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RELATRIO & CONTAS 2017 5

2017 2016 [*] 2016

Margem Financeira 5.067.579 4.981.821 4.981.821

Comisses Lquidas 4.202.294 3.290.785 3.290.785

Resultados de Operaes Financeiras (Lquidas) 1.511.087 2.741.014 2.741.014

Outros Resultados de Explorao (445.409) (610.384) (610.384)

Produto Bancrio 10.335.551 10.403.234 10.403.234

Custos com o Pessoal (4.095.526) (3.842.764) (3.842.764)

Outros Gastos Administrativos (4.104.189) (3.968.782) (3.968.782)

Custos de Estrutura (8.199.715) (7.811.546) (7.811.546)

Amortizaes (622.153) (556.957) (556.957)

Provises (3.466) 37.767 37.767

Imparidades (385.992) (2.587.196) (2.549.396)

Resultado Antes de Impostos 1.124.224 (514.697) (476.897)

Impostos (323.571) 125.872 125.872

Resultado Lquido 800.654 (388.825) (351.025)

2017 2016 [*] 2016

Total do Ativo Lquido 274.589.280 211.494.672 214.796.037

Capitais Prprios 35.371.327 34.558.195 34.558.195

Fundos Prprios 34.552.025 34.284.389 34.284.389

Depsitos de Clientes 195.775.894 142.478.359 142.478.359

Crdito Concedido / Depsitos de Clientes 48,94% 46,40% 46,40%

Crdito Vencido / Crdito Concedido 1,45% 0,09% 0,09%

Rendibilidade de Ativos Mdios (ROA) 0,32% -0,16% -0,16%

Rendibilidade de Capitais Prprios Mdios (ROE) 2,29% -1,11% -1,08%

Rcio de Solvabilidade 20,81% 21,80% 21,80%

Margem Financeira / Ativo Remunerado 2,70% 3,42% 3,27%

Custos de Estrutura / Produto Bancrio 79,34% 75,09% 75,09%

CONTAS INDIVIDUAIS

[*] Valores reexpressos.

Sntese de Indicadores

RELATRIO & CONTAS 2017 7

Lus Manuel de Faria Neiva dos Santos PRESIDENTEMaria Manuela Pereira Antunes Matias SecretriaAna Mafalda Mateus Freitas Gonalves Malafaya Secretria

Maria Cndida Cadeco da Rocha e Silva PRESIDENTEJorge Manuel da Conceio Freitas Gonalves VICE-PRESIDENTEAntnio Jos Paixo Pinto Marante VogalJoo Pedro Portugal da Cunha VogalFrancisco Miguel Melhorado de Oliveira Fernandes PRESIDENTE DA COMISSO EXECUTIVA [CE]

Paulo Armando Morais Mendes Vogal [CE]Paulo Martins de Sena Esteves Vogal [CE]

lvaro Jos Barrigas do Nascimento PRESIDENTERicardo Jorge Mendes Fidalgo Moreira da Cruz VogalMaria da Graa Alves Carvalho VogalAndr de Castro Amorim Vogal [Suplente]

Marques da Cunha, Arlindo Duarte & Associados Efetivo [SROC]representada por Joaquim Manuel Martins da CunhaAntnio Magalhes & Carlos Santos, representada Suplente [SROC]por Carlos Afonso D. L. Freitas dos Santos

Maria Cndida Cadeco da Rocha e SilvaJorge Manuel da Conceio Freitas GonalvesProjeto Inverso, SGPS, SA

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

CONSELHO DE ADMINISTRAO

CONSELHO FISCAL

REVISOR OFICIAL DE CONTAS (SROC)

ACIONISTAS COM PARTICIPAES SUPERIORES

A 5% DO CAPITAL SOCIAL

BANCO L. J. CARREGOSA, S.A.

Mensagem da Presidente do Conselho de Administrao

02

RELATRIO & CONTAS 2017 9

Ex. mo Senhor Presidente da mesa da Assembleia Geral, Senhores Acionistas,

Pela nona vez eu e toda a Administrao do Banco Carregosa colocamo-nos perante os Acionistas do Banco para vos prestar contas de mais um exerccio.

2017 foi um ano de crescimento, muito visvel nos ativos sob ges-to, nos depsitos de clientes e no crdito concedido, grandezas que registaram todas elas taxas de crescimento superiores a 30%. Foi, igualmente, o ano de regressar aos resultados positi-vos, ainda que no no montante que ambicionamos, mas certos de que a evoluo positiva das mtricas antes referidas trar a prazo uma adequada remunerao dos acionistas.

O Banco Carregosa continuou no caminho de melhorar a sua organizao e de apurar a sua exigncia para com os colabora-dores da casa e para com os novos que vai recrutando para as diferentes reas de negcio que vamos perseguindo.

A onda avassaladora de regulao que os supervisores euro-peus e nacionais vo emitindo numa preocupao, alis com-preensvel, de que as tragdias no voltem, mas esquecendo um pouco o princpio da proporcionalidade, continua a ser uma das nossas dificuldades, at porque exige sempre grande investi-mento, em recursos informticos e em pessoas para podermos dar uma resposta cabal. Manteremos, pois, o foco no cresci-mento como forma de diluir estes custos acrescidos.

Na sequncia do que vos tinha anunciado na minha comunicao que acompanhava o relatrio e contas do ano 2016 em que refe-ria que o Banco Carregosa tinha adquirido um espao no Porto, na Rua Guerra Junqueiro, que se destinava a ser ocupado pelo departamento de clientes affluent foi com gosto que no passado dia 7/07/2017 procedemos inaugurao sem qualquer pompa mas com a grande satisfao de constatarmos que a recuperao do espao correspondia em absoluto ao que espervamos e ser-via perfeitamente o fim que lhe tnhamos destinado.

Para reforarmos a nossa presena neste segmento de clientela tambm em Lisboa, temos praticamente concluda a remodela-o das nossas instalaes da Rua Latino Coelho.

Os resultados destes investimentos j se fazem claramente sentir.

No resisto a contar como nota pessoal e pela qual peo desde j desculpa, que, tendo convidado para a inaugurao do nosso espao o Senhor Bispo do Porto, ouvimos dele que tinha colhido nos arquivos do Pao Episcopal a informao de que, por oca-sio da implantao da Repblica e das leis de expropriao de bens da Igreja, a Casa Carregosa tinha sido de grande ajuda Diocese do Porto.

Sentimos uma enorme gratido pelo esprito superiormente generoso do Senhor Dom Antnio Francisco dos Santos.

Mais uma vez peo desculpa aos Senhores Acionistas por ter feito esta divagao. Eu sei que num relatrio se apresentam resulta-dos, indicadores, estratgias mas tambm ser interessante que saibam que o Banco Carregosa tem uma boa ancestralidade.

Termino reiterando o mais profundo empenhamento em conti-nuar o nosso trabalho no sentido de conseguir mais e melhor. S assim poderemos esperar que continuem a depositar em ns a Vossa confiana.

Muito obrigada, Maria Cndida Rocha e Silva Presidente do Conselho de Administrao

RELATRIO & CONTAS 2017 10

JANEIRO A MARO

A GoBulling, marca de negociao online do Banco Carregosa, d incio a uma srie de 29 seminrios online (webinars) que decorrem ao longo do ano, com uma sesso formativa sobre Anlise Tcnica.

lanada a oferta do depsito indexado Carregosa Cabaz Telecomunicaes com vencimento em maro de 2019.

O Banco Carregosa lidera uma emisso de papel comercial de um cliente.

A GoBulling distinguida, mais uma vez, como a melhor escolha para negociar em bolsa, segundo o estudo de mercado da DECO Proteste Investe.

O Banco Carregosa recebe a visita de Alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, no mbito da iniciativa FFC FEP FIRST Connection, onde assistem ao seminrio Atividade e modelo de negcio Banco Carregosa e Mercados Financeiros.

No Inqurito de Satisfao Bancria realizado pela DECO e pela revista Dinheiro e Direitos, o Banco Carregosa surge em 5 lugar entre 26 entidades analisadas.

lanada a Oferta Pblica de Subscrio do produto estruturado USD Participation Note STOXX EUROPE 600.

O Banco passou a ser depositrio do 10 fundo de investimento, de uma nova socie-dade gestora.

ABRIL A JUNHO

O Banco Carregosa organiza a conferncia Mercados Financeiros, Trading e Fundos de Investimento, no ISCTE-IUL, em Lisboa.

Realiza-se, no Porto, mais uma edio das Conversas Carregosa, um evento de reflexo e debate sobre temas da atualidade com a presena de dois oradores convidados.

lanado o depsito indexado Carregosa Cabaz Retalho, com vencimento em maio de 2019.

alargada a oferta de produtos e servios disponibilizados no canal digital com a incluso de depsitos a prazo em dlares.

Principais Eventos de 2017

RELATRIO & CONTAS 2017 11

O Banco assessorou uma operao de aumento de capital e subscrio particular de aes representando a totalidade do capital social de uma empresa nacional do setor segurador, no valor de 17 milhes de euros, incluindo a organizao e colo-cao da oferta. No mbito da mesma operao foi tambm efetuado o trabalho de avaliao do capital social da empresa e assessoria na preparao do plano de negcios e poltica de governao da sociedade.

JULHO A SETEMBRO

So inauguradas, no Porto, novas instalaes do Banco Carregosa que acolhem as equipas dedicadas a um novo seg-mento de mercado, bem como alguns departamentos, em resultado da expanso de atividade e reorganizao interna.

aberto o perodo de candidaturas ao Prmio de Investigao Clnica Banco Carregosa/Seco Regional do Norte da Ordem dos Mdicos edio de 2017, cujos vencedores so anuncia-dos no incio de 2018.

Na plataforma de negociao online GoBulling PRO disponi-bilizada uma nova ferramenta que permite a deteo de sinais de compra e de venda e que pode ser uma ferramenta til para as decises de investimento dos clientes: o autochartist.

disponibilizada a oferta de um depsito indexado intitulado Carregosa Cabaz Aes Banca, com vencimento em julho de 2019.

Celebrado um novo protocolo com a DECO Proteste que pro-porciona aos subscritores das publicaes da DECO Proteste e Proteste Investe condies especiais na subscrio de Fundos de Investimento comercializados pelo Banco Carregosa.

Os alunos da Catlica Porto Business School, que frequentaram estgios de Vero no Banco Carregosa, apresentam os respeti-vos projetos de estgio.

Tem incio o Jogo da Bolsa 2017 numa parceria que envolve o Banco Carregosa/GoBulling, o Jornal de Negcios e o ISCTE-IUL. O Jogo dura at novembro.

Lisboa e Porto acolhem mais duas edies das Conversas Carregosa.

Includo mais um servio na plataforma online do Banco Carre-gosa a Seleo de Fundos de Investimento que consiste na possibilidade de subscrio de trs carteiras de fundos de investimento selecionadas em funo de diferentes objetivos de investimento e perfil de risco.

disponibilizado aos clientes o depsito indexado Carregosa Cabaz Aes Autos, cuja maturidade se atinge em setembro de 2019.

