iVoticins (:h)-o,iologjcns da Ct?iversid.ide de Coitlibrt?. Pelo beneficiado Fran-

cisco Lei150 Ferreira, n.O 558. (3) 0 erii<lito nca<lemic~ e nohso rehpcitiivel niiiiso, cnli~.elbciso Jo\G Silrc\tre R i -

beiro, crp6e e apseci;~, ;i luz do seu e ~ s l a ~ - e c i d i s ~ i ~ u o c\pirito. n que :1 ""13 rc11i;ido i . ~ l i ~ ,

nos dominios da illstruccào e do ensino, n;i sua ~ I C I I I I I I I C I I ~ : I ~ obra : Hi.slol.i;r d ~ i os/obe- leciníeiztos scieillificos, littci;?rios e art isi icos dc P n ~ - ! i i g ~ [ .

Page 27: -quadras

«A unica cousa que ternos a ct>n~itlcrar iio cjciiptos C o c1uc este n o s póde cnsitnnr; c, sc, cn1 alguns pontos, iiienoç escl:irc~ciili> s c h iiiostin do que hoje soinos, píicle isso pas.i;ir d(~sapcrcc.l)itlo ntC c1icg;tr o inoii;c.iito cin que os erros possam prod~izir clualquei innl. i/

Stunrt ililill, conícssanclo cjue o sj7~tctnn clc Lotntc' c. eii-;itlo de crros, opina por occultnl-os, até o tiioriicnto ctii cliic. t.ssc'..; vsros ps~ic1iiz;irri os seus fntries rcsultndos.

O an~icxiiii popvlnr : - niztes que o uznd cresctr, c-ol-ir-se-lhe n c n b ~ ç n , -

tem aqui perfeita :ipplicnc;2o. Esperar que surj:~n as conwrliicncias cl'iitn cesto iiLitlic.rcs clc frictos erro-

neos, para então os rctn~diar c fazer ver ;1 iiicotivçriit~iicia c f;ilhitlade cl'clles, 6, quanto a n6s, systctna ahsurclo c ~~erniciosissii~io. I)c.pois c10 ~nnl feito, tornam-se itripotcntes rcrnedios, qiic, corno prcvctitivos, pocliairi scbr cfficazes.

Stuart Mil1 coritinún, clizctido, que, sc~guiiclo Cutnte, padc~i i sc~sunnir-se os principias cia pliilosopliia positiva no scguiiitc :

CONHELEJIOS SEXAO r > H E N o m y o s c' O conh~'cili i~t~tc) í lue cl'elles te- inos é rclativo e não ;il~soluto. Xão conliecc~inos ri. csscnci:i, i i :~ i r i o ir-iodo real de proclucgão dc nenhuni facto: conh~ccmos apenas as rclnc;ócs dc successão ou de siniil1innc;a dos factos uns com os outros.>

E é tal systeínri p~oclatnndo de prugrcsso e clc c i~i l isa~rio ! Sabe-se o que sc v$ apenas! As nobi!issimas aspiraç6es clrt alrnri humana, buscriiido ~lcsccrrar mais e

mais os véos, que lhe cobrem o alvo, são pcrfeitznieiite rcstr.ict:is ao mundo material c visivel, são compIcta~iic~~tc sulijugadlris pela tnllo de furo, que este systcmri insiistcntnvel e nl~surclo faz pesar sobre ellas.

Sáo repassadas dc verdade as espressõcs ctc Turlcs: Poder-se-ha dizvi-, por acaso, que o lioinein, o ser tnais perfeito, viesse

ao inundo iinic;irnentc pai-a s~ihincttcr :i atinlj-sc um sal cliialq~icr, para contar todas as vertcl~ras d'rirri 1nnmniifc.1-o, ou os estntnes d'utna tior igiiorndn, 11'~irna

palavra, para clesccr sí, ás infir1iri.s ininucias da crenção? Tcnhainos, por Ilcuç, ~niiis ç lc~ndn idéa da i~r~portatici;i c cln grat-ideza

c10 dcstii~o tlo lioi~ietii. A unica sciencia ve;.dndei:-ninriite digna do hoincm e o proprio ho-

mem. O resto considere-se muito cin1)oi-a nohrc p:~ssatcinpo c: iiiitia mais; PL-o-

qde, a lelrar qualqiicr iiiuito longe :L cultura das outras sciviiciíis, clesprovido de precau<;õcs e cuidado, póde tentar-se uin dia e prostrar-se etn adoração,

