* N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da...

12
ãt Centro de Pastoral Vergueiro * N.o.íi.oyy BIBLIOTECA \ im VL SANTA MARIA DA VITORIA (BAHIA) - JiJNHO/1984 V 12 DE MAIO: DIA INTEHN/^IONAL DO TRABALHO LEI As SANTA MARIA DA VITÓRIA, SUA HISTÓRIA £ DESENVOLVIMENTO - CAPÍTULO II-págs,4/5 PffiTOLAGEM NA MORTE DE RAIMUNDO LUCENA - pág, 3 EDIÇÃO FALSA CE "O POSSEIRO" NA JUSTIÇA - pág. 3 AÇOUGUEIROS DE SANTA MARIA EM GREVE - pág. 7 A VERDADEIRA CARA DE PELE - págs. 9 e

Transcript of * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da...

Page 1: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

ãt

Centro de Pastoral Vergueiro * N.o.íi.oyy BIBLIOTECA

\ im VL SANTA MARIA DA VITORIA (BAHIA) - JiJNHO/1984

V

12 DE MAIO: DIA INTEHN/^IONAL DO TRABALHO

LEI As

SANTA MARIA DA VITÓRIA, SUA HISTÓRIA £ DESENVOLVIMENTO - CAPÍTULO II-págs,4/5

PffiTOLAGEM NA MORTE DE RAIMUNDO LUCENA - pág, 3

EDIÇÃO FALSA CE "O POSSEIRO" NA JUSTIÇA - pág. 3

AÇOUGUEIROS DE SANTA MARIA EM GREVE - pág. 7

A VERDADEIRA CARA DE PELE - págs. 9 e lü

Page 2: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

"V

O POSSEIRO

- domai Autogestionário -

í Registrado sob nS 1,315 no Cartório de

Títulos e Documentos de Santa Maria da

Vitória, Bahia.

Ano VI - NO 50 - Maio/1984

Conselho de Direção: Admardo Serafim de Oliveira, Cláudio Thomas Bornstein, Decio Paulo Spaniol, Emiliano José, Harnoldo Teixeira, Hélio Leite, José de Sousa Lisboa, Jehová de Carvalho, Jairo Rodrigues da Silva, José Luiz Gomes, Joaquim Lisboa Neto, Martinho Leite, Paulo Cezar Lisboa Cerqueira, Vanderlei Marques Ferreira.

Diretor Responsável: Joaquim Lisboa Neto

Diretor Administrativo: Hélio Leite

Assinaturas: Nice, Neguinha e Elinaldo

Redação: Praça da Bandeira, 72-A

Santa Maria da Vitória-Bahia-Brasil

Cep: 47640

ESTA ECUÇTto D'' 0 POSSEIRO É DEDICADA

AQ.TRAB/UÍADOR, ESTE QUE Ê 0

\/E^DAüEIR0 MOTOR DA HISTÓRIA E QLt

VENCERA TODOS OS 0BSTÂCIJ.0S QUE SE

JPOEM À SUA LIdt:HTAÇ7\0.

PRIIJ1EIR0 DE MAIO: DIA MUNDIAL 00

TRABALHADOR.

LEIA = ASSINE ■ DIVULGUE: "0 POSSEIRO"

PlCitOSriCÕ 'hEhfCfíM QO

T orturado, martirizado e humilhado,

I nterrogado, confessou a conspiração

R evelada por Silvério dos Reis, o

conjurado.

A prisionado por denúncia de revoluçãtj,

D eterminou-se sua prisão, sendo

enforcado,

E ncontros confidentes resultaram em

decisão,

Nascendo daí, as primeiras idéias de

rebelião,

T íaído e envolvido, houve outros

indiciados,

E le,portanto, foi o único da

conspiração,

S entío Tomás Antônio Gonzaga um dos

conjurados.

Santa Maria da Vitória (BA), 21 de

abril de 1984.

Por: AGENOR BATISTA MARIANO = == = = = = = == = = =£= =:! = =:=:;== =

pag. 2 0 POSSEIRO-laio/84

Page 3: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

PlÊTOLASEM MQ MORTE hO

O fazendeiro e comerciante Raimundo Ro- drigues Lucena, de 38 anos, que morava em Santa Maria da Vitória, nos Chapa- dões do Rio Corrente, distante 988 qui- lômetros de Salvador, morreu assassina- do a tiros de revólver, disparados por dois pistoleiros, num crime que segundo a polícia, teria sido cometido por vin— ganç a.

Anteontem à noite Raimundo Rodrigues La cena fechava a sua casa comercial, o Auto-Peças Rodrigues, na rua Nilo Peça- nha, em Santa Maria da Vitória, quando surgiram das sombras os dois homens armados. 0 comerciante não teve^ nenhuma chance de defesa. Entrava já no seu carro, para retornar para casa, quando foi seguidamente baleado, morrendo no local,

DESCASO

Somente uma hora depois foi que apare- ceu a polícia. A justificativa dos po- liciais foi de que o delegado regional, Adbbrbal Prado de Queiroz, se encontra- va ausente da cidade, em Salvador, e eles ficaram sem saber o que fazer.

Diversas pessoas assistiram o crime, contudo nada fizeram para impedir a fuga dos dois criminosos, 0 fazendeiro e comerciante Raimundo Rodrigues Lucena foi alvejado com três tiros, morrando no interior do seu veículo.