OUTUBRO A DEZEMBRO

iniciada a subscrio de um depsito indexado denominado Carregosa Cabaz Aes MEDIA, com vencimento em outu-bro de 2019.

Realizam-se dois seminrios, em Lisboa e no Porto, com o objetivo de antecipar a evoluo das economias e dos merca-dos financeiros mundiais em 2018, com oradores internos e externos, denominados Outlook 2018.

iniciada a subscrio de um depsito promocional de Natal.

O Banco disponibiliza a subscrio da Note Autocallable EuroStoxx50, com vencimento em dezembro de 2022.

O Banco Carregosa lidera um programa de emisses de papel comercial, num montante at 30 milhes de euros.

RELATRIO & CONTAS 2017 13RELATRIO DE GESTO

No cumprimento das disposies legais e estatutrias, vem o Conselho de Administrao do Banco L. J. Carregosa S.A. apresentar o Relatrio e Contas relativo ao exerccio de 2017.

Em cumprimento do Cdigo das Sociedades Comerciais, este documento inclui, ao longo do respetivo texto e das notas s demonstraes financeiras, informao a que se refere cada uma das rubricas obrigatrias elencadas no art. 66 n. 5 (Relatrio de Gesto).

3.1. BANCO CARREGOSA

O nome Carregosa est associado ao setor financeiro h 185 anos. Com efeito, foi em 1833 que, na Rua das Flores, no Porto, se inicia a sua atividade comercial, como casa de cmbios, fazendo dela a instituio financeira mais antiga da Pennsula Ibrica a man-ter-se em atividade. Ao longo do sculo XX, a Casa Carregosa cresceu, inovou e desen-volveu-se, adaptando-se a um mundo moderno, cada vez mais sofisticado e exigente.

Com a atribuio da licena para exercer atividade bancria, em 2008, a L. J. Carregosa Sociedade Financeira de Corretagem deu lugar ao Banco Carregosa, que est prestes a celebrar uma dcada.

O Banco Carregosa nasceu com o objetivo de ocupar um espao prprio o de um banco especializado em banca privada, assente nos valores da independncia e perso-nalizao, tendo em vista oferecer aos Clientes um aconselhamento srio, transparente e que coloque o seu interesse em primeiro lugar.

Decorridos nove anos, com satisfao que testemunhamos que o Banco Carregosa conseguiu afirmar-se como um nome incontornvel na rea de Poupana & Investimento em Portugal, beneficiando do reconhecimento de credibilidade e respeitabilidade.

3.2. ORGANIZAO INTERNA E SEGMENTOS DE NEGCIO

De acordo com as grandes linhas estratgicas definidas para 2016-2018, a atividade do Banco assenta nos seguintes pilares fundamentais:

Consolidao do posicionamento de banca privada, focado nos segmentos de par-ticulares de elevado patrimnio e, bem assim, de particulares affluent com elevado potencial de poupana/investimento;

Complementarmente, procura-se atuar em segmentos e/ou em servios especficos, onde o Banco mantm atualmente uma atividade relevante, assegurando uma renta-bilidade adequada e consistente com o seu posicionamento e competncias;

Adoo de uma marca nica para o negcio bancrio, centrada na identidade corpo-rativa do Banco Carregosa;

Utilizao da marca GoBulling exclusivamente nas plataformas de negociao;

RELATRIO & CONTAS 2017 14RELATRIO DE GESTO

Para se afirmar crescentemente como uma referncia nos segmentos alvo, dada especial ateno, nomeadamente, s seguintes dimenses:

Desenvolvimento e disponibilizao de solues tecnolgicas de ponta; Diferenciao suportada na inovao e excelncia do servio; Maior profundidade no aconselhamento e gesto de ativos.

Para dar apoios s linhas de atuao referidas, a organizao funcional do Banco pode ser retratada por trs ncleos principais, que a seguir se descrevem.

reas de Negcio

O primeiro ncleo composto por quatro reas de Negcio, cuja definio se baseia no modelo relacional que o Banco pretende estabelecer com os seus clientes. Destas, trs reas tm um cariz eminentemente comercial, dando corpo forma como utilizam ou traduzem, para os clientes-alvo, os produtos ou servios do Banco tendo em vista garantir uma oferta coerente:

Banca privada; Banca affluent; Negcio institucional.

As reas de clientes (banca privada, affluent e negcio institucional) so ainda alimenta-das por duas redes comerciais externas a Rede de Assessores de Investimento (RAI), vocacionada para os clientes particulares, e a Rede de Vendas Institucionais (RVI), para clientes institucionais.

Inclui-se, tambm neste ncleo, uma quarta rea de Negcio principal: a tesouraria e carteira prpria.

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Gesto e AdvisoryCorporate

Liquidao e Compensao

Sala de Mercados

Plataformas de NegociaoOriginao

Custdia e Servios de Depsitrio

RELATRIO & CONTAS 2017 15RELATRIO DE GESTO

Tendo sido criadas, em 2016, as bases da nova rea de negcio especialmente vocacio-nada para os clientes affluent, constituda a partir da equipa comercial anteriormente dedicada GoBulling reforada por novas contrataes e apoiada na fora de vendas da RAI, em 2017 deu-se um passo mais com a inaugurao, no Porto, do primeiro espao de atendimento especialmente dedicado ao novo segmento, que assenta num conceito e imagem que ser adotado num espao semelhante em Lisboa.

Servios

O segundo ncleo composto por um conjunto de atividades alinhadas com as compe-tncias-chave da organizao, que assentam nas atividades essenciais de um servio de banca privada custdia, execuo e aconselhamento/gesto de ativos a que se adicionou aquelas que resultam da convenincia da utilizao do balano do Banco para melhor suportar o negcio concesso de crdito e gesto da carteira prpria. So, por conseguinte, reas de gerao de produtos ou servios na tica dos clientes, consistindo em sete grupos de atividades fundamentais:

Tesouraria e carteira prpria; Aconselhamento, originao e gesto de ativos; Crdito; Negociao eletrnica; Sala de mercados; Compensao, liquidao e custdia; Outros servios bancrios.

Os servios constituem a base de suporte que alimenta as equipas comerciais de cada uma das reas de negcio, definidas em funo das caratersticas do segmento a que se dirigem, procurando-se abordar o mercado com trs propostas comerciais coerentes e ajustadas s necessidades dos clientes-alvo, explorando nichos que valorizam a proxi-midade, a qualidade e a flexibilidade das solues apresentadas.

reas de Suporte

Finalmente, o terceiro ncleo integra todos os departamentos de suporte atividade, incluindo as trs reas do controlo interno, que no estabelecem nem gerem relaes comerciais, nem tratam produtos propriamente ditos, muito embora sejam importan-tes contribuintes para a sua materializao.

Apesar do contexto ainda adverso para o setor, existe, aps a consolidao deste modelo, a convico de que possvel obter ganhos de quota com impacto relevante na sustentabi-lidade da atividade, para o que se continuar a privilegiar o crescimento das redes comer-ciais e o desenvolvimento de abordagens sistemticas dirigidas a segmentos especficos, nomeadamente o das pequenas e mdias empresas de qualidade.

RELATRIO & CONTAS 2017 16RELATRIO DE GESTO

REAS DE NEGCIO E SERVIOS

Banca Privada Auditoria Interna

Banca Affluent Compliance

Rede Assessores de Investimento

Risco

Negcio Institucional

Rede Vendas Institucional

reas de Clientes Controlo Interno

Originao e Gesto

Contabilidade e Inform. de Gesto

NegociaoEletrnica

Recursos Humanos

Marketing

Mercados SecretariadoJurdico

OperaesInstalao

e ConservaoTecnologias

de Informao

Servios Core

FinanceiroDesenvolvimento de Negcio e Sistemas

Tesouraria e Carteira Prpria

Suporte

REAS DE APOIO S REAS DE NEGCIO E SERVIOS

Comisso Executiva

Conselho de Administrao Assessoria

Comunicao

Secretaria Corporativa

Diretores Centrais

Conselho FiscalROCCRAV

Organizao Interna

Na definio da organizao e composio dos rgos de Administrao e de Fiscaliza-o, o Banco optou pela modalidade de Conselho de Administrao e Conselho Fiscal, com um Revisor Oficial de Contas.

O Banco possui ainda uma Comisso de Remuneraes e Avaliao (CRAV), nomeada pelos acionistas para mandatos de trs anos, a quem compete, nomeadamente: manter atualizada a poltica de remuneraes, estabelecer a remunerao dos rgos de admi-nistrao e fiscalizao, acompanhar os impactos das disposies remuneratrias e monitorizar o cumprimento das disposies legais e regulamentares que contendam com temas remuneratrios, bem como avaliar os membros dos rgos de Administra-o e de Fiscalizao e estes rgos coletivamente considerados, comunicando, desig-nadamente Assembleia Geral e s Autoridades, os respetivos resultados.

Alm da estrutura de gesto, coordenada pelo Conselho de Administrao, o Banco dis-pe daqueles dois rgos, diretamente eleitos pelos acionistas em Assembleia Geral, destinados a fiscalizar a atividade do Banco e a representar superiormente os seus inte-resses em temas sensveis.

O Banco emprega menos de uma centena de colaboradores, pelo que a sua organizao assenta numa estrutura organizacional do tipo funcional, com linhas de reporte sim-ples, cujo organograma se reproduz na figura seguinte.

REAS DE NEGCIO E SERVIOS

Banca Privada Auditoria Interna

Banca Affluent Compliance

Rede Assessores de Investimento

Risco

Negcio Institucional

Rede Vendas Institucional

reas de Clientes Controlo Interno

Originao e Gesto

Contabilidade e Inform. de Gesto

NegociaoEletrnica

Recursos Humanos

Marketing

Mercados SecretariadoJurdico

OperaesInstalaes

e ConservaoTecnologias

de Informao

Servios Core

FinanceiroDesenvolvimento de Negcio e Sistemas

Tesouraria e Carteira Prpria

Suporte

REAS DE APOIO S REAS DE NEGCIO E SERVIOS

Comisso Executiva

Conselho de Administrao Assessoria

Comunicao

Secretaria Corporativa

Diretores Centrais

Conselho FiscalROCCRAV

RELATRIO & CONTAS 2017 17RELATRIO DE GESTO

3.3. ENQUADRAMENTO ECONMICO E A SITUAO DOS MERCADOS FINANCEIROS

Economia Mundial

Estima-se que a atividade econmica global em 2017 tenha acelerado em relao a 2016, com o PIB mundial a crescer 3,7% face a 3,2% no ano anterior. O crescimento em 2017 foi resultado de contributos positivos de todas as grandes regies do globo, com uma colaborao muito significativa da Europa e da sia. Pelo segundo ano consecu-tivo, o PIB na Zona Euro cresceu mais (+2,4%) do que nos Estados Unidos (+2,3%). O Japo destacou-se por ter apresentado um crescimento que duplicou o verificado no ano anterior (+1,8% em 2017 vs. 0,9% em 2016). As economias emergentes, em parti-cular na sia, continuaram a evidenciar os ritmos de crescimento mais intensos a nvel global. Os pases da Amrica Latina voltaram a evidenciar crescimentos do PIB, com uma variao mdia positiva de 1,3% depois de terem contrado 0,7% em 2016.

