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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares 1 FEIRA DA PRAIA GRANDE: as peculiaridades mantidas através de séculos Ana Jéssica Corrêa Santos Ildeneia Borges Abreu Sarany Rodrigues Da Costa* RESUMO: Este artigo tem por objetivo apresentar de maneira concisa a importância da Feira da Praia Grande/Casa das Tulhas para o turismo, e a sua importância histórica para a comunidade Ludovicense, enfatizar como o ocorreu o seu surgimento, a origem do nome, sendo identificadas as possibilidades, as restrições e a roteirização para o desenvolvimento da atividade turística, assim como fazer uma reflexão sobre a importância da preservação do patrimônio histórico, no processo de globalização e ainda ressaltar como é importante valorizar e revitalizar a historia de nossos antepassados que estão presentes nas atividades comerciais exercidas em uma das feiras mais populares de São Luís, uma atração a mais para o turismo no Maranhão. PALAVRAS-CHAVE: Casa das Tulhas. Feira da Praia Grande. Centro Histórico. Patrimônio histórico. Turismo. ___________________________________ *Graduandas do 7°período do curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares

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FEIRA DA PRAIA GRANDE: as peculiaridades mantidas através de séculos

Ana Jéssica Corrêa Santos

Ildeneia Borges Abreu

Sarany Rodrigues Da Costa*

RESUMO: Este artigo tem por objetivo apresentar de maneira concisa a importância da

Feira da Praia Grande/Casa das Tulhas para o turismo, e a sua importância histórica para a

comunidade Ludovicense, enfatizar como o ocorreu o seu surgimento, a origem do nome,

sendo identificadas as possibilidades, as restrições e a roteirização para o desenvolvimento

da atividade turística, assim como fazer uma reflexão sobre a importância da preservação

do patrimônio histórico, no processo de globalização e ainda ressaltar como é importante

valorizar e revitalizar a historia de nossos antepassados que estão presentes nas atividades

comerciais exercidas em uma das feiras mais populares de São Luís, uma atração a mais

para o turismo no Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Casa das Tulhas. Feira da Praia Grande. Centro Histórico.

Patrimônio histórico. Turismo.

ABSTRACT: This paper aims to present concisely the importance of Fair Praia

Grande / the Granary House for tourism, and its historical importance to the

community ludovicense emphasize how was your appearance, the origin of the name,

being identified possibilities, restrictions and routing for the development of tourism, as

well as a reflection on the importance of preservation of historical heritage in the process

of globalization and also stress the importance of value and revitalize the history of our

ancestors that are present in commercial activities carried out in one of the most

popular fairs of St. Louis, a further attraction for tourism in Maranhão.

KEY-WORDS: Casa das Tulhas. Feira da Praia Grande. Centro Histórico. Historical

heritage. Tourism.

___________________________________

*Graduandas do 7°período do curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

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INTRODUÇÃO

A Feira da Praia Grande, também conhecida como Casa das Tulhas, teve as suas

primeiras construções em meados do século XVIII, com o intuito de funcionar como um

celeiro, onde os comerciantes pudessem estocar suas mercadorias. Anos depois foram

feitos novas edificações, até chegar às construções atuais, sendo que houve muitos

conflitos sociais e políticos. Atualmente a feira comercializa doces, licores, tiquiras,

cachaça, farinha, peixe seco, artesanatos locais, camarão, enfim, inúmeros utensílios que

fazem parte da cultura maranhense.

A Feira da Praia Grande ocupa uma grande edificação retangular no meio do

Centro Histórico de São Luís. Possui quatro entradas, sendo que a entrada principal está

localizada na Rua da Estrela, uma rua

que possui um intenso fluxo de pessoas.

Atualmente, a estética da feira deixa um

pouco a desejar, entretanto, a Feira da

Praia Grande desempenha um papel

fundamental para a história do

Maranhão, pois o espaço reflete o jeito de ser maranhense, no modo peculiar dos

comerciantes.