Page 28: -quadras

perante a ol~ra das proprias mãos, e2quecendo cornpletarnente o Creador, na anal yse ou classificaç30 dos seres creados.

hInis longe, porem, ainda iremos, e, se nos perguntnrein a nossa opiniáo, diretnos, que considerainos a scieiicia um sanctunrio ein qiie s6 dcviain poder penetrar aqucllcs que, possuindo uinn verdadeira religiáo c tendo utn coraçáo puro, potlcsse~n obrigar o cspirito a revoltar-sc contra a teiidcncia íalsa e vi- ciosa, que lhe impriine o estudo scientifico, quatitlo nzo csclnrccido por luz so- brenatural.

O positivisrno é a expressão e revclngão d'um costuine nehsto. Habituados ri coi~sultarinos só e ui~icatnente leis, por assim clizermos,

grosseiras c rneclirinicas, facilmente esquecemos, que estas exprcssain e sym- bolisatn apenas leis superiores, que, embora occultas, trnnspareccin, irradiando luz viva e sciiitillante, porque não ha, nem póde haver causa, propriamente dita, na ordem pliysica.

Cega alliiciiingão a do hoinein, que, cheio de ardor, corre ap6s rlesco- bertas v%, de que q~insi nuiica retira utilidade, que se cornpare 5 das verda- des iinponentes e ctcrnas, que ao hoinem dizem respeito!

Não se pense, cointudo, por isto, que é nosso fito cril~~iniiiar as sciericiris e acc~isal-as do estrniiho al~uso etn que os sc~is cu1to:es iricorrein.

Reconhecemo;, com orgulho, que aqiielles. que tnais 1oiic)e levaram o ~mprehetidimento d e descobertas dc todos os griieros, foi-n~ii cin geral lioinens i-eligiosos e tementes a Deus.

Quc espectaculo tristissirno, po:éin, no; dão hoje os si~ccisso:cl; d'estes homens ! Yarcce, que do coração, envenenado pela irnpicdadc das doutrinas que apoiatn e prorlamain, se lhes evolatn fiinestos e lugubres vapores, que lhes ol~scurecem a intelligencia !

É qiic todos, ou q~iasi todos, passaram, sorrindo, pelas verdades superio- res, que mister era scconhcccr previamente.

Factos pois;-só factos-e nada mais. Este reconhccim:nto, base de uin systcma, seria iilipio, sc não fosse sim-

plesinente irrisorio. Claro está, que os homens, que assignam :i sciciicin os liiiiites do seii cs-

pirito; não querem reconhecer, que haja uin horisorite além do qiic a1)rnçam;- muito siinilhaiites, n'estc ponto, ás crcanças, que iinaginain que o c60 acaba, no ponto ein que parece tocar a terra.

E, muito orgulhosos, proclamatn então os snbios, que não conhecein se-

Page 29: -quadras

não phenomenos, desconhecendo a essencin, o modo real dc procl~~cção dos factos, táo sóinente sabedores das relações de succes ' ;~~ ou de siinilhança dos factos uns c0111 os outros.

Mas, d'este rnodo, e seguii~clo a risca cstcs preceitos, 115o scrao os po- sitivist;is, que possam affirinar a infallibiliclade do systcin;~ ~ L I C ' nl~raçatn.

A hum:ii~idade, que, scguildo os positivistns, passou por trcs cstndos, ha- de passar por 4 . O , 5." e mnis estados, successirainento, segiinclo as relações de similhnnça e successiio, c o positivisino ha-de ser substituiclo, e n rnaior parte dos seus principios negados e por fim destruidos.