Este ciclo de expanso econmica mundial sincronizada abona a favor da robustez da economia. Espera-se, agora, que o crescimento volte a acelerar para 3,9% em 2018 e 2019, em parte suportado por um surto de crescimento nos EUA impulsionado pelas medidas fiscais aprovadas no final de 2017, que devero ainda ajudar os seus principais parceiros comerciais.

Continuam-se, no entanto, a observar momentos distintos em termos de poltica mone-tria entre os EUA e a Zona Euro. Enquanto a Reserva Federal iniciou em dezembro de 2017 um ciclo de subida de taxas de juro, acompanhado pelo desinvestimento no seu balano, o BCE mantm polticas monetrias no convencionais, baseadas, nomeada-mente, num programa de compra de ativos de dvida, incluindo dvida empresarial, ao ritmo de EUR 30 mil milhes por ms, o qual no dever terminar antes de setembro de 2018. Convm recordar que, aps esta data, o BCE continuar a reinvestir o produto de juros e amortizaes de ttulos em carteira na aquisio de novos ativos, a um ritmo de cerca de EUR 10 mil milhes por ms.

Como reflexo da assintonia de polticas monetrias, se nos EUA a dvida soberana a dois anos exibia yields confortavelmente positivas, de 1,90% no final do ano, na Zona Euro, a dvida alem com idntica maturidade cotava com uma yield de -0,60%. No obstante, a continuada fora do EUR, que valorizou 14,1% face ao USD em 2017, no tem permi-tido que a inflao retorne Zona Euro. Por outro lado, nos EUA sentem-se os primei-ros sinais de presso sobre custos salariais, o que pode prenunciar um ressurgimento inflacionista j em 2018.

Portugal

O PIB portugus ter crescido 2,6% em 2017, 0,2 p.p. acima do crescimento da Zona Euro. O maior contributo para o desempenho da economia em 2017 ter sido o investimento, que passou de um decrscimo, em 2016, para um crescimento de 8,3% em 2017. O con-sumo privado (+2,2%) e as exportaes lquidas (+0,1%) tambm tiveram contributos marginalmente positivos. O PIB portugus beneficiou do enquadramento externo favo-rvel e das j mencionadas condies monetrias acomodatcias.

RELATRIO & CONTAS 2017 18RELATRIO DE GESTO

Em Portugal, imagem de outras economias perifricas da Zona Euro, o nvel histori-camente baixo das yields soberanas foi um bnus que beneficiou largamente os pases com maiores rcios de dvida pblica face ao PIB. O nvel artificialmente baixo dos juros da dvida pblica ajudou esses pases a baixar os custos da dvida soberana e a alargar a maturidade mdia das dvidas sem acrscimos nas taxas exigidas pelo mercado, mesmo nos pases, como Portugal, em que o saldo vivo total da dvida pblica aumentou.

O crescimento foi acompanhado por uma descida da taxa de desemprego (em 2,2 p.p., para 8,9%) e uma subida da inflao mdia anual de 0,6% para 1,6%. De referir que a taxa de desemprego regressou aos nveis pr-crise e que a inflao domstica est agora alinhada com a mdia da Zona Euro.

No plano da gesto da dvida soberana, a Repblica Portuguesa tirou partido do enqua-dramento interno e externo para fazer alteraes virtuosas estrutura da dvida pblica. Assim, amortizou antecipadamente mais de 10 mil milhes de euros de dvida ao FMI; financiou-se em 3,5 mil milhes de euros atravs de novas emisses de Obrigaes do Tesouro de Taxa Varivel (OTRV) e colocou mais 2,8 mil milhes de euros, em varia-o lquida, de produtos de aforro do Estado. Do mesmo modo, pelo terceiro ano con-secutivo, Portugal reduziu o montante de nova dvida de MLP emitida no mercado, recorrendo mais ao aforro privado e a Bilhetes do Tesouro, neste caso beneficiando de colocaes primrias a taxas de juro negativas. No conjunto, a Repblica baixou o custo mdio da dvida viva para 3,0%, com uma maturidade mdia de 6,4 anos, o que compara, respetivamente, com 3,2% e 6,3 anos no final de 2016.

Para que a Repblica Portuguesa atingisse este resultado, foi particularmente impor-tante a reviso de ratings de dvida ao longo do ano. Em setembro, a Moodys e a Standard & Poors reviram a notao de risco da dvida da Repblica, tendo a S&P ele-vado o rating soberano de BB+ para BBB-. Por sua vez, em dezembro a Fitch subiu o rating em dois notches, de BB+ para BBB. Em resultado, a dvida soberana de Portugal passou a ser notada com nvel investment grade por trs agncias de rating (as citadas, que se juntaram DBRS). No final de 2017, a dvida pblica direta, em percentagem do PIB, estabilizou num nvel prximo do observado no final de 2016 (130%).

Mercados Financeiros

Em 2017 acentuou-se a correlao entre mercados e instrumentos financeiros a nvel mundial. As aes e as obrigaes registaram retornos positivos significativos, acima da mdia dos ltimos anos, particularmente se medidos em USD. No entanto, em parte significativa, estes retornos foram neutralizados pela relativa fraqueza do USD, que cedeu 10% contra um cabaz de moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA. Em particular face ao EUR, o USD perdeu 14,1% ao longo de 2017.

A maior sincronia de ritmos de crescimento econmico a nvel mundial foi determinante para este desempenho dos mercados financeiros. As expetativas em torno de medi-das de reviso fiscal e de expanso do investimento em infraestruturas, tomadas pelo governo norte-americano, tambm ajudaram a alimentar o otimismo sobre os resul-tados das empresas. Por outro lado, a melhoria das perspetivas da economia mundial permitiu baixar a perceo de risco sobre empresas e emitentes soberanos. Porm, enquanto os bancos centrais expandiram os respetivos balanos atravs de aquisies de ativos, os aforradores tradicionais no mercado de dvida foram penalizados por yields baixos, situao que ter provocado uma sada de investidores em classes de ativos

RELATRIO & CONTAS 2017 19RELATRIO DE GESTO

tradicionais, em busca de retornos mais elevados. Assim, e medida que muitos inves-tidores foram subindo na escala de risco, ocorreu a valorizao de ativos que, j de si, se encontravam sobreavaliados.

Nas aes, o ndice MSCI AC World, avaliado em USD, valorizou-se 24%. Para este desempenho contriburam principalmente os mercados emergentes, que subiram 37% (em USD) beneficiando de um USD fraco e da recuperao dos preos das commodities. O S&P500 valorizou-se em 21,1%, refletindo fluxos de entrada no mercado acionista e os bons resultados das empresas norte-americanas. No entanto, verificou-se, de novo, uma subida dos mltiplos de resultados empresariais, j que o retorno sobre o capi-tal prprio aumentou apenas 6,1%. Na Europa, os resultados foram mais modestos, embora globalmente positivos e acima da mdia histrica recente, com o ndice Stoxx Europe 600 a valorizar-se 10,1%. Merece ainda destaque o ndice nacional, PSI20, que subiu mais de 19%, beneficiando da melhoria das percees risco-pas sobre Portugal.

Nas obrigaes, as emisses de maior risco foram as que melhor desempenho regis-taram em 2017. Os ndices de rendibilidade de obrigaes de nvel especulativo (high yield) subiram 7,5% nos EUA e 6,2% na Europa, enquanto nos mercados emergen-tes essa subida se cifrou em 8,2%. Em geral, todas as classes de obrigaes tiveram desempenhos positivos.

A elevada correlao entre mercados teve ainda como consequncia inesperada a queda da volatilidade dos instrumentos financeiros, o que contribuiu para alimentar uma sensao de robustez dos mercados, porventura no sustentvel a prazo.

Anteviso para 2018

O bom desempenho da economia mundial em 2017 permite antecipar um desempenho ainda mais positivo em 2018, na medida em que um crescimento mais robusto e sus-tentado possa absorver a capacidade produtiva excedentria instalada a nvel global. No entanto, este sentimento positivo de curto prazo apresenta riscos no mdio prazo, destacando-se os seguintes:

1) A economia dos EUA poder registar uma reao adversa aos fortes estmulos, uma vez que o plano de expanso fiscal acontece num momento em que escassa a capa-cidade no utilizada ainda disponvel. Por um lado, o desemprego j se posiciona em nveis historicamente baixos e no claro que as empresas queiram avanar para pla-nos de expanso da base produtiva em solo norte-americano caso antevejam dificulda-des na contratao de pessoal qualificado. Por outro lado, o plano fiscal ditar um novo aumento do dfice oramental americano, num momento em que a Reserva Federal preconiza a reduo do seu balano e aumentos, ainda que graduais, nas taxas de juro diretoras da poltica monetria.

2) A inflao nos EUA poder vir a constituir-se como o maior risco imediato, j que a intensificao de tenses inflacionistas, em particular com origem nos custos do tra-balho, poder implicar subidas de taxas de juro mais agressivas por parte da Reserva Federal, pressionando as empresas mais alavancadas e retraindo os consumidores.

3) A introduo de medidas protecionistas a nvel global, atravs de iniciativas unilaterais e inevitveis retaliaes, pode encarecer as cadeias de fornecimento globais e ter um efeito negativo sobre o preo dos bens finais, aumentando a presso sobre o tecido empresarial.

RELATRIO & CONTAS 2017 20RELATRIO DE GESTO

4) O BCE enfrenta um difcil desafio no plano da gesto da retirada dos estmulos mone-trios Zona Euro em termos que no ponham em perigo a recuperao econmica, que em muito se deve atuao do BCE. A gesto de expetativas exigente e, sem coeso no conselho de governadores do BCE, a tarefa no parece ser fcil. A quase ausncia de inflao e uma moeda nica com propenso para a valorizao tornam aquele propsito ainda mais complexo.

5) A economia chinesa mantm-se, como sempre, a grande incgnita, sendo que, neste momento, os dirigentes polticos parecem estar a gerir bem quer a alterao de modelo econmico interno, quer as sempre difceis relaes com o resto do mundo, em parti-cular com a administrao Trump.

6) A guerra na Sria, outros conflitos no Mdio Oriente e a questo norte-coreana persis-tem como outros focos de instabilidade potencial em 2018.

Quanto a Portugal, a previso de um crescimento real do PIB na ordem dos 2,3%, fun-damentalmente suportado pela procura interna, em especial pela dinmica de investi-mento das empresas. A verificar-se este ritmo de crescimento, 2018 ser o quarto ano consecutivo de convergncia real com a Zona Euro.