A Feira funciona de segunda a domingo, oferecendo como atrações, em alguns

bares, shows ao vivo, e em outras ocasiões ocorrem apresentações de Tambor de Crioula.

Objetiva-se, nesta pesquisa, descrever um pouco da identidade maranhense transmitida

pela simplicidade da Feira da Praia grande, além de suas principais características, em

diversos setores, e mostrar a potencialidade do lugar, como sendo um local estratégico para

o Turismo Cultural.

SÃO LUÍS ANTES DA FEIRA DA PRAIA GRANDE

Antes de descrever o processo de construção da Feira da Praia Grande é

importante fazer uma contextualização da história da fundação de São Luís, para pontuar

as dificuldades da construção desta feira, que atualmente conserva a cultura maranhense,

passada de pais para filhos. São Luís, a capital do Estado do Maranhão, foi “fundada” em

08 de setembro de 1612 pelos franceses, porém antes desta “fundação” a ilha já era

Entrada da feira pela Rua da Estrela Fonte - Google Imagens

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habitada por índios, especialmente os tupinambás, que a chamavam de Ilha de Upaon-Açu.

Os franceses que aqui se instalaram construíram um forte chamado “Saint Louis”, com o

objetivo de fundar uma Colônia na América do Sul, a qual seria conhecida como a “França

Equinocial”, tendo por encarregado dessa missão “Daniel de La Touche”. Com a expulsão

dos franceses, São Luís passou ao domínio dos portugueses, mas os portugueses não se

instalaram na Cidade, que permaneceu por muitos anos habitada por jesuítas, poucos

homens brancos e muitos índios (MARQUES, 1970)

Em 1621, as terras portuguesas na América foram divididas em dois grandes

Estados com governos diferentes e ligados à corte, o Estado do Grão-Pará e Maranhão que

hoje são as terras que vão do estado do Ceará até o Estado do Amazonas, e o Estado do

Brasil, as terras do restante do nordeste até o sul do país. O Maranhão ficou por muito

tempo em estado de abandono, o que favoreceu a invasão holandesa, em 1641. A cidade de

São Luís ficou sobre o domínio holandês por quatro anos. Com a volta ao domínio

português foi distribuída terra para incentivar o desenvolvimento do Estado, e evitar uma

nova invasão. Mas o Maranhão só se desenvolveu depois da unificação dos Estados, sendo

assim, houve a criação de uma companhia de Comércio, mais de um século depois. Essa

situação perdurou até por volta do século XVIII, quando o Marquês de Pombal, primeiro

ministro do Rei Dom José de Portugal, promoveu a reintegração dos dois Estados

unificados como colônia brasileira (CAFETEIRA, 1994).

A história da Feira da Praia Grande está ligada diretamente à expansão comercial

maranhense. Então, com criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão,

houve uma mudança da situação econômica do Estado, que tinha uma economia amparada

na exploração de alguns produtos para a subsistência, cuja produção “era suficiente apenas

para o consumo interno”, passou a fazer parte do comércio mundial com a produção de

arroz e algodão. Nessa época, eram raros os navios que vinham a São Luís, entretanto,

depois da criação da Cia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão foi possível a mudança do

cenário urbano de São Luís, que antes era marcado por miséria e passou a ter construções

de belos casarões. Segundo Cesar Marques (2006), “até o final do século XVIII, a maioria

das casas eram precárias, e construídas de taipa e palha, passaram a ser substituídas pelos

belos casarões [...] São Luís era a 4ª Cidade mais rica e sucedida no Brasil” (CAFETEIRA,

1970).

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Essa expansão comercial possibilitou aos ludovicenses a construção do maior

conjunto arquitetônico de origem europeia na América Latina. Atualmente, a Cidade de

São Luís possui o título Patrimônio Cultural da Humanidade, tombado desde 1997

O patrimônio cultural é considerado, atualmente, um conjunto de bens materiais e não materiais, que foram legados pelos nossos antepassados e que, em uma perspectiva de sustentabilidade, deverão ser transmitidos aos nossos descendentes, acrescidos de novos conteúdos e de novos significados, os quais, provavelmente, deverão sofrer novas interpretações de acordo com novas realidades socioculturais (DIAS, 2006, p. 67).