Involuntariame~ite se remernora a zlynovntrcirt snbin de Prtschnd. O atheisino materialista é a fatal conclus~o do systeina de Conite. Conderniia o positivistno todas as explicaç6es theologicns c sul~stitue-as,

ou julga, que hão de ser sul~stituidas, por theorias, que s t digain respeito a uma ordem reconhecida de plienomenos. Deduz-se d'aqlii, que, a renlisar-se comple tamcnte esta revoluçno, o genero huir~ano cessaria de referir a constituição da natureza a uilia vontade intelligentc, c, portanto, dcisaria dc acreditar n'uin Creaclor e Supremo Seiilior do mundo.

Comte era abertamente d'esta opiniáo. (Stunrt-JdiIZ, pag. I 5.) cNào é sol-)renatural, é natural a causa. O universo foi crendo e é gover-

nado por uma Intelligencia adhcrente a leis fisas, etc.» Por esta theoria, Deus seria tudo menos Deus. A intelligencia, que creou o universo, creou leis fixas, para tambetn a re-

gerem ! A lei, impondo dictames á lei ! Que modelo de coherei~cia !

O que legitíma o quadro systematico da alina, arvorado, como resultado giorioso de csfo:-ços, por inal orientados obreiros?

Certamente, que náo é, que náo póde ser a deducção, visto que a de- ducção iiáo é por elles adinittida, como instrumento de acquisiçào de princi- pios fiindainentaes de scicncia.

E coin certeza que náo é n observaçáo, pois que nenhum facto prova a extravagante descoberta.

Pois n niilgiiem mais que aos plirenologos cumpria apresentar os factos cornprovativos do que expendem.

Limibtn-se a expor doutoraltnente, que o cerebro tem tres regióes dis- tinctas, onde deir,oraiii trcs faculd;ides, tendo a Sensibilidade dominio e pode- rosa ascendencia ein todas as outras.

D'esta preponderancia o resultado é, necessririaine~~tc, a al~soluta irres- ponsabilidade do homem pclos actos que pratica.

Page 30: -quadras

Pcln nlisorpçfio clcl toclas ns faculd:idt.s precisns para n dctçrriiinação vo- luntarin, fim o 1ioiiic.m irrcspoi;s~i\.cl, porque nâo obra, iic1iii pciclc 0111-ar, livre c conscie:icios:i1i1~i~tc~.

E: principio t;iiitlriinc.ntnl ciii psychologia, qiic iliinca iiiiiri friculdadc. pócle absor\.c'r oiitrii ;-po\lc- iiinii ~~-cvioiiiitiai- iii;iis oii ii~c~rios sul,i.c~ as rcst:iiilc~s, sc- giindo o cl~iiiii, c1t<-. . . 1ii;~s i;ill:c:~ ti~.:ir-111~s i11~1ivi~~i1i1li~l~i~lc 1)i-opi-ia.

I7111 iiltinin ;iii;ilj-sc~, pc.10 5)-stciiin positi~~istn, tori;iiiri-sc iiiipossi~~cis as ideias do I ~ , i i i , ( 1 0 justo, tlo tiii-ctito c coi-i.clati~.;is, ~)oi-cliic c'stiis s d clsistem, qilai~clo 11;i ;i coii..;cic~iici;i psj~c1iolo~ic:i c. r i 1-oiit;i(lc, ric1gtlnd;is iio positivisino, oriclc tocios c..; factos psj~(-liologicos I-csultnii~ elas acqócs ~)li~-sic~o-c-hiiliic;~s do cereh-o.

Ilistoria da lusitariia e dii Iberiri

11.1,-1 illii.;frnclii coliiiui~s;io, coinpostn cios c~s.""" srs. rlntonio rltigiisto clc I Car\,nlho hlontiii-o, ,-liig~~sto C;irIos 'I'ei:<c.ir;i tlcl rlr;ig;io, lic.i-iini(lirio I'i- +u

nheiro, Cnrlos ICel\.as, Fi-iiricisco Fc.rrnz de hl;icctIo, Joáo ('liri~ostoiiio Ale- iicio, 1,iiiz T)iogo ~ 1 a Sil~r;~, Luiz Kugcnio Leitão, co!iclt. t l t b IT:ilc~nc;:is c coiisc- lheiro Vt.iiancio Desl;indcs, cc trncçou c1:iiiclo ;L est;iiril)n c,st;i ol )!.:i iiot:il)iIi,i\iii-i:i. devida a ppcnn de Jo:o ISoi-iailc;n.