3.4. SNTESE DA ATIVIDADE

Faz-se, em seguida, uma breve descrio da atividade de 2017 e do que se espera para o prximo exerccio, apresentada sequencialmente de acordo com a organizao interna do Banco: reas de negcio, principais servios e reas de apoio s reas de negcio e servios.

3.4.1. BANCA PRIVADA

A banca privada a atividade principal do Banco Carregosa, onde capitalizada a sua experincia, reputao e a sua histria secular na defesa e gesto do patrimnio dos clientes. A atuao pautada pelos valores da independncia, inovao, transparncia, personalizao e especializao do servio prestado.

Este posicionamento tem tido o reconhecimento dos clientes que, ano aps ano, con-fiam no Banco Carregosa, refletindo-se na evoluo positiva do nmero de clientes, do nmero de contas abertas e no aumento do montante mdio do saldo das contas dos clientes. De facto, 2017 foi um ano record nestes trs indicadores.

Os ativos sob a superviso do Banco Carregosa subiram mais de 40%, sendo a Banca Privada responsvel por cerca de metade desse crescimento, com o contributo das trs componentes: depsitos, custdia e gesto de ativos, sendo de destacar esta ltima que cresceu mais de 30%. O saldo lquido do crdito vivo a clientes assumiu um valor prximo dos 100 milhes de euros, com um contributo crescente para o produto da atividade. O sucesso da banca privada assenta no conceito de Wealth Management, que procura fazer o acompanhamento do cliente no s na sua vertente financeira, mas tambm nas vertentes patrimonial e fiscal, indo de encontro s suas necessidades.

RELATRIO & CONTAS 2017 21RELATRIO DE GESTO

Neste contexto, continuou a ser especialmente importante o aconselhamento especiali-zado, o apoio estruturao de operaes de investimento e desinvestimento, a assistn-cia na emisso de dvida e/ou capital e o desenvolvimento de solues de financiamento adaptadas s exigncias especficas das oportunidades de investimento dos clientes.

Merece ainda referncia o processo de formao de quadros do Banco, levado a cabo no final do ano, tendo em vista dotar a equipa comercial da certificao exigida no mbito da nova regulamentao dos mercados financeiros (DMIF II) que dever entrar em vigor na sua plenitude em 2018.

Em 2018 dever manter-se a tendncia de crescimento, suportado no projetado alarga-mento da equipa comercial, tanto no Porto como em Lisboa, e na melhoria continuada dos produtos e servios de investimento.

3.4.2. BANCA AFFLUENT

Ao fim de quase uma dcada em que o Banco Carregosa se dedicou inteiramente banca privada, mantendo simultaneamente uma forte posio na negociao online atravs da marca GoBulling, foi decidido que fazia sentido expandir a atividade a outro segmento de clientes que se encontravam dispersos entre as plataformas online e os servios de banca privada.

Esta segmentao permite, mais facilmente, percecionar o Banco Carregosa como a opo de eleio como banco de poupana e investimento de clientes com elevado potencial, privilegiando o contacto de proximidade, embora mantendo todas as poten-cialidades da banca distncia. Essa expanso resultou na criao da rea de clientes affluent, cujos primeiros passos foram dados em 2016, e que entrou em pleno funciona-mento durante o ano de 2017.

As mudanas passaram pela criao de uma identidade comercial prpria, bem assim como pela expanso das instalaes no Porto e da reconfigurao das instalaes em Lisboa. O Departamento de Particulares e Negcios, que gere esta rea de negcio, foi dotado de recursos humanos especializados e o reforo da Rede de Assessores de Investimento veio contribuir para o alargamento da capacidade e abrangncia geogr-fica das equipas comerciais.

A oferta de produtos inclui a seleo e comercializao de fundos de investimento, modelos de gesto de alocao ajustados a diferentes objetivos de investimento e perfis de risco, depsitos a prazo em euro e moeda estrangeira, depsitos indexados e outros produtos estruturados, alm do acesso negociao dos mais diversos instrumentos financeiros (aes, obrigaes, derivados), atravs de plataformas eletrnicas e/ou da sala de mercados.

O segmento affluent consolidou a sua atividade em 2017, registando um crescimento que permitiu ultrapassar o objetivo estabelecido, em termos de montantes captados. De forma a sustentar essa evoluo, em 2018 a equipa continuar a crescer tanto no Porto como em Lisboa.

RELATRIO & CONTAS 2017 22RELATRIO DE GESTO

A ambio do Departamento de Particulares e Negcios passa por aumentar a relao de proximidade com os clientes atravs da equipa de gestores de relao, assegurar um apoio rpido e especializado aos clientes que contactam o Banco distncia e dis-ponibilizar uma gama crescentemente alargada de solues e produtos de poupana e investimento, tanto online como offline.

Pretendendo-se que toda a relao entre os clientes e o Banco seja igualmente suportada em canais digitais, o Banco continuar a disponibilizar os seus produtos e servios atravs de diversas aplicaes acessveis aos clientes, sem descurar as questes de segurana cada vez mais pertinentes. Assim, em 2018 est prevista a evoluo das solues atuais, o lan-amento de novas plataformas e o alargamento da oferta de produtos disponveis online.

3.4.3. NEGCIO INSTITUCIONAL

Aps a reestruturao e investimento levados a cabo em 2015 e 2016, a rea de negcio institucional do Banco Carregosa atingiu os objetivos delineados para 2017. Os resul-tados so visveis sobretudo no segmento de taxa fixa (fixed income) refletindo um aumento da presena do Banco Carregosa junto de clientes nacionais e internacionais.

Segundo as estatsticas da Comisso de Mercado de Valores Mobilirios, o Banco Carregosa no s aumentou a sua quota de mercado em 2017, como tambm atingiu a liderana destacada do mercado de negociao de dvida.

Quota de mercado de execuo em Dvida 2017

17,1%

46,0%

10,3%

6,2%

13,3%

1,0%1,2% 0,4%

0,6%0,1%

3,8%

Fincor

BCP

Novo Banco

Haitong Bank

Banco BPI

Banco L.J. Carregosa

BIG

Banco Invest

Intermoney Valores (Portugal)

Golden Broker

Outros

Fonte: CMVM

A quota de mercado na execuo de operaes de obrigaes situou-se nos 46%, a uma distncia de 29 p.p. da segunda instituio com quota mais elevada, o que equivale a uma diferena de valor de 22 mil milhes de euros.

Os principais objetivos para 2018 passam pela manuteno da posio de liderana no segmento de dvida e pelo crescimento significativo da atividade no segmento acionista, o que passar necessariamente por um reforo da equipa.

RELATRIO & CONTAS 2017 23RELATRIO DE GESTO

3.4.4. TESOURARIA E CARTEIRA PRPRIA

Num ano de acelerao do crescimento econmico ao nvel global, os mercados con-tinuaram influenciados pela interveno dos Bancos Centrais. No entanto, quer o BCE, quer a Reserva Federal norte-americana deram sinais da inteno de reduzir a inter-veno: o BCE reduziu o volume de compra de ativos no 4 trimestre e a Reserva Federal subiu as taxas de referncia logo no 1 trimestre do ano.

Os mercados tiveram, globalmente, um desempenho positivo, destacando-se o melhor comportamento das obrigaes de maior risco (high yield) face s obrigaes de menor risco (investment grade).

A manuteno das taxas de juro de curto prazo de referncia (e.g. Euribor) em valores negativos manteve a presso sobre a tesouraria dos bancos, uma vez que aplicao dos excedentes de liquidez continuou a constituir uma dificuldade, quando anteriormente tinha um contributo positivo para os resultados operacionais, com risco reduzido. Neste quadro, o equilbrio entre o custo da liquidez e a necessidade de a manter a nveis ade-quados revelou-se um exerccio crescentemente desafiante.

O Banco Carregosa manteve o foco na concesso de crdito enquanto alternativa aplica-o em ttulos de dvida que, genericamente, continuaram a no apresentar uma relao atrativa entre risco e retorno. Como consequncia, na procura da rendibilizao dos exce-dentes de liquidez, o Banco optou prioritariamente por adquirir ttulos de dvida pblica de taxa varivel e por aplicaes de curto prazo, nomeadamente em emisses de papel comercial. Desta forma, foi possvel melhorar a rendibilidade das aplicaes de tesouraria, sem prejuzo de uma poltica prudente no que toca exposio ao risco de taxa de juro.

No obstante, no ltimo trimestre do ano, iniciou-se um projeto de reformulao da gesto da carteira prpria do Banco, que visa, conjugada com um novo modelo de orga-nizao, propiciar uma gesto mais eficiente da tesouraria, reforar a monitorizao dos investimentos e potenciar o contributo desta rea de negcio para a gerao de produto bancrio.

3.4.5. PRINCIPAIS SERVIOS

Originao e Gesto

Em 2017, o Departamento de Originao e Gesto atingiu globalmente os objetivos proje-tados para o ano. Consolidou-se a oferta em relao aos produtos por objetivo de investi-mento1, participou-se no lanamento do novo canal dirigido ao segmento affluent e man-teve-se o nvel de produo em termos de lanamento de produtos de investimento.

Foi, no entanto, um ano menos positivo em termos do desempenho de alguns produtos de gesto, nomeadamente da estratgia de aes Active Value (+2,23% no ano) que assenta numa lgica fundamental e de valor penalizada sobretudo, em termos compa-rativos, pelas fortes valorizaes das empresas com maior peso nos ndices de mercado. Realce-se que o processo de investimento desta estratgia pode levar a desempenhos relativos menos positivos em perodos curtos (1 a 2 anos) sem deixar de ser criador de valor a prazos mais longos, como se pode verificar pelo seu historial. Desde o seu incio

1 Aumento de quase 100 contas geridas em modelos por objetivos de investimento.

RELATRIO & CONTAS 2017 24RELATRIO DE GESTO

em 2012, a estratgia Active Value regista um desempenho relativo acumulado 15 p.p. superior ao seu ndice de referncia.

Foi tambm um ano de preparao para a entrada em vigor de nova regulamentao DMIF II e PRIIPs que vem introduzir alteraes significativas nos processos e obrigar reformulao de alguns produtos.

O Departamento continuou a assegurar as solues de gesto de carteiras segundo uma abordagem de alocao de ativos, a apoiar a atividade das reas comerciais, con-tribuindo para a elaborao das propostas de investimento, e a criar novos produtos para captar oportunidades de investimento detetadas pela equipa.

No mbito da Originao, 2017 foi um ano desafiante, com baixa volatilidade e um nvel extraordinariamente baixo de taxas de juro na Europa. Ainda assim, foram lanados cinco depsitos indexados e comercializadas duas notes em oferta pblica, tendo o volume colocado aumentado cerca de 60% face a 2016.

Em 2018, o Departamento de Originao e Gesto continuar empenhado em melhorar as solues disponibilizadas e mostrar consistncia nos resultados, o principal fator de sucesso no longo prazo.

