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À minha família e à Filipa

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IV

Agradecimentos

Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia deixar de agradecer a

todos quantos, individualmente ou representando instituições, se disponibilizaram, sem

qualquer contrapartida, a dar o seu contributo ao longo da realização do trabalho que

agora se apresenta.

Antes de mais queria agradecer à minha família por todo o apoio e auxílio que

demonstraram incondicionalmente nestes últimos dois anos e meio, e a quem devo

grande parte das soluções encontradas para a realização de algumas das mais complicadas

tarefas desempenhadas nas campanhas realizadas.

À Filipa que, por várias vezes, mesmo com dificuldades físicas, me auxiliou na difícil

tarefa de amostragem e realização de medições, para além de todo o apoio e incentivos

que foi dando no decurso de todo o trabalho.

Ao Doutor Rui Boaventura, por todo o apoio logístico, acompanhamento, atenção e

disponibilidade que demonstrou desde o primeiro momento da sua definição enquanto

orientador e que, com as suas sugestões e críticas sinceras, contribuiu de forma

determinante para o sucesso do estudo desenvolvido. Disponibilizou também os seus

laboratórios para a realização de algumas análises instrumentais que de outra forma não

seriam possíveis realizar.

À Dr.ª Gorete Gaio e ao Dr. Carlos Silva, directores do ISLA de Leiria, pela

disponibilidade e abertura que proporcionaram ao meu envolvimento nesta valorização

pessoal e profissional, materializada de forma determinante na disponibilização das

instalações, equipamentos e laboratórios, onde foram realizadas grande parte das análises

laboratoriais que aqui se apresentam, suportando inteiramente, sem quaisquer apoios,

todos os custos envolvidos.

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Ao Eng. José Luís Caseiro, da Simlis, pelas preciosas indicações que forneceu na

definição do tema do trabalho e pela disponibilização de informações relevantes para o

conteúdo do estudo, designadamente, para a escolha dos locais de amostragem e

monitorização.

Não posso esquecer o meu grande amigo Carlos Parrilha, com quem partilhei grande

parte dos meus dias ao longo deste percurso, e que teve um papel determinante no

incentivo que me deu para iniciar esta nova etapa.

Tenho também que agradecer a todos os colegas e amigos que tão bem me acolheram no

Porto, principalmente à Sofia Góis e ao Ruca, que fizeram todos os possíveis para tornar

a estadia e o acolhimento agradáveis.

E porque este trabalho reflecte também o esforço e dedicação de todos, a todos o meu

profundo agradecimento.

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Resumo

A bacia hidrográfica do Lis constitui um dos mais importantes recursos naturais da região

de Leiria, do ponto de vista ambiental, mas também sócio-económico e cultural.

Embora seja reconhecida a sua importância, a qualidade dos ecossistemas aquáticos que

comporta não tem sido preservada como seria desejável.

A qualidade da água na bacia e em particular no principal curso de água, o Rio Lis, tem

vindo a ser continuamente degradada desde a década de 80 em resultado das práticas

agrícolas desenvolvidas nas zonas rurais e, principalmente, da actividade pecuária que se

estende um pouco por toda a área da bacia, com efeitos mais visíveis nas Ribeiras dos

Milagres e Souto.

O objectivo principal deste estudo consistiu, pois, na avaliação da qualidade da água e

identificação de fontes de poluição no Rio Lis, como contributo para a gestão integrada

das águas superficiais na respectiva bacia hidrográfica.

Com base neste objectivo procedeu-se à selecção de oito estações de monitorização,

estrategicamente localizadas ao longo da bacia.

O caudal foi medido em todas as estações, com excepção da estação situada na Ribeira

dos Milagres, com recurso ao método da secção-velocidade.

Mensalmente, todas as amostras recolhidas nas várias estações foram submetidas à

análise e medição de um conjunto de parâmetros básicos, incluindo o pH, temperatura,

condutividade, oxigénio dissolvido, CBO5, CQO, nitritos, nitratos, azoto orgânico e

amoniacal, sólidos totais e voláteis, sólidos suspensos totais e suspensos voláteis e

fósforo total.

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Trimestralmente, como complemento aos parâmetros básicos, foram analisados alguns

parâmetros complementares, designadamente, coliformes totais e fecais, enterococos e

COT.

Na primeira campanha trimestral realizada em Janeiro de 2005 foi ainda realizada uma

despistagem a um conjunto de parâmetros para avaliar a necessidade da sua regular

monitorização. Estes parâmetros incluíram a quantificação de alguns metais,

nomeadamente, ferro, cobre, zinco e chumbo, de óleos e gorduras e de detergentes

aniónicos.

As baixas ou indetectáveis concentrações obtidas levaram a concluir que, por motivos de

rentabilização de recursos, seria desnecessário voltar a realizar estas determinações.

A monitorização efectuada conduziu a um número elevado de valores correspondentes

aos parâmetros avaliados, tornando necessário realizar um tratamento adequado aos

resultados para identificar de forma objectiva as causas da reduzida qualidade da água em

alguns troços ou linhas de água ao longo da bacia.

O tratamento estatístico convencional mostrou ser uma ferramenta útil, mas a utilização

de índices de qualidade da água, em particular o desenvolvido pela Scotish Development

Department (SDD), proporciona uma análise mais simples e objectiva, na identificação

das fontes pontuais e difusas que afectam a qualidade da água na bacia.

Os resultados obtidos indicam uma forte predominância de fontes pontuais relacionadas

com a descarga de águas residuais de origem doméstica e de águas residuais provenientes

das suiniculturas, mas também de fontes difusas resultantes da actividade agrícola, com

efeitos na elevada concentração de nutrientes verificada.

Comprova-se também a influência de mecanismos de atenuação natural com efeitos na

melhoria da qualidade da água.

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Abstract

The catchment of Lis River is one of the most important natural resource of Leiria region,

not only by the water itself, but also because the related social, economical and cultural

influences.

Although the recognition of its importance is unanimous, the water quality has not been

preserved as necessary.

The water quality in the river basin, particularly in its principal watercourse, the Lis

River, has come continuously decreasing since 80’s, as result of agricultural practices in

the rural areas and, mainly, as result of cattle breeding activity, performed all over basin

area, with particular effects in Milagres and Souto Brooks.

This research attempted to evaluate the water quality and identify the sources of pollution

in the Lis River, as a contribution for the integrated management of superficial waters in

the respective basin.

Considering this objective, eight monitoring stations have been strategically selected

along the basin.

Water flow was measured in all stations, except for the station located at Milagres Brook,

through the section-velocity method.

Monthly, all samples were measured or analyzed in basic parameters, including pH,

temperature, dissolved oxygen, BOD5, COD, nitrites, nitrates, organic nitrogen,

ammonia, total and volatile solids, total suspended and volatile solids and total

phosphorus.

Quarterly, as a complement of basic parameters, some complementary parameters,

including total and fecal coliforms, enterococos and TOC ware also analyzed.

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In the first campaign carried out in January 2005, it was also decided to depict some

additional parameters, including some metals, as iron, cooper, zinc and lead, oil and

grease and anionic surfactants.

The low concentrations verified and the necessity of maximizing the resources, had led to

conclude that it was no longer necessary to re-analyze this parameters.

All campaign produced a high number of results corresponding to the evaluated

parameters, becoming necessary to carry through an adequate treatment of results to

identify objectively the causes of the low water quality in some chunks or streams in the

basin.

Conventional statistical treatment methods showed to be a useful tool, but the use of

water quality indexes, in particular the one developed by the Scottish Development

Department (SDD) provides a simpler and objective analysis, in the identification of

topic and diffuse pollution sources, which affect the water quality in the basin.

The results indicate a strong predominance of topic sources related with the sewage-

effluent discharge and cattle breeding activity, but also from diffuse sources as a result of

the agricultural activity, with effect in the high nutrient concentrations.

They also prove the influence of mechanisms of natural attenuation with effect in

improving stream-water quality.

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Índice

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 5

2.1. Qualidade da Água – Uma Preocupação Global ...................................... 6

2.2. Metodologias de Avaliação da Qualidade da Água ................................. 7

2.3. Selecção dos Locais de Amostragem, Medição e Monitorização ........... 12

2.3.1. Amostragem..................................................................................... 12

2.3.2. Medição e Monitorização .............................................................. 17

2.3.3. Selecção dos Locais ........................................................................ 19

2.3.4. Meios Auxiliares de Amostragem e Monitorização .................... 29

2.4. Parâmetros Medidos ou Analisados ......................................................... 30

2.4.1. Parâmetros Organolépticos............................................................ 32

2.4.2. Características Físico-Químicas ................................................... 32

2.4.2.1. Temperatura ......................................................................... 33

2.4.2.2. pH ......................................................................................... 34

2.4.2.3. Condutividade ...................................................................... 35

2.4.2.4. Oxigénio Dissolvido ............................................................ 36

2.4.2.5. Resíduos ............................................................................... 39

2.4.3. Substâncias Indesejáveis ................................................................ 41

2.4.3.1. Nutrientes ............................................................................. 42

2.4.3.2. Matéria Orgânica ................................................................. 45

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2.4.4. Substâncias Tóxicas ....................................................................... 47

2.4.5. Parâmetros Biológicos ................................................................... 49

2.5. Análise e Interpretação dos Resultados ................................................... 52

2.5.1. Análise Estatística .......................................................................... 53

2.5.2. Representação Gráfica e Através de Tabelas .............................. 55

2.5.3. Utilização de Índices de Qualidade da Água (IQA) .................... 58

2.6. Enquadramento Jurídico .......................................................................... 66

3. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO LIS .............................72

3.1. A Bacia Hidrográfica como Unidade Territorial de Gestão de Recursos Hídricos ....................................................................................... 73

3.2. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Lis ......................................... 75

3.2.1. Geomorfologia e Geologia ............................................................. 77

3.2.2. Solos, Vegetação e Ocupação do Solo ........................................... 83

3.2.3. Clima ............................................................................................... 87

3.2.4. Caracterização Socio-Económica ................................................. 91

3.2.5. Usos, Necessidades de Água e Infra-Estruturas Hidráulicas e de Saneamento Básico .................................................................. 94

3.2.6. Caracterização do Estado do Ambiente ........................................97

4. PROCEDIMENTOS E METODOLOGIAS ........................................................... 110

4.1. Selecção dos Locais de Amostragem, Medição e Monitorização .......... 111

4.2. Metodologias de Amostragem, Transporte e Preservação das Amostras ..................................................................................................... 125

4.3. Medição do Caudal ................................................................................... 126

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4.4. Periodicidade da Realização das Campanhas Sinópticas ...................... 130

4.5. Parâmetros Monitorizados ....................................................................... 131

4.6. Análise dos Resultados – IQA .................................................................. 136

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ....................................... 138

5.1. Parâmetros Básicos ................................................................................... 139

5.1.1. Caudal ............................................................................................ 139

5.1.2. pH ................................................................................................... 142

5.1.3. Temperatura .................................................................................. 143

5.1.4. Condutividade ............................................................................... 145

5.1.5. Oxigénio Dissolvido ....................................................................... 147

5.1.6. Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5) ................................. 151

5.1.7. Carência Química de Oxigénio (CQO) ....................................... 154

5.1.8. Azoto Total Kjeldahl e Azoto Amoniacal, Nitritos e Nitratos .. 156

5.1.9. Fósforo Total ................................................................................. 161

5.1.10. Sólidos Totais (ST), Voláteis (SV), Suspensos Totais (SST) e Suspensos Voláteis (SSV) ......................................................... 163

5.2. Parâmetros Complementares .................................................................. 166

5.2.1. Microrganismos ............................................................................. 166

5.2.2. Carbono Orgânico Total (COT) .................................................. 169

5.3. Parâmetros de Despiste Inicial ................................................................ 171

5.3.1. Detergentes Aniónicos .................................................................. 171

5.3.2. Óleos e Gorduras ........................................................................... 172

5.3.3. Metais – Ferro, Cobre, Zinco e Chumbo .................................... 172

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5.4. Interpretação dos Resultados Utilizando um Índice de Qualidade da Água ....................................................................................................... 173

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 182

7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 195

ANEXOS

ANEXO A: EVOLUÇÃO DOS PARÂMETROS MONITORIZADOS

ANEXO B: ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTI-VARIÁVEL

ANEXO C: EVOLUÇÃO DO IQA PARCIAL E GLOBAL

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Índice de Figuras

Figura 2.1: Esquema Geral de Montagem dos Equipamentos Utilizados para Monitorizar e Proceder à Amostragem Automática de Cursos de Água ... 16

Figura 2.2: Exemplos de Amostradores Automáticos ................................................ 16

Figura 2.3: Esquema Simplificado dos Tipos de Monitorização Implícitos na DQA, Designadamente, Vigilância, Operacional e Investigação .............. 18

Figura 2.4: Esquema de Selecção dos Locais de Amostragem .................................. 21

Figura 2.5: Representação Gráfica da Concentração de Oxigénio, em Águas Não Poluídas, em Função da Pressão e Temperatura ........................................ 37

Figura 2.6: Efeitos da Ciclo Diário e da Presença de Matéria Orgânica na Percentagem de Saturação do Oxigénio em Águas Naturais ..................... 38

Figura 2.7: Classificação e Dimensões das Partículas Presentes em Águas Residuais .................................................................................................... 39

Figura 2.8: Tipos de Sólidos em Suspensão numa Água Residual ............................ 40

Figura 2.9: Características das Técnicas Existentes e Emergentes para Monitorização da Qualidade da Água ........................................................ 51

Figura 3.1: Influencia da Geologia na Delimitação de Bacias ................................... 74

Figura 3.2: Localização da Bacia Hidrográfica do Lis ............................................... 75

Figura 3.3: Rede Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Lis ..................................... 76

Figura 3.4: Hipsometria Característica da Zona de Influência da Bacia Hidrográfica do Lis .................................................................................... 77

Figura 3.5: Perfil Longitudinal do Rio Lis ................................................................. 79

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Figura 3.6: Sistema Hidrográfico do Rio Lis ............................................................. 80

Figura 3.7: Representação Cartográfica dos Principais Tipos de Solos Característicos da Bacia Hidrográfica do Lis ............................................ 84

Figura 3.8: Representação Cartográfica dos Principais Usos do Solo Característicos na Bacia Hidrográfica do Lis ............................................ 86

Figura 3.9: Evolução das Principais Culturas e Áreas Regadas (ha) no Vale do Lis no Decénio 1990-2000 ......................................................................... 87

Figura 3.10: Mapa Representativo da Precipitação Total Anual Observada Entre 1959/60 e 1990/91, na Bacia Hidrográfica do Lis ..................................... 88

Figura 3.11: Variabilidade Interanual da Precipitação em Portugal Continental Entre 1930 e 2005 ...................................................................................... 89

Figura 3.12: Valores de Precipitação Medidos na Estação Meteorológica da Cela no Ano Hidrológico de 2004/05 ................................................................ 90

Figura 3.13: Distinção de Zonas com Temperaturas Médias Anuais Comuns na Bacia Hidrográfica do Lis .......................................................................... 91

Figura 3.15: População em 2001 dos Concelhos Englobados na Bacia Hidrográfica do Lis .................................................................................... 92

Figura 3.15: Densidade Populacional em 2001 dos Concelhos Englobados na Bacia Hidrográfica do Lis .......................................................................... 93

Figura 4.1: Localização das Estações de Monitorização da Qualidade da Água na Bacia ......................................................................................................... 113

Figura 4.2: Localização Geográfica das Estações de Monitorização ........................ 114

Figura 4.3: Aspecto Geral da Estação de Monitorização P1 e do Limnímetro e Restantes Instrumentos de Medição, Aquisição de Dados e Comunicação Instalados ........................................................................... 115

Figura 4.4: Aspecto do Ponto P2 Situado na ETA de S. Romão ............................... 117

Figura 4.5: Aparência da Estação de Monitorização P3 – Ponte das Mestras: Rio Lena ........................................................................................................... 118

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Figura 4.6: Aspecto do P4 – Estação de Monitorização Situada no Rio Lis, a Jusante da Confluência com o Rio Lena ................................................... 119

Figura 4.7: Aparência do Ponto P5 Situado na Ponte da EN 109 Sobre a Ribeira dos Milagres, na Localidade de Regueira de Pontes, Evidenciando o Reduzido Caudal ....................................................................................... 121

Figura 4.8: Aspecto do Ponto P6 Localizado a Jusante da Confluência com a Ribeira dos Milagres ................................................................................. 122

Figura 4.9: Aspecto do Ponto de Monitorização P7, Situado na Ponte de Ferro de Monte Real ................................................................................................ 123

Figura 4.10: Aparência da Ponte da Bajanca Utilizada como Estação de Monitorização P8 ...................................................................................... 124

Figura 4.11: Aparato Adaptado para Medir a Profundidade do Leito na Secção do Leito nas Estações de Monitorização .........................................................127

Figura 4.12: Medição das Verticais para Definição do Perfil do Leito que Contribuem para o Escoamento numa Secção de uma Linha de Água .... 128

Figura 5.1: Representação Gráfica dos Caudais Médios e Desvios-Padrão Medidos nas Estações de Monitorização .................................................. 141

Figura 5.2: Representação Gráfica dos Valores Médios e Respectivos Desvios-Padrão do pH nas Várias Estações de Monitorização ............................... 142

Figura 5.3: Evolução da Temperatura Média da Água e Desvio-Padrão nas Estações de Monitorização ....................................................................... 144

Figura 5.4: Valores Médios e Desvios-Padrão da Condutividade Medida nas Estações de Monitorização ....................................................................... 145

Figura 5.5: Evolução das Concentrações Médias e Desvios-Padrão de Oxigénio Dissolvido ................................................................................................. 148

Figura 5.6: Taxas de Saturação em OD nas Estações de Monitorização .................. 149

Figura 5.7: Representação Gráfica dos Valores Médios da CBO5 e Respectivos Desvios padrão .......................................................................................... 152

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Figura 5.8:Evolução dos Valores Médios e Desvios-Padrão da CQO nas Várias Estações de Monitorização ....................................................................... 155

Figura 5.9:Evolução dos Valores Médios e Desvios-Padrão das Várias Espécies de Azoto Quantificadas no Período de Monitorização ............................. 159

Figura 5.10: Evolução das Concentrações Médias e Desvios-Padrão de Fósforo Total Obtidas por Tratamento Estatístico dos Resultados da Monitorização ........................................................................................... 162

Figura 5.11: Valores Médios e Respectivos Desvios-Padrão Obtidos a Partir da Análise Estatística dos Resultados da Determinação de ST, SV, SST e SSV ........................................................................................................... 165

Figura 5.12: Valores Médios de Concentração (UFC/100 mL) de Coliformes Totais, Fecais e Enterococos e Respectivos Desvios-Padrão ................... 167

Figura 5.13: Representação Gráfica das Valores Médios Relativos Obtidos dos Resultados das Determinações Analíticas da CBO5, CQO e COT .......... 170

Figura 5.14: Aspecto da Vegetação Ripícula que se Desenvolve no Leito do Troço Situado nos Campos do Lis Entre as Estações de Monitorização P7 e P8 ...................................................................................................... 177

Figura 5.15: Classificação Qualitativa Obtida a Partir dos Resultados Agregados em Torno dos Valores Médios, Obtidos a Partir dos Resultados do Cálculo do IQA Constantes na Tabela 5.19 .............................................. 181

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Índice de Tabelas

Tabela 2.1: Coordenadas das Funções de Qualidade .................................................. 61

Tabela 2.2: Factores de Ponderação Utilizados no Cálculo dos Índices Considerando e Omitindo o Coeficiente Relativo aos Coliformes Fecais ......................................................................................................... 64

Tabela 2.3: Escala de Qualidade do Índice Geral de Qualidade da Água .................. 65

Tabela 3.1: Inventário dos Principais Cursos de Água ............................................... 80

Tabela 3.2: Distribuição dos Grupos Litológicos Característicos da Bacia Hidrográfica do Lis .................................................................................... 83

Tabela 3.4: Capacidade de Uso dos Solos na Bacia Hidrográfica do Lis ................... 85

Tabela 3.5: População, Superfície, Taxa de Variação e Densidade Populacional dos Concelhos que Pertencem à Bacia Hidrográfica do Lis ...................... 92

Tabela 3.6: Capitações para Consumo Municipal ...................................................... 95

Tabela 3.7: Carga Poluente Total Potencialmente Gerada pelo Sector Industrial, na Bacia do Lis .......................................................................................... 101

Tabela 3.8: Carga Poluente Total Diária Potencialmente Gerada pela Suinicultura, na Bacia do Lis .................................................................... 101

Tabela 3.9: Resultados da Avaliação da Qualidade da Água na B.H. do Lis ............ 102

Tabela 3.10: Grelha de Classificação Segundo os Múltiplos Usos da Água ............. 104

Tabela 3.11: Resultados da Classificação Segundo Usos Múltiplos ......................... 105

Tabela 4.1: Localização das Estações de Monitorização da Qualidade da Água ...... 112

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Tabela 4.2: Características das Estruturas de Apoio Utilizadas como Referência na Medição do Caudal .............................................................................. 130

Tabela 4.3: Metodologias e Equipamentos Utilizados na Monitorização das Variáveis em Todas as Estações ............................................................... 132

Tabela 4.4: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial dos Parâmetros Básicos ................................................................................... 134

Tabela 4.5: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial dos Parâmetros Complementares .................................................................... 135

Tabela 4.6: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial de Outros Parâmetros ................................................................................................. 136

Tabela 4.7 Readaptação dos Coeficientes de Ponderação Adaptados por MANO de SDD, Tendo em Conta os Dados em Falta nas Campanhas ................ 137

Tabela 5.1: Caudais Medidos nas Várias Campanhas Sinópticas Realizadas ........... 140

Tabela 5.2: Valores de pH nas Estações de Monitorização nas Várias Campanhas Sinópticas Realizadas ................................................................................ 142

Tabela 5.3: Temperatura da Água nas Várias Estações de Monitorização ................ 143

Tabela 5.4: Condutividade Medida nas Estações de Monitorização ......................... 145

Tabela 5.5: Oxigénio Dissolvido nas Estações Monitorizadas .................................. 147

Tabela 5.6: Taxas de Saturação em Oxigénio Dissolvido na Água Obtidas com Base nas Concentrações em Oxigénio Dissolvido (tabela 5.5) e Temperaturas da Água (tabela 5.3) ........................................................... 148

Tabela 5.7: Resultados da Determinação da Matéria Orgânica Quantificada Como CBO5 nas Amostras Recolhidas nas Estações de Monitorização .. 152

Tabela 5.8: Resultados da Determinação da CQO nas Estações de Monitorização .. 154

Tabela 5.9: Resultados da Quantificação do Azoto Total Kjeldahl e Azoto Amoniacal ao Longo do Período em que Decorreu a Monitorização ....... 157

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Tabela 5.10: Valores Obtidos na Determinação do Azoto na Forma de Nitritos e Nitratos nas Estações de Monitorização ao Longo do Estudo .................. 158

Tabela 5.11: Resultados da Determinação das Concentrações em Fósforo Total nas Várias Estações de Monitorização ...................................................... 162

Tabela 5.12: Resultados da Determinação de ST, SV, SST e SSV nas Estações de Monitorização ........................................................................................... 164

Tabela 5.13: Concentração em Coliformes Totais e Fecais e Enterococos nas Amostras Recolhidas Trimestralmente nas Estações de Monitorização ... 167

Tabela 5.14: Resultados da Quantificação do COT nas Várias Estações de Monitorização ........................................................................................... 169

Tabela 5.15: Resultados da Análise de Alguns Metais, na Campanha de Monitorização Trimestral Realizada no Dia 5 de Janeiro de 2005 ........... 173

Tabela 5.16: IQA Calculados com Base nos Parâmetros Medidos Mensalmente, Valores Médios, Máximos, Mínimos e Desvios-Padrão Respectivos, Omitindo os Coliformes Fecais ................................................................ 174

Tabela 5.17: IQA Calculados com Base nos Parâmetros Medidos Trimestralmente, Valores Médios, Máximos, Mínimos e Desvios-Padrão Respectivos, Considerando os Coliformes Fecais ........................ 175

Tabela 5.18: Códigos de Cores Utilizados na Classificação Qualitativa da Qualidade da Água Avaliada com Base no Cálculo do IQA .................... 179

Tabela 5.19: Classificação Qualitativa Com Base nos Valores de IQA, Obtidos Mensalmente, Omitindo os Coeficientes Relativos aos Coliformes Fecais ........................................................................................................ 180

Tabela 5.20: Classificação Qualitativa Com Base nos Valores de IQA Obtidos Mensalmente, Considerando os Coeficientes Relativos aos Coliformes Fecais ........................................................................................................ 180

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1. INTRODUÇÃO

“Pensar Globalmente, Agir Localmente” Rene Dubos

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1. Introdução

“Pensar Globalmente, Agir Localmente”

Este paradigma, proferido pela primeira vez em 1972, por Rene Dubos na Conferência

das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, parece cada vez mais actual, tendo em

conta a crescente influência antropogénica a que se tem submetido o meio ambiente e

ecossistemas naturais.

Neste aspecto, os recursos hídricos têm sido submetidos a uma pressão crescente,

promovida não apenas pela introdução de substâncias estranhas ou alterações induzidas

nos meios naturais, causadores de fenómenos de poluição, mas também pelas alterações

que têm sido provocadas, de forma directa ou indirecta, nos mecanismos que controlam e

regulam o ciclo hidrológico natural.

Os problemas que afectam os recursos hídricos estão relacionados com o aumento

crescente da procura e do consumo, que conduzem inevitavelmente à produção crescente

de resíduos que necessitam de tratamento e eliminação adequadas.

Em consequência, apesar da controvérsia que tem suscitado a discussão da hipotética

relação entre a ocorrência de fenómenos meteorológicos naturais estranhos e as

alterações climáticas comprovadas, cada vez parece mais evidente a existência de uma

relação mais ou menos linear entre elas. Em Portugal, as recentes alterações no ciclo

hidrológico têm-se manifestado em modificações significativas no regime de

precipitação, com consequências a vários níveis.

Agora e cada vez mais, a tendência das autoridades responsáveis e a sociedade civil,

passa por encontrar mecanismos que conduzam a um ponto de equilíbrio entre a

necessidade de utilização dos recursos naturais e a sua capacidade de auto-regeneração e

adaptação dos fenómenos que os controlam, estabelecendo uma harmonia entre os

aspectos económicos, sociais e ambientais, no que se designa vulgarmente, como um

processo de desenvolvimento sustentável.

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Com efeito, como é defendido na directiva quadro da água, este recurso deve começar a

ser valorizado não apenas pelo valor comercial que o caracteriza, enquanto fonte de

captação ou meio receptor de efluentes, mas principalmente pelos seus valores ambientais

e patrimoniais, tendo presente a sua importância enquanto:

- Recurso indispensável à vida tal como a conhecemos;

- Factor de produção necessário ou mesmo imprescindível para inúmeras actividades;

- Recurso de ocorrência espacial e temporal irregular;

- Recurso de utilização sectorial transversal.

A aplicação destes mecanismos só poderá tornar-se efectiva se forem promovidas acções

eficazes sobre as causas dos problemas ambientais, que constituem a base para a

resolução dos problemas globais que afectam o nosso planeta.

Para o efeito, a actuação ao nível da unidade básica do ciclo hidrológico, a bacia

hidrográfica, constitui o principal mecanismo de actuação ao nível local, que pode dar

frutos de âmbito mais global.

A escolha da bacia hidrográfica do Lis para a realização deste estudo foi consequência de

uma multiplicidade de factores.

Por um lado, a conclusão de um trabalho de investigação que permitisse concluir o

mestrado em Engenharia do Ambiente, do ramo Tratamento de Águas e Águas Residuais,

levado a efeito na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Por outro lado a noção de que, a proximidade e a facilidade e conhecimentos prévios das

características dos locais do objecto em estudo, favoreceriam a objectividade e precisão

dos resultados finais.

Por último, mas não menos importante, a caracterização da qualidade da água da bacia,

enquadrada num trabalho deste tipo, pretende dar um contributo importante para o estudo

de um dos principais problemas que afectam a bacia hidrográfica do Rio Lis – a

degradação da qualidade da água no seu curso principal.

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Neste domínio, foram já sendo realizados vários trabalhos, alguns dos quais com

importância significativa, que deram um contributo para a elaboração de importantes

ferramentas de gestão dos recursos hídricos que a bacia encerra.

Um dos documentos elaborados na sequência dos estudos realizados é o Plano de Bacia

Hidrográfica (PBH) do Rio Lis, publicado em Diário da República, na forma de decreto

regulamentar (Decreto Regulamentar 23/2002, de 3 de Abril).

Não se pretende realizar um estudo exaustivo das utilizações deste curso de água, mas

antes conhecer quais as principais causas da degradação da qualidade da água,

relacionando-as com o tipo de utilização e efeitos que lhes são consequentes.

Uma vez que o estudo foi realizado num período hidrológico anormal, que conduziu a

uma situação de seca extrema em todo o território de Portugal continental, os resultados

não devem ser dissociados dos caudais aproximados que foram avaliados ao longo do

período em análise.

Por outro lado, não sendo exequível fazer uma análise exaustiva e comparável de todos

os parâmetros estudados, será realizada uma avaliação com base na aplicação de índices

de qualidade da água.

Pretende-se ainda, com a aplicação da presente metodologia, elaborar um trabalho, que

sendo a continuidade de outros já realizados, poderá fornecer um importante contributo

para a monitorização e estimativa do impacto das medidas estruturais e não estruturais

que estão a ser levadas a efeito, para proceder à gestão integrada dos recursos hídricos da

bacia hidrográfica do Rio Lis.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

“Nos campos da observação, o acaso favorece apenas as mentes preparadas.”

Louis Pasteur

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2. Revisão Bibliográfica

Neste capítulo, não pretendendo fazer uma revisão exaustiva de toda a bibliografia

consultada no âmbito do tema deste trabalho, é objectivo atender aos aspectos mais

relevantes do nível de desenvolvimento e estado da arte no domínio de técnicas de

estudo, análise e monitorização de linhas de água superficiais e evolução da respectiva

regulamentação aplicável.

2.1. Qualidade da Água – Uma Preocupação Global

A organização do espaço e o ambiente foram, durante muito tempo, negligenciados,

sobretudo em resultado da inexistência de uma sensibilidade para os problemas

ambientais e à falta de conhecimentos aprofundados nestes domínios.

No entanto, com a explosão demográfica, acelerada significativamente no período pós

revolução industrial e que se prolonga até aos nossos dias, que deu origem a um crescente

aparecimento de novos problemas ambientais, associados ao crescimento económico e à

tentativa de melhoria das condições de vida sucederam-se os problemas ambientais com

consequências, na sua grande maioria, irreparáveis, que começam a colocar em causa o

conceito de desenvolvimento e bem-estar que conhecemos.

As consequências mais graves deste crescimento não sustentado manifestam-se na

degradação dos ecossistemas naturais, que parece evidenciar a existência de uma relação

com a ocorrência de fenómenos ambientais progressivamente mais adversos e com

consequências cada vez mais catastróficas.

As sociedades modernas, através das práticas agrícolas e industriais, associadas ao

crescimento urbano localizado, têm conduzido à produção de uma grande variedade de

substâncias nas proximidades de massas de água, acabando por ter grande influência

sobre a qualidade dos ecossistemas aquáticos.

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Torna-se imperativo, agora e cada vez mais, desenvolver mecanismos que visem a

correcta gestão dos recursos hídricos, como forma de protegê-los das pressões crescentes

a que têm vindo a ser submetidos.

Estes mecanismos de gestão dos recursos hídricos, só se tornam eficientes nos processos

e eficazes nos resultados obtidos, se tiverem em conta as várias vertentes da decisão,

designadamente, as vertentes científica, relacionada com a natureza dos problemas

ambientais e formas de os solucionar, social, que tem como principal suporte o

envolvimento do público, e motivacional, que se baseia na utilização de estímulos

económicos e outros incentivos financeiros (Said et al., s. data).

A vertente cientifica é aquela que pode dar um contributo mais efectivo de suporte à

decisão em matéria de gestão de recursos hídricos, sendo no entanto necessário

desenvolver metodologias rigorosas que traduzam com elevada precisão e exactidão os

fenómenos envolvidos que os condicionam.

2.2. Metodologias de Avaliação da Qualidade da Água

A comunidade científica há muito que procura desenvolver metodologias e mecanismos

que permitam monitorizar com eficácia os fenómenos que com eles interferem, de forma

a comprovar a existência de relações causa-efeito que permitam resolver, na origem e tão

depressa quanto possível, os problemas ambientais que se possam vir a verificar.

Neste particular, a Organização Mundial de Saúde, em associação com outras

organizações mundiais, designadamente, Nações Unidas, através dos seus programas

ambiental, educacional, científico e cultural e a Organização Mundial de Meteorologia,

deu um importante contributo em 1976, com o início da elaboração de um documento

designado GEMS/WOG (Global Environmental Monitoring System / Water Operational

Guide).

Desde então e com uma maior incidência, como forma de combater a degradação dos

ecossistemas aquáticos, têm vindo a ser desenvolvidos estudos que envolvem o

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aperfeiçoamento e utilização de metodologias diversas com o objectivo de proceder à

avaliação da qualidade de várias massas de água, incluindo rios, lagos, albufeiras,

estuários, etc.

Estes estudos englobam a avaliação dos efeitos de actividades tão diversas como a

descarga de águas residuais urbanas tratadas ou não, a actividade agrícola e a actividade

industrial.

Os trabalhos desenvolvidos pela OMS (1977) tiveram como principal objectivo a

validação de uma metodologia que permitisse, de forma reprodutível, obter dados

comparáveis que permitissem a elaboração de um registo mundial que agregasse os

efeitos da poluição introduzida nos oceanos pelos rios em função da qualidade das suas

águas, permitindo simultaneamente estabelecer a relação com a acumulação de

substâncias persistentes e nocivas a longo prazo nas respectivas bacias hidrográficas.

Os principais aspectos desenvolvidos na elaboração deste documento procuraram dar

resposta às várias etapas de uma avaliação prática, que incluem:

- Selecção dos locais de amostragem, medição e monitorização, considerando o

planeamento e requisitos dos locais e onde devem ser definidos os requisitos, frequência

e tempo de amostragem, procedimentos e registos de informação dos locais;

- Parâmetros medidos ou analisados, com a decisão dos parâmetros a medir no local e

daqueles cuja análise apenas deve ser realizada em laboratório, destacando a importância

da escolha dos parâmetros e respectivas técnicas analíticas e instrumentais a utilizar;

- Análise e interpretação dos resultados, onde deverão ser considerados os

procedimentos relativos à forma como os resultados deverão ser analisados e

interpretados e como a sua comunicação deve ser preparada.

Este estudo tinha por base uma avaliação realizada com base na variação da evolução ao

longo de um período de um conjunto de parâmetros físico-químicos e biológicos.

Trabalhos mais recentes basearam-se, contudo, noutros parâmetros específicos das

actividades potenciais causadoras das perturbações na qualidade da água.

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Em 1994, a TNRCC (Texas Natural Resource Conservation Commission), nos estudos

que envolveram a avaliação da qualidade da água na bacia hidrográfica do Rio Grande,

utilizou a temperatura, pH, condutividade, sólidos dissolvidos totais, cloretos, sulfatos,

oxigénio dissolvido, coliformes fecais, nutrientes e substâncias tóxicas, como parâmetros

físico-químicos e biológicos de controlo, no entanto no seu estudo utilizaram algumas

metodologias complementares.

O estudo dos sedimentos e dos tecidos dos peixes característicos na área da bacia

constituíram as metodologias complementares de avaliação da qualidade deste

ecossistema.

A análise dos sedimentos permite prever a evolução da qualidade dos ecossistemas

aquáticos, em resultado da libertação progressiva das substâncias neles acumuladas

durante longos períodos, mesmo muito depois das fontes de contaminação que lhe deram

origem terem cessado.

A análise dos tecidos da fauna piscícola facilita a compreensão dos fenómenos de

bioacumulação e assimilação de substâncias tóxicas libertadas para os meios aquáticos,

com efeitos mais diluídos ou concentrados no tempo, que têm como causas a

incorporação através da cadeia alimentar de que fazem parte, ou a absorção directa a

partir do meio onde se encontram, respectivamente.

Matthew et al. (2006) utilizam como metodologias complementares de avaliação da

qualidade da água, a análise da evolução da biodiversidade de macro-invertebrados e a

análise de sedimentos, relacionando os resultados com a monitorização de oxigénio

dissolvido (OD), carência bioquímica de oxigénio (CBO5), carência química de oxigénio

(CQO), amónia e sólidos suspensos, metais, incluindo Ag, Al, Be, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn,

Ni, Pb e Zn, e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH’s).

Os resultados obtidos por estes autores evidenciaram a diminuição da biodiversidade, em

resultado, principalmente, da diminuição de OD e do aumento da CBO5, CQO e amónia,

das zonas rurais estudadas, situadas a montante, para as zonas urbanas de jusante,

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destacando a influência das zonas urbanas nas alterações da biodiversidade dos habitats

aquáticos.

Lavado et al. (2006), tendo como objecto de estudo o Rio Ebro, utilizaram também uma

metodologia semelhante, avaliando os fenómenos de bioacumulação e resposta biológica

respectiva, à introdução de substâncias orgânicas persistentes, designadamente, bifenóis

policlorados (PCB’s), diclorodifeniltricloroetenos (DDT’s), hexaclorobenzenos (HCB’s),

lindano e metais, sobre a fauna piscícola característica dos ecossistemas aquáticos

contaminados, especificamente, sobre carpas (C. carpio) e barbos (Barbus graellsii).

Shrestha e Kazama (2006), nos seus estudos de interpretação de resultados da avaliação

da qualidade da água através de técnicas estatísticas multivariáveis, dão especial atenção

aos critérios da escolha dos parâmetros submetidos a análise, que têm em conta os níveis

potenciais de poluição, considerando as condições naturais, sem poluição, zonas de

reduzidos níveis de poluição, resultantes de fontes de contaminação pontual de origem

orgânica em resultado da descarga de águas residuais domésticas, tratadas ou não, a que

se somam os efeitos da actividade agrícola, característicos de zonas com níveis de

poluição média, e os efeitos da actividade industrial, que estão na origem da existência de

zonas com elevados níveis de poluição.

Ghosh e Mujumdar (2006) levaram a efeito estudos semelhantes, visando o estudo dos

níveis de poluição que, no máximo, devem ser garantidos para manter a qualidade da

água em níveis aceitáveis, que deverão ser avaliados através de análises estatísticas

adequadas.

Neal et al. (2005-a) e 2005-b)) realizaram estudos de avaliação da qualidade da água

também em função da existência de fontes pontuais ou difusas de poluição, e os efeitos

da geologia e da capacidade de diluição dos caudais sobre os respectivos valores,

utilizando para o efeito análises físico-químicas que envolveram a quantificação de

cálcio, alcalinidade, fósforo, entre outros parâmetros.

O estudo do comportamento dos nutrientes introduzidos nas massas de água por

descargas directas ou infiltrações em aquíferos e o seu transporte através do escoamento

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superficial ou subterrâneo, comparando os resultados com a avaliação de outros

parâmetros, como os compostos orgânicos voláteis (COV’s), hidrocarbonatados ou

clorados, e os metais, realizado por Shepherd et al. (2005), constitui um exemplo de outra

adaptação de metodologias que visam a utilização de parâmetros fisíco-químicos para

avaliar a qualidade da água de ecossistemas aquáticos e de mecanismos de atenuação

natural fomentados nos solos ou linhas de água.

Neste sentido, os estudos de Verhoeven et al. (2006) visaram compilar a informação

existente, de forma a deduzir as reais causas e consequências da atenuação natural,

relativa aos nutrientes, promovida pelas zonas húmidas e vegetação ripícola.

Estudos semelhantes concretizados por Allan et al. (2006) procuraram fazer uma revisão

das principais metodologias de referência, recorrendo à avaliação qualitativa de

elementos biológicos ou ecológicos e à avaliação quantitativa de parâmetros

físico-químicos, orgânicos ou inorgânicos, potenciais causadores de fenómenos de

poluição, utilizadas com base na monitorização implícita na nova Directiva Quadro da

Água (DQA) (2000/60/CE).

De acordo com este estudo, os requisitos implícitos na DQA só podem ser alcançados

com eficácia se forem optimizadas as ferramentas actuais e incorporadas novas

metodologias emergentes na concretização de programas de monitorização da qualidade

da água, com vista à minimização de custos e ao aumento da precisão e exactidão dos

resultados.

Técnicas de amostragem passiva e monitorização têm também sido alvo de estudos

aprofundados, com especial desenvolvimento a partir de finais da década de 80. Estes

desenvolvimentos têm incidido sobre os mecanismos de planeamento, calibração, análise

e controlo de qualidade dos resultados da monitorização e sobre as vantagens e desafios

que se apresentam no procedimento de monitorização de ecossistemas aquáticos (Vrana

et al., 2005).

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2.3. Selecção dos Locais de Amostragem, Medição e Monitorização

A selecção dos locais de amostragem, medição e monitorização constitui uma das

principais etapas de qualquer estudo de avaliação da qualidade da água e, em particular,

da qualidade da água característica de uma bacia hidrográfica.

Nas subsecções seguintes far-se-á uma revisão às principais metodologias de amostragem

medição e monitorização que se levam a efeito com vista à obtenção de resultados

objectivos e representativos das condições reais.

2.3.1. Amostragem

A amostragem constitui o procedimento através do qual se efectua a recolha de uma

porção representativa de material, no seu estado natural, que será sujeito a posterior

caracterização, geralmente noutro local.

Constitui, por isso, um complemento e/ou a base da monitorização, permitindo melhorar

a qualidade dos resultados obtidos por recurso a equipamentos e técnicas mais fiáveis,

apenas existentes em laboratório.

Os resultados finais devem reflectir quer a representatividade das amostras recolhidas

quer a exactidão e precisão dos resultados analíticos.

A escolha dos procedimentos que envolvem a amostragem deve ser feita tendo em conta

alguns factores importantes, como a variabilidade da qualidade da água e das suas

características.

Na realidade, a quantidade de massas de água que não apresentam qualquer variabilidade

nas características e composição ao longo do tempo são muito reduzidas para não dizer

mesmo inexistentes.

Alterações na composição provocadas pela introdução de substâncias naturais ou não, e

as alterações provocadas por fenómenos ambientais externos à massa de água, onde se

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incluem as precipitações, secas, alterações diárias ou sazonais da temperatura,

caracterizam as massas de água, impedindo a recolha de amostras com características

constantes.