Feira da Praia Grande ou Casa das Tulhas

A história da Casa das Tulhas está intimamente relacionada com a própria

história do bairro da Praia Grande e da construção dos casarões coloniais.

Apesar do avanço que o Estado teve com a Cia de Comércio do Grão-Pará e

Maranhão, a cidade não tinha um lugar para comercializar e estocar as mercadorias que

vinham do interior ou de outros Estados e Países, nem um porto que facilitasse o

desembarque de mercadorias.

Até a quarta parte do século XIX, a área da praia grande era um lodaçal, a água invadia, desde a rampa do palácio até a rua da estrela, onde se encontrava a alfândega e o arsenal da marinha [...] as embarcações atracavam na ponte da alfândega, mas quando a maré estava vazando, o desembarque era feito nas costas de escravos ou em ombros de marinheiro, sendo que essa lama impedia a locomoção, que resultava na perda de mercadoria, e nos altos preços.(MEIRELES, 1979).

As primeiras notícias que se tem sobre a transformação da área de lamaçal em

caias e praça são de 1780, a partir de um ofício vindo de Lisboa no qual eles pediam que

fosse enviada a planta da obra em que se pretendiam fazer o cais e a praça, e ordenava que

fossem concedidos terrenos a particulares, para que eles pudessem construir. Mas o

Governador fez muitas exigências, no qual queria que as obras fossem feitas em um ano,

mas as obras acabaram não sendo feita de imediato.

Mas nada foi feito no decorrer de 4 anos porque o Governador Teles da Silva (1784-1787), não concedeu chão; como pediu a corte . Ele impôs a condição de que a obra teria que ser edificada no prazo de um ano [...] Em 1805 na gestão de D. Antonio Saldanha de Gama (1804-1806), foi construindo no terreno lodaçal uma praça, um cais de sustentação, e

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barracas onde seriam vendidos diversos produtos (MEIRELES, TEIXEIRA, 1979).

A primeira construção no local onde é a Feira da Praia Grande foi uma praça,

cercada de barracas feitas de paus, que vendiam diversos gêneros alimentícios. Mas era

tudo improvisado e sem estrutura, o que facilitava constantes desavenças, entre os

comerciantes e moradores. Apenas em 1805 houve uma construção oficial, mas essa

construção não abrangia toda a área onde atualmente está localizada a Feira da Praia

Grande.

Em 20 de Julho de 1820, o Terreiro Público passou a ser um órgão público e ficou conhecido como Casa das Tulhas ou Curro, foi instituída uma administração para o local, mas devido a irregularidades a Câmara extinguiu as barracas em 29 de Abril de 1833, apesar da administração, o local tinha constantemente escândalos, o que fez a câmara anunciar por edital de 29/01/1833, a inexistência da feira nos próximos dias, e assim aconteceu à feira desapareceu em abril do mesmo ano (MEIRELES, TEIXEIRA, 1979).

A feira ficou inativa por quase três décadas, pois ela foi fechada em 1833 e

somente em 19855 foi iniciada uma nova construção que terminou apenas em 1862.

Segundo Meireles E Teixeira- algumas melhorias foram feitas neste intervalo “vários

manifestos que levaram o Desembargador Joaquim Viera da Silva Sousa (1832-1834), a

fazer melhorias na área, “foi construída e pavimentada a Rua do Trapiche1, a partir da Rua

da Estrela, até o cais que antes era um lodaçal” (MEIRELES e TEIXEIRA, 1979, pg.5). É

importante ressaltar que as casas e prédios foram substituídos nas edificações da Praça.

Essa estrutura arquitetônica permanece até os dias atuais, mas com algumas modificações,

em relação a primeira construção que formava a área retangular, composta pelas casas de

comércio, a feira e o jardim.