Ser um ano de reorganizao da oferta, com o encerramento de algumas estratgias e o lanamento de novos produtos de gesto discricionria, bem como da introduo do servio de consultoria para investimento em coordenao com a Banca Privada.

Negociao Eletrnica e Mercados

A rea de negociao do Banco Carregosa tem como misso prestar apoio aos investi-dores que usam os diversos canais digitais para transacionar ativos financeiros.

Os clientes tm ao dispor duas plataformas de negociao, consoante o dispositivo tec-nolgico utilizado: a GoBulling PRO, uma aplicao que corre no computador do cliente e a GoBulling PRO GO, acessvel online atravs de dispositivos mveis. As preferncias dos clientes dividem-se em cerca de 45% para a primeira e 55% para a GoBulling PRO GO.

O servio complementado por uma sala de mercados baseada em Lisboa, respons-vel por acompanhar a evoluo das bolsas e prestar aos clientes por telefone, correio eletrnico ou chat informao sobre a execuo de ordens, procedimentos e eventos dos mercados em tempo real, alm de formao em temas de carcter tcnico.

Em 2017, a sala de mercados realizou 29 seminrios online para clientes, mais 3 que no ano anterior, sobre um conjunto variado de temas, desde questes de atualidade com impacto nos preos, a matrias especficas sobre instrumentos financeiros, anlise tc-nica e funcionamento dos mercados.

No que respeita a esta rea de negcio, 2017 pautou-se por um aumento generalizado das quotas de mercado nos diversos segmentos, face a 2016. O maior aumento deu--se na negociao online de aes, em que se atingiu uma quota de mercado de 6,0%. Adicionando a negociao offline, a quota do Banco Carregosa no segmento acionista atingiu os 5,2% em 2017. O nico segmento em que houve perda de quota foi no mercado a prazo (que inclui opes, futuros e demais derivados), tendo a mesma ascendido a

RELATRIO & CONTAS 2017 25RELATRIO DE GESTO

6,9% em 2017, dentro deste segmento, no mercado de opes a quota foi de 2,3% e no mercado de futuros de 2,7%.

Quota de mercado da GoBulling | Banco Carregosa na negociao de produtos financeiros

Opes

Futuros

Mercado a prazo [ordens recebidas online]

Aes total [online + offline]

Aes online

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9%

2016 2017Fonte: CMVM

Compensao, Liquidao e Custdia

Consolidou-se em 2017 a mudana para o BNP Paribas Securities Services enquanto principal custodiante e membro compensador para os mercados internacionais, ini-ciada em 2016. Com esta alterao, o Banco ficou capacitado para intervir num maior nmero de mercados de forma mais direta e especializada.

Depositrio de Fundos de Investimento

No final de 2017, o Banco Carregosa exercia funes de depositrio de sete fundos de investimento imobilirio e de seis fundos de capital de risco. O valor lquido global dos referidos fundos ascendeu a 256M, dos quais 207,7M correspondem a fundos de investimento imobilirio e 48,5M a fundos de capital de risco.

Esta evoluo traduziu-se, face a 2016, num crescimento de mais de 150%, tendncia que dever manter-se no prximo ano, ainda que a um ritmo mais moderado.

Compensao e Liquidao no Mercado Ibrico de Eletricidade [MIBEL]

Os mercados da energia tero, nas prximas dcadas, enormes necessidades de inves-timento e financiamento, tendo em conta, nomeadamente, as metas de descarboniza-o da economia, apesar dos sinais vindos da administrao Trump.

Ciente do papel fulcral da energia na agenda poltica e econmica, bem espelhado no impacto do preo do petrleo na economia mundial, e tirando partido da sua capacidade de incorporar realidades de mercado muito diversas, o Banco Carregosa iniciou, em 2013, a sua atividade como membro compensador do mercado ibrico de derivados de eletricidade.

Este mercado teve um ano caracterizado por uma subida acentuada nos preos, com o contrato anual de referncia de eletricidade ibrica a situar-se sempre acima dos 40 /MWh, atingindo um mximo na ordem dos 53 /MWh no final do ano, conforme se evidencia na figura seguinte.

RELATRIO & CONTAS 2017 26RELATRIO DE GESTO

Preo do contrato anual 2017 (MWh)

02/0

1/20

15

02/0

3/20

15

02/0

5/20

15

02/0

7/20

15

02/0

9/20

15

02/1

1/20

15

02/0

1/20

16

02/0

3/20

16

02/0

5/20

16

02/0

7/20

16

02/0

9/20

16

02/1

1/20

16

02/0

1/20

17

02/0

3/20

17

02/0

5/20

17

02/0

7/20

17

02/0

9/20

17

02/1

1/20

17

/MWh

53

55

51

49

47

45 43 41

39

Em termos de desenvolvimentos do mercado ibrico, iniciou-se a admisso de dois novos membros negociadores para o segmento da eletricidade e perspetiva-se a entrada de novos membros para o segmento de gs natural.

O Banco Carregosa manteve o perfil de clientes e membros negociadores servidos, pre-dominantemente agentes ibricos.

Acrescente-se que os volumes intermediados pelo Banco tiveram, em 2017, um acrs-cimo de cerca de 59% face ao ano anterior, em grande medida fruto da maior experin-cia adquirida pelos clientes que deram entrada no ano de 2016.

3.4.6. SISTEMA DE CONTROLO INTERNO

O Sistema de Controlo Interno (SCI) desempenha um papel fundamental no Banco Carregosa, visando o efetivo cumprimento das obrigaes legais e dos deveres a que o Banco est sujeito, bem como uma apropriada gesto dos riscos inerentes s atividades desenvolvidas, assegurando a sua estabilidade e continuidade.

O SCI do Banco Carregosa assenta em trs departamentos: Risco, Compliance e Auditoria Interna, que se empenham na promoo de uma cultura de controlo interno subordinada a elevados padres de tica e de integridade.

Risco

O Departamento de Risco assegura a aplicao do sistema de gesto de riscos, ava-liando quantitativa e qualitativamente todos os riscos de negcio a que o Banco se encontra exposto, sendo ainda responsvel pela elaborao e apresentao de reportes peridicos, destinados a informar os rgos sociais competentes e as entidades regula-doras sobre temas relativos gesto de riscos.

RELATRIO & CONTAS 2017 27RELATRIO DE GESTO

Compliance

O Departamento de Compliance tem a seu cargo o controlo do cumprimento das obri-gaes legais e deveres, internos e externos, a que o Banco se encontra sujeito, quer atravs da participao no desenvolvimento de novos procedimentos, quer efetuando a sua reviso e monitorizao. Para o efeito, a ao de Compliance acompanha regu-larmente os normativos legais e regulamentares publicados, disseminando-os pelos Departamentos relevantes.

No que concerne ao estabelecimento de um quadro de atuao da instituio e dos seus colaboradores que seja regido por elevados padres ticos, destaca-se, em 2017, a reviso do Cdigo de Conduta do Banco, cujo conhecimento foi integrado no plano formativo da organizao.

Em matria de preveno do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, o Compliance assume um papel fundamental, sendo responsvel pela definio de mecanismos de controlo e deteo de operaes suspeitas.

Auditoria Interna

A Auditoria Interna desempenha, sobretudo, um papel de monitorizao do sistema de controlo interno. Tendo em considerao os riscos a que se encontra sujeita a atividade da instituio, a Auditoria Interna define um plano de aes que lhe permite examinar atividades, processos e sistemas, tendo em vista aferir a adequao e eficcia do SCI, emitindo, sempre que se justifique, recomendaes baseadas nos resultados das an-lises efetuadas. As principais deficincias detetadas e o cumprimento das recomenda-es emitidas so objeto de reporte aos rgos sociais competentes.

Nos ltimos anos, tem-se assistido intensificao da regulao do setor financeiro, bem como a um acrscimo do fluxo de informao trocada com as autoridades de superviso sobre matrias prudenciais e comportamentais. Atendendo s funes das unidades de estrutura que compem o Sistema de Controlo Interno, tal tem impacto decisivo na atividade dos Departamentos.

Relativamente informao enviada aos supervisores, destacou-se, em 2017, a reque-rida pelo Banco de Portugal no mbito do SREP Supervisory Review and Evaluation Process.

No que concerne a nova regulamentao, salienta-se:

A introduo no direito nacional de novas obrigaes em matria de preveno de branqueamento de capitais, destacando-se um maior enfoque numa abordagem baseada no risco, bem como um reforo na obrigao relativa ao conhecimento dos beneficirios ltimos das relaes de negcio e de transaes ocasionais. A regu-lamentao subsidiria, associada a esses deveres, dever ser publicada durante o ano de 2018, pelo que a sua implementao continuar a ser efetuada neste exerccio.

A entrada em vigor, a 1 de janeiro de 2018, da Norma Internacional de Relato Financeiro 9 (International Financial Reporting Standard, IFRS 9) que consubstancia a maior alte-rao contabilidade desde a adoo das normas internacionais de contabilidade em 2005. Este normativo apresenta novos conceitos e altera muitos dos anteriores, com

RELATRIO & CONTAS 2017 28RELATRIO DE GESTO

impactos potenciais nos resultados, no balano, nos sistemas e processos e ao nvel dos relatrios e contas e outras divulgaes. Introduz ainda modificaes em diversas reas, com destaque, no que concerne ao Risco, para as imparidades, destacando-se a passagem de um modelo de perdas incorridas para um modelo baseado em perdas esperadas, com impactos financeiros.

Em 2018 ocorrero ainda alteraes significativas na comercializao de produtos financeiros e na organizao dos intermedirios financeiros, no mbito do pacote legislativo associado Segunda Diretiva dos Mercados e Instrumentos Financeiros (DMIF II). Assim, o final de 2017 ficou marcado pela implementao desses norma-tivos, que incluiu a elaborao de novos reportes s entidades de superviso e ao pblico, a reviso de polticas e procedimentos internos e a definio de um abran-gente plano de formao.

O Banco Carregosa iniciou os trabalhos preparatrios para dar cumprimento ao Novo Regulamento Geral de Proteo de Dados (RGPD), que entrar em vigor em maio de 2018. Situao similar ocorrer em 2018, com o incio de vigncia da nova regulamen-tao sobre a Central de Responsabilidade de Crdito (CRC).

Em 2017, efetuou-se o primeiro reporte no mbito do Common Reporting Standard (CRS), uma iniciativa global liderada pela OCDE para aumento da transparncia fiscal.

Por ltimo, cabe referir o incio do projeto para dar cumprimento alterao legal exigida pelo Banco de Portugal no mbito da Central de Responsabilidades de Crdito, que visa garantir a resposta s novas exigncias lanadas pelo BCE, atravs do modelo AnaCredit (Analytical Credit Dataset). Este novo reporte constitui um desafio na medida em que necessrio incorporar nos sistemas de informao os requisitos exigidos com o nvel de granularidade e de qualidade exigido. O arranque de testes ocorreu entretanto, no incio de 2018, iniciando-se no segundo semestre o respetivo reporte regulatrio.