(extraído do Jornal da Bahia, 19.5.84]

ELEIÇÕES DIRETAS-üA

Infelizmente, a emenda DANTE DE OLIVEI RA não passou graças aos deputados que trao^m o povo brasileiro. A seguir, pu blicamos os nomes dos deputados baianos que votaram contra as diretas e os que se ausentaram, g que também representa um ato de traição e covardia: Afrísio Vieira Lima, Ângelo Magalhães,

Eb\cm FALSA MOP055í/^O'

WJQ Jusnça \ •.'■ V

0 advogado José Lisboa entrará, na pró- xima segunda-feira, numa das varas cri- minais de Salvador, com uma promoção, objetivando a apuração de crimes contra a honra, fundamentada na Lei de Impren- sa, praticadas por setores ligados aos; interesses da grilagem, em Santa Maria da Vitória, em edição apócrifa do jor- nal "0 Posseiro", defensor de direitos de trabalhadores rurais da região do Corrente, assoberbados na posse de suas glebas-, 0 advogado fará, nesta comarca, porque a falsa edição foi preparada nes ta capital, e daqui distribuído para órgãos oficiais, sobretudo alguns liga- dos a informação e segurança. "Assaca contra figuras representativas daquela cidade e usa uma linguagem baixa, de conteúdo incompatível com a linha de "0 Posseiro" e a conduta dos atingidos". Diz o Bel. José Lisboa, os exemplares •da edição mencionada são acompanhados de um folheto de história em quadrinhos, cuidando da ação de D. José Rodrigues, bispo de Juazeiro, dando-o como mentor intelectual de crimes contra fazendeiro. "Esse procedimento - aduz - atesta a pobreza de inteligência dos caluniado- res",

(extraído da coluna "FORO", assinada por JEHOVA DE CARVALHO, advogado e poeta santamariense _ jornal A Tarde, 22 de abril" de X9B41

Djalma Bessa, Féli« Mendonça, Fernando Magalhães, GURG0N10 NET0,^HeÍio Correia Nei Ferreira, Wilson Falcão, Antônio ÜSÚRIÜ, ERALDO TINOCO, ETELVIR DANTAS, Francisco Benjamin, Horácio Matos, Jai- ro Azi, João Alves, José Penedo, LEUR LÜMANTO, Manoel Novaes, Prisco Viana, Rômulo Galvão.

Todos esses traidores e covardes perten cem ao partido do governo, o PDS,

0 POSSEIRO-Maio/84 pag. 3

Page 4: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

UAHTH Mania ha lAroRiP, SUA 1-iisrÓRifí £ úeJe/Mô/i/iMetírê ClfíR. Jt » Pelo Prof. MWUEL CRUZ

Mas no verão de 1803 a cousa mudou de rumo. Um fato novo aoareceu. Conta Izidoro Afonso, numa crônica familiar, que homens jjuarentos, cobreados pelo sol, empunhando ao peito caloso vgras longas-e^ferradas as extremidades, triçulan-

i d o" canoas e ajoujos, cortando as águas do Rio a desafeição da corrente ? desusavam ' geus barcos, a entrada do porto, por entre as curvas do rio, aqui e ali interrompi

das por forres corredeiras e redemoinhosos remansos. tisses tripulantes traziam a bordo de seus barcos passageiros renascentistas que tentavam um primeiro encontro^com a natureza luxuriante dos trópicos, esperando contactar-se com gente do p enodo neòlitico,' Pousando seus olhos azuis por sobre estas paragens, aqueles passageiros se deram pOf satisfeitos de suas explorações, retomando a remo surdo, rio abaixo, para ^lem-mar, sem dizer a que vieram, ■ .„ , Qual a impressão que esses lusitanos tiveram destas terras então virgens e inqul- tas, povoadas de animais1 selvagens, duendes e dragões, de pássaros de rica pluma- gem e de índios, ninguém ficou âabendo, nem isso ficou relatoriado. A, esse tempo a região era deserta, só conhecida, em parte, pelos bravos da bandei- ra de Francisco José Teixeira, . , .' No ano seguinte, - 1803 - redtz o cronista, na mesma estação, batendo os, remos nas mesmas^águas - límpidas e azuladas -, tripulando os mesmos barcos, aqui chegara, em caráter definitivo, uma caravana chefiada pelo Padre André Afonso de Oliveira, sua mãe Izabel Correia de-Souza, seus irmãos Manoel Antônio Ataíde, Francisco da Cyuz Freire e outros. A caravana desembarcou mas seus componentes não fizeram ges- to de beijar,' como bons peregrinos, a nova terra. 0 Pe. André vinha ocupar uma sesmaria que lhe fora üstàa. doada, dizem, pelo Conde da^Ponte,- com uma superfície ideal que se sabe com origem da rampa do rio Corrente ate o lugar Água-Quente. Afirma-se, e os fatos vieram úomorovar, gue o Pe, André, chegado de fresco de Por- tugal, ^era egresso da igreja católica e oescendia, por via de sangue, da fidalga- ria ibérica. ., ^ -_ :_. „ Quanto^ao primeiro fato, o de egresso da igreja, parece verossímil, pois não há re cordaçao dos mais antigos de que o Pe. André haja celebrado missa, ministrado sqr crãmentos e praticado a catequese religiosa. No tangente a seu foro de fidalgo, gorou a presunção. Não consta, nem por ouvir dizer, que o padre, seus filhos Joa- quim e Pedro Afonso de Oliveira, ou seu neto João Afonso de Oliveira tenham feito gala de família patrícia e de florões nobi^iárquicos. Conta Heànrich Nandelman (l) quererá costume dos portugueses que deixavam a metró- pole para ganharem a vid§ na Colônia, munirem-se de. certidão de nobreza extraída dos arquivos de suas paroquias natais,, para apresenta-las as çiutoridades lusg-bra sileiraç a fim,de, com esse documento^ fazerem jus a cargos publicas e posições nas milícias so permitidos a portugueses natos. Reinóis de maior (SRapsxusifca prosápia, ao que se sabeA pregavam seus escudos heráldi cos nas colynas dos portões de entrada de suas mansões para melhor ostentação de seus privilégios. . : Fora dç dúvida que o Pe. André não cavaqueava çom seus familiares ou com estçant^os a propósito dessas inutilidades, pois do contrario essa situação chegaria ate nos via de sua descendência. Homem prático, o Pe, André estava contendido da importância do trabalho no setor da< agropecuária numa região como a nossa em^que a maioria da população era fascina da pelo ouro e( sua esperança pela faqueza fácil tirava-lhe afeição a agricultura e ao pastoreio, Esse seu'convencimento levaram-no à-realização dé trabalhos agrícolas, a princípio à margem esquerda do rio Corrente cujo caudal lhe encantou pela beleza da vegetaçãn em meio a qual ressaíam espécies nobres como o jacarandá, o cedro, o ipê, o sangue de boi, a sucipira, a canafístula, a aruejra, a barauna, etc, A paisagem era enriquecida pela gresença, na várzea, do veado do campo, o mateifro, o caetitu, o quedxaaa, o tamanduá-bandeira, o meyila, a anta, a paca, a lontra/ "o lobo, a raposa, a onça-preta, a canguçu e a süssuarana. As,pequenas lagoas que decoravam essa paisagem, cobertas de água-pé e vitória-régij miúda, adquiriam nas manhãs ou ao entardecer, tons bizarros com a presença de gar- ças incontáveis. "