A construção foi iniciada em 28/07/1855, mas só seriam construídas passadas sete anos, ou seja, em 1862, e já pela companhia Confiança Maranhense, organizada em 1859 a casa da praça [...] o edifício, construído no antigo terreiro, com a forma retangular e medindo 296x 256, palmos, tinha, ao meio de cada uma de suas alas, um portão largo que dava acesso a um jardim interno a praça do comercio, em cujo centro se pois um chafariz da antiga Companhias das Águas; a fachada principal, com quanto fossem todos iguais, era a que dava para a Rua da Estrela, oferecendo no frontal do respectivo portão, em mármore, as armas do império, cada uma das alas se subdividia em salas, todas de 40x20 palmos e dispondo de duas portas para a rua e duas outras para a

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Praça Interior, e em as quais se estabeleceriam as casas de comercio (MEIRELES, TEIXEIRA, 1979, p. 05).

Em 1863, o “Presidente Antônio Manoel de Campos Melo melhorou ainda

mais a Praia Grande com a construção do “Beco do Trapiche e a Rampa Campos Melo”. É

importante frisar que hoje a Feira da Praia Grande encontra-se onde antes era o jardim da

Casa das Tulhas.

A Feira e o Projeto Praia Grande

Até a década de 1960 o Centro Histórico de São Luis estava em situação de

completo abandono. Pois, segundo Lorêdo (2009), os primeiros movimentos em busca da

preservação no Maranhão só surgiram em 1974, com o Tombamento Federal no qual está

inserido o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da cidade de São Luís, incluindo o bairro

da Praia Grande. A partir daí o Centro Histórico passa a receber atenção no sentido de que

precisava ser preservado e conservado.

Mas os benefícios concretos não vieram imediatamente, somente em 1979 com

a I Convenção Nacional da Praia Grande é criado o Projeto Praia Grande, a partir do

debate da proposta de revitalização do Centro Histórico, elaborada pelo arquiteto John

Gisiger, e em 1981 é feito o anuncio oficial do Programa de Preservação e revitalização do

Centro Histórico de São Luís.

O Programa de Revitalização do Centro Histórico teve os seguintes objetivos

principais:

a) Considerar realisticamente os interesses econômicos e culturais;

b) implantar um projeto de infraestrutura urbana geral, com a melhoria da

circulação de veículos, área para estacionamento;

c) criação de vias de pedestres;

d) remanejamento de utilidades públicas e

e) revitalização dos focos de interesses turísticos e culturais (REIS, 1981).

Esses objetivos traduzem a meta principal do projeto que foi a revitalização

socioeconômica e a preservação do patrimônio, a revitalização do patrimônio

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arquitetônico, artístico e cultural, tudo isso em comum acordo com ações integradas de

órgãos municipais, estaduais e federais.

Também em 1981 foi oficialmente lançado o Programa de Obras do Largo

do Comércio e áreas vizinhas, que visava à revitalização de um núcleo comercial, cultural

e social na área de maior interesse histórico de São Luis. O programa teve como entidades

responsáveis coordenadoras, a Secretaria de Coordenação e Planejamento, a Comissão do

Projeto Praia Grande e o Instituto Maranhense de Cultura. Seus principais objetivos eram a

fixação da população de baixa renda residente na área; a promoção do turismo cultural

através do oferecimento de condições de hospedagem e alimentação adequadas e

programação cultural com ampla divulgação e facilidade de acesso; a dinamização do

comercio varejista, especialmente o de alimentos, produtos regionais e artesanato; entre

outros.

A Feira da Praia Grande foi revitalizada ainda na primeira etapa do

Programa de Revitalização (1981-1982) quando foram realizados investimentos na ordem

de 1 milhão de dólares (LORÊDO, 2009) e feitas obras primárias prioritárias de

restauração, reforma e ampliação da feira e de mais três outros monumentos, a saber: um

imóvel em ruínas para sediar o albergue do voluntariado de obras sociais, o Beco da Prensa

e a Praça da Praia Grande, hoje Praça Nauro Machado.