Julgarnos iil~itil ciicnrcccr o iiicl-ito c ii~portni~cin (I ' i i i i i t1-;\1);11110, jiiIg;i(lo e sein rt~stricçóes applaudiclo por c~rirditos conio Silvvira clti Alottn, José Cio- mes Gocç c Tciseira d'AragSo.

Vulgariçar conhccirncntos dc tão alto valor historic-o c scic.ntifico, de+ vendando factos d'urna iinportxntc parte da nossa liistorin, dcscoi~liecitla até hoje, é, por certo, etnprelientlimento, que rnuito honra qiiem n clle iricttcii hotn- bros, e digna é, pois, a cotninissáo CIOS mais justos loiivorcs e bcin tnerecic!os eIogios.

Destacanos do prospecto, que nos foi enviado, as conc1ic;õcs da piiblica- ção e assigiintiira dc obra tão iniportantc:

(,A Hisioria da Lrrsiinrtia e dn Ibel-in constnírí de tres gr:incies voluil-res cie 50c n tio0 paqinas, cada um, i1itici:iniente imprehros e illustrados com um ari~plo mrippn seí)Fra- phico da antiga l>eninsula Hi'panica, coritendo muixs po~:oa<ries c correcq0cs, q u e se 1150 encontram nos mappas publicados a t i a o presente: com inssripqocs romanas c celtibcri- cas, numerosas figuras de moedas primitivas e de ubjectos archeologicos.

((Esta obra é offerecida por u m preco muito inferior riquclle por que s e costumam vender as obras d'este genero: a materia do 2.0 \-ol5me, tratada em hespanhol por 1). An- tonio Delgado (i'Mcdallns Aut4tiot?10~ de E',spanL~,) custa 4ctY000 reis; tratada por Mr. Alois Meiss (Afonnnies Antiqucs de I'Espngnc) custa I > 2 o o o réis; accresce. qiie ris obras d'cs- t e s auctorês consider:im-be como teiltativas insatisfactorias d'i solu$áo 30 problema 'ias legendas e das moedas celtibericas.

Page 31: -quadras

({Para termos conhecimentos das plantris origiiiarias do solo d e Portugal e Hes- panha, seria necessario reccorrer As obras de \Vilil;onim c Laiiçc, Liiili \: Hrotero, a s quaes, alim de escriptns em latim, custam dezenas cie mil I - C i x ; ehrè nhsiimpto è esposto, ainda que com n precisa concisáo, n'iim dos livros do I .O voliirnc da no-sa o1)ra. Se to- massemos etn consideracáo os outros ii-iuitoh ii~sumpro.;, dc: q ~ i c s ~ : occ~ipa a Hisrorin da Litsitnnin c d(r Ibct-tn, vei.ianios, qiie clln 6 otfcrecida por um prcqo dez oil il-iais vezes in- ferior ao que ciist:im ris obras, em qcie se encontriirn as materins n'e1l;i tratadas.

clEtiilin.i, a Histoi-iri da Lii.sir~il?ia c dci Ibwin conréin nssiiiiiptoi iiitcii-amente no- vos, oii tratacios por um modo original, taes ção: a orlsenl e c1assitic:iqiio das linguas e das raqas europcas, no r ." volume; qiiasi toda a n-iaterin do 2.0 v(-)lunie L' boa parte do 3."

"A publica+io serii dis:ribuid,i et1-i Lisciculos de 3.2 lxi~iniis; uni, cada n1ez.j)

PEQUENO MANUAL DA HISTORIA DE PORTUGAL

c i Ohf O olfercciincnto d'cste livro, dcstinatlo aos qiic. frcq~ictitnm as aulas de 0 C i- instrucçáo pritiiarin e intclligcntcinciite, para tal fim. redigido, fomos hon- rados pelo ill~istratlo editor portiiensc, Manucl hlalliciro, n cl~ieln dii-igiinos os

nossos ag,.rnclcciiricntos,

MARTYRES DO AMOR 'j . ICIhDOU-SOS o editor portueiisc, R. A. Gcnqalves, coin este iliteressan- 5f-j c te rotnnncc, ti111 dos quê Savier de Montépin iiiellior plancou c 111-diu. A attcnçiio tlo lcitor prende-se, desde a primeira pagina, a cnpricliosa e fertil iinagiiiação do escriptor, que táo soffregainelite é lido por todos aquclles que, no romaiicc, v30 buscar, coin bctn entendida avidez, fonte de clistracções e goso honesto.