Para minimizar os erros decorrentes do procedimento de amostragem, existem várias

técnicas, a que se associaram um conjunto de classificações, aplicadas em circunstâncias

precisas, que podem facilitar a recolha de amostras representativas e fiáveis (Standard

Methods, 1998).

Relativamente às tomas proporcionais do material em estudo, a amostragem pode ser

realizada de acordo com três princípios básicos dependendo das tomas recolhidas:

(1) Amostragem e análise de todo o material recolhido.

A amostragem e análise de todo o material recolhido é muito comum em alguns tipos de

análises efectuadas a produtos alimentares ou, por exemplo, alguns animais de pequeno

porte, insectos, bactérias, etc.

As desvantagens deste procedimento consistem na dificuldade de, por vezes, analisar a

totalidade da amostra obtida, para além da dificuldade inerente às determinações

analíticas que, sendo destrutivas na sua maioria, não permitem determinar senão um

único parâmetro.

As principais vantagens da aplicação desta técnica residem na sua simplicidade e no

conhecimento da composição total do parâmetro em análise em toda a amostra.

(2) Amostragem e análise de uma porção aleatória de material.

A análise de uma porção aleatória de amostra não é cientificamente correcta, podendo

mesmo, em função das características do meio onde é efectuada a recolha, falsear

significativamente os resultados.

As suas principais vantagens residem na simplicidade com que se efectua a recolha das

amostras a analisar e, frequentemente, em função das características dos locais e

objectivos dos estudos acaba por se revelar uma metodologia extremamente versátil.

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(3) Amostragem com selecção de tomas representativas analisadas posteriormente.

A selecção das amostras tendo por base critérios probabilísticos e estatísticos é a técnica

mais fiável, em termos de resultados obtidos. Permite a recolha de amostra em

quantidade apreciável e relativamente homogénea, de tal forma que se podem efectuar

várias determinações analíticas destrutivas sem se correr o risco de obter resultados

diferentes entre elas.

A desvantagem da aplicação desta técnica reside na complexidade que está subjacente ao

procedimento de amostragem, de tal modo que se deve estabelecer um plano de

amostragem, análise e monitorização.

Com base na aplicação deste procedimento, é frequente recorrer-se a uma associação de

equipamentos, de que é exemplo a associação representada esquematicamente na figura

2.1.

A composição das amostras recolhidas depende, de forma directa, das diferentes técnicas

de amostragem, isto é, nas técnicas (1) e (2) as amostras obtidas são simples, com uma

composição dependente das características do momento e local onde foi realizada a

amostragem; pela técnica (3) a amostra obtida pode ser simples ou composta pelas várias

sub amostras características do(s) local(is) e/ou período(s) de tempo em que foi recolhida.

Esta classificação da amostragem reflecte a composição da amostra, distinguindo

amostras simples de amostras compostas.

A periodicidade da recolha é outro dos aspectos a ter em conta quando se pretende

efectuar uma amostragem representativa. É pois, possível classificar a amostragem em

periódica, volumétrica e em função do caudal.

A amostragem periódica consiste na recolha em intervalos de tempo predefinidos, de uma

porção ou amostra do material em estudo. Este tipo de amostragem é o mais simples, no

entanto pode conduzir a erros significativos quando, por exemplo, na altura em que é

feita a recolha, de acordo com o plano definido, não passa qualquer caudal ou esse caudal

não é representativo.

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As amostragens volumétricas têm por base a determinação do volume que atravessa

determinada secção do curso de água. Quando nessa secção passou um volume

correspondente a um valor definido, é recolhida uma amostra. É uma técnica mais fiável

do que a anterior, no entanto envolve um procedimento mais complexo, com a medição

prévia do caudal e a amostragem pode coincidir com um caudal muito baixo ou elevado

e, portanto, não representativo.

Por último, a amostragem em função do caudal consiste na recolha de uma amostra

sempre que numa secção de escoamento passe um caudal pré-estabelecido. Tal como a

técnica anterior, esta técnica envolve alguma complexidade relacionada com a necessária

determinação simultânea de caudal e, apesar de ser uma técnica que fornece melhores

resultados, também pode levar à irregularidade na recolha das amostras.

Mas, como referem Vrana et al. (2005), a presença de elementos traço em estudo,

associada à análise posterior em laboratório, mesmo utilizando uma amostragem

composta de tomas representativas, pode conduzir a resultados falíveis que apenas

reflectem as concentrações verificadas nos períodos em que foi realizada a amostragem.

Ainda de acordo com os mesmos autores, uma forma de ultrapassar esta fonte de erro

consiste no aumento da frequência da monitorização, o que torna, contudo, o processo

muito mais moroso, dispendioso e complexo.

Outra forma de ultrapassar esta lacuna, porventura mais eficaz, objectiva e económica,

consiste na implementação de sistemas de monitorização em contínuo como o que se

apresenta na figura 2.1.

Neal et al. (2005-b)), em estudos levados a efeito no Rio Thame, utilizaram uma

montagem deste tipo, utilizando para o efeito sondas específicas e respectivos medidores

de pH, condutividade, oxigénio dissolvido e temperatura, com registo electrónico de

dados cada 15 minutos num equipamento de armazenamento de dados (“Hidrolab”).

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Figura 2.1: Esquema Geral de Montagem dos Equipamentos Utilizados para Monitorizar e Proceder à

Amostragem Automática de Cursos de Água

Figura 2.2: Exemplos de Amostradores Automáticos. À Esquerda – Aspecto Exterior; À

Direita - Aspecto Interior (Metcalf e Eddy, 2003)

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Outra classificação possível tem em conta a forma como se efectua a amostragem. A

amostragem pode ser classificada como manual quando se faz uso apenas de

instrumentos rudimentares, operados por um operador de forma manual, ou como

automática quando se recorre a um instrumento específico denominado amostrador como,

por exemplo, o que se apresenta na figura 2.2.

Estes equipamentos podem ter ainda a possibilidade de manter as amostras refrigeradas,

minimizando a sua consequente degradação.

2.3.2. Medição e Monitorização

A medição é o acto ou procedimento que permite quantificar ou qualificar uma variável

utilizando para o efeito as características do parâmetro que se pretende conhecer.

A monitorização, por seu lado, é um procedimento mais complexo que pode envolver

apenas medições efectuadas directamente no local e/ou análises efectuadas em

laboratório, mas envolve sempre uma análise mais complexa do que a simples medição

pontual.

De facto a monitorização consiste no acompanhamento, medição, análise e interpretação

de dados correspondentes à evolução de um parâmetro ao longo do tempo.

No esquema da figura 2.3 apresenta-se uma relação entre os três tipos de monitorização

que podem ser adoptados para avaliar a qualidade da água de um ecossistema aquático ou

a sua evolução em resultado de alterações naturais ou antropogénicas.

De acordo com Liebetrau (1979), Herricks (1984), Canter (1985), Groot (1986),

Harmancioglu (1991) e Loftis (1991), citados por Gonçalves (1994), os principais

objectivos de um sistema de monitorização da qualidade da água consistem na

verificação do cumprimento dos requisitos legais, em função dos usos e descargas a que

os recursos hídricos são sujeitos, e a detecção de alterações e tendências, principalmente

de longo prazo, e o conhecimento dos factores que com elas se relacionam.

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Figura 2.3: Esquema Simplificado dos Tipos de Monitorização Implícitos na DQA,

Designadamente, Vigilância, Operacional e Investigação. As metodologias emergentes estão assinaladas com (Allan et al., 2006)

De acordo com os estudos desenvolvidos pela OMS (1977), os principais objectivos da

constituição de redes de monitorização da qualidade da água consistem na avaliação do

impacto de actividades antropogénicas sobre a qualidade da água e, em consequência,

sobre os seus usos possíveis, na determinação da qualidade da água no seu estado natural

para inventariar e concluir acerca de possíveis utilizações futuras e, por último, manter

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um controlo sobre as fontes e mecanismos que alteram o comportamento e forma de

substâncias tóxicas e nocivas presentes nos meios naturais.

Outros autores, monitorizando um conjunto de parâmetros específicos, procuram avaliar

a influência de fenómenos de bio-atenuação (Verhoeven et al., 2006) ou das

características geológicas de uma bacia (Neal et al., 2005, Shpherd et al., 2005) sobre a

qualidade da água nas zonas onde se exercem as respectivas influências.

Por outro lado, uma monitorização eficaz permite relacionar a biodiversidade das

espécies presentes num habitat aquático e os efeitos da bioacumulação nas cadeias

alimentares que neles se estabelecem (Lavado et al., 2006, Robson et al., 2006).

Esta abordagem é muito mais eficaz quando se dispõe de dados e registos sistematizados

de cursos de água ou bacias hidrográficas, permitindo mais facilmente compreender os

mecanismos que estão na base de alterações que se possam vir a verificar em resultado de

ocorrências invulgares ou modificações significativas nas condições existentes na área de

influência por eles drenada.

2.3.3. Selecção dos Locais

Uma vez clarificados os conceitos de amostragem, análise e monitorização, importa

agora abordar quais os critérios que devem ser observados na escolha dos locais de

amostragem, análise e monitorização, de forma obter os resultados mais representativos

da zona drenada que dá origem ao escoamento na secção em estudo.

De acordo com a OMS (1977), a definição dos locais onde deverá ser realizada a

monitorização deverá seguir uma metodologia que inclui, como estudo prévio:

1 – Identificação e registo das principais causas de alterações significativas, directas ou

indirectas, na qualidade da água.

Estas causas podem incluir não apenas as fontes de contaminação tópicas ou difusas, mas

também informações geológicas, de ocupação dos solos, de reservas ou utilizações de

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recursos hídricos, de obras hidráulicas, meteorológicas, de urbanização, de propostas de

alterações significativas e quaisquer outras que se mostrem relevantes a curto, médio ou

longo prazos, para a alteração da qualidade da água drenada pela secção que contribui

para o escoamento no local monitorizado;

2 – Segue-se a avaliação da dimensão e importância relativa das informações recolhidas,

e a correspondente análise dos efeitos que se prevê possam vir a ter sobre a qualidade e

quantidade de água disponível;

3 – Eventuais situações ou alterações futuras que possam conduzir a efeitos significativos

na massa de água em estudo devem agora também ser tidas em consideração, assim como

a inventariação de recursos potenciais futuros, e possíveis reutilizações e reciclagens na

utilização da água;

4 – O passo seguinte deve consistir na recolha de informação relativa a análises e

monitorizações realizadas anteriormente e que possam servir como termo comparativo e

justificativo de eventuais resultados obtidos;

5 – O registo cartográfico da informação recolhida pode ser uma importante ferramenta

para a análise final dos resultados, já que permite, frequentemente, estabelecer uma

relação causa-efeito entre os resultados obtidos e a sua causa potencial.

Na figura 2.4 apresenta-se um esquema que resume o procedimento de selecção dos

locais de amostragem.

Depois de identificadas as principais causas potenciais de alterações nas massas de água e

analisadas todas as características da região alvo do estudo, devem ser definidos os

critérios técnicos que permitirão a escolha criteriosa do local específico onde deverão ser

realizadas as medições e amostragens.

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Levantamento de informação relativa às utilizações actuais e

futuras

Inventário dos factores que influenciam a qualidade da água,

presentes e expectáveis

Análise de disponibilidades potenciais - actuais e futuras

Preparação de cartas de usos e qualidade da água

Estimativa dos consumos necessários

Estimativa dos efeitos sobre a qualidade

Utilização da informação necessáriaControlo Planeamento

Locais possíveis

Mapeamento dos locais

Inspecção da aptidão dos locais

Selecção dos locais

Amostragem e análise

Revisão

Sele

cção

das

info

rmaç

ões

Rec

olha

de

dado

sIn

form

açõe

s

Figura 2.4: Esquema de Selecção dos Locais de Amostragem (OMS, 1977)

Para este efeito, é indispensável ter em consideração algumas características

fundamentais que devem ser observadas no procedimento de monitorização, que incluem

a representatividade, medição de caudais, acessibilidade, distância ao laboratório,

segurança e influência de perturbações pontuais.

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A. A representatividade constitui um dos aspectos mais relevantes que envolvem a

escolha de um local onde serão realizadas monitorizações e onde serão recolhidas

amostras para posterior análise em laboratório.

Como foi referido anteriormente, na descrição do procedimento de amostragem, o local

deve ser representativo das características do troço ou curso de água que se pretende

estudar.

Neste particular, a agitação no local de recolha das amostras e realização das medições é

fundamental para garantir homogeneidade no meio e, em consequência,

representatividade da amostra recolhida. Este factor é condicionado, principalmente, pela

velocidade do escoamento, turbulência e declive do curso de água.

Outras características, como a temperatura, podem também condicionar a difusão vertical

em locais onde a agitação não é tão relevante.

Para estimar o grau de homogeneidade da massa de água escoada numa secção de um

leito de um curso de água, pode ser necessário proceder à realização de estudos

específicos, com recolha de amostras em diferentes locais e profundidades do leito,

comprovando a eventual existência de heterogeneidades.

De acordo com o procedimento descrito pela OMS (1977), para cursos de água com um

escoamento inferior a 5 m3/s, não é necessário proceder a qualquer estudo de

homogeneidade, porque estará garantida à partida.

Para cursos de água com escoamentos médios, entre 5 e 150 m3/s, é necessário proceder à

recolha em 2 locais distintos, a profundidades médias. Para cursos de água com

escoamentos superiores a 150 m3/s é indispensável realizar amostragens para verificar a

homogeneidade do escoamento, em pelo menos 6 locais da secção de escoamento em

estudo.

Em qualquer caso, as amostras deverão ser recolhidas a uma profundidade mínima de

30 cm abaixo da superfície e, sempre que possível, a 30 cm acima do leito, evitando

perturbações neste.

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A recolha de amostras em locais onde não esteja garantida a homogeneidade das

características do escoamento, pode tornar o procedimento de amostragem e medição

demasiado complexo.

A situação oposta, onde se procede à recolha de amostras em locais excessivamente

turbulentos, também pode acarretar alguns problemas, já que podem ser recolhidas

amostras contendo substâncias acumuladas no leito em períodos de escoamento pouco

turbulento, que se podem vir a libertar pontualmente.

Para minimizar estas dificuldades, é indispensável proceder à escolha de traçados onde o

caudal escoado seja relativamente constante ao longo do período em que decorre a

observação.

B. A medição do caudal é um dos requisitos para a obtenção de resultados fiáveis e sua

interpretação coerente.

Com efeito, esta medição permite concluir acerca do comportamento e capacidade de

adaptação do curso de água e ecossistema respectivo à introdução de substâncias

indesejáveis, condicionando, de forma significativa, as concentrações de substâncias que

se possam vir a determinar, através de mecanismos de diluição.

A quantificação do caudal deve ocorrer, necessariamente, no local onde se procedem às

restantes medições e amostragens. No entanto, caso não se verifiquem alterações

significativas no caudal e, sempre que seja inviável a medição no local onde é realizada a

monitorização, pode-se estimar o caudal a montante ou jusante sem que tal procedimento

afecte os resultados de forma significativa.

Esta situação é muito comum em locais onde já existem estações hidrométricas, mas onde

não se preveja existir uma representatividade de situações anormais inventariadas no

levantamento prévio de dados.

Relativamente às técnicas utilizadas na quantificação de caudais em cursos de água, isto

é, escoamentos em superfície livre de secções compostas, requerem algumas adaptações

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dos métodos comuns de medição de caudais em secções constantes e caudais estáveis

sem turbulências significativas (Quintela, 2002).

O caudal (Q) que escoa em determinada linha de água é função da relação entre o volume

de água que atravessa essa secção (ΔV) num intervalo de tempo (Δt), de acordo com a

equação 2.1 (Lencastre e Franco, 1984).

tVQΔΔ

= (2.1)

Na classificação apresentada por Lencastre e Franco (1984), faz-se a distinção entre os

métodos directos utilizados na quantificação de caudais fluviais e os métodos indirectos.

Os métodos directos consistem na medição da totalidade do caudal que atravessa

determinada secção de um curso de água, por determinação volumétrica total e directa.

Os métodos indirectos, por outro lado, envolvem a medição do volume de água que

atravessa determinada secção, recorrendo a substâncias ou às propriedades físicas da

água, por forma a medir a velocidade desta e, deste modo, estabelecer a respectiva

relação com o caudal que atravessa essa secção (Lencastre e Franco, 1984):

_ Método da secção-velocidade;

_ Método estrutural;

_ Método da diluição;

_ Método ultra sónico;

_ Método electromagnético;

_ Método da embarcação em movimento.

Um dos métodos mais utilizados descritos por Lencastre e Franco (1984), que apresenta

melhor relação entre os resultados obtidos e a facilidade, simplicidade e os reduzidos

meios técnicos decorrentes da sua aplicação, é o método da secção – velocidade.

Esta técnica tem por base metodologias compostas, que envolvem o estudo do perfil do

leito na secção onde se pretende determinar o caudal, seguido de uma avaliação das

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velocidades de escoamento em cada secção parcial. Isto decorre da irregularidade

verificada nas secções de escoamento das linhas de água, afectadas pela rugosidade dos

leitos e pela sua forma.

Como a própria descrição faz crer, esta metodologia consiste na determinação do caudal

escoado numa secção de uma linha de água em função da velocidade média da água e da

área transversal dessa secção.

Normalmente, divide-se a secção em subsecções de igual área e determina-se o caudal

respectivo a partir da velocidade da água em cada uma delas.

Apesar da relativa facilidade de aplicação, o método da determinação do caudal nas

várias divisões que se fazem na secção transversal do curso de água é muito trabalhoso,

aplicando-se preferencialmente em casos em que se pretenda determinar as velocidades

de escoamento numa secção com um rigor relativamente elevado.

Na prática, este método pode ser simplificado de acordo com aproximações matemáticas

apoiadas em estudos semi-empíricos.

Uma dessas simplificações consiste em determinar a velocidade média apenas numa ou

duas profundidades pré-estabelecidas, por exemplo, a 0,6 (equação 2.2) ou 0,2 e 0,8

(equação 2.3) da profundidade do local.

Posteriormente, recorre-se à equação 2.4 que permite estabelecer uma relação do caudal

escoado com a profundidade das várias subsecções, a velocidade da água em cada uma

delas e a distância à margem.

ih6,0i VV = (2.2)

( )

2V ii h8,0h2,0

i =VV +

(2.3)

( )∑−

=+

++ −×⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛ +×⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ +=

1n

0ii1i

1ii1ii ll2hh

2VVQ (2.4)

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Em que:

Q – Representa o caudal na secção em estudo

iV - Representa a velocidade média medida a determinada profundidade

1iV + - Representa a velocidade média medida à profundidade imediatamente a seguir à iV

hi – Profundidade na vertical

li – Distância à origem (geralmente à margem)

As medições mais vulgares da velocidade da água fazem-se com recurso a molinetes, a

diferentes profundidades ao longo do perfil transversal de um curso de água, que é

traçado previamente com recurso, por exemplo, a técnicas ultra-sónicas.

Os molinetes são instrumentos constituídos por uma hélice solidária com um eixo que a

liga a um corpo de suporte acoplado a um cabo.

A velocidade de rotação da hélice é proporcional à velocidade da água, dependendo ainda

das características de cada aparelho.

A relação entre a velocidade da água e o número de rotações do molinete, permite

estabelecer esta relação biunívoca.

Outra forma, bastante menos complexa, mas também menos precisa, consiste em

determinar a velocidade do escoamento com recurso a um objecto flutuante.

Nesta circunstância é relevante ter em consideração que a velocidade da água não é

constante em toda a secção. Por outro lado a existência de correntes de ar superficiais

podem afectar de forma significativa as velocidades relativas do escoamento. Há ainda a

considerar a tendência de deslocamento dos flutuadores para os filetes centrais o que

provoca um aumento das velocidades de deslocamento.

Apesar destas desvantagens importantes, que conduzem a velocidades estimadas entre

20% e 30% superiores às velocidades reais, de acordo com Lencastre (1996), esta

metodologia apresenta vantagens importantes que vão para além da facilidade e

simplicidade que envolve a sua aplicação.

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De facto, a medição da velocidade com recurso a molinetes pressupõe que existe uma

profundidade suficiente para submergir totalmente o equipamento e proceder a medições

tão rigorosas quanto possível. Porém, em pequenos cursos de água e em particular

quando estes estejam afectados de forma temporária ou prolongada por períodos de seca

e cujos caudais sejam essencialmente de tipo torrencial, a utilização de molinetes pode

tornar-se inviável.

Nestas circunstâncias, desde que não exista vegetação ou obstáculos superficiais, e

utilizando troços de cursos de água com secções de perfis constantes, como é o caso dos

locais onde existem pontes, a utilização de objectos flutuantes na estimativa da

velocidade pode mostrar-se um método muito atractivo.

C. A acessibilidade pode constituir um factor limitante da escolha de um local de

amostragem e monitorização.

A inexistência de acessos viários pode ser colmatada, desde que as extensões a percorrer

não sejam muito extensas ou os meios para as percorrer estejam facilmente disponíveis.

Este facto será tanto mais importante quanto maior for a quantidade de pontos de

amostragem que, obrigatoriamente, deverão ser visitados num dia, e quanto maior for a

quantidade e tipo de equipamentos e amostras que poderá ser necessário transportar.

Para além destas limitações há outras, onde se inclui a existência de barreiras naturais,

pela presença de vegetação densa, taludes íngremes ou outras barreiras que podem

impedir o acesso físico à secção em estudo e, deste modo, limitar a escolha desse local

(OMS, 1977).

D. Associado ao factor acessibilidade, a distância ao laboratório pode limitar a escolha

dos locais de amostragem, principalmente em locais onde a acessibilidade é difícil, o

tempo destinado à visita aos vários locais que constituem a rede de monitorização em

estudo pode ser demasiado extenso, não deixando muito tempo disponível para o

transporte das amostras para o laboratório.

Acresce o facto das metodologias de análise de alguns parâmetros, de que são exemplo os

parâmetros microbiológicos e a determinação da CBO5, imporem que as determinações

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analíticas sejam realizadas, no limite, até 6 horas após a amostragem (Standard Methods,

1998).

Considerando estes condicionalismos, é de extrema relevância a definição de locais que

tenham uma acessibilidade facilitada e em que a distância ao laboratório permita o

transporte no menor tempo possível e nas condições de preservação adequadas (OMS,

1977).

E. A segurança, principalmente a dos técnicos responsáveis pela realização dos

procedimentos, é fundamental na escolha dos locais de monitorização, estando também

ela necessariamente associada ao factor acessibilidade.

A escolha de locais com acessibilidades difíceis aos locais de medição e recolha das

amostras pode por em causa a segurança dos técnicos e dos equipamentos.

Para além das características inerentes ao próprio local, é necessário tomar em

consideração as condições meteorológicas, existência de tráfego ou outro factor que

possa colocar em risco a operação.

Caso não seja possível optar pela escolha de locais que apresentem baixo nível de risco,

devem ser estabelecidos procedimentos rigorosos que incluam todas as precauções a

tomar, considerando as situações mais adversas, para minimizar o risco que pode decorrer

para a segurança de técnicos e equipamentos.

F. A existência de perturbações pontuais, quer no escoamento, quer pela existência de

locais anormalmente agitados ou estagnados pode conduzir à obtenção de resultados que

não reflectem necessariamente a situação real.

Por exemplo, locais de amostragem e monitorização localizados a montante de açudes,

represas ou barragens, são caracterizados, normalmente, por níveis de saturação de

oxigénio dissolvido muito inferiores aos locais situados a jusante destas estruturas,

principalmente quando situados nas proximidades de descarregadores turbulentos.

Deve também ser evitada a recolha de amostras na proximidade das margens e de locais

onde ocorram descargas poluentes pontuais frequentemente, que podem afectar a

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representatividade das amostras recolhidas e medições realizadas, em resultado da

mistura dessas substâncias na massa de água.

Sobre este aspecto, Neal et al. (2005 – a)) concluem mesmo que o caudal, associado ao

potencial de diluição dos cursos de água, têm mais influência sobre a sua qualidade do

que a própria existência de fontes difusas de contaminação que lhes estão associadas.

2.3.4. Meios Auxiliares de Amostragem e Monitorização

Algumas estruturas e instrumentos podem auxiliar a ultrapassar com alguma facilidade as

barreiras criadas pela falta de acessibilidade ou segurança dos locais escolhidos para

proceder à monitorização e recolha de amostras.

As pontes constituem, nos cursos de água, uma das estruturas mais úteis que podem ser

utilizadas no auxílio das tarefas a desenvolver, sobretudo quando outras formas de acesso

podem colocar em risco as tarefas.

A regularidade do perfil transversal do leito do curso de água é outra das vantagens da

escolha das pontes como local de eleição.

Outra possibilidade consiste na utilização de embarcações que percorrem o curso de água

e permitem, com maior facilidade, proceder à realização das tarefas.

Não é um meio tão seguro como as pontes, já que a existência de regimes turbulentos,

situações de escoamento anormais ou situações climáticas adversas podem proporcionar

riscos acrescidos.

Outro instrumento auxiliar de grande versatilidade e utilidade é a corda ou cabo, que

pode ser utilizado em múltiplas tarefas no decurso da realização das medições ou

recolhas de amostras, especialmente nos casos em que a acessibilidade é limitada.

A utilização de bancos de areia naturais ou do próprio leito do rio, como acesso, quando

tal seja possível, pode facilitar as tarefas, mas estas possibilidades são muito remotas e

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limitadas a poucos locais que permitem o acesso fácil durante todo o período em que

decorre o estudo.

A utilização de meios mais sofisticados e, também por isso mais dispendiosos, de que são

exemplo as aeronaves, como é o caso dos helicópteros, tem uma aplicabilidade muito

limitada, sendo apenas necessário quando a acessibilidade por outras vias se torna

totalmente inviável (OMS, 1977).

2.4. Parâmetros Medidos ou Analisados

É do conhecimento geral que a designação de “água pura” atribuído à água, não é mais

do que um estado relativo uma vez que, na natureza, não é viável a obtenção de água

líquida no estado puro.

De facto, mesmo a água que é submetida a processos de destilação ou processos de

tratamento avançados, como a osmose inversa, contém substâncias com concentrações e

naturezas variáveis, em função do processo de purificação seguido e da origem da água

bruta utilizada.

Por este motivo, é indissociável o estudo dos parâmetros e substâncias que se podem

encontrar normalmente numa água e o estudo dos parâmetros que conferem um grau de

poluição ou contaminação a essa mesma água.

A fronteira entre um contaminante e um composto que apenas faz parte da constituição

de uma água é muito ténue e relativa. Depende, entre outros factores, da natureza do

elemento presente, do seu estado físico, da sua associação física e química, da

temperatura, do tipo de utilização que se pretende dar à água e da dose.

Por exemplo, uma água mineral, com uma composição óptima para consumo humano,

não pode ser utilizada nesse estado num sistema de arrefecimento de uma central

termoeléctrica, tendo que ser submetida previamente a processos de purificação.

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Mas o contrário também sucede, uma vez que a água purificada apresenta um paladar

extremamente desagradável.

Assim, há um conjunto de parâmetros que merecem uma atenção especial, pela sua

natureza ou influência que exercem sobre outros e que, em último caso, afectam a

qualidade dos ecossistemas aquáticos.

Estes efeitos fazem-se sentir maioritariamente a nível de desequilíbrios que provocam

nos ciclos biogeoquímicos.

É o exemplo dos excessos de azoto na forma de nitritos, nitratos, azoto orgânico e

amoniacal.

A caracterização dos parâmetros que mais contribuem para a alteração da qualidade das

massas de água é então fundamental, podendo dividir-se em três classes, de acordo com a

OMS (1977):

- Parâmetros básicos avaliados em todas as estações de monitorização da qualidade, que

permitem caracterizar, de forma global, a composição da água;

- Parâmetros opcionais, que permitem comprovar situações ou ocorrências excepcionais

que conduzem a alterações na qualidade da água em determinado local;

- Parâmetros globais, a ser avaliados sempre que seja necessário comprovar resultados

obtidos na determinação dos parâmetros básicos.

Outra classificação típica, adaptada da classificação apresentada por Metcalf & Eddy

(2003), utilizada com frequência, divide os parâmetros característicos das águas em

parâmetros organolépticos, físico-químicos, substâncias indesejáveis, substâncias

tóxicas e parâmetros microbiológicos.

Nas secções seguintes, far-se-á uma abordagem muito sintetizada e sistemática dos

principais parâmetros que caracterizam uma massa de água e que podem condicionar, de

forma muito significativa, os mecanismos naturais aí presentes e os usos possíveis desse

recurso.

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2.4.1. Parâmetros Organolépticos

Os parâmetros organolépticos caracterizam todos os parâmetros que afectam, de forma

directa, os órgãos dos sentidos.

Uma vez que a sua quantificação é, salvo excepções, muito subjectiva, são associados aos

órgãos com que se relacionam, o mesmo sucede com as unidades em que se expressam:

por exemplo, a cor expressa-se em unidades de cor, o cheiro em unidades de cheiro e o

sabor em unidades de sabor. A análise dos parâmetros organolépticos das águas não

permite identificar, na maior parte dos casos, quais os compostos que afectam a qualidade

ou as características de uma água.

Este tipo de parâmetros, que englobam a cor, o cheiro, o paladar e a turvação são

normalmente designados parâmetros de “conforto”, uma vez que, por si só, não permitem

avaliar as características de uma água, mas antes, são o resultado da presença de

compostos, da sua associação, natureza, concentração, etc. (Sawyer et al., 2003).

Dadas as limitações inerentes à determinação destes parâmetros e, o facto de, apenas

através deles, não se poderem estimar os reais níveis de qualidade das águas, não será

feita uma abordagem mais extensa neste domínio.

2.4.2. Características Físico-Químicas

O aspecto que uma água natural apresenta tem por base, inevitavelmente, as suas

características físico-químicas. São necessariamente estas características que regulam as

relações que se estabelecem entre parâmetros e as suas concentrações relativas (Sawyer et

al., 2003).

Os parâmetros físico-químicos que mais se destacam pela sua importância, quando

presentes nas águas ou pelo valor que apresentam e que podem condicionar outras

características, incluem a temperatura, pH, condutividade, oxigénio dissolvido e resíduos,

entre outros (Metcalf e Eddy, 2003).

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2.4.2.1. Temperatura

A influência da temperatura faz-se sentir muito para além das características do próprio

parâmetro.

As oscilações diárias ou sazonais verificadas têm normalmente como origem as

oscilações térmicas ambientais. No entanto, há circunstâncias que podem conduzir a

alterações na temperatura dos meios aquáticos. A descarga de águas residuais com

temperatura diferente da dos meios receptores constitui um desses motivos.

A temperatura de uma água residual, em geral, é superior à da água potável numa mesma

região. Tal facto deve-se à descarga de efluentes que geralmente fazem elevar a

temperatura da água.

Os motivos mais vulgares do aumento da temperatura de uma água residual são a

descarga de resíduos derivados do metabolismo humano, com temperaturas na ordem dos

37º C, ou derivados de outras actividades domésticas como as águas dos banhos ou das

lavagens de louça e roupa.

Geralmente, as ligeiras oscilações de temperatura, provocadas por alterações ambientais

ou pela descarga de águas residuais, não acarretam problemas de maior (Metcalf e Eddy,

2003, Shrestha e Kazama, 2006). Existem casos, contudo, em que elevação da

temperatura pode produzir alterações significativas nos meios aquáticos.

Estas alterações manifestam-se na diminuição do oxigénio dissolvido que pode ser

acompanhada por um aumento da velocidade das reacções de degradação da matéria

orgânica e consequente aumento do oxigénio consumido nas respectivas reacções, no

desenvolvimento de formas de vida estranhas ao habitat em condições normais.

No Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, o valor limite de emissão (VLE) é definido

em termos da alteração provocada pela descarga de águas residuais no meio receptor,

medida a 30 m do ponto de descarga, que não poderá ultrapassar os 3º C.

A determinação da temperatura faz-se necessariamente no local para garantir a precisão e

exactidão dos resultados.

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2.4.2.2. pH

Quando se faz referência ao pH de uma água, não é propriamente correcto falar da sua

origem, uma vez que todas as águas têm um pH característico em cada momento, que

varia em função da sua composição e temperatura. Nesse sentido, o pH de uma solução

representa a expressão do seu carácter ácido ou alcalino.

Na antiguidade, o carácter ácido ou alcalino de uma água era distinguido pelo gosto. Mais

tarde surgiram os indicadores que davam uma indicação bem mais precisa do pH das

soluções.

Em 1766, Cavendish descobriu o hidrogénio e, como consequência, chegou-se à

conclusão que todos os ácidos continham hidrogénio enquanto as bases continham aniões

hidróxido. Assim, pela teoria da ionização desenvolvida por Arrhenius em 1887,

concluiu-se que os ácidos são substâncias que, quando dissociadas produzem iões

hidrogénio e as bases são substâncias que quando dissociadas produzem aniões hidróxido

(Sawyer, 2003).

Em 1909, Sorensen propôs que a concentração de hidrogeniões se expressasse em termos

do negativo do seu logaritmo e que o valor fosse designado por pH+. Contudo, essa

designação passou apenas a pH, representada de acordo com a equação 2.5.:

logpH H +⎡ ⎤= − ⎣ ⎦ ou 1logpH

H +=

⎡ ⎤⎣ ⎦ (2.5)

Na água, e na ausência de compostos estranhos, [H+] é igual a [OH-]. O produto das duas

concentrações é conhecido por KW, que a 25º C tem o valor de 10-14 (Sawyer et al.,

2003).

1410WK H OH+ − −⎡ ⎤ ⎡ ⎤= =⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (2.6)

A temperatura afecta o pH na medida em que afecta os coeficientes de dissociação dos

ácidos e da solubilidade do CO2. Geralmente o pH diminui cerca de 0,1 unidades quando

a temperatura aumenta de 20ºC (Sawyer et al., 2003).

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Por este motivo, quando as determinações são realizadas a uma temperatura diferente da

temperatura ambiente normal (20º C), os valores devem ser corrigidos em função da

temperatura da amostra medida no momento da determinação.

Por outro lado, a libertação do CO2 para a atmosfera conduz a alterações até uma unidade

no pH, através de um mecanismo traduzido pela equação de reacção seguinte (Neal et al.,

2005 - b)).

3 2HCO CO OH− −→ ↑ +

O conhecimento do pH é importante no abastecimento de água às populações, em

processos de amaciamento e controlo da corrosão.

Para além disso, influencia os processos de tratamento que se aplicam para tratar águas

destinadas ao abastecimento público ou no tratamento de águas residuais,

designadamente, os tratamentos físico-químicos, desinfecção, oxidação química,

tratamentos biológicos, etc.

Geralmente, o pH das águas potáveis varia entre 7,2 e 7,6 (Sawyer et al., 2003).

2.4.2.3. Condutividade

A condutividade de uma água é uma medida da sua capacidade para conduzir a corrente

eléctrica. Está relacionada com a concentração total de substâncias ionizadas na água e

depende da temperatura.

Os factores que afectam a condutividade são a natureza das substâncias presentes e a sua

concentração, e a respectiva força iónica. Mesmo uma água não poluída pode apresentar

uma condutividade mensurável e significativa.

A condutividade de uma água destilada, relativamente pura, é de 1 μS/cm, após absorver

dióxido de carbono da atmosfera e outras substâncias durante o armazenamento (Sawyer

et al., 2003).

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A existência na água de substâncias que são boas condutoras da corrente eléctrica, como

os ácidos, bases e sais inorgânicos, provoca um aumento da condutividade da água.

A presença de substâncias más condutoras, como algumas moléculas de compostos

orgânicos de que são exemplo a sacarose e o benzeno, ainda que em elevada

concentração, não afectam a condutividade da água.

Os principais objectivos que estão na base da determinação da condutividade de uma

água ou solução são (Standard Methods, 1998):

_ Estabelecer o grau de mineralização, de modo a conhecer o efeito da concentração

total de iões no equilíbrio químico, nas taxas de corrosão, na fisiologia dos animais,

etc.

_ Conhecer o grau de mineralização de águas destiladas e desionizadas.

_ Avaliar variações na concentração de minerais dissolvidos em águas residuais.

_ Estimar, de forma grosseira, os sólidos totais dissolvidos (mg/L), que se obtêm

multiplicando a condutividade (μS/cm) por um factor empírico que varia entre 0,5 e

0,9, por exemplo 0,5 para a água do mar, e entre 0,55 e 0,7 para águas superficiais.

Sempre que possível, a condutividade deve ser medida no local e a temperaturas

próximas de 20º C. Quando a temperatura for diferente deste valor, pode proceder-se à

correcção do valor obtido, multiplicando-o por um factor de correcção obtido a partir de

tabelas existentes.

2.4.2.4. Oxigénio Dissolvido

O oxigénio dissolvido (OD) é particularmente importante para as formas aeróbias

presentes nas águas, uma vez que sem este elemento, a vida aeróbia tornar-se-ia inviável.

A presença de oxigénio em solução condiciona a biodiversidade, bem como o estado de

oxidação das principais espécies em solução e, em consequência, do seu grau de

toxicidade.

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A principal fonte de oxigénio das águas é a atmosfera e a sua concentração depende,

essencialmente, do estado de agitação da água, da pressão, concentração salina e

temperatura (figura 2.5).

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39

Temperatura, ºC

Oxi

géni

o D

isso

lvid

o, m

g/L

735740745750755760765770775780

Figura 2.5: Representação Gráfica da Concentração de Oxigénio, em Águas Não Poluídas, em

Função da Pressão e Temperatura (Adaptado de Metcalf & Eddy, 2003)

Em situações excepcionais, contudo, a presença de oxigénio pode ficar a dever-se à

existência de quantidades apreciáveis de algas na água que, durante o processo da

fotossíntese, são responsáveis pela produção de grandes quantidades de oxigénio.

Pelo contrário, quando se está perante situações em que predomina a actividade

metabólica de organismos heterotróficos, a concentração de oxigénio em solução pode

ser significativamente inferior ao esperado e conduzir mesmo à morte das formas de vida

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aeróbias superiores. Esta é uma situação característica do período nocturno e/ou de águas

que apresentam poluição orgânica elevada (figura 2.6) (Neal et al., 2005 – b)).

Figura 2.6: Efeitos da Ciclo Diário e da Presença de Matéria Orgânica na

Percentagem de Saturação do Oxigénio em Águas Naturais (Adaptado de Ramalho, 1982)

Robson et al. (2006), em estudos realizados num pequeno curso de água – Charlton

Brook – concluem que os teores em OD tendem a diminuir das zonas rurais para as zonas

urbanas, em resultado, principalmente, dos efeitos de fontes pontuais de contaminação

resultantes da descarga de águas residuais de origem doméstica, tratadas ou não, com

cargas orgânicas relevantes.

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2.4.2.5. Resíduos

Os resíduos, vulgarmente designados sólidos, existentes numa água, podem apresentar-se

em vários estados, dependendo das suas dimensões e características.

Todas as determinações deste parâmetro variam de acordo com o tipo de sólidos que se

pretendem determinar, isto é, variam com o estado em que os sólidos se encontram e com

as suas dimensões.

O método utilizado nas determinações dos vários sólidos é o método gravimétrico e varia

apenas no tratamento a que se submete à amostra de acordo com o tipo de sólidos que se

pretendem determinar.

Figura 2.7: Classificação e Dimensões das Partículas Presentes em Águas

Residuais (Adaptado de Degrémont, 1989)

Deste modo distinguem-se os seguintes tipos de sólidos:

- Sólidos Totais

- Sólidos Voláteis

- Sólidos Suspensos Totais

- Sólidos Suspensos Voláteis

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- Sólidos Sedimentáveis

- Sólidos Coloidais

A figura 2.7 esquematiza os vários tipos de sólidos que se encontram em solução numa

água, bem como as relações que se estabelecem entre eles.

Figura 2.8: Tipos de Sólidos em Suspensão numa Água Residual (adaptado de Metcalf e Eddy, 2003)

Por seu turno, a figura 2.8 relaciona as dimensões da matéria em solução, na forma de

partículas ou quando insolúvel.

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A principal importância da quantificação dos vários sólidos presentes nas águas naturais

está relacionada com a capacidade que os sólidos sedimentáveis e coloidais apresentam

para provocar a agregação e posterior sedimentação de algumas espécies em solução.

A agregação da matéria orgânica e metais que apresentam potencial de toxicidade,

principalmente quando se encontram na forma dissolvida, constituem apenas dois

exemplos da importância de que se pode revestir a quantificação dos teores em sólidos

(Allan et al., 2006, Korfali e Davies, 2004).

A quantificação dos sólidos suspensos e coloidais pode também dar uma importante

indicação acerca da turvação que afecta a qualidade da água e que pode ter importância

sobre a actividade biológica que se desenvolve na respectiva massa de água (Allan et al.,

2006).

Pode ainda traduzir a extensão da ocorrência de fenómenos de erosão em resultado das

actividades desenvolvidas na área da bacia que contribui para o escoamento (Simeonov et

al., 2003).

2.4.3. Substâncias Indesejáveis

As substâncias indesejáveis caracterizam-se como um conjunto de substâncias que,

embora se traduzam e possam estar incluídas nas características físico-químicas,

assumem importância no sentido em que a sua presença ou elevados valores traduzem,

normalmente, níveis de poluição significativos

Os nutrientes, na forma de azoto total ou amoniacal, nitritos e nitratos, os fosfatos, a

matéria orgânica, quantificada em termos de carbono orgânico total (COT), carência

bioquímica de oxigénio (CBO5) e carência química de oxigénio (CQO), constituem

exemplos destas substâncias consideradas indesejáveis.

Apesar de tudo, não traduzem a existência de situações graves de toxicidade ou

degradação irreversível da qualidade dos ecossistemas aquáticos onde são detectadas em

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excesso, mas uma tendência para que este nível de degradação ambiental se venha a

verificar.

Podem ser, no entanto, a causa de alterações progressivas na biodiversidade e

bio-transformações características, por exemplo, do fenómeno da eutrofização (Lavado et

al., 2006, Allan et al., 2006, Shepherd et al., 2005).

2.4.3.1. Nutrientes

Os nutrientes são considerados substâncias indispensáveis ao metabolismo biológico

entrando na composição estrutural dos organismos ou utilizados como fonte de energia e

carbono.

Metcalf e Eddy (2003) dividem os nutrientes em macro-nutrientes e micro-nutrientes,

dependendo das proporções relativas necessárias a cada tipo de organismos. Os macro-

nutrientes devem entrar na dieta alimentar em concentrações entre os gramas e os

miligramas enquanto os micro-nutrientes devem ser consumidos na ordem dos

microgramas ou nanogramas.

Constituem macro-nutrientes essenciais para os seres heterotróficos, o carbono, azoto e

fósforo.