Produtos Comercializados na Feira da Praia Grande

O mercado, conhecido também pelo nome de Feira da Praia Grande, ocupa

uma edificação retangular no meio do centro histórico. Apesar de possuir quatro entradas,

a principal delas localizada na Rua da Estrela, a Casa das Tulhas parece camuflada no

interior de um quarteirão repleto de casarões coloniais.

Parte da área externa do mercado é dedicada às lojas comerciais que vendem

artesanato e vestuário. No interior da Feira possui inúmeros boxes, bancadas e barracas

vendem produtos ligados à gastronomia.

Junto ao portão principal, logo na entrada, a singularidade do local já é

percebida pelo visitante: a maioria dos produtos comercializados é genuinamente

maranhenses, a exemplo da Barraca do Casemiro - uma amostra das peculiaridades

regionais. Lá o freguês encontra a promessa de cura para os mais diversos males através do

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uso de infusões feitas com cascas de árvores, sementes e raízes, dentre eles podemos citar a

sucupira, recomendada para curar infecção na garganta e indicado àqueles com alto nível

de colesterol; Coronha: contra pressão alta e má circulação de sangue; Cebolinha Branca:

expectorante; Olho de Boi: mal olhado; Copacaíba: antiinflamatório; Jalapa: melhora tanto

a circulação sanguínea quanto infecção intestinal; leite de Janaúba contra gastrite.

Além dessa barraca, encontra-se a comercialização de outros produtos:

camarões secos, aguardentes de mandioca (tiquira), castanhas, remédios para todos os

males que vão desde gripes até impotência; geleias de pimenta, farinha de mandioca, doces

regionais, como o bacuri, refrigerante, além de artesanatos locais e bares e restaurantes de

culinária tipicamente maranhense. Enfim, quem visita a Feira da Praia poderá observar a

diversidade de produtos para serem oferecidos aos freqüentadores do local.

Percebemos que a Feira da Praia Grande Feira da Praia contribui com o

turismo de São Luís, pois vem mostrar a singularidade da localidade, através de seus

produtos comercializados, podemos verificar a cultura das pessoas que ali vendam seus

produtos, o modo de vestir, “os seus costumes”, podemos notar que são pessoas simples,

que lutam dia-a-dia para sobreviverem, muitos deles não possuem nenhuma capacitação

para o empreendedorismo ou atendimento ao público, embora, saibam da importância da

mesma para que tenham melhorias nas vendas.

Podemos perceber que por parte do Governo falta incentivo, cursos

direcionados para essa categoria, pois se os vendedores tivessem apoio governamental tudo

seria diferente. Ter-se-ia uma infraestrutura melhor, policiamento, incentivo à divulgação

do ambiente, eventos que proporcionassem a valorização do local, pessoas mais

capacitadas e treinadas, o que fortaleceria o turismo, pois o turista chegando lá poderia

passar mais tempo, iria consumir mais. Também poderia, ao passar por lá, presenciar uma

dança da localidade Se os órgão competentes pusessem em prática essas ações poderiam

resgatariam a tradição, fortaleceriam a cultura maranhense ao mesmo tempo que gerariam

recursos para o Estado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os becos e ruas que compõem o acervo arquitetônico da cidade de São Luís

contam histórias sem fim; cada sobrado azulejado tem “gravado” em suas paredes e

registrado em cada cômodo as lembranças de famílias que em épocas ali habitaram, as

fontes e praças, pontos que hoje guardam como que em uma caixa de surpresas os

encontros de casais enamorados e amigos animados. Assim, cada detalhe do Centro

Histórico canta a serenata histórica revelada dentro de pormenores arquitetônicos de

antigas histórias ali vividas.

Sendo também componente essencial desse arsenal histórico, a Casa das

Tulhas, conhecido popularmente como Feira da Praia Grande ou Mercado da Praia Grande,

tem sua importância e significado dentro deste contexto que nos assegura o título de

Patrimônio da Humanidade.

A sociedade de modo geral, o poder público e órgãos governamentais não

podem fechar os olhos para este ícone histórico. É preciso preservar e zelar. Mais que um

mercado, muito mais que um ponto de venda de especiarias, a Feira da Praia Grande é um

produto único de fundamental importância para o mercado turístico de São Luís.