' A ---continua na página'seguihte"-

pág. 4 0 P0SSEIR0-Maio/84

Page 5: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

£ftK(Ta MflPtn hh \/ITORíü,'SUA Hisrofim etfÇSÈUi/òixííMEtírô £.APl'T U LÇ II 0 ;.

- contintiação da página anterior -

Onde o Pe. André Afonso aprumou sua barraca? Nisso foi omisso o cronista. Imagina- se, contudo, que entre o riacho e a colina. A propósito, nenhum administrador lem- brou-se de dar nome^ao riacho que morre, ali mesmo, a alguns metros do C/iN£C7\0 e que se outro nome não tenha, tenhamos-lhe piedade." Não o deixemos pagão, designan- do-o pelo nome de Riacho das Pontes ou simplesmente Riacho do Canecão, De crer que muito extensa a primeira roça feita pelo PB. André neste primeiro ano de atividade. Acreditamo-la construída da margem do rio, no sentido da colina, com o que abrangia a vasta vasante que forma hoje o bairro que, urbanizado por péricles Laranjeira Barbosa Braga, tomou o nome de Rua Gel. Antônio Barbosa, terminando ao pé da colina, em meio ao qual dominavam várias pequenas lagoas. Mosquitos hematófagos tipo anofelino causaram nos primeiros anos violento surto pa- lúdico combatido pela medicina empírica.^Essa epidemia amedrontou o Pe. André que se^ adentrou por suas terras 15 a 18 quilômetros, encontrando lugar salubre à montan te' do riacho mais tarde chamado riacho do Brejo do Espírito-Santo, acampando-se em lugar sadio a que designou pelo nome de "Arrependido". Apossou-se de outro local que designou pelo nome de Maranhão e de u,m terceiro chamado de São Francisco, aquele tempo afluíam ao Rio Rico (primitivo nome do Rig das Éguas), levas conside- ráveis de garimpeiros procedentes de Minas Gerais, Goiás, Lençóis, 'arç garantir o abastecimento de tanta gente que^se deslocava de lugar a simples

-POtiPia de novo afloramento aunfero, o Pe, André planejou, ademais da lavoura ^arealífera, promoveu o cultivo da cana-de-açúcar e da mandioca. De maio a junho, por via de irrigação, fazia-se o plantio do feijão e do milho. No inverno, o plan- io do feijão, do milho e do arroz, -

Mandou construir, para a colheita da cana de açúcar, engenhocas de madeira e ofici- nas adequáveis à transformação do caldo de cana em rapadura e açúcar. Montou alam- bique para o fazimento de aguardente. Organizou os implementos para transformar a massa da mandioca em farinha de pau. Eram os sítios do "Arrependido" e "Maranhão" imensas colmeias de trabalho dirigido em que os "homens do padre", segundo corria de boca em boca, deixavam a cama ao romper do dia, cada um tomando, depois do desjejum, a tarefa que lhes competia. Trabalho de sol a sol, Arreavam as ferramentas para o almoço e beber água. A propp_e ridade bafejava esses núcleos de trabalho quer o da produção agrícola quer os da criação de gado, 0 Pe, André tornou-se o homem mais rico da região e também, pelo seu saber, o mais consultado. Seus domínios iam de o "Arrependido","Maranhão", "São Francisco", até a fazenda Passagem, em Campo Largo,-que só cuidava da criação de gado.