O enxofre, potássio, sódio, ferro, etc., constituem normalmente, para estes seres vivos,

exemplos de micro-nutrientes (Sawyer et al., 2003).

Contudo, para outros tipos de organismos, estes nutrientes podem não representar uma

importância tão significativa. São exemplo as bactérias redutoras de ferro ou sulfato, as

bactérias sulfurosas, etc., que utilizam grandes quantidades de compostos que, para nós,

apenas se apresentam como micro-nutrientes.

Nesta circunstância, a designação macro ou micro-nutriente depende do tipo de

necessidades alimentares de determinado organismo.

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Os nutrientes revestem-se de particular importância nos sistemas de tratamento, podendo

condicionar significativamente a sua eficiência quando não estão presentes.

Na condição oposta, quando estão presentes no ambiente em concentrações excessivas,

podem levar ao aparecimento e desenvolvimento de espécies aquáticas que, na forma de

pragas, se podem tornar nocivas. Este processo é designado eutrofização.

A eutrofização constitui um dos maiores problemas associados ao excesso de nutrientes

que surgem nas águas naturais, com particular incidência sobre as águas paradas de

albufeiras e lagos, onde se desenvolvem espécies vegetais que impedem a penetração da

luz e a difusão do oxigénio e libertação do dióxido de carbono, com consequente

acidificação ou alcalinização das águas e desenvolvimento de processos de anaerobiose

que podem levar à rápida degradação da qualidade da água (Verhoeven et al., 2006).

Podem ainda conduzir ao desenvolvimento excessivo de algumas espécies de algas, que

têm a capacidade de sintetizar e libertar para o meio aquático compostos tóxicos, que

acabam por tornar imprópria a água onde se encontram (Schröder et al., 2004).

A presença de nutrientes, nas águas naturais, deve-se essencialmente a factores naturais e

antropogénicos.

Um dos factores antropogénicos que mais contribui para a presença de nutrientes nas

águas naturais é a descarga de águas residuais, tratadas ou não, que resultam das

actividades quotidianas, actividades industriais, agricultura, e do próprio metabolismo

(Verhoeven et al., 2006).

Através de uma análise às diversas formas de nutrientes presentes numa água,

nomeadamente às espécies de azoto, é possível estimar o tempo e, indirectamente, a

distância, a que se verificou uma descarga de águas residuais contendo valores não

desprezáveis de azoto orgânico.

Em resultado da descarga de águas residuais num meio aquático, verifica-se um conjunto

de transformações progressivas, através de uma conversão do azoto orgânico a azoto

amoniacal e, com a agitação do leito e o contacto com o oxigénio dissolvido aí existente,

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a sucessiva oxidação, primeiro a nitritos e posteriormente a nitratos (Metcalf e Eddy,

2003).

Verhoeven et al. (2006) realizaram uma pesquisa dos principais estudos realizados sobre

a evolução das concentrações de nutrientes ao longo de cursos de água e a respectiva

influência no nível de qualidade dos ecossistemas, em resultado da acção da vegetação

ripícula e mecanismos naturais característicos de zonas húmidas.

Neste estudo de revisão concluem que esta vegetação e este tipo de ecossistemas são

responsáveis por uma melhoria significativa na qualidade da água, por fixação de

quantidades importantes de nutrientes e posterior libertação para a atmosfera.

No entanto confirmam a existência de alguns fenómenos adversos que ocorrem neste

processo e que incluem o aumento da emissão de gases com efeito de estufa, a

diminuição significativa da biodiversidade e a consequente alteração dos ciclos

biogeoquímicos naturais.

As principais soluções apontadas para resolver estes problemas passam pelo controlo das

fontes pontuais de nutrientes para a água e a redução dos efeitos das fontes difusas

características da aplicação de fertilizantes, através da redução na aplicação de nutrientes,

da utilização de culturas grandes consumidoras de nutrientes e pela restauração ou

criação de zonas húmidas ao longo das regiões afectadas pelo excesso de nutrientes.

Neste particular, também as concentrações de fósforo nas águas têm sido alvo de estudo.

O principal objectivo dos trabalhos levados a efeito por Jarvie et al. (2005) consistiu no

estudo da importância das fontes pontuais, com origem na descarga de águas residuais, e

das fontes difusas, originadas pelas práticas agrícolas, sobre a concentração de fósforo

nas águas dos rios, que afectam a sua qualidade e que podem ter influência sobre os

mecanismos que conduzem à eutrofização.

As conclusões que obtiveram destacam a maior importância das fontes pontuais de

poluição sobre a qualidade da água que conduzem à eutrofização, do que as fontes

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difusas características da libertação de fósforo em resultado das práticas agrícolas

características das zonas rurais.

2.4.3.2. Matéria Orgânica

Na química clássica, a matéria era dividida em orgânica ou inorgânica consoante

derivasse de animais e plantas ou de minerais. A definição contemporânea de matéria

orgânica e inorgânica, contudo, é bem mais distinta da clássica, sendo também mais

abrangente.

Hoje em dia, consideram-se como matéria orgânica todos os compostos que contenham

átomos de carbono e hidrogénio na sua composição, ainda que sejam produzidos

artificialmente, como os plásticos e outros compostos sintéticos.

A matéria orgânica presente numa água residual é muito heterogénea no que diz respeito

à sua composição, podendo apresentar-se em várias formas.

Em águas residuais de composição média, cerca de 75% de sólidos suspensos totais e

40% dos sólidos solúveis são compostos por matéria orgânica (Berardino, 1996).

A matéria orgânica existente numa água, sabe-se hoje, é uma característica que está

relacionada com os níveis de pureza de uma água na relação inversa, bem como é um

indicador excelente em casos de poluição orgânica provocada num meio aquático.

Esta matéria orgânica tem origem nas actividades humanas e nos processos biológicos

dos vários reinos de seres vivos.

Os principais grupos de compostos constituintes da matéria orgânica são as proteínas, em

cerca de 40 a 60%, os carbohidratos, com 25 a 50%, e os óleos e gorduras, com 10%. Nas

águas residuais pode ainda ser encontrada ureia, ainda que em quantidades relativamente

reduzidas, isto porque apesar de ser o principal resíduo resultante do metabolismo

humano, degrada-se muito rapidamente (Berardino, 1996).

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A complexidade e quantidade de substâncias que constituem a matéria orgânica e que

podem estar presentes, de forma simultânea, numa água, tornam a sua quantificação

rigorosa inviável (Metcalf e Eddy, 2003).

Deste modo, considerando que o oxigénio, para além de ser um dos parâmetros que

melhor caracteriza a qualidade química de uma água, se relaciona com a quantidade de

matéria orgânica presente, tendo em conta a porção de oxigénio necessário para proceder

à sua oxidação, é possível efectuar determinações dos teores em matéria orgânica com

base nesta relação.

A carência bioquímica (ou biológica) de oxigénio (CBO) e a carência química de

oxigénio (CQO) constituem exemplos destas determinações.

(1) A Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO) permite estimar a quantidade de

matéria orgânica presente com base na quantidade de oxigénio necessária para oxidar

essa matéria orgânica, através de processos de oxidação biológica aeróbia.

(2) Por seu lado, a Carência Química de Oxigénio (CQO) mede a quantidade de

oxigénio necessária para produzir a oxidação da matéria orgânica existente numa

amostra susceptível de oxidação por uma solução ácida de dicromato em condições

experimentais bem estabelecidas.

Os valores obtidos para a CQO são superiores aos obtidos pela análise da CBO, em

resultado da maior extensão da oxidação química relativamente à oxidação biológica.

Uma das principais vantagens da quantificação da matéria orgânica com recurso à

determinação da CQO reside no facto de que, geralmente, as águas que contêm

substâncias tóxicas não podem ser biologicamente oxidáveis. A análise da CQO tem

também a vantagem, relativamente à análise da CBO, de necessitar de pouco tempo para

ser efectuada, com apenas algumas horas contra os 5 dias, no mínimo, necessários para o

teste da CBO (Metcalf e Eddy, 2003).

Estudos recentes, desenvolvidos com o objectivo de avaliar as potencialidades da

utilização destas técnicas analíticas em contínuo, para permitir a detecção e alerta precoce

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da existência de fenómenos de poluição em resultado da introdução de substâncias

orgânicas nos ecossistemas aquáticos, têm vindo a fornecer resultados muito satisfatórios

que levam a admitir esta tecnologia como uma tecnologia emergente de grande

aplicabilidade e eficácia (Allan et al., 2006).

No que respeita à identificação e quantificação de substâncias orgânicas específicas, só

em situações muito concretas é realizada. Assim, opta-se normalmente pela pesquisa de

famílias de substâncias que apresentam características comuns, como é o exemplo da

análise de óleos e gorduras, detergentes e pesticidas.

Os estudos realizados por Robson et al. (2006), que procuraram evidenciar as relações

existentes entre as concentrações de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e a

biodiversidade de macro-invertebrados, e os estudos promovidos por Lavado et al.

(2006), que envolveram a pesquisa de compostos orgânicos persistentes, nomeadamente

PCB’s e DDT’s, acumulados em tecidos de algumas espécies piscícolas, constituem

exemplos de pesquisas de famílias de compostos de características semelhantes com

objectivos específicos.

2.4.4. Substâncias Tóxicas

As substâncias tóxicas, por seu lado, incluem substâncias químicas e, portanto, poderiam

ser incluídas na classificação relativa a substâncias físico-químicas. Tal não sucede em

resultado da sua natureza de particular nocividade para os ecossistemas aquáticos.

Estas substâncias têm vindo a ser identificados após os anos 60 como potenciais

causadoras de problemas de saúde e da degradação da qualidade do ambiente, com

efeitos nefastos ao nível da fauna e flora.

Algumas são importantes micronutrientes para grande parte dos seres vivos, variando as

proporções necessárias a cada indivíduo em função das suas necessidades e

características. A denominação de elementos traço está associada a esta característica,

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mas também ao facto de que normalmente ocorrem em concentrações traço, mas nem por

isso menos nocivas.

Quando estão presentes em concentrações elevadas e durante períodos de tempo muito

alargados, podem causar doenças graves, atrasos no crescimento, malformações

congénitas, alterações mutagénicas, intoxicações e envenenamento.

Incluem-se nesta classificação alguns compostos orgânicos, de que são exemplo os

compostos halogenados, BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno), compostos

aromáticos como os mercaptanos, compostos inorgânicos, onde se incluem alguns metais

pesados particularmente prejudiciais à saúde e ao ambiente em geral, de que são exemplo

o chumbo, mercúrio, cádmio, arsénio, ou não metais como, por exemplo, os cianetos

(Sawyer et al., 2003).

A presença de substâncias tóxicas está normalmente associada à acção antropogénica. De

forma directa ou indirecta, a acção humana faz-se sentir nas descargas poluentes,

normalmente de origem industrial, nos derrames petrolíferos, nos lixiviados de aterros e

minérios, escorrimentos de solos agrícolas, precipitações em atmosferas poluídas, etc.

Mas também há factores naturais que podem contribuir para a presença de elementos

traço nas águas, que são exemplo o contacto das águas com o solo e minérios existentes

no solo e subsolo, resíduos vegetais e animais, etc.

Em resultado das concentrações vestigiais que normalmente se encontram, a pesquisa

destas substâncias é algo complexa, necessitando de análise específica elemento a

elemento ou família a família de elementos, com recurso a equipamentos

tecnologicamente avançados, de que são exemplo a cromatografia e a espectrofotometria.

Estudos recentes têm procurado as causas da degradação da qualidade da água e dos

ecossistemas aquáticos em resultado da presença de substâncias tóxicas em solução.

Shepherd et al. (2005) pesquisaram a existência de fenómenos de retenção e atenuação

natural nos solos de metais e compostos orgânicos voláteis (COV’s) hidrocarbonados e

clorados, tendo concluído que os dois primeiros são afectados por fenómenos de

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atenuação no solo e que, por isso, têm uma influência limitada nas linhas de água que

drenam os lixiviados ou escorrências dessas substâncias, ao contrário dos últimos que não

sofrem uma atenuação significativa, acabando por contribuir para o fácil aumento da sua

concentração nos ecossistemas aquáticos.

Xue et al. (2003) realizaram estudos semelhantes para avaliar a influência de solos

agrícolas no transporte de zinco e cobre para as águas superficiais em pequenas bacias.

Concluíram que os solos que contêm maiores teores em matéria orgânica contribuem em

maior extensão para a retenção dos metais, ao contrário dos solos essencialmente

minerais que têm uma influência mais limitada.

No entanto, concluem também que os solos orgânicos prolongam os efeitos da libertação

dos metais ao longo do tempo, o que acaba por ser benéfico, minimizando as suas

concentrações nas águas superficiais para onde são arrastados.

Korfali e Davies (2004) desenvolveram uma pesquisa que visou analisar os efeitos das

águas e sedimentos calcários na capacidade de purificação dos rios, através da retenção

de algumas espécies metálicas, designadamente, ferro, chumbo, zinco e cádmio.

Constataram que os iões metálicos se associam, principalmente, às espécies carbonatadas,

formando associações químicas insolúveis. Mesmo as fracções respectivas encontradas

na forma dissolvida apresentam uma diminuição significativa no seu potencial tóxico.

2.4.5. Parâmetros Biológicos

Os parâmetros biológicos determinam muitas das possíveis utilizações da água,

permitindo, simultaneamente, identificar possíveis contaminações, por exemplo, com

origem fecal, que tenham sido introduzidas numa massa de água.

Os organismos que podem ser encontrados nas águas desempenham papéis distintos. Se

por um lado eles são indispensáveis para concluir o ciclo da matéria, por decomposição

da matéria orgânica em matéria mineral, por outro lado são frequentemente responsáveis

por várias doenças que afectam o ser humano e outras formas de vida.

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Podem ser encontradas nas águas naturais diversas formas de vida, onde se incluem as

arquibactérias, bactérias, algas, fungos, protozoários e vírus, para além de outros seres

multicelulares (Standard Methods, 1998).

Relativamente à origem, a composição físico-química das águas naturais condiciona a

proveniência e tipo de microrganismos que aí se desenvolvem.

Há, contudo, outros factores extrínsecos que favorecem o aparecimento ou

desenvolvimento de alguns tipos de microrganismos. Entre estes factores incluem-se

(Metcalf e Eddy, 2003):

- A flora natural das águas onde ocorrem;

- A introdução de águas, solos ou lamas contaminadas, que derivam de

escorrências, processos de lixiviação, introdução ou derrame de águas residuais;

- A contaminação das águas com introdução de matéria orgânica e nutrientes;

- O desenvolvem-se preferencial a partir de resíduos do metabolismo humano.

Recentemente têm vindo a ser desenvolvidas metodologias que visam relacionar a

qualidade da água e a presença de substâncias específicas, com a biodiversidade, a

resistência de espécies específicas, as alterações no seu metabolismo e o desenvolvimento

anormal de organismos.

Lavado et al. (2006) constataram a existência de uma relação entre a variação de

parâmetros físico-químicos característicos e as alterações verificadas nos tecidos de

espécies piscícolas, nomeadamente, carpas (Cyprinus carpio) e barbos (Barbus graellssi),

em resultado da bioacumulação, com consequências nas respostas biológicas de organitos

celulares e enzimas específicas.

Azrina et al. (s. data) e Robson et al. (2006) estabeleceram relações entre a distribuição e

biodiversidade de macro-invertebrados e as variações na qualidade da água induzidas

pela actividade antropogénica.

Douterelo et al. (2003) e Kinzelman et al. (2003) realizaram estudos com o objectivo de

comprovar a existência de uma relação entre as concentrações de microrganismos

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específicos, respectivamente cianobactérias e enterococos, e o nível de contaminação de

massas de água, com efeitos sobre a sua qualidade.

Por seu lado, Sakai (2002), utilizando Daphnia magna, realizou testes de avaliação da

toxicidade crónica sobre estes organismos, provocada pela presença de pesticidas.

Allan et al. (2006) e Vrana et al. (2005) referem o potencial da utilização de organismos

específicos e alterações a eles associadas, com recurso a sistemas automatizados, para

identificar e antecipar situações de poluição que conduzam à diminuição da qualidade da

água.

Figura 2.9: Características das Técnicas Existentes e Emergentes para Monitorização da Qualidade

da Água. As setas finas representam a relação entre a hidromorfologia e as propriedades físico-químicas da água. As setas mais grossas representam as possíveis estratégias de monitorização que podem ser utilizadas na avaliação da qualidade da água. As estrelas ( ) indicam os métodos de amostragem que podem ser utilizados em monitorizações alargadas no tempo. A seta curva ( ) indica a amostragem pontual simples (Allan et al., 2006).

Na figura 2.9 apresenta-se um esquema que resume as metodologias e técnicas utilizadas

na monitorização da qualidade da água, que envolvem a determinação de propriedades

físico-químicas da água e a interacção com as técnicas biológicas que podem ser

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utilizadas na respectiva monitorização, tendo em conta os procedimentos implícitos na

Directiva Quadro da Água (DQA).

2.5. Análise e Interpretação dos Resultados

A modelação ecológica de uma bacia hidrográfica e de todos os processos que nela se

desenvolvem envolve a integração de um conjunto de factores, que incluem o clima, os

solos e respectivos usos e as actividades desenvolvidas na sua área de influência (Tong e

Chen, 2002).

Um dos principais problemas da modelação ambiental está relacionado com a dificuldade

de definir, em rigor, quantos e que parâmetros podem ser utilizados, de uma forma

representativa, para minimizar o excesso de dados e optimizar recursos (Anh et al., 2006)

A análise e interpretação dos resultados obtidos constitui, porventura, uma das maiores

fontes de erro dos trabalhos experimentais, já que traduz com frequência, não

necessariamente a realidade, mas uma expectativa do responsável ou responsáveis pelo

estudo (Karmakar e Mujumdar, s. data).

Como exemplo refira-se a possibilidade real de monitorizar, mensalmente, a qualidade da

água numa bacia hidrográfica, recorrendo para o efeito a 5 estações de medição e a 5 dos

parâmetros analíticos indicados, por exemplo, pH, condutividade, oxigénio dissolvido,

azoto orgânico total, CBO5. No final de uma campanha que se prolonga durante um ano

hidrológico, existem cerca de 300 resultados que devem ser analisados e interpretados

convenientemente!

Este exemplo serve apenas para demonstrar a complexidade da análise de resultados que

obriga mesmo ao recurso a ferramentas informáticas que conheceram desenvolvimentos

muito significativos nos anos mais recentes.

O software “Water Quality Risk Analysis Tool” (WaterRAT®), por exemplo, constitui

uma ferramenta informática desenvolvida para servir de suporte à decisão em matéria de

gestão de recursos hídricos, desenvolvido com base no tratamento estatístico de dados do

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método de simulação de Monte-Carlo e métodos de primeira ordem (McIntyre e Wheater,

2004).

Outro exemplo é o do software desenvolvido pela EPA, o BASINS, que facilita a

caracterização da qualidade da água em resultado dos caudais drenados ou afluentes,

através da modelação da capacidade de difusão dos poluentes no meio hídrico (Tong e

Chen, 2002).

A definição de uma metodologia que permita interpretar com objectividade os resultados

é então fundamental para a exactidão das conclusões que se vêm a obter.

Neste aspecto, vários têm sido os estudos que visam o estabelecimento de metodologias

que visam minimizar os erros e a subjectividade na análise e interpretação de resultados

(OMS, 1977, Ott, 1978, Mano, 1989, Gonçalves, 1994, Tong e Chen, 2002, Elshorbagy e

Ormsbee, 2005, Anh et al., 2006, Ghosh e Mujumdar, 2006, Shrestha e Kazama, 2006,

Karmakar e Mujumdar, s. data).

A descrição realizada na secção 2.1.1. traduz um exemplo de uma metodologia, adaptada

ao procedimento da selecção dos locais de estudo onde deverão ser realizadas as

amostragens, análises e monitorizações.

Mas a escolha do local e dos procedimentos de análise e monitorização constitui apenas

uma parte das metodologias a desenvolver.

2.5.1. Análise Estatística

A análise estatística constitui, eventualmente, uma das mais poderosas ferramentas de

simplificação da análise de dados alguma vez desenvolvida.

Como refere Gonçalves (1994), as ferramentas estatísticas devem ser desenvolvidas e

adaptadas a todas as fases de um processo de monitorização, desde a definição dos

objectivos do trabalho, até ao tratamento final dos dados, que procura dar resposta aos

objectivos inicialmente formulados.

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Algumas dessas ferramentas estatísticas englobam, por exemplo, o cálculo da média,

moda, máximos, mínimos, e desvios padrão. A correlação pode também ser utilizada,

constituindo uma ferramenta importante no estabelecimento de uma correspondência

entre parâmetros.

A média ( x ) constitui uma medida de tendência central, que permite reduzir um conjunto

de dados a um valor, por divisão do somatório do conjunto de dados (x), pelo número de

dados analisados (n), de acordo com a equação 2.7 (Spiegel, 1994). Apesar da grande

utilidade desta medida, tem a desvantagem de ocultar os extremos e, portanto,

descaracterizar eventuais situações de poluição pontual.

n

ii 1

xx

n==∑

(2.7)

A moda traduz o valor que, num conjunto de dados, surge com mais frequência. Tem

uma aplicação limitada neste contexto, permitindo apenas identificar situações

recorrentes durante o período em estudo.

A representação do máximo e mínimo permitem, tão-somente, identificar desvios

significativos ao valor central, traduzidos num valor médio, e constituem medidas de

dispersão.

A estimativa do desvio padrão (s) constitui outra medida de dispersão que mede a

amplitude de um conjunto de valores relacionados. Pode também caracterizar o grau de

incerteza na precisão da determinação de um valor. É determinado com recurso à equação

2.8 (Spiegel, 1994).

n2

ii 1

(x x)s

n 1=

−=

∑ (2.8)

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A determinação da correlação permite estimar a relação existente entre dois intervalos de

valores, representados na forma de matrizes, evidenciando a existência de uma relação

entre propriedades ou parâmetros. A estimativa é feita com recurso à equação 2.9, que

relaciona a covariância de um conjunto de dados com os desvios padrão correspondentes

desses dados (Gonçalves, 1994).

x,yX y

ρ =Cov(X,Y)σ ×σ

(2.9)

A aplicabilidade de metodologias mais complexas, de que são exemplo as análises de

sensibilidade, a análise de confiança de primeira ordem (First Order Reliability

Analysis - FORA), a técnica de simulação de Monte-Carlo e as técnicas estatísticas

multivariáveis, têm vindo a ser estudadas para minimizar a incerteza na gestão dos

recursos hídricos e dos problemas ambientais que afectam as respectivas bacias

hidrográficas (Ghosh e Mujumdar, 2006, Shrestha e Kazama, 2006, Karmakar e

Mujumdar, s. data, Elshorbagy e Ormsbee, 2005).

No entanto, estes desenvolvimentos centram-se, necessariamente, em adaptações das

ferramentas existentes a medições que nem sempre são possíveis de interpretar através de

uma análise estatística.

Por outro lado, a análise estatística tende a negligenciar muitos dados que carecem de

uma análise mais pormenorizada, porque podem representar situações pontuais mas nem

por isso menos importantes ou relevantes no contexto da avaliação da qualidade da água

numa rede de monitorização instalada numa bacia hidrográfica.

2.5.2. Representação Gráfica e Através de Tabelas

A representação gráfica dos resultados proporciona uma interpretação visual muito mais

simples e, por vezes, objectiva, evidenciando eventuais relações que de outro modo,

mesmo com uma análise estatística cuidada, dificilmente seriam perceptíveis.

55

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De acordo com Pombeiro (1991), as principais vantagens da representação gráfica

incluem a maior facilidade na detecção de:

- Tendências;

- Alterações do comportamento do objecto de estudo;

- Existência de valores anormais.

Ainda de acordo com o mesmo autor, a utilização do traçado gráfico favorece a

interpolação, extrapolação, diferenciação, integração, a comparação com outros dados e o

estabelecimento de uma relação matemática empírica entre variáveis e parâmetros.

Para este efeito, são vários os modelos que podem ser utilizados na representação gráfica

de resultados.

Os gráficos circulares permitem uma representação comparativa visualmente muito

apelativa das partes relativamente ao total, no entanto a sua utilização fica limitada a um

número muito reduzido de parâmetros e a apenas uma variável.

A utilização de gráficos de dispersão favorece a evidência de relações entre séries de

dados relativas a dois ou mais parâmetros.

Para este efeito, quando se utilizam no estabelecimento de relações entre variáveis e

quando se pretende estabelecer uma tendência, é frequente recorrer-se à construção de

linhas de tendência.

A utilização de gráficos de linhas é mais adequadas para apresentar tendências ao longo

do tempo, associa muitas das vantagens visuais da interpretação de resultados,

características dos gráficos circulares ou de barras, com as vantagens da evidência de

relações entre séries de dados características dos gráficos de dispersão.

Tem também a vantagem, relativamente aos gráficos circulares, de permitir a comparação

de um número extenso de parâmetros e até quatro variáveis, representadas distintamente

nos quatro eixos.

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Os gráficos de barras favorecem a análise visual, através da utilização comparativa de

elementos visuais onde podem ser utilizadas cores ou padrões diversos.

É possível, com recurso a esta representação gráfica, realizar uma comparação gráfica de

bastantes parâmetros sem, no entanto, que estes representem uma tendência evolutiva

evidente.

A utilização de tabelas para apresentação de resultados não é graficamente tão apelativa e

a interpretação consequente também não tem tanta objectividade como a decorrente da

utilização de representações gráficas.

No entanto, as tabelas colmatam uma das grandes desvantagens da representação com

recurso a elementos gráficos – a perda de precisão dos resultados apresentados.

É, pois, de capital importância a definição criteriosa dos objectivos da apresentação de

dados, tendo em conta uma quantidade máxima de dados que pode ser apresentada em

tabelas e que favorece sua análise e o valor a partir do qual essa representação torna a

interpretação de dados demasiado exaustiva e inconclusiva.

Uma última possibilidade de tratamento gráfico-estatístico de dados, consiste na

representação com recurso a mapas, da rede de monitorização da qualidade, com

identificação dos pontos onde foram recolhidas as informações, associando-lhes gráficos

específicos que traduzem os resultados obtidos nesses locais.

O recente desenvolvimento das ferramentas baseadas em sistemas de informação

geográfica (SIG) tem dado um impulso significativo neste tipo de representação e análise

de resultados.

A demonstração da existência de fontes pontuais ou difusas com recurso a SIG,

utilizando software específico, como por exemplo o ArcView, constitui uma forma de

simplificar a análise dos resultados analíticos que estiveram na base da sua identificação

(Oguchi et al., 2000, Tong e Cheng, 2002).

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2.5.3. Utilização de Índices de Qualidade da Água (IQA)

A procura de dados que visam traduzir, com a maior precisão possível, situações reais,

concentrações ou tendências, conduz muitas vezes à existência de um vasto número de

resultados e, consequentemente, de interpretações.

O desenvolvimento de equipamentos tecnologicamente mais avançados, que

proporcionam a recolha de dados de forma contínua ou quase contínua veio agravar uma

situação de excesso de dados que é necessário combater (Ott, 1978).

A utilização de ferramentas estatísticas, associadas a representações gráficas ou através

de tabelas, favorece a interpretação e objectividade dos resultados. No entanto, como foi

referido, nem sempre esta interpretação é suficiente, quer seja por imperativos

regulamentares, quer pela necessidade de estabelecer relações mais precisas e objectivas

entre parâmetros.

Por outro lado, a interpretação estatística ou gráfica pressupõem a existência de

conhecimentos técnicos especializados e nem sempre é tão célere quanto seria desejável.

Essa forma de apresentação constitui assim, para a maioria da população e decisores, uma

barreira extremamente importante (Ott, 1978).

Sobre este assunto, Train (1973), citado por Ott (1978), refere que para os decisores e

políticas ambientais que englobam o público em geral, os dados recolhidos durante os

procedimentos de monitorização devem traduzir-se em resultados fáceis de entender, na

forma de índices que devem agregar todos os dados.

Este autor conclui ainda que, uma vez desenvolvidos e aplicados esses índices, devem ser

utilizados como ferramentas que apoiam a decisão e permitem identificar tendências,

destacar condições ambientais específicas, e auxiliar nos processos de tomada de decisão,

que deverão ter em consideração outras vertentes, como os aspectos económicos, sociais,

culturais, etc.

Na fase posterior à tomada de decisão, no contexto do planeamento e desenvolvimento de

medidas de actuação, estes índices deverão servir como ferramenta de verificação do

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cumprimento dos requisitos do funcionamento dos sistemas e programas, permitindo

adequar, de forma rápida e eficaz, as medidas às situações.

A principal desvantagem da utilização desta ferramenta reside na perda de informação

relevante durante o processo de simplificação.

Para minimizar eventuais perdas de informação, é indispensável definir claramente os

objectivos da sua aplicação e proceder ao registo e arquivo adequados da informação que

não ficará disponível através desta ferramenta (Claro, 1996).

Importa agora clarificar o conceito de índices de qualidade da água.

Os índices de qualidade da água (IQA) aglutinam os parâmetros ou variáveis

monitorizados no decurso do estudo e, através de uma função de agregação,

traduzem-nos num número adimensional a qualidade da água no local a que são

aplicados, num tempo definido (Claro, 1996).

Os resultados podem desta forma simples e objectiva e reprodutível tornar-se importantes

ferramentas que possibilitam o estabelecimento de relações espaciais e temporais (Barros

et al., 1992).

Os parâmetros agregados no IQA devem ser aqueles que melhor traduzem o objecto do

estudo, tendo em conta as suas características, variações espaciais e temporais e

alterações naturais ou artificiais a que está sujeito (Claro, 1996).

Outro dos aspectos relevantes tem a ver com os coeficientes de ponderação atribuídos a

cada parâmetro que reflectem a sua contribuição, de acordo com o grau de importância,

para o resultado final.

Várias têm sido as metodologias desenvolvidas por vários autores e organismos que

procuram adequar os resultados dos IQA de forma a reflectir, com a maior precisão

possível, os níveis de qualidade dos meios naturais.

Neste âmbito, a metodologia adaptada por Mano (1989), com base na metodologia

proposta pelo Scottish Development Department (SDD), constitui uma das mais

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utilizadas e difundidas, tendo mesmo sido aplicada em estudos realizados anteriormente

sobre a bacia hidrográfica do Lis e outras bacias nacionais, como a bacia do Ave e Minho

(Barros et al., 1992, Jesus, 1996).

Nesta metodologia são utilizados alguns parâmetros medidos localmente, com recurso a

instrumentos ou ferramentas e outros determinados em laboratório, que incluem:

- Temperatura da água;

- pH;

- Carência bioquímica de oxigénio (CBO5);

- Carência química de oxigénio (CQO);

- Condutividade;

- Oxigénio dissolvido (OD);

- Sólidos suspensos totais (SST);

- Azoto amoniacal;

- Coliformes fecais.

Os coeficientes de ponderação atribuídos a cada parâmetro, construídos com base em

pareceres de um grupo de especialistas, têm como objectivo reflectir a importância

relativa de cada variável na definição do nível de qualidade da água.

Estes coeficientes são aplicados através de uma função de agregação que é adaptada para

o cálculo de uma média aritmética simples modificada (Barros et al., 1992), determinada

de acordo com a equação 2.10.

( )2

i iSub PIQA

100×

=∑ (2.10)

Em que:

Subi representa um sub índice ou valor de qualidade obtido através de uma função de

qualidade para cada parâmetro, de acordo com os valores e critérios apresentados na

tabela 2.1.

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Pi indica o coeficiente de ponderação atribuído a cada variável como se indica na tabela

2.2.

Os valores apresentados por Mano (1989), para os coeficientes de ponderação, foram

adaptados dos valores originais da metodologia desenvolvida pelo SDD (1976), tendo

sido estabelecida uma proporcionalidade entre parâmetros. Esta adaptação foi necessária

em virtude das lacunas verificadas na disponibilidade de alguns dados relativos à

caracterização analítica de vários parâmetros, de que é exemplo a inexistência de dados

relativos à determinação de coliformes fecais.

Tabela 2.1: Coordenadas das Funções de Qualidade (SDD, 1976, citado por Mano, 1989) VARIÁVEL VALORES DA VARIÁVEL VALORES DE QUALIDADE

0 0,00

5 1,00 10 2,25 20 6,25 30 10,00 40 19,00 50 30,00 55 36,00 65 54,00 80 79,50 95 100,00

105 100,00 115 94,00 130 85,00 140 77,00 150 67,00 160 60,00 170 56,00 180 53,00

OD [% Sat]

200 50,00

61

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Tabela 2.1 (cont) VARIÁVEL VALORES DA VARIÁVEL VALORES DE QUALIDADE

0,00 100,0 0,50 45,0 0,75 35,0 1,00 29,0 1,50 23,5 2,00 20,0 3,00 15,0 4,00 12,0 5,00 10,0 6,00 8,0 7,00 7,0 12,50 3,0

NH3

[mg/L]

20,00 0,0

0,0 100,0 1,0 96,5 1,5 93,5 2,0 90,0 2,5 83,0 3,0 76,0 4,0 62,0 5,0 50,0 6,0 39,0 7,0 30,0 8,0 22,0 9,0 15,0

10,0 10,5 11,0 7,5 13,0 4,0 18,5 1,0

CBO5

[mg/L]

20,0 0

0,00 100,0 16,0 99,0 17,0 97,0 17,5 94,0 25,0 10,0 26,0 5,0 27,0 2,5

Temperatura [º C]

30,0 0,0

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Tabela 2.1 (cont) VARIÁVEL VALORES DA VARIÁVEL VALORES DE QUALIDADE

3,10 0,0

3,20 1,0 3,50 4,0 3,75 7,0 4,00 10,0 4,25 14,0 4,50 18,0 4,75 25,0 5,25 42,0 5,75 70,0 6,00 81,0 6,25 88,0 6,50 94,5 6,75 98,0 7,00 99,0 7,25 100,0 7,50 99,0 7,75 98,0 8,00 95,5 8,25 88,5 9,00 57,0 9,50 39,0 10,00 26,0 10,50 16,0 11,00 10,0 11,55 6,0 12,25 1,0

pH [Sörensen]

12,40 0,0

0 100 10 67

100 40 1000 20

10 000 10 100 000 5

Coliformes Fecais [UFC/100 mL]

1 000 000 0

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Tabela 2.1 (cont) VARIÁVEL VALORES DA VARIÁVEL VALORES DE QUALIDADE

0 70,0 20 82,0 40 89,0 80 97,5

120 100,0 160 97,5 200 90,0 240 75,0 280 61,0 340 48,0 420 37,0 540 24,0 640 17,5

Condutividade [μS/cm]

1000 0,0

Com base nos resultados entretanto obtidos, é possível classificar a qualidade da água

com base numa escala de qualidade, como se apresenta na tabela 2.3.

Tabela 2.2: Factores de Ponderação Utilizados no Cálculo dos Índices Considerando e Omitindo o Coeficiente Relativo aos Coliformes Fecais (Mano, 1989)

VARIÁVEIS COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO T

pH Condutividade

OD CBO5

NH3

Coliformes fecais

0,06 0,12 0,08 0,24 0,20 0,15 0,15

0,07 0,14 0,09 0,28 0,24 0,18

- ∑ 1,00 1,00

Outra metodologia de classificação da qualidade da água consiste na utilização de uma

metodologia de Silva et al. (1994) adaptada por Jesus (1996) que, de acordo com

requisitos legais de qualidade tem como objectivo a classificação em quatro classes,

caracterizadas através da construção de uma grelha que contém os parâmetros mais

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representativos dos usos identificados, com base nos valores limite que definem as

diferentes classes.

Tabela 2.3: Escala de Qualidade do Índice Geral de Qualidade da Água (adaptado de House, 1986, citado por Mano, 1989)

VALOR DO IQA QUALIDADE NÍVEL DE

POLUIÇÃO USO POTENCIAL DA ÁGUA

91 - 100 Excelente

A água pode ser utilizada para abastecimento público e para usos industriais e/ou agrícolas fortemente selectivos, sem tratamento específico, excepto quando a desinfecção for obrigatória. Água com características próprias para todas as espécies de peixes e para todas as actividades de recreio. A navegação deve ser restrita e sujeita a legislação adequada.

71 – 91 Muito boa

Água necessitando de tratamento físico-químico simples e desinfecção1, quando destinada ao abastecimento público e a algumas indústrias selectivas. Água com características próprias para todas as espécies de peixes e para todos os usos agrícolas, bem como para todas as actividades de recreio. A navegação deve ser restrita e sujeita a legislação adequada.

61 - 70 Boa

Água necessitando de tratamento físico-químico convencional2 quando destinada ao abastecimento público. Necessita igualmente de tratamento quando se destina a ser utilizada nos processos industriais. Água de qualidade duvidosa para trutas e outras espécies exigentes. Qualidade aceitável para todas as actividades de recreio.

51 – 60 Fraco

Água necessitando de tratamento físico-químico convencional, quando destinada ao abastecimento público. Necessita igualmente de tratamento quando se destina a ser utilizada nos processos industriais. Água de qualidade aceitável para espécies menos exigentes. Verifica-se uma degradação dos padrões estéticos, podendo no entanto ser considerada de qualidade aceitável para a maioria das actividades de recreio, com excepção das actividades que envolvem contacto directo com a água3.

41 – 50 Fraco – Moderado

Água necessitando de tratamento terciário4 quando destinada ao abastecimento público e generalidade dos usos industriais e/ou agrícolas. Aceitável para actividades de recreio com contacto indirecto. Qualidade aceitável para as espécies menos exigentes.

31 – 40 Moderado – Forte

Água necessitando de tratamento terciário para a generalidade dos usos industriais e/ou agrícolas. Qualidade aceitável para actividades de recreio com contacto indirecto5. Qualidade duvidosa para a generalidade das espécies piscícolas. Aceitável para a navegação.

21 – 30 Forte Qualidade aceitável somente para usos industriais sem requisitos de qualidade, para actividades de recreio em que não haja contacto com a água e para a navegação.

0 - 20 Excessivo Esteticamente agressiva. Somente utilizável para a navegação.

1 Classe A1, D.L. n.º 236/98, de 1 de Agosto 2 Classe A2, D.L. n.º 236/98, de 1 de Agosto 3 Contacto directo – natação e ski aquático 4 Classe A3, D.L. n.º 236/98, de 1 de Agosto 5 Contacto indirecto – pesca e vela

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Em resultado da grande dependência dos requisitos legais em vigor que esta metodologia

apresenta, tende a sofrer alterações significativas sempre que esses requisitos são alvo de

revisão.

2.6. Enquadramento Jurídico

Esta revisão bibliográfica não poderia ficar completa sem a análise dos instrumentos

legais mais relevantes em matéria de gestão ambiental e, em particular, no que respeita

aos mecanismos de gestão dos recursos hídricos, tanto a nível nacional como a nível

comunitário e extra-comunitário.

No final do século XX, a preocupação dos líderes mundiais com as questões ambientais

atingiu o seu auge.

Portugal, neste particular, não é excepção, ainda que, contrariamente ao que tem sucedido

com outros sectores da gestão ambiental, a gestão da água tenha merecido atenção

particular, evidenciada na publicação de um conjunto de diplomas, o mais relevante dos

quais foi publicado no final do século XIX, mais propriamente em 1892, denominado

Regulamento dos Serviços Hidráulicos, que integrava um conjunto de decretos reais

publicados até então, no domínio da gestão das águas (Decreto Regulamentar n.º

23/2002, de 3 de Abril).

Posteriormente, em 1910, é publicada a primeira Lei da Água, que distinguia as águas

públicas e privadas, estabelecendo a titularidade dos recursos hídricos.

A importância deste diploma pode ser comprovada pelo período em que se manteve, total

ou parcialmente, em vigor, tendo sido revogada parcialmente, pelo Decreto-Lei n.º

468/71, de 5 de Novembro e mais recentemente, totalmente revogado pela Lei n.º

54/2005, de 15 de Novembro, que vem estabelecer a titularidade dos Recursos Hídricos,

principalmente do domínio público hídrico, que passa a pertencer ao Estado.

Entretanto, um conjunto de marcos históricos, na forma de planos ou da criação de

organismos com responsabilidades no domínio da gestão das águas, deram o seu

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importante contributo para a minimização dos efeitos da acção humana sobre os meios

hídricos, designadamente (Adaptado do Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril e do

Decreto Regulamentar n.º 23/2002, de 3 de Abril):

- Em 1930 é criada a Junta Autónoma de Obras de Hidráulica Agrícola, que tinha a

seu cargo o planeamento, construção e exploração de obras de fomento agrícola.

- Em 1986, com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE),

assume compromissos em matérias ambientais e de desenvolvimento sustentável que

terão consequências nas duas décadas seguintes;

- Em 1987 é publicada a primeira lei fundamental em matéria de gestão ambiental, a Lei

n.º 11/87, de 7 de Abril – Lei de Bases do Ambiente (LBA), que constituiu e ainda se

assume como o suporte fundamental de toda a legislação ambiental;

- Em 1995, na sequência da Cimeira do Rio de Janeiro de 1992 (CNUAD 92), sob a

égide das Nações Unidas, das linhas de orientação do 5º Programa de Política de Acção

Comunitária em matéria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e dos quadros

normativos e de apoio estrutural ao desenvolvimento regional contemplados no II

Quadro Comunitário de Apoio (QCA), é elaborado o Plano Nacional de Política de

Ambiente (PNPA), que resume os princípios defendidos nestes instrumentos

internacionais e os transpõe para a realidade nacional.

- A conferência Luso-Espanhola que decorreu em Albufeira, em Junho de 1998, e que

deu origem à Convenção sobre Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento

Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas, em vigor a partir

de Janeiro de 2000, veio constituir-se como um mecanismo de planeamento e gestão dos

recursos hídricos das bacias hidrográficas dos rios internacionais dos dois países;

- Os Decretos-Lei n.os 45, 46 e 47/94, de 22 de Fevereiro, que clarificaram os regimes

de planeamento, licenciamento económico e financiamento, respectivamente, dos

recursos hídricos, e que se encontram actualmente em fase de revogação;

- O Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (PNDES) para o período

2000-2006 constitui um dos mais recentes instrumentos que contemplam a gestão

integrada dos recursos hídricos, com enquadramento mais abrangente sobre os vários

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descritores ambientais, tendo uma abordagem mais particular no Plano de

Desenvolvimento Regional (PDR) que lhe está associado para o mesmo período;

- Os objectivos constantes no PDR foram consubstanciados no Plano Estratégico de

Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR) elaborado

para o período 2000-2006;

- Em 23 de Outubro de 2000 é publicada a Directiva n.º 2000/60/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho, que introduziu um conjunto de princípios gerais em matéria de

gestão dos recursos hídricos, estabelecendo um conjunto integrado de medidas visando a

protecção das águas;

- Em 2002, são publicados os Planos de Bacia Hidrográfica (PBH) contemplados no

Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro, que vêm definir orientações de âmbito

regional para a gestão integrada dos recursos hídricos, com base no diagnóstico realizado,

propondo objectivos que deverão ser alcançados com base em medidas e acções neles

indicadas. O PBH do Rio Lis, com este enquadramento e conteúdo, foi publicado em 3

de Abril de 2002 – Decreto Regulamentar n.º 23/2002;

- Em 17 de Abril de 2002, surge o Decreto-Lei n.º 112/2002, que aprova o Plano

Nacional da Água (PNA), definindo-o como um “documento que define orientações de

âmbito nacional para a gestão integrada dos recursos hídricos”, reunindo as informações

e propostas sistematizadas e compiladas dos vários PBH’s elaborados, garantindo-lhes

uma unidade lógica e territorial;

- Recentemente, com a publicação da Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de

Dezembro), pretende-se iniciar um novo quadro legal, em matéria de gestão de recursos

hídricos, transpondo para o direito interno a Directiva n.º 2000/60/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho.