3.4.7. RECURSOS HUMANOS

A gesto de Recursos Humanos no Banco Carregosa tem como principais objetivos atrair, desenvolver e reter o melhor talento na organizao, atravs da criao de con-dies para que seja implementado um ambiente de trabalho em que os colaboradores se sintam motivados a explorar todo o seu potencial, com uma atitude positiva e cons-trutiva, e levando-os a desejar evoluir com a organizao.

O Banco Carregosa tem seguido ao longo dos anos uma poltica de Recursos Humanos assente, por um lado, num crescimento prudente e sustentvel do seu capital humano e, por outro lado, focado no desenvolvimento, valorizao e diversificao das compe-tncias existentes na organizao.

O nmero de colaboradores manteve a tendncia de crescimento verificada desde 2013, totalizando o quadro de pessoal 88 colaboradores no final de 2017.

RELATRIO & CONTAS 2017 29RELATRIO DE GESTO

Evoluo Quadro de Pessoal

DEZ. 2017 DEZ. 2016

Sede 70 68

Lisboa 18 16

Total 88 84

Pelo terceiro ano consecutivo, foi organizado um programa de estgios de Vero, cujo objetivo , por um lado, posicionar o Banco Carregosa enquanto empregador junto das principais faculdades de Economia e Gesto do pas e, por outro, proporcionar aos estu-dantes uma experincia relevante, com formao em contexto de trabalho ativo.

O recrutamento externo assentou na identificao de profissionais qualificados com potencial de desenvolvimento e competncias ajustadas s necessidades do Banco. Este crescimento refletiu-se nas reas comerciais, sobretudo nos segmentos affluent e de negcio institucional e respetivas reas de apoio.

Relativamente distribuio dos colaboradores por gnero, manteve-se a relao de anos anteriores. No final de 2017, a mdia etria dos colaboradores do Banco situava-se nos 42 anos.

Distribuio por Faixa Etria

5%

30%

27%

32%

7%

At 25 anosDe 26 a 35 anosDe 36 a 45 anosDe 46 a 55 anosMais de 55 anos

RELATRIO & CONTAS 2017 30RELATRIO DE GESTO

Distribuio por Gnero

64%36%MasculinoFemininoO quadro de pessoal do Banco Carregosa dispe de colaboradores com elevado poten-cial, competncias adequadas s suas funes, experincia no setor bancrio e qualifi-caes elevadas (81% dos colaboradores possui formao superior).

Distribuio por Qualificaes

11%

8%

81%

Ensino BsicoEnsino SecundrioEnsino Superior

RELATRIO & CONTAS 2017 31RELATRIO DE GESTO

Distribuio por Antiguidade

14%

33%

32%

22%

Menos de 1 anoEntre 1 e 5 anosEntre 5 e 10 anosMais de 10 anos

No mbito da gesto do conhecimento, o Banco Carregosa deu continuidade ao plano de formao ajustado s suas linhas estratgicas de atividade, que contou com um con-junto de iniciativas formativas que abrangeram todos os colaboradores, com foco em contedos de natureza regulamentar, produtos, processos e procedimentos internos e sistemas de informao implementados.

Neste domnio, merecem destaque os projetos de apoio obteno do diploma CFA e de ps-graduaes em diversas reas, bem como os processos de certificao de respon-sveis e colaboradores das reas de Controlo Interno.

Os bons resultados verificados nos ltimos anos quanto ao retorno do investimento em formao de colaboradores, levou a que, no decurso de 2017, em resultado das novas exigncias impostas ao setor financeiro, tenham sido intensificadas as aes de forma-o, em articulao com o IFB, abrangendo a estrutura comercial e reas com funes essenciais e de apoio ao negcio, sendo de destacar, pela sua relevncia:

AML&CTF Atividade formativa em permanncia abrangendo todos os colaboradores;

DMIF II Curso certificado com exame presencial envolvendo mais de metade (53%) dos colaboradores;

IFRS9 Workshop Imparidades.

No menos relevante, foi reforada e concretizada a avaliao de desempenho rela-tiva ao exerccio de 2017, observando-se elevados nveis de concretizao dos objetivos propostos.

Durante o ano de 2017, consolidou-se o modelo de funes, em que se estabeleceu a estrutura funcional da organizao com base no perfil de competncias por forma a clarificar responsabilidades e competncias e a potenciar um desempenho de exce-lncia alinhado com a estratgia do Banco. A implementao deste projeto dever ser concluda no primeiro semestre de 2018.

RELATRIO & CONTAS 2017 32RELATRIO DE GESTO

3.5. POLTICA DE COMUNICAO E DE MARKETING

O Banco Carregosa distingue-se por no ser um tpico banco dirigido a vastos segmen-tos de mercado, com uma oferta massiva de produtos e servios, nem um banco de investimento, que se dedica exclusivamente a empresas.

Assim, o Banco opera essencialmente no segmento de particulares que tenham como prioridades o investimento de poupanas e a sua rendibilizao, atravs do investi-mento nos mercados financeiros. Embora o Banco disponha de servios para empre-sas, o seu principal foco o de particulares com elevado patrimnio ou com perspetivas de aumento da capacidade de poupana ou de investimento no futuro.

A poltica de comunicao visa dar a conhecer as ofertas do Banco junto destes seg-mentos-alvo, contribuindo, simultaneamente, para uma maior literacia financeira do pblico em geral. desenvolvida com recurso aos principais instrumentos de comu-nicao com os media (non paid media), de comunicao direta (owned media) e de marketing (paid media).

Relativamente s relaes com os media em 2017, o Banco Carregosa foi referido em 1.210 notcias divulgadas por 78 rgos de comunicao social. O rgo com mais not-cias foi o canal de televiso RTP3, com 148 peas emitidas.

Distribuio das notcias do Banco Carregosa por tipo de meio de comunicao

34%47%

19%

Rdio e TelevisoInternetImprensa

Fonte: Manchete, Media Report 2017

Os meios online foram responsveis pelo maior valor equivalente em publicidade (Advertising Value Equivalent, ou AVE) com um peso de 60%. Foram privilegiados os rgos de informao geral, com 79% do total de notcias. Em relao ao AVE, foram tambm os meios de informao geral que se destacaram com uma contribuio de 78% para o valor total.

O nmero de notcias com impacto positivo ou neutro representou a quase totali-dade das notcias analisadas.

RELATRIO & CONTAS 2017 33RELATRIO DE GESTO

Anlise qualitativa das notcias sobre o Banco Carregosa 2017

Positivas Neutras Negativas

800

600

400

200

750

450

00

Fonte: Manchete, Media Report 2017

Em 2017, o Banco atingiu 1.756.784.413 pessoas e as notcias que incluram referncias ao Banco Carregosa resultaram num AVE no valor de 6.503.617 .

Apesar de o nmero de notcias ter descido face a 2016 (1.210 em 2017 contra 1.614 no ano anterior), o espao ocupado foi maior, resultando um AVE superior ao do perodo homlogo (mais de 6,5 milhes de euros em 2017 face a pouco mais de 4,5 milhes de euros em 2016)2.

Para alm da presena em meios de comunicao social, o Banco Carregosa desen-volve tambm aes de comunicao direta com os clientes e demais stakeholders, isto , pessoas que tm ou que podem vir a ter relaes com o Banco. Um dos instrumentos mais usados foi a preparao de newsletters para clientes, peridicas ou ocasionais, sobre produtos, servios ou eventos com impacto no mercado.

O Banco Carregosa tem presena nas redes sociais, disponibilizando contedos infor-mativos em formato de texto, udio e vdeo, numa base quase diria em duas pginas, uma sob a marca Banco Carregosa (com cerca de 2.500 seguidores) e outra sob a marca GoBulling (mais de 3.600 seguidores).

Destinados especialmente a clientes, mas abertos a outros interessados, foram reali-zados, sob a marca GoBulling, cerca de trs dezenas de seminrios online (webinars), sobre diversos temas de relevncia prtica para os investidores. Com frequncia, os temas escolhidos tiveram em conta objetivos pedaggicos, contribuindo para a melho-ria dos nveis de literacia financeira dos participantes.

A comunicao direta passou tambm pela coorganizao de variados eventos de carter desportivo ou cultural e pelo patrocnio a conferncias. Como exemplo, refira-se a confe-rncia da APGEI; ou o apoio dado srie de conferncias internacionais sob a marca O que de verdade importa, que organizou dois eventos do gnero, no Porto e em Lisboa.

No plano do marketing, 2017 foi um ano marcado por um reforo no oramento, essen-cialmente, para corresponder expanso de atividade do Banco para o novo segmento de banca affluent. A criao desta rea de negcio implicou mais investimento em ima-gem, publicidade, eventos e materiais promocionais.

2 Todos os dados citados so recolhidos, verificados e fornecidos por uma empresa externa inde-pendente do Banco Carregosa, a Manchete.

RELATRIO & CONTAS 2017 34RELATRIO DE GESTO

Ao contrrio do que acontece com a marca Banco Carregosa, que no assenta a sua noto-riedade em campanhas publicitrias, a GoBulling marca do Banco para as plataformas de negociao online tem uma forte presena nos meios digitais, quer com campanhas, quer com eventos que projetam a sua imagem. o caso do j histrico Jogo de Bolsa, que o Banco organiza, em parceria com o Jornal de Negcios e o ISCTE-IUL, ininterrupta-mente desde h 15 anos.

Dado o papel que estas iniciativas desempenham na aprendizagem sobre o funcio-namento dos mercados financeiros, o Banco, em 2017, entrou numa parceria com a Catlica Porto Business School, criando um jogo de bolsa destinado a estudantes uni-versitrios que podem, atravs do seu Investment Club virtual, tomar contacto com a negociao e gesto de uma carteira de investimentos nas plataformas GoBulling.

J com um carter mais marcadamente acadmico, em 2017 decorreu a 2 edio de A Economia e o Futuro, um concurso de ensaios acadmicos, coorganizado pela Ordem dos Economistas e pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, com o apoio do Banco.

3.6. RESPONSABILIDADE SOCIAL

A responsabilidade social do Banco Carregosa reparte-se por quatro reas principais as artes, a sade, a educao e o desporto havendo tambm a preocupao de dis-persar iniciativas e apoios por todo o territrio nacional.

No domnio de mecenato cultural, em 2017 foi possvel apoiar diferentes reas artsti-cas, atravs das seguintes iniciativas:

Na msica, o Banco Carregosa patrocinou a tourne nacional da cantora Teresa Salgueiro, o festival de msica do Porto In Spiritum e o concerto Gala da pera pela Orquestra Sinfnica Juvenil.

Na pintura, o Banco canalizou apoios para o projeto Obra convidada do Museu Nacional de Arte Antiga, que permitiu expor em Lisboa uma pintura de Velasquez, da coleo do Museu do Prado (Madrid). Um dos maiores gnios da pintura ociden-tal, Velasquez no se encontra representado em colees nacionais, pelo que este emprstimo do Prado foi uma ocasio de excelncia para os portugueses admira-rem a obra, que coincidiu com a realizao da Mostra Espaa, j habitual no Museu Nacional de Arte Antiga.