A obra C illustradn coin primorosas gravuras-

q2AI\íENTAiZIOS não poder accusar, n'esce nutnero, a recepção de outras p~il~licaçlirs, coin que fotnos lionrndos, e, muito principaliiicntc dcixar de L

fizer referencia n artigos. dignos de mcnçao, que inrios periodicos engasta- ram, corno brilhantes, nas coliiinnas; -protestnmos, no emtanto, n,'io nos es- quecerrrios da luz d'cllcs, que, bein viva, lios {crio o espirito, c brevemente se irradiari. em reflexos, pallidos embora, nas paginas da nossa R e v i s l ~ .

Dentre as culpas, porém, que tia consciencia nos pezntn, e que, pela

Page 32: -quadras

falta de espaqo, ~ a o attcnu:iclas, dcstacninos duns, c~ijri gravid'idc farei~ios de- sapparecer rio proxiino iiiinici-o, por coinpkt~i penitciiciii, cin Inrga esplana- qão confei-ida :~clii~llcs pnra coin ( I L I V I ~ clcli~iclciiiiios. l'or cinqiianto, litnitaino- nos a agrnclcccr sirnplcsiiiciite a 1.3. Garcin Allviii:in n ofkrta das suris A7rzrrn- ciones, C LIO 111~1str;1~10 rci i~ci í l~~l te (10 I ' ; i r i i ~ ~ ~ , ( 1 ~ 1 ~ V ~ C e n t r ~ ~ n c ; ~ ~ l d o S ~ Z C I ~ ~ C ~ ~ S

do passnc-lo. i10 j;ii-diili, cluc a V.rd(!rie dc T1ioiii:ir teiitn cnflornr de ~-usns do fiituro, a aii-i:il)iliclncle cln sua cotitcst:iqào,-i-iiirin, ~ L I C s6 a forca cle um espi- rito c~ilto avivou.

AMOSTRA DE CRITICA

((R&rl,cinos o 2." niitnero <Ia 12rvrsta II(ust>-nn'R, de que é redactor o s r . Gonsalves de Freitas.

Publica artigos de varios cscriptores. E é illiistrnda, como o seu titulo indica.),

Coix~o se v;, notas cle prof~indn c csclrirccida observaçáo amontoam-se n'um Di~lt~io, ~ L I C , S ~ I - V ~ I ~ C ~ O aos lci torCs tat's periodos de critica, desdtnlia Sainte-Beu~rc oii Taine, i i~as . . . é illiistrndo, como o seu titulo indica.

Sc 13cldetnoiiio ressiiscitasse o A?*nuto!

Page 33: -quadras

fivista IfZustl-ndn registra, coin subiclo orgiillio, i - i : ~ ~ suns pngiii;iç, as jus- tissiiii;~~ distincçócs, quc n dois clus seus iii;iis clilcctos c illustraili~s colla-

horiitlorcs foram conferid:is :

,4o Coi~selliciro 1;errcirn Lo l~o , urna portaria cic iiicrecicio è lia mui to grangei~lo louvor.

A Antonio Raeta, a incdrilhn lioiirosa, (lispciis,id:i pc,la Academia d a s IjcI!aç Artcs ao tral~alho c ao inerito.

ONFOIWE o promettido, teinos ;i 1ioiii.a de offereccr, cotii este niimero, Mg & L aos nossos assignantes, o Zezirr-&-~eidrair (c Noi e tle tiupcias )> original do

director da Reuistn IZZz~strndn. Que a boiiclndc dos iinicoç qiic 110s protegem sirva de manto de indulgencia á pcbi-c! offerta.

todos os que se dignarem inscrever, como assignantes d'estri publicação por 12 numeros, (pagos adeantadamcnte) se r i enviado gratuitamente o n.O

2 da Revista II1íusti*z&, ou um esctnplar do drver-de-I-idenzt Noite de nu- pcias *.