Paralelamente, com base nestes documentos de referência, foi sendo elaborado um

quadro legal muito mais vasto, que contempla, sobretudo, a protecção dos recursos

hídricos, através da definição de valores limite de emissão e formas de actuação em

situações normais ou excepcionais.

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O Decreto-Lei nº 74/90, de 7 de Março, constituiu-se como um dos diplomas legais mais

relevantes, no seguimento da publicação da LBA, definindo pela primeira vez critérios e

normas de qualidade da água em função dos seus usos principais.

Na sequência deste diploma é publicado um conjunto de portarias sectoriais que

regulamentam as normas de descarga para um conjunto de actividades específicas. Estas

portarias procuraram então dar cumprimento às normas de protecção ambiental, sem

colocar em causa o desenvolvimento e manutenção de algumas actividades que, apesar de

apresentarem problemas para o ambiente, eram e continuam a ser consideradas vitais para

a economia do nosso país.

Estes diplomas abrangem as seguintes actividades:

- Matadouros: Portaria n.º 809/90, de 10 de Setembro, que aprova as normas de descarga

de águas residuais provenientes de matadouros e de unidades de processamento de

carnes;

- Suiniculturas: Portaria n.º 810/90, de 10 de Setembro, que aprova as normas sectoriais

relativas à descarga de águas residuais provenientes de todas as explorações de

suinicultura;

- Curtumes: Portaria n.º 512/92, de 22 de Junho, que estabelece normas de descarga de

águas residuais do sector dos curtumes;

- Pasta de Celulose: Portaria n.º 505/92, de 19 de Junho, que estabelece normas de

descarga das águas residuais do sector da pasta de celulose;

- Tratamentos de Superfície: Portaria n.º 1030/93, de 14 de Outubro, que estabelece

normas relativas à descarga de águas residuais no meio receptor natural (água ou solo) de

unidades industriais do sector dos tratamentos de superfície;

- Têxteis não incluindo sub-sector dos lanifícios: Portaria n.º 423/97, de 25 de Junho, que

estabelece normas de descarga de águas residuais especificamente aplicáveis às unidades

industriais do sector têxtil, excluindo o subsector dos lanifícios;

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- Sector dos Cloretos: Portaria n.º 1033/93, de 15 de Outubro, que estabelece normas

relativas à descarga de águas residuais no meio receptor natural de unidades industriais

em que se processa a electrólise dos cloretos alcalinos utilizando células com cátodos de

mercúrio e tem por objectivo impor normas de rejeição aos efluentes provenientes

daquelas unidades industriais, muito especialmente ao mercúrio, no estado elementar ou

nos seus compostos, com vista à limitação da poluição das águas;

- Indústrias de Amianto: Portaria n.º 1049/93, de 19 de Outubro, que estabelece normas

de descarga de águas residuais de todas as actividades industriais que envolvam o

manuseamento de uma quantidade de amianto igual ou superior a 100 kg/ano de amianto

bruto;

- Indústrias de Dióxido de Titânio: Portaria n.º 1147/94, de 28 de Dezembro, que tem por

objecto o estabelecimento das condições de licenciamento para a descarga, armazenagem,

deposição ou injecção no solo de águas residuais ou de resíduos da indústria de dióxido

de titânio, tendo em vista a prevenção e, progressivamente, a eliminação da poluição

provocada por esta indústria.

Posteriormente, com base na necessidade de regulamentar o tratamento e descarga de

águas residuais de origem urbana, é publicado o Decreto – Lei 152/97, de 19 de Junho,

transpondo para o direito interno a Directiva n.º 91/271/CEE, do Conselho, de 21 de

Maio de 1991, relativamente ao tratamento de águas residuais urbanas.

Este diploma vem definir os requisitos para as descargas das estações de tratamento de

águas residuais urbanas para a generalidade dos ecossistemas receptores ou para a

descarga em zonas sensíveis sujeitas a eutrofização.

Em 1998, com a entrada em vigor do Decreto – Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto,

procedeu-se à revisão das normas, critérios e objectivos de qualidade das águas com a

finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos

seus principais usos, revogando o Decreto-Lei n.º 74/90, de 7 de Março.

A publicação deste diploma ajudou também a clarificar as competências das várias

entidades intervenientes no domínio da qualidade da água.

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Mais recentemente, a publicação do Decreto – Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro, teve

por objectivo a regulação da qualidade da água destinada ao consumo humano com vista

à protecção da saúde humana dos efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação,

assegurando a sua salubridade e limpeza.

Com base na publicação da nova Lei da Água, o actual quadro legal em vigor será alvo

de alterações que se prevêem significativas, procurando actuar ao nível da melhoria da

qualidade ambiental, por recuperação dos ecossistemas degradados em consequência da

inexistência de uma política de planeamento, monitorização e controlo eficaz.

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3. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO LIS

“O futuro das organizações – e nações – dependerá cada vez mais de sua capacidade de aprender colectivamente.”

Peter Senge

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3. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Lis

3.1. A Bacia Hidrográfica como Unidade Territorial de Gestão de Recursos Hídricos

Segundo Cunha et al. (1980), um dos princípios orientadores de uma política de gestão

das águas passa por considerar a bacia hidrográfica como a unidade básica de gestão dos

recursos hídricos.

As bacias hidrográficas assumem uma importância relevante, na medida em que

proporcionam uma análise limitada de uma fracção do ciclo hidrológico. De facto, o

estudo de uma bacia hidrográfica permite, de uma forma simplificada, conhecer todos os

fenómenos que condicionam o funcionamento do ciclo hidrológico global em

determinada região, em função, por exemplo, das características climáticas e geográficas.

A bacia hidrográfica é definida como uma área de drenagem superficial, dando origem ao

escoamento num conjunto de linhas de água que fazem a sua drenagem, ou seja,

representa o espaço físico que contribui para a formação de caudais que escoam

superficialmente através de uma secção.

Estes caudais provêm dos escoamentos superficiais das precipitações e da drenagem das

reservas acumuladas no solo, em determinada área.

A delimitação superficial da bacia hidrográfica faz-se tendo em conta as características

topográficas e geológicas da região onde se insere, ao longo de linhas de cumeada que se

prolongam através de linhas de maior declive até ao fecho na secção de referência da

bacia.

Apesar da delimitação das bacias hidrográficas à superfície ser relativamente simples, o

mesmo já não se pode dizer da delimitação de “bacias subterrâneas”, isto é, de zonas de

drenagem subterrânea que alimentam determinados caudais.

De facto, uma bacia hidrográfica superficial pode não coincidir com uma bacia

subterrânea. A figura 3.1 explicita precisamente esta situação.

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Figura 3.1: Influencia da Geologia na Delimitação de Bacias

O estudo integral de uma bacia hidrográfica, com reconhecimento e identificação de

todas as suas potencialidades e disponibilidades, é indispensável para a gestão e

planeamento do seu aproveitamento optimizado em função das necessidades a satisfazer

e do desenvolvimento a promover.

A investigação do ciclo hidrológico com recurso à divisão territorial através da

delimitação de bacias hidrográficas conheceu o seu desenvolvimento máximo entre as

décadas de 30 e 50 (Campar et al., 1989).

Neste capítulo, Portugal não foi excepção, tendo sido realizados estudos por Girão (1922

e 1953) e Martins (1940), citados por Campar et al. (1989), que envolveram as bacias

hidrográficas do Vouga e Mondego.

Relativamente à bacia hidrográfica do Lis, ainda de acordo com os mesmos autores,

foram realizados estudos na década de 40 com vista à definição de aproveitamentos

hidroagrícolas.

Mais recentemente foram realizados estudos relacionados com a preservação do meio

ambiente que envolveram a bacia hidrográfica do Lis, tendo como principal objectivo a

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definição de uma política de gestão dos recursos hídricos. É disto exemplo, o trabalho de

investigação levado a efeito por Jesus (1996), intitulado “Gestão Integrada de Recursos

Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Lis: Estado Actual e Medidas para o seu

Desenvolvimento”.

Estes estudos deram um importante contributo para a elaboração do PBH do Lis e, bem

assim, para a elaboração do PNA publicado em 2002.

3.2. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Lis

A bacia hidrográfica do Rio Lis, localizada entre as bacias do Mondego e do Tejo, como

se pode observar na figura 3.2, entre 39º31’ e 39º58’ de Latitude N e 8º36’ e 8º58’ de

Longitude W, abrange uma área aproximada de 850 km2, confinando a Norte com a bacia

hidrográfica do Rio Mondego, a Leste com a bacia hidrográfica do Rio Tejo e a Sul com

a bacia do Rio Alcoa (PBH do Lis, 2002).

Figura 3.2: Localização da Bacia Hidrográfica do

Lis (Adaptado de INAG, 2006)

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Figura 3.3: Rede Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

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Apresenta um desenvolvimento, essencialmente, meridiano, com uma orientação

Norte-Sul, em consonância com a orientação dos seus principais elementos – o Rio Lis e

o Rio Lena, como se pode observar na figura 3.3.

A área geográfica da bacia hidrográfica do Rio Lis abrange o distrito de Leiria, nos

concelhos da Marinha Grande, Alcobaça, Batalha, Leiria, Pombal e Porto de Mós e o

distrito de Santarém, no concelho de Ourém.

3.2.1. Geomorfologia e Geologia

Figura 3.4: Hipsometria Característica da Zona de Influência da

Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

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O principal curso de água da bacia hidrográfica do Lis, o Rio Lis, nasce na Serra de Aire

e Candeeiros, no maciço calcário estremenho, na localidade de Fontes, a uma altitude de

400 metros, percorrendo até à foz, na Praia da Vieira, aproximadamente 39,5 km.

Tem como principais afluentes os rios Lena e Fora e a ribeira do Rio Seco (Jesus, 1996).

A topografia é pouco acidentada, já que predominam os terrenos situados a cotas

inferiores a 200 metros, como se pode observar na figura 3.4.

A zona sudoeste da bacia é a excepção. Localizada no planalto do Maciço Calcário

Extremenho, atinge cotas que ultrapassam os 400 metros, chegando mesmo, na zona mais

elevada (Pedra do Altar) aos 562 metros.

Neste troço inicial os declives são muito elevados, com escarpas que podem atingir os

200 metros, passando para regiões onde a cota não ultrapassa os 100 metros. O perfil

longitudinal do Rio Lis apresenta-se na figura 3.5. (Campar et al., 1989).

De acordo com a DGRAH (1980), estão identificadas 55 linhas de água na bacia, com a

respectiva caracterização do comprimento e áreas de drenagem.

Para além dos principais cursos de água já identificados, o Rio Lena e o Rio Fora, há a

destacar a importância de três cursos de água, o Rio Alcaide, afluente do Rio Lena, e a

Ribeira da Caranguejeira, com uma contribuição de caudais significativa, e a Ribeira dos

Milagres pela elevada densidade de suiniculturas, que se desenvolveram ao longo do seu

troço, e que contribuem para a degradação da qualidade da água do Rio Lis.

Na figura 3.6 representa-se, de forma esquemática, o sistema hidrográfico do Rio Lis,

com a indicação dos seus principais afluentes e, na tabela 3.1 apresenta-se um inventário

dos principais cursos de água constituintes da Bacia Hidrográfica do Lis, com indicação

do comprimento e áreas das respectivas bacias.

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0

50

100

150

200

250

300

350

400

450N

asce

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Pedr

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a

Foz

Figura 3.5: Perfil Longitudinal do Rio Lis (Silva et al., 1994)

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Rio de Fora Ribª dos MilagresRibª da

Caranguejeira

Rio Lena

Rio Alcaide

Rio LisOceanoAtlântico

Figura 3.6: Sistema Hidrográfico do Rio Lis (Jesus, 1996)

Tabela 3.1: Inventário dos Principais Cursos de Água (Adaptado de Jesus, 1996)

Rio ou Ribeira Comprimento

(km) Área da Bacia

(km2)

Lis 39,5 850

Lena 26,8 188,9

Fora 22,0 126,2

Caranguejeira 19,5 117,1

Alcaide 14,5 59,6

Milagres 18 57,4

Relativamente à forma, utilizando indicadores como o coeficiente de compacidade,

determinado de acordo com a equação 3.1.c) e o coeficiente de forma, calculado como se

indica na equação 3.2.b), verifica-se, para o primeiro, um valor de 1,353, próximo da

unidade e, por isso, indicando uma forma arredondada, que favorece a ocorrência de

cheias, e para o segundo um valor de 0,606, que comprova as características do

coeficiente de compacidade (Jesus, 1996).

- Coeficiente de compacidade ou índice de Gravelius (KC) – Relação entre o perímetro

da bacia (P) e a circunferência de um círculo de igual área (A) de raio (r) (Lencastre e

Franco, 1984).

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r2

PKcπ

= (3.1.a))

π

=π=Ar ;rA 2 (3.1.b))

Logo,

AP28,0Kc ×= (3.1.c))

Este coeficiente é adimensional e varia com a forma da bacia, independentemente do seu

tamanho. Quanto mais irregular for a bacia em estudo, maior será o coeficiente de

compacidade, variando a partir da unidade (no caso hipotético de uma bacia circular).

Em igualdade dos restantes factores, a tendência para a ocorrência de grandes cheias será

tanto mais acentuada quanto mais próximo da unidade for o valor deste coeficiente.

- Factor de Forma (Kf) – Relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia

(L), desde a secção de referência até à cabeceira mais distante da bacia. Define-se a

largura média da bacia ( l ), como a relação entre a área e o comprimento da bacia

(Lencastre e Franco, 1984).

LA

=l (3.2.a))

2f LA

LK ==

l (3.2.b))

Este factor define a maior ou menor tendência para a ocorrência de cheias numa bacia

hidrográfica.

De facto, entre duas bacias, terá maior tendência para a ocorrência de cheias, aquela em

que se verifique um factor de forma maior.

Relativamente aos caudais escoados pelos principais cursos de água que fazem a

drenagem da bacia, podem-se classificar de regime, essencialmente, torrencial, com

grande variabilidade nos regimes de escoamento, em função da precipitação que afecta a

área da bacia (Campar et al., 1989).

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Alguns cursos de água constituintes da bacia podem mesmo classificar-se efémeros, tal é

a relação que se verifica entre a ocorrência de precipitação e os caudais drenados.

Dados disponibilizados pelo INAG, recolhidos entre 1938 e 1954 na estação de Monte

Real, indicam caudais fortemente variáveis, com um valor médio de 5,35 m3/s, e com

valores máximos na ordem de 90 m3/s.

A aplicação de um índice, apresentado por Pardé (1943), citado por Campar et al. (1989),

que relaciona os caudais anuais máximo e mínimo num posto hidrométrico, aplicado aos

dados anteriormente indicados, resulta num valor sempre superior a 4.

Esta característica do escoamento explica-se pelas características geológicas da bacia,

localizada no Maciço Calcário Estremenho que, em virtude da sua elevada

permeabilidade, favorece a drenagem hipogeia1 através de falhas, que dão origem a

surgências abundantes (Campar et al., 1989).

No que respeita à geologia, a bacia hidrográfica ocupa terrenos pertencentes à Orla

Mesocenozóica Ocidental, onde são encontrados materiais pertencentes a todas as idades,

desde, por exemplo, margas do Triássico Superior às Aluviões Modernas (Campar et al.,

1989).

A produtividade aquífera na zona da bacia hidrográfica do Lis situa-se em valores de 250

a 400 m3/dia.km2, valores característicos da região do país onde se localiza (CCRC,

1992).

A formação litológica, que influencia de forma significativa, como já se fez referência, o

escoamento e a capacidade de infiltração dos solos, intervém, de forma directa, na

difusão de poluentes no solo e na sua retenção ou aparecimento nas linhas de água

drenantes. Na tabela 3.2 mostra-se a distribuição dos principais grupos litológicos

característicos da bacia hidrográfica do Lis.

1 Abaixo da superfície do solo

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Tabela 3.2: Distribuição dos Grupos Litológicos Característicos da Bacia Hidrográfica do Lis (Campar et al., 1989)

Grupos Litológicos % Média

Areias dunares 6,3

Aluviões 5,6

Areias e arenitos terciários 44,8

Arenitos secundários 20,9

Calcários (Malm) 11,4

Calcários (Dogger) 8,1

Calcários margosos e margas 0,5

Argilas e calcários 2,4

3.2.2. Solos, Vegetação e Ocupação do Solo

Na área da bacia hidrográfica do Lis predominam os solos podzolizados, os cambissolos

e os luvissolos, nas proporções aproximadas indicadas na tabela 3.3 e com uma

distribuição característica representada na figura 3.7.

Os aluvissolos, solos profundos e férteis, também presentes na área da bacia, encontram-

se maioritariamente nos vales aplanados enquanto os afloramentos rochosos em conjunto

com os litossolos, são muito característicos nas regiões calcárias, intervalados por

luvissolos cálcicos (Campar et al., 1989).

Tabela 3.3: Tipo de Solos Característicos da Bacia Hidrográfica do Lis (Campar et al., 1989)

Tipo de Solos % Aproximada

Aluvissolos 7

Solos podzolizados 40

Cambissolos 28

Luvissolos 20

Afloramentos rochosos + Litossolos 5

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Figura 3.7: Representação Cartográfica dos Principais Tipos de Solos

Característicos da Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

Desta forma, limitada pelas características dos solos predominantes na bacia, a ocupação

do solo revela uma forte aptidão florestal. No entanto, no fundo dos vales a ocupação

agrícola é mais frequente, beneficiando da fertilidade destes solos.

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Tabela 3.4: Capacidade de Uso dos Solos na Bacia Hidrográfica do Lis (Campar et al., 1989)

Capacidade de Uso % Média2

Agrícola 35,0

Florestal 59,0

Agrícola + Florestal 4,0

Agrícola + Agrícola condicionada 0,8

Florestal + Agrícola condicionada 0,4

Sem qualquer aptidão 0,8

Aptidão agrícola total 37,0

Aptidão florestal total 63,0

Na tabela 3.4 apresenta-se uma caracterização dos principais usos do solo, em função das

suas características, enquanto a figura 3.8 mostra uma representação cartográfica dos

usos do solo na área da bacia hidrográfica do Lis.

No que respeita às utilizações florestais do solo, a área da bacia hidrográfica do Lis é

maioritariamente ocupada por pinheiro bravo, com cerca de 53% de área, decorrente de

uma forte acção antropogénica com objectivo de constituir uma fonte de matéria-prima

para a construção de embarcações, no tempo dos descobrimentos e, simultaneamente,

como protecção dos sistemas dunares contra os avanços do mar e erosão dos ventos fortes

que se fazem sentir nesta região.

Esta área de pinheiro é conhecida como “Pinhal de Leiria” ou “Pinhal do Rei”, devendo

respectivamente estas designações à zona onde se localiza e ao principal responsável, Rei

D. Dinis, pela existência desta área florestal.

A vinha é outra das utilizações com uma percentagem de ocupação significativa na área

da bacia, com 14,3 %, mas que tenderá a deter uma importância cada vez menor, em

resultado do abandono de terrenos com aptidão para este efeito e das dificuldades por que

têm passado as principais Adegas Cooperativas locais, nomeadamente as da Batalha e

Cortes.

2 Calculada por amostragem linear sistemática

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Figura 3.8: Representação Cartográfica dos Principais Usos do Solo

Característicos na Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

As ocupações de oliveira, culturas arvenses de sequeiro e regadio representam ocupações

muito semelhantes, à volta de 8% de área, sendo a restante área ocupada por eucalipto,

carvalho e macieira, com áreas de ocupação inferiores a 1% (Campar et al., 1989).

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Relativamente às culturas e áreas regadas no vale do Lis, verifica-se uma evolução no

sentido do aumento das áreas ocupadas por culturas de milho, tomate e horta,

constatando-se também uma diminuição da importância das culturas de arroz,

comparativamente com as décadas de 50 e 60 (IDRHA, 2006). Esta evolução pode ser

observada no gráfico da figura 3.9, relativamente ao decénio 1990 – 2000.

Figura 3.9: Evolução das Principais Culturas e Áreas Regadas (ha) no Vale do Lis no Decénio

1990-2000 (IDRHA, 2006)

3.2.3. Clima

O conhecimento do clima de uma região é fundamental para o planeamento e gestão das

actividades sócio-económicas, e também indispensável para minimizar os efeitos

climáticos adversos.

Relativamente à bacia hidrográfica do Lis, o clima predominante é característico das

regiões mediterrânicas, apresentando duas estações bem distintas tanto em termos de

temperatura como no que respeita à precipitação.

Dados médios recolhidos na mais antiga estação meteorológica existente na bacia

hidrográfica, na Marinha Grande, no período de 1930 a 1960, registam um total

pluviométrico anual de 856 mm (Campar et al., 1989).

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Na figura 3.10 apresenta-se um mapa da precipitação total anual na bacia hidrográfica do

Lis, obtido com base na análise da média obtida entre os anos hidrológicos de 1959/60 e

1991/91.

Figura 3.10: Mapa Representativo da Precipitação Total Anual Observada

Entre 1959/60 e 1990/91, na Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

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Apesar destas características, o período durante o qual decorreu o presente estudo

mostrou-se muito incaracterístico, apresentando valores de precipitação média anual

muito abaixo dos valores médios, rondando os 400 mm (INMG, 2005).

Este facto foi comum em todo o território do continente, como se pode comprovar pela

análise da figura 3.11.

Figura 3.11: Variabilidade Interanual da Precipitação em Portugal Continental Entre 1930 e 2005. O

tracejado indica o valor médio no período 1961-1990 (INMG, 2005)

Ainda a comprovar este facto, apresentam-se na figura 3.12 os valores obtidos na estação

meteorológica da Cela, no ano hidrológico de 2004/05 que, apesar de localizada fora da

bacia hidrográfica do Lis, é aquela cujos dados disponibilizados se mostram mais

recentes.

No entanto, esta disparidade territorial manifesta-se pouco relevante tendo em conta a

constância de características no decurso desse ano hidrológico que afectou, de igual

forma, em termos de défice de precipitação, todo o território do continente.

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Figura 3.12: Valores de Precipitação Medidos na Estação Meteorológica da

Cela no Ano Hidrológico de 2004/05 (INAG, 2006)

No que respeita à temperatura, a bacia hidrográfica do Lis apresenta, tal como no caso da

precipitação, valores característicos do clima mediterrânico onde se insere, com

temperaturas médias mensais a variar de forma gradual entre Janeiro, com 9,3º C, e

Agosto, com 20 ºC.

De acordo com o sistema classificativo de Deveau (1985), citado por Campar et al.

(1989), a bacia hidrográfica do Lis pode ser dividida em três regiões, muito

características, como se apresenta na figura 3.13, onde se identifica uma zona mais

litoral, com Verões suaves e Invernos tépidos, uma zona alta, com Verões moderados e

Invernos frescos e o restante território, com Verões e Invernos moderados.

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Figura 3.13: Distinção de Zonas com Temperaturas Médias Anuais Comuns

na Bacia Hidrográfica do Lis (INAG, 2003)

3.2.4. Caracterização Socio-Económica

O distrito de Leiria, onde se insere a bacia hidrográfica do Lis, é o 13º maior distrito

português, com uma área de 3515 km2 e possuía em 2001 uma população residente de

431 130 habitantes e uma densidade populacional de 122,74 hab/km2 (Diciopédia, 2005).

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O concelho de Leiria é, dos 6 concelhos que fazem parte da bacia, aquele que apresenta

maior população residente, seguido do concelho de Pombal (figura 3.14 e tabela 3.5).

Figura 3.15: População em 2001 dos Concelhos Englobados na Bacia Hidrográfica do Lis

(Diciopédia, 2005)

Tabela 3.5: População, Superfície, Taxa de Variação e Densidade Populacional dos Concelhos que Pertencem à Bacia Hidrográfica do Lis (Adaptado de INE, 2003 e Jesus, 1996)

Concelho Pop. 81 Pop. 91 Pop. 2002

Variação 81/2001

(%)

Área em

2003 (km2)

Dens. Pop. 91

(hab/km2)

Dens. Pop. 2002 (hab/km2)

N.º Freguesias

Batalha 12 588 13 329 15 002 17,3 102,8 129,7 148,0 4 Leiria 96 517 102 762 119 870 20,5 568,0 180,9 213,7 29

Marinha Grande 31 284 32 234 34 153 16,4 185,4 182,5 201,8 3

Ourém 41 376 39 815 46 196 13,4 416,2 95,8 114,8 18 Pombal 53 727 51 357 56 300 6,0 625,7 82,1 91,3 17 Porto de

Mós 21 700 23 343 24 271 10,9 260,1 88,3 93,6 13

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No que respeita à densidade populacional, também aqui o concelho de Leiria é o que

apresenta um valor mais elevado, seguido de perto pela Marinha Grande, como se pode

observar na figura 3.15.

Figura 3.15: Densidade Populacional em 2001 dos Concelhos Englobados na Bacia Hidrográfica do

Lis (Diciopédia, 2005)

Na área ocupada pela bacia hidrográfica do Lis, de acordo com estudos realizados pela

HIDROVIA em 1994, estimava-se uma população aproximada de 180 000 habitantes e

uma densidade populacional de 190 hab/km2, com um aumento, relativamente aos censos

de 1991, de 165 000 habitantes, como resultado do acentuado crescimento demográfico

das áreas urbanas de Leiria e Marinha Grande.

No que respeita à economia local, no distrito de Leiria são produzidos alguns produtos e

serviços extremamente importantes para a economia nacional.

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Neste particular, merece destaque a actividade agrícola, com produção de azeite, cereais,

vinho, frutas e batatas, a actividade florestal, com produção de madeira proveniente do

Pinhal de Leiria, a actividade agro-pecuária, sendo actualmente a região do país que

apresenta maior produção de suínos, a indústria extractiva, com a exploração de pedreiras

e areeiros, a indústria transformadora, com produção de cimentos, vidro, cerâmica,

moldes e plásticos, a actividade piscatória, quer através da arte chávega, quer através das

artes de pesca convencionais, com particular relevo para a Nazaré e, por último, mas não

menos relevante para a região, a actividade turística, onde a outrora reconhecida região

de turismo Rota-do-Sol, deu origem à actual região de turismo Leiria-Fátima, onde se

realça a riqueza ambiental e cultural que a região encerra.

As indústrias e actividades agro-alimentares são, porventura, as que representam maior

importância para a bacia hidrográfica do Lis, quer em termos de consumo de água, nos

seus processos produtivos e transformadores, mas também, e principalmente, pela

rejeição de substâncias orgânicas com efeitos significativos nos meios receptores.

De acordo com estudos realizados por Parrilha. e Saragoça, D. (2001), as principais

indústrias agro-alimentares presentes na área da bacia hidrográfica do Lis eram as

indústrias de bebidas, suiniculturas, aviários, rações, matadouros, transformação de

carnes, transformação de hortifruticulturas, lacticínios e cunicultura.

3.2.5. Usos, Necessidades de Água e Infra-Estruturas Hidráulicas e de Saneamento Básico

Com base nos estudos levados a efeito pela DRAOT-Centro em 2001, no âmbito da

elaboração do PBH do Lis, que apontavam para uma população estimada de 170 000

habitantes na área do PBH, sustentada em dados demográficos de 1995, foram estimados

os usos e necessidades de água com valores de 2,3×106 m3/ano.

Nesse estudo, a metodologia seguida para o cálculo dos consumos baseou-se na aplicação

de capitações que integram num único valor os consumos doméstico, público (5%),

serviços e indústria inserida na malha urbana (20%) e perdas (25%), determinados sobre

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os quantitativos populacionais ao nível da freguesia. Incorporou-se também, de acordo

com o estudo, a população flutuante na área, estimada em 5 400 habitantes equivalentes.

As capitações utilizadas, estimadas com base nos critérios indicados, apresentam-se na

tabela 3.6.

Tabela 3.6: Capitações para Consumo Municipal (DRAOT-Centro, 2001)

População Total da Freguesia (hab)

Capitação Municipal (L/hab.dia)

<2 000 130

2 000 – 5 000 180

5 000 – 10 000 200

10 000 – 50 000 250

Para o sector agrícola foi estimado um consumo médio de 31×106 m3/ano, com base na

identificação de 8 200 ha de área regada.

A quantificação dos consumos industriais foi realizada por via indirecta, através da

utilização de coeficientes de emissão específicos para cada tipo de indústria, em função

da actividade e com recurso ao número de trabalhadores (através da base de dados

SISED, do Ministério do Emprego e Solidariedade) como indicador da dimensão da

unidade industrial.

Foram estimadas, para consumo industrial, necessidades de 2,3×106 m3/ano.

O sector da pecuária, constituiu outro dos alvos desta avaliação, que incidiu sobre as

suiniculturas e boviniculturas, tendo-se contabilizado um consumo próximo de

1,4×106 m3/ano, quase totalmente devido às suiniculturas.

Estas estimativas conduziram a um consumo total aproximado de 48×106 m3/ano, onde a

rega corresponde a um consumo de 65% e os restantes 35% seriam repartidos pelos

restantes consumos – público, industrial e agro-pecuário.

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Importa realçar que estes dados, necessariamente, carecem de uma actualização, não

apenas pela evolução económico-social e ambiental que se verificou desde então, mas

também pela evolução tecnológica que conduziu a diminuições drásticas, em algumas

unidades industriais, dos consumos de água e mesmo do número de trabalhadores.

Também no que respeita aos consumos agrícolas, na área em causa, tem-se verificado um

progressivo aumento dos pousios e uma alteração das culturas e áreas regadas, que

conduzem, invariavelmente, a uma desactualização destes dados.

Apesar destes condicionalismos naturais, os dados apresentados constituem importantes

elementos de referência na análise actual dos usos e necessidades de água.

Estes dados conduzem inevitavelmente à análise do nível de atendimento da área da

bacia.

Neste aspecto, verificam-se valores relativamente elevados, desde 100% no concelho de

Alcobaça, até 76% no concelho de Pombal, sendo que nos restantes os níveis de

atendimento se situam entre 91% e 98% (DRAOT-Centro, 2001).

No que respeita às origens de água potável ou água destinada à produção de água potável,

a situação é um pouco distinta, em virtude da enorme dispersão de pequenos sistemas e

captações com insuficiente controlo e, consequentemente, falta de garantia de qualidade,

e insegurança na garantia de disponibilidade de água, que tem conduzido a situações de

cortes no abastecimento de água potável em importantes centros urbanos, de que é

exemplo a situação verificada em Leiria no final do Verão de 2003.

Para colmatar as principais necessidades de água para rega e, simultaneamente, garantir

alguma regularização de caudais, encontravam-se, em 2001, identificados 26 açudes para

rega, localizados no Rio Lis e afluentes, como garantia do abastecimento de redes de rega

com uma área abrangida de 2255 ha e uma extensão aproximada de 216 km

(DRAOT-Centro, 2001).

Ainda com base em dados recolhidos pela DRAOT – Centro em 2001, constatava-se que

apenas 43% da população era servida por redes de drenagem, apresentando três dos

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concelhos valores acima de 50%, nomeadamente, Marinha Grande, com 67%, Alcobaça,

com 60% e Batalha com 57%. Ourém e Pombal eram os concelhos que apresentavam

valores mais baixos, com 20 e 26%, respectivamente, da população servida.

Em termos de tratamento de efluentes, de acordo com o mesmo estudo, a situação é mais

grave ainda, com um nível de atendimento de 40%. Neste particular também a Marinha

Grande apresenta valores relativamente mais elevados, com uma taxa de população

servida de 67%.

Recentemente a situação tem vindo a ser invertida com a construção e entrada em

funcionamento de sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais industriais e

urbanas, de que são exemplo a recente inauguração das ETAR’s de Fátima e Juncal,

respectivamente nos concelhos de Ourém e Porto de Mós.

Outro dos exemplos é o início da construção da ETAR Norte e todo o sistema de

emissários e estações elevatórias que permitirão encaminhar e proceder ao tratamento de

efluentes de origem doméstica, industrial, pluvial e efluentes das unidades agro-pecuárias

de vários concelhos que fazem parte da bacia hidrográfica do Lis, principalmente, Leiria

e Marinha Grande.

3.2.6. Caracterização do Estado do Ambiente

Em resultado da crescente pressão sobre o meio ambiente, promovida pelo Homem na

busca de conforto, bem-estar, crescimento económico ou, somente, de diversão, a

qualidade do ambiente e ecossistemas naturais tem vindo a ser gravemente prejudicada.

A intensidade desta acção apresenta expressões, significados e amplitudes bem distintas,

em resultado dos mecanismos próprios do tipo de acção sobre cada bacia hidrográfica.

A avaliação quantitativa dos impactes ambientais sobre o meio ambiente é extremamente

importante ainda que nem sempre seja viável e exequível a identificação e quantificação

de fontes de degradação da qualidade ambiental.

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As fontes de poluição tópicas, localizadas no tempo e espaço, são aquelas que apresentam

uma análise mais facilitada, permitindo estabelecer uma relação causa-efeito.

Já o estudo e quantificação das fontes de poluição difusas apresentam outro nível de

dificuldade, apesar dos seus efeitos, principalmente os que se fazem sentir a longo prazo,

afectarem de forma mais gravosa e irreversível a qualidade do ambiente. Estas

dificuldades prendem-se com o facto de se tratarem de fontes de contaminação difusas no

tempo e espaço, tornando-as dificilmente identificáveis, e onde se torna difícil, ou mesmo

inexequível, o estabelecimento de uma relação causa-efeito com a degradação ambiental

observada.

Neste âmbito, também a bacia hidrográfica do Lis se enquadra no comportamento tipo

das unidades naturais que representa.

Do ponto de vista industrial, algumas das principais fontes tópicas de poluição existentes

na bacia hidrográfica do Lis ou nas suas proximidades, incluem as cimenteiras, as

indústrias de vidro, plásticos, rações e moldes, com efeitos limitados sobre os recursos

hídricos, as indústrias de pasta de papel, curtumes, cerâmicas e agro-pecuárias e

matadouros, com efeitos muito significativos sobre os ecossistemas aquáticos.

Os efeitos destas fontes pontuais podem fazer-se sentir localmente, como é o caso das

cerâmicas e matadouros, ou a nível regional, pela dimensão, típica das cimenteiras e

indústrias de pasta de papel, tipo de actividade, de que são exemplo as empresas de

curtumes, ou quantidade de explorações que as caracterizam, como é o caso das

explorações agro-pecuárias.

Os aglomerados populacionais urbanos, de onde são drenados e tratados importantes

volumes de águas residuais, quando não tratadas convenientemente, podem constituir,

nos locais de descarga, importantes focos de contaminação biológica e orgânica.

Relativamente à poluição difusa, a principal origem é a utilização desajustada de

fertilizantes, pesticidas e herbicidas artificiais que acabam por difundir-se através dos

solos, por infiltração ou escoamento, conduzindo à contaminação de importantes reservas

de água retida nos aquíferos ou escoada nos cursos de água que drenam a bacia.

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Um outro tipo de poluição difusa, que se tem vindo a desenvolver mais recentemente, e

que se manifesta de uma forma menos evidente, é a alteração nos regimes de florestação

e uso dos solos, quer por alteração directa das espécies vegetais características locais,

quer por acção de incêndios florestais.

As principais medidas para mitigar os efeitos da poluição difusa são medidas não

estruturais que passam pela sensibilização dos utilizadores de substâncias tóxicas e

perigosas, para que a sua utilização seja feita de forma racional e, sempre que possível,

sejam substituídas por outras menos tóxicas e perigosas ou por práticas mais ecológicas e,

por outro lado, pelo planeamento dos regimes de florestação e minimização dos riscos de

deflagração e alastramento dos incêndios florestais.

A minimização dos efeitos sobre o ambiente das fontes pontuais de poluição passa por

medidas de fiscalização e aplicação de legislação e por uma actuação ao nível do

investimento em melhores técnicas disponíveis (MTD’s), que permitam reduzir na fonte

os níveis e efeitos da poluição.

Outra das soluções passa por uma actuação, com recurso a medidas estruturais, que

envolvem o investimento em infra-estruturas de sistemas de drenagem e tratamento

eficazes das águas residuais produzidas nos centros urbanos e em unidades industriais ou

agro-pecuárias que não tenham capacidade para realizar este tratamento de forma eficaz.

No entanto, tais medidas só poderão tornar-se eficientes quando tomadas em

conformidade com a rigorosa identificação das situações anormais que conduzem a

fenómenos de poluição.

Neste sentido, vários estudos têm sido desenvolvidos, tendo a bacia hidrográfica do Lis

como objecto de estudo, que tiveram como principal objectivo avaliar os principais

problemas ambientais que a afectam.

O ponto de partida para os estudos mais recentes, teve lugar em 1994 com a supervisão

do MARN (Ministério do Ambiente e Recursos Naturais – Direcção de Serviços de

Recursos Hídricos), onde se procurou efectuar a análise e diagnóstico da situação da

bacia.

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Na sequência, uma conjunto de estudos levados a efeito com supervisão da DRA-Centro

(Direcção Regional do Ambiente do Centro), serviram de base para a elaboração do plano

de bacia hidrográfica do Lis, publicado em 2002.

Estes trabalhos, na forma de relatórios, foram sendo apresentados ao conselho de bacia

para sustentar as decisões tomadas no documento final.

Em todos os estudos são identificadas situações que mereceram atenção especial. Estas

situações anormais de poluição são associadas aos sectores doméstico e industrial onde se

incluem as pecuárias.

No documento apresentado pela DRA-Centro em 1999, a avaliação da carga doméstica

foi realizada com base na utilização de capitações específicas para a CBO5, CQO e SST,

respectivamente 60, 135 e 90 g/hab/dia, relativamente à população existente na bacia.

Aos caudais calculados foram retirados os valores correspondentes às perdas (25%) e aos

consumos efectivos (20%), não tendo sido subtraídos quaisquer valores relativos aos

consumos industriais, comércio e serviços, por terem sido consideradas actividades

produtoras de efluentes equiparados aos domésticos.

Com base nestes pressupostos, concluiu-se que Leiria contribui com uma carga poluidora

potencialmente gerada pelo sector doméstico na ordem dos 62%, enquanto que a Marinha

Grande produzia 23% e a Batalha 7%.

O peso destes concelhos para a carga total potencialmente gerada não poderá ser

dissociado da área respectiva que ocupam na bacia, bem como das respectivas

populações.

A poluição de origem industrial, ainda de acordo com o mesmo relatório, foi estimada

com recurso a coeficientes de emissão, com excepção das instalações abrangidas pela

Directiva PCIP (Prevenção e Controlo Integrados da Poluição) e de todas aquelas para

que existia informação, tendo-se chegado aos resultados apresentados na tabela 3.7.

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Tabela 3.7: Carga Poluente Total Potencialmente Gerada pelo Sector Industrial, na Bacia do Lis (DRA-Centro, 1999)

Concelho Efluente m3/dia

CBO5 kg/dia

CQO kg/dia

SST kg/dia

Batalha 189,37 155,11 310,07 146,66 Leiria 3021,58 2321,38 5460,41 2434,77

Marinha Grande 2145,32 1188,94 3263,28 1529,17 Porto de Mós 147,07 51,47 106,90 69,20

Ourém 3,04 1,17 2,55 1,95

Totais 5506,38 3718,07 9143,20 4181,70

Pombal não consta nestes dados por se admitir que contribuía com valores

negligenciáveis relativamente aos restantes concelhos.

Neste estudo, as actividades agropecuárias foram tratadas de forma independente das

indústrias em geral, no entanto a metodologia seguida foi semelhante, utilizando

capitações características em função do tipo de animais (porco de engorda ou bovinos).

Os resultados apresentados, com base no número de animais inventariados nos três

concelhos com maior relevância, Batalha, Leiria e Porto de Mós, apresentam-se na tabela

3.8.

Tabela 3.8: Carga Poluente Total Diária Potencialmente Gerada pela Suinicultura, na Bacia do Lis (DRA-Centro, 1999)

Carga Poluente Concelho Nº de Suínos

Efluente m3/dia CBO5

kg/dia CQO kg/dia

SST kg/dia

Batalha 37037 444,44 6666,66 16666,65 9999,99 Leiria 199005 2388,06 35820,90 89552,25 53731,35

Porto de Mós 30680 368,16 5522,40 13806,00 8283,60

Totais 266722 3200,66 480009,96 120024,90 72014,94

Comparando os resultados do estudo realizado, conclui-se que, relativamente aos

efluentes gerados, a maior percentagem é de origem doméstica, correspondendo a um

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valor de 73%. No entanto, quando se consideram os valores da carga orgânica, a situação

altera-se, correspondendo o sector da pecuária a 77% da carga orgânica total produzida

na bacia.

Estes dados permitem constatar a importância que a agropecuária e, em particular as

suiniculturas, representam para os níveis de qualidade dos recursos hídricos na bacia

hidrográfica.

Com base nestes dados de partida, ainda no âmbito deste estudo, foi realizada uma

avaliação de um conjunto de parâmetros em oito pontos identificados como

representativos da zona drenada por esses cursos de água.

Os parâmetros analisados foram a carência bioquímica de oxigénio (CBO5), carência

química de oxigénio (CQO), azoto amoniacal (NH3/NH4+), nitratos (NO3

-), ortofosfatos

(expressos em P), coliformes fecais (CF), e Oxidabilidade (Oxid).

Os pontos de amostragem escolhidos foram Porto de Mós, Mil Homens e Ponte das

Mestras, no Rio Lena, Fontes, Arrabalde, Amor e Monte Real, no Rio Lis e Ribeira dos

Milagres, a montante da confluência com o Rio Lis.