O Banco associou-se tambm exposio itinerante Leonardo Da Vinci: as invenes de um gnio que esteve patente na Alfndega do Porto, durante cerca de quatro meses. Tratou-se de uma exposio rica sobre a vida e a obra do gnio que anteci-pou algumas das maiores descobertas cientficas e tecnolgicas da humanidade, que contou com prottipos de helicpteros, tanques de guerra, calculadoras e at o uso da energia solar. Estiveram expostos 64 modelos de mquinas e invenes de Da Vinci, bem como reprodues de manuscritos e de pinturas.

Na rea da divulgao do patrimnio cultural, o Banco patrocinou um programa da srie Visita Guiada, transmitido pela RTP2.

RELATRIO & CONTAS 2017 35RELATRIO DE GESTO

Merece igualmente referncia, no mbito da divulgao artstica, o Protocolo cele-brado com a Santa Casa da Misericrdia do Porto, que tem como principal objetivo a exposio de obras do esplio da SCMP nas instalaes do Banco Carregosa e que j se encontra em execuo.

Relativamente a reas relacionadas com a sade, o Banco deu continuidade a apoios concedidos em anos anteriores, de que so exemplo o patrocnio concedido ao Congresso da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, o 12 YES Meeting, os variados contributos oferecidos Associao sem fins lucrativos Mama Help que ajuda doentes com cancro de mama e suas famlias e o apoio cedido Fundao AMI para projetos de ajuda humanitria.

Na educao, o Banco atribuiu um apoio financeiro Orquestra Sinfnica Juvenil para a atribuio de uma Bolsa de Estudo, cuja finalidade principal a de apoiar a formao e profissionalizao de msicos da Orquestra Sinfnica Juvenil de elevado potencial artstico.

No campo do desporto, foram vrias as modalidades apoiadas, cobrindo diversos pblicos e faixas etrias. Foram concedidos apoios a variados eventos, entre eles, ao Torneio Tnis de Arouca, ao Portugal Padel Masters, ao Estoril Open 2017, ao Golf Challenge VI Porsche, ao III Banco Carregosa Miramar Open e ao Centro Hpico do Porto e Matosinhos, na prova nacional de Saltos no mbito da Taa Ibrica Trofu Guilherme Pinto. Continuou a apoiar-se a prtica de rugby no Colgio Pedro Arrupe. O Banco apoia, ainda, a carreira de Joo Maria Pontes, um jovem golfista. A prtica de futebol na Escola Alem do Porto recebeu tambm apoio para a realizao do evento Schulfest Torneio Hernni Gonalves. Ainda no Porto foi apoiado um projeto de desporto para jovens carenciados atravs da Unio Acadmica Antnio Aroso e con-templado um patrocnio para a prtica de futebol dos Juniores da Pasteleira.

Na sequncia dos trgicos incndios de outubro na regio da Beira Alta, com perda de vidas humanas, bens, culturas agrcolas e animais, Administradores e Colaboradores do Banco Carregosa reuniram, de forma espontnea, donativos para ajudar as popu-laes mais afetadas. Os donativos, a ttulo pessoal, foram disponibilizados para os habitantes das aldeias de Eirinha, Malhadouro, Selores, Albitelhe, Ramalhal, Santa Comba/Cambra e Vermilhas, todas da zona de Vouzela. Cerca de um ms depois da tragdia, a 14 de novembro de 2017, foram entregues, nestas aldeias, 62 chapas de zinco, com uma rea aproximada de 400 m2, para reparao dos abrigos dos animais que sobreviveram ao fogo, mas que ficaram ao relento. A entrega foi feita casa a casa, mediante a superviso de um representante do Banco, sob a coordenao do mdico veterinrio local.

RELATRIO & CONTAS 2017 37ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

CONTAS INDIVIDUAIS

Em 2017, o Banco obteve resultados lquidos positivos de 800.654, que compara com os 388.825 negativos de 2016.

Os resultados em anlise so a expresso de um conjunto de variaes homlogas que, pela sua significncia, a seguir se decompem:

A margem financeira cresceu 1,73%, acompanhando a variao no mesmo sentido, ainda que mais expressiva, das comisses lquidas, de 27,70%. Os resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor e os ativos financeiros disponveis para venda, no seu conjunto, registaram uma variao negativa de 41,22%. A reavaliao cambial seguiu a tendncia de 2016, registando uma variao homloga, igualmente negativa de 476,70%. Os custos de estrutura, no seu conjunto, apresentaram um crescimento de 4,97%, em linha com o projetado para o exerccio.

Os principais indicadores de desempenho encontram-se no quadro Sntese de Indi-cadores, que resume a evoluo do Banco em 2017.

Comparado com o exerccio de 2016, o Ativo Lquido progrediu 29,83%, para 275M, em resultado de um aumento das disponibilidades em Bancos Centrais e outras insti-tuies de crdito (+99,76%), no crdito a clientes (+43,18%), acompanhado pela carteira de ttulos do Banco que manteve alguma estabilidade (+5,56%) e pelo investimento em ativos tangveis (+27,23%). Em sentido contrrio, verificou-se uma regresso nas apli-caes em instituies de crdito (-96,87%) e em outros ativos (20,51%). Paralelamente, registou-se um ligeiro incremento nos Capitais Prprios, situando-se os mesmos nos 35,4M, em resultado da variao do resultado lquido do exerccio. Os Fundos Prprios regulatrios (CET1) acompanharam esta tendncia, ascendendo, em 2017, a 34,6M.

A Solidez Financeira manteve-se elevada, tendo o Rcio de Solvabilidade [CET1] atin-gido os 20,15%, claramente acima do nvel mnimo regularmente exigido.

2017 VAR % 2016(*) VAR % 2015 (*)

Total do Ativo Lquido 274.589.280 29,83% 211.494.672 -5,67% 224.214.666

Capitais Prprios 35.371.327 2,35% 34.558.195 13,19% 30.530.931

Fundos Prprios [CET1] 34.552.025 0,78% 34.284.389 8,13% 31.706.753

* reexpresso.

RELATRIO & CONTAS 2017 38ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

300

200

100

0 Total do Ativo Lquido Capitais Prprios Fundos Prprios

2015

2016

2017

Milhes

Composio do Ativo

120

100

80

60

40

20

0

Milhes

Caixa e Disponib.

Carteira Prpria

DP Prprios

Crdito a Clientes

Ativos Fixos (TA/INT)

Inv. Filiais e Associadas

Outros Ativos

71.032.813

51.375.380

102.625.677

2015

2016

2017

44.191.393

45.280.493

47.711.893

17.004.583

16.004.888

500.172

76.845.037

66.113.462

94.536.614

1.985.471

6.825.393

8.571.652

25.000

25.000

25.000

17.140.615

25.166.415

20.004.334

Evoluo da Carteira de TtulosAs carteiras de instrumentos financeiros do Banco representavam no final de 2017, no seu conjunto, 17,32% do ativo lquido, o que compara com 21,31% com referncia ao final de 2016. Em valor absoluto, este agregado totalizou cerca de 48M e 45M, respe-tivamente em 2017 e 2016, excluindo passivos de negociao.

45

40

35

30

25

20

15

10

0

Milhes

Invest. Disp. Venda Negociao Ativos Negociao PassivosInvestimentos Detidos

at Maturidade

40.331.185

26.411.328

22.903.194

3.858.017

7.637.076

15.830.080

470.404

39.256

0

0

11.011.818

8.830.258

2015

2016

2017

RELATRIO & CONTAS 2017 39ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Evoluo da Carteira de CrditoA carteira de crdito (lquida de imparidades) observou, em 2017, um crescimento de cerca de 43%, em consonncia com os objetivos traados para o exerccio. Esta ativi-dade tem vindo a aumentar a sua relevncia para o Banco, projetando-se a manuteno do crescimento em 2018, prximo dos 25%, nomeadamente em resultado da dinamiza-o da concesso de crdito especializado, para aquisio de instrumentos financeiros e para apoio ao investimento empresarial, no quadro de uma poltica de exigncia de colaterais adequados.

Esta carteira de crdito, de caractersticas prprias e finalidades especficas, integra contratos validados por interveno notarial, na sua maioria sujeitos a registo de natu-reza predial, embora o Banco no conceda crdito habitao. O Banco no concede crdito ao consumo. Adicionalmente, o Banco dispe ainda, na larga maioria das opera-es, de garantias pessoais prestadas pelos respetivos devedores ou garantes.

60

50

40

30

20

10

0

Milhes

Contas Correntes Emprstimos Descobertos Autor. Crdito Vencido

2015 48.107.065

44.147.769

59.788.736

27.831.222

22.477.530

31.089.488

299.140

182.968

3.565.331

612.208

168.512

1.372.715

2016

2017

Nota: No inclui Imparidades de crdito.

31/12/2017 31/12/2016

CONTRATOS DE CRDITO N. CONTRATOS CRDITO N.

CONTRATOS CRDITO

Emprstimos 26 31.089.488 28 22.477.530

Aquisio Valores Mobilirios 1 1.150.000 2 2.600.000

Apoio a Tesouraria 20 22.001.189 23 18.992.115

Investimentos Diversos 5 7.938.299 3 885.415

Contas Correntes Caucionadas 47 59.788.736 35 44.147.769

Aquisio Valores Mobilirios 8 4.215.685 6 3.864.234

Apoio a Tesouraria 24 30.868.192 18 25.666.254

Investimentos Diversos 15 24.704.859 11 14.617.281

Descobertos Autorizados 3 3.565.331 2 182.968

TOTAL 76 94.443.556 65 66.808.267

Nota: No inclui crdito vencido e imparidades.

RELATRIO & CONTAS 2017 40ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

As garantias imobilirias so objeto de avaliao inicial e de posteriores reavaliaes peridicas, executadas por tcnicos Avaliadores credenciados e independentes, seguindo critrios prudentes que refletem a evoluo dos correspondentes mercados imobilirios, a natureza dos imveis, o potencial de utilizao e o respetivo grau de liquidez. As demais garantias so constitudas por penhores que incidem sobre carteiras de aplicaes finan-ceiras. As novas operaes de crdito foram concedidas a clientes com um perfil de risco inferior mdia da carteira.

O Banco prossegue uma poltica de crdito estvel no que respeita tipologia das ope-raes, s finalidades do crdito e s garantias associadas. No final de 2017, os nveis de crdito vencido e o respetivo provisionamento mantinham-se em nveis confortveis, embora ligeiramente superiores aos observados em 2016.