SkM Féüy PefirENCe JusiJbicfítnsHrE # SfíNTQ Mfí/tlfíhO \lndlHia

Juiz de Direito'da Comarca de Som Jésus"3a Lapa, Dr7 Fidelis^arvalho do Bonfim ficando Corlbe comp/Termo da Comarca de Santa Maria da Vitoria, desde a data da sua emancipação política. 0 12 Prefeitode.Coribe foi-0_MajQr Leonidas de Araújo Castro (1959/1962} • XJ 22 • Deoclides Ferreira Lopes (1963/19661: o 3", Joaquim de Castro^Lessa [195^/19701; o 42, Joag Evangelista da Rocha f 1971/72}; o 52 João Pereira da Silva (1973/197( o 6aj jose Pereira Neto, (1977/1982}. Consequentemente, de acordo com a Divisão Territorial devidamente elaborada e aprovada naquela,época, o povoado de Sao Felix

.passou a pertencer forçosamente^a Santa Maria da Vitória, não tendo seua adminis- tradores, g começar do Major Leonidas até João Evangelista da Rocha, levado em consideração a Divisão Territorial que começou a vigorar a partir de 14.08,1958, ficando a administração de São Félix em litígio, correndo a revelia, porque nem os Prefeitos de Coribe nem os de^Santa Maria da Vitória, que foram os senhores: Rober to Borges (1959/1960); Dr. Leonidas Borba (1960/1961); Rolando Laranjeira Barbosa""

(1962/1965); Péricles Laranjeira Barbosa Braga (1966/1970) e Belonísio Amélio da Cruz (1971/1972), procuraram saber a quem pertencia o povoado de São Félix, Coribe ou Santa Maria da Vitória, tudo indicava que os referidos governantes desconheciam a Lei ns 1,023, de 14.08.58, Na 2a. gestão do Prefeito Rolando Lar de Sao Felix um Plebiscito, cujo resu Antgnig Carlos Magalhães, considerando a validade da Divisão territorial^ Tão teve condições de tomar nenhuma providencia nesse sentido.

- continua na página seguinte -

aranjeira Barbosa (1973/1976), houve no povoado suitado de nada adiantou, porque o Governador

pág. 0 P0SSEIR0-Maio/84

Page 6: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

■' "\'^-í/\\Mí^

Santa Maria da Vitória, 14 de maio de 1984.

Snr. Diretor de 0 POSStIRO

Acabo de ler, com surpresa, em 0 POSSÊI RO ne 47, de Fevereiro deste ano, os de poimentos de Anastácio Ribeiro da Silva © outros, condensados no título "GRILA- GEM EM CORRENTINA - LUTA PtLA TERRA.

Acredito que esses depoimentos que as colunas de 0 POSSEIRO aceitou sem exame, sejam produtos dos dirigentes do Sindi- cato Rural de Correntina.

Para rebatê-los, vejamos a história do grileiro José Gomes Medeiros através de documentos registrados no Cartório de Imóveis e Hipotecas desta Comarca.

-Para me fazer proprietário,•adquiri por compjha uma cessão de herança de D, Ana da Cruz Carneiro e seis filhos maiores. Posteriormente, comprei as posses de Ge- raldo de Souza Carneiro, João da Costa Cabeceira, Modesto Almeida de Souza, Se- veriano Alves de Lima, Joaquim José Ma- chado, Raimundo Arcanjo Gonçalves e Car- melita Brito Gonçalves.

As áreas assim adquiridas, requeri-as ao INTER-BA que as mediu e demarcou e o pra cesso respectivo publicado em o DIÁRIO OFICIAL. Finalmente, os títulos foram expedidos e registrados e falam, respon- dendo aos depoimentos balofqs e sem esco ra le gal.

Demais os txtulos, possuo escrituras pú- blicas de compras efetuadas a Manoel Ar- canjo Gonçalves, 182 hectares; Argemiro Arcanjo Gonçalves, 54 hectares; Osmar Ataíde Reis e 110 hectares ao falecido Pio Arcanjo Gonçalves, perfazendo um to- tal de 2,130 hectares, cadastrados no INCRA sob n9 302,040.330.353/6;

. 37\0 FÉLIX PERTENCE. .. (continuação)

Na gestão do Prefeito Tito LÍvio Noguei- ra Soares (1977/1982J, levou a coisa a seriOj começou administrar o povoado de São Felix, com autonomia, reconhecendo o mesmo çertencer legalmente a Santa Maria da Vitoria,

Quanto a Anastácio Ribeüro da Silva, este já não figura como invasor, tendo transmitido, por venda, sua posse a Joaquim Rodrigues de Oliveira, contra quem corre uma ação reivindicatória. Outros estão arrolados como réus.

Sobre D. Divanir Alves da Silva, casa- da com Anastácio Ribeiro da Silva, es- tamos a frente de um caso patológico em que o quadro clínico acusa esquiso- frenia que tem sua origem na meninice,

Manoel Crispim da Silva, que assina também por Marcos, vendeu a terra que me invadiu a Severiano Lima da Silva. Mas contra este já tramita no foro de Correntina a ação competente para rea- ver a gleba injustamente ocupada, L*

Solicito a V. Sa, que, nos tsrmos da Lei de Imprensa, esta missiva mereça sua acolhida e seja publicada com o destaque que teve a nota que se contes- ta,

Muito grato por tudo.