Os resultados desta monitorização, expressos numa escala qualitativa de A (sem

poluição) a E (extremamente poluído) permitiram extrair as conclusões constantes da

tabela 3.9.

Tabela 3.9: Resultados da Avaliação da Qualidade da Água na B.H. do Lis (DRA-Centro, 1999) Parâmetros Curso

de Água Ponto de

Monitorização CBO5 CQO NH3/NH4+ NO3

- P2O5 CF SST Oxid

Porto de Mós B D A A A B A A Mil Homens C D D A D D A D Rio

Lena Ponte Mestras D E D A D E D D

Fontes B D C A D C A D Arrabalde C E E A D D D D

Amor E E E A D E E E Rio Lis

M. Real D D E A D D D D

R. Mil. Rib. Milagres D E E A D D E E

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Este estudo comprova resultados obtidos por outros realizados até então, nomeadamente,

as cartas de usos da água, de 1988/89, 1989/90, 1990/91, 1991/92, 1992/93, coordenados

pelo Ministério do Ambiente e Recursos Naturais (MARN), no âmbito da definição dos

níveis de qualidade da água (NQA) (Jesus, 1996).

Resultados semelhantes são apresentados por Silva et al. (1994), decorrentes de um

estudo levado a cabo igualmente com supervisão do MARN e promovido pelo Instituto

da Água.

Neste estudo é sublinhada a teoria de que a contaminação das águas drenadas pela bacia

começa a montante, na zona carcificada, em virtude de, nesta região, não se verificar

qualquer processo de filtração das águas no decurso da infiltração.

A falta de saneamento básico é outro dos factores apontados como causa de uma

contaminação precoce na bacia.

No entanto, a contaminação a jusante, relacionada com a actividade agrícola,

agro-pecuária industrial e resultante da descarga de efluentes domésticos sem tratamento

ou com tratamento deficiente, é apontada como a principal causa de degradação da

qualidade dos recursos hídricos na bacia.

Esta situação é observada nas várias estações de amostragem dispersas na bacia,

nomeadamente, Fontes, Ponte Arrabalde e Amor no Rio Lis e Ponte das Mestras no Rio

Lena, onde se constata o seguinte:

- As principais cargas poluentes são originadas pela actividade agro-pecuária,

principalmente suiniculturas, que funcionam, na generalidade, sem qualquer tratamento

de efluentes;

- Grande parte dos aglomerados urbanos que se desenvolveram de forma dispersa na

bacia, não tem qualquer sistema de saneamento básico que promova a recolha das águas

residuais produzidas;

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- As práticas agrícolas inadequadas, com particular destaque para os campos do Lis, são

responsáveis pela introdução de substâncias que contribuem para a poluição difusa e

respectiva degradação dos recursos hídricos.

De um modo geral, considerando a classificação para usos múltiplos apresentada,

verifica-se que a qualidade da água é, geralmente, aceitável, apresentando contudo

algumas situações de má qualidade que inviabilizam algumas utilizações importantes,

como a utilização para produção de água potável e aptidão para a vida piscícola e rega,

verificadas, principalmente, na estação de amostragem de Amor.

Tabela 3.10: Grelha de Classificação Segundo os Múltiplos Usos da Água (adaptado por Jesus, 1996 de Silva et al., 1994)

CLASSE CRITÉRIO USOS ACTUAIS E POTENCIAIS

C1

OD ≥ 70% NH4 ≤ 0,5 mg/L CBO5 ≤ 3 mg/L PO4 ≤ 0,2 mg/L NO3 ≤ 5 mg/L

CF ≤ 100/100 mL

Apta para todos os usos: - Produção de água para abastecimento (A1); - Salmonídeos; - Ciprinídeos; - Rega; - Recreio com contacto directo e indirecto.

C2

OD ≥ 60% NH4 ≤ 1 mg/L

CBO5 ≤ 5 mg/L PO4 ≤ 0,4 mg/L NO3 ≤ 25 mg/L

CF ≤ 2 000/100 mL

Apta para: - Produção de água para abastecimento (A2); - Ciprinídeos; - Rega; - Recreio com contacto directo e indirecto.

C3

OD ≥ 50% NH4 ≤ 2 mg/L

CBO5 ≤ 7 mg/L PO4 ≤ 0,94 mg/L NO3 ≤ 30 mg/L

CF ≤ 20 000/100 mL

Apta para: - Produção de água para abastecimento (A3).

C4

OD ≥ 30% NH4 ≤ 4 mg/L

CBO5 ≤ 10 mg/L PO4 ≤ 3,1 mg/L NO3 ≤ 50 mg/L

CF ≤ 50 000/100 mL

Apta para: - Produção de água para abastecimento (>A3); - Qualidade mínima das águas doces superficiais.

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Silva et al. (1994) apresentam ainda uma grelha de classificação, adaptada por Jesus

(1996) (tabela 3.10), composta por quatro classes, de C1 a C4, segundo os múltiplos usos

da água, obtidos com base nas normas e critérios de qualidade de água definidas no

Decreto-Lei 74/90, de 7 de Março, com os seguintes pressupostos:

- A base temporal é o ano hidrológico;

- A classificação deve ser feita parâmetro a parâmetro considerando a sua inclusão

numa classe quando pelo menos 90% dos seus valores correspondentes a um ano

hidrológico satisfazem as exigências da classe;

- A classificação final corresponde à do parâmetro mais desfavorável

Na tabela 3.11 apresenta-se um resumo das classificações segundo usos múltiplos obtidas

a partir dos estudos levados a efeito nos anos hidrológicos de 1988/90 a 1992/93, pelo

INAG, em quatro estações de amostragem: Fontes, Ponte Arrabalde, Amor (a partir do

ano hidrológico 1991/92) e Ponte das Mestras. Tabela 3.11: Resultados da Classificação Segundo Usos Múltiplos (Jesus, 1996)

Ano Hidrológico Nome da Estação Parâmetro Classe Correspondente Resultado Final

OD C1 NH4 C1

CBO5 C3 PO4 C1 NO3 C2

Fontes

CF C3

C3

OD C1 NH4 C1

CBO5 > C4 PO4 C4 NO3 C2

Ponte Arrabalde

CF > C4

> C4

OD > C4 NH4 C4

CBO5 > C4 PO4 > C4 NO3 C2

1988/89

Ponte das Mestras

CF > C4

> C4

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Tabela 3.11 (cont.)

Ano Hidrológico Nome da Estação Parâmetro Classe Correspondente Resultado Final

OD C1 NH4 C1

CBO5 C1 PO4 C1 NO3 C2

Fontes

CF C3

C3

OD C3 NH4 C1

CBO5 C2 PO4 C2 NO3 C2

Ponte Arrabalde

CF > C4

> C4

OD > C4 NH4 > C4

CBO5 > C4 PO4 C4 NO3 C2

1989/90

Ponte das Mestras

CF > C4

> C4

OD C1 NH4 C1

CBO5 C1 PO4 C1 NO3 C2

Fontes

CF C4

C4

OD C2 NH4 C1

CBO5 C2 PO4 C1 NO3 C2

Ponte Arrabalde

CF > C4

> C4

OD > C4 NH4 > C4

CBO5 > C4 PO4 > C4 NO3 C2

1990/91

Ponte das Mestras

CF > C4

> C4

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Tabela 3.11 (cont.)

Ano Hidrológico Nome da Estação Parâmetro Classe Correspondente Resultado Final

OD C1 NH4 C1

CBO5 C2 PO4 C2 NO3 C2

Fontes

CF C4

C4

OD C1 NH4 C1

CBO5 > C4 PO4 C3 NO3 C2

Ponte Arrabalde

CF > C4

> C4

OD > C4 NH4 > C4

CBO5 > C4 PO4 > C4 NO3 C2

Amor

CF -

> C4

OD > C4

NH4 C4

CBO5 > C4

PO4 > C4

NO3 C2

1991/92

Ponte das Mestras

CF > C4

> C4

OD C1 NH4 C1

CBO5 C2 PO4 C3 NO3 C2

Fontes

CF C3

C3

OD C1 NH4 C1

CBO5 C4 PO4 C3 NO3 C2

1992/93

Ponte Arrabalde

CF > C4

> C4

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Tabela 3.11 (cont.)

Ano Hidrológico Nome da Estação Parâmetro Classe Correspondente Resultado Final

OD C2 NH4 C4

CBO5 > C4 PO4 > C4 NO3 C2

Amor

CF > C4

> C4

OD C3

NH4 C3

CBO5 > C4

PO4 C4

NO3 C2

1992/93

Ponte das Mestras

CF > C4

> C4

Estes resultados parecem confirmar a reduzida qualidade da água dos Rios Lis e Lena, no

primeiro caso, mesmo na nascente, que a tornam inapta para a maioria dos usos.

Os elevados teores de nutrientes comprovam a ocorrência de práticas agrícolas

desajustadas e a poluição orgânica e microbiológica evidenciam os efeitos provocados

pela actividade pecuária e pela deficiência nos sistemas de drenagem e tratamento de

águas residuais de origem doméstica.

Jesus (1996), adaptando a utilização de um índice de qualidade da água desenvolvido por

Mano (1989) – Média Aritmética Ponderada Modificada (APM) – aos resultados de uma

campanha sinóptica realizada em quatro estações de amostragem – Fontes, Ponte

Arrabalde, Amor e Ponte das Mestras – conclui que:

- 74% dos troços apresentavam qualidade inferior a A3;

- Mais de 90% dos troços apresentavam água com qualidade inferior à exigida para fins

piscícolas;

- 100% dos troços apresentavam água com qualidade imprópria para rega e recreio;

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- 74% dos troços apresentavam água com qualidade inferior à mínima em águas doces

superficiais.

Apesar destes resultados não foi possível estabelecer uma correspondência tão elevada

quanto seria desejável entre os IQA e os sistemas que adoptaram classes de qualidade da

água como metodologia de avaliação.

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4. PROCEDIMENTOS E METODOLOGIAS

“Tentar e falhar é, pelo menos, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável

perda do que poderia ter sido.” Geraldo Eustáquio

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4. Procedimentos e Metodologias

4.1. Selecção dos Locais de Amostragem, Medição e Monitorização

A grande extensão ocupada pela bacia hidrográfica do Lis e as limitações de recursos

técnicos e humanos condicionaram, de forma significativa, a selecção dos locais de

amostragem, medição e monitorização.

Numa fase inicial foi necessário estabelecer objectivos concretos para o estudo, planificar

de forma rigorosa e definir metodologias que se adaptassem ao estudo que ora se

apresenta.

Nessa fase teve-se em consideração, por um lado, as indicações e opinião dos

responsáveis pela principal entidade encarregue da gestão integrada dos efluentes na

bacia – SIMLIS: Saneamento Integrado dos Municípios do Lis, S.A., bem como os

estudos levados a efeito sobre esta unidade territorial de gestão de recursos hídricos, quer

pelo INAG, pela CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do

Centro), ou por entidades públicas ou privadas, com objectivos múltiplos.

A análise de todos os dados permitiu estabelecer uma rede de amostragem, medição e

monitorização da bacia, definindo estações de monitorização ao longo da principal linha

de água (Rio Lis), ou nas proximidades da confluência de algumas das linhas de água que

se encontram referenciadas como as principais causadoras da reduzida qualidade da água

na bacia.

Esta rede foi constituída em oito pontos identificados como:

P1 – Fontes

P2 – S. Romão – ETA

P3 – Ponte das Mestras a montante da confluência do Rio Lena com o Rio Lis

P4 – Rio Lis a jusante da confluência do Rio Lena e ETAR da Ponte das Mestras

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P5 – Ribeira dos Milagres, na ponte da EN 109, a montante da confluência com o Rio

Lis, na localidade da Ponte da Pedra.

P6 – Rio Lis – estação elevatória de Amor, a jusante da confluência da Ribeira dos

Milagres

P7 – Monte Real – Ponte de ferro situada a montante do Açude das Salgadas.

P8 – Ponte da Bajanca – Travessia entre Vieira de Leiria e Pedrógão, a jusante da

confluência com o Rio de Fora

As características geográficas bem como a distância à nascente do curso de água

principal, o Rio Lis, apresentam-se na tabela 4.1. Os dados relativos à latitude, longitude

e altitude são aproximados, tendo sido obtidos com recurso a equipamento GPS e a

distância à nascente estimada com base no trajecto rodoviário mais aproximado da

configuração do leito.

Tabela 4.1: Localização das Estações de Monitorização da Qualidade da Água ESTAÇÃO DE

MONITORIZAÇÃO DISTÂNCIA À

NASCENTE [km] LONGITUDE LATITUDE ALTITUDE [m]

P1 1 O 8º46’ N 39º41’ 388 P2 7 O 8º47’ N 39º43’ 117 P3 12 O 8º49’ N 39º44’ 106 P4 12,5 O 8º49’ N 39º45’ 82 P5 16,5 O 8º49’ N 39º46’ 92 P6 17 O 8º50’ N 39º47’ 72 P7 26 O 8º51’ N 39º51’ 58 P8 36,5 O 8º56’ N 39º52’ 15

Na figura 4.1 apresenta-se uma representação da rede de monitorização estabelecida, com

a identificação das estações de monitorização ao longo da bacia hidrográfica,

representadas na figura 4.2 sobre um mapa rodoviário que permite clarificar as

respectivas localizações e aspecto dos locais.

112

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113

Os motivos que conduziram à escolha dos locais de monitorização estão relacionados

com um conjunto de factores, onde se inclui a existência de fontes de contaminação

identificadas, acessibilidade, segurança, perfil do leito, perturbações no escoamento e

outras.

Figura 4.1: Localização das Estações de Monitorização da Qualidade da Água na Bacia

(Adaptado de INAG, 2002)

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Figura 4.2: Localização Geográfica das Estações de Monitorização

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A utilização preferencial de pontes rodoviárias permitiu ultrapassar alguns dos principais

obstáculos físicos e técnicos à realização dos procedimentos de monitorização,

principalmente, acessibilidade, segurança e características do perfil do leito da secção

estudada.

P1

O ponto P1, situado na ponte que dá acesso ao Lugar de Fontes, constitui a estação mais

próxima da nascente do Rio Lis (figura 4.3).

Figura 4.3: Aspecto Geral da Estação de Monitorização P1 e do Limnímetro e

Restantes Instrumentos de Medição, Aquisição de Dados e Comunicação Instalados

Este local já apresenta um caudal significativo, não afectado de forma determinante pelas

várias nascentes dispersas a montante e que poderiam afectar os resultados quer em

115

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termos de caudal, quer em termos da presença de contaminação em algum das nascentes,

nem afectado pela existência de fontes de poluição significativas a montante, servindo

deste modo como referência em termos de qualidade da água ao longo do rio.

O leito apresentava-se com um perfil relativamente regular, sem variações relevantes,

com uma lâmina de água de características adequadas para a medição de caudal.

Existe também instalado neste local um limnímetro e um equipamento que permite a

monitorização em contínuo de alguns parâmetros. No entanto, os dados dessa

monitorização são recolhidos pelo INAG, que nem sempre os torna tão acessíveis como

seria desejável. A esta dificuldade acresce o mau funcionamento dos equipamentos em

resultado das excepcionais condições meteorológicas no ano hidrológico em que decorreu

o estudo (2004/05).

Assim, os resultados aqui apresentados poderão ficar disponíveis para eventuais

comparações com os dados recolhidos pelo equipamento instalado e, desta forma, avaliar

a sua real eficácia.

P2

O segundo ponto de monitorização, situado a montante da cidade de Leiria, coincidiu

com o local de captação da ETA de S. Romão (figura 4.4).

Avaliando a qualidade da água neste local, e comparando os resultados obtidos com os

resultados da monitorização a jusante da cidade, em P4, é possível comprovar a

influência que a transposição da cidade confere à qualidade da água.

Apesar das dificuldades inerentes à realização de medições apenas a partir da margem,

apresenta muitas vantagens no que respeita à acessibilidade e segurança, mas também no

que respeita à constância de características do leito, indispensáveis para o bom

funcionamento da ETA.

116

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O ponto P2 mostrou-se muito favorável na medida em que, mesmo nos períodos mais

secos da campanha, nunca proliferaram plantas aquáticas que interferissem de forma

evidente com os resultados. E quando tal aconteceu, rapidamente as entidades

procederam à sua remoção, por imperativos sanitários e de bom funcionamento da

estação.

Tal como na estação P1, também aqui se encontra instalada uma estação de

monitorização da qualidade da água, controlada pelo INAG e com as mesmas

características dos equipamentos instalados em P1.

Figura 4.4: Aspecto do Ponto P2 Situado na ETA de S. Romão

No entanto, a existência de um açude a jusante do local de captação da ETA e, bem

assim, do local de monitorização, condiciona de forma significativa o escoamento,

tornando as velocidades de escoamento relativamente baixas e, deste modo, podendo

inviabilizar ou limitar a medição do caudal.

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P3

O ponto P3, localizado no Rio Lena, mais precisamente, na Ponte das Mestras – Leiria, a

jusante do Matadouro de Leiria (Mapicentro, S.A.) e imediatamente a montante da

confluência com o Rio Lis, encontra-se identificado como um local onde a qualidade da

água permite avaliar a influência deste afluente na qualidade da água global da Bacia

(figura 4.5).

Figura 4.5: Aparência da Estação de Monitorização P3 – Ponte das Mestras: Rio

Lena

As medições foram realizadas a partir da ponte, num local onde existe uma

impermeabilização, de secção e características constantes, que tem vindo a ser utilizada

na monitorização de caudais e qualidade da água desde o 2º quartel do século XX, e que

por este motivo apresenta todas as vantagens para poder ser utilizado para a realização de

estudos como o que aqui se apresenta.

118

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A segurança do local, acessibilidade e facilidade de adaptação às necessidades da

metodologia utilizada constituíram os outros motivos da escolha.

A utilização de uma única estação de monitorização no Rio Lena não permite, contudo,

deduzir qual a evolução verificada na qualidade da água drenada ao longo desta linha de

água.

P4

Uma vez monitorizada a qualidade da água a montante da cidade de Leiria, torna-se

indispensável proceder de forma semelhante a jusante da cidade, para compreender a sua

influência sobre os ecossistemas aquáticos do Rio Lis e, em consequência, de toda a bacia

hidrográfica.

Figura 4.6: Aspecto do P4 – Estação de Monitorização Situada no Rio Lis, a Jusante

da Confluência com o Rio Lena

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A existência da ETAR da Ponte das Mestras, que efectua a descarga para a secção do Rio

Lis a montante, identificada como estrutura sub-dimensionada em fim de vida, e a

confluência com o Rio Lena também a montante, foram os outros motivos que presidiram

à escolha deste local para fazer parte da rede de monitorização.

A segurança e acessibilidade, associados à representatividade do local e à constância de

características da secção do escoamento, constituíram os outros motivos da escolha do

local, que apresenta, contudo, um leito relativamente irregular, com uma rugosidade

significativa, em virtude da presença de rochas (figura 4.6).

A jusante desta estação situam-se os campos do Lis, que se encontram identificados como

potenciais causadores da poluição difusa que mais contribui para a degradação da

qualidade da água na bacia, em resultado da infiltração nos ecossistemas aquáticos de

substâncias fosfatadas e azotadas resultantes da intensa actividade agrícola que aqui se

desenvolve.

Desaguam também as Ribeiras dos Milagres e Souto, identificadas como problemáticas

do ponto de vista da drenagem de águas contaminadas em resultado da descarga de fontes

pontuais de poluição, com origem na actividade agro-pecuária que se desenvolve ao

longo dos seus traçados.

P5

A estação P5 situa-se na Ribeira dos Milagres, a montante da confluência com o Rio Lis,

na ponte da EN 109 na povoação de Regueira de Pontes, exactamente numa das linhas de

água referenciadas como potencial responsável pelas perturbações na qualidade da água

do rio Lis, em resultado da intensa actividade agro-pecuária que se desenvolve na área

drenada por esta linha de água.

Com a escolha deste ponto pretendiam-se avaliar os reais efeitos de descargas pontuais

ou diluídas no tempo sobre a qualidade da água do Rio Lis.

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O reduzido percurso até à zona de confluência com o Rio Lis minimiza eventuais

alterações nos parâmetros favorecendo o estabelecimento de uma relação causa-efeito

entre eventuais descargas na Ribeira e a degradação da qualidade da água do Rio.

Outros motivos que estiveram na base da escolha deste local relacionam-se com a

segurança e a acessibilidade que oferece, possibilitando realizar as amostragens e

medições sem interferências externas.

Apesar destas vantagens, o local apresenta desvantagens importantes. A mais relevante

prende-se com a impossibilidade de quantificar o caudal recorrendo à metodologia

utilizada nos outros locais, em virtude da reduzida altura de água e do perfil irregular do

leito, como se pode observar na figura 4.7. Esta situação foi agravada pelo extenso

período de seca verificado durante a realização deste estudo.

Figura 4.7: Aparência do Ponto P5 Situado na Ponte da EN 109 Sobre a Ribeira dos

Milagres, na Localidade de Regueira de Pontes, Evidenciando o Reduzido Caudal

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P6

O ponto P6 constituiu a estação de monitorização mais próxima, a jusante do local de

descarga da Ribeira dos Milagres, situada junto à estação elevatória de Amor, na ponte

que une Regueira de Pontes à povoação de Barreiros e a cerca de 4,6 km da última

perturbação pontual (ETAR da Ponte das Mestras).

Como na estação P3, também aqui o leito se encontra impermeabilizado para facilitar a

captação de água que é utilizada na rega nos campos do Lis (figura 4.8).

Imediatamente a jusante existe ainda uma estrutura que pode ser adaptada para instalar

um açude temporário que proporciona um nível de água necessário à elevação.Por estes

motivos, a secção é constante, com um leito regular, e o caudal apreciável, permitindo

realizar as recolhas de amostras e medições de forma fácil e em segurança, sem

interferências significativas.

Figura 4.8: Aspecto do Ponto P6 Localizado a Jusante da Confluência com a Ribeira

dos Milagres

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P7

A estação de amostragem P7 situa-se na ponte de ferro de Monte Real, a montante do

açude das Salgadas e Rio de Fora e alguns metros a jusante da descarga da Ribeira do

Souto que, de alguma forma, pode ter influência na qualidade da água do rio nesta

secção.

O leito apresenta, neste local, um perfil relativamente constante, com materiais de

granulometria baixa e uma secção constante favorecida pela inexistência de quaisquer

pilares de sustentação da ponte (figura 4.9).

Figura 4.9: Aspecto do Ponto de Monitorização P7, Situado na Ponte de Ferro de

Monte Real

À semelhança das restantes estações, também a escolha deste ponto teve por base

critérios que primaram pela segurança, acessibilidade e facilidade de adaptação a

condições excepcionais.

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A distância à foz (cerca de 13,5 km) impede que existam influências das marés sobre os

caudais escoados e sobre as características fisíco-químicas das águas.

Outro dos motivos para a escolha deste local prendeu-se com a instalação e entrada em

funcionamento do sistema norte, concluído com a construção da ETAR norte, prevista

para meados de 2007, onde serão tratados grande parte dos efluentes gerados na área

drenada pela bacia do Lis, e que se prevê possa vir a afectar a qualidade da água a jusante

da descarga, localizada a jusante do Açude das Salgadas e, portanto, a jusante deste

ponto.

P8

O último ponto de monitorização, antes do rio desaguar no Oceano Atlântico, localiza-se

na Ponte da Bajanca, a jusante da confluência com o Rio de Fora, do Açude das Salgadas

e do local de descarga da futura ETAR norte, e a montante da descarga da ETAR de

Vieira de Leiria (figura 4.10).

Figura 4.10: Aparência da Ponte da Bajanca Utilizada como Estação de

Monitorização P8

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Tal como em quase todos os outros pontos, a utilização da ponte como estrutura de apoio

proporciona maior segurança e facilidade para recolha de dados e amostras.

Acresce o facto de que o leito apresenta uma configuração relativamente uniforme e

regular, constituído por materiais de granulometria fina e uma profundidade

uniformemente crescente com orientação sul-norte. A existência de dois pilares não

parece afectar de forma significativa as características do escoamento e o perfil do leito.

Em resultado da proximidade do mar, é um local que se encontra afectado pela influência

das marés, não de uma forma directa, já que a cota é superior à que a maior das marés

atinge, mas de uma forma indirecta, dificultando o escoamento e, por este motivo,

afectando o caudal medido.

Para minimizar esta interferência, a escolha da hora para a realização das medições teve

em conta as marés, procurando realizá-las sempre com a maré baixa.

Nesta estação, com a excepção da descarga da ETAR de Vieira de Leiria, não se

identificam claramente outras fontes de degradação da qualidade da água e, portanto, os

parâmetros avaliados reflectem a influência de todas as actividades desenvolvidas que

afectam de forma directa ou indirecta este ecossistema natural.

4.2. Metodologias de Amostragem, Transporte e Preservação das Amostras

A utilização de pontes na maioria das estações de medição facilitou a acessibilidade e a

segurança. No entanto a dificuldade em contactar com a água conduziu à necessidade de

realizar algumas adaptações.

Outra das limitações prendeu-se com o reduzido caudal e o consequente baixo nível de

água, acrescido da necessidade de recolha de um volume suficiente de amostra para a

determinação dos vários parâmetros, o que condicionou a utilização de frascos de

mergulho para recolha das amostras.

125

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A recolha das amostras foi então realizada com auxílio de um balde plástico, de 5 litros

de capacidade, utilizando uma corda de nylon.

Sempre que os movimentos do balde conduziam ao levantamento de sedimentos

depositados no leito, a operação foi repetida.

Em cada local de amostragem, o recipiente de recolha foi passado por água do rio, no

próprio local, sendo essa água rejeitada.

A transferência para os frascos devidamente identificados foi também sempre antecedida

de uma passagem prévia por uma porção de água, que era rejeitada.

As amostras destinadas à determinação de oxigénio dissolvido foram recolhidas

independentemente, utilizando para o efeito frascos de Winkler que foram descidos até ao

leito com auxílio de um fio e mantidos em repouso, totalmente submersos, durante 5

minutos, sendo depois recolhidos e tapados.

As amostras destinadas à quantificação de microrganismos foram também recolhidas de

forma independente para recipientes previamente esterilizados que também mergulhados

na água com auxílio de fio de nylon, depois fechados e transportados para o laboratório.

Até ao laboratório, as amostras foram sendo armazenadas sucessivamente numa mala

térmica onde se encontravam placas de gelo para minimizar os efeitos da temperatura

sobre as características das amostras.

Uma vez chegadas ao laboratório, as amostras foram submetidas aos procedimentos de

preservação descritos no Standard Methods (1998), na secção 1060 C, com base nos

parâmetros analíticos a quantificar.

4.3. Medição do Caudal

A metodologia utilizada na medição do caudal foi adaptada do método original da

secção-velocidade descrito na sub-secção 2.2.3.

126

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Em cada campanha e em cada estação de monitorização, foi traçado o perfil do leito em

função das alturas de água e das alterações provocadas no leito entre campanhas.

Para este efeito foi utilizado um sistema, cujo aspecto se apresenta na figura 4.11,

constituído por uma barra de chumbo, com forma alongada e massa suficiente para não

sofrer arrastamento por acção da corrente de água, suspensa por corda de nylon. Para

medir a altura de água, utilizou-se um objecto flutuante, com um orifício central, por

onde passou a corda de sustentação da barra de chumbo, que se encontrava sustentada por

um fio, e que descia até à superfície do leito.

Figura 4.11: Aparato Adaptado para Medir a Profundidade do Leito na Secção do Leito nas

Estações de Monitorização

Este objecto flutuante foi calibrado para que o nível de água fosse rigorosamente medido

em função da fracção que submergia.

127

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Uma vez descida a barra de chumbo e o objecto flutuante, fixam-se os fios de sustentação

e fazem-se subir em conjunto. A diferença entre a base de apoio da barra e a marca

calibrada do objecto flutuante correspondem à altura de água no local.

Este procedimento foi repetido ao longo da secção transversal do leito, tendo sido

utilizados tantos mais pontos quanto mais larga e irregular a secção, para definir áreas de

escoamento médias constantes e perfeitamente identificadas, como se mostra na figura

4.12.

Figura 4.12: Medição das Verticais para Definição do Perfil do Leito que Contribuem

para o Escoamento numa Secção de uma Linha de Água

Identificadas e estimadas as secções que, no seu conjunto, contribuem para o escoamento

global, torna-se então necessário estimar a velocidade da água.

Os molinetes são os equipamentos que melhores resultados fornecem para estimar

velocidades de escoamento mas, nem sempre se encontram facilmente disponíveis.

A sua utilização está também condicionada pela existência de profundidades que

permitam a realização de leituras por submersão do molinete na secção de escoamento

em estudo.

Estes condicionalismos levaram à adopção de outra metodologia que consistiu na

utilização de fragmentos de madeira como objectos flutuantes que se deslocam à

superfície, a velocidades proporcionais à velocidade do escoamento da água na secção

estudada.

128

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Os fragmentos de madeira utilizados apresentavam uma configuração achatada para

minimizar os efeitos das correntes de ar superficiais e para, nos locais onde a água

apresentava profundidades reduzidas, reduzir a probabilidade de contacto com o leito.

Com esta configuração eliminaram-se alguns erros da adopção desta metodologia, sendo,

no entanto, necessário estabelecer alguns pressupostos:

- A área ocupada pelos pilares sobre o leito foi estimada em função das dimensões

médias, tendo sido subtraída às secções parciais que contribuem para o escoamento total;

- Nas pontes sustentadas por pilares que se encontram em contacto com a água, admite-se

que estes não interferem de forma significativa com a velocidade de escoamento e em

consequência, com o caudal drenado;

- A secção a montante e jusante da ponte não sofre alterações significativas de perfil (este

facto foi comprovado através da realização esporádica de medições do nível de água e

largura do leito;

- Uma vez em movimento, o flutuador não sofre desvios significativos nem alterações

relevantes de velocidade;

- O flutuador não sofre interferências de correntes de ar superficiais que lhe confiram

alterações de velocidade;

- Considerando as reduzidas alturas de água, admite-se que não existe uma estratificação

significativa nas velocidades de escoamento que conduzam a velocidades do flutuador

superiores a 20% relativamente à velocidade da água. Com base neste pressuposto, os

valores de velocidade da água foram corrigidos para 80% da velocidade do flutuador;

- A vegetação não afecta a velocidade de movimentação do flutuador;

- A velocidade foi medida com base no tempo utilizado pelo flutuador para percorrer uma

extensão equivalente à das pontes, com excepção da estação P2, onde o percurso foi

definido entre duas secções distanciadas de 10 metros. As dimensões das pontes

utilizadas apresentam-se na tabela 4.2;

- A largura do leito que contribui para o escoamento foi medida, com aproximação, a

partir da ponte, estabelecendo numa das margens uma referência utilizada

129

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sistematicamente na definição das verticais a medir e das distâncias à linha de água a

partir da margem. Na estação P2, a largura foi medida directamente de uma margem à

outra.

Tabela 4.2: Características das Estruturas de Apoio Utilizadas como Referência na Medição do Caudal

ESTAÇÃO ESTRUTURA DE APOIO UTILIZADA

COMPRIMENTO DA PONTE / MARGEM (com

Base na Secção de Referência)

[metros]

LARGURA DA PONTE (Percurso do Escoamento)

[metros]

P1 Ponte 12,1 5,2 P2 Margem 10 8,95 P3 Ponte 24 7,5 P4 Ponte 33,6 4,3 P5 - - - P6 Ponte 14 4,3 P7 Ponte 32 6,4 P8 Ponte 58 8,2

4.4. Periodicidade da Realização das Campanhas Sinópticas

Considerando os objectivos que se pretendiam atingir com a realização deste trabalho,

julgou-se conveniente estender o período do estudo por um ano civil, uma vez que o

atraso no início do estudo não permitir a utilização do ano hidrológico como referência.

Dada a extensão do estudo e as referências existentes julgou-se adequado proceder à

realização de oito campanhas mensais e quatro campanhas trimestrais em todas as

estações de monitorização.

Em todas as campanhas, as medições realizadas no local foram semelhantes, diferindo

apenas nas determinações realizadas em laboratório.

Com base nestes pressupostos, estabeleceu-se a seguinte planificação para as várias

estações de monitorização:

130

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- Monitorizar mensalmente, de forma sistemática, um conjunto de parâmetros básicos que

caracterizam a qualidade da água, avaliando simultaneamente os caudais instantâneos

nesses locais (com excepção da Ribeira dos Milagres);

- Monitorizar trimestralmente e de forma sistemática os parâmetros básicos e alguns

parâmetros complementares que caracterizam a qualidade da água nas várias estações,

com a avaliação simultânea dos caudais instantâneos respectivos;

- Monitorizar a qualidade da água de alguns dos afluentes mais problemáticos situados

nas proximidades dos referidos pontos (Rio Lena e Ribeira dos Milagres) que se supõe

afectar a qualidade da água da principal linha de água – o Rio Lis, utilizando as mesmas

metodologias e periodicidades das outras estações.

Por motivos relacionados com a disponibilidade do laboratório onde foram realizadas as

análises, a realização de algumas campanhas não foi realizada com a regularidade

desejada, tendo sido adiadas para as datas mais próximas.

A ausência de dados relativos a Dezembro de 2004 ilustra precisamente esta situação.

4.5. Parâmetros Monitorizados

A escolha das variáveis monitorizadas nas várias estações e os parâmetros analisados nas

amostras nelas recolhidas teve em consideração os objectivos do trabalho, a sua

importância na caracterização da qualidade da água e os dados necessários para a

utilização de ferramentas de avaliação da qualidade da água, de que são exemplo, os

índices de qualidade da água.

Como foi referido, a monitorização e análise de um vasto leque de parâmetros pode

permitir, de forma mais objectiva, classificar a qualidade da massa de água de um

ecossistema aquático. No entanto, uma quantidade excessiva de dados pode não ser, de

todo, desejável.

A necessidade de adequação os recursos utilizados às necessidades e aos objectivos

estabelecidos para o estudo, a dificuldade em tornar objectiva a interpretação de uma

131

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grande quantidade de dados e as conclusões enviesadas consequentes, constituem apenas

alguns exemplos de que o excesso de dados pode não ser útil, tornando-se mesmo

inconveniente.

Tendo em conta estes pressupostos, procedeu-se à escolha dos parâmetros e variáveis

monitorizadas durante a realização deste estudo.

Para avaliar as características de algumas variáveis ambientais e o estado geral dos

ecossistemas foram medidos mensalmente em todas as campanhas, nas várias estações de

monitorização, o pH, a temperatura do ar e da água e a condutividade.

Na tabela 4.3 apresentam-se as variáveis medidas nas estações, equipamentos e

instrumentos utilizados, metodologias e resolução dos equipamentos e instrumentos

utilizados.

Tabela 4.3: Metodologias e Equipamentos Utilizados na Monitorização das Variáveis em Todas as Estações

VARIÁVEL MEDIDA UNIDADES METODOLOGIA EQUIPAMENTO / INSTRUMENTO UTILIZADO RESOLUÇÃO

pH Escala de Sörensen Electrometria

Medidor de pH Marca: WPA Modelo: CD 70 Gama de Medição: 0 - 14

0,01

Temperatura da água º C Termometria Termómetro de bolbo de mercúrio 0,5

Condutividade μS/cm Electrometria

Condutivímetro Marca: HANNA Instruments Modelo: HI933000 Gama de Medição: 0,0 μS/cm – 199,9 mS/cm

1 0,1 (mS/cm)

Como já foi referido, aplicou-se ainda o método da secção-velocidade com utilização de

objecto flutuante para avaliar mensalmente o caudal nas secções das estações e para

detectar eventuais relações entre oscilações das variáveis e parâmetros e o factor de

diluição do caudal.

132

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Os restantes parâmetros careciam de determinação laboratorial. Para o efeito, a direcção

do ISLA de Leiria disponibilizou os seus laboratórios, para realizar algumas

determinações para as quais existia equipamento, reagentes ou outros recursos materiais.

Apesar de não se tratar de um laboratório acreditado para a realização de quaisquer

determinações analíticas, a proximidade com o objecto do estudo e a facilidade e

disponibilidade de recursos, constituíram importantes factores a ter em consideração.

Neste laboratório, também mensalmente, procedeu-se à realização de um conjunto de

análises básicas às amostras recolhidas, como complemento das medições realizadas no

local.

A determinação do oxigénio dissolvido, não podendo ser avaliada localmente com

recurso a equipamento específico, foi realizada recorrendo ao método de Winkler, que só

foi possível através da fixação do oxigénio dissolvido na água, adicionando localmente à

amostra, recolhida no frasco de Winkler utilizado na determinação laboratorial, sulfato de

manganês e azida.

A determinação foi efectuada em laboratório de acordo com os procedimentos

estabelecidos.

As análises básicas determinadas mensalmente no laboratório incluíram, para além da

quantificação do oxigénio dissolvido, a avaliação dos teores em matéria orgânica, através

da análise da CBO5, e da concentração em azoto amoniacal.

Incluíram ainda a determinação de outros parâmetros básicos que permitem comprovar os

resultados obtidos e identificar eventuais anomalias não detectadas por esses.

Os restantes parâmetros básicos quantificados foram CQO, ST, SV, SST e SSV, nitritos e

nitratos e azoto total Kjeldahl.

As metodologias utilizadas e respectivos limites de determinação apresentam-se na tabela

4.4.

133

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Tabela 4.4: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial dos Parâmetros Básicos VARIÁVEL MEDIDA

UNIDADES MÉTODO LIMITES DE QUANTIFICAÇÃO (LQ)

OD mg O2/L SM – 4500-O C:

Método de Winkler com Modificação da Azida

0,1 < LQ

CBO5 mg O2/L SM – 5210 B:

Método das diluições para determinação da CBO5 em 5 dias

Diferença entre OD inicial (entre 7 e 9 mg/L) e OD residual (1mg/L)

multiplicando pelo factor de diluição e com um consumo mínimo de 2 mg/L

NAmoniacal mg NH3/L SM – 4500-NH3 B e C:

Destilação preliminar seguida de titulação

5 < LQ < 100

NTotal Kjeldahl mg N/L SM – 4500-Norg B:

Método Macro-Kjeldahl com titulação

51 < LQ < 1002

CQO mg O2/L SM 5220 D:

Refluxo fechado do dicromato, método colorimétrico

253 <LQ < 90

ST mg/L SM – 2540 B: Gravimétrico 62,5 <LQ4 < 5000 SV mg/L SM – 2540 E: Gravimétrico 62,5 <LQ4 < 5000

SST mg/L SM – 2540 D: Gravimétrico 12,5 <LQ5 < 1000 SSV mg/L SM – 2540 E: Gravimétrico 12,5 <LQ5 < 1000

Nitritos mg NO2-/L SM – 4500-NO2

- B: Método Colorimétrico 0,01 < LQ < 1

Nitratos mg NO3-/L ASTM D992: Método do Sulfato

de Brucina 1 < LQ < 50

Fósforo total (Ortofosfatos) mg PO4

3-SM – 4500-P C: Método colorimétrico do ácido

vanadomolibdofosfórico 0,26 < LQ < 18

SM – Standard Methods, 20th Ed. (1998) 1 – A precisão a concentrações inferiores só pode ser garantida através de metodologias colorimétricas 2 – Valores superiores podem ser determinados através da diluição da amostra a um volume final de 300 mL 3 – Abaixo deste valor, os resultados devem ser interpretados como qualitativos 4 – Estimados com base nos volumes de amostra evaporados. Valores ou inferiores ao LQ devem ser interpretados como qualitativos. 5 – Estimados com base nos volumes de amostra filtrados. Valores inferiores ao LQ devem ser interpretados como qualitativos. 6 – Abaixo de 1 mg/L os valores devem ser interpretados como indicativos.

Por motivos relacionados com a inexistência de reagentes e/ou equipamentos, não foi

possível realizar a determinação de azoto amoniacal, nitritos e nitratos e fósforo total, na

campanha realizada no dia 18 de Novembro de 2004.

134

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Trimestralmente, para além de todos os parâmetros básicos já indicados, foram

determinados alguns parâmetros complementares que permitiram aferir, comprovar e

complementar os resultados dos parâmetros básicos.

As análises trimestrais realizadas incluíram a determinação de coliformes totais e fecais,

enterococos, quantificados nos Laboratórios do ISLA de Leiria, e o carbono orgânico

total (COT), que foi quantificado no Laboratório de Ciências do Ambiente do

Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do

Porto (DEQ-FEUP), utilizando para o efeito os métodos indicados na tabela 4.5.

Tabela 4.5: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial dos Parâmetros Complementares VARIÁVEL MEDIDA

UNIDADES MÉTODO LIMITES DE QUANTIFICAÇÃO (LQ)

Coliformes totais UFC/100 mL

SM – 9222 B: Filtração em membrana

filtrante e incubação em meio selectivo (M-Endo)

20 < LQ1 < 80

Coliformes Fecais UFC/100 mL

SM – 9222 D: Filtração em membrana

filtrante e incubação em meio selectivo (M-FC)

20 < LQ2 < 60

Enterococos UFC/100 mL

SM – 9230 C: Filtração em membrana

filtrante e incubação em meio selectivo (Bile esculin agar)

20 < LQ2 < 60

COT mg/L SM – 5310 B:

Método de combustão a alta temperatura

1 < LQ3 < 100

SM – Standard Methods, 20th Ed. (1998) 1 – Filtrando volumes de amostra de 1, 0,1, 0,001 e 0,0001 mL. Volumes máximos filtrados de 1000 mL. Valores inferiores ao limite mínimo são aceitáveis mas valores superiores a 80 UFC/100 mL e inferiores a 200 UFC/100 mL devem ser tomados apenas como valores indicativos. 2 – Filtrando volumes de amostra de 1, 0,1 e 0,001 mL. Volumes máximos filtrados de 1000 mL. Valores inferiores ao limite mínimo são aceitáveis mas valores superiores a 60 UFC/100 mL e inferiores a 200 UFC/100 mL devem ser tomados apenas como valores indicativos. 3 – Depende do equipamento e calibração realizada.

Na primeira campanha trimestral de monitorização foram ainda avaliados outros

parâmetros como forma de realizar um despiste inicial e comprovar concentrações que

justificassem a sua determinação regular.

135

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Estes parâmetros incluíram a determinação da concentração de alguns metais, como o

ferro, cobre, zinco e chumbo, detergentes aniónicos e óleos e gorduras.

A determinação dos metais foi realizada no Laboratório do DEQ-FEUP utilizando para o

efeito um espectrofotómetro de absorção atómica de chama de ar-acetileno, seguindo as

metodologias constantes do Standard Methods 20th Edition (1998).

Os detergentes aniónicos e os óleos e gorduras foram determinados nos laboratórios do

ISLA de Leiria, tendo sido utilizadas para o efeito as metodologias apresentadas na tabela

4.6.