Assim, para continuar tendo uma preferência tanto no contexto turístico e

social, é preciso abusar de sua potencialidade, é preciso firmar compromisso com o nosso

patrimônio. Para isso, realizar um marketing através de um planejamento, segregar valor

através de sua imagem, conquistar posição trade é um dos passos que devemos dá para

inserir positivamente a Feira da Praia Grande no mercado competitivo como produto

turístico, promovendo assim o que temos de melhor.

Desta forma, cabe lembrar novamente que a Casa das Tulhas ou Feira da Praia

Grande, sendo parte da história, precisa de atenção, cuidados, zelo e divulgação para

continuar exercendo importância e significado em nossa cidade histórica, para continuar

sendo fonte de renda para pessoas que com sua simplicidade ganham seu dia com venda de

especiarias e para continuar tendo sua importância na economia do Estado e do país.

É necessário ressaltar que a Feira da Praia Grande é um local de grande

representação da cultura Ludovicense, tanto pelo caráter grandioso de sua construção como

por seus produtos comercializados, por sua história e tudo que representa para a população

de São Luís. A singularidade de suas manifestações é a grande estratégia do turismo. A

busca cada vez mais por lugares diferentes fugindo das viagens que trazem pouca

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experiência intelectual só tem aumentados nos últimos anos. Com a implementação de

estratégias e ferramentas de marketing é possivel que a Casa das Tulhas e a Feira da Praia

Grande sejam cada vez mais valorizadas e sejam contempladas nos circuitos oficiais de

visitação da cidade de São Luís, tornando-se ponto de referência para a cultura,

gastronomia e compras de quem visita a cidade.

Sendo assim, a Feira da Praia Grande possuiria uma outra identidade, uma

outra linguagem, o turismo seria muito mais consolidado. Para que isso acontecesse seria

necessário o incentivo das autoridades. Todavia enquanto isso não acontece, os

vendendores vão levando como podem, e o que poderia ser um lugar arejado, , é

atualmente um local que não possui cuidados periodicamente. Apesar dessa realidade, os

turistas ainda visitam o local, e este é visto como parte da história de São Luís, e cabe aos

moradores, aos órgãos públicos e aos visitantes preservarem essa história.

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REFERÊNCIAS

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CAFETEIRA, Epitácio Cafeteira Afonso Pereira. Reviver. Brasília, 1994.

MARQUES, Cesar Augusto. Dicionário Histórico- Geográfico da Província do Maranhão. ed. 3ª . 1970.

MARQUES, Wilson. Touchê. Uma aventura pela “cidade dos azulejos”– São Luís: 1998.

MEIRELES, Mario Martins, TEIXEIRA, Ana Otília Meireles. O Projeto Praia Grande, Departamento de História e Geo-Ciências. Universidade Federal do Maranhão. São Luís, 1979.

PEREIRA, Epitacio Cafeteira Afonso. Reviver/ Epitacio Cafeteira Afonso Pereira; Prefácio de Américo Azevedo Neto, - Teresina: Editora Aquarela, 1992.

REIS, José R.S. Feira da Praia Grande. São Luís: Gráfica e Editara Augusta, 1982.

VIEIRA, Natália Miranda. Gestão de sítio histórico: transformação dos valores culturais e econômicos em programas de revitalização em áreas históricas- Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2008.

VIVEIROS, Jerônimo de. História do Comércio do Maranhão: 1612 à 1895. São Luís, 1992Cazumbá Online. Categoria da notícia: Girotour/ Data publicação: 29/10/2000

http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos1/Importancia_do_produto_turistico_a_casa_de_tulhas_em_sao_luis.htm, Acesso dia 01/ 12/ 2010http://www.jornalcazumba.com.br/2011/index.php?conteudo=noticia&idconteudo=1495, Acesso: dia 04/ 12/ 2010

http://www.brasilsabor.com.br/por/roteiros/artigo/39, Acesso DIA 01/ 12/ 2010