_ J0SÉ_GÜl\£S_MED£IflDS._

^ntes, porém, na gestão dq Prefeito Jo- ão Pef-eira dâ Silva [1973/1976), a Cama ra de Vereadores de Cibribe lançou um Ma nifesto contra o Prefeita Pilando Laran jeira Barbosa, ridicularizando-o e acu- sando-o de estgr ggvernando ilegalmente o povoado de Sao Felix, cuja atitude i- noportuna não produziu o resultado de se jado, por deficiência de amparo legal, Hoje, na administração do atual e dinâ- mico Prefeito Francisco Alves da Silva, nota-se que q aludido povoado tomou as- pecto bem diferente, com diversos lo^ra doures pavimentados a paralelo inclusi- ve outros relevantes benefícios que pa- ra os habitantes daquele próspero,Bair- ro, constituem melhoramentos de ha mui- to esperado, ficando bem elucidado que a história de São Félix não é confusa, porque pertence juridicamente ao Municí pio de Santa Maria da Vitória. Sta.Maria da VitóriaCBA), 3 maio 1984,

Por: ADENQB QàU§lè iâBIMQ

pág. 6 0 P0SSEIR0-laio/84

Page 7: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

flgWMltWftWWMgWWilfli^^ % ■ -i^ Viu HUIT'r(Y,«n.iimjnm,ii_njnMi

A» r/ SflWTÍI M ÇOUÁUtJdÜS hECSANTÜ IflRIA CM Ü/Z£l/£ G, H

Desde o dè 1B de maio os açougueiros de oanta Maria da Vitória entraram em gre- ve» consequentemente paralisando o for- necimento de carne aos consumidores.

0 objetivo dessa paralisação é evitar que o estado passe a cobrar a importân- cia de Cr$17.680,00 por cada rês abatida, pois os açougueiros pagavam anteriormen te a quantia de Cr$20.000,00 por mês ao astado, podendo eles, dessa maneira., abaterem uma média de 15 reses por mês.

Nessas condições, o aumento da carne se processava em comum acordo entre os açougueiros e a prefeitura municipal, apesar de nunca existir uma prévia con- sulta aos consumidores, o que por aqui é muito comum. Na verdade, o povo santa mariense sempre foi - e até quando se- rá? - marginalizado quando se trata de tomada de decisões.

Porém, agora, com esse aumento escanda- loso que o estado quer impor, a prefei- tura perdeu as condições de negociar com os açougueiros. Para resolver o im- passe, as autoridades e os açougueiros poderiam perfeitamente chamar para as 1 discussões algumas entidades santamari- enses que, de certa maneira, represen- tam nosso povo.

Criado o impasse entre estado-açouguei ros-prefeitura, resulta que os consumi- dores e que ficam sem encontrar carne nos açougues. |

Muitos, a esta altura, perguntam: quem i a o culpado desse aumento do imposto?

Como foi dito acima, o povo consumidor não foi chamado a opinar acerca do au- | mento, ficando claro, então, que o povo não tem a mínima culpa no caso.

Do ponto de vista grevista, houve uma inversão de quem devia realizar esta greve.

tia deveria ter sido feita, principal- mente, pelos consumidores, imediatamen te após tomarem conhecimento do aumen- to.

Os açougueiros deveriam se juntar ao povo, prestando solidariedade, dando e recebendo apoio de forma organizada para contestar esse aumento absurdo do imposto.

Quanto aos consumidores, estes poderi- am preparar um boicote, usando a alter nativa ele consumir, ao invés da carne bovina, outros alimentos de teor pro- teico igual ou maior que a carne.

Outra forma do povo protestar seria a realização de atos públicos de repúdio contra essas medidas do estado, que esta cinicamente afrontando uma região que foi transformada, erroneamente, numa área quase que exclusivamente de pecuária.

Alem disso, o povo que, em sua maioria, ja não pode consumir carne pelo preço excessivamente alto do alimento, rece- be agora mais uma porrada dos godero— sos, fazendo com que nossa população alimente cada dia menos esperança de comer carne.

Lamentavelmente, vemos nosso rebanho bovino sendo usado praticamente só pa- ra exportação.

Por ultimo, queremos fazer um apelo ao povo desfea região: ACORDEMl VAMOS LU- TAR CONTRA ISSO TUDO QUE ESTÁ ERRADO, VAMOS EXIGIR 0 DIREITO QE COMER CBRNE TAMBÉM'.

Por: VANDERLEI MARQUES FERREIRA

0 P0SSEIR0-Maío/84 P^g. 7

Page 8: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

\\ ;. \.^\' .'i I,III'III-III«>II IMUIMII iii11.1 mm lj><gM|lia|glMjg|WjWfcjgjjM| mmmm

Rgeátft

ÚtRlti âck1 PoBTíSfí - ã. r:vjíj

Se teu fosse contra o regime, o que seria de mim agora? 0 tíiue eu estaria fazendo? Um poema? .,- n,

Sim, um poema, mas um poema que . fizesse sair do meu cérebro palavras

de denuncias, de protesto contra este mundo desumano, Eu não estaria muitas vezes contribuindo' para tantas injustiça que são praticadas a cada segundo no Srasil inteiro.

3e eu fosse uma poetisa, estaria agora tentando arrancar do peito palavras simples e diretas mas que falassem das injustiças, í:

0 poema é uma história e cada poeta item a sua historia. 0 poeta também sofre, chora e sente o drama deste povo massacrado. Por isto, há razão para ser poeto. ■--■:■.

0 poeta "verdadeiro está serrpre presente,

assistindo e testemunhando o sofrimento e o peso da cruz que o pobre carrega sobre as costas, sendo chicoteado e massacrado pelo opressor.

Um poeta e aquele que escreve o que vê e sente,

é aquele que está presente com um poema de denúncia, mostrando sempre o seu ponto de vista sobre a situação que vive o povo brasileiro.