Tabela 4.6: Metodologias Utilizadas na Quantificação Laboratorial de Outros Parâmetros VARIÁVEL MEDIDA

UNIDADES MÉTODO LIMITES DE QUANTIFICAÇÃO (LQ)

Detergentes Aniónicos μg MBAS/L

SM – 5540 C: Colorimetria de determinação de

detergentes aniónicos enquanto substâncias activas ao azul-de-metileno (MBAS)

10 < LQ < 200

Óleos e Gorduras mg/L

SM – 5520 B: Método de separação-gravimetria

0,5 < LQ1

SM – Standard Methods, 20th Ed. (1998) 1 – Utilizando um volume de amostra de 250 mL.

4.6. Análise dos Resultados – IQA

Para facilitar a análise e interpretação dos resultados e evidenciar as características gerais

de qualidade da água nas várias estações de monitorização, para além de uma análise

estatística de correlação multi-variável, apresentada no Anexo B, foi adoptada uma

metodologia baseada na determinação de um Índice de Qualidade da Água (IQA).

Como se descreveu no capítulo 2, há vários exemplos de aplicação de IQA para avaliação

da qualidade de águas superficiais.

Para o cálculo deste índice foram utilizados como parâmetros, a temperatura, pH,

condutividade, oxigénio dissolvido, CBO5, NH3 e coliformes fecais.

136

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Em resultado da inexistência de alguns dados relativos a coliformes fecais, procedeu-se a

algumas adaptações, como se fez referência na tabela 2.3.

Neste estudo, uma vez que a determinação de coliformes fecais apenas foi realizada

trimestralmente, nas restantes campanhas o índice foi calculado adoptando coeficientes

de ponderação recalculados e expressos naquela tabela.

A esta adaptação, acresce o facto de que, na campanha realizada em 18 de Novembro de

2004, não foi possível quantificar os teores em NH3 e na campanha de 23 de Março de

2005, por motivos anormais, a determinação da CBO5 não foi possível.

Assim, foi necessário readaptar, nestas datas, os coeficientes de ponderação aos restantes

parâmetros, como se indica na tabela 4.7, procurando minimizar a inexistência das

restantes variáveis e os efeitos na classificação de qualidade da água nas várias estações

de monitorização.

Tabela 4.7 Readaptação dos Coeficientes de Ponderação Adaptados por MANO de SDD, Tendo em Conta os Dados em Falta nas Campanhas

COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO Com Coliformes Fecais Sem Coliformes Fecais

VARIÁVEIS Com CBO5 e

NH3

Sem CBO5 com NH3

Com CBO5 e sem NH3

Com CBO5 e NH3

Sem CBO5 com NH3

Com CBO5 e sem NH3

T 0,060 0,075 0,071 0,070 0,092 0,085 pH 0,120 0,150 0,141 0,140 0,184 0,171

Condutividade 0,080 0,100 0,094 0,090 0,118 0,110 OD 0,240 0,300 0,282 0,280 0,368 0,341

CBO5 0,200 - 0,235 0,240 - 0,293 NH3 0,150 0,188 - 0,180 0,237 -

Coliformes fecais 0,150 0,188 0,176 - - -

∑ 1 1 1 1 1 1

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5. APRESENTAÇÃO E

DISCUSSÃO DE RESULTADOS

"Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar."

Carlos Pecotche

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5. Apresentação e Discussão de Resultados

Os resultados obtidos nas campanhas sinópticas levadas a efeito durante este estudo

apresentam-se nas secções seguintes agrupados por classes, que incluem os parâmetros

básicos, complementares e parâmetros de despiste inicial.

Em consequência da elevada quantidade de dados obtidos durante o estudo, não se

considerou viável a apresentação gráfica neste capítulo dos resultados individuais por

parâmetro e por estação de monitorização. Estes dados apresentam-se para consulta no

Anexo A.

Com efeito, apresentam-se em tabelas, para cada parâmetro, os resultados individuais por

estação e campanha e os resultados globais agregados em termos de valores médios,

máximos, mínimos e desvio-padrão, demonstrados graficamente com recurso aos valores

médios e desvios-padrão respectivos.

Depois de avaliados criticamente os resultados individuais, apresenta-se uma análise mais

complexa que envolve o cruzamento de dados tendo em conta as relações que se

estabelecem entre parâmetros, traduzida numa análise de correlação-multivariável, que se

apresenta no anexo B e recorrendo também ao cálculo de um índice de qualidade da água

(IQA), para facilitar a apreciação da situação, numa perspectiva espacial e temporal. A

evolução dos resultados calculados individualmente, representa-se no Anexo C.

5.1. Parâmetros Básicos

5.1.1. Caudal

Os resultados da monitorização do caudal expostos na tabela 5.1 evidenciam um longo

período de seca a que o território do continente esteve exposto durante o ano hidrológico

de 2004/05.

139

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A diminuição de caudal ao longo do percurso do rio, como se verifica, por exemplo, no

dia 18 de Novembro de 2004, da estação P1 para a estação P2, ou no dia 20 de Setembro

de 2005 entre as estações P4 e P5, resulta da captação e desvios de caudal em secções

intermédias, nas estações elevatórias ou através de captações particulares.

Este facto é tanto mais visível quanto menor o caudal drenado em resultado do período de

estiagem.

Tabela 5.1: Caudais Medidos nas Várias Campanhas Sinópticas Realizadas

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 0,67 0,61 0,67 1,27 - 2,57 3,02 5,1705-01-2005 0,67 0,76 0,83 1,33 - 2,87 4,76 4,9026-01-2005 0,36 0,60 0,42 0,75 - 2,78 2,93 3,7522-02-2005 0,35 0,62 0,50 1,94 - 2,96 3,42 4,1123-03-2005 0,36 (b) 0,46 1,22 - 3,77 4,41 4,9328-04-2005 0,45 0,88 0,89 1,63 - 3,58 2,33 5,4230-05-2005 (a) 0,96 0,38 0,79 - 1,59 (f) 2,3320-06-2005 (a) 0,63 0,10 0,71 - 0,42 (f) 0,4219-07-2005 (a) 0,58 0,06 0,06 - 0,08 (f) (g)31-08-2005 (a) (c) (d) (e) - 0,99 (f) (g)20-09-2005 (a) (c) (d) 0,80 - 0,57 (f) 3,4706-10-2005 0,41 (c) (d) 0,67 - 0,23 (f) 3,05

Média 0,47 0,70 0,48 1,02 - 1,87 3,48 3,75Máximo 0,67 0,96 0,89 1,94 - 3,77 4,76 5,42Mínimo 0,35 0,58 0,06 0,06 - 0,08 2,33 0,42

Desvio Padrão 0,143 0,145 0,287 0,523 - 1,368 0,931 1,539

Caudal (m3/s)

Notas: As alíneas indicam a impossibilidade de medição do caudal em consequência: (a) Da existência de vegetação densa no leito; (b) Da realização de obras de limpeza do leito; (c) Do açude de jusante se apresentar fechado, com uma cota elevada para permitir a captação da ETA; (d) Do reduzido caudal e assoreamento do leito; (e) Do reduzido caudal, associado à irregularidade do leito; (f) Do fecho do açude das Salgadas e do reduzido caudal que conduziu a uma estagnação da água no leito; (g) Do caudal excessivamente reduzido, com alturas de água inferiores a 5 cm.

Estes resultados são ligeiramente inferiores ao que seria de esperar tendo em conta os

valores apresentados na sub-secção 3.3.1, disponibilizados pelo INAG, que apontam para

valores médios de escoamento de 5,35 m3/s, estimados na estação de monitorização

concordante com o P7.

140

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Mais uma vez, a situação de seca registada no ano hidrológico de 2004/2005 será

responsável pela diferença. Os caudais onde foi possível realizar a medição variaram

entre 0,06 m3/s e 5,42 m3/s.

Na figura 5.1 apresentam-se os valores médios do caudal e respectivos desvios-padrão,

obtidos durante a realização do presente estudo, entre Novembro de 2004 e Outubro de

2005.

Analisando os dados é possível constatar que o Rio Lena, na secção de referência situada

imediatamente a montante da confluência com o Rio Lis (P3), contribui com um

escoamento médio semelhante ao que se verifica na estação P1.

0

1

2

3

4

5

6

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

m3 /s

Figura 5.1: Representação Gráfica dos Caudais Médios e Desvios-Padrão Medidos nas

Estações de Monitorização

É ainda possível constatar um incremento médio de caudal significativo entre as estações

P4 e P6 e entre P6 e P7, apesar da curta distância que as separa. Este facto deve-se, por

um lado, à reduzida influência que exercem as infra-estruturas de captação existentes, e à

contribuição de caudais das linhas de água afluentes entre estes troços e que não foram

consideradas no presente estudo.

141

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O inverso sucede entre os pontos de monitorização P1 e P4, onde o reduzido crescimento

dos caudais medidos se fica a dever, essencialmente, às retenções nos açudes da ETA e

Arrabalde (Cidade) e captações para fins públicos na ETA e particulares para rega.

5.1.2. pH

O pH medido localmente nas amostras recolhidas nas estações de monitorização, como se

pode comprovar na análise da tabela 5.2 e figura 5.2, não apresenta uma variação

significativa em torno dos valores médios. A água é ligeiramente alcalina, com um valor

máximo de pH na ordem de 8,1.

Tabela 5.2: Valores de pH nas Estações de Monitorização nas Várias Campanhas Sinópticas

Realizadas

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 7,64 8,02 7,99 7,84 7,72 7,89 7,82 7,7205-01-2005 7,33 8,07 7,86 7,97 7,85 7,94 7,85 7,6026-01-2005 7,11 8,04 7,64 7,82 7,64 7,94 7,89 7,6222-02-2005 7,58 8,04 7,83 7,77 7,85 7,67 7,49 7,5723-03-2005 7,41 (a) 7,65 7,66 7,61 7,58 7,55 7,3728-04-2005 7,35 7,80 7,71 7,80 7,69 7,65 7,52 7,4830-05-2005 7,46 7,98 7,66 7,57 7,45 7,51 7,55 7,5220-06-2005 7,35 7,47 7,43 7,57 7,41 7,51 7,28 7,5819-07-2005 7,26 7,50 7,35 7,42 7,58 7,65 7,56 7,3031-08-2005 7,68 7,69 7,62 7,53 7,66 7,32 7,32 7,2120-09-2005 7,43 7,68 7,54 7,55 7,75 7,50 7,45 7,4306-10-2005 7,57 7,72 7,59 7,55 7,63 7,46 7,47 7,45

Média 7,43 7,82 7,66 7,67 7,65 7,64 7,56 7,49Máximo 7,68 8,07 7,99 7,97 7,85 7,94 7,89 7,72Mínimo 7,11 7,47 7,35 7,42 7,41 7,32 7,28 7,21

Desvio Padrão 0,17 0,22 0,18 0,16 0,14 0,20 0,20 0,15

pH (Escala Sörensen)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a realização de medições.

142

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7,27,37,47,57,67,77,87,98,08,1

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

pH (E

sc. S

ören

sen)

Figura 5.2: Representação Gráfica dos Valores Médios e Respectivos Desvios-Padrão do pH nas

Várias Estações de Monitorização

Esta variável, por si só, não aparenta evidenciar sinais de perturbações pontuais externas

ao ecossistema aquático nas várias estações de monitorização. Da mesma forma que não

é possível concluir acerca da influência de eventuais contaminações difusas nos mesmos

locais.

Admite-se, porém, que, pelo menos em algumas das estações de amostragem e em

algumas épocas do ano, a actividade fotossintética seja responsável pela elevação do pH.

5.1.3. Temperatura

Tal como para o pH, a temperatura da água foi medida directamente no local.

Os resultados obtidos nas várias campanhas encontram-se compilados na tabela 5.3 e os

valores médios e desvio-padrão estão representados na figura 5.3.

Tabela 5.3: Temperatura da Água nas Várias Estações de Monitorização

143

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Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 17,0 13,0 10,5 11,0 12,0 12,0 12,0 11,005-01-2005 19,0 14,0 15,0 12,0 12,0 12,0 19,0 14,026-01-2005 15,0 9,5 5,0 8,0 4,0 12,0 5,5 3,022-02-2005 15,5 12,0 10,5 11,5 10,5 11,5 11,0 10,523-03-2005 18,0 (a) 15,0 16,0 15,0 15,5 15,0 15,528-04-2005 23,5 18,0 16,0 17,5 14,0 16,5 11,0 15,530-05-2005 19,5 17,0 18,0 21,0 17,0 18,0 18,5 17,520-06-2005 19,0 17,5 18,0 19,0 17,0 18,0 18,5 18,019-07-2005 19,0 19,0 20,0 22,0 18,5 19,5 21,0 18,031-08-2005 18,5 19,0 19,0 21,5 19,0 19,5 19,5 19,520-09-2005 18,5 16,5 15,0 20,0 13,0 14,0 15,5 14,006-10-2005 18,5 15,0 12,5 19,5 11,0 13,5 14,5 10,5

Média 18,4 15,5 14,5 16,6 13,6 15,2 15,1 13,9Máximo 23,5 19,0 20,0 22,0 19,0 19,5 21,0 19,5Mínimo 15,0 9,5 5,0 8,0 4,0 11,5 5,5 3,0

Desvio Padrão 2,14 3,08 4,31 4,79 4,18 3,06 4,56 4,61

Temperatura da Água (º C)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a realização de medições.

0

5

10

15

20

25

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

º C

Figura 5.3: Evolução da Temperatura Média da Água e Desvio-Padrão nas Estações de

Monitorização

Não se encontrando referenciadas quaisquer fontes pontuais de alteração da temperatura

da água nas proximidades das estações de monitorização, constata-se que as temperaturas

medidas ao longo do estudo correspondem às características climáticas verificadas e às

características morfológicas do leito.

144

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A inexistência de grandes massas de água estagnada, associada à agitação provocada pelo

movimento da água e ao reduzido caudal, conduz a uma aproximação da temperatura da

água à temperatura do ar, em resultado da reduzida inércia térmica.

Tal como o pH, a temperatura, por si só, não traduz anormalidades na qualidade da água

na rede de monitorização. No entanto, as oscilações verificadas podem conduzir a

alterações significativas noutros parâmetros ou variáveis.

A solubilidade do oxigénio na água é um dos factores mais afectados pelas alterações de

temperatura, assim como as velocidades das reacções que conduzem a alterações nas

espécies químicas em solução.

5.1.4. Condutividade

A condutividade foi outro dos parâmetros básicos medidos localmente em todas as

campanhas sinópticas.

Tabela 5.4: Condutividade Medida nas Estações de Monitorização

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 718 718 1025 1020 666 975 868 85605-01-2005 691 730 953 1005 930 848 904 88626-01-2005 711 746 1042 1055 659 848 1066 95122-02-2005 745 670 1080 894 1100 1122 1141 85823-03-2005 750 (a) 1135 915 895 844 994 103428-04-2005 658 718 1026 885 672 733 970 88630-05-2005 655 722 1180 9500 480 670 920 74020-06-2005 726 776 1247 9500 723 1458 1664 125019-07-2005 741 773 1327 2600 680 733 2080 138531-08-2005 753 815 1342 2350 720 2220 1402 113020-09-2005 753 742 1150 3020 950 2140 1373 167406-10-2005 774 811 1176 3290 678 2160 1750 1284

Média 723 747 1140 3003 763 1229 1261 1078Máximo 774 815 1342 9500 1100 2220 2080 1674Mínimo 655 670 953 885 480 670 868 740

Desvio Padrão 38 43 122 3164 171 607 394 274

Condutividade (μS/cm)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a realização de medições.

145

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0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

Figura 5.4: Valores Médios e Desvios-Padrão da Condutividade Medida nas

Estações de Monitorização

Os valores medidos apresentam-se na tabela 5.4 e na figura 5.4 representam-se

graficamente os valores médios indicando os respectivos desvios-padrão.

Como foi referido no capítulo 1, a condutividade pode ser relacionada com a existência

de eventuais fontes de poluição por introdução de substâncias específicas que conduzem

ao seu aumento.

Dos parâmetros básicos determinados no local, para além do oxigénio dissolvido, a

condutividade fornece boas indicações da qualidade do ecossistema aquático, desde que

não esteja sob influência directa de águas naturais de condutividade anormalmente

elevada, de que são exemplo as águas marinhas.

Com base nestes pressupostos e analisando atentamente os resultados apresentados na

tabela 5.4, é possível constatar que o ponto P4 é aquele em que a condutividade apresenta

valores mais elevados, apresentando mesmo picos de 9500 μS/cm.

146

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Este valor máximo só é verificado em duas ocasiões, sendo sempre globalmente elevado,

com valores superiores a 1000 μS/cm. Parece ser evidente a existência de uma fonte de

perturbação a montante, situada entre o ponto P2 e o próprio P4.

Quando confrontados os valores medidos na estação P4 com os valores da estação P3 é

possível concluir que o Rio Lena não constitui a causa da elevada condutividade

verificada.

Resta, pois, a influência a que está sujeito o troço que atravessa a cidade de Leiria, para o

qual é descarregado o caudal tratado da ETAR das Olhalvas, e a influência exercida pela

ETAR da Ponte das Mestras situada imediatamente a montante do P4.

Considerando que na data da realização de algumas campanhas que conduziram a valores

elevados de condutividade (por exemplo no dia 20 de Junho de 2005), o açude do

Arrabalde se encontrava fechado e o caudal que o transpunha era praticamente nulo, tudo

aponta para que a causa dos elevados valores esteja relacionada com a descarga de águas

residuais tratadas na ETAR da Ponte das Mestras.

Relativamente aos valores de condutividade medidos nas restantes estações de

monitorização, especialmente nas estações P6, P7 e P8, destaca-se o facto de que nos

meses mais quentes de Junho, Julho e Agosto, sofrem um aumento, provavelmente em

resultado da redução de caudais, como se pode comprovar na tabela 2.1, como

consequência do aumento da concentração de substâncias dissolvidas.

5.1.5. Oxigénio Dissolvido

O oxigénio dissolvido (OD) constitui um dos parâmetros mais relevantes na manutenção

da biodiversidade natural dos ecossistemas aquáticos, condicionando ainda a evolução da

biodegradabilidade de compostos estranhos que neles sejam depostos.

Pelo exposto, a análise dos resultados da determinação dos teores em oxigénio dissolvido,

indicados na tabela 5.5, é extremamente importante.

147

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Tabela 5.5: Oxigénio Dissolvido nas Estações Monitorizadas

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 10,0 9,5 7,9 8,6 6,7 6,2 6,2 5,905-01-2005 10,9 8,8 9,5 8,6 7,5 7,5 5,5 7,126-01-2005 11,8 9,6 11,8 9,0 8,3 7,5 5,5 7,022-02-2005 8,6 8,5 8,5 7,8 2,8 6,2 7,1 7,323-03-2005 8,5 (a) 6,8 5,1 7,0 6,0 4,0 5,228-04-2005 8,9 9,0 7,7 8,4 8,1 7,4 4,3 5,330-05-2005 7,5 7,5 4,9 1,8 6,9 2,5 2,6 4,920-06-2005 8,8 8,6 6,6 0,8 6,1 0,3 1,8 4,019-07-2005 7,7 7,7 5,0 1,9 7,1 2,6 2,7 5,031-08-2005 7,3 7,8 4,9 3,5 6,8 0,0 1,5 2,720-09-2005 6,6 7,6 6,5 1,1 5,5 0,0 3,4 3,706-10-2005 8,5 7,4 6,1 0,7 7,2 0,3 1,8 4,2

Média 8,7 8,4 7,2 4,8 6,7 3,9 3,9 5,2Máximo 11,8 9,6 11,8 9,0 8,3 7,5 7,1 7,3Mínimo 6,6 7,4 4,9 0,7 2,8 0,0 1,5 2,7

Desvio Padrão 1,51 0,81 2,06 3,49 1,43 3,19 1,88 1,45

Oxigénio Dissolvido (mg/L)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras.

Como complemento dos dados medidos, considerando a influência exercida quer pela

temperatura quer pela concentração de sais, sobre a solubilidade do oxigénio,

procedeu-se à estimativa da taxa de saturação, como foi indicado no capítulo 4,

apresentando-se os respectivos resultados na tabela 5.6.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

mg

O2/

L

Figura 5.5: Evolução das Concentrações Médias e Desvios-Padrão de Oxigénio

Dissolvido

148

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Tabela 5.6: Taxas de Saturação em Oxigénio Dissolvido na Água Obtidas com Base nas Concentrações em Oxigénio Dissolvido (tabela 5.5) e Temperaturas da Água (tabela 5.3)

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 103,4 90,2 70,5 78,0 61,7 57,2 57,1 53,205-01-2005 117,7 85,4 94,3 79,5 69,6 69,3 59,8 69,026-01-2005 117,2 84,1 92,5 75,7 63,3 69,3 43,9 52,022-02-2005 85,9 78,5 75,8 71,4 25,3 56,9 64,4 65,723-03-2005 89,7 (a) 67,3 51,6 69,6 60,1 39,3 52,228-04-2005 104,5 95,0 78,4 88,1 78,4 75,7 39,2 53,630-05-2005 81,3 77,3 51,4 20,3 71,4 26,3 27,8 50,920-06-2005 95,2 89,9 69,4 8,5 63,2 3,6 19,3 41,819-07-2005 82,6 82,6 54,9 21,2 75,6 27,8 30,0 52,831-08-2005 77,9 84,7 53,2 39,4 73,8 0,0 15,9 29,320-09-2005 70,7 78,1 64,5 12,3 52,1 0,0 33,7 35,906-10-2005 91,1 73,4 57,6 7,4 65,0 3,3 17,9 37,7

Média 93,1 83,6 69,2 46,1 64,1 37,5 37,4 49,5Máximo 117,7 95,0 94,3 88,1 78,4 75,7 64,4 69,0Mínimo 70,7 73,4 51,4 7,4 25,3 0,0 15,9 29,3

Desvio Padrão 15,01 6,49 14,26 31,35 14,16 30,31 16,52 11,63

Oxigénio Dissolvido (% Sat)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras.

Por seu lado, nas figuras 5.5 e 5.6 podem observar-se, respectivamente, os valores médios

da concentração de oxigénio em solução e taxa de saturação e respectivos desvios-padrão

para as estações monitorizadas.

149

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0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

% S

atur

ação

O2

Figura 5.6: Taxas de Saturação em OD nas Estações de Monitorização

Analisando os resultados obtidos (tabelas 5.5 e 5.6), é possível constatar que na estação

P6, por quatro ocasiões, e na estação P4, por duas vezes, a concentração de oxigénio

dissolvido na água se situava abaixo de 1 mg/L, referenciado na bibliografia como um

valor abaixo do qual a vida piscícola não é possível e a biodiversidade é drasticamente

afectada.

Na realidade, apenas nos ecossistemas das estações de monitorização P1, P2 e P3 as

concentrações se situam normalmente acima de 5 mg/L, enquanto que os valores

mínimos nos pontos P5 e P8 só muito pontualmente ficam abaixo de 3 mg/L.

Importa também referir que na estação P7, nos meses mais quentes de Maio a Outubro de

2005, apenas por uma vez o oxigénio dissolvido se situa acima de 3 mg/L.

Estabelecendo um raciocínio semelhante ao que foi apresentado para a justificação das

elevadas condutividades na estação P4, é possível identificar uma das principais fontes de

depleção do OD, a ETAR da Ponte das Mestras.

No entanto, neste caso, também o armazenamento a montante do açude do Arrabalde,

com reserva de um volume não desprezável de água, e uma profundidade média de 2

150

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metros, associado ao aumento de temperatura nos meses mais quentes, pode ajudar a

explicar os valores relativamente baixos quantificados neste local.

Os motivos das baixas concentrações de OD nos pontos P6 e P7 aparentam estar também

relacionados com o armazenamento de água, uma vez que se localizam em zonas a

montante de açudes.

Este pressuposto pode ser comprovado tendo em conta que no período em que se

verificaram níveis de OD mais reduzidos, os açudes se encontravam fechados e a

velocidade de escoamento era excessivamente baixa de tal forma que em P7 não foi

mesmo possível proceder à medição de caudal de Maio a Outubro de 2005.

Nestas estações (P6 e P7) há ainda a considerar a influência de dois afluentes que

desaguam a montante do Rio Lis, a Ribeira dos Milagres e Ribeira do Souto, quer através

da introdução de matéria orgânica que entra em decomposição e conduz ao excessivo

consumo de oxigénio, quer através da descarga de águas com níveis reduzidos de OD.

No entanto, uma comparação com os resultados obtidos na quantificação do OD na

Ribeira dos Milagres (P5), não confirma a existência de água, descarregada no Rio Lis,

com reduzidos teores deste parâmetro.

Relativamente à Ribeira do Souto (que desagua a montante do P7), também não é

possível confirmar eventuais perturbações, uma vez que esta linha de água não foi

contemplada neste estudo.

Avaliando agora os resultados traduzidos em termos de taxas de saturação, que são

afectadas pelas baixas concentrações de OD, mas também têm em conta os efeitos da

temperatura e concentração salina, é possível confirmar os resultados obtidos e as

conclusões da análise às concentrações de OD.

Comprova-se assim que as baixas concentrações de OD não são devidas aos efeitos da

temperatura, mas devem-se ao consumo resultante da biodegradação da matéria orgânica

existente nessas massas de água.

151

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No sentido oposto, em P1, nas campanhas realizadas em Novembro de 2004 e Janeiro de

2005, encontram-se valores de saturação superiores a 100%. Este efeito pode ser

considerado normal, tendo em consideração as baixas temperaturas verificadas na altura,

a agitação do leito, que conduz a uma sobre-oxigenação e a existência de plantas

aquáticas a montante que favorecem, nos períodos de maior luminosidade, o aumento da

concentração de OD em solução.

Os valores obtidos para as outras estações de monitorização consideram-se normais,

tendo em conta a localização das secções correspondentes a cada estação e as actividades

desenvolvidas e as proveniências de água a montante.

5.1.6. Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5)

A CBO5 é um dos parâmetros mais utilizados para quantificar a matéria orgânica presente

numa água e o seu potencial de biodegradabilidade.

Os resultados obtidos neste estudo encontram-se indicados na tabela 5.7. Os valores

médios e desvios-padrão obtidos para cada estação ao longo do estudo apresentam-se

graficamente na figura 5.7.

Na campanha sinóptica levada a efeito no dia 23 de Março de 2005, em resultado de uma

situação de análise anormal, não foi possível obter resultados da determinação da CBO5.

Os valores inferiores ao limite de quantificação indicado na tabela 4.4, que se apresentam

na tabela 5.7, devem ser interpretados como valores indicativos e não como valores que

caracterizam quantitativamente a amostra submetida à análise.

Tabela 5.7: Resultados da Determinação da Matéria Orgânica Quantificada Como CBO5 nas Amostras Recolhidas nas Estações de Monitorização

152

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Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 0,0 1,5 8,7 6,9 7,4 6,1 1,9 4,905-01-2005 1,0 0,7 1,9 10,8 15,9 3,0 14,0 2,726-01-2005 0,0 0,0 0,4 1,4 6,6 1,9 15,8 1,422-02-2005 0,0 0,4 1,8 10,6 27,1 28,2 10,8 10,823-03-2005 (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a)28-04-2005 1,8 1,2 2,3 5,5 21,7 3,0 6,5 1,630-05-2005 0,0 0,0 9,5 16,4 4,0 1,4 3,2 1,620-06-2005 0,0 0,0 4,1 24,7 5,4 11,3 9,0 1,119-07-2005 0,2 0,0 6,5 16,2 4,2 27,8 3,5 0,631-08-2005 0,0 0,0 0,9 10,8 0,9 59,4 2,2 2,720-09-2005 0,0 0,0 0,2 40,3 7,6 41,5 11,2 0,406-10-2005 0,0 0,0 0,0 47,7 2,3 26,1 4,5 2,5

Média 0,3 0,3 3,3 17,4 9,4 19,1 7,5 2,8Máximo 1,8 1,5 9,5 47,7 27,1 59,4 15,8 10,8Mínimo 0,0 0,0 0,0 1,4 0,9 1,4 1,9 0,4

Desvio Padrão 0,60 0,55 3,43 14,65 8,48 19,21 4,93 2,95

CBO5 (mg/L)

(a) Uma falha na análise não permitiu obtenção de resultados. Nota: Os valores inferiores a 1 mg de O2/L devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação do método.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

CB

O 5 (m

g O

2/L)

Figura 5.7: Representação Gráfica dos Valores Médios da CBO5 e Respectivos

Desvios-Padrão

Ainda que os resultados obtidos na quantificação da matéria orgânica através da CBO5

não tenham uma precisão elevada, permitem comprovar e estimar, com relativa

facilidade, o nível de contaminação de um ecossistema aquático.

153

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Neste estudo, os resultados apresentados comprovam algumas constatações já expostas,

nomeadamente no que respeita às situações de contaminação pontual produzidas pela

descarga das águas residuais tratadas na ETAR da Ponte das Mestras, com efeitos na

qualidade da água da estação de monitorização P4.

Quanto à qualidade da água na estação de monitorização P6, os elevados valores médios

de CBO5 não se ficam a dever à retenção no açude de jusante. As causas apresentadas

para os reduzidos teores em OD neste local não são, portanto, semelhantes.

De facto, observando os resultados da determinação da CBO5 na principal linha de água

que desagua imediatamente a montante deste local, a Ribeira dos Milagres, é possível

comprovar a existência de valores médios elevados que tendem a contribuir para a

elevação dos valores no P6. Acresce a esta contribuição o reduzido percurso entre o P4 e

o P6 sendo de esperar que os efeitos manifestados no primeiro se manifestem ainda no

segundo.

Os elevados valores da CBO5 na estação de monitorização P6 são, portanto, o resultado

da conjugação das influências dos caudais drenados pela Ribeira dos Milagres e dos

caudais provenientes da estação de monitorização P4.

Os valores da CBO5 apresentados na estação de monitorização P7 resultam, também eles,

da contribuição dos caudais afluentes da Ribeira do Souto e dos caudais provenientes da

secção P6, ainda que, tal como foi referido para o OD, não seja possível comprovar a

contribuição desta linha de água.

A redução gradual dos valores médios da CBO5 evidenciados ao longo do percurso do

Rio Lis, a partir da estação de monitorização P6 até à estação P8, revelam a capacidade

deste ecossistema para minimizar os efeitos da poluição pontual introduzida no leito,

mesmo em anos relativamente secos, desde que, como aparenta o presente caso, se trate

de matéria orgânica facilmente biodegradável.

Os resultados apresentados da análise realizada nas estações de monitorização P1 e P2

são expectáveis, uma vez que não se identificam causas de eventuais contaminações de

154

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origem orgânica que provoquem alterações significativas na qualidade da água nestes

locais.

5.1.7. Carência Química de Oxigénio (CQO)

Outra forma de avaliar os teores em matéria orgânica presentes nos meios aquáticos,

consiste na determinação da CQO, tendo-se obtido os resultados que se apresentam na

tabela 5.8.

A figura 5.8 apresenta os resultados relativos entre estações de monitorização, com base

nos valores médios e desvios-padrão.

Tabela 5.8: Resultados da Determinação da CQO nas Estações de Monitorização

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 0,0 0,0 1,8 4,0 9,8 3,3 3,4 1,605-01-2005 5,0 5,5 20,5 30,8 57,2 20,5 31,3 20,026-01-2005 3,5 5,5 15,9 10,2 43,2 14,8 71,6 14,322-02-2005 0,0 8,1 19,2 20,5 78,3 85,6 12,0 8,623-03-2005 0,0 (a) 18,3 48,1 26,9 17,2 15,6 28,728-04-2005 2,1 0,0 6,8 8,9 21,5 19,9 11,0 4,830-05-2005 8,8 5,0 47,9 75,6 29,5 7,2 19,1 9,420-06-2005 0,0 0,3 9,0 76,3 29,6 20,9 32,8 19,619-07-2005 0,5 0,2 17,5 59,0 78,6 70,6 30,2 21,931-08-2005 0,2 0,5 5,5 38,6 10,7 78,2 27,6 9,320-09-2005 0,0 0,0 5,3 86,9 61,6 70,7 13,4 12,106-10-2005 6,6 0,0 6,6 85,4 15,6 66,9 35,8 16,8

Média 2,2 2,3 14,5 45,4 38,5 39,7 25,3 13,9Máximo 8,8 8,1 47,9 86,9 78,6 85,6 71,6 28,7Mínimo 0,0 0,0 1,8 4,0 9,8 3,3 3,4 1,6

Desvio Padrão 3,08 3,08 12,35 30,96 24,86 31,42 17,87 7,80

CQO (mg/L)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 25 mg/L devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação do método.

O principal objectivo da interpretação dos resultados, tendo em conta a evolução deste

parâmetro, consiste na comparação e cruzamento de informação com os resultados da

CBO5, tendo em conta que a metodologia utilizada para a determinação da CQO é mais

precisa e fiável, estando menos susceptíveis a falhas na determinação.

155

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A sua principal desvantagem reside na dificuldade em estimar a biodegradabilidade da

matéria presente, de forma a prever a sua evolução ao longo do curso de água.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

CQ

O (m

g O 2/L

)

Figura 5.8:Evolução dos Valores Médios e Desvios-Padrão da CQO nas Várias Estações

de Monitorização

Comparando os resultados obtidos, constantes da tabela 5.8, com os resultados da

determinação da CBO5, é possível comprovar, pelos mesmos motivos então apresentados,

que a qualidade da água na estação P4 se encontra afectada por uma fonte pontual de

contaminação. No entanto, relativamente às estações P5 e P6, parece existir uma

discrepância relativamente aos valores da CBO5.

O valor médio de CQO obtido a partir do tratamento estatístico das determinações

realizadas às amostras recolhidas na estação P5 é superior ao esperado. O inverso sucede

com os valores estimados para a estação de monitorização P6.

Os valores apresentados para os pontos P3 e P8, apesar de se mostrarem conformes,

tendo em conta os resultados das outras estações, aparentam ser mais elevados do que

seria de esperar.

156

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Tendo em consideração que esta comparação foi realizada com base nos valores médios,

as divergências e incongruências identificadas não podem ser justificadas apenas com

base em eventuais falhas nas determinações analíticas realizadas. A justificação possível

para estas constatações pode estar relacionada com a taxa de biodegradabilidade das

substâncias existentes nas estações de monitorização.

A correspondência entre os resultados obtidos na determinação da CBO5 e da CQO pode

ser comprovada tendo em conta que o coeficiente de correlação entre estes dois

parâmetros apresenta um valor de 0,795.

A matéria presente nas estações P3, P5 e P8 aparenta ter uma biodegradabilidade fácil,

contrariamente ao que sucede com as substâncias presentes nos pontos P6 e P7.

5.1.8. Azoto Total Kjeldahl e Azoto Amoniacal, Nitritos e Nitratos

As formas químicas mais importantes em que o azoto se pode encontrar nos ecossistemas

aquáticos naturais englobam o azoto orgânico, aqui quantificado como azoto total

Kjeldahl (NTK), o azoto amoniacal e o azoto nas suas formas oxidadas, nitritos e nitratos.

A análise conjunta proporciona uma interpretação mais eficaz e coerente, isto porque as

várias formas de azoto se inter-convertem por acção quer de mecanismos e fenómenos

naturais, quer por acção biológica.

A introdução de matéria azotada num ecossistema aquático resulta num conjunto de

alterações no meio receptor, que conduzem à conversão sucessiva das espécies de azoto

introduzidas noutras.

Com base nesta teoria, já referida no capítulo 2, avaliando os valores relativos das

espécies de azoto presentes numa estação de monitorização, é possível deduzir se se trata

de uma fonte de contaminação tópica que se encontra próxima ou que efectuou uma

descarga recente (quando o azoto se encontra essencialmente nas formas orgânica e

amoniacal), ou se, pelo contrário, se trata de uma contaminação difusa, de origem

agrícola, ou tópica, mas cuja descarga foi realizada a uma distância considerável ou

157

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decorreu algum tempo (características que conduzem a valores de nitritos e nitratos

consideráveis).

Tabela 5.9: Resultados da Quantificação do Azoto Total Kjeldahl e Azoto Amoniacal ao Longo do Período em que Decorreu a Monitorização

Data Parâmetro P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8Ntotal 0,7 0,7 2,1 7,0 9,1 5,6 4,2 2,8

Namoniacal (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a)Ntotal 1,5 0,6 1,4 9,1 32,9 6,3 10,8 4,6

Namoniacal 0,6 0,5 0,6 5,5 31,3 3,3 10,0 4,1Ntotal 0,1 0,1 2,2 7,4 24,1 5,9 19,3 4,2

Namoniacal 0,0 0,0 0,7 7,3 19,0 5,0 23,8 3,4Ntotal 19,2 20,0 22,0 27,9 94,2 45,4 10,5 5,2

Namoniacal 1,1 10,6 14,0 10,6 67,9 22,3 12,2 7,5Ntotal 0,0 (b) 0,6 0,6 39,9 3,9 5,3 3,1

Namoniacal 0,0 (b) 0,6 0,4 35,7 2,8 5,3 2,7Ntotal 0,0 0,4 1,0 7,0 15,5 4,6 9,2 9,0

Namoniacal 0,0 0,4 1,7 4,2 11,6 1,5 5,5 1,8Ntotal 3,4 0,0 7,0 30,4 2,8 5,3 2,5 3,6

Namoniacal 1,9 0,0 5,1 24,7 0,0 2,3 0,4 2,2Ntotal 0,0 0,0 2,1 36,4 7,8 11,8 14,8 9,2

Namoniacal 0,0 2,2 2,0 25,4 2,1 11,1 14,0 7,2Ntotal 0,1 3,1 3,6 48,4 7,3 41,0 23,1 3,1

Namoniacal 0,0 0,0 1,0 41,2 1,4 33,0 17,5 0,0Ntotal 0,3 0,0 3,6 72,8 0,6 84,3 17,4 8,7

Namoniacal 0,0 0,1 0,6 67,8 0,6 83,9 14,4 5,7Ntotal 0,6 2,5 2,5 108,4 60,8 87,4 25,2 15,7

Namoniacal 0,5 0,0 1,8 86,2 51,4 64,1 20,4 15,5Ntotal 1,8 3,4 3,5 108,4 10,6 76,3 54,7 12,0

Namoniacal 0,0 0,3 0,1 88,8 6,2 64,3 49,0 11,9Média 2,3 2,8 4,3 38,6 25,5 31,5 16,4 6,8

Máximo 19,2 20,0 22,0 108,4 94,2 87,4 54,7 15,7Mínimo 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 3,9 2,5 2,8

Desvio Padrão 5,41 5,85 5,81 38,70 27,96 34,00 14,10 4,14Média 0,4 1,4 2,6 32,9 20,7 26,7 15,7 5,6

Máximo 1,9 10,6 14,0 88,8 67,9 83,9 49,0 15,5Mínimo 0,0 0,0 0,1 0,4 0,0 1,5 0,4 0,0

Desvio Padrão 0,63 3,31 4,03 33,41 23,14 30,33 13,01 4,67

Namoniacal

06-10-2005

26-01-2005

18-11-2004

05-01-2005

22-02-2005

20-09-2005

19-07-2005

30-05-2005

23-03-2005

Azoto (Total e Amoniacal) (mg/L)

20-06-2005

31-08-2005

Ntotal

28-04-2005

(a) Parâmetro não quantificado nesta data. (b) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 5 mg/L, para o azoto total ou amoniacal, devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação dos métodos.

Os resultados da quantificação do azoto total Kjeldahl e do azoto amoniacal apresentam-

se na tabela 5.9 e os resultados da determinação do azoto na forma de nitritos e nitratos

na tabela 5.10.

158

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Os valores médios e respectivos desvios-padrão de todas as espécies azotadas

encontram-se compilados graficamente na figura 5.9.

Tabela 5.10: Valores Obtidos na Determinação do Azoto na Forma de Nitritos e Nitratos nas Estações de Monitorização ao Longo do Estudo

Data Parâmetro P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8Nitratos (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a)Nitritos (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a)Nitratos 12,07 10,37 20,71 14,80 16,54 16,43 16,66 20,51Nitritos 0,01 0,01 0,35 0,22 0,34 0,62 0,25 0,16Nitratos 12,93 12,59 30,45 17,73 17,90 18,74 10,06 17,98Nitritos 0,02 0,03 0,61 1,45 0,05 0,29 2,29 0,41Nitratos 1,47 1,13 2,31 1,30 0,20 0,00 1,13 1,72Nitritos 0,02 0,03 0,59 0,61 0,02 0,02 0,35 0,43Nitratos 2,48 (b) 3,74 3,07 2,90 2,39 2,23 2,48Nitritos 0,03 (b) 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02Nitratos 14,53 12,59 22,95 30,87 10,90 25,31 35,00 28,60Nitritos 0,02 0,12 0,10 0,03 0,68 0,03 0,52 0,03Nitratos 15,54 11,41 15,62 0,00 14,53 10,99 10,15 10,90Nitritos 0,01 0,01 1,45 0,02 1,14 1,33 1,56 0,89Nitratos 14,11 11,83 18,15 6,69 16,30 0,71 2,39 28,01Nitritos 0,04 0,05 0,02 5,31 0,07 0,27 1,51 2,14Nitratos 15,20 11,92 8,97 12,00 16,63 0,79 8,97 8,38Nitritos 0,03 0,04 0,99 1,21 0,12 0,07 1,70 0,30Nitratos 17,48 13,60 14,61 12,34 22,70 55,14 18,24 22,79Nitritos 0,07 0,14 0,02 13,53 0,06 1,80 0,58 0,02Nitratos 15,37 10,48 13,60 4,67 18,15 10,82 26,07 14,36Nitritos 0,05 0,03 0,07 4,28 1,12 12,30 0,38 0,76Nitratos 15,88 9,72 12,25 0,00 23,54 3,32 6,94 26,07Nitritos 0,11 0,02 0,28 0,88 3,24 1,02 5,70 4,55

Média 12,46 10,56 14,85 9,41 14,57 13,15 12,53 16,53Máximo 17,48 13,60 30,45 30,87 23,54 55,14 35,00 28,60Mínimo 1,47 1,13 2,31 0,00 0,20 0,00 1,13 1,72

Desvio Padrão 5,386 3,517 8,238 9,419 7,333 16,298 10,642 9,722Média 0,04 0,05 0,41 2,51 0,62 1,61 1,35 0,88

Máximo 0,11 0,14 1,45 13,53 3,24 12,30 5,70 4,55Mínimo 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

Desvio Padrão 0,029 0,043 0,468 4,066 0,969 3,594 1,618 1,361

06-10-2005

Nitratos

Nitritos

20-06-2005

19-07-2005

31-08-2005

20-09-2005

22-02-2005

23-03-2005

28-04-2005

30-05-2005

Azoto (nitritos e nitratos) (mg/L)

18-11-2004

05-01-2005

26-01-2005

(a) Parâmetro não quantificado nesta data. (b) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 1,00 mg/L, para os Nitratos e 0,01 mg/L, para os Nitritos, devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação dos métodos respectivos.