2017 2016* 2015*

Crdito Vencido / Crdito Concedido 1,45% 0,41% 0,80%

Crdito Vencido / Ativo Lquido 0,61% 0,13% 0,27%

Crdito Concedido / Depsitos de Clientes 49,10% 47,08% 47,65%

Crdito Concedido / Ativo Lquido 35,01% 31,72% 34,28%

50 %

40 %

30 %

20 %

10 %

0 %

2015

2016

2017

Crdito Vencido /Crdito Concedido

Crdito Vencido /Ativo Lquido

Crdito Concedido /Depsitos de Clientes

Crdito Concedido /Ativo Lquido

Ativos Fixos (tangveis e intangveis) Valor Lquido

7 000

6 000

5 000

4 000

3 000

2 000

1 000

0

Milhares

Ativos Tangveis Imveis

Ativos Tangveis

Equipamento

Ativos Tangveis

Ativos Loc. Financeira

Ativos Intangveis Soware

Ativos Intangveis Ativos em

Curso

Ativos Intangveis

Outros

Ativos Tangveis em

Curso

2015

2016

2017

480.320

5.019.730

6.686.302

963.239

1.092.040

1.658.519

338.163

332.634

56.539

162.223

105.900

64.905

0

0

0

41.527

51.134

22.785

0

223.953

82.602

Os Ativos Fixos, em termos lquidos, apresentaram, em 2017, um crescimento anual de 27,23%, justificado pela aquisio de mais um edifcio, a permuta de outro e a execuo de obras de remodelao no edifcio sito Rua Guerra Junqueiro, no Porto, adquirido em 2016.

RELATRIO & CONTAS 2017 41ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Composio do Passivo e Situao Lquida

2.013.878

0

0

470.404

39.256

0

19.682.386

14.800.312

15.738.163

161.267.872

142.478.359

195.775.894

14.259.443

19.618.550

27.703.896

30.530.931

34.558.195

35.371.327

200

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0

Milhes

Bancos Centrais

Passivo Financeiro Negociao

Rec. Outras Instit. Crdito

Clientes e Outros Emprstimos

Outros Passivos

Capital Prprio

2015

2016

2017

O Passivo apresenta um acrscimo global de 35,20% face ao valor de 177M de 2016, sendo de assinalar a expresso nula de Recursos de Bancos Centrais, bem como os incrementos de 6,34% nos Recursos de Outras Instituies de Crdito, de 37,41% nos Recursos de Clientes e Outros Emprstimos e de 41,21% nos Outros Passivos.

No tocante Situao Lquida, o capital prprio evidenciou uma evoluo positiva de 813.132, direta e essencialmente relacionada com o resultado lquido do exerccio.

GESTO DE CAPITAL

As polticas e prticas de gesto do capital so delineadas tendo em vista os obje-tivos estratgicos de negcio e o nvel de apetite de risco definido pelo Conselho de Administrao. Desta forma, para efeitos da determinao do nvel de capital adequado, quer em quantidade, quer em qualidade, o Banco Carregosa tem implementado um modelo de gesto de capital que assenta nos seguintes princpios:

Monitorizao permanente dos requisitos regulamentares de capital; Reviso anual do apetite de risco; Fixao de objetivos de negcio devidamente mensurados no planeamento de

capital.Em complemento aos requisitos regulamentares, o Banco executa, numa base anual, uma autoavaliao interna e prospetiva de todos os riscos materiais a que a instituio est exposta (o exerccio ICAAP). Parte integrante do processo de gesto do capital, o Banco mantm ainda um Plano de Recuperao que, por um lado, estabelece o proto-colo de deciso aplicvel na gesto de crises e, por outro lado, identifica aes e estrat-gias pr-definidas para responder a eventos com impacto adverso no capital.

Evoluo dos Recursos de Clientes

Os Recursos de Clientes registaram, globalmente, um crescimento acentuado de 39,38% em toda a sua componente, resultante de uma forte e bem sucedida ao da estrutura comercial na captao de recursos, mesmo em contraciclo com a baixa das taxas de juro. Relativamente aos Outros Credores, verificou-se uma tendncia equivalente nas contas de gesto de ativos, com uma variao homloga de +195%, apresentando, as restantes tipologias, uma regresso de 59,66%.

RELATRIO & CONTAS 2017 42ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Recursos de Clientes

120

100

80

60

40

20

0

Milhes

Credores Depsitos Prazo Clientes Depsitos Ordem

2015

2016

2017

7.523.347

11.735.776

22.142.667

115.187.909

89.260.572

111.801.029

65.194.116

66.292.977

99.231.246

Outros Credores

25

20

15

10

5

0

Milhes

Op. S/Derivados GoBullingPro Gesto C. Vista

2015

2016

2017

1.211.854

4.631.817

1.784.836

226.502

91.871

59.891

5.515.603

6.835.496

20.165.729

569.389

176.592

132.211

2017 VAR % 2016* VAR % 2015*

Produto Bancrio 10.335.551 -0,65% 10.403.234 -2,20% 10.637.661

Margem Financeira 5.067.579 1,72% 4.981.821 -8,98% 5.473.493

Comisses Lquidas 4.202.294 27,70% 3.290.785 -29,95% 4.697.611

Resultados de Operaes Financeiras (Lquido)

1.511.087 -44,87% 2.741.013 431,37% 635.414

Resultado Lquido 800.654 328,09% -388.825 0,95% -392.543

* reexpresso.

O Produto Bancrio atingiu 10,4M, valor ligeiramente aqum do gerado em 2016 (-0,65%). Desagregando, observa-se uma variao positiva na margem financeira de 1,72%, acompanhada por idntica evoluo nas comisses lquidas com 27,70%, com-pensada, na sua grande expresso, pelos resultados lquidos das operaes financei-ras, que atingiram uma variao homloga negativa de 1,2M, cifrando-se, o Resultado Lquido apurado em 2017 no valor positivo de cerca de 801 mil euros.

RELATRIO & CONTAS 2017 43ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

12

10

8

6

4

2

0

-2

2015

2016

2017

ProdutoBancrio

MargemFinanceira

ComissesLquidas

Resultados Oper.Financeiras (Lq.)

ResultadoLquido

Milhes

As Comisses Lquidas apresentaram, globalmente, um crescimento de 27,7%, con-tribuindo para este resultado um incremento de 20,8% nas comisses recebidas, que superou o crescimento de 9,9% das comisses pagas. Cabe salientar que, na compo-nente das receitas, o diferencial entre os dois perodos em anlise correspondeu a um incremento de 1,1M, enquanto que nas comisses pagas se registou um aumento de apenas 205m.

Em termos lquidos, as comisses geradas por plataformas de negociao disponibili-zadas a clientes registaram uma reduo de 9,3%, correspondente a um valor de 321m. Individualmente:

Em sentido contrrio, as comisses recebidas da gesto de carteiras evoluram significativamente, registando um crescimento de 22,8%, correspondente a um aumento de 205m.

As comisses de processamento de eventos acompanharam idntica variao posi-tiva, com um crescimento de 72,2%, o que correspondeu a 49m.

A negociao de operaes fora de bolsa acompanhou esta mesma tendncia com 210,4%, equivalente a 182m.

Na negociao de aes, as comisses recebidas tiveram igualmente um compor-tamento positivo, representando um crescimento de 5,8% o que se traduziu num acrscimo de 46m.

Cabe assinalar o comportamento das outras comisses onde predominam as comis-ses associadas ao crdito, servios de colocao e consultadoria financeira que, no seu conjunto, registaram um crescimento de 61%, num valor prximo dos 930m.

Nas comisses pagas verificou-se um crescimento, no seu total, de 133,5%, especial incidncia nas comisses associadas execuo e liquidao de operaes, em virtude do incremento do negcio institucional, representando um valor prximo dos 222m.

RELATRIO & CONTAS 2017 44ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Evoluo das Comisses

7

6

5

4

3

2

1

0

Milhes

Rendimentos de Comisses Encargos com Comisses

2015

2016

2017

6.065.862

5.361.619

6.477.651

1.368.251

2.070.834

2.275.357

Resultados de Operaes Financeiras

O exerccio de 2017 evidenciou um comportamento desfavorvel no apuramento do resultado lquido agregado apurado na carteira prpria, com uma variao negativa de 41,22%, equivalente a 1,1M, face a 2016.

Especificamente, a carteira de Outros Ativos Financeiros ao Justo Valor Atravs de Resultados, evidenciou um comportamento favorvel nos resultados, comparando com 2016, em 1,2M, enquanto os Ativos Financeiros Disponveis para Venda evidenciaram uma tendncia inversa ao decair cerca de 2,3M.

No que respeita aos juros de obrigaes recebidos decorrentes das posies em cada uma destas duas carteiras, verificou-se, comparando com 2016, uma diminuio de proveitos no valor 521m, parcialmente compensada por uma variao positiva de 59m da carteira de Investimentos Detidos at Maturidade.

Verificou-se um comportamento similar no que respeita s reservas de justo valor da carteira de Ativos Financeiros Disponveis para Venda com uma variao homloga negativa de 16m, quando tida em conta a reexpresso dos valores referentes ao exer-ccio de 2016.

A reavaliao da posio cambial registou, em 2017, um resultado negativo de 223m.

RELATRIO & CONTAS 2017 45ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Ganhos e Perdas Ativos e Passivos Financeiros Detidos para Negociao

2

1

0

-1

-2

-3

Milhes

Valias +/- (Resultados) Juros

2015

2016

2017

-2.707.533

-113.754

1.106.140

266.072

200.543

565.247

Ganhos e Perdas Ativos e Passivos Financeiros Detidos para Venda

4

3

2

1

0

Milhes

Valias +/- (Reservas) Valias +/- (Resultados) Juros

2015

2016

2017

3.673.781

741.743

725.244

2.144.577

1.263.016

377.607

345.303

2.783.775

463.272

RELATRIO & CONTAS 2017 46ANLISE S DEMONSTRAES FINANCEIRAS

Custos com Pessoal

Os Custos com Pessoal apresentaram em 2017 um crescimento moderado de 6,58%, justificado pela necessidade de reforar o Banco com a admisso de 4 novos colabora-dores, num quadro de estabilidade dos nveis salariais. Durante o exerccio no foram atribudos prmios de desempenho.

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

Milhares

Remuneraes Encargos Sociais Outros Encargos

2015

2016

2017

2.789.056

2.819.594

3.058.945

802.207

779.075

814.749

153.395

244.095

222.282

Os Gastos Gerais Administrativos evidenciaram, em 2017, um aumento moderado de 3,4% correspondente a um acrscimo de 135m, justificado pelas redues obtidas em algumas rubricas, designadamente:

Na aquisio de material diverso em 127,7%, correspondentes as 57m; Nas rendas e alugueres com uma reduo 50,2%, equivalente a 135m, justificada

pela aquisio dos edifcios que se encontravam, anteriormente, em regime de arrendamento.

Apesar do Banco manter uma grande preocupao na conteno dos custos, houve lugar a aumentos:

Com o desenvolvimento de solues informticas dirigidas ao negcio, que se justi-fica pela aposta que o Banco pretende manter no segmento digital, em linha com as recentes definies estratgicas, que por si s representou um aumento de 10,9%, equivalente a 101m;

Na publicidade com um aumento de 16,8%, no montante