Santa Maria da Vitória, 3 abril 84

ODETE RO DRIBLES DE SOUSA

«mm.

flo C^PITPLISMO

Esse poema está podre Nos latões de lixo dos palácios Ele está a catar confetes e migalhas Está em toda parte Está na lama das favelas que desce da

avenida Sambando no sorriso cariado do

subnutrido Está na catinga das celas Nas romarias e igrejas A pedir esmolas Este poema está fétido Como o corpo do posseiro Assassinado no cerrado Este poema está morrendo Esse capital? Esse poema? , ... Não dá mais prá recitar £ se feito foi pra ti A esse poema não se pede bis,

KAOFO - 13.2.83 (em plena folie

de carnaval)

ii, li. li, M . li. ii. ii. ii, li . ii. n . li, ii, ti , ti. ii . )i . ir. li:.

DE: TEPRO £ Ik: Flo&J

0 homem forja o homem 0 homem forja a si .-,. Gomo o ferro em brasa Toma a forma da bigorna e_ do martelo

Esse ferro vermelho Não é frio :

Ele tomou a forma Que o ferreiro não quis

Então foi-se a destreza Então foi-se o amor E o ferreiro malhou De todo lado Mas não malhou dor

Nem deu molde a Gregório Bezerra Feito de ferro e de flor,

___ KAOFO - 5.3.83

LEIA NA GAMPESINA: ROMANCE: RO DA iJNCONFIDÊNGIA" - Cecília Meirelles

pag. 8 0 P0SSEIR0-Maio/84

Page 9: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

Q uf&MMiM Cfípfí be PELE Por: GU.ABPNI MARTINS DE MÜRArS[trdO

Os dólares oferecidos pelo milionário COSMOS, blube de futebol dos Estados Unidos, mexeram em 1975 com a cabeça do afamano ex-futebolista Edson Arantes do Nascimento, PELí, que preferiu ir aos Estados Unidos para subordinar-se aos interesses comerci- ais de diferentes companhias, em vez de converter-se em um mestre para os jovens futebolistas do seu país, o Brasil.

Idolatrado^por milhões de pessoas no mundo devido à sua brilhante carreira vestindo a camisa número 10 do Santos Futebol Clube e da seleção brasileira, durante um perí odo de aproximadamente três décadas, agora o genial atacante é qualificado por seus antigos companheiros clube, compatriotas e especialistas esportivos de muitos paí- ses como desleal, corrupto, apátrida e traidor do esporte da América Latina. Os seguidores deste ^apaixonante .jogo nas nações entrego México e a Argentina jamais poderão perdoar Pele pela sua atitude de apoiar a moção estadunidense para organi- zar o Mundial de Futebol de 1986, indo contra o sentimento regional que se inclina- va a favor do México^ país que foi unanimente aprovado como a próxima sede do Conse lho Central do Comitê Executivo da Federação Internacional de Futebol, FlFAl Edson Arantes do Nascj.mento foi ym jogadgr que se destacou na histçria mundial do futebJb por esforço próprio, mas a necessário que o analisemos também como pessoa humana, E por tal razão, temos que ver que, juntamente com as suas extraordinárias qualidades como futebolista, existem algumas características que atuam como uma snorme mancha devido justamente ao fato de ele ter se rendido aos chamados das mul- tinacionais, mostrando-se incapaz de identificar-se absolutamente com os anseios das grandes multidões. Esta manifestação de Pele é uma conseqüência própria do meio onde ele se. desenvol- veu, pois ele se criou numa sociedade onde tudo se trata à ha&e de venda e compra, lucros, etc, como se ate as pessoas fossem mercadorias - no caso, os jogadores de futebol - e Pele, ao conquistar sua independência, se vendeu ao que mais dinheiro lhe oferecia. .' : ■

PELE E 0 S^ITOS

Nascido no estado de Minas Gerais, surgiu para o futebol jogando sem chuteiras num time que tinha o nome da rua onde morgva: 7 de Setembro. 0 menino que assombrava por sua habilidade e o seu controle sobre a bola, desejava ingressar num clube, mas não dispunha do relacionamento necessário com pessoas influentes. Em 1954, aos 14 ano§ de idade, participa num campeonato infanto-juvenil de futebol organizado pelo "Diário de Bauru"(SPJ. 0 desempenho daquele adolescente chamou a atenção do destacado jogador Waldemar de Brito, que o conduziu ao Santos Futebol Clube para^realizar provas junto a muitos outros candidatos que tinham magníficas recomendações. Mas Edson tinha a melhor virtude: sua imensa classe. E ficoy concentrado depois de passar pelos testes dos técnicos. Nesse momento, nascia Pele para O Brasil e para todo o mundo. . ' 0 tímido jovem experimentava um progresso contínuo e dois anos depois jogava no ti- me titular do^SantOs. Sua fama cresceu logo no Brasil. Executava belas jogadas, dig nas de comentários. Numa ocasião, driblou três adversários e, antes de fazer o gol, enganou o goleiro fazendo-o crer que iria centrar. No dia seguinte, os jornais publicavam: trata-se de um garoto vivo e malandro como um macaco velho e manhoso, que, ainda por cima, carrega o estranho nome de Pele, 0 menino de ritmo zig-zag e paradas brusquíssimas sobre a grama cheggu a ser maior dg idade quando em 1957 se^apresegtou pela segunda vez no imenso estádio do Maraca- nã, no Rio de Janeiro. Pele^fez ai o seu primeiro gol no jogo em que o Santos ga- nhou de quatro a zero do América do Rio,

- continua na página seguinte -

LEIA ASSINE DIVULGUE: POSSEIRO'

0 POSSEIRO-Maio/84 pag,

Page 10: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

fl \/Efimb£l%Q CmQ hE PcLÉ - continuação da pagina anterior -

A ERA DE PELE

No final desse ano, Pele 1 convocado para participar da seleção do Brasil que iria disputar no mundial da Suécia em 1958. 0 valioso novato ascendeu a seleção junta- mente com o goleiro Gilmar, Garrincha, Didi, Vavá e outros monstros do futebol, E, na final da Copa Suecia-58, Pele entrou definitigamente na-história, ao fazer dois dos cinco gols que conseguiu o Brasil para proclamar-se campeão, do mundo frente aos dois feitos pela equipe da Suécia. : c; ,"r : • ; A.partir de então começou a era de Pele, um jogador que foi declarado patrimônio nacional e que rejeitou fabulosos contratos de clubes europeus porque, segundo as suas próprias palavras, "tudo o que eu desejo o tenho no 'Brasil", Não há dúvidas de que Pele tpnha sido o melhor jogador de futebol de todos os temjjos, É o único jogador que pertenceu a um time três vezes campeão do mundo,. 0 último título Pele conseguiu no México, em 1970, cujo povo lhe ofereceu uma coroa de ouro pelo seu fabuloso jogo,:' , t

; "^ J'i ^ Mais de mil gols foram feitos por Pelem na sua carreira, Como reconhecimento aos laurÉis esportivos do denominado "Rei do Futebol" e "Jogador do; Século", no Brasil foram feitos placas e monumentos em seu nome. Pele recebia muitos golpes e, apesar de todos os êxitos futebolísticos e econômicos, decidiu abandonar a seleção em 1971 e três anos depois o esporte perante 200.000 pessoas que, no Maracanã, faziam coro, pedindo-lhe: "fica, fica"..'.

0-5tí/^^0_99S DÚLARES

Pele impôs um UlQ definitivo a todos os brasileiros que pediam sua participação no mundial-74 na Alemanha Ocidental, Mas essa posição encontrou a fragilidade ante as gestões do seu amigo Henry Kissinger (ex-Secretario de Estado no Pentágono [EUA), que mandou milhares de norte-americanos para a guerra e para a morte, despejou, junto com Richard Nixon, ex-presidente norte-americana, mais bombas no Vietnam do que todas as potências aliadas,na segunda guerra myndial; agora, Kissinger palrtici pa num "grugo de paz para a America Central", que e uma outra farsa (jo "cow-boy" " ReaganJ, para que jogasse no COSMOS e para que se transformasse em sócio da multi- nacional Warner Brothers, Pele se esqueceu çje tudo o que tinha no Brasil a se agarrou ao chamado dos 4 mi- lhões e meio de dólares para jogar 100 partidas pelo Cosmos e por-se a serviço da Warner Brothers para contratos de correspondência. Além do mais. Pele firmou um contrato de 150.000 dólares para ser relações jpúbli- cas da Pepsi Cola e outro contrato de menor quantia para anunciar cachorros-quen— tes. Vestido elegantemente, Pele foi à Casa Branca para dar uma lição de futebol e mala barismos com a bola ao então presidente Gerald Ford em 1975; faz um ano, também compareceu ante o presidente Ronald Reagan para mostrar os seus malabarismos com a bola novamente. Quando acabou o seu contrato, ele cedeu a sua camisa nada mais que a um norte-americano. Pele tinha se transformado já num boneco do imperialismo norte-americano, ■

DUAS OPINIÕES E UM DURO GOLPE

Edson Arantes havia marginalizado aos, seus companheiros e ao seu povo, 0 capitão da seleção brasileira^em 1970, Carlos Alberto, lhe pediu que jogasse no seu jogo de despedida, mas Pele não aceitou, argumentando que iria participar de uma filma- gem em Los Angeles, o que era mentira, pois ele jogou na despedida do alemão Becke tibauer. Por esse fato, o seu antigo companheiro o qualificou de ingrato e infiel a amizade de muitos anos, Zico, o melhor futebolista do^Brasil na atualidade, ex- pressou recentemente:,"Como homem e como ser humano Pele me decepcionou uma vez mais". Por isso, não e uma surpresa que tenha estado a fçivor do mundial-86 nos EUA e que junto a Kissinger e Beckenbauer viajasse para a Suécia para defender a candi datura norte-americana. Mas, ironicamente, na mesma nação onde iniciou a sua fama-

mundial, vinte e cinco anos depois recebeu um duro golpe ao mostrar a sua verdadei ra cara. ~ FRACASSO 0 México o elogiou como a um filho ilustre e ele não Çoi grato com os m§xicanos nemcgm seus compatriatas, os quais conhecem que na pátria de Benito Juarez (HERÚI DA INDEPENDÊNCIA MEXICANA}, teríLuma população que admira,e aplaude o virtuosismo dos brasileiros. Por essa traição e deslealdade com a America Latina, Pele deveria ser considerado como pessoa non grata" no Mundial-B6 no México para satisfação de todos os amantes do esporte nesta parte do novo continente.

0 P0SSEIR0-laio/84 pág. 10

Page 11: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

O T&ISTê biü b&STfffí&aiifàhc&es

Mais uma frustração dos Trabalhadores Rurais aconteceu no dia ls de Maio, pro vocada pelo Prefeito Marco Falcão» Pm- metendo comparecer como sem faltaj mas faltando como sem dúvidas, o Prefeito preferiu estar ausente no dia da festa dos trabalhadores, em tão boa hora pro- movida pelo Sindicato Rural (Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina- N.R,), para a qual fora convidado com antecedência considerável.

ü não compareci me nt o que decepcionou mais de quinhentos lavradores presentes a reunião, não significou, em absoluto, obrigações inadiáveis do Chefe do Execu- tivo, nem tão pouco se pode aceitar como alternativas que pudessem justificar a ausência do Prefeito Marco Falcão à fes- ta do trabalhador. Significou, sim,- uma jogada muito bem planejada com o intui- to único e exclusivo de não tomar conhe- cimento dos graves problemas que afligem o sofrido homem do campo, especialmente os que convivem ou dependem de áreas em regiões consideradas prioritárias de re- florestámento.

Sem qualquer sombra de dúvidas, jamais o Prefeito Marco Falcão e seu antecessor Almir Bispo dos Santos se colocaram con- tra a grilagem, pois evidentemente jul- gam mais fácil ficar contra pequenos lavradores para não descontentar os re- florestadores. É do conhecimento de mui- tos que a campanha eleitoral do Prefeito Marco Falcão foi custeada por algumas empresas de Ref lorestamento, Prova maior do alegado, demonstra a atuação do Pre- feito Municipal em não querer incompati- bilizar-se com os reflorestadores de quem não é cobrado um centavo de impos- ta, cuja omissão vem causando ao municí- pio, prejuízos da ordem de 80 a 100 mi- lhões de cruzeiros por ano, referente ao IMPOSTO SOBRE StRVIÇÜS 0E QO/^gOciR NATUREZA.

Conjuntamente com o Prefeito Marco Fal- cão, foram convidados para a frustrada reunião dos TRABALHADORES RURAIS, to- dos os vereadores da Câmara Municipal e dentre eles não compareceram Esmael Alves Ferreira, Chiquinho de Nana, An- tônio Carvalho e Ne no de Pombo, todos estes pertencentes à facção política do Prefeito, de quem devem ter recebi- do instruções para não se fazer presen- tes.

Nessa reunião de intensa expectativa dos trabalhadores RURAIS, gostariam eles de ouvir de seu Prefeito pelo me- nps palavras."da boca prá fora", levan- do algo de esperançoso aos mais afli- tos, Mas nem isso aconteceu, A ausência que não deveria ocorrer, demonstrou na- da mais e nada menos que a friesa e o descaso com que sempre prestigiou o nosso Prefeito ao humilde homem do cam- po, cujo valor só se prevalece até às portas das eleições.

Que-nosso povo não alimente desilusões, pois felizmente está próxima uma nova valorização do eleitorado com a aproxi- mação das eleições de Deputados, previs tas para Novembro de 1986, quando o Prefeito Marco Falcão voltará o seu olhar benigno para o povo correntinen- se. Sua preocupação agora é passaer em Salvador, arrumar sua casa, amparar seus parentes de Januária e cuidar de sua fazenda em Jaborandí,

Correntina, 03 de maio de 1984

Por: EP/W1IN0NDAS VIEIRA DE

PLC%iTm/\ - VICE-PREFEITO DE CORRENTINA,

LEIA ASSINE DIVULGUE: "0 POSSEIRO"

0 POSSEIRO-laio/84 pag. 11

Page 12: * N.o.íi · ãt centro de pastoral vergueiro * n.o.íi.oyy biblioteca \ im vl santa maria da vitoria (bahia) - jijnho/1984 v 12 de maio: dia intehn/^ional do trabalho lei as santa

3

Hssociacab Coujejiml z ludusànlal dê ^fxxàa rtaimá dà uiTotiia- fàClSQM \

Até ó-final do 19 semestre deste ano, os visitantes que chegarem a Santa Maria te- rão a oportunidade de participarem das feitas que tradicionalmente são promov/idas com grande receptividade por parte do público santamariense. Nossa cidade esta, além disso, muito bem servida em termos de meios de comunicação: temos telex, tele fone,(ÓBl), televisão, etc.

No mês de junho, nas festas juninas, vale a pena ver e curtir a Praça do Jacaré repleta de barracas vendendo quentão, batidas,' etc, Há uma semana inteira de for- rós animadíssimos, com conjuntos, grupos folclóricos e outras atrações.

Ourafite esse período, as pessoas que chegarem a Santa Maria terão à sua disposição i inúmeros estabelecimentos comerciais, tais como bares, boutiques, etc, os quais

relacionamos abaixo:,

Advocacia escritório Lisboa Escritório Santa Maria

Artigos para presentes .malas e confecções. Casa Coelho 0 Paulistão A Preferida

Boutiques Kicharm Magna Modas Pingo de Gente (infantil)

Brinquedos e artigos para presentes Gurilãndia

Contabilidade Escritório Leite

Benefjciadora de Cereais Café Delza

Construtor Pedro Antônio de Sibuza

Confecções em Geral Vanderlei Marques Ferreira(ambulante)

Cerealista em atacado Oliveira & Bonfim Pingüim

Discos, fitas e artigos para presentes Musivest Wattsom

Fábrica de Baterias Delcar

Farmácia Líder

Forro e iluminação Gessol

Gasolinat diesel e derivados de petróle Auto Posto Lisboa

Gráficas Gyedes Tipografia Mestre Zinza

Hotel Carranca (três estrelas)

Lanches e bebidas Drink^s Mabalú

Material para construção e madeira Madecor

Material para construção, motores e máquinas agrícolas Casa Globo Cidade Riso

Moveis e eletrodomésticos Casa União

Produtos Veterinários . Casa do Agricultor

Panificadora e lanchonete Moderna '

Supermercados Coelho Fama Lima Faraj Pingüim Pires

Tecidos, confecções e armarinhos Casa Fé em Deus Casa Norma

pag. 12 0 POSSEIRO-Maio/84