Examinando os resultados expressos na tabela 5.9 verifica-se que as estações de

monitorização P4, P5 e P6 apresentam valores médios de azoto total Kjeldhal

relativamente elevados comparativamente com as outras estações de monitorização.

159

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0

10

20

30

40

50

60

70

80

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

mg/

LNtotalNamoniacalNitratosNitritos

Figura 5.9:Evolução dos Valores Médios e Desvios-Padrão das Várias Espécies de Azoto

Quantificadas no Período de Monitorização

Esta constatação é particularmente visível quando comparados com os resultados das

estações P1, P2 e P3.

A causa dos valores apresentados em P4 foi já identificada – ETAR da Ponte das

Mestras, servindo estes parâmetros apenas para comprovar a dedução então realizada

para a condutividade e OD.

Os valores elevados apresentados na estação P5 indiciam a existência de fontes de

contaminação já referenciadas, características de resíduos biológicos orgânicos azotados,

com origem nas suiniculturas situadas a montante na área drenada por esta secção da

Ribeira dos Milagres.

160

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O nível de contaminação relativamente a estes parâmetros, que se observa na estação de

monitorização P6 é o resultado da junção dos efeitos provocados pelas fontes de

contaminação identificadas a montante de P4 e P5.

Os efeitos da concentração elevada no caudal proveniente da estação P4 sobre a

concentração verificada em P6 são mais relevantes do que os efeitos do caudal da Ribeira

dos Milagres. Este facto pode ser comprovado quando comparados os resultados obtidos

ao longo de várias campanhas, de que são exemplo as campanhas realizadas entre Maio e

Outubro de 2005, onde se pode verificar uma relação directa entre o nível de azoto total e

amoniacal na estação P4 e na estação P6.

O mesmo não sucede com os caudais afluentes da Ribeira dos Milagres que, apesar da

sua proximidade, se diluem no caudal do Rio, como se comprova na análise dos

resultados correspondentes às campanhas levadas a efeito em Janeiro, Março e Abril de

2005.

Na estação P7 é provável que os valores elevados verificados estejam ainda relacionados

com as situações a montante de P6. A diminuição do valor médio comparativamente com

o obtido na estação P6 parece comprovar esta dedução.

A eventual influência da Ribeira do Souto nos valores medidos em P7 não pode ser

comprovada devido à inexistência de dados de monitorização nesta linha de água.

Os efeitos da atenuação natural verificada ao longo do percurso do rio são evidentes

quando analisada a progressão dos valores médios entre a estação P6 e a estação P8 com

um decréscimo constante e relativamente linear.

Relativamente aos resultados apresentados na tabela 5.10, que traduzem os valores das

determinações de azoto na forma de nitratos, é possível constatar que os valores não

variam de forma significativa entre estações.

Os valores correspondentes aos nitritos, contudo, variam com maior extensão,

apresentando as estações P4, P6 e P7 os valores médios mais elevados, superiores a 1,5

mg/L e, no caso da estação P4, valores máximos que chegam a ultrapassar 13 mg/L.

161

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Ainda assim a variabilidade para estes dois parâmetros não é significativa, parecendo

indiciar a existência de uma contaminação essencialmente de origem difusa em resultado

da actividade agrícola que se desenvolve um pouco por toda a área drenada pela bacia

hidrográfica.

Isto explica também que a concentração em nitratos não decresça ao longo do percurso

do rio em direcção à foz e o seu aumento pode mesmo ficar a dever-se à oxidação das

espécies reduzidas de azoto amoniacal, promovida por fenómenos naturais ou biológicos,

que se associam à introdução difusa em resultado da referida actividade agrícola.

Os elevados teores em nitratos detectados na estação P1, próximo da nascente, são,

também eles, resultado da actividade agrícola que se desenvolve nas proximidades desta

estação e que acaba por ter uma importância significativa nos resultados.

Quando cruzados os dados relativos à monitorização do azoto total e amoniacal com os

dados dos nitritos e nitratos é possível comprovar a existência de mecanismos naturais de

oxidação que actuam sobre os efluentes azotados descarregados a montante, a distâncias

consideráveis dos locais de monitorização e/ou descargas realizadas algum tempo antes

da recolha das amostras. Um exemplo deste facto é o que sucede na campanha de 30 de

Maio na estação de monitorização P5.

Por outro lado, quando a descarga é realizada nas proximidades do local de colheita das

amostras, os valores de azoto total e amoniacal são muito superiores aos valores da

concentração de nitritos e nitratos. Os resultados das campanhas realizadas em Setembro

e Outubro de 2005 são disso exemplo.

5.1.9. Fósforo Total

O fósforo total constitui outro dos parâmetros básicos indicativos do teor em nutrientes

presentes na água, pelo que foi quantificado ao longo do estudo.

162

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Os resultados obtidos encontram-se compilados na tabela 5.11, apresentando-se, de forma

gráfica, na figura 5.10 a evolução das concentrações médias e desvios-padrão nas várias

estações.

Tabela 5.11: Resultados da Determinação das Concentrações em Fósforo Total nas Várias Estações

de Monitorização

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a) (a)05-01-2005 0,00 0,00 0,38 1,11 1,01 0,21 0,86 0,5926-01-2005 0,28 0,34 0,43 2,28 5,37 2,12 5,11 0,8622-02-2005 0,00 0,19 0,00 1,42 0,24 3,22 0,82 0,7123-03-2005 0,24 (b) 0,88 0,66 3,99 2,15 0,15 1,0328-04-2005 0,00 0,00 0,64 0,84 1,48 0,64 0,75 1,9730-05-2005 0,06 0,06 1,39 4,36 0,88 1,22 0,49 0,1720-06-2005 0,21 0,00 0,99 0,11 0,45 0,94 2,68 1,7819-07-2005 0,34 0,34 1,87 0,92 1,35 0,58 1,20 1,1431-08-2005 0,19 0,17 0,54 2,08 0,60 4,51 0,28 0,1320-09-2005 0,21 0,17 0,30 4,66 3,46 2,77 1,42 0,5406-10-2005 0,64 0,00 0,94 0,84 0,73 2,00 0,77 1,57

Média 0,20 0,13 0,76 1,75 1,78 1,85 1,32 0,95Máximo 0,64 0,34 1,87 4,66 5,37 4,51 5,11 1,97Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,11 0,24 0,21 0,15 0,13

Desvio Padrão 0,191 0,137 0,533 1,496 1,700 1,301 1,431 0,617

Fósforo total (mg/L)

(a) Parâmetro não quantificado nesta data. (b) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 0,2 mg/L devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação do método utilizado.

0

1

2

3

4

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

mg/

L

Figura 5.10: Evolução das Concentrações Médias e Desvios-Padrão de Fósforo Total Obtidas

por Tratamento Estatístico dos Resultados da Monitorização

163

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A introdução de fósforo nas águas está normalmente relacionada com a descarga de

esgoto doméstico ou de agentes de limpeza normalmente presentes nas águas residuais de

origem doméstica.

Avaliando os resultados obtidos, constata-se que as concentrações são, geralmente,

extremamente baixas, inferiores a 3 mg/L, valor definido como requisito legal a ser

observado em águas residuais descarregadas em ecossistemas sensíveis.

Só muito pontualmente foram detectadas concentrações mais elevadas, por duas vezes na

estação P4, três na estação P5 e apenas uma vez na estação P7, que coincide com um

valor elevado detectado em P5 e, portando, pode estar relacionado com eventual descarga

pontual nesta data (26 de Junho de 2005).

Na estação P4 os valores detectados, não apresentando uma relação directa com as

concentrações medidas na estação P3, parecem estar também relacionados com a

descarga da ETAR da Ponte das Mestras, a montante.

No entanto, para este parâmetro, o troço do Rio Lis que atravessa a Cidade pode também

contribuir para os resultados obtidos, uma vez que se verificam valores elevados mesmo

em períodos em que o açude do Arrabalde permitia a passagem de caudal. Não é, no

entanto, possível comprovar este efeito, em virtude de não ter sido direccionado o estudo

neste sentido.

É relevante ainda referir que as descargas introduzidas no Rio pelo efluente tratado da

ETAR e pelo caudal da Ribeira dos Milagres, são atenuadas de forma natural ao longo do

percurso do Rio, constatando-se uma diminuição gradual das concentrações entre as

estações de monitorização P6 e P8, como aliás se verifica claramente para as evoluções

da matéria orgânica e azoto total e amoniacal.

5.1.10. Sólidos Totais (ST), Voláteis (SV), Suspensos Totais (SST) e Suspensos Voláteis (SSV)

Os resultados das determinações dos teores de ST, SV, SST e SSV apresentam-se na

tabela 5.12 e podem ser visualizados, em termos de valores médios, na figura 5.11.

164

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Tabela 5.12: Resultados da Determinação de ST, SV, SST e SSV nas Estações de Monitorização

Data Parâmetro P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8ST 422 422 588 1448 413 552 470 502SV 143 87 120 750 133 107 77 83

SST 4 1 11 11 9 17 25 31SSV 3 1 10 10 6 9 7 7ST 380 397 597 542 393 475 483 495SV 65 95 152 95 145 108 98 87

SST 12 20 19 24 22 31 31 13SSV 8 13 7 21 17 12 23 10ST 360 388 603 577 382 465 420 478SV 58 85 127 100 88 88 290 77

SST 4 12 3 16 23 14 61 10SSV 2 4 3 13 14 10 54 5ST 422 410 582 507 565 550 622 460SV 68 67 83 110 205 92 185 57

SST 12 29 8 21 168 57 19 23SSV 7 6 6 11 113 40 8 5ST 343 (a) 640 478 460 468 495 517SV 63 (a) 78 173 167 85 150 40

SST 3 (a) 3 4 13 9 14 33SSV 3 (a) 3 3 8 4 5 11ST 1230 388 1243 535 1693 345 452 595SV 817 120 488 135 1225 87 140 150

SST 2 1 2 11 22 10 17 30SSV 0 0 1 7 10 3 3 9ST 493 557 765 1208 378 1063 745 750SV 145 117 168 208 98 502 235 267

SST 3 10 11 39 11 5 15 33SSV 2 8 8 21 8 3 12 20ST 615 560 815 1695 437 945 1215 875SV 345 390 445 280 103 290 440 263

SST 4 16 11 32 39 7 58 36SSV 4 16 9 26 19 1 24 14ST 532 587 1032 1678 572 1370 1132 875SV 215 130 328 315 165 287 227 188

SST 6 8 8 18 156 27 37 39SSV 3 3 4 10 50 11 1 0ST 582 530 745 1063 397 1048 737 565SV 220 225 160 140 122 125 115 75

SST 0 9 12 13 10 31 40 45SSV 0 3 6 9 5 18 16 4ST 962 848 1388 2443 750 1040 1325 1305SV 232 125 253 185 148 133 135 142

SST 4 11 8 29 17 21 18 53SSV 1 3 4 25 8 16 1 12ST 935 1105 730 1572 355 973 905 710SV 340 505 180 143 100 105 113 120

SST 5 15 7 39 3 12 22 17SSV 2 8 2 31 3 8 6 9

Média 606,4 562,8 810,7 1145,5 566,3 774,3 750,2 677,2Máximo 1230 1105 1388 2443 1693 1370 1325 1305Mínimo 343 388 582 478 355 345 420 460

Desvio Padrão 284,81 225,57 269,81 637,05 372,48 332,36 322,77 247,66Média 225,9 176,9 215,0 219,4 224,9 167,4 183,7 129,2

Máximo 817 505 488 750 1225 502 440 267Mínimo 58 67 78 95 88 85 77 40

Desvio Padrão 212,52 142,27 136,44 180,63 316,86 128,31 102,53 76,00Média 4,9 11,9 8,5 21,4 41,1 20,1 29,8 30,3

Máximo 12 29 19 39 168 57 61 53Mínimo 0 1 2 4 3 5 14 10

Desvio Padrão 3,63 8,05 4,81 11,39 57,17 14,70 16,23 12,79Média 2,8 5,9 5,2 15,6 21,7 11,3 13,3 8,9

Máximo 8 16 10 31 113 40 54 20Mínimo 0 0 1 3 3 1 1 0

Desvio Padrão 2,49 4,90 2,91 8,88 31,20 10,47 15,01 5,25

ST

SV

SST

SSV

06-10-2005

22-02-2005

23-03-2005

28-04-2005

30-05-2005

20-06-2005

19-07-2005

31-08-2005

20-09-2005

Sólidos (mg/L)

18-11-2004

05-01-2005

26-01-2005

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 72,5 mg/L para os ST e SV, e a 12,5 mg/L para os SST e SSV, devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação dos métodos utilizados.

165

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0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

ST e

SV

(mg/

L)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

SST

e SS

V (m

g/L)

STSVSSTSSV

Figura 5.11: Valores Médios e Respectivos Desvios-Padrão Obtidos a Partir da Análise Estatística

dos Resultados da Determinação de ST, SV, SST e SSV

Neste contexto, a determinação dos sólidos enquanto parâmetro básico permite avaliar a

importância das diferentes fracções de matéria na qualidade geral da água das várias

estações de monitorização e relacioná-la com outros parâmetros, por exemplo, os

relativos à quantificação da matéria orgânica.

De uma forma aproximada, através da análise dos resultados da comparação entre os ST

e os SV é possível também identificar a presença de matéria orgânica em maiores ou

menores porções e estimar a fracção de matéria inorgânica presente.

Com base nestes pressupostos, é possível constatar que, de um modo geral, a matéria

presente na água analisada nas várias estações de monitorização se encontra dissolvida e

é, em larga medida, constituída por matéria inorgânica. Esta constatação é

particularmente visível nas estações P1, P4, P6, P7 e P8.

A estação que apresenta mais matéria dissolvida volátil, comparativamente com o resíduo

sólido total, é a estação P5.

166

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É também neste local que se verifica uma maior proximidade entre os valores médios de

ST e SST, em resultado, principalmente, dos elevados valores do segundo parâmetro

comparativamente com os do primeiro.

Estes resultados parecem evidenciar a presença de matéria particulada em concentrações

apreciáveis. Esta matéria aparenta ser de origem orgânica já que os teores em SSV são

também significativos.

Já os elevados valores médios de SV observados nos pontos P1 e P2 podem-se ficar a

dever à existência de carbonados em concentrações elevadas, que interferem na

determinação analítica. Este facto pode ser comprovado quando analisados os resultados

obtidos na quantificação da matéria orgânica expressa em termos de CBO5 e CQO e pelos

reduzidos valores verificados para os SSV.

Na estação P4 os elevados teores médios de ST, comparativamente com os restantes

parâmetros, ficam a dever-se à presença de matéria inorgânica dissolvida.

Com base nestes resultados não é possível comprovar a influência de eventuais fontes

pontuais de alteração da qualidade da água.

5.2. Parâmetros Complementares

5.2.1. Microrganismos

A grande variedade de microrganismos que podem ser avaliados para estimar a qualidade

ou o grau de contaminação de um ecossistema aquático, e a necessidade de rentabilizar

recursos, conduziu, como já se fez referência oportunamente, à determinação de três

grupos de organismos considerados representativos de contaminações de origem fecal,

que incluíram os coliformes totais e fecais e os enterococos.

Os resultados obtidos encontram-se compilados na tabela 5.13, a partir dos quais se fez a

respectiva análise estatística por avaliação dos valores médios e desvios-padrão que

foram representados graficamente na figura 5.12.

167

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Tabela 5.13: Concentração em Coliformes Totais e Fecais e Enterococos nas Amostras Recolhidas Trimestralmente nas Estações de Monitorização

Data Parâmetro P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8Coli Fecais 70 140 14000 83000 110000 24000 33000 29000Coli Totais 2000 2400 1000 39500 111000 150000 66000 71000

Enterococos 600 600 11500 55000 20000 13200 28500 14500Coli Fecais 660 (a) 2000 118000 46000 10250 21750 27500Coli Totais 3700 (a) 6000 197000 72250 25000 136000 157000

Enterococos 610 (a) 500 53500 51500 4000 10500 7250Coli Fecais 170 0 500 120000 1000 140000 6250 0Coli Totais 7000 9750 41000 278000 34000 240000 54000 24500

Enterococos 700 2000 1000 135000 7000 135000 500 9750Coli Fecais 765 30 1750 1060000 750 780000 28000 4500Coli Totais 42500 12000 58000 1950000 120000 2250000 190000 111000

Enterococos 500 300 2250 79000 11250 46500 15000 4000Média 416 57 4563 345250 39438 238563 22250 15250

Máximo 765 140 14000 1060000 110000 780000 33000 29000Mínimo 70 0 500 83000 750 10250 6250 0

Desvio Padrão 347 74 6326 476803 51628 365619 11617 15135Média 13800 8050 26500 616125 84313 666250 111500 90875

Máximo 42500 12000 58000 1950000 120000 2250000 190000 157000Mínimo 2000 2400 1000 39500 34000 25000 54000 24500

Desvio Padrão 19246 5021 27526 894746 39424 1059508 63611 56504Média 603 967 3813 80625 22438 49675 13625 8875

Máximo 700 2000 11500 135000 51500 135000 28500 14500Mínimo 500 300 500 53500 7000 4000 500 4000

Desvio Padrão 82 907 5178 38086 20117 59741 11622 4428

Enterococos

Microrganismos (UFC/100 mL)

Coli Fecais

Coli Totais

05-01-2005

23-03-2005

20-06-2005

06-10-2005

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 20 UFC/100 mL e superiores a 800 000 UFC/100 mL, com base num volume filtrado de 0,1 mL e uma diluição prévia de 1:10, devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação dos métodos utilizados.

1,0E+00

1,0E+01

1,0E+02

1,0E+03

1,0E+04

1,0E+05

1,0E+06

1,0E+07

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

UFC

/100

mL

Coli TotaisColi FecaisEnterococos

Figura 5.12: Valores Médios de Concentração (UFC/100 mL) de Coliformes Totais, Fecais e

Enterococos e Respectivos Desvios-Padrão

168

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Uma análise aos resultados apresentados na tabela 5.13 permite detectar valores elevados

de coliformes totais na última campanha de monitorização realizada a 6 de Outubro de

2005, de uma forma generalizada em todas as estações de monitorização.

Pormenorizando a análise aos resultados obtidos para a estação de monitorização P1,

constata-se que apresenta valores muito superiores à média, que só podem ser explicados

por eventual contaminação em resultado da descarga de resíduos ou em virtude da

reacção do ecossistema ao período de seca associado às elevadas temperaturas.

Não é possível comprovar esta relação com as características climáticas uma vez que só

se procedeu à determinação de microrganismos antes e depois do verão.

No entanto importa destacar o facto de que o aumento da concentração em

microrganismos, de um modo geral, se vinha a verificar com o aproximar do tempo

quente.

Cruzando os resultados obtidos nas várias estações nessa data com dados relativos à

determinação da matéria orgânica e azoto total, na mesma estação P1, é possível

identificar alguma relação, que parece comprovar a ideia da importância da diluição

sobre as concentrações de substâncias e microrganismos patogénicos neste ecossistema.

Relativamente aos restantes resultados importa destacar os elevados valores obtidos em

média nas estações P4 e P6, que ultrapassaram, frequentemente, os limites de

quantificação dos métodos utilizados e, por esse motivo, apenas podem ser analisados

como valores indicativos.

Estes resultados comprovam a generalidade das conclusões a que já se chegou na análise

a outros parâmetros, designadamente, no que respeita à influência exercida pelo efluente

descarregado pela ETAR da Ponte das Mestras, sobre o ponto P4, e os efeitos da

acumulação com o caudal da Ribeira dos Milagres sobre a qualidade da água no ponto

P6.

A água drenada na secção P5 da Ribeira dos Milagres, não sendo uma secção do Rio Lis,

apresenta valores médios consideráveis quando, por exemplo, comparados, com os

169

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valores médios de microrganismos no Rio Lena (P3), denotando a sua contribuição para a

degradação da qualidade da água, em particular na estação de monitorização P6.

Nas restantes estações de monitorização os resultados encontram-se de acordo com o que

seria expectável, reflectindo os efeitos causados pelas actividades e efluentes por elas

produzidas sobre a concentração de microrganismos na água.

5.2.2. Carbono Orgânico Total (COT)

A determinação de COT, pelos motivos apresentados no capítulo 4, apenas foi realizada

trimestralmente. Os resultados obtidos, apresentados na tabela 5.14, complementam as

determinações analíticas efectuadas mensalmente para a quantificação da matéria

orgânica presente nos ecossistemas aquáticos nas várias estações de monitorização, que

incluíram a determinação da CBO5 e CQO.

Este parâmetro pode ser então utilizado para comprovar os resultados daquelas

determinações.

Tabela 5.14: Resultados da Quantificação do COT nas Várias Estações de Monitorização

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P805-01-2005 0,2 1,2 4,0 2,7 22,1 4,2 6,5 2,723-03-2005 20,2 (a) 9,5 18,7 6,9 11,4 8,3 18,320-06-2005 5,9 14,6 18,7 18,7 9,3 9,5 9,4 10,406-10-2005 4,8 1,1 6,4 16,6 9,4 12,5 8,3 4,0

Média 7,8 5,6 9,6 14,2 11,9 9,4 8,1 8,9Máximo 20,2 14,6 18,7 18,7 22,1 12,5 9,4 18,3Mínimo 0,2 1,1 4,0 2,7 6,9 4,2 6,5 2,7

Desvio Padrão 8,62 7,80 6,43 7,72 6,88 3,67 1,17 7,13

COT (mg/L)

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores inferiores a 1 mg/L devem ser interpretados como valores indicativos, tendo em conta o limite de quantificação do método utilizado.

170

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No gráfico da figura 5.13 comparam-se os valores médios da CBO5 e CQO, calculados

com base nos valores de todas as campanhas de monitorização realizadas mensalmente, e

os valores do COT das campanhas realizadas trimestralmente.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

mg/

L

CQO (mg/L)COT (mg/L)CBO5 (mg/L)

Figura 5.13: Representação Gráfica das Valores Médios Relativos Obtidos dos Resultados das

Determinações Analíticas da CBO5, CQO e COT

Analisando os resultados da tabela 5.14 é possível constatar que existem alguns

resultados aparentemente divergentes, como é exemplo o resultado da amostra recolhida

em Março de 2005 em P1, da amostra recolhida em Junho em P2 e da amostra recolhida

nos pontos P4 e P5 no dia 5 de Janeiro de 2005.

Estas incongruências podem estar relacionadas com eventuais contaminações das

amostras ou aprovisionamento inadequado que podem ter conduzido a resultados

anormalmente elevados no dia 23 de Março de 2005, em P1 em 20 de Junho de 2005 em

P2.

171

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Também por este motivo, os valores médios apresentados no gráfico da figura 5.13

podem estar afectados por estas potenciais anomalias.

Assim, apenas se pode comprovar a existência de valores elevados nas estações de

monitorização P4, P5, P6 e P7 em todos os parâmetros comparados.

Da mesma forma, também se pode comprovar os reduzidos teores em matéria orgânica

presentes nas restantes estações de monitorização, comprovando os resultados obtidos

pelas metodologias utilizadas mensalmente.

5.3. Parâmetros de Despiste Inicial

5.3.1. Detergentes Aniónicos

Na primeira campanha de monitorização trimestral, procedeu-se à determinação analítica

para detectar e se possível quantificar os teores em detergentes aniónicos, como

substâncias activas ao azul-de-metileno (MBAS).

Para o efeito foi utilizada a metodologia descrita no capítulo 4.

Em todas as estações se obteve uma concentração inferior ao limite detectável e, em

consequência, inferiores aos limites de quantificação do método – 10 μg/L.

Para rentabilizar os recursos julgou-se conveniente não repetir esta determinação analítica

ao longo do estudo, admitindo que as condições existentes nessa data se manteriam

constantes.

De facto, durante a realização do estudo, durante a realização das campanhas sinópticas,

não se observou qualquer aspecto ou actividade que pudessem contribuir de forma

significativa para a presença de detergentes aniónicos na água, de tal forma que

alterassem o seu estado de qualidade.

172

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5.3.2. Óleos e Gorduras

Apesar da metodologia utilizada não ser a mais adequada às concentrações expectáveis

na água de um rio com as características do Rio Lis, dificuldades relacionadas com a

adaptação de novas metodologias mais sensíveis nas gamas baixas de concentração

impediram a identificação e respectiva quantificação dos teores em óleos e gorduras

presentes nas amostras recolhidas.

Assim, os resultados obtidos na campanha de monitorização trimestral levada a efeito no

dia 5 de Janeiro de 2005 mostraram-se inferiores a 0,5 mg/L em todas as amostras,

recolhidas nas várias estações de monitorização.

Pelos mesmos motivos apresentados para os detergentes aniónicos, que se prenderam

com a necessidade de rentabilização de recursos e com a inexistência de situações

evidentes que conduzissem ao aumento deste parâmetro, não se realizaram quaisquer

outras determinações do teor em óleos e gorduras ao longo do estudo.

5.3.3. Metais – Ferro, Cobre, Zinco e Chumbo

A quantificação dos teores em alguns metais considerados mais representativos tendo em

conta as actividades industriais existentes e a sua influência sobre a área drenada pela

bacia hidrográfica do Lis, foi realizada por espectrofotometria de absorção atómica num

laboratório do DEQ-FEUP, utilizando para o efeito as amostras recolhidas na campanha

trimestral de monitorização realizada no dia 5 de Janeiro de 2005.

Os resultados obtidos nessas determinações apresentam-se na tabela 5.15.

De todos os parâmetros analisados, apenas foi possível quantificar os teores em ferro nas

amostras recolhidas nas estações de monitorização P3, P4, P5, P6 e P8.

Os valores mais elevados foram registados em P5 mas, ainda assim, não atingiram sequer

0,5 mg/L.

173

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Tabela 5.15: Resultados da Análise de Alguns Metais, na Campanha de Monitorização Trimestral Realizada no Dia 5 de Janeiro de 2005

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8Cobre < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05Zinco < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1Ferro < 0,1 < 0,1 0,166 0,136 0,492 0,142 < 0,1 0,189

Chumbo < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1

Metais (mg/L)

Nota: Os valores precedidos do sinal “<” indicam resultados inferiores ao limite de quantificação do método.

Os restantes resultados são todos inferiores aos limites de quantificação dos métodos

utilizados.

Pelo exposto, considerou-se desnecessário, na mesma linha do que foi decidido para a

determinação de detergentes aniónicos e óleos e gorduras, proceder a outras

quantificações ou pesquisas da eventual presença destes e outros metais ao longo da

realização do estudo.

5.4. Interpretação dos Resultados Utilizando um Índice de Qualidade da Água

Constatando a dificuldade da interpretação dos resultados quando realizada

independentemente parâmetro-a-parâmetro, achou-se conveniente utilizar uma

metodologia simplificada que permitisse traduzir numa classificação simples o estado de

qualidade ou nível de poluição dos ecossistemas aquáticos nas estações de monitorização

consideradas neste estudo.

Deste modo, seguindo uma metodologia semelhante à utilizada para a apresentação dos

resultados dos parâmetros e variáveis medidos, apresentam-se na tabela 5.16 os

resultados do cálculo do IQA em todas as campanhas, desprezando os dados relativos aos

coliformes fecais.

Na tabela 5.17, com base na mesma metodologia, indicam-se os valores do IQA

calculados a partir dos valores dos parâmetros medidos nas campanhas trimestrais de

monitorização e, neste caso, como os dados da quantificação dos coliformes fecais se

174

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encontram disponíveis em todas as campanhas, os resultados reflectem também a sua

influência.

As adaptações nos coeficientes de ponderação, apresentadas na tabela 4.7, têm em conta

os valores em falta, quer no caso das campanhas mensais onde não foi efectuada a

quantificação dos coliformes fecais, quer na campanha mensal de monitorização de 11 de

Novembro de 2004 em que não existem dados relativos à determinação dos teores em

azoto amoniacal, ou na campanha trimestral de monitorização de 23 de Março de 2005

onde, em resultado de uma anomalia na determinação da CBO5, não foi possível obter

resultados deste parâmetro.

Tabela 5.16: IQA Calculados com Base nos Parâmetros Medidos Mensalmente, Valores Médios, Máximos, Mínimos e Desvios-Padrão Respectivos, Omitindo os Coliformes Fecais

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 80,98 72,93 26,46 36,15 26,29 25,01 43,59 27,7731-12-2004 59,14 59,63 59,91 21,11 15,01 34,85 11,30 35,7526-01-2005 81,13 75,88 61,04 41,84 19,99 38,11 7,62 30,5022-02-2005 56,82 45,73 39,89 17,74 5,22 10,08 14,54 15,9623-03-2005 42,45 (a) 19,90 15,75 14,81 13,66 7,63 10,8928-04-2005 72,56 66,73 44,58 34,62 19,62 41,53 12,98 32,4330-05-2005 50,28 71,18 11,33 3,98 55,70 24,87 24,92 31,3720-06-2005 81,99 56,07 30,84 3,90 25,53 5,12 6,47 25,1019-07-2005 73,28 73,15 17,82 3,75 35,98 5,07 13,89 50,4131-08-2005 70,35 69,31 35,52 5,97 49,88 3,60 17,19 18,0920-09-2005 50,25 72,43 40,06 3,74 13,03 4,33 6,90 24,0906-10-2005 79,41 59,37 50,95 3,72 35,20 4,41 12,70 21,27

Média 66,55 65,67 36,53 16,02 26,36 17,55 14,98 26,97Máximo 81,99 75,88 61,04 41,84 55,70 41,53 43,59 50,41Mínimo 42,45 45,73 11,33 3,72 5,22 3,60 6,47 10,89

Desvio Padrão 14,08 9,33 16,07 14,44 15,25 14,55 10,41 10,41

IQA Mensal

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores correspondentes ao cálculo do IQA na campanha de monitorização de 18 de Novembro de 2004 estão corrigidos em resultado da inexistência de valores relativos à quantificação do azoto amoniacal. Adaptação semelhante foi realizada nos valores do IQA da campanha de monitorização de 23 de Março de 2005 onde não foi possível quantificar a CBO5.

Também os valores apresentados na tabela 5.17, relativos à campanha realizada em

Março de 2005, estão corrigidos pelos mesmos motivos e seguindo metodologia similar.

175

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Tabela 5.17: IQA Calculados com Base nos Parâmetros Medidos Trimestralmente, Valores Médios, Máximos, Mínimos e Desvios-Padrão Respectivos, Considerando os Coliformes Fecais

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P805-01-2005 42,56 42,87 43,11 15,44 11,03 25,13 8,28 25,7623-03-2005 46,61 (a) 22,64 17,56 16,64 15,11 8,71 12,4420-06-2005 58,75 40,40 22,25 2,87 18,50 3,74 4,71 17,9506-10-2005 56,87 42,51 36,30 2,74 25,38 3,24 9,14 15,25

Média 51,20 41,93 31,08 9,65 17,89 11,80 7,71 17,85Máximo 58,75 42,87 43,11 17,56 25,38 25,13 9,14 25,76Mínimo 42,56 40,40 22,25 2,74 11,03 3,24 4,71 12,44

Desvio Padrão 7,85 1,33 10,35 7,96 5,92 10,44 2,03 5,73

IQA Trimestral

(a) Realização de obras de limpeza do leito que impediram a recolha de amostras. Nota: Os valores correspondentes ao cálculo do IQA da campanha de monitorização de 23 de Março de 2005 estão corrigidos em resultado da inexistência de valores relativos à quantificação da CBO5.

Uma análise atenta aos resultados constantes da tabela 5.16 permite constatar que apenas

nas estações P1 e P2 a água apresenta alguma qualidade, apesar de em determinadas

circunstâncias apresentar já alguma poluição.

Quando comparados estes resultados com as variações individuais dos vários parâmetros

utilizados no cálculo do índice sobressai o facto de não existir qualquer parâmetro que

individualmente seja responsável pela diminuição da qualidade da água. Antes, este

decréscimo aparenta estar relacionado com a contribuição generalizada de todos os

parâmetros.

Estes dados apontam para a existência de poluição difusa que afecta estas duas estações

de monitorização situadas a montante, na área drenada pela bacia hidrográfica do Lis.

Conclusão semelhante pode ser deduzida quando se avaliam os resultados do IQA na

estação de monitorização situada no Rio Lena (P3).

No entanto, não tendo sido realizado qualquer levantamento de fontes de poluição

pontual ou difusa na área drenada por esta linha de água, não é possível concluir se os

reduzidos valores da qualidade global se ficam apenas a dever a fontes difusas de

contaminação ou se estão associadas à diluição e atenuação natural verificada ao longo

do percurso do Rio Lena.

176

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Para esclarecer esta incerteza, seria adequado proceder de forma semelhante à que se

apresenta neste estudo, desta feita tendo como objecto o Rio Lena.

Os baixos índices verificados em média nas estações de monitorização P4, P6 e P7

parecem confirmar o que anteriormente se constatou, quando foram analisados os

parâmetros individualmente.

A influência da ETAR da Ponte das Mestras sobre a estação P4 e da mesma estrutura

associada à Ribeira dos Milagres, sobre a estação P6, traduzem-se aqui na obtenção de

um valor de IQA que indicia um nível de poluição excessivo e coloca em causa quaisquer

actividades que envolvam a utilização ou contacto com este tipo de águas.

A estação de monitorização P5, situada na Ribeira dos Milagres, também apresenta um

valor para o IQA muito baixo, comprovando a existência de causas de degradação da

qualidade da água situadas a montante e que estão relacionadas, como se comprovou

através da análise à concentração de azoto amoniacal e matéria orgânica, com a

actividade agro-pecuária que se desenvolve na área.

Os efeitos provocados na qualidade da água na estação de monitorização P7, pela

confluência da Ribeira do Souto imediatamente a montante, não puderam ser

comprovados pela análise dos vários parâmetros individualmente. No entanto, a

utilização do IQA aplicado a este ponto conduz a um resultado médio inferior ao que se

verifica na estação P6.

Considerando que entre estas duas estações existem mecanismos de recuperação natural

da qualidade da água, o valor inferior obtido só pode ser explicado por uma água de pior

qualidade proveniente da Ribeira do Souto.

É aconselhável portanto proceder, no futuro, a uma análise mais profunda através de um

estudo que deve incidir também sobre esta linha de água para comprovar a sua real

influência na qualidade do ecossistema aquático do Rio Lis.

A subida do valor médio do IQA na estação de monitorização P8, relativamente à estação

P7, indicia que o Rio Lis apresenta alguma capacidade de regeneração natural, como aliás

177

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tem vindo a ser constatado, promovida essencialmente por acção biológica, em resultado

quer do desenvolvimento de bactérias decompositoras ao longo do percurso do Rio, quer

através do contacto com a vegetação ripícula que, em algumas secções situadas entre a

estação de monitorização P7 e P8, cobre áreas significativas do próprio leito (figura

5.14), e que aparenta desempenhar um papel fundamental na recuperação natural da

qualidade da água.

Figura 5.14: Aspecto da Vegetação Ripícula que se Desenvolve no Leito do Troço Situado nos

Campos do Lis Entre as Estações de Monitorização P7 e P8

Quando comparados os resultados do cálculo do IQA com a variação dos caudais

medidos durante a realização deste estudo, para a generalidade das estações, não parece

existir uma relação entre a redução dos caudais e a diminuição da qualidade da água,

existindo mesmo estações onde sucede o oposto, como nas estações P5 e P2.

178

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179

Apesar disso, em algumas estações, aos baixos valores de IQA estão associados caudais

reduzidos.

As estações de monitorização P3, P4 e P6 são os exemplos de uma diminuição da

qualidade da água associada à diminuição dos caudais verificada dos meses mais frios

para os meses mais quentes.

Analisando ainda os resultados relativos ao cálculo do IQA adaptando os coeficientes de

ponderação em resultado da inexistência de dados relativos à quantificação do azoto

amoniacal, em 18 de Novembro de 2004, e à quantificação da CBO5, na campanha do dia

23 de Março de 2005, se no primeiro caso a ausência dos dados e a adaptação dos

coeficientes não parece ter uma influência significativa nos resultados, já a adaptação

tendo em conta os dados da CBO5 em falta parece conduzir a uma diminuição

generalizada nos valores do Índice.

Relativamente aos resultados do IQA apresentados na tabela 5.17, que reflectem as

concentrações em coliformes fecais nas amostras de água recolhidas nas estações de

monitorização nas campanhas trimestrais, é possível comprovar a existência de uma

influência directa da concentração de microrganismos na qualidade da água.

Esta relação traduz-se numa diminuição dos valores do IQA em todas as estações,

evidenciada na diminuição dos valores médios.

Fica demonstrada, através desta constatação, a importância da quantificação de

microrganismos e a sua consideração na classificação da qualidade da água de um

ecossistema, de que é exemplo o da bacia hidrográfica do Lis, em função das pressões a

que está sujeito.

A apreciação dos resultados individuais dos IQA nas campanhas realizadas

individualmente, torna-se mais evidente quando apresentados numa classificação

qualitativa, obtida com base nos critérios definidos na tabela 2.2.

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180

Nesta representação é possível constatar que as estações de monitorização P4 e P6 são as

que apresentam uma qualidade da água pior, em todas as campanhas realizadas de

Novembro de 2004 a Outubro de 2005, de tal forma que a utilização da água se torna

inviável para quaisquer utilizações.

Na figura 5.15 apresentam-se os resultados agregados em torno dos valores médios,

obtidos a partir dos resultados da tabela 5.19, relativos às campanhas mensais de

monitorização omitindo os resultados das determinações trimestrais de coliformes fecais.

Nas tabelas 5.19 e 5.20 apresentam-se os resultados qualitativos obtidos a partir dos

valores registados nas tabelas 5.16 e 5.17, respectivamente, que permitem comprovar as

conclusões a que se chegou anteriormente.

Os valores constantes desta tabela, na gama de 0 a 60, referem-se ao nível de poluição

que apresentam os ecossistemas aquáticos, e entre 61 e 100, a classificação é feita com

base no nível de qualidade desses ecossistemas.

Se associadas a forma de representação dos resultados, em termos qualitativos, forem

associadas cores e tonalidades diferentes para cada classe, como se indica na tabela 5.18,

a análise geral dos resultados fica ainda mais simplificada.

Tabela 5.18: Códigos de Cores Utilizados na Classificação Qualitativa da Qualidade da Água Avaliada com Base no Cálculo do IQA

Valor do IQA Qualidade Nível Poluição91 - 100 Excelente

71 – 91 Muito boa61 - 70 Boa51 – 60 Fraco41 – 50 Fraco-Moderado31 – 40 Moderado-Forte21 – 30 Forte0 - 20 Excessivo

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Tabela 5.19: Classificação Qualitativa Com Base nos Valores de IQA, Obtidos Mensalmente, Omitindo os Coeficientes Relativos aos Coliformes Fecais

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P818-11-2004 Muito Boa Muito Boa Forte Moderado-Forte Forte Forte Fraco-Moderado Forte05-01-2005 Fraco Fraco Fraco Forte Excessivo Moderado-Forte Excessivo Moderado-Forte26-01-2005 Muito Boa Muito Boa Boa Fraco-Moderado Excessivo Moderado-Forte Excessivo Moderado-Forte22-02-2005 Fraco Fraco-Moderado Moderado-Forte Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo23-03-2005 Fraco-Moderado Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo28-04-2005 Muito Boa Boa Fraco-Moderado Moderado-Forte Excessivo Fraco-Moderado Excessivo Moderado-Forte30-05-2005 Fraco Muito Boa Excessivo Excessivo Fraco Forte Forte Moderado-Forte20-06-2005 Muito Boa Fraco Moderado-Forte Excessivo Forte Excessivo Excessivo Forte19-07-2005 Muito Boa Muito Boa Excessivo Excessivo Moderado-Forte Excessivo Excessivo Fraco31-08-2005 Muito Boa Boa Moderado-Forte Excessivo Fraco-Moderado Excessivo Excessivo Excessivo20-09-2005 Fraco Muito Boa Fraco-Moderado Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Forte06-10-2005 Muito Boa Fraco Fraco Excessivo Moderado-Forte Excessivo Excessivo Forte

Qualidade / Nível de Poluição da Água (Mensal - Omitindo Coliformes)

Tabela 5.20: Classificação Qualitativa Com Base nos Valores de IQA Obtidos Mensalmente, Considerando os Coeficientes Relativos aos Coliformes Fecais

Data P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P805-01-2005 Fraco-Moderado Fraco-Moderado Fraco-Moderado Excessivo Excessivo Forte Excessivo Forte

23-03-2005 Fraco-Moderado Excessivo Forte Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo

20-06-2005 Fraco Fraco-Moderado Forte Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo Excessivo

06-10-2005 Fraco Fraco-Moderado Moderado-Forte Excessivo Forte Excessivo Excessivo Excessivo

Qualidade / Nível de Poluição da Água (Trimestral - Considerando Coliformes)

181

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Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr

-05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago

-05

Set

-05

Out

-05

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

18/N

ov/2

004

05/J

an/2

005

26/J

an/2

005

22/F

ev/2

005

23/M

ar/2

005

28/A

br/2

005

30/M

ai/2

005

20/J

un/2

005

19/J

ul/2

005

31/A

go/2

005

20/S

et/2

005

06/O

ut/2

005

Excelente

Muito Boa

Boa

Fraco

Fraco - Moderado

Moderado - Forte

Forte

Excessivo

Qua

lidad

eN

ível

de

Polu

ição

Figura 5.15: Classificação Qualitativa Obtida a Partir dos Resultados Agregados em Torno dos Valores Médios, Omitindo a Contribuição dos

Coliformes Fecais

182

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6. CONCLUSÕES E

RECOMENDAÇÕES

“Conhecimento real é saber a extensão da própria ignorância.”

Confúcio

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6. Conclusões e Recomendações

A elevada complexidade geomorfológica e hidrográfica da bacia do Rio Lis, associada à

grande diversidade biológica, económica e social que dela dependem de forma directa ou

indirecta, condicionam a qualidade dos ecossistemas que alberga e as actividades que se

podem vir a desenvolver em função dos usos pretendidos.

Neste sentido, a realização de um trabalho como o que ora se apresenta assume um

carácter de extrema relevância, contribuindo para dar sequência a um conjunto de

trabalhos de carácter similar que contribuem para comprovar a eficácia e os impactos de

algumas medidas estruturais e não estruturais, definidas em planos sectoriais ou globais,

de que são exemplo as medidas explicitadas no Plano de Bacia Hidrográfica do Lis ou do

Plano Nacional da Água.

Os objectivos traçados para a sua execução e as metodologias utilizadas, especialmente

através da utilização de índices de qualidade da água e do tratamento estatístico,

contribuem para este tipo de abordagem que favorece a interpretação e análise dos

resultados e proporciona uma clarificação das causas potenciais que estão na base da

alteração da qualidade dos ecossistemas aquáticos nesta unidade territorial de gestão de

recursos hídricos.

Por outro lado, a utilização de um vasto conjunto de parâmetros, que caracterizam a

qualidade da água nas estações de monitorização, carece de um tratamento adequado

individualizado para garantir a objectividade, a eficácia e exactidão das ferramentas de

simplificação auxiliares utilizadas.

Os resultados foram analisados recorrendo a uma classificação entre parâmetros que, por

um lado permite avaliar a qualidade da água dos meios aquáticos e, por outro, teve em

conta a periodicidade das determinações analíticas.

Esta abordagem foi realizada tendo em consideração parâmetros básicos, parâmetros

complementares e parâmetros acessórios de diagnóstico.

183

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Os resultados foram ainda analisados tendo em conta as características e localização das

estações de monitorização seleccionadas, de forma a caracterizar o mais fielmente

possível o estado geral dos ecossistemas aquáticos pertencentes à bacia hidrográfica do

Lis. Recorrendo a esta metodologia de análise, a identificação de situações críticas de

sobre-pressão, em determinadas áreas drenadas pela bacia, torna-se mais fácil.

As conclusões alcançadas que seguidamente se apresentam reflectem, precisamente, esta

sub-divisão da bacia com base na localização das estações de monitorização.

A zona sudeste da bacia, próxima da nascente, caracterizada pelo relevo acentuado e

formações geológicas calcárias, monitorizada na estação de monitorização P1, que se

situa na localidade de Fontes, reflecte quer as actividades agrícolas que se desenvolvem

de uma forma desorganizada característica do espaço rural onde se insere, quer das

actividades que se desenvolvem na cabeceira da bacia e que acabam por ter efeitos na

qualidade da água que aflora na nascente.

Estas conclusões são sustentadas pelos teores em nutrientes, principalmente nitritos e

nitratos, que têm normalmente origem nas práticas agrícolas onde são utilizados

fertilizantes de forma não controlada.

A existência de fontes de contaminação nas zonas a montante da nascente e que têm

influência sobre a qualidade da água que nela aflora, são evidenciadas por situações

pontuais de contaminações de origem microbiológica, mas também nos teores

relativamente elevados de azoto orgânico e amoniacal detectados pontualmente na

estação P1.

Não se evidenciam fenómenos de contaminação orgânica, quantificada em termos de

CBO5 e CQO. As taxas de saturação em oxigénio encontram-se também em níveis

bastante aceitáveis, mesmo nos meses mais quentes e de menor caudal, comprovando a

inexistência de contaminações pontuais de origem orgânica.

Outros parâmetros monitorizados, que incluem o pH, temperatura e condutividade, não

denotam também a existência de fenómenos ou situações anormais de pressão sobre a

qualidade da água neste ecossistema.

184

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Os resultados de uma classificação mais abrangente, atribuída com base no cálculo de um

Índice de Qualidade da Água (IQA), reflectem os baixos níveis de poluição

característicos desta estação, mas que ainda assim não permitem atribuir-lhe, por

nenhuma ocasião, uma classificação de qualidade excelente, existindo mesmo alguns

resultados de campanhas que traduzem um nível de poluição fraco e fraco-moderado.

Esta classificação é também afectada negativamente quando se incluem os resultados

relativos à determinação de coliformes fecais, espelhando a importância da monitorização

deste parâmetro e a consequente actuação sobre as causas da contaminação

bacteriológica.

A variabilidade anual dos caudais, ainda que não tenha sofrido grandes alterações em

resultado do período de seca que coincidiu com a monitorização, não tem influência

evidente sobre a qualidade da água. O aumento da vegetação no leito do rio, no período

mais seco, pode ter sido responsável pela atenuação ou eliminação dos efeitos da redução

do caudal sobre a concentração de substâncias estranhas ao meio aquático, mas esta

conclusão carece de comprovação.

A estação de monitorização P2, situada na captação para a ETA de S. Romão, apresenta

características de qualidade da água muito semelhantes às da estação de monitorização

P1.

Os baixos teores em matéria orgânica e os valores do pH, condutividade e temperatura

reflectem precisamente esta semelhança de características.

A existência de situações anormais de contaminação evidenciadas por picos pontuais de

concentração de nutrientes, na forma de azoto orgânico e amoniacal, detectados por uma

ocasião, são também concordantes com os valores medidos em P1.

Esta semelhança de características verifica-se também nos elevados teores médios de

nitritos e nitratos e na variação detectada nas concentrações de microrganismos, ao longo

do período em que decorreu o estudo.

185

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Estas semelhanças estão relacionadas com a proximidade entre as estações de

monitorização, mas sobretudo são o resultado da semelhança existente entre os usos da

água e do solo, com recurso a práticas agrícolas comuns.

A classificação obtida com base na utilização do IQA também reflecte algumas

semelhanças com a classificação atribuída à estação de monitorização P1, havendo, no

entanto, situações que evidenciam uma qualidade da água ligeiramente superior e, por

uma ocasião, obteve-se mesmo uma classificação correspondente a um nível de poluição

excessiva.

Estas diferenças indiciam uma ligeira degradação da qualidade da água entre a estação P1

e a estação P2 em resultado, sobretudo, da continuação das actividades causadoras da

diminuição da qualidade da água e que estão maioritariamente relacionadas com as

actividades agrícolas que se desenvolvem nesta região.

A estação de monitorização P3, único ponto localizado no Rio Lena, 500 metros a

montante da confluência com o Rio Lis, foi seleccionada para permitir avaliar a

influência desta linha de água e das actividades desenvolvidas na respectiva área drenada.

Da monitorização realizada conclui-se que a qualidade da água, apesar de por si só não

ser responsável pela degradação da qualidade da água do Rio Lis, contribui para a sua

diminuição.

A comprovar estas conclusões estão os resultados obtidos para a quantificação da matéria

orgânica em solução, em termos de CBO5 e CQO, e de nutrientes, determinados na forma

de nitritos, nitratos, azoto total e amoniacal, que apesar de não se terem detectado

frequentemente situações preocupantes, incluem alguns valores que se podem considerar

superiores aos valores aceitáveis, de tal forma que ficam condicionados muitos dos usos

da água drenada nessa secção.

A estes resultados não é alheio o longo período de seca verificado, que teve influência

directa na capacidade de diluição desta linha de água, indispensável para atenuar, de

forma natural, as alterações introduzidas.

186

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Estes resultados reflectem a intensa actividade agrícola que se desenvolve um pouco por

toda a sub-bacia do Rio Lena e que está na origem dos elevados teores em nutrientes,

mais concretamente nitritos e nitratos, mas também outras actividades não identificadas

em pormenor neste trabalho, causadoras dos elevados teores de matéria orgânica, azoto

total Kjeldhal e amoniacal e ainda de microrganismos.

A principal influência deste curso de água sobre a qualidade da água do Rio Lis

manifesta-se em casos extremos, quando o caudal é de tal forma reduzido que se opta por

proceder à retenção nos açudes da cidade de Leiria dos caudais afluentes, conduzindo a

situações de caudal extremamente reduzido a jusante.

Como consequência, apenas o caudal do Rio Lena contribui com uma parcela importante

para a diluição do efluente tratado descarregado pela ETAR da Ponte das Mestras, com

consequências graves sobre a qualidade da água do Rio Lis nas secções a jusante.

Analisando ainda outros parâmetros, como é o caso do pH, temperatura, condutividade e

oxigénio dissolvido, que têm relevância na capacidade deste meio para albergar vida

piscícola ou outras actividades dependentes da qualidade da água, não se evidenciam

fenómenos de poluição preocupantes, tendo mesmo sido constatada a presença de alguns

espécimes de Cyprinus carpio (Carpa) de dimensões consideráveis.

A análise da monitorização realizada com base na utilização do IQA permite concluir que

este ecossistema está já afectado por um nível de poluição significativo, só por uma

ocasião tendo sido considerado de boa qualidade.

O cálculo do IQA, considerando a monitorização de coliformes fecais, conduz a valores e

classificações ainda menos abonatórias, traduzindo a influência e relevância da

consideração deste parâmetro.

A qualidade da água avaliada na estação de monitorização P4, situada no Rio Lis a

jusante da cidade, da confluência com o Rio Lena e da descarga do efluente tratado pela

ETAR da Ponte das Mestras, reflecte necessariamente os efeitos adversos destas

influências negativas.

187

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Para a análise dos resultados obtidos neste local, tomou-se em consideração que, em

grande parte do tempo, o açude do Arrabalde e os restantes açudes situados a montante

deste, não permitiram a passagem de caudais significativos e, portanto, as principais

alterações na qualidade da água detectadas se ficaram a dever, essencialmente, aos

caudais afluentes do Rio Lena e da ETAR da Ponte das Mestras.

Uma vez analisada a limitada influência do caudal do Rio Lena sobre a qualidade da água

do Rio Lis, conclui-se que a principal causa dos elevados níveis de poluição detectados

neste local se ficam a dever à descarga com origem naquela estrutura de tratamento.

De um modo geral, a sua influência negativa manifesta-se na generalidade dos

parâmetros analisados, quer nos elevados teores de matéria orgânica, com consequências

directas sobre os teores em oxigénio dissolvido, quer nos elevados teores de azoto

orgânico e amoniacal.

Tem ainda uma influência significativa sobre a biodiversidade característica desta secção,

predominando os microrganismos fecais e outros organismos unicelulares e excluindo a

capacidade para albergar vida piscícola.

No entanto, o aparente mau funcionamento desta instalação é agravado pela incapacidade

de diluição dos caudais afluentes, provenientes das secções a montante dos Rios Lis e

Lena, e pelos aspectos negativos neles verificados, principalmente nos elevados teores de

nitritos e nitratos resultantes da actividade agrícola, que acabam por potenciar os efeitos

do efluente da ETAR,

Estas conclusões são comprovadas quando agrupados os vários parâmetros através do

Índice de Qualidade da Água, sendo a classificação sempre traduzida em termos de

poluição, com predominância de níveis de poluição excessiva.

Quando considerada a influência dos coliformes fecais os resultados são ainda mais

desfavoráveis, tendo sida atribuída uma classificação correspondente a um nível de

poluição excessiva em todas as campanhas realizadas.

188

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A estação de monitorização P5, situada na Ribeira dos Milagres, imediatamente a

montante da confluência com o Rio Lis, foi seleccionada pela importância que exerce

sobre a qualidade da água do Rio, em resultado da intensa actividade agro-pecuária que

se desenvolve ao longo do seu percurso.

A análise aos resultados obtidos permite concluir que, apesar de em algumas campanhas,

especialmente nas campanhas realizadas até Maio, a qualidade da água se situar abaixo

dos mínimos aceitáveis, apresentando teores em matéria orgânica e azoto orgânico e

amoniacal significativos, bem como concentrações em microrganismos extremamente

elevadas, a qualidade da água monitorizada nesta estação melhora nos meses mais

quentes.

Estes resultados carecem de comprovação, mas podem estar associados a eventuais

descargas de instalações suinícolas que se verificam nos meses mais de maior

pluviosidade.

Nos meses mais quentes a actividade agrícola dispersa assume uma importância mais

significativa, manifestada nos aumentos da concentração de nitritos e nitratos.

A utilização do IQA aplicado aos resultados obtidos na monitorização dos vários

parâmetros nesta estação de monitorização, comprova as conclusões e constatações

apresentadas, tornando clara a existência de níveis de poluição excessiva nos primeiros

meses do período de monitorização e, após a campanha de Abril, só por uma ocasião se

atribui uma classificação de poluição excessiva.

Nunca é possível, contudo, classificar este ecossistema como um ecossistema aquático

com qualidade mínima aceitável.

A qualidade da água na estação de monitorização P6, localizada a jusante da

confluência com a Ribeira dos Milagres, evidencia a influência exercida pelas actividades

que conduzem às alterações na qualidade nas estações P4 e P5 e que se associam

potenciando o aumento dos níveis de poluição nesta secção do Rio Lis.

189

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Avaliando os resultados das determinações analíticas realizadas, é possível concluir que a

qualidade da água se vai degradando com a aproximação aos meses mais quentes e secos.

Nesta circunstância, o fecho do açude localizado a jusante contribuiu para a estagnação e

armazenamento da água e substâncias nocivas afluentes com origem nas secções de

montante.

Foi por isso notório o aumento dos teores em matéria orgânica, azoto total e amoniacal,

nitritos e nitratos e microrganismos, nos meses mais secos, que coincidiram com os

caudais mais reduzidos.

Os reduzidos teores em oxigénio dissolvido detectados em algumas campanhas, que

atingiram mesmo concentrações nulas, indiciam a incapacidade de sobrevivência de

espécies piscícolas e de utilização da água para vários usos, nomeadamente para rega. No

entanto, foi nestes períodos que se constatou a existência de captações de água para rega

neste local.

A aplicação do IQA aos resultados das determinações analíticas realizadas comprova

estas conclusões, detectando-se o aumento dos níveis de poluição, com a atribuição de

uma classificação correspondente a um nível de poluição excessiva, agravada nos meses

mais quentes.

Neste caso, a classificação não sofre alterações quando se considera os valores relativos à

quantificação de coliformes fecais e quando se omitem estes valores.

Na estação de monitorização P7, situada a jusante da Ribeira do Souto, na ponte de

ferro de Monte Real, ainda se fazem sentir os efeitos descritos para a estação P6, relativos

à associação dos caudais provenientes da secção a montante da bacia e da Ribeira dos

Milagres.

Apesar de ser já evidente existir, para um conjunto de parâmetros de que é exemplo a

matéria orgânica, nutrientes e microrganismos, relativamente aos valores médios, uma

diminuição gradual dos valores da estação P6 para a P7, resultante da existência de uma

190

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atenuação natural, detectaram-se campanhas em que se verificou o oposto, com um

incremento nos valores.

Este facto, que pode ser constatado, por exemplo, na determinação da matéria orgânica,

aparenta estar relacionado com as substâncias introduzidas no rio pelo caudal afluente da

Ribeira do Souto. Não é, no entanto, possível comprovar esta causa, uma vez que não foi

realizada qualquer campanha nessa linha de água.

De um modo geral, a qualidade da água nesta estação de monitorização apresenta

características semelhantes às da estação P6, agravadas no período mais seco, com o

armazenamento de um volume apreciável de água no açude das Salgadas, situado a

jusante e que acabou por condicionar mesmo, no período mais seco, a medição do caudal.

A utilização do IQA permite comprovar a fraca qualidade da água neste local, com

classificações de poluição excessiva na quase totalidade das campanhas realizadas com e

sem consideração dos valores relativos aos coliformes.

A estação de monitorização P8, situada mais a jusante do percurso do Rio Lis,

encontra-se já muito próxima do estuário.

De um modo geral, analisando os resultados dos vários parâmetros relativos à

caracterização das estações de monitorização P6, P7 e P8, é possível constatar uma

evolução positiva, no sentido da diminuição dos níveis de poluição identificados.

Esta evolução está associada a fenómenos de atenuação natural, em resultado,

essencialmente, da vegetação ripícola que envolve o leito do rio.

É, no entanto, patente a influência exercida pela forte actividade agrícola que se

desenvolve nesta zona dos campos do Lis, sobre as concentrações em nitritos e nitratos,

verificando-se ligeiros aumentos no sentido de jusante.

A utilização do IQA permite comprovar a diminuição dos níveis de poluição ao longo do

percurso do rio, em resultado dos fenómenos de atenuação natural já indicados.

191

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Ainda que a qualidade da água seja sempre considerada abaixo do nível mínimo

aceitável, os níveis de poluição identificados só pontualmente, se se omitirem os

resultados relativos à quantificação dos coliformes fecais, atingem uma classificação de

poluição excessiva.

A escolha deste local de monitorização, enquadrada numa perspectiva da realização de

trabalhos semelhantes no futuro em resultado da entrada em funcionamento do Sistema

Norte onde, através de uma ETAR comunitária serão tratados conjuntamente os efluentes

suinícolas, industriais e domésticos originados em diversas zonas da área de influência da

bacia hidrográfica do Lis, necessitou de alguns cuidados especiais, principalmente nos

procedimentos de quantificação dos caudais, para minimizar a influência exercida pelas

marés.

Globalmente, os resultados deste estudo comprovam outros resultados de estudos

semelhantes realizados anteriormente, não sendo evidente, apesar dos mecanismos de

gestão e programas e planos actualmente em vigor, uma melhoria da qualidade da água

em qualquer dos pontos comuns aos vários estudos.

Em trabalhos futuros seria útil e interessante analisar as causas deste aparente insucesso

das medidas que têm vindo a ser tomadas, bem como de outras actualmente em execução,

que se espera venham a representar uma inversão significativa na degradação da

qualidade dos recursos hídricos superficiais que constituem a bacia hidrográfica do Lis.

Ainda no âmbito de uma proposta apresentada por JESUS (1996), foi realizado um

despiste inicial à presença de alguns metais, designadamente, ferro, chumbo, zinco e

cobre, bem como outras substâncias que poderiam ter efeitos sobre a qualidade da água,

que incluíram a determinação de óleos e gorduras e detergentes aniónicos.

Deste despiste inicial concluiu-se não existirem concentrações significativas que

justificassem uma monitorização frequente de quaisquer destes parâmetros.

Relativamente à interpretação de resultados utilizando para o efeito ferramentas de

tratamento de informação como os Índices de Qualidade da Água é possível concluir que

a sua utilização simplifica e favorece a interpretação dos resultados.

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No entanto, algumas situações pontuais, que traduzem situações anormais relativamente

às tendências, tendem a ser negligenciadas através da análise com recurso a este tipo de

metodologias.

Nesse sentido, considera-se indispensável a realização de uma comparação com os

resultados individuais de forma a detectar essas potenciais anomalias.

A utilização de um tratamento estatístico mais convencional proporciona também uma

análise fácil em termos evolutivos e comparativos, mas elimina, por vezes de forma mais

evidente do que sucede através da utilização dos IQA, a possibilidade de detecção de

eventuais anomalias pontuais.

As adaptações à metodologia original de análise através do IQA carecem também de uma

observação crítica. A omissão dos valores correspondentes à quantificação dos

coliformes fecais conduz normalmente a resultados mais favoráveis em termos de

classificação da qualidade da água.

O contrário sucede com a omissão dos resultados relativos à quantificação de CBO5, que

conduz normalmente a valores do IQA inferiores.

Este tipo de adaptações, a ser realizadas, deverão ter sempre presente a influência que

podem exercer os resultados e que não se fica a dever exclusivamente às características

da água, mas à selecção dos parâmetros considerados.

A aplicação de índices que incluam outros parâmetros relevantes, como o azoto na forma

de nitritos e nitratos, CQO e outros, pode minimizar estas falhas, em resultado da

diminuição do nível de importância dos vários parâmetros relativamente ao valor final

global.

Relativamente à escolha dos locais de monitorização, em trabalhos futuros seria

aconselhável considerar uma estação de monitorização na Ribeira do Souto, para avaliar

a sua influência sobre a qualidade da água do Rio Lis e detectar e comprovar a existência

de fenómenos semelhantes aos que afectam a qualidade da água na Ribeira dos Milagres.

193

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Um dos maiores entraves à realização deste trabalho, relacionado com a disponibilização

e acesso à informação recolhida e dispersa por várias entidades com responsabilidades na

gestão dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do Lis, foi também já identificado

como uma das maiores barreiras ao sucesso dos vários trabalhos que têm sido

desenvolvidos.

No próprio plano de bacia hidrográfica do Lis, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º

23/2002, de 3 de Abril, a inexistência de sistematização e de disponibilização da

informação, são apontadas como as principais lacunas para o desenvolvimento,

implementação e avaliação de medidas que venham a ser tomadas no sentido de

promover a melhoria dos ecossistemas que a bacia encerra.

Uma proposta para a realização de trabalhos futuros passa pela compilação de toda a

informação tida como relevante, dispersa pelas várias entidades, com elaboração de um

documento de referência que poderá ter uma importância fundamental no cumprimento

de um dos requisitos mais importantes da directiva quadro da água – a recuperação do

bom estado ecológico dos ecossistemas aquáticos.

194

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7. BIBLIOGRAFIA

“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa

ensinar.” Carlos Pecotche

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LEGISLAÇÃO

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Lei n.º 11/87, de 7 de Abril

Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro

Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro

Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de Novembro

Decreto-Lei n.º 74/90, de 7 de Março

Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro

Decreto-Lei n.º 46/94, de 22 de Fevereiro

Decreto-Lei n.º 47/94, de 22 de Fevereiro

Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho

Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto

Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro

Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril

202

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Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto

Decreto Regulamentar n.º 23/2002, de 3 de Abril

Portaria n.º 809/90, de 10 de Setembro

Portaria n.º 810/90, de 10 de Setembro

Portaria n.º 505/92,de 19 de Junho

Portaria n.º 512/92, de 22 de Junho

Portaria n.º 1030/93, de 14 de Outubro

Portaria n.º 1033/93, de 15 de Outubro

Portaria n.º 1049/93, de 19 de Outubro

Portaria n.º 895/94, de 3 de Outubro

Portaria n.º 1147/94, de 26 de Dezembro

Portaria n.º 423/97, de 25 de Junho

SÍTIOS DA INTERNET

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agricultura.pt/a_hidroagricolas/exploracao/ahvlis.htm

INAG – Instituto da Água: SNIRH – Serviço Nacional de Informação de Recursos

Hídricos, 2003. http://snirh.inag.pt/snirh.php?main_id=4&item=1.2&objlink=&objrede

INAG – Instituto da Água: SNIRH – Serviço Nacional de Informação de Recursos

Hídricos, 2006. http://snirh.inag.pt/

203

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ANEXO A

EVOLUÇÃO DOS PARÂMETROS MONITORIZAÇÃO

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Anexo A – Índice

A-1: Evolução dos Caudais ...................................................................................... 206

A-2: Evolução do pH ................................................................................................. 207

A-3: Evolução do OD (Concentração) .................................................................... 208

A-4: Evolução do OD (% de Saturação) ................................................................. 209

A-5: Evolução da Temperatura da Água ................................................................ 210

A-6: Evolução da Condutividade ............................................................................. 211

A-7: Evolução dos Teores em Sólidos Totais .......................................................... 212

A-8: Evolução dos Teores em Sólidos Voláteis ....................................................... 213

A-9: Evolução dos Teores em Sólidos Suspensos Totais ....................................... 214

A-10: Evolução dos Teores em Sólidos Suspensos Voláteis .................................. 215

A-11: Evolução da CBO5 .......................................................................................... 216

A-12: Evolução da CQO ........................................................................................... 217

A-13: Evolução da COT ........................................................................................... 218

A-14: Evolução dos Teores em Azoto Total Keldhal ............................................. 219

A-15: Evolução dos Teores em Azoto Amoniacal .................................................. 220

A-16: Evolução dos Teores em Nitratos .................................................................. 221

A-17: Evolução dos Teores em Nitritos ................................................................... 222

A-18: Evolução dos Teores em Fósforo Total ......................................................... 223

A-19: Evolução dos Teores em Coliformes Totais ................................................. 224

A-20: Evolução dos Teores em Coliformes Fecais ................................................. 225

A-21: Evolução dos Teores em Enterococos ........................................................... 226

205

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A-1: Evolução dos Caudais

Caudal P1 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P5 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P6 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P7 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P8 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P2 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P3 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Caudal P4 (m3/s)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

206

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A-2: Evolução do pH

pH P1

7,0

7,2

7,4

7,6

7,8

8,0

8,2N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P5

7,00

7,20

7,40

7,60

7,80

8,00

8,20

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P6

7,00

7,20

7,40

7,60

7,80

8,00

8,20

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P7

7,00

7,20

7,40

7,60

7,80

8,00

8,20

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P8

7,00

7,20

7,40

7,60

7,80

8,00

8,20

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P2

7,0

7,2

7,4

7,6

7,8

8,0

8,2

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P3

7,0

7,2

7,4

7,6

7,8

8,0

8,2

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P4

7,00

7,20

7,40

7,60

7,80

8,00

8,20

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

207

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A-3: Evolução do OD (Concentração)

OD P1 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P5 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P6 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P7 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P8 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P2 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P3 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P4 [mg/L]

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

208

Page 230: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-4: Evolução do OD (% de Saturação)

OD P1 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P5 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P6 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P7 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P8 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P3 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P4 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P2 [% Sat]

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

209

Page 231: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-5: Evolução da Temperatura da Água

Temperatura P1 (ºC)

0

5

10

15

20

25N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P5 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P6 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P7 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P8 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P2 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P3 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Temperatura P4 (ºC)

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

210

Page 232: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-6: Evolução da Condutividade

Condutividade P1 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P5 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P6 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P7 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P8 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P2 (mS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P3 (μS/cm)

450650850

1050125014501650185020502250

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Condutividade P4 (μS/cm)

0100020003000400050006000700080009000

10000

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

211

Page 233: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-7: Evolução dos Teores em Sólidos Totais

Sólidos Totais P1 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P5 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P6 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P7 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P8 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P2 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P3 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Totais P4 (mg/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

212

Page 234: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-8: Evolução dos Teores em Sólidos Voláteis

Sólidos Voláteis P1 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P5 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P6 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P7 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P8 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P2 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P3 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Voláteis P4 (mg/L)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

213

Page 235: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-9: Evolução dos Teores em Sólidos Suspensos Totais

Sólidos Suspensos Totais P1 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Sólidos Suspensos Totais P5 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Sólidos Suspensos Totais P6 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Totais P7 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Totais P8 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Totais P2 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Sólidos Suspensos Totais P3 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Totais P4 (mg/L)

020406080

100120140160180

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

214

Page 236: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-10: Evolução dos Teores em Sólidos Suspensos Voláteis

Sólidos Suspensos Voláteis P1 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P5 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P6 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P7 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P8 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P2 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Sólidos Suspensos Voláteis P3 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5Sólidos Suspensos Voláteis P4 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

215

Page 237: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-11: Evolução da CBO5

CBO5 P1 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P5 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P6 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P7 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P8 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P3 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P4 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P2 (mg O2/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

216

Page 238: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-12: Evolução da CQO

CQO P1 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P5 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P6 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P7 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P8 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P3 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P4 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CQO P2 (mg O2/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

217

Page 239: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-13: Evolução da COT

COT P1 (mg/L)

0

5

10

15

20

25Ja

n-05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P5 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P6 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P7 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P8 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P2 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P3 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

COT P4 (mg/L)

0

5

10

15

20

25

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

218

Page 240: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-14: Evolução dos Teores em Azoto Total Kjeldhal

N-total P1 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P2 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P3 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P4 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P5 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P6 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P7 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-total P8 (mg/L)

0

20

40

60

80

100

120

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

219

Page 241: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-15: Evolução dos Teores em Azoto Amoniacal

N-amoniacal P1 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P2 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P3 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P4 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P5 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P6 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P7 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P8 (mg/L)

0102030405060708090

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

220

Page 242: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-16: Evolução dos Teores em Nitratos

Nitratos P1 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P2 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P3 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P4 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P5 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P6 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P7 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitratos P8 (mg/L)

0

10

20

30

40

50

60

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

221

Page 243: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-17: Evolução dos Teores em Nitritos

Nitritos P1 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P2 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P3 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P4 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P5 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P6 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P7 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Nitritos P8 (mg/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

222

Page 244: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-18: Evolução dos Teores em Fósforo Total

Fósforo total P1 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P2 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P3 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P4 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P5 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P6 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P7 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Fósforo total P8 (mg/L)

0

1

2

3

4

5

6

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

223

Page 245: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-19: Evolução dos Teores em Coliformes Totais

Coliformes totais P1 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P2 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P3 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P4 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P5 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P6 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P7 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes totais P8 (n.º UFC/100mL)

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

224

Page 246: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-20: Evolução dos Teores em Coliformes Fecais

Coliformes fecais P1 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P2 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P3 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P4 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P5 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P6 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P7 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P8 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

1,E+07

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

225

Page 247: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

A-21: Evolução dos Teores em Enterococos

Enterococos P1 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P2 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P3 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P4 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P5 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P6 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P7 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Enterococos P8 (n.º UFC/100mL)

1,E+00

1,E+01

1,E+02

1,E+03

1,E+04

1,E+05

1,E+06

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

226

Page 248: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

ANEXO B

MATRIZES DE CORRELAÇÃO MULTI-VARIÁVEL

Page 249: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

Anexo B – Índice

B-1: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P1 ........................................................................................ 229

B-2: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P2 ........................................................................................ 230

B-3: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P3 ........................................................................................ 231

B-4: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P4 ........................................................................................ 232

B-5: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P5 ........................................................................................ 233

B-6: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P6 ........................................................................................ 234

B-7: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P7 ........................................................................................ 235

B-8: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação

de Monitorização P8 ........................................................................................ 236

228

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B-1: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P1

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,048 1Temperatura -0,103 -0,046 1Condutividade -0,179 0,333 -0,477 1CBO5 0,416 -0,283 0,743 -0,599 1CQO 0,205 0,092 -0,068 -0,325 -0,195 1Ntotal 0,093 0,324 -0,413 0,115 -0,183 0,918 1Namoniacal -0,107 0,236 -0,098 -0,444 -0,177 0,744 0,536 1Nitratos -0,399 -0,058 0,437 -0,177 0,040 -0,183 -0,629 -0,157 1Nitritos -0,154 0,487 0,005 0,667 -0,350 0,018 -0,227 -0,421 0,412 1Fósforo -0,146 0,035 -0,203 0,653 -0,461 0,041 -0,346 -0,499 0,298 0,817 1

B-2: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P2

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos Fósforo5

Caudal 1pH 0,402 1Temperatura -0,139 -0,748 1Condutividade -0,639 -0,659 0,459 1CBO5 0,411 0,446 -0,191 -0,498 1CQO 0,487 0,929 -0,811 -0,907 0,540 1Ntotal -0,014 0,235 -0,337 -0,517 -0,048 0,568 1Namoniacal 0,146 0,288 -0,383 -0,599 0,114 0,544 0,941 1Nitratos -0,052 -0,389 0,462 0,619 -0,086 -0,691 -0,963 -0,922 1Nitritos -0,167 -0,283 0,482 0,260 0,316 -0,551 -0,199 -0,117 0,373 1Fósforo -0,133 -0,003 -0,255 -0,024 -0,438 -0,029 0,201 0,061 -0,023 -0,041 1

229

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B-3: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P3

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,748 1Temperatura -0,314 -0,502 1Condutividade -0,843 -0,764 0,647 1CBO5 0,190 0,121 0,297 0,097 1CQO 0,146 -0,012 0,166 -0,007 0,470 1Ntotal 0,008 0,229 -0,199 -0,012 -0,010 0,293 1Namoniacal 0,185 0,414 -0,216 -0,158 0,159 0,337 0,966 1Nitratos 0,278 0,052 -0,290 -0,358 -0,165 -0,082 -0,507 -0,456 1Nitritos 0,043 -0,029 0,024 0,069 0,771 0,839 0,345 0,329 -0,022 1Fósforo -0,317 -0,683 0,582 0,576 0,749 0,355 -0,323 -0,344 -0,120 0,500 1

B-4: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P4

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,735 1Temperatura -0,607 -0,862 1Condutividade -0,338 -0,494 0,521 1CBO5 -0,270 -0,561 0,533 0,336 1CQO -0,487 -0,753 0,736 0,661 0,860 1Ntotal -0,516 -0,664 0,613 0,207 0,875 0,715 1Namoniacal -0,586 -0,661 0,615 0,156 0,819 0,677 0,990 1Nitratos 0,036 0,356 -0,062 -0,260 -0,580 -0,574 -0,342 -0,263 1Nitritos -0,590 -0,390 0,383 0,121 0,026 0,108 0,428 0,486 -0,120 1Fósforo -0,154 -0,175 0,170 0,233 0,149 0,291 0,342 0,345 -0,163 0,112 1

230

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B-5: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P5

pH Temperatura Condutividade CBO CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos Fósforo5

pH 1Temperatura -0,448 1Condutividade 0,702 -0,209 1CBO5 0,628 -0,308 0,624 1CQO 0,353 -0,127 0,555 0,409 1Ntotal 0,643 -0,398 0,887 0,702 0,631 1Namoniacal 0,732 -0,444 0,901 0,683 0,575 0,987 1Nitratos -0,242 0,081 -0,522 -0,865 -0,339 -0,656 -0,624 1Nitritos -0,065 -0,135 -0,270 -0,286 -0,335 -0,186 -0,187 0,444 1Fósforo 0,045 -0,537 0,032 -0,146 0,046 0,151 0,231 -0,066 -0,185 1

B-6: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P6

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,551 1Temperatura -0,468 -0,660 1Condutividade -0,599 -0,641 0,069 1CBO5 -0,540 -0,677 0,314 0,782 1CQO -0,490 -0,500 0,119 0,619 0,872 1Ntotal -0,632 -0,627 0,128 0,876 0,926 0,881 1Namoniacal -0,649 -0,648 0,188 0,899 0,930 0,804 0,973 1Nitratos 0,159 -0,191 0,190 0,294 0,442 0,236 0,288 0,391 1Nitritos -0,353 -0,279 -0,105 0,548 0,439 0,322 0,581 0,498 0,018 1Fósforo -0,076 -0,490 -0,047 0,638 0,781 0,595 0,661 0,666 0,608 0,301 1

231

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B-7: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P7

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,652 1Temperatura -0,442 -0,450 1Condutividade -0,686 -0,525 0,446 1CBO5 0,527 0,365 -0,422 -0,240 1CQO -0,062 0,278 -0,231 0,244 0,494 1Ntotal -0,474 -0,233 0,020 0,678 -0,015 0,383 1Namoniacal -0,329 -0,032 -0,187 0,572 0,010 0,451 0,977 1Nitratos -0,094 0,045 -0,069 -0,240 -0,034 -0,241 -0,049 -0,150 1Nitritos -0,430 -0,013 -0,116 0,490 -0,241 0,471 0,835 0,846 -0,265 1Fósforo 0,024 0,411 -0,550 0,052 0,643 0,826 0,104 0,251 -0,126 0,213 1

B-8: Correlação Entre os Principais Parâmetros Monitorizados na Estação de Monitorização P8

Caudal pH Temperatura Condutividade CBO 5 CQO Ntotal Namoniacal Nitratos Nitritos FósforoCaudal 1pH 0,550 1Temperatura -0,521 -0,584 1Condutividade -0,450 -0,481 0,200 1CBO5 0,336 0,310 -0,280 -0,449 1CQO -0,213 -0,328 0,159 0,341 -0,398 1Ntotal -0,138 -0,249 0,094 0,685 -0,278 -0,120 1Namoniacal 0,025 0,052 -0,187 0,612 0,096 -0,150 0,858 1Nitratos -0,135 0,111 0,060 0,110 -0,510 -0,271 0,518 0,179 1Nitritos -0,175 0,147 -0,166 0,309 -0,082 0,106 0,472 0,535 0,407 1Fósforo 0,141 0,193 -0,062 0,136 -0,166 0,158 0,200 -0,042 0,455 0,406 1

232

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ANEXO C

EVOLUÇÃO DO IQA PARCIAL E GLOBAL

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Anexo A – Índice

C-1: Evolução dos IQA Relativamente ao pH, Omitindo o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 235

C-2: Evolução dos IQA Relativamente ao pH, Considerando o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 236

C-3: Evolução dos IQA Relativamente ao OD, Omitindo o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 237

C-4: Evolução dos IQA Relativamente ao OD, Considerando o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 238

C-5: Evolução dos IQA da Temperatura, Omitindo o Índice dos Coliformes .... 239

C-6: Evolução dos IQA da Temperatura, Considerando o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 240

C-7: Evolução dos IQA da Condutividade, Omitindo o Índice dos Coliformes .. 241

C-8: Evolução dos IQA da Condutividade, Considerando o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 242

C-9: Evolução dos IQA Relativos à CBO5, Omitindo o Índice dos Coliformes .. 243

C-10: Evolução dos IQA Relativos à CBO5, Considerando o Índice dos

Coliformes ......................................................................................................... 244

C-11: Evolução dos IQA Relativos ao Azoto Amoniacal, Omitindo o Índice

dos Coliformes .................................................................................................. 245

C-12: Evolução dos IQA Relativos ao Azoto Amoniacal, Considerando o

Índice dos Coliformes ...................................................................................... 246

C-13: Evolução dos IQA Relativos aos Coliformes Fecais .................................... 247

C-14: Evolução dos IQA Mensais Globais Omitindo os Valores dos

Coliformes Fecais ............................................................................................. 248

C-15: Evolução dos IQA Trimestrais Globais Considerando os Valores dos

Coliformes Fecais ............................................................................................. 249

234

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C-1: Evolução dos IQA Relativamente ao pH, Omitindo o Índice dos Coliformes

pH P1: Sub-indice omitindo coliformes

13,013,514,014,515,015,516,016,517,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P5: Sub-indice omitindo coliformes

13,0013,5014,0014,5015,0015,5016,0016,5017,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P6: Sub-indice omitindo coliformes

13,0013,5014,0014,5015,0015,5016,0016,5017,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P7: Sub-indice omitindo coliformes

13,0013,5014,0014,5015,0015,5016,0016,5017,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P8: Sub-indice omitindo coliformes

13,0013,5014,0014,5015,0015,5016,0016,5017,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P2: Sub-indice omitindo coliformes

13,013,514,014,515,015,516,016,517,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P3: Sub-indice omitindo coliformes

13,013,514,014,515,015,516,016,517,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P4: Sub-indice omitindo coliformes

13,0013,5014,0014,5015,0015,5016,0016,5017,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

235

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C-2: Evolução dos IQA Relativamente ao pH, Considerando o Índice dos Coliformes

pH P1: Sub-indice considerando coliformes

11,011,512,012,513,013,514,014,515,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P5: Sub-indice considerando coliformes

11,0011,5012,0012,5013,0013,5014,0014,5015,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P6: Sub-indice considerando coliformes

11,0011,5012,0012,5013,0013,5014,0014,5015,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P7: Sub-indice considerando coliformes

11,0011,5012,0012,5013,0013,5014,0014,5015,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P8: Sub-indice considerando coliformes

11,0011,5012,0012,5013,0013,5014,0014,5015,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P2: Sub-indice considerando coliformes

11,011,512,012,513,013,514,014,515,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P3: Sub-indice considerando coliformes

11,011,512,012,513,013,514,014,515,0

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

pH P4: Sub-indice considerando coliformes

11,0011,5012,0012,5013,0013,5014,0014,5015,00

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

236

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C-3: Evolução dos IQA Relativamente ao OD, Omitindo o Índice dos Coliformes

OD P1: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P5: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P6: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P7: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P8: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P2: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P3: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

OD P4: Sub-indice omitindo coliformes

05

10152025303540

Nov

-04

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C-4: Evolução dos IQA Relativamente ao OD, Considerando o Índice dos Coliformes

OD P1: Sub-indice considerando coliformes

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C-5: Evolução dos IQA da Temperatura, Omitindo o Índice dos Coliformes

Temperatura P1: Sub-indice omitindo coliformes

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Temperatura P4: Sub-indice omitindo coliformes

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C-6: Evolução dos IQA da Temperatura, Considerando o Índice dos Coliformes

Temperatura P1: Sub-indice considerando coliformes

012345678

Nov

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C-7: Evolução dos IQA da Condutividade, Omitindo o Índice dos Coliformes

Condutividade P1: Sub-indice omitindo coliformes

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Page 263: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-8: Evolução dos IQA da Condutividade, Considerando o Índice dos Coliformes

Condutividade P1: Sub-indice considerando coliformes

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Condutividade P4: Sub-indice considerando coliformes

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C-9: Evolução dos IQA Relativos à CBO5, Omitindo o Índice dos Coliformes

CBO5 P1: Sub-indice omitindo coliformes

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C-10: Evolução dos IQA Relativos à CBO5, Considerando o Índice dos Coliformes

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10

15

20

25

Nov

-04

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-04

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05

Mar

-05

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Mai

-05

Jun-

05

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5

Ago-

05

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5

Out

-05

CBO5 P8: Sub-indice considerando coliformes

0

5

10

15

20

25

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-04

Dez

-04

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05

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05

Mar

-05

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05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P3: Sub-indice considerando coliformes

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

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05

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-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P4: Sub-indice considerando coliformes

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

CBO5 P2: Sub-indice considerando coliformes

0

5

10

15

20

25

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

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05

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-05

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05

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5

Ago-

05

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5

Out

-05

244

Page 266: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-11: Evolução dos IQA Relativos ao Azoto Amoniacal, Omitindo o Índice dos Coliformes

N-amoniacal P1: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

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05

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-05

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05

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5

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05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P2: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

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05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P3: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P4: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P5: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P6: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P7: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P8: Sub-indice omitindo coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

245

Page 267: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-12: Evolução dos IQA Relativos ao Azoto Amoniacal, Considerando o Índice dos Coliformes

N-amoniacal P1: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

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05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

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05

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5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P2: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P3: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P4: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P5: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P6: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P7: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

N-amoniacal P8: Sub-indice considerando coliformes

02468

101214161820

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

246

Page 268: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-13: Evolução dos IQA Relativos aos Coliformes Fecais

Coliformes fecais P1: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P2: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P3: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P4: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P5: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P6: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P7: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

Coliformes fecais P8: Sub-indice

02468

10121416

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

247

Page 269: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-14: Evolução dos IQA Mensais Globais Omitindo os Valores dos Coliformes Fecais

IQA mensal P1

0102030405060708090

100N

ov-0

4

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P2

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P3

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P4

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P5

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P6

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P7

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

IQA mensal P8

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

Mar

-05

Abr-

05

Mai

-05

Jun-

05

Jul-0

5

Ago-

05

Set-0

5

Out

-05

248

Page 270: À minha família e à Filipa - Repositório Aberto · 2017-08-29 · À minha família e à Filipa . IV Agradecimentos Agora que se conclui mais uma etapa da minha vida, não poderia

C-15: Evolução dos IQA Trimestrais Globais Considerando os Valores dos Coliformes Fecais

IQA trimestral P1

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P2

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P3

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05IQA trimestral P4

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P5

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P6

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P7

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

IQA trimestral P8

0102030405060708090

100

Nov

-04

Dez

-04

Jan-

05

Fev-